Modelos explicativos da violência contra crianças e adolescentes PDF
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This document explores various models explaining violence against children and adolescents. It examines traditional explanations, the child-centered model, and the aggressor-centered perspective, highlighting the complex factors involved, offering insight into the social and psychological aspects of violence.
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Frequência 2 Modelos explicativos da violência contra crianças e adolescentes Explicações Tradicionais Modelo Centrado na Criança Existem determinadas características ou comportamentos das crianças que podem constituir fatores de risc...
Frequência 2 Modelos explicativos da violência contra crianças e adolescentes Explicações Tradicionais Modelo Centrado na Criança Existem determinadas características ou comportamentos das crianças que podem constituir fatores de risco à ocorrência de maus-tratos. Apresenta determinadas características que a torna aversiva aos seus pais (chorão, brigão, desobediente). Principal crítica ao Modelo: Conclusões de estudos retrospetivos. Não se sabe se os comportamentos das crianças são causas ou consequências. No entanto, os estudos identificaram alguns fatores de risco mais frequentes: 1. Idade da criança: — As crianças mais novas, por serem mais indefesas e dependentes e por terem menor controlo das suas emoções e da sua expressão — Adolescentes, correm mais risco de maltrato físico ainda que surjam também casos de abuso sexual. 2. Aspeto e condição física da criança: Problemas de saúde, prematuras, com deficiências ou patologias do foro físico e mental. São crianças que não correspondem fisicamente, ou ao nível da saúde, às expectativas iniciais dos pais. 3. Comportamento da criança: é potenciador dos maus-tratos pelos pais - no entanto, não é consensual. Algumas investigações demonstram que o comportamento eventualmente desajustado é, antes, uma consequência dos maus-tratos. Modelo Psicológico ou Psiquiátrico Centrado no Agressor Personalidade: — Antes: Frequência 2 1 Relação entre maltrato e doenças mentais. Personalidade psicótica, baixo controlo dos impulsos, baixa autoestima, pouca capacidade empática. — Atualmente: Não existe nenhum padrão específico. Visão mais compreensiva do fenómeno. Perturbações da personalidade Alcoolismo Toxicodependência Pais/mães mais jovens e/ou com pouca instrução Transmissão intergeracional do abuso — Pais/mães abusivos foram filhos/as maltratados/as ⚠️ Explicações tradicionais: Stress familiar (dificuldades económicas, falta de um dos pais, número de filhos) Isolamento social da família Aceitação social da violência (práticas educativas) Organização social da comunidade (concentração de pobreza no interior das cidades, problemas económicos, bairros) Modelos de Segunda Geração (ou Modelos de interação social) Modelo Ecológico de Belsky (adapta o modelo ecológico de Brofenbrenner) Entende o ser humano dentro de um sistema de 4 níveis interativos que contribuem para o desenvolvimento dos indivíduos. São influências que interagem para dar lugar a determinadas transações familiares que podem resultar no maltrato. Frequência 2 2 Influência de variáveis individuais, sociais e situacionais na determinação do maltrato. ⚠️ Nenhuma variável singular explica totalmente o fenómeno. Nível Ontogénico Herança que os pais/mães trazem para o contexto familiar. A história dos pais influencia: os conhecimentos sobre a educação dos filhos os seus sentimentos pelas crianças os conhecimentos sobre desenvolvimento infantil Microssistema É o ambiente imediato da criança - Família Natureza do ambiente familiar Saúde e temperamento da criança Tamanho da família Qualidade das relações matrimoniais Exosistema Estruturas sociais formais e informais Inclui os parentes próximos, a comunidade e a estrutura económica Desemprego Falta de motivação e satisfação no trabalho Famílias violentas são isoladas socialmente Macrossistema Frequência 2 3 Atitudes sociais face a violência em geral Expectativas da sociedade acerca dos métodos de disciplina na família e na escola Nível geral de violência na família e na escola Modelo Transacional de Cicchetti e Rizley Reconhece o efeito multicausal do abuso Acrescenta os fatores potenciadores (aumentam o risco): Biológicos (deficiências ou problemas de comportamento); Históricos: (pais com história de abuso); Psicológicos (doença