Aula 10 Farmacologia Antibióticos 2024 PDF
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2024
Ana Paula Christ
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This document provides lecture notes on antimicrobials, and their use. It delves into topics such as concepts of antiobiotics, their action, and resistance to them.
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ANTIMICROBIANOS Prof. Ana Paula Christ TÓPICOS DA AULA - Introdução - Revisão de conceitos - Fármacos que atuam na síntese de ácido fólico - Fármacos que atuam na síntese da parede celular - Fármacos que atuam na síntese de proteínas - Fármacos que atuam na membrana celular - F...
ANTIMICROBIANOS Prof. Ana Paula Christ TÓPICOS DA AULA - Introdução - Revisão de conceitos - Fármacos que atuam na síntese de ácido fólico - Fármacos que atuam na síntese da parede celular - Fármacos que atuam na síntese de proteínas - Fármacos que atuam na membrana celular - Fármacos que atuam em ácidos nucleicos - Resistência aos antimicrobianos O QUE SÃO ANTIBIÓTICOS? O principal objetivo do uso de um antibiótico é São substâncias que têm a prevenir ou tratar uma infecção, diminuindo ou capacidade de inibir o eliminando os organismos patogênicos e, se crescimento e/ou destruir possível, preservando a microbiota normal do microrganismos. Podem ser organismo. produzidos por bactérias, fungos, ser parcialmente ou totalmente sintéticos. O emprego indiscriminado dos antibióticos → desenvolvimento de resistência microbiana. COMO SURGIRAM? - Descoberta em laboratório ao acaso → Alexander Fleming 1929. - Penicilina → primeiro antibiótico. - Início: difícil produção em larga escala. Após 1939 (Segunda Guerra), desenvolveu-se a produção em larga escala desta substância. CONCEITOS IMPORTANTES Bactericida: são aqueles capazes Bacteriostático: são os de matar ou lesar que inibem o crescimento e a irreversivelmente as bactérias. Ex.: reprodução bacteriana sem Beta-lactâmicos, provocar sua morte imediata.Ex.: Aminoglicosídeos, Glicopeptídeos, Macrolídeos, Linezolida e Quinolonas Lincosaminas Antimicrobiano: substâncias que demonstram a capacidade de Antibiótico/antibacteriano: eficaz reduzir a presença de micróbios, contra bactérias. tais como bactérias e fungos. Ex: antibióticos, desinfetantes, anti- sépticos. ESPECTRO DE AÇÃO Antimicrobianos de espectro estendido Antimicrobianos de espectro estreito Termo aplicado aos antimicrobianos que Os antimicrobianos que atuam somente são modificados para serem eficazes em um grupo único ou limitado de contra microrganismos gram-positivos e microrganismos são considerados de contra um número significativo de espectro estreito. Ex: isoniazida é ativa bactérias gram-negativas. Ex: ampicilina somente contra Mycobacterium tem um espectro estendido porque atua tuberculosis. contra bactérias gram-positivas e algumas gram-negativas. Antimicrobianos de amplo espectro Fármacos como as tetraciclinas, fluoroquinolonas e carbapenemos afetam uma ampla variedade de espécies microbianas e são referidos como antimicrobianos de amplo espectro. A administração de antimicrobianos de amplo espectro pode alterar drasticamente a natureza da flora bacteriana normal. A ESCOLHA DO ANTIMICROBIANO A escolha do antimicrobiano mais apropriado requer o conhecimento: 1) da identificação do microrganismo; 2) da suscetibilidade do organismo com relação a um fármaco em particular; 3) do local da infecção; 4) de fatores do paciente; 5) da segurança do fármaco; e 6) do custo do tratamento. TRATAMENTO EMPÍRICO TRATAMENTO DIRIGIDO É uma prática comum em hospitais, que Pode substituir o tratamento empírico consiste em escolher um fármaco quando o patógeno é identificado nas seletivo com base no provável primeiras 48-72 horas do início do diagnóstico clínico. É geralmente tratamento. O tratamento dirigido dirigido aos microrganismos mais pode reduzir efeitos adversos, a prevalentes, mas pode ser mais amplo indução de resistência a em casos mais graves. antimicrobianos e custos CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS - Gram-positivas: coloração roxa na técnica de coloração de gram. Ex: Staphylococcus aureus, Enterococcus spp. - Gram-negativas: coloração rosa/vermelha na técnica da coloração de gram. Ex: E. coli, Salmonella