Psicodiagnóstico do Adolescente - Aula 07
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This document summarizes the key aspects of adolescent psychology, specifically focusing on psychodiagnosis. The different theories and approaches to understanding adolescence are highlighted, with examples and practical advice for psychologists working with adolescents. The text also discusses the importance of considering the unique characteristics and needs of adolescents when conducting assessments and interventions.
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PSICODIA GNÓSTICO P ROF: Larissa Freire PARA ADOLESC ENTES ADOLESC ÊNCIA A adolescência é um estágio peculiar do desenvolvimento no qual se encontram em curso mudanças identitárias, corporais e sociais. Dimensionando legalmente o que estamos chamando de adolescê...
PSICODIA GNÓSTICO P ROF: Larissa Freire PARA ADOLESC ENTES ADOLESC ÊNCIA A adolescência é um estágio peculiar do desenvolvimento no qual se encontram em curso mudanças identitárias, corporais e sociais. Dimensionando legalmente o que estamos chamando de adolescência, recorremos ao ECA, que define como adolescente a pessoa com idade entre 12 anos completos e 18 incompletos. ADOLESCÊNCIA: ·Período construído historicamente; ·Marco inicial: puberdade ·Marco final: não há clareza KNOBEL (1981, P. 29-60) ELENCA UMA SÉRIE DE CARACTERÍSTICAS, QUE ELE DENOMINOU COMO SENDO SINTOMATOLÓGICAS, PARA CONSTRUIR SUA IDEIA DE SÍNDROME NORMAL DA ADOLESCÊNCIA: 1) “a busca de si mesmo e da identidade”, 2) A “TENDÊNCIA GRUPAL”, OU SEJA, A NECESSIDADE DE PERTENCIMENTO E IDENTIFICAÇÃO COM SEUS PARES, TRANSFERINDO AO GRUPO PARTE DA DEPENDÊNCIA QUE ERA, ENTÃO, ATRIBUÍDA À FAMÍLIA, CONFIGURANDO-SE COMO IMPORTANTE PROCESSO DE TRANSIÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE SUA IDENTIDADE ADULTA; 3) “NECESSIDADE DE INTELECTUALIZAR E FANTASIAR”, PARA DAR CONTA DAS PERDAS PROMOVIDAS POR ESTA ETAPA DA VIDA E, DESTA FORMA, O ADOLESCENTE SE REFUGIA EM SEUS PENSAMENTOS, EM UM PROCESSO INTENSO DE INTELECTUALIZAÇÃO E FANTASIA, COMO DEFESA DO QUE ESTÁ DEIXANDO PARA TRÁS, BUSCANDO CONTROLAR OS IMPULSOS PROMOVIDOS PELO ID; 4) “CRISES RELIGIOSAS, QUE PODEM IR DESDE O ATEÍSMO MAIS INTRANSIGENTE ATÉ O MISTICISMO MAIS FERVOROSO”; 5) “DESLOCALIZAÇÃO TEMPORAL, ONDE O PENSAMENTO ADQUIRE CARACTERÍSTICAS DE PENSAMENTO PRIMÁRIO”, OU SEJA, O ADOLESCENTE APRESENTA DIFICULDADES EM DISCRIMINAR SUAS URGÊNCIAS (ESTÁ DESLOCALIZADO EM RELAÇÃO AO TEMPO DE SUAS NECESSIDADES), COMO POR EXEMPLO: A PROVA DE AMANHÃ PODE ESPERAR, MAS A ROUPA DA FESTA, QUE ACONTECERÁ DAQUI TRÊS MESES, É URGENTE; 6) “EVOLUÇÃO SEXUAL MANIFESTA” NO QUAL, A MEDIDA EM QUE ACEITA SUA GENITALIDADE, O ADOLESCENTE INICIA A BUSCA PELO PARCEIRO SEXUAL DE FORMA TÍMIDA, MAS INTENSA; 7) “ATITUDE SOCIAL REIVINDICATÓRIA”, QUE PODEM SER A CONSOLIDAÇÃO DE SEUS PENSAMENTOS, OU SEJA, “AS INTELECTUALIZAÇÕES, FANTASIAS INCONSCIENTE, NECESSIDADES DO EGO FLUTUANTE QUE SE REFORÇA NO EGO GRUPAL, FAZEM COM QUE SE TRANSFORMEM EM PENSAMENTO ATIVO, EM VERDADEIRA AÇÃO