Resumo da Aula - Farmácia Clínica para Idosos Completo PDF

Summary

Este documento resume uma aula sobre Farmácia Clínica para Idosos, cobrindo tópicos como o envelhecimento, as questões relacionadas à farmacoterapia em idosos e a importância da atenção farmacêutica nesse contexto, destacando algumas doenças comuns. Ele apresenta informações sobre fatores como polifarmácia e a necessidade de cuidados mais específicos, devido à alta prevalência de doenças crónicas em idosos.

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Farmácia Clínica para Grupos Especiais (Idosos) A população idosa tem crescido de forma significativa nas últimas décadas, refletindo um aumento na expectativa de vida e melhorias nas condições de saúde. No Brasil, estima-se que, até 2030, cerca de 30% da população terá 60 anos ou mais, o que repre...

Farmácia Clínica para Grupos Especiais (Idosos) A população idosa tem crescido de forma significativa nas últimas décadas, refletindo um aumento na expectativa de vida e melhorias nas condições de saúde. No Brasil, estima-se que, até 2030, cerca de 30% da população terá 60 anos ou mais, o que representa um desafio considerável para o sistema de saúde. Este fenômeno demográfico traz à tona questões cruciais sobre a saúde do idoso, que frequentemente enfrenta uma série de condições crônicas e complexas, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e demências, que são algumas das doenças mais prevalentes nesta faixa etária. A saúde do idoso é marcada por uma falta de integração e centralização do cuidado, resultando em atendimentos fragmentados por diversas especialidades médicas e no uso de múltiplos medicamentos. Dados indicam que os idosos representam cerca de 50% dos usuários de medicamentos no Brasil, com muitos deles utilizando de 2 a 5 fármacos diariamente. Essa polifarmácia aumenta o risco de interações medicamentosas e efeitos adversos, tornando a farmacoterapia um aspecto crítico na gestão da saúde dessa população. Diante desse cenário, a farmacoterapia se torna essencial para garantir a eficácia e a segurança dos tratamentos. É fundamental que os profissionais de saúde adotem abordagens multidimensionais e interdisciplinares, levando em consideração as particularidades farmacológicas e não farmacológicas que influenciam a resposta ao tratamento em idosos. A implementação de diretrizes, como o Critério de Beers-Fick, é uma estratégia importante para a seleção adequada de medicamentos, visando minimizar riscos e promover um envelhecimento saudável. Assim, a atenção farmacêutica se destaca como um componente vital na promoção da saúde e bem-estar dos idosos, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e um envelhecimento ativo e saudável. - Um dos fatores da polifarmácia pode envolver medicamentos repetidos. - A partir dos 30 anos já se deveria fazer acompanhamento geriátrico, pois é a idade em que se inicia o declínio fisiológico. 1) Envelhecimento: O envelhecimento é um processo gradativo, contínuo e natural que ocorre ao longo da vida, iniciando-se a partir do nascimento. Este fenômeno biológico é caracterizado por uma série de mudanças físicas, psicológicas e sociais que afetam o organismo ao longo do tempo. No contexto do envelhecimento, observa-se um declínio progressivo das capacidades físicas, que pode incluir a diminuição da força muscular, da resistência e da mobilidade, além de alterações nas funções cognitivas e emocionais. O envelhecimento também está associado a novas fragilidades, tanto físicas quanto psicológicas, que podem impactar a qualidade de vida do indivíduo. Essas mudanças podem resultar em uma maior vulnerabilidade a doenças crônicas, complicações de saúde e a necessidade de cuidados médicos mais frequentes. Portanto, o envelhecimento é um processo complexo que envolve não apenas aspectos biológicos, mas também sociais e comportamentais, exigindo uma abordagem integrada para promover a saúde e o bem-estar dos idosos. Doença Porcentagem (%) Doenças cardiovasculares 31,8 Câncer 21,6 Acidente vascular encefálico 7,9 Diabetes 3,0 3,2 Doença de Alzheimer Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) 56 – 74,2 70% Pneumonias 2) Farmacoterapia e o Papel do Farmacêutico: A farmacoterapia refere-se ao uso de medicamentos para tratar, prevenir ou diagnosticar doenças, e é uma parte fundamental do cuidado à saúde, especialmente na população idosa. Devido ao envelhecimento, os idosos frequentemente apresentam múltiplas condições de saúde, o que resulta em polifarmácia, ou seja, o uso de vários medicamentos simultaneamente. Essa situação aumenta o risco de interações medicamentosas, efeitos adversos e complicações, tornando a gestão da farmacoterapia um desafio significativo. A importância do farmacêutico no tratamento dos idosos é multifacetada:  Avaliação e Monitoramento: O farmacêutico desempenha um papel crucial na avaliação da terapia medicamentosa, monitorando a eficácia e a segurança dos medicamentos prescritos. Isso inclui a análise de possíveis interações entre fármacos e a identificação de efeitos colaterais.  Orientação e Educação: Os farmacêuticos são responsáveis por fornecer informações claras e acessíveis sobre o uso correto dos medicamentos, incluindo dosagens, horários e possíveis efeitos colaterais. Essa educação é vital para garantir que os idosos compreendam suas terapias e sigam as orientações médicas.  Ajustes de Dosagem: Devido a alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas que ocorrem com o envelhecimento, os farmacêuticos podem ajudar a ajustar as dosagens dos medicamentos para evitar toxicidade e garantir que os tratamentos sejam eficazes.  