mental dos pais ou filhos, fraca tolerância à frustação, alto nível de agressividade ou cólera); Ecológicos (vizinhança caótica, valores sociais promotores dos abusos) e fatores compensadores (diminuem o risco) Podem ser transitórios ou permanentes Fatores potenciadores transitórios (stress num momento da vida (lesão, doença, problemas legais, familiares ou matrimoniais, entrada da criança num período evolutivo mais complicado) Modelo dos Componentes de Vasta Para que ocorram os abusos físicos, são necessários 2 componente: 1. Tendência a utilizar o castigo físico como estratégia de disciplina que se transforma em violência 2. Hiperatividade emocional dos pais Há uma componente OPERANTE (obter algum ganho, neste caso, punir um comportamento da criança) Há uma componente IMPULSIVA (reação aversiva a estímulos externos- história de maus-tratos dos pais, outros fatores já mencionados noutros modelos) Modelo Transacional de Wolf Analisou o padrão de violência. Sequência de 3 estádios: 1. Baixa tolerância ao stress e desinibição da agressão. 2. Pouca habilidade para lidar com crises agudas e às provocações da criança. 3. Afirmação de poder como método de educação parental Frequência 2 4 Modelo de 3ª Geração - Modelo de Milner do processamento da informação Milner e colaboradores (1990) salientam a importância da reciprocidade das interações sociais enquanto explicativa de um determinado ato abusivo A investigação concluiu que quando os pais ou mães que estão em situações de stress ou com tendências para maus-tratos recebem e percebem que têm apoio social, isso ajuda a aliviar os fatores de stress e reduz as hipóteses de cometerem abusos. O suporte social funciona como uma rede de segurança emocional que evita que esses cuidadores recorram a comportamentos abusivos. 📌 Envolve 4 estágios: Três cognitivos Um cognitivo-comportamental 1. Perceção — os pais desenvolvem e mantêm uma série de ideias e valores sobre os seus filhos que guiam o seu comportamento parental. 2. Interpretação, avaliação e expectativas 3. Integração da informação e seleção da resposta 4. Execução e controlo da resposta Abuso sexual Vitimação direta Vitimação indireta Assimetria de idade X Coerção Consideramos abuso sexual quando uma pessoa adulta ou um menor de 18 anos, independentemente do meio que utiliza, tem comportamentos sexuais com um menor. Pode ser cometido por uma pessoa menor de idade, mas significativamente mais velha que a vítima ou que esteja num posição de poder ou controlo sobre o/a outro/a menor. — é, portanto uma abordagem psicológica mais abrangente que a legal. Frequência 2 5 🗣 Uma pessoa adulta- utilizamos a idade limite determinada legalmente que é dezoito anos. Menor de 18 anos, significativamente maior que a vítima Mesma idade mas estar numa posição de poder ou de controlo sobre ela Tem comportamentos sexuais com um menor - contactos físicos/contactos sexuais não físicos. Independentemente do meio que utiliza - qualquer estratégia Contactos físicos: Sexo anal, vaginal ou oral Introdução dos dedos na vagina ou ânus Introdução de objetos na vagina ou ânus Carícias em todo o corpo, em especial na zona dos seios Carícias nos genitais da vítima e do agressor Masturbação da vítima e/ou do agressor Obrigar a manter contatos sexuais com animais Contactos não físicos Lenocínio Exibicionismo Obrigar a assistir práticas sexuais Ciber Exploração sexual Envolver os menores em comportamentos ou atividades relacionadas com a pornografia. Promover a prostituição infantil. Solicitar material pornográfico ao menor por qualquer meio. Sequência de atos abusivos Frequência 2 6 Contacto “psicoeducativo”- Exibição dos órgãos genitais (criança -agressor), informações sobre sexualidade Pedir à criança que o masturbe e em seguida propor masturbação à criança Sexo oral Coito vaginal Coito anal Outras Pedofilia X Abuso sexual A prevalência de transtorno pedofílico na população é incerta. Cerca de 3 a 5% em homens. Em mulheres, os dados seriam ainda mais incertos. Este conceito refere- se à preferência sexual por crianças pré-púberes. Diferença entre Pedofilia e Parafilia Considera-se dois critérios principais: -Critério A: especifica a natureza da excitação parafílica (com peças íntimas de mulher, por exemplo, como no fetichismo, sapatos, acessórios de couro ou borracha) -Critério B: aponta as consequências negativas (prejuízo em outras áreas da vida, risco de dano a outro pela tentativa ou conclusão de relações