spp. COMPONENTES DA CÉLULA BACTERIANA FÁRMACOS QUE ATUAM NA SÍNTESE DO ÁCIDO FÓLICO O ácido fólico é um cofator envolvido na síntese de adenina e timina, duas das quatro bases que compõem os ácidos nucleicos, necessários para a multiplicação celular. Portanto, é uma molécula essencial ao metabolismo bacteriano. Os agentes que inibem a síntese de ácido fólico em bactérias têm poucos efeitos colaterais em humanos e animais, visto que esses não sintetizam ácido fólico. SULFONAMIDAS E TRIMETOPRIMA Representantes: sulfanilamida, sulfafurazol, sulfacetamida, ácido paraminobenzoico, sulfadiazina e sulfametoxazol. São bacteriostáticos. Mecanismo de ação: inibição da síntese de ácido fólico necessário ao crescimento bacteriano. As sulfonamidas são comumente empregadas em associação à trimetoprima, um agente bactericida que causa produção reduzida de folato para o metabolismo de aminoácidos. INDICAÇÕES: - Infecções urinárias e otite média - Colite ulcerativa - Sulfadiazina de prata: queimaduras de pele → uso tópico A combinação sulfametoxazol e trimetoprima tem efeito sinérgico, pois os fármacos atuam em passos diferentes da síntese do ácido fólico, necessária para a síntese dos ácidos nucleicos. No entanto, patógenos como Enterococcus, P. pneumoniae e P. aeruginosa são resistentes a Efeitos adversos: esses agentes. - Náuseas, vômitos, Diarreia, dor abdominal, estomatite e fotossensibilidade INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Fármaco combinado Uso comum Efeito da interação Anticoagulantes orais Anticoagulação; prevenção da Aumento da ação do formação de coágulos anticoagulante Metotrexato Imunossupressão e quimioterapia Aumento da supressão da medula óssea Hidantoínas Anticonvulsivantes Aumento dos níveis séricos de hidantoína FÁRMACOS QUE ATUAM NA SÍNTESE DA PAREDE CELULAR Peptideoglicano: principal componente da parede celular bacteriana → determina a forma e previne a lise. Gram-positivas: 90% de peptideoglicano (várias camadas) e o restante é ácido teicoico Gram-negativas: 5 a 20% de peptideoglicano → maior parte bicamada de fosfolipídios (membrana externa) Algumas não tem peptideoglicano, como a Chlamydia BETALACTÂMICOS Grande grupo de agentes antimicrobianos que pode ser dividido da seguinte forma: 1) Penicilinas 2) Cefalosporinas 3) Monobactâmicos 4) Carbapenêmicos Agentes bactericidas com baixa toxicidade, podendo ser utilizados em doses elevadas ANEL BETALACTÂMICO MECANISMO DE AÇÃO Inibem a síntese do peptideoglicano A inibição dessas enzimas tem ação durante a replicação bacteriana por bactericida por desorganizar essa se ligarem de maneira irreversível às estrutura, que serve para que a célula proteínas ligantes de penicilina possa se expandir e se dividir. Com a (penicillin binding protein, PBP) na interrupção da síntese de parede, a superfície externa da membrana célula não produz essa estrutura de citoplasmática. As PBP são enzimas forma adequada e sofre lise celular. envolvidas na síntese do peptideoglicano. Resistência aos betalactâmicos: Algumas bactérias (como Fusobacterium spp.) produzem enzimas betalactamases. Essas enzimas se ligam ao anel betalactâmico formando o ácido peniciloico, que não apresenta atividade antimicrobiana. GRAM-POSITIVAS GRAM-NEGATIVAS Atravessam a parede celular com facilidade Penetração através de proteínas transmembrana (solubilidade aquosa). Enterococci: maior (porinas). Alguns MO podem ser naturalmente dificuldade de penetração. resistentes a certos betalactâmicos como a Benzilpenicilina e oxacilina 1) PENICILINAS 1.1 Penicilinas naturais ou benzilpenicilinas: penicilina cristalina ou aquosa, penicilina G procaína, penicilina G benzatina e penicilina 1.2 Aminopenicilinas: ampicilina e amoxicilina 1.3 Penicilinas resistentes às penicilinases: oxacilina 1.4 Penicilinas de amplo espectro: piperaciclina, tigecilina INDICAÇÕES: - Infecções urinárias, septicemia, meningite, sífilis e outras ISTs, pneumonia e outras infecções respiratórias - Possuem uso profilático em algumas situações (como na odontologia e processos cirúrgicos). Penicilina G Benzatina (Benzetacil) - Uso intramuscular - Por suas características, mantém-se como depósito por 15 a 30 dias, dependendo da dose empregada. 