Promoção do Uso Racional de Medicamentos: O farmacêutico pode contribuir para a revisão da lista de medicamentos dos pacientes, eliminando fármacos desnecessários ou potencialmente perigosos, e promovendo alternativas mais seguras e eficazes.  Interdisciplinaridade: O farmacêutico atua como parte de uma equipe multidisciplinar, colaborando com médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde para desenvolver planos de tratamento integrados que atendam às necessidades específicas dos idosos.  Prevenção de Doenças: Além de tratar condições existentes, os farmacêuticos podem ajudar na prevenção de doenças, orientando sobre vacinas, suplementação e mudanças no estilo de vida que podem melhorar a saúde geral dos idosos. Em resumo, a farmacoterapia é essencial para o manejo da saúde dos idosos, e o farmacêutico desempenha um papel vital na otimização do uso de medicamentos, garantindo que os tratamentos sejam seguros, eficazes e adaptados às necessidades individuais dessa população. A atuação do farmacêutico não apenas melhora os resultados de saúde, mas também contribui para a qualidade de vida dos idosos. - Erro de dose por minimamente que seja é prejudicial, somente por ser idoso - Corte e maceração são exemplos de PRM detectados nas entrevistas com os idosos. 3) Ações Multidisciplinares: Essas ações entre profissionais da saúde podem auxiliar no diagnóstico e no tratamento dos pacientes, além do uso de teste reconhecidos e fidedignos no diagnóstico. 4) Avaliação Geriátrica Ampla (AGA): A Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) é uma abordagem multidimensional e interdisciplinar que visa avaliar de forma abrangente a saúde de idosos. Essa avaliação é fundamental para identificar as necessidades específicas dessa população e planejar intervenções adequadas. A seguir, estão as características, objetivos e diferenças da AGA em relação ao exame clínico padrão.  Características da AGA:  Multidimensionalidade: A AGA considera diversos aspectos da saúde do idoso, incluindo condições médicas, funcionalidade, cognição, estado emocional, social e ambiental. Essa abordagem holística permite uma compreensão mais completa do paciente.  Interdisciplinaridade: A AGA envolve uma equipe de profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais, que colaboram para realizar uma avaliação integrada e desenvolver um plano de cuidado.  Uso de Instrumentos Padronizados: A AGA utiliza escalas e testes quantitativos para avaliar diferentes domínios, como a capacidade funcional, a cognição e a qualidade de vida. Isso proporciona dados objetivos que podem ser monitorados ao longo do tempo.  Baixo Custo  Objetivos da AGA:  Identificação de Problemas de Saúde: A AGA busca identificar condições médicas, problemas funcionais e sociais que possam impactar a saúde e a qualidade de vida do idoso.  Planejamento de Intervenções: Com base nos dados coletados, a AGA permite a elaboração de um plano de cuidado individualizado, que pode incluir intervenções médicas, terapias e suporte social.  Promoção da Autonomia e Qualidade de Vida: Um dos principais objetivos da AGA é promover a autonomia do idoso, ajudando-o a manter ou melhorar sua qualidade de vida e funcionalidade.  Prevenção de Complicações: A AGA também visa prevenir complicações associadas a doenças crônicas e à fragilidade, promovendo intervenções precoces e adequadas.  Diferença entre AGA e Exame Clínico Padrão:  Abrangência: O exame clínico padrão geralmente se concentra em aspectos físicos e médicos, enquanto a AGA abrange uma avaliação mais ampla, incluindo fatores sociais, emocionais e funcionais.  Objetivos: O exame clínico padrão tem como objetivo principal diagnosticar doenças e condições médicas, enquanto a AGA busca entender o impacto dessas condições na vida do idoso e planejar intervenções que melhorem sua qualidade de vida.  Equipe Interdisciplinar: A AGA envolve uma equipe multidisciplinar, enquanto o exame clínico padrão pode ser realizado por um único profissional de saúde, geralmente um médico.  Uso de Instrumentos: A AGA utiliza escalas e testes padronizados para uma avaliação mais detalhada, enquanto o exame clínico padrão pode depender mais da avaliação subjetiva do profissional. Em resumo, a Avaliação Geriátrica Ampla é uma ferramenta essencial para o cuidado de idosos, permitindo uma abordagem holística e integrada que vai além do exame clínico padrão, focando na promoção da saúde e na melhoria da qualidade de vida dessa população. - Objetivo da AGA: Diagnóstico global, ferramentas para traçar estratégias para o devido planejamento do tratamento do paciente. - Homens idosos costumam ser menos cuidados com seu declínio fisiológico do que mulheres. - Qualidade de vida é relativa de pessoa para pessoa. Nunca se pode afirma que você melhorou a qualidade de vida, essa deve ser devidamente observada. - Idosos frágeis = Declínio mais avançado. 5) Avaliação da Capacidade Funcional: A avaliação da capacidade funcional é um componente crucial da Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) e se concentra em determinar o potencial do idoso para realizar atividades diárias de forma independente. Essa avaliação é fundamental para entender como as condições de saúde afetam a vida cotidiana do idoso e para planejar intervenções que possam melhorar sua autonomia e qualidade de vida.  Objetivos da Avaliação da Capacidade Funcional:  Identificar Limitações: A avaliação busca identificar quaisquer limitações que o idoso possa ter em realizar atividades diárias, o que pode incluir dificuldades físicas, cognitivas ou emocionais.  