sexuais com pessoas sem o seu consentimento, a provocação de sofrimento psicológico ou de dor em si próprio ou no parceiro) Frequência 2 7 Preenche o critério A, mas não preenche o B: não há perturbação parafílica, mas parafilia. A nova conceção aceita o comportamento sexual atípico, desde que consensual, como não patológico. Critérios clínicos para o diagnóstico da perturbação pedofílica são: Fantasias, impulsos ou comportamentos sexualmente excitantes, intensos e recorrentes envolvendo uma criança pré-púbere ou crianças (geralmente menos de 13 anos) presentes por mais de 6 meses. A pessoa agiu sobre os impulsos, sofre ou sente-se significativamente prejudicada pelos impulsos e fantasias. A pessoa tem mais de 16 anos e é mais de 5 anos mais velha que a criança que é o alvo das fantasias ou dos comportamentos (mas excluindo um adolescente mais velho que está num relacionamento contínuo com alguém com 12 ou 13 anos de idade). Para que uma parafilia se transforme em perturbação, é necessário: A mesma cause sofrimento ou prejuízo à própria pessoa ou O seu comportamento sexual cause dano ou risco de dano pessoal a terceiros. “uma parafilia é condição necessária, mas não suficiente, para que se tenha uma perturbação parafílica, e uma parafilia por si só não necessariamente justifica ou requer intervenção clínica”. Código Penal Português Frequência 2 8 Outras Situações previstas: Artigo 172º Abuso sexual de menores dependentes Frequência 2 9 — Ato sexual de relevo relativamente a menor entre 14 e 18 anos que lhe tenha sido confiado para educação ou assistência. Artigo 173º Atos sexuais com adolescentes — Ato sexual de relevo com menor entre 14 e 16 anos, abusando da sua inexperiência, é punido com pena de prisão até 2 anos. Artigo 174º Recurso à prostituição de menores — Ato sexual de relevo com menor entre 14 e 18 anos, mediante pagamento ou outra contrapartida. Artigo 175º Lenocínio de menores — Fomentar, favorecer ou facilitar o exercício da prostituição de menor ou aliciar menor para esse fim. Artigo 176º Pornografia de menores (Convenção de Istambul) — Utilizar menor em espetáculo pornográfico ou o aliciar para esse fim; — Utilizar menor em fotografia, filme ou gravação pornográficos, independentemente do seu suporte, ou o aliciar para esse fim; — Produzir, distribuir, importar, exportar, divulgar, exibir ou ceder, a qualquer título ou por qualquer meio, os materiais previstos na alínea anterior; — Adquirir ou detiver materiais previstos na alínea b) com o propósito de os distribuir, importar, exportar, divulgar, exibir ou ceder; Artigo 176º Aliciamento de menores para fins sexuais — Aliciar menor, por meio de tecnologias de informação e de comunicação, para encontro visando a prática de quaisquer dos atos compreendidos nos nº1 e 2 do artigo 171º (abuso sexual) e nas alíneas b) e c) do nº1 do artigo anterior (pornografia). Agravamento da pena Sempre que do ato resulte gravidez, ofensa à integridade física grave ou morte da vítimas, infeções de transmissão sexual, suicídio, a pena será agravada em metade ou num terço, nos seus limites máximos e mínimos, conforme o caso em apreço e de acordo com a idade da vítima. O mesmo sucede se esta for descendente, adotada ou tutelada pelo agente - art. 177º CP. Abuso sexual como crime contra a autodeterminação sexual Frequência 2 10 O que determina a incapacidade de autodeterminação: Falta de consentimento Não saber o que é proposto Não saber se o que é proposto é ou não adequado Não conhecer consequências potenciais Não poder escolher livremente (sem sofrer consequências) Falta de igualdade Diferenças de tamanho, idade, intelecto, força física Diferenças de estatuto e papéis Diferenças de persuasão e influência Coerção Pressão e manipulação emocional Subornos Ameaças de perda de afeto ou direitos Intimidação, ameaça contra terceiros Coerção física e violência Alguns sinais de Abuso sexual (porque nenhum sintoma particular caracteriza a totalidade das vítimas) Frequência 2 11 1. Medo de uma determinada pessoa da família e/ou alguém em específico; 2. Resistência de voltar para casa depois da escola; 3. Dificuldade na relação com adultos/as; 4. Expressões de terror, tristeza, abatimento profundo, tentativas de suicídio; 5. Mudanças repentinas de comportamento; 6. Comportamentos sexualizados, não adequados à sua fase de desenvolvimento; 7. Fugas de casa; 8. Queixas de dores abdominais, dificuldade de urinar, erupções na pele, vómitos, dores