1.2 AMINOPENICILINAS Espectro de ação mais amplo em relação às benzilpenicilinas Usadas por via oral ou IV Origem semissintética Amoxicilina e Ampicilina PENICILINAS Amoxicilina Indicações: Efeitos colaterais: Rinossinusite Otite média aguda Náuseas Infecção urinária Vômitos Infecções respiratórias Diarreia Faringite bacteriana Prurido Febre tifoide e profilaxia da Irritação gastrintestinal endocardite bacteriana Febre Eritema cutâneo Reações anafiláticas Hipersensibilidade Convulsões CONTRAINDICAÇÕES E PRECAUÇÕES - Contraindicadas para pacientes com história de hipersensibilidade às penicilinas ou às cefalosporinas. - Devem ser usadas com cautela em pacientes com doença renal, asma, distúrbios hemorrágicos, doença gastrintestinal (GI), gravidez, ou lactação e história de alergia. Qualquer indicação de sensibilidade é motivo para cautela. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Fármaco combinado Uso comum Efeito da interação Contraceptivos orais (com Contracepção Diminuição da efetividade estrógeno) do contraceptivo (com ampicilina, penicilina V) Tetraciclinas Anti-infeccioso Diminuição da efetividade das penicilinas Anticoagulantes Prevenção da coagulação Risco aumentado de do sangue sangramento (com grandes doses de penicilinas) Bloqueadores beta- Controle de pressão arterial Aumentam risco de reação adrenérgicos e problemas cardíacos anafilática OBSERVAÇÕES Tem ação bactericida Tem ação para Gram-positivos, Gram-negativos e anaeróbios (Clostridium) Boa absorção VO Orientar o paciente sobre os efeitos colaterais → alergias Observar e comunicar alterações gastrintestinais, como diarreia e irritação gastrintestinal Observar que a suspensão oral é estável 14 dias. Agitar o frasco antes de cada administração Administrar a suspensão com ou sem alimentos COMPOSTOS INIBIDORES DE BETALACTAMASES Os inibidores de betalactamases, quando em associação a antimicrobianos betalactâmicos, ligam-se de forma irreversível às betalactamases, evitando a hidrólise do anel β-lactâmico e, portanto, potencializando a atividade dos antimicrobianos. Essas substâncias são semelhantes aos betalactâmicos e são representadas por ácido clavulânico, tazobactam e sulbactam. ÁCIDO CLAVULÂNICO 2) CEFALOSPORINAS Classificadas em gerações: atividade antimicrobiana, características farmacocinéticas e farmacodinâmicas → não é apenas ordem cronológica - Cefalosporinas de primeira geração - Cefalosporinas de segunda geração - Cefalosporinas de terceira geração - Cefalosporinas de quarta geração - Cefalosporinas de quinta geração Reações adversas: - TGI: náuseas, vômitos e diarreia - Outras: cefaleia, tontura, mal estar, pirose, febre, nefrotoxicidade, anemia, Reações de hipersensibilidade, entre outras menos comuns. Cefalosporinas de primeira geração Muito ativas contra cocos gram-positivos e têm atividade moderada contra E. coli, Proteus mirabilis e K. pneumoniae. Não têm atividade contra H. influenzae e não agem contra estafilococos resistentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios. Os fármacos disponíveis no Brasil são cefalotina, cefazolina, cefalexina e cefadroxila. Devido à baixa toxicidade, espectro de ação, baixo custo e meia-vida prolongada, a cefazolina é recomendada na profilaxia de diversas cirurgias. Cefalosporinas de segunda geração Apresentam maior atividade contra H. influenzae, Moraxella catarrhalis, Neisseria meningitidis, Neisseria gonorrhoeae. As cefalosporinas de segunda geração disponíveis no Brasil são Cefoxitina, Cefuroxima, Axetilcefuroxima e Cefaclor. Cefalosporinas de terceira geração São mais potentes contra bacilos gram-negativos anaeróbios facultativos, e têm atividade antimicrobiana superior contra S. pneumoniae (incluindo aqueles com sensibilidade intermediária às penicilinas), S. pyogenes e outros estreptococos. Exemplos: Ceftriaxona, Cefotaxima. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Fármaco combinado Uso comum Efeito da interação Aminoglicosídios Anti-infeccioso Risco aumentado de nefrotoxicidade Anticoagulantes orais Anticoagulante Risco aumentado de sangramento Diuréticos de alça Hipertensão, redução de Aumento do nível edema sanguíneo de cefalosporina CONTRAINDICAÇÕES - Cautela em pacientes com doença renal, comprometimento hepático, distúrbio hemorrágico, gravidez (categoria B para uso na gestação) e alergia conhecida à penicilina. EFEITOS ADVERSOS Como as penicilinas, as cefalosporinas são geralmente bem toleradas. Contudo, as reações alérgicas são um problema. As cefalosporinas devem ser evitadas ou usadas com cautela em pessoas com alergia a penicilina. Dados atuais sugerem que a reatividade cruzada entre penicilinas e cefalosporinas é ao redor de 3 a 5%. A maior taxa de alergias cruzadas é entre as penicilinas e as cefalosporinas de primeira geração. 3) MONOBACTÂMICOS Representante: Aztreonam, que tem um grupamento sulfônico que ativa o anel betalactâmico levando à acetilação de transpeptidases, e consequentemente inibindo a síntese do peptideoglicano. Não é absorvido por via oral, pode ser administrado por via intramuscular ou intravenosa e tem boa distribuição tecidual. Seu efeito é limitado às bactérias Gram-negativas facultativas como as da família Enterobacteriaceae e Pseudomonas. Não deve ser usado contra cocos Gram-positivos e/ou anaeróbios, pois não apresenta atividade. Por outro lado, são resistentes às betalactamases de bactérias como Pseudomonas aeruginosa. Reações adversas ocorrem em 7% dos pacientes, mas apenas em 2% dos casos há necessidade de suspender o tratamento. 4) CARBAPENÊMICOS Representantes: Imipeném, Meropeném, Ertapeném, Doripeném Meropeném é utilizado em infecções intra-abdominais e meningite bacteriana. Imipeném-cilastatina é usado no tratamento de infecções graves, endocardite e septicemia. Doripeném é utilizado no tratamento de infecções intra- abdominais e infecções urinárias complicadas causadas por bactérias. Telavancina e oritavancina são administradas no tratamento de infecções complicadas da pele e suas estruturas, sendo ativas contra muitas cepas de estafilococos e estreptococos, incluindo microrganismos resistentes à meticilina. Os carbapenêmicos não são absorvidos por via oral, devendo ser administrados por via intravenosa ou intramuscular. Reações adversas: Reações gastrintestinais, como náuseas e vômitos, podem ocorrer. Pode haver reação cruzada em pacientes alérgicos à penicilina (1,2% dos casos). Pode ocorrer abscesso ou flebite no local de injeção. Deve-se suspeitar de abscesso se o local de injeção estiver avermelhado ou hipersensível e quente ao toque. Além disso, pode ocorrer descamação do tecido no local de injeção. Esses fármacos não são recomendados para crianças com menos de 3 meses de idade ou para mulheres durante a gravidez (categoria B para uso na gestação) ou lactação. Usados com cautela em pacientes com distúrbios do sistema nervoso central (SNC), distúrbios convulsivos e insuficiência renal ou hepática. GLICOPEPTÍDEOS Os glicopeptídios são peptídios complexos de alto peso molecular (1.500 a 2.000 dáltons) que inibem a síntese de parede celular em sítio distinto dos betalactâmicos → no estágio final de síntese do peptideoglicano. São bactericidas indicados para o tratamento de infecções causadas apenas por bactérias Gram-positivas suscetíveis, pois as bactérias Gram-negativas são naturalmente resistentes já que o alto peso molecular desses agentes impede sua entrada pelas porinas da membrana externa. Os principais representantes deste grupo são Vancomicina, Teicoplanina e Ramoplanina. GLICOPEPTÍDEOS Vancomicina: não é absorvível por via oral e é particularmente indicado para o tratamento de infecções causadas por Staphylococcus aureus MRSA ou outros Gram-positivos resistentes. Alternativa aos β-lactâmicos em pacientes alérgicos. Apresenta alta toxicidade, particularmente para o sistema auditivo e para o fígado. Não recomendado a pacientes que façam uso de anticoagulantes e na gestação (risco C). FÁRMACOS QUE ATUAM NA SÍNTESE DE PROTEÍNAS Os ribossomos são a plataforma onde os aminoácidos são polimerizados formando as cadeias polipeptídicas com base nas sequências do RNA mensageiro. Os ribossomos bacterianos são compostos por duas subunidades (30S e 50S), formadas por três subunidades menores e cerca de 52 proteínas. Os agentes antimicrobianos podem atuar nas subunidades 30S ou 50S dos ribossomos bacterianos. Entre os que agem na subunidade menor estão a tetraciclina e os aminoglicosídios, enquanto fenicóis, lincosamidas e macrolídios agem sobre a subunidade maior da estrutura bacteriana. A maior