Planejamento de Intervenções: Compreender a capacidade funcional do idoso permite que os profissionais de saúde desenvolvam planos de cuidado personalizados que abordem as necessidades específicas do paciente.  Monitoramento da Evolução: A avaliação da capacidade funcional pode ser repetida ao longo do tempo para monitorar mudanças na condição do idoso e a eficácia das intervenções implementadas.  Principais Elementos da Avaliação da Capacidade Funcional:  Atividades de Vida Diária (AVD): Refere-se às atividades básicas que uma pessoa realiza para cuidar de si mesma, como: o Banho (Se sabe tomar banho direito) o Vestir-se (Meias são um problema, pois envolvem agachamento – hipotensão ortostática). o Alimentar-se o Higiene pessoal o Mobilidade (levantar-se, andar) AVD envolve função executiva – Capacidade de fazer sozinho(a).  Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD): Envolve atividades mais complexas que permitem ao idoso viver de forma independente na comunidade, como: o Preparar refeições o Fazer compras o Gerenciar finanças (Capacidade de fazer cálculos / lado esquerdo do cérebro) o Usar o telefone o Realizar tarefas domésticas o Cozinhar o Lavar louça o Atividades manuais (Um dos hemisférios cerebrais deve estar preservado) o Lavar roupas (No estilo manual / exige força) o Arrumar a cama (Movimento de esticar o lençol) o Varrer a casa {+ Cuidado/ > índice de acidentes, devido ao movimento feito pode causar vertigens (provocada pelos medicamentos)} - Cozinhar e lavar a louça envolvem funcionalidade e utilidade. - Paternalismo: O ato de impedir os idosos de não realizarem determinadas atividades por zelo não é aconselhável por retirar a funcionalidade deles. Autonomia: Refere-se à capacidade do idoso de tomar decisões e agir de forma independente em sua vida cotidiana. A autonomia é um indicador importante da qualidade de vida e do bem-estar do idoso. - Poder de decisão do idoso tem efeito sobre o humor dele. - Incluir idosos em atividades básicas melhora o humor deles. - O poder de decisão nem sempre é respeitado pela família Mobilidade: Avalia a capacidade do idoso de se mover de forma segura e eficaz, tanto dentro de casa quanto em ambientes externos. Isso inclui a habilidade de caminhar, subir escadas e se locomover sem assistência. - Postura e Marcha (Alguns tipos indicam Parkison). - Andar que traduz Parkison (Não consegue dar o primeiro passo pela manhã). - Risco de queda do idoso. Comunicação: Envolve a capacidade do idoso de se comunicar efetivamente, tanto verbalmente quanto por meio de outros meios, o que é essencial para interações sociais e para buscar ajuda quando necessário. Cognição: A avaliação da capacidade cognitiva é importante, pois problemas de memória, atenção e raciocínio podem impactar a capacidade funcional do idoso. - Memória (Memória retrograda e memória de curto prazo – memória curta comprometida é mais preocupante - pode ser indicativo de demência) - Função executiva (Ordens/Procedimentos/Ações) - Linguagem (Dificuldade de pronunciar palavras – lembranças das pronuncias) - Praxia (Gestos/ movimentos da língua – pode comprometer a linguagem) - Gnosia (Informações sensoriais/memória sensorial) - Função visuoespacial (Capacidade de lateralidade do foco visual) Humor: O estado emocional do idoso pode influenciar sua motivação e disposição para realizar atividades diárias. A avaliação do humor é, portanto, um elemento relevante na compreensão da capacidade funcional. Em resumo, a avaliação da capacidade funcional é uma ferramenta essencial para entender como as condições de saúde afetam a vida diária do idoso. Ao focar em AVDs, AIVDs e outros elementos como autonomia, mobilidade, comunicação, cognição e humor, os profissionais de saúde podem desenvolver intervenções que promovam a independência e a qualidade de vida do paciente idoso. Urgência miccional: Vertigem - Queda 6) Mini Exame de Estado Mental (MEEM): O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é uma ferramenta amplamente utilizada para avaliar a função cognitiva de indivíduos, especialmente em populações idosas. O exame é projetado para detectar déficits cognitivos e monitorar mudanças ao longo do tempo, sendo uma parte importante da avaliação geriátrica.  Objetivos do Mini Exame do Estado Mental:  Avaliação Cognitiva: O MEEM ajuda a identificar problemas de memória, atenção, linguagem, e outras funções cognitivas.  Detecção de Demência: É frequentemente utilizado como um dos primeiros passos na detecção de demência e outras condições que afetam a cognição.  Monitoramento: O exame pode ser repetido em intervalos regulares para monitorar a progressão de doenças cognitivas ou a eficácia de intervenções.  Estrutura do Mini Exame do Estado Mental: O MEEM é composto por uma série de perguntas e tarefas que avaliam diferentes aspectos da função cognitiva. Os principais componentes incluem:  Orientação: Avalia a capacidade do indivíduo de se orientar no tempo e no espaço. Perguntas típicas incluem:  Em que ano estamos?  Em que mês estamos?  Em que dia da semana estamos?  Em que cidade e estado estamos?  Registro: O examinador pede ao paciente para repetir uma lista de palavras (geralmente três) após uma breve pausa. Isso avalia a capacidade de atenção e memória imediata.  Atenção e Cálculo: O paciente é solicitado a realizar uma tarefa de subtração, como subtrair 7 de 100 e continuar subtraindo 7 do resultado. Isso avalia a atenção e a capacidade de cálculo.  Recordação: Após um intervalo, o paciente deve lembrar as palavras que foram apresentadas anteriormente, avaliando a memória de curto prazo.  