de cabeça sem explicações médicas; 9. Envolvimento com álcool e drogas; 10. Gravidez precoce; 11. Dificuldade de andar, sentar; manchas pelo corpo; 12. Timidez excessiva com o corpo; 13. Uso de roupas muito fechadas ou muito curtas e inadequadas ao clima; 14. Atitudes de sedução com adultos O que dificulta o reconhecimento do abuso sexual- o que o torna tão específico? — Dinâmicas externas (falta de evidências médicas; ameaças, subornos, violência; medo das consequências da revelação; tentativas de revelar mal-sucedidas; variabilidade sintomática e resiliência) — Dinâmicas internas à relação abusiva (abuso e síndrome de segredo; contexto do abuso- rituais de entrada e saída; transformação do abusador “noutra pessoa”; dissociação) — Mitos Estes fenómenos explicam a Síndrome do segredo (Furniss) Outras dinâmicas Familiares Síndrome de Acomodação ao abuso (Summit, 1983) Frequência 2 12 Segredo, desesperança, “aprisionamento”/acomodação ao abuso, revelação tardia/desacreditada, retração. Summit acrescentou que uma das razões para a não revelação era a responsabilidade sentida pela criança na manutenção da unidade familiar. Síndrome do Segredo Vítimas como pseudo-parceiras A “rotação” do abuso no grupo de irmãos e a reação dos mesmos Múltiplos abusadores intra-familiares Revelação do Abuso Sexual A maioria das vítimas não revela Quando o fazem- muito ou algum tempo depois da experiência As crianças que revelam a alguém a sua experiência são aquelas que tipicamente revelam durante a entrevista formal (vs. crianças sinalizadas por indicadores físicos) A revelação gradual é comum 42% a 50% das crianças vítimas não revelam a sua experiência de vitimação durante as entrevistas formais Idade escolar que revelam - cuidador/a Primeira experiência de vitimação é na adolescência- maior probabilidade de revelar do que as crianças mais novas. E mais facilmente com outro adolescente do que com os/as cuidadores/as. Razão para a não revelação- Medo é a resposta As taxas de retratação (desmentido) variam de 4% a 22% — Falta de apoio maternal ou parental - forte preditor da negação do abuso pela criança Ofensor é membro da família Sintomas dissociativos e pós-traumáticos O embaraço e a estigmatização Os rapazes parecem ser mais relutantes em revelar a experiência do que as raparigas As crianças pertencentes a grupos minoritários enfrentam barreiras específicas da cultura que dificultam a revelação Frequência 2 13 Severidade e duração do abuso- resultados contraditórios Pais agressores (violência doméstica) apresentam uma probabilidade 4 a 9 vezes maior de perpetrar incesto (particularmente com raparigas) do que os pais não agressores O clima de terror vivido nestas famílias é altamente dissuasor da revelação Fatores de Risco para o abuso sexual Fatores de vulnerabilidade do/a ofensor/a: Autoritarismo e conceção da criança como sua posse Expectativas inadequadas e auto centração Distanciamento emocional da criança Comportamentos abusivos prévios Fatores centrados na criança e/ou adolescente — Dificuldade em distinguir afeto de abuso — Baixa supervisão parental — Falta de competências de auto-proteção — Vulnerabilidade emocional Fatores ligados à família Carência económica Falta de privacidade Dificuldades de comunicação sobre temas sexuais Indisponibilidade materna Fatores que agravam o Trauma (Consequências) Tipo de abuso Experiências anteriores de vitimação Relação de proximidade com o agressor Precocidade do início do abuso Características do meio envolvente Tentativas de revelação mal sucedidas Frequência 2 14 Características individuais da criança Características do funcionamento familiar Crianças sem sintomas ►21% a 49% ►“Efeito de adormecimento” (sleeper effects) Intensidade dos sintomas, depende ►Início precoce ►Duração e frequência ►Uso força ou ameaça ►Abuso físico e sexual conjuntos ►Múltiplos abusadores ►Intrusividade dos atos ►Proximidade relacional ►Tentativas de revelação mal-sucedidas ►Ausência de figuras protetora Sintomas/Sinais ► Idade pré-escolar ► Ansiedade ► Medos ► Comportamento sexual inadequado ► Idade escolar ► Medos, pesadelos ► Agressividade ► Problemas de aprendizagem ► Comportamentos regressivos ► Comportamento sexual inadequado ► Adolescência ► Depressão ► Isolamento, auto-mutilação, suicídio ► Fugas de casa ► Abuso de substâncias ►Anorexia ► Comportamento promíscuo Frequência 2 15 Consequências Maior probabilidade de adotar comportamentos de risco para a saúde: Álcool