parte, como aminoglicosídios, cloranfenicol, lincosaminas, macrolídios e tetraciclinas, agem durante a fase de alongamento da cadeia polipeptídica TETRACICLINAS Bacteriostáticos com amplo espectro de ação Existem na forma de misturas hidrofílicas e lipofílicas: melhor penetração na célula bacteriana Representantes: Tetraciclina, doxiciclina, minociclina, oxitetraciclina INDICAÇÕES: Amebíase intestinal Algumas infecções cutâneas e dos tecidos moles Infecções uretrais, endocervicais ou retais por Chlamydia trachomatis Acne grave como tratamento adjuvante Infecção por Helicobacter pylori em substituição à amoxicilina e associada a metronidazol e claritromicina. TETRACICLINAS REAÇÕES ADVERSAS: - Náuseas e vômitos - Desconforto abdominal - Estomatite - Faringite - Reação de fotossensibilidade CONTRAINDICAÇÕES Paciente com hipersensibilidade reconhecida a qualquer representante deste grupo, bem como durante a gravidez, devido à possibilidade de efeitos tóxicos para o feto em desenvolvimento (categoria D para uso na gestação), durante a lactação e em crianças com menos de 9 anos de idade. PRECAUÇÕES Usadas com cautela em pacientes com comprometimento de função renal (degradação de tetraciclinas acarreta compostos altamente tóxicos para os rins) e hepática (doses superiores a 2 g/dia podem causar extremo dano ao fígado). INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Fármaco combinado Uso comum Efeito da interação Antiácidos, contendo alumínio, Alívio de pirose e desconforto Diminuição da efetividade da zinco, magnésio ou sais de gastrintestinal tetraciclina bismuto Anticoagulantes orais Anticoagulante Risco aumentado de sangramento Contraceptivos orais Contracepção Diminuição da efetividade do agente contraceptivo (sangramento de escape ou gravidez) Digoxina Controle de doença cardíaca Risco aumentado de intoxicação digitálica. AMINOGLICOSÍDEOS Representantes: canamicina, gentamicina, neomicina, espectinomicina, tobramicina e amicacina. Bactericidas de amplo espectro que se ligam de maneira irreversível a proteínas ribossomais na subunidade 30S. Para atuar no ribossomo, esses agentes devem atravessar a membrana externa da parede celular das bactérias Gram-negativas pelas porinas, e a camada de peptideoglicano nas Gram-positivas e negativas. Depois, devem cruzar a membrana citoplasmática através de enzimas respiratórias. Devido à ausência dessas enzimas na membrana de bactérias anaeróbias, os aminoglicosídios não têm ação inibitória sobre microrganismos anaeróbios estritos. Podem ser usados para redução da flora intestinal normal em pacientes submetidos à cirurgia intestinal ou coma hepático (encefalopatia hepática). Indicação: infecções por bactérias Gram-negativas resistentes a outros fármacos, como aquelas associadas a infecções nosocomiais e infecções sistêmicas graves. Agem também em Gram-positivos, com exceção dos gêneros Streptococcus e Enterococcus. Esse grupo de antimicrobianos apresenta diversos efeitos colaterais, os mais graves são neurotoxicidade, nefrotoxicidade e ototoxicidade. Monitoramento: controlar os níveis séricos do fármaco, de maneira a assegurar o efeito bactericida e evitar os efeitos colaterais. Nefrotoxicidade: proteinúria (proteínas na urina), hematúria (sangue na urina). Reversível após interrupção do fármaco. CONTRAINDICAÇÕES: Pacientes com hipersensibilidade a eles, perda auditiva preexistente, miastenia gravis e doença de Parkinson. Ototoxicidade: tinido, tontura, vertigem e perda leve Estão também contraindicados durante a grave da audição. Caso ocorra, a perda auditiva é a lactação ou a gravidez (categoria C habitualmente permanente. Ototoxicidade pode para uso na gestação, exceto neomicina, ocorrer durante a terapia ou mesmo depois de ser interrompida. amicacina, gentamicina, canamicina e tobramicina, que estão na categoria D para uso na gestação). Também são contraindicados para terapia Neurotoxicidade: dormência, formigamento da pele, prolongada, em virtude do potencial de parestesia perioral, parestesia periférica, tremores, ototoxicidade e nefrotoxicidade. espasmos musculares, convulsões, fraqueza muscular e bloqueio neuromuscular (paralisia muscular aguda e apneia). INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Fármaco combinado Uso comum