Linguagem: O exame inclui tarefas que avaliam a capacidade de nomear objetos, repetir frases e seguir comandos simples. Observar a capacidade e a facilidade de escrita  Interpretação dos Resultados: O MEEM é pontuado, com um total máximo de 30 pontos. A interpretação dos resultados é geralmente a seguinte:  27-30 pontos: Função cognitiva normal.  21-26 pontos: Indica comprometimento leve da função cognitiva.  10-20 pontos: Sugere comprometimento moderado.  Menos de 10 pontos: Indica comprometimento severo. Considerações Finais: O Mini Exame do Estado Mental é uma ferramenta prática e eficaz para a avaliação da função cognitiva em idosos. No entanto, é importante lembrar que o MEEM não é um diagnóstico definitivo. Resultados anormais devem ser seguidos por avaliações mais detalhadas e diagnósticos clínicos para determinar a causa subjacente das dificuldades cognitivas. 7) Teste do Relógio: O Teste do Relógio é uma ferramenta simples e rápida utilizada para avaliar funções cognitivas, especialmente as relacionadas à percepção visuo-espacial e à função executiva. É frequentemente aplicado em contextos clínicos para detectar disfunções cognitivas, como as que ocorrem em demências.  Objetivos do Teste do Relógio:  Avaliação da Função Executiva: O teste ajuda a identificar dificuldades na capacidade de planejamento e organização, que são frequentemente afetadas em condições como a demência.  Detecção de Disfunções Cognitivas: Pode ser utilizado para detectar problemas cognitivos que não são evidentes em outros testes, como o Mini Exame do Estado Mental (MEEM).  Monitoramento de Progressão: O teste pode ser repetido ao longo do tempo para monitorar a progressão de distúrbios cognitivos.  Estrutura do Teste do Relógio  O procedimento do Teste do Relógio é bastante simples e envolve as seguintes etapas:  Instrução: O paciente é solicitado a desenhar um mostrador de relógio, incluindo todos os números de 1 a 12, e a posicionar os ponteiros para indicar uma hora específica (geralmente, 10:10 ou outra hora definida pelo examinador). - Relógios parados marcam 10:10 (padrão de referência no desenho). - Pacientes com scores normais no MEEM podem ter severas limitações funcionais demonstradas nesse teste.  Avaliação do Desenho: O desenho é avaliado com base em critérios específicos, que incluem:  Desenho do círculo correto: 1 ponto  Números na posição correta: 1 ponto  Inclusão de todos os 12 números: 1 ponto  Ponteiros na posição correta: 1 ponto Pontuação: A pontuação total varia de 0 a 4 pontos. Pontuações abaixo de 4 pontos indicam a necessidade de uma investigação mais aprofundada das funções cognitivas do paciente.  Interpretação dos Resultados:  Pontuação Alta (4 pontos): Sugere que o paciente tem uma função cognitiva adequada em relação à percepção visuo-espacial e à função executiva.  Pontuação Baixa (menos de 4 pontos): Indica a presença de disfunções cognitivas que podem necessitar de uma avaliação mais detalhada e de intervenções adicionais.  Vantagens do Teste do Relógio:  Simplicidade e Rapidez: O teste pode ser realizado em apenas 2 minutos, tornando-o prático para uso em consultórios e ambientes clínicos.  Alta Sensibilidade e Especificidade: O Teste do Relógio apresenta uma sensibilidade superior a 86% e uma especificidade acima de 96% quando comparado a outros instrumentos de avaliação cognitiva, o que o torna um método confiável para a detecção de disfunções cognitivas. Considerações Finais: O Teste do Relógio é uma ferramenta valiosa na avaliação cognitiva, especialmente em idosos. Sua simplicidade e eficácia o tornam um recurso útil para profissionais de saúde que buscam identificar e monitorar problemas cognitivos em seus pacientes.  Sensibilidade refere-se à capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que possuem a doença, ou seja, a porcentagem de verdadeiros positivos entre todos os doentes. Uma alta sensibilidade significa que poucos doentes são erroneamente classificados como saudáveis.  Especificidade, por outro lado, mede a capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que não têm a doença, ou seja, a porcentagem de verdadeiros negativos entre todos os saudáveis. Um teste com alta especificidade indica que poucos saudáveis são erroneamente classificados como doentes. 8) Escala de Depressão Geriátrica: A Escala de Depressão Geriátrica (Geriatric Depression Scale - GDS), também conhecida como a Escala de Yesavage, é uma ferramenta de triagem projetada para identificar sintomas de depressão em idosos. É amplamente utilizada devido à sua eficácia e facilidade de aplicação. “De cada 10 idosos, 8 tem depressão” 9) Estado e Risco Nutricional: O estado de risco nutricional em pacientes idosos é uma avaliação importante que busca identificar a presença de desnutrição ou a possibilidade de seu desenvolvimento. Essa avaliação é crucial, pois a nutrição adequada é fundamental para a manutenção da saúde e da qualidade de vida na terceira idade.  Grupos Etários e Riscos Nutricionais: A avaliação do estado nutricional em idosos pode ser dividida em dois grupos etários principais:  Idosos de 60 a 69 anos: Este grupo apresenta uma alta prevalência de sobrepeso, o que pode estar associado a uma dieta inadequada e a um estilo de vida sedentário.  Idosos de 70 anos ou mais: Neste grupo, observa-se uma alta prevalência de baixo peso, que pode ser resultado de múltiplos fatores, incluindo doenças crônicas, dificuldades de mastigação e deglutição, e alterações no apetite. (A perda nesse grupo é de massa muscular e não de gordura).  Fatores a Serem Avaliados: Para uma avaliação completa do estado nutricional, é importante considerar diversos fatores, incluindo:  Fatores de Risco: Identificar condições que podem predispor o idoso à desnutrição, como doenças crônicas, problemas de mobilidade, e isolamento social.  