SOCIAL, POLÍTICA, CULTURAL” (P. 55); 8) “CONTRADIÇÕES SUCESSIVAS EM TODAS AS MANIFESTAÇÕES DA CONDUTA”, OU SEJA, CERTA INSTABILIDADE QUE FAZ PARTE DO QUE O AUTOR DENOMINOU UMA ‘NORMAL ANORMALIDADE’, E ACRESCENTA QUE, QUANDO O ADOLESCENTE É EXTREMAMENTE RÍGIDO EM SUA CONDUTA, ISTO É UM SINAL DE UM ADOECIMENTO MENTAL, PORQUE UMA ADOLESCÊNCIA SAUDÁVEL PRESSUPÕE O TRÂNSITO POR DIFERENTES COMPORTAMENTOS E AÇÕES; 9) “SEPARAÇÃO PROGRESSIVA DOS PAIS”; 10) “CONSTANTES FLUTUAÇÕES DE HUMOR E ESTADO DE ÂNIMO”, RELACIONADAS À FORMA COMO O ADOLESCENTE VIVENCIA E ELABORA SEUS LUTOS INFANTIS. E, FALANDO EM ADULTOS, COMO FICAM OS PAIS DIANTE DE TODO ESSE CENÁRIO? A INCOMPREENSÃO DOS PAIS, NESTE MOMENTO DE DESPRENDIMENTO DOS FILHOS, PODE LEVAR A UMA LIBERDADE EXTREMA QUE ACABA POR GERAR NO ADOLESCENTE UM SENTIMENTO DE ABANDONO (ABERASTURY, PARA A AUTORA, OS PAIS TAMBÉM VIVENCIAM O LUTO PELA PERDA DO CORPO INFANTIL DE SEUS FILHOS, DE SUAS IDENTIDADES INFANTIS E DA RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA QUE A INFÂNCIA PROMOVIA. QUANTO AOS FILHOS ADOLESCENTES, ELES SE REBELAM E ENFRENTAM OS ADULTOS, CONSTRUINDO UMA O DESPREZO QUE O ADOLESCENTE MOSTRA FRENTE AO ADULTO É, EM PARTE, UMA DEFESA PARA ELUDIR A DEPRESSÃO QUE LHE IMPÕE O DESPRENDIMENTO DE SUAS PARTES INFANTIS, MAS É TAMBÉM UM JUÍZO DE VALOR QUE DEVE SER RESPEITADO. ALÉM DISSO, A DESIDEALIZAÇÃO DAS FIGURAS PARENTAIS O AFUNDA NO MAIS PROFUNDO DESAMPARO (...). ENTRETANTO, ESTA DOR É POUCO PERCEBIDA PELO PAIS, QUE COSTUMAM FECHAR-SE NUMA ATITUDE DE RESSENTIMENTO E REFORÇO DA AUTORIDADE, ATITUDE QUE TORNA AINDA MAIS DIFÍCIL ESTE PROCESSO (ABERASTURY, 1981, P. 16) O PSICODIAGNÓSTICO DO ADOLESCENTE ·Adolescente não é “velho demais para ser criança e jovem demais para ser adolescente”. Tem seus próprios valores, demandas e complexidade. O psicólogo que atende adolescentes precisa considerar a adolescência como estágio peculiar de desenvolvimento; ·Precisa estar ter formação e interesse no público atendido. ADOLESCENTE, LÚDICO E VERBALIZAÇÃO ·Ludicidade X Dialogicidade; ·O psicólogo com adolescentes pode se valer das seguintes estratégias: Diálogo (entrevista) Testes psicológicos adequados e validados para idade; Jogos; Desenho (se o adolescente gostar/quiser) DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO COM ADOLESCENTES ·Vínculo entre terapeuta e adolescente; ·Uso de instrumentais validados e reconhecidos, e que não “adultizem” nem “infantilizem” os adolescentes Os pais fazem parte do diagnóstico e da intervenção. DEVOLUTIVA E SIGILO ·O paciente é o adolescente, mas os pais são os responsáveis e contratantes; ·Os pais devem receber feedback do psicólogo ·Contar aos pais apenas o necessário; ·Conversar com o adolescente sobre a devolutiva para os pais. PSICANÁLI SE PARA A PSICANÁLISE, A ADOLESCÊNCIA É O PERÍODO EM QUE SE CONSOLIDA A FORMAÇÃO DO CARÁTER, OU SEJA, DA PERSONALIDADE DO INDIVÍDUO. NA TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL DE FREUD, COM A PUBERDADE, O DESENVOLVIMENTO ATINGE SEU ÁPICE, TENDO LIBIDO E OS ÓRGÃOS SEXUAIS COMO ZONAS