Efeito da interação Cefalosporinas Agente anti-infeccioso Risco aumentado de nefrotoxicidade Diuréticos de alça Manejo de edema e retenção Risco aumentado de hídrica ototoxicidade Pancurônio e cloreto de Relaxantes musculares Risco aumentado de bloqueio suxametônio (anestésicos neuromuscular gerais) PRECAUÇÕES Aminoglicosídios devem ser utilizados com cautela em pacientes idosos, naqueles com insuficiência renal (pode haver necessidade de ajuste da dose) e com distúrbios neuromusculares. LINCOSAMIDAS Representantes: lincomicina e clindamicina. Efeito bacteriostático com espectro de ação limitado a cocos gram-positivos como Streptococcus e Staphylococcus, associados a infecções de pele, além de ser ativo contra organismos anaeróbios estritos. Esses agentes se ligam ao centro peptidil-transferase (PTC) na subunidade 50S do ribossomo, inibindo a ligação peptídica das proteínas em formação. Apresentam alto potencial de toxicidade, são habitualmente utilizadas apenas para tratamento de infecções graves, contra as quais penicilina ou eritromicina (macrolídio) não são efetivas. Podem ser usados sozinhos ou em associações com outros fármacos. REAÇÕES ADVERSAS CONTRAINDICAÇÕES Dor abdominal Recém-nascidos e para pacientes: Esofagite Hipersensíveis às lincosamidas Náuseas Em uso de cisaprida ou do Vômitos antipsicótico pimozida Diarreia Com infecções bacterianas ou virais Exantema leves. Discrasias sanguíneas Fármaco combinado Uso comum Efeito da interação Antiácido à base de caolim Alívio do desconforto Diminuição da absorção das ou alumínio gástrico lincosamidas Agentes bloqueadores Anestesia Ação aumentada do neuromusculares bloqueador neuromuscular, podendo levar a depressão respiratória grave e profunda MACROLÍDEOS Grande família de antimicrobianos bacteriostáticos usados desde os anos 1950. Representantes: Eritromicina, azitromicina, claritromicina, espiramicina, miocamicina e roxitromicina. Esses agentes se difundem através da camada de peptideoglicano e da membrana citoplasmática de bactérias Gram-positivas. No entanto, são moléculas lipofílicas grandes, que não atravessam a membrana externa da parede das bactérias Gram-negativas, cuja maioria é resistente à sua ação. MACROLÍDEOS INDICAÇÕES São efetivos como profilaxia antibacteriana de procedimentos dentários ou outros, efetuados em pacientes de alto risco alérgicos à penicilina. Também são prescritos para as seguintes condições: Ampla variedade de infecções por microrganismos Gram- negativos e Gram-positivos Acne vulgar e infecções cutâneas ERITROMICINA Infecções de vias respiratórias superiores causadas por Haemophilus influenzae (com sulfonamidas). São indicados para o tratamento de infecções por bactérias Gram-positivas em pacientes com alergia a betalactâmicos e para infecções respiratórias causadas por Pneumococcus pneumoniae, S. pyogenes, Mycoplasma e Legionella. REAÇÕES ADVERSAS Náuseas Vômitos Diarreia Dor ou cólica abdominal. Como no uso de outros antibacterianos, pode ocorrer colite pseudomembranosa PRECAUÇÕES Cautela em pacientes que apresentam disfunção hepática ou miastenia gravis. Azitromicina pode causar alteração anormal na atividade elétrica do coração (prolongamento do intervalo QT), podendo provocar arritmia fatal. Gravidez e lactação: azitromicina e eritromicina estão na categoria B para uso na gestação; claritromicina e telitromicina estão na categoria C. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Fármaco combinado Uso comum Efeito da interação Antiácidos (caolim, sais de Alívio do desconforto Diminuição da absorção e da alumínio ou magaldrato) gastrintestinal efetividade dos macrolídios Digoxina Manejo de distúrbios Aumento dos níveis séricos cardíacos Anticoagulantes Efeito anticoagulante Risco aumentado de sangramento Clindamicina, lincomicina ou Efeito anti-infeccioso Diminuição da atividade dos cloranfenicol macrolídios Teofilina Manejo de distúrbios Aumento dos níveis séricos respiratórios, como asma de teofilina OUTROS FENICOIS Agentes bacteriostáticos de amplo espectro de ação que se ligam à subunidade 50S. Representante principal: cloranfenicol. Ação: entra facilmente nas células de bactérias gram-positivas e negativas e, após atravessar a membrana citoplasmática, se liga ao centro