Antropometria: Medidas físicas, como peso, altura e circunferência da cintura, são utilizadas para calcular o índice de massa corporal (IMC) e avaliar a composição corporal.  Avaliação Laboratorial: Exames de sangue podem ser realizados para verificar níveis de proteínas (como albumina), colesterol, e funções hepáticas e renais, que são indicadores importantes do estado nutricional.  Importância da Avaliação do Estado Nutricional:  Prevenção de Complicações: A desnutrição pode levar a complicações sérias, como fraqueza muscular, aumento do risco de quedas, infecções e hospitalizações.  Intervenção Precoce: Identificar o risco nutricional permite que intervenções sejam implementadas precocemente, como ajustes na dieta, suplementação nutricional, ou encaminhamentos para nutricionistas.  Melhoria da Qualidade de Vida: Uma nutrição adequada pode melhorar a energia, a função cognitiva e a capacidade de realizar atividades diárias, contribuindo para uma melhor qualidade de vida. Conclusão: O estado de risco nutricional é um aspecto crítico na avaliação da saúde de idosos. A identificação precoce de problemas nutricionais e a implementação de intervenções adequadas são essenciais para promover a saúde e o bem-estar dessa população. 10) Fatores Associados ao Envelhecimento que Determinam as Respostas aos Fármacos: Os fatores associados ao envelhecimento que determinam as respostas aos fármacos são diversos e complexos, refletindo as mudanças fisiológicas, metabólicas e sociais que ocorrem com o avanço da idade. Esses fatores podem influenciar tanto a eficácia quanto a segurança dos medicamentos em pacientes idosos. Abaixo estão os principais fatores a serem considerados: 10.1) Fatores Farmacológicos:  Modificações Farmacocinéticas: As alterações na farmacocinética referem-se a como o corpo absorve, distribui, metaboliza e excreta os medicamentos. As principais mudanças incluem:  Absorção: A absorção de medicamentos pode ser alterada devido a mudanças na motilidade gastrointestinal, pH gástrico e fluxo sanguíneo intestinal. Por exemplo, a absorção de alguns medicamentos pode ser reduzida em idosos devido a um esvaziamento gástrico mais lento.  Distribuição: A composição corporal muda com a idade, com aumento da gordura corporal e diminuição da massa muscular e da água corporal. Isso pode afetar a distribuição de medicamentos lipofílicos (que leva ao aumento do volume distribuição desses meds) e hidrofílicos (menor volume de distribuição/ maior concentração plasmática).  Metabolismo: O metabolismo hepático pode ser reduzido em idosos, resultando em uma diminuição da biotransformação de medicamentos. Isso pode levar a um aumento da meia-vida dos fármacos e, consequentemente, a um risco maior de toxicidade.  Excreção: A função renal tende a declinar com a idade, o que pode afetar a excreção de medicamentos. A diminuição da taxa de filtração glomerular (TFG) pode resultar em acúmulo de fármacos que são eliminados principalmente pelos rins. (Recomenda-se ingerir mais líquidos) Diminuição da síntese de albumina (15 a 30%) - diminui ligação farmaco-albumina levando a maior porção livre do med no organismo toxicidade – toxicidade. - Entre os idosos, a redução da massa muscular resulta em menor produção endógena de creatinina, e assim, níveis de creatinina sérica normais podem mascarar alterações da função renal. - Velocidade de Filtração Glomerular diminuída em 35 a 40% aos 70 anos, quando comparado aos 20 anos de idade.  Modificações Farmacodinâmicas: As alterações farmacodinâmicas referem-se a como os medicamentos afetam o corpo. Com o envelhecimento, pode haver:  Alterações na Sensibilidade: Os idosos podem apresentar uma maior ou menor sensibilidade a certos medicamentos. Por exemplo, podem ser mais sensíveis aos efeitos sedativos de benzodiazepínicos ou menos responsivos a medicamentos anti-hipertensivos.  Interações Medicamentosas: O uso de múltiplos medicamentos (polifarmácia) é comum em idosos e aumenta o risco de interações medicamentosas, que podem alterar a eficácia e a segurança dos tratamentos. 10.2) Fatores Não Farmacológicos:  Adesão ao Tratamento: A adesão ao regime de medicamentos pode ser afetada por fatores como complexidade do regime, efeitos colaterais, e a capacidade do paciente de lembrar de tomar os medicamentos.  Condições de Saúde Comórbidas: A presença de múltiplas condições de saúde pode complicar o tratamento e a resposta aos medicamentos, exigindo uma abordagem mais cuidadosa na escolha e na dosagem dos fármacos.  Função Cognitiva: Alterações na função cognitiva podem impactar a capacidade do idoso de entender e seguir as instruções de medicação, aumentando o risco de erros na administração.  Estado Emocional: A depressão e a ansiedade, comuns em idosos, podem influenciar a percepção de dor e a resposta ao tratamento. - Apresentações atípicas da doença, omissão dos sintomas, queixas múltiplas e vagas. - Coexistência de múltiplas enfermidades (físicas e psicológicas) que interagem de forma complexa e dificultam o diagnóstico. - Dificuldade na aderência do tratamento resultado da deficiência nos órgãos dos sentidos e alterações cognitivas. - Mal cumprimento das prescrições devido a fatores culturais e econômicos (meds caros). - Uso de numerosos medicamentos (polifarmácia), a princípio prescritos por diferentes médicos e/ou por automedicação; - Modificação da dose pelo próprio paciente de acordo com os seus sintomas (fator que requer maior cuidado). Conclusão: Os fatores associados ao envelhecimento que determinam as respostas aos fármacos são multifacetados e exigem uma abordagem individualizada no tratamento de idosos. A compreensão dessas variáveis é crucial para otimizar a terapia medicamentosa e minimizar riscos, garantindo um tratamento seguro e eficaz. 