Estupefacientes Relações sexuais desprotegidas A nível psicológico: Depressão Ansiedade Perturbação de Stress Pós-traumático Baixa autoestima e autoeficácia Sentimentos de culpa Distorções Cognitivas: Através da hostilidade Dificuldade em estabelecer relações de confiança, insegurança em relação aos outros e Perceção do mundo como perigoso Consequências Rejeição, negligência, punição corporal severa e abuso sexual- ou que testemunham violência em casa ou na comunidade Maior Risco Comportamento agressivo e antissocial em estados mais avançados do seu desenvolvimento, inclusive comportamentos violentos na idade adulta Diferenças segundo o género Rapazes: Maior probabilidade de acting-out agressivo Raparigas: Mais típica internalização da raiva Maior estigmatização social (se existir hipersexualização) Maior identificação com o papel de vítimas Frequência 2 16 Vivência emocional da Vítima (Modelo traumatogénico dos 4 fatores) Sexualização traumática A sexualidade da criança é moldada de forma inapropriada ao nível desenvolvimental e disfuncional ao nível interpessoal Impacto psicológico: Crescente importância aos aspetos sexuais, confusão sobre as regras, confusão entre sexo e amor, associações negativas com a atividade sexual e sentimentos de excitação, aversão à intimidade sexual. Manifestações comportamentais: Atividade sexual precoce, prostituição, disfunção sexual, comportamento sexual autodestrutivo, evitação da intimidade sexual. Estigmatização Impacto psicológico: Vergonha, culpa, baixa autoestima, sentir-se diferente Manifestações comportamentais: Isolamento, abuso de álcool ou drogas, tentativas de suicídio, comportamento autodestrutivo. Traição A criança descobre que alguém de quem foi dependente de forma vital a prejudicou. Impacto psicológico: Dor, depressão, dependência, desconfiança, raiva, hostilidade, dificuldades na capacidade de julgar outras pessoas Manifestações Comportamentais: Obsessão, de vulnerabilidade à vitimação, isolamento. Impotência Processo através do qual as vontades, os desejos e os sentimentos de eficácia são constantemente violados. Impacto psicológico: Ansiedade, medo, sentimentos de pouca eficácia, perceção de si como vítima, necessidade de controlo. Frequência 2 17 Manifestações comportamentais: Pesadelos, fobias, distúrbios alimentares, depressão, fugas de casa, problemas de estudo, vulnerabilidade à vitimização, crime. Suporte multidisciplinar para a prevenção e intervenção da violência contra crianças e adolescentes Centros de Acolhimento temporário e lares de Infância e Juventude Crianças e jovens até aos 18 anos em situação de perigo, a quem a Comissão « de Proteção de Crianças e Jovens ou o Tribunal tenha aplicado a medida de promoção e proteção de acolhimento residencial. O acolhimento residencial tem lugar em casas de acolhimento as quais são estabelecimentos de apoio social que asseguram resposta a situações que impliquem o afastamento ou retirada da criança ou do jovem da situação de perigo, podendo incluir unidades residenciais e/ou unidades residenciais especializadas, tendo em conta as situações, problemáticas e características específicas das crianças e dos jovens a acolher. Frequência 2 18 As unidades residenciais especializadas constituem-se em: - Unidade para resposta a situações de emergência - Unidade para resposta a problemáticas especificas e necessidades de intervenção educativa e/ou terapêutica - Unidade de apoio e promoção da autonomia dos jovens, nomeadamente apartamento de autonomização. Objetivos: Proporcionar à criança ou jovem: A satisfação adequada das suas necessidades físicas, psíquicas, emocionais, educacionais e sociais A criação de laços afetivos, seguros e estáveis, determinantes para a estruturação e desenvolvimento harmonioso da sua personalidade A minimização do dano emocional resultante da exposição da criança ou do jovem a situações de perigo A aquisição de competências destinadas à sua valorização pessoal, social, escolar e profissional Condições que contribuam para a construção da sua identidade e integração da sua história de vida A aquisição progressiva de autonomia com vista a uma plena integração social, escolar, profissional e comunitária. Promover a aquisição e reforço das competências dos pais e mães e/ou das pessoas que exercem as responsabilidades parentais para que possam, com qualidade, exercê-las no respeito pelo superior interesse da criança ou do jovem. Atualmente mantêm ainda a