peptidil-transferase (PTC) da subunidade 50S do ribossomo, promovendo a inibição da ligação peptídica e, consequentemente, a fase de alongamento da síntese proteica. Por serem capazes de atravessar a barreira meningoencefálica, os fenicóis podem ser usados no tratamento de meningites bacterianas. Alta toxicidade: aplasia de medula óssea e a outras alterações hematológicas, o que justifica seu uso somente em situações restritas e específicas. OUTROS Daptomicina é membro de nova categoria de agentes antibacterianos denominados lipopeptídios cíclicos. Linezolida é o primeiro agente de uma nova classe de fármacos, as oxazolidinonas. Quinupristina/dalfopristina têm ação bactericida contra estafilococos, tanto sensíveis quanto resistentes à meticilina. INDICAÇÕES Daptomicina é utilizada no tratamento de infecções bacterianas complicadas da pele e estruturas cutâneas, bem como de bacteriemia por Staphylococcus aureus. Linezolida é o fármaco de escolha para infecções da pele e suas estruturas causadas por S. aureus resistente à meticilina (MRSA). É também utilizada no tratamento de pneumonias (hospitalares e adquiridas na comunidade) por Enterococcus faecium resistente à vancomicina (VREF). Quinupristina/dalfopristina são agentes bacteriostáticos também utilizados no tratamento de infecções causadas por VREF. REAÇÕES ADVERSAS Náuseas, vômitos, diarreia ou constipação intestinal Cefaleia e tontura Insônia, calafrios, fadiga Depressão, nervosismo, fotossensibilidade. INTERAÇÕES: Linezolida: Antiplaquetários → risco aumentado de sangramento e trombocitopenia Inibidores da monoaminaoxidase (IMAO) – diminuição da efetividade Grandes quantidades de alimento contendo tiramina → risco de hipertensão grave. Daptomicina: deve ser utilizada com cautela em pacientes em uso de varfarina. Quinupristina/dalfopristina: aumento do nível sérico de fármacos como antirretrovirais, antineoplásicos e imunossupressores, bloqueadores dos canais de cálcio, benzodiazepinas e cisaprida. FÁRMACOS QUE ATUAM NA MEMBRANA CELULAR A membrana celular tem diversas funções vitais para as células bacterianas. É a barreira responsável pela separação do meio interno (citoplasma) e externo da célula, controla a entrada de nutrientes e de outras substâncias e a saída de secreções, além de conter as enzimas responsáveis pela respiração celular. É composta por proteínas imersas em bicamada fosfolipídica em um modelo de mosaico fluido cuja estrutura é estabilizada por pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas e associações iônicas de íons Mg2+ e Ca2+ com as cargas negativas dos fosfolipídios. POLIMIXINAS Agentes bactericidas que apresentam atividade de detergente catiônico. Atravessam a parede celular e, ao atingir a membrana celular, modificam sua estrutura pela retirada de íons Mg2+ e Ca2+, o que causa alteração da permeabilidade e do equilíbrio osmótico, resultando em liberação de moléculas do citoplasma e aumento da entrada de água, inibição da respiração e, por fim, morte celular. Devido à sua toxicidade, as polimixinas são geralmente empregadas para uso tópico (neurotóxicas e nefrotóxicas). Ação: bactérias gram-negativas. As bactérias gram-positivas são naturalmente resistentes. A polimixina B pode ser indicada para o tratamento de infecções oculares, tratamento tópico de feridas infectadas e em quadros sistêmicos graves de organismos resistentes a outros agentes. FÁRMACOS QUE ATUAM EM ÁCIDOS NUCLEICOS O DNA bacteriano encontra-se na região celular conhecida como nucleoide, que não é separada do citoplasma por membrana citoplasmática. A maior parte das espécies bacterianas tem um único cromossomo circular de DNA que codifica informações necessárias à sobrevivência celular. Algumas espécies bacterianas podem também carregar DNA extracromossômico, os plasmídios, cujos genes não determinam características essenciais, porém muitas vezes conferem vantagem seletiva às células que os têm, como a resistência a antimicrobianos. QUINOLONAS Representantes: ciprofloxacino, levofloxacino, moxifloxacino, gemifloxacino, norfloxacino, ofloxacino, besifloxacino. Moléculas bactericidas pequenas, hidrofílicas, capazes de atravessar a parede de bactérias gram-positivas e negativas, para atingir seu alvo. Ao atingir o DNA, formam um complexo