11) Cuidados na Farmacocinética:  Fármacos Lipossolúveis e Hidrossolúveis:  Fármacos lipossolúveis (como diazepam e clordiazepóxido) tendem a ter um maior volume de distribuição em idosos. Isso significa que esses medicamentos podem se acumular nos tecidos adiposos, prolongando seus efeitos e aumentando o risco de toxicidade.  Fármacos hidrossolúveis (como digoxina) apresentam um volume de distribuição reduzido, o que pode resultar em concentrações mais altas no plasma e, consequentemente, maior risco de efeitos adversos.  Níveis de Albumina Plasmática: A redução dos níveis de albumina plasmática em idosos pode levar a um aumento da fração livre de medicamentos que se ligam a proteínas, como cimetidina e furosemida. Isso significa que uma maior quantidade do fármaco ativo está disponível no organismo, o que pode aumentar o risco de toxicidade.  Margem Terapêutica: Para fármacos que se ligam a proteínas, a aumento da fração livre nos idosos pode resultar em uma redução da margem terapêutica, aumentando o risco de efeitos tóxicos. Isso requer monitoramento cuidadoso e, possivelmente, ajustes de dose.  Fármacos com Estreita Margem Terapêutica: Fármacos com estreita margem terapêutica são aqueles cuja diferença entre a dose eficaz e a dose tóxica é pequena. Isso significa que pequenas variações na dose ou na concentração do fármaco no organismo podem resultar em efeitos terapêuticos inadequados ou em toxicidade. Exemplos:  Aminoglicosídeos: Antibióticos que podem causar toxicidade renal e auditiva.  Atenolol: Um beta-bloqueador usado para hipertensão e doenças cardíacas.  Digoxina: Usada para insuficiência cardíaca e arritmias, com risco de toxicidade cardíaca.  Lítio: Usado no tratamento de transtorno bipolar, com risco de toxicidade renal e neurológica.  Cimetidina: Um antagonista do receptor H2, que pode causar efeitos colaterais em doses elevadas.  Clorpropamida: Um antidiabético que pode causar hipoglicemia.  Procainamida: Um antiarrítmico que pode causar efeitos adversos cardíacos. Devido à sua estreita margem terapêutica, esses fármacos requerem monitoramento rigoroso dos níveis plasmáticos e ajustes de dose conforme necessário, especialmente em idosos, que podem ter alterações na farmacocinética que afetam a eliminação e a eficácia do medicamento. O que determina as alterações de doses são os exames clínicos.  Fármacos que Devem Ser "Vigiados": Fármacos que devem ser "vigiados" são aqueles que, devido ao seu perfil de efeitos colaterais, potencial de interações medicamentosas ou risco de toxicidade, requerem atenção especial durante o tratamento. Exemplos:  Benzodiazepinas (como diazepam, clordiazepóxido, alprazolam): Podem causar sedação excessiva, dependência e efeitos cognitivos adversos.  Quinidina: Um antiarrítmico que pode causar arritmias e toxicidade cardíaca.  Propranolol: Um beta-bloqueador que pode causar bradicardia e hipotensão.  Lidocaína: Usada como anestésico local e antiarrítmico, com risco de toxicidade neurológica.  Nortriptilina e Amitriptilina: Antidepressivos tricíclicos que podem causar sedação, confusão e efeitos anticolinérgicos.  Carbamazepina: Um anticonvulsivante que pode causar toxicidade hematológica e interações medicamentosas.  Teofilina: Usada para asma, com risco de toxicidade cardíaca e gastrointestinal.  Tolbutamina: Um antidiabético que pode causar hipoglicemia. Esses fármacos exigem monitoramento cuidadoso para detectar efeitos adversos precocemente e ajustar a terapia conforme necessário. A vigilância é especialmente crítica em idosos, que podem ser mais suscetíveis a reações adversas devido a alterações na farmacocinética e farmacodinâmica. 12) Reações Adversas aos Medicamentos: As reações adversas a medicamentos podem ser classificadas em dois tipos principais:  Reações Tipo A (Previsíveis): Essas reações são previsíveis e geralmente relacionadas à dose do medicamento. Exemplos incluem:  Irritação Gástrica: Com o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), que podem causar gastrite ou úlceras.  Hipotensão: Com o uso de anti-hipertensivos, que pode levar a quedas e fraturas.  Reações Tipo B (Idiossincráticas): Essas reações são menos comuns, não previsíveis e não estão relacionadas à dose. Elas podem ocorrer devido a fatores genéticos ou mecanismos desconhecidos. Exemplos incluem:  Reações Alérgicas: Como erupções cutâneas ou anafilaxia.  Efeitos Colaterais Inesperados: Como delírio induzido por antidepressivos tricíclicos ou sedativos.  Exemplos de Reações Adversas Comuns em Idosos:  Anticolinérgicos: Podem causar constipação, retenção urinária e delírio.  Diuréticos: Podem levar a desidratação, hiponatremia e hipopotassemia.  Antidepressivos Tricíclicos: Podem causar sedação excessiva, taquicardia e alterações cognitivas.  Bloqueadores dos Canais de Cálcio: Podem resultar em menor contratilidade cardíaca e arritmias. - Delírios em idosos podem ser confundidos com demência - Hipotensão estrutural: Pode estar relacionada com esforço físico ou uso de medicamentos. - Incontinência Urinária pode levar a constrangimento e depressão. As RAM são efeitos indesejados e prejudiciais que ocorrem em resposta ao uso de medicamentos. Em idosos, a incidência de RAM é maior devido a fatores como polifarmácia, alterações fisiológicas relacionadas à idade e comorbidades.  Fatores Contribuintes:  Polifarmácia: O uso de múltiplos medicamentos (geralmente mais de cinco) aumenta o risco de interações medicamentosas e efeitos adversos.  