ERÓGENAS. A ADOLESCÊNCIA TAMBÉM É VISTA NA PSICANÁLISE A PARTIR DE ERIKSON COMO UM PERÍODO DE CRISES. CRISES ESSAS QUE SE SUPERAM PELA CONSCIÊNCIA DE SI E PELO DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE. É IMPORTANTE PONTUAR QUE ESTAMOS FALANDO EM LINHAS GERAIS E CONSIDERANDO A PSICANÁLISE EM SUAS VERSÕES MAIS TRADICIONAIS. É SABIDO QUE DENTRO DA PSICANÁLISE HÁ DIVERSAS TÉCNICAS ORIUNDAS DE CORRENTES DIVERSAS, E TRAREMOS NO ESCOPO DE NOSSA DISCIPLINA O QUE CONSIDERAMOS MAIS BASILAR SOBRE A PSICANÁLISE. INTERVENÇÃO DA ADOLESCÊNCIA À LUZ DA PSICANÁLISE; Sobre a técnica de intervenção com adolescentes, é usada a associação livre, que consiste na fala com o mínimo de censura possível por parte do paciente. A CURA VEM PELA FALA, OU SEJA, MECANISMOS INCONSCIENTES SÃO DESVELADOS PELA ASSOCIAÇÃO LIVRE, E FIXAÇÕES EM FASES ANTERIORES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL SÃO DESVELADAS E TRABALHADAS. TEORIAS COGNITIVO- COMPORTA MENTAIS NAS ABORDAGENS COGNITIVO- COMPORTAMENTAIS, O MOTE INICIAL É O DE QUE O SOFRIMENTO DO PACIENTE ESTÁ MENOS LIGADO ÀS SITUAÇÕES EM SI E MAIS LIGADO AO MODO COMO ELE PROCESSA AS SITUAÇÕES VIVIDAS. DESSE MODO, O OBJETIVO DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL É LEVAR A PESSOA AO RECONHECIMENTO DE SUAS EMOÇÕES, À IDENTIFICAÇÃO DE PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS E A MUDANÇAS NA PERCEPÇÃO DAS SITUAÇÕES. ASO DESSAS ABORDAGENS: NO C TÉCNICAS: DIALOGIA, REGISTRO DE PENSAMENTOS DISFUNCIONAIS, DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA, EXERCÍCIOS DE HABILIDADES, CONTROLE DO ESTRESSE, ETC. ESCOLA: PODE SER ENVOLVIDA (COM CONSENTIMENTO); ESTRATÉGIA LÚDICA: PODEM SER USADAS ESTRATÉGIAS COMO JOGOS E ROLE-PLAYING. TEORIAS HUMANISTA S NO CASO DESSAS ABORDAGENS: Nessas abordagens, não prevalece a técnica, e sim a postura do terapeuta em ser um facilitador a partir da criação de um ambiente acolhedor. Esse ambiente acolhedor é criado a partir de posturas como: empatia e congruência. REFERÊNCIAS ASSUMPÇÃO, ALESSANDRA ALMEIDA; ET AL. A PERSPECTIVA DO ADOLESCENTE NA TEORIA COGNITIVA DE BECK. IN: NEUFELD, CARMEM BEATRIZ (ORG.). TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL PARA ADOLESCENTES: UMA PERSPECTIVA TRANSDIAGNÓSTICA E DESENVOLVIMENTAL [RECURSO ELETRÔNICO]. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2017; ABERASTURY, Arminda. O adolescente e a liberdade. In: ABERASTURY, Arminda; KNOBEL, Mauricio. Adolescência normal: um enfoque psicanalítico. Tradução de Suzana Maria Garagoray Ballve. Porto Alegre: Artmed, 1981 BEE, Helen. Os estágios psicossociais de Erikson. In: ______. A criança em desenvolvimento. Trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. 7. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. ERIKSON, Erik H. O ciclo de vida completo. Trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998 KNOBEL, Mauricio. Introdução. In: ABERASTURY, Arminda; KNOBEL, Mauricio. Adolescência normal: um enfoque psicanalítico. Tradução Suzana Maria Garagoray Ballve. Porto Alegre: Artmed, 1981.