estável que inativa a enzima DNA girase, responsável pelos cortes na fita de DNA durante o processo de enovelamento da molécula. As quinolonas de primeira geração são representadas pelo ácido nalidíxico, que apresenta atividade somente contra bactérias gram-negativas e já foi bastante utilizado para tratar infecções urinárias, por alcançar altas concentrações no local da infecção. Posteriormente, essas quinolonas foram modificadas para obtenção das fluoroquinolonas, representadas por ciprofloxacino e levofloxacino. Essas possuem amplo espectro de ação, agindo tanto em bactérias gram-negativas quanto em gram-positivas, inclusive anaeróbios estritos. Esses fármacos têm ampla distribuição nos tecidos, atingem intestinos e pulmão e são efetivos em baixas concentrações. INDICAÇÕES: Microrganismos gram-positivos e gram-negativos. São utilizadas principalmente no tratamento de: Infecções das vias respiratórias inferiores Infecções ósseas e articulares Infecções urinárias Infecções da pele Infecções sexualmente transmissíveis. Ciprofloxacino, ofloxacino e besifloxacino estão disponíveis em formas oftálmicas para tratamento de infecções oculares. REAÇÕES ADVERSAS Náuseas Diarreia Cefaleia Dor ou desconforto abdominal Tontura Fotossensibilidade CONTRAINDICAÇÕES E PRECAUÇÕES Contraindicadas para pacientes com história de hipersensibilidade, menores de 18 anos de idade e durante a gravidez (categoria C para uso na gestação). O risco de tendinite e ruptura de tendões aumenta durante a administração de fluoroquinolona. Embora isso possa ser observado em qualquer idade, indivíduos com mais de 60 anos de idade e que tomam corticosteroides correm maior risco. Fluoroquinolonas devem ser utilizadas com cautela em pacientes com diabetes melito, comprometimento renal, história de convulsões, idosos e submetidos a diálise. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Fármaco combinado Uso comum Efeito da interação Teofilina Manejo de distúrbios Nível sérico aumentado de respiratórios, como asma teofilina Cimetidina Manejo de desconforto Interfere na eliminação do gastrintestinal antibiótico Anticoagulantes orais Anticoagulante Risco aumentado de sangramento Antiácidos, sais de ferro ou Alívio de pirose e Absorção diminuída do zinco desconforto gastrintestinal antibiótico Anti-inflamatórios não Alívio de dor e inflamação Risco de atividade esteroides (AINEs) convulsiva METRONIDAZOL É um composto pequeno que se difunde através da parede celular e membrana de bactérias gram-positivas e negativas. Apresenta excelente penetração nos tecidos, ao contrário da clindamicina, muito usada contra bactérias anaeróbias, sendo capaz de atingir o fluido cerebrospinal. Além disso, tem a capacidade de penetrar e agir no conteúdo em abscessos e empiemas. O metronidazol atravessa a placenta e é excretado no leite materno, sendo, portanto, contraindicado a gestantes e lactantes O metronidazol é usado para o tratamento de infecções mistas por bactérias anaeróbias estritas, como nas diarreias por Clostridium difficile, infecções ginecológicas, infecções mistas por anaeróbios em tecido ósseo e sistema nervoso central. Disponível nas formas para uso oral, tópico e intravenoso, é quase totalmente absorvido no tubo digestivo, apresentando meia-vida plasmática de 8 h. Os principais efeitos colaterais do metronidazol são os distúrbios gastrintestinais e são raros os relatos de resistência entre as espécies normalmente suscetíveis. Sua interação com o álcool é grave. O metronidazol é metabolizado principalmente pelo fígado, originando metabólitos de baixa toxicidade. A maior parte é excretada pelos rins (60 a 80%). Em caso de doença renal e hepática concomitantes, a dose deve ser ajustada. REFERÊNCIAS GUARESCHI, Ana Paula Dias França. Medicamentos em enfermagem, farmacologia e administração. Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1 recurso online CLAYTON, Bruce D.; STOCK, Yvonne N. Farmacologia na prática de enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, xiii, 893 pFARMACOLOGIA para enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 645 FORD, Susan. Farmacologia Clínica. 11ª edição. Recurso online. MORETHSON, Priscilla. Farmacologia para clínica odontológica. Rio de Janeiro Santos 1 recurso online