Alterações Fisiológicas: Mudanças na farmacocinética (absorção, distribuição, metabolismo e excreção) e farmacodinâmica (resposta do organismo ao fármaco) podem levar a uma maior suscetibilidade a RAM.  Comorbidades: A presença de várias condições de saúde pode complicar o tratamento e aumentar o risco de RAM.  Relacionamento com o Médico:  Importância da Comunicação: Um relacionamento aberto e eficaz entre o médico e o paciente idoso é fundamental para a identificação e gestão de RAM. A comunicação clara permite que o médico compreenda melhor as preocupações do paciente, seus sintomas e a adesão ao tratamento.  Educação do Paciente: Os médicos devem educar os pacientes sobre os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos, a importância da adesão ao tratamento e a necessidade de relatar qualquer sintoma novo ou inesperado.  Avaliação Regular: Consultas regulares são essenciais para revisar a lista de medicamentos, avaliar a eficácia do tratamento e ajustar as doses conforme necessário. Isso ajuda a prevenir a ocorrência de RAM e a garantir que o tratamento permaneça seguro e eficaz.  Cascata de Prescrição: A cascata de prescrição refere-se ao fenômeno em que um medicamento é prescrito para tratar os efeitos colaterais de outro medicamento. Isso pode levar a um ciclo de polifarmácia e aumento do risco de RAM.  Exemplo de Cascata: Um paciente idoso pode começar a tomar um antidepressivo que causa sonolência. Para gerenciar essa sonolência, o médico pode prescrever um estimulante, que pode, por sua vez, causar ansiedade. Para tratar a ansiedade, outro medicamento pode ser adicionado, e assim por diante. Esse ciclo pode resultar em uma lista extensa de medicamentos, aumentando o risco de RAM.  Para evitar a cascata de prescrição, é importante que os médicos: o Realizem uma avaliação completa do paciente antes de iniciar novos medicamentos. o Considerem alternativas não farmacológicas para o manejo de sintomas. o Revisem regularmente a terapia medicamentosa e ajustem conforme necessário, priorizando a desprescrição quando apropriado. Os sintomas extrapiramidais referem-se a um conjunto de sinais e sintomas motores que resultam de disfunções nos sistemas extrapiramidais do cérebro, que são responsáveis pelo controle e coordenação dos movimentos. Esses sintomas são frequentemente associados ao uso de medicamentos antipsicóticos, mas também podem ocorrer em condições neurológicas, como a Doença de Parkinson.  Principais Sintomas Extrapiramidais: o Tremor: Movimentos involuntários e rítmicos, frequentemente observados nas mãos. o Rigidez: Aumento do tônus muscular, resultando em resistência ao movimento passivo. o Bradicinesia: Lentidão nos movimentos voluntários, dificultando a execução de tarefas motoras. o Distonia: Contrações musculares involuntárias que podem causar posturas anormais. o Acatisia: Sensação de inquietude e a necessidade de se mover constantemente.  Causas: Os sintomas extrapiramidais podem ser causados por: o Medicamentos: Antipsicóticos (especialmente os de primeira geração), antieméticos e outros medicamentos que afetam a dopamina. o Doenças Neurológicas: Como a Doença de Parkinson, que é caracterizada pela degeneração de neurônios dopaminérgicos. o Outras Condições: Como lesões cerebrais ou distúrbios metabólicos. Importância Clínica: Os sintomas extrapiramidais são importantes a serem monitorados, especialmente em pacientes que estão em tratamento com antipsicóticos, pois podem impactar significativamente a qualidade de vida e a adesão ao tratamento. 13) Seleção de Medicamentos – Critério de Beers Fick: A seleção de medicamentos para idosos deve ser feita com cautela, considerando as particularidades dessa população. Os critérios a serem observados incluem:  Critérios para Seleção de Medicamentos em Idosos:  O fármaco e a forma farmacêutica são adequados para esse paciente?  A posologia padrão é adequada?  A duração-padrão do tratamento é adequada?  Critério de Beers Fick: O Critério de Beers, desenvolvido por uma equipe liderada pela Dra. Mark H. Beers, é uma ferramenta amplamente utilizada para ajudar na seleção de medicamentos para idosos. Este critério fornece diretrizes sobre quais medicamentos devem ser evitados ou usados com cautela em pacientes mais velhos. Os principais pontos incluem:  Medicamentos Não Indicados: Lista de medicamentos que são considerados inapropriados para uso em idosos devido ao alto risco de efeitos adversos e à disponibilidade de alternativas mais seguras.  Medicamentos Raramente Apropriados: Medicamentos que podem ser usados em idosos, mas que devem ser prescritos com cautela e apenas em situações específicas.  Medicamentos com Indicação Restrita: Medicamentos que podem ser utilizados em idosos, mas que têm indicações muito específicas e devem ser monitorados de perto.  Interações Medicamentosas: O critério também considera as interações medicamentosas que podem ser particularmente problemáticas em idosos, ajudando os médicos a evitar combinações perigosas.  Recomendações de Monitoramento: O Critério de Beers sugere que os médicos monitorem de perto os pacientes que estão usando medicamentos da lista, para detectar e gerenciar possíveis reações adversas. Os medicamentos classificados pelo Critério de Beers Fick são divididos em três categorias: não indicados, raramente apropriados e com indicações restritas.  Medicamentos Não Indicados: Esses medicamentos são considerados inapropriados para uso em idosos devido ao alto risco de efeitos colaterais. Exemplos incluem:  Sedativos e hipnóticos: Barbitúricos como Gardenal® (Fenobarbital), Epidona® (Primidona), e Hypnol® (Pentobarbital).  