designação de lares de infância e juventude e centros de acolhimento temporário destinados também a crianças e jovens em perigo. Exemplos de centros de acolhimento temporário e lares de infância e juventude: — asas (associação de solidariedade e ação social de Santo Tirso) — Centro de aconselhamento parental e familiar (CAPF) Intervenção com crianças e jovens institucionalizados/as A intervenção de qualidade é alimentada por um suporte teórico forte. A força do psicólogo neste contexto é o seu conhecimento teórico sobre: desenvolvimento normativo e perturbações Frequência 2 19 técnicas de intervenção num sentido lato Menores Institucionalizados: Lares de crianças e jovens Centros de acolhimento temporário (CAT) (supostamente menos de 6 meses) Centros educativos Famílias de acolhimento Familiar Apadrinhamento civil Adoção Como é que se chega lá? Intervenção de entidades com competência em matéria de infância e juventude (escola) Intervenção das comissões de proteção de crianças e jovens Intervenção judicial Medidas judiciais de promoção e proteção Medidas tutelares educativas Comissão de proteção de crianças e jovens (CPCJ) Medidas de promoção dos direitos e de proteção a) Apoio junto dos pais; Acordo de promoção e proteção relativo a medidas em meio natural de vida b) Apoio junto de outro familiar; c) Confiança à pessoa idónea; d) Apoio para a autonomia de vida; e) Acolhimento familiar; f) Acolhimento em instituição. Vantagens da Institucionalização Continuidade nos cuidados- meio sentido como securizante Previsibilidade- possibilita a organização psicológica Modelos de relações estruturantes: Possibilidade de acreditar e confiar no outro Frequência 2 20 Possibilidade de acreditar em si- auto estima Desvantagens da Institucionalização As crianças em situação de acolhimento institucional encontram-se em situação de maior fragilidade emocional. Neste sentido existem fatores associados ao processo de institucionalização de crianças e jovens, que poderão ter implicações negativas nas mesmas: Sentimento de punição Estigmatização e discriminação social Demissão/ diminuição da responsabilidade familiar Controlo social/ reprodução de desigualdades O que é que o/a Psicólogo/a faz na instituição Formar toda a equipa com conhecimento psicológico Técnicos/as e educadores/as têm de trabalhar em equipa: transdisciplinar O processo de intervenção é in locu. O processo de intervenção passa essencialmente por formar relações de segurança com adultos de confiança. É isto que falhou no passado. Se não for este o foco de intervenção, há grande probabilidade a vir a resultar numa trajetória de vida desviante. Ajudar os colegas a perceberem o comportamento das crianças à luz da psicopatologia do desenvolvimento Este rapaz é má rés! (é dele! Enquanto o pai era vivo tinham mão nele agora… ele era alcoólico, mas curou‐se…) Necessidade de ver para além da recusa comportamental de ajuda: esconde necessidade imensa de afeto Ajudar os colegas a identificar as necessidades das crianças e jovens Utilizar as estratégias de intervenção com crianças e adolescentes: A) Intervenção individual Com problemas inerentes: à bocado dei‐te um castigo, agora quero que me contes aquilo que sentes… B) Intervenção em grupo Sistemas de pontos e revisão dos mesmos em grande grupo Pequenos grupos: Frequência 2 21 Como tratar os outros Sexualidade (respeito por si O seu papel e funções: Projetos de vida! Crescer numa instituição é o último recurso. “os meus pais é que me trataram mal, mas eu é que fico fora de minha casa e longe dos meus amigos” Intervenção familiar O que se trabalha - Competências específicas; interações coercivas; colocar‐se no ponto de vista da criança -Lanches e as prendas exageradas -Temos de saber o que é importante para a família Rapaz que apanhou de cinto, pai que vai à instituição e faz queixa porque roubaram o filho (outros miúdos), fala com outras crianças/jovens -Usar as visitas como palco de mudança e acesso às famílias -Vital: se estivermos a fazer um bom trabalho, se a família não coopera é um ótimo argumento para termos a certeza, perante a nossa consciência e o tribunal, de que a criança deve ir para adoção. O que é que tem de ser feito com as crianças institucionalizadas? Uma criança sem pertença sentida e reconhecida fica à margem “Não pertencer a ninguém é não ser ninguém” Projeto de vida Reintegração familiar - intervenção na família Adoção, apadrinhamento Autonomia de vida Frequência 2 22