Analgésico opióide: Dolantina® (Petidina).  Benzodiazepínicos: Dalmadorm® (Flurazepam).  Medicamentos Raramente Apropriados: Esses medicamentos podem ser utilizados, mas devem ser prescritos com cautela. Exemplos incluem:  Relaxantes musculares: Carisoprodol (Dorilax®, Mionevrix®, Paceflex®, Tandrilax®) e Ciclobenzaprina (Miosan®, Mirtax®, Dolamin Flex®).  Benzodiazepínicos: Diazepam (Psicosedin®, Limbitrol®).  Medicamentos com Indicações Restritas: Esses medicamentos têm indicações muito específicas e devem ser usados com cautela. Exemplos incluem:  Sedativos e hipnóticos: Amitriptilina (Tryptanol®).  Anti-histamínicos: Difenidramina (Naldecon®, Prurizin®, Fenergan®).  Anti-hipertensivo: Metildopa (Aldomed®). Essas classificações ajudam os profissionais de saúde a tomar decisões informadas sobre a prescrição de medicamentos para idosos, minimizando riscos e promovendo um tratamento mais seguro. 14) Doenças Mais Comuns em Idosos: Dentre as doenças mais comuns em idosos incluem hipertensão, diabetes mellitus, artrite, doenças cardiovasculares, demência e depressão.  Depressão:  7 de cada 10 idosos têm sido diagnosticados com depressão.  Se este diagnóstico é antigo, pode ser que tenha evoluído para demência (Tristeza profunda e ininterrupta, evolui muito fácil para demência).  Depressão demência mudanças de humor (pseudo demência) – (Muito confundido com Alzheimer – Deterioração no lobo frontal - É preciso fazer uma ressonância magnética).  Farmacoterapia:  Em geral, se dá um antidepressivo e acompanha o paciente, se existe melhora, então há a confirmação de depressão. Ex: Fluoxetina - se não melhorar até 3 meses, pode ser demência (tempo de meia vida longo, estimulação excessiva do SNC, distúrbios do sono, aumento da agitação).  Problema: a Fluoxetina está na lista de medicamentos essenciais.  Solução:  Pode substituir a fluoxetina por Bupropiona.  Antidepressivo com ação farmacológica primária de inibição da recaptação das monoaminas como a dopamina e a adrenalina.  Fluoxetina varia de R$ 15,00 a R$ 130,00.  Bupropiona varia de R$ 45,00 a R$ 211,00.  Delírio:  É considerado fator de risco para desenvolver demência.  Delírio é muito confundido com demência.  Pode ser desencadeada por exemplo por dor severa e imobilidade. Inibidores do SNC  Farmacoterapia:  Como a confusão é grande, é comum a prescrição de rivastigmina.  Rivastigmina é um inibidor seletivo da colinesterase cerebral, para o tratamento de demência leve ou moderada. Reação Adversa > vômitos, tonturas, náuseas, tremores, etc  Cuidados:  Quando o delírio evolui para demência, já não tem como interferir.  A galantamina pode ser prescrita na tentativa de ajudar, mas há poucas melhoras.  Tem que haver seguimento clínico. Delírio  Definição: O termo "delírio" é frequentemente usado de forma mais ampla e pode se referir a um estado de confusão mental ou a uma alteração da percepção, que pode ser causada por diversos fatores, incluindo estresse, ansiedade ou uso de substâncias. O delírio pode ser um sintoma de outras condições, mas não necessariamente implica em um estado confusional agudo.  Características: O delírio pode incluir alucinações, delírios (crenças falsas), e uma alteração na percepção da realidade, mas o paciente pode não perder completamente a consciência. Delirium  Definição: "Delirium" é um termo médico específico que se refere a um estado confusional agudo, caracterizado por uma alteração rápida da atenção e da consciência. É frequentemente desencadeado por fatores como infecções, desidratação, internações hospitalares, ou grandes cirurgias.  Características: O delirium é um estado transitório que pode incluir desorientação, flutuação do nível de consciência, alterações no ciclo sono-vigília, e pode ser acompanhado por alucinações e delírios. O paciente geralmente apresenta uma perda significativa da capacidade de focar ou manter a atenção. Resumo  Delírio: Termo mais amplo, pode se referir a confusão mental ou alterações de percepção, sem necessariamente implicar em um estado agudo.  Delirium: Condição médica específica, caracterizada por confusão aguda e flutuação da consciência, frequentemente relacionada a causas subjacentes que precisam ser tratadas.  Hipertensão:  Aos pacientes com antecedentes de hipertensão ou AVC - Antiagregante  Plaquetário.  O AAS provoca sangramento espontâneo e pode evoluir para uma úlcera gástrica.  Nos idosos a úlcera gástrica é grave {Pode evoluir para câncer estomacal (monitoramento é através da ENDOSCOPIA)}.  Conduta:  Qualquer episódio de vômito, refluxo, gastrite, etc > endoscopia  Suspeita de Câncer !  Para pacientes diabéticos: AAS 100mg como preventivo para hipertensão.  Antihipertensivos:  Carvedilol: Não é só β bloqueador, também é α, por isso o idoso é mais sensível.  Bisoprolol: Usado também como antiarrítmico, mascara os sintomas de hipoglicemia (pode entrar em coma diabético por não apresentar sintomas).  Idoso acamado tem propensão a desenvolver úlcera péptica -> Omeprazol (Preventivo da formação de úlcera).  Febre em idoso é GRAVE -> pode estar traduzindo um evento  Incontinência Urinária: Sintoma de infecção urinária de início agudo no idoso (Antibiótico provoca diarreia que leva a desidratação).  Laxante de forma crônica -> distúrbio hidroeletrolítico -> Cãibra  Câncer de próstata, imunidade baixa, uso de fralda -> aumenta risco de ITU (Infecção no Trato Urinário) em homem idoso.  Não existe um “super medicamento” para o idosos, o que existem são medicamentos bons, mas mal indicados e mal controlados.

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