Avaliação da Pessoa com Alterações da Função Respiratória (CLE-IPBeja 2º1º 2024/2025) - PDF

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Este documento apresenta uma revisão sobre a função respiratória e o processo de avaliação de pessoas com alterações na função respiratória. É fornecida uma ampla visão geral do processo de enfermagem, incluindo anamnese, observação, meios complementares de diagnóstico e intervenções relacionadas.

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A PESSOA COM ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA - AVALIAÇÃO - CLE-IPBeja - 2º1º Dulce Santiago 2024/2025 AVALIAÇÃO De que falamos? Clarificação de conceito dentro de uma visão geral do Processo de Enfermagem PROCESSO DE ENFERMAGEM ▪ É um mé...

A PESSOA COM ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA - AVALIAÇÃO - CLE-IPBeja - 2º1º Dulce Santiago 2024/2025 AVALIAÇÃO De que falamos? Clarificação de conceito dentro de uma visão geral do Processo de Enfermagem PROCESSO DE ENFERMAGEM ▪ É um método sistemático e intencional de planear e prestar cuidados de enfermagem individualizados ▪ 5 Etapas interligadas entre si: FUNÇÃO RESPIRATÓRIA O oxigénio, que constitui cerca de 21% do ar que respiramos, é fundamental para o funcionamento celular O metabolismo celular por sua vez produz dióxido de carbono, que deve ser eliminado do organismo para o manter em equilíbrio O aporte de O2 e a eliminacão de CO2 exige a integracão de vários sistemas corporais, como: hematológico, cardiovascular (…) e Respiratório FUNÇÃO RESPIRATÓRIA O aparelho respiratório é responsável por processos essenciais desse “todo” complexo e organizado que é o organismo humano. De uma forma mais específica, pode referir-se que: O aparelho respiratório é responsável pelo movimento e troca de gases que ocorre durante a RESPIRAÇÃO RESPIRAÇÃO Revisão de conceito e significados RESPIRAÇÃO O termo respiração apresenta muitos significados no âmbito da fisiologia: A respiração celular, refere-se à reação intracelular do O2 com moléculas orgânicas para produzir CO2, água e energia na forma de ATP. A respiração externa, refere-se ao movimento de gases entre o meio externo e as células do corpo. - pode ser subdividida em 4 processos integrados (Silverthorn, 2017) Respiração Externa – 4 processos: movimento do ar para dentro e para fora dos 1- pulmões (na Insp. e Ventilação Exp.) entre o ar alveolar e o 2-Trocas sangue gasosas RESPIRAÇÃO externa de O2 e CO2 no sangue 3- Transporte entre o sangue e as 4-Trocas células nos tecidos gasosas Alterações da Função Respiratória A Função Respiratória pode alterar-se na presença de situações que afetem: ▪ A permeabilidade das vias respiratórias ▪ O movimento do ar para ou desde os pulmões (ex: frequência; ritmo; amplitude …) ▪ A difusão de O2 e CO2 entre os alvéolos e os capilares pulmonares ▪ O transporte de O2 e de CO2 através do sangue, para e desde as células dos tecidos A Pessoa com Alterações da Função Respiratória AVALIAÇÃO INICIAL (COLHEITA DE DADOS) Anamnese Observação Meios Complementares de Diagnóstico A Pessoa com Alterações da Função Respiratória AVALIAÇÃO INICIAL ANAMNESE  Dados biográficos  Dados da situação de saúde atual  Queixas respiratórias atuais e principais*  Outros sinais e sintomas presentes (ex.: febre; perda de peso…)  Antecedentes de saúde pessoais e familiares  Medicamentos e tratamentos  Hábitos e condições de vida ❑ Atividades de vida (caracterização e efeitos das alterações resp. nas AV) ❑ Exposições ambientais e ocupacionais ❑ Tabagismo [o risco de desenvolvimento de Cancro do pulmão, DPOC, (…) aumenta com a carga tabágica]  Carga tabágica medida em UMA - (Unidades Maço Ano) nº maços/ano = nº anos que fuma x nº maços*/dia * Lembrar que: 1 maço = 20 cigarros [Smoking Pack Years – calculator ] ❑ (…) Fonte: Direção-Geral da Saúde. (2021). Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo 2020. O Plano Nacional de Saúde 2021-2030, estabelece como objetivo uma prevalência de 0% de tabagismo “a longo prazo” em cumprimento do disposto no 3º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, "Saúde de Qualidade" ODS 3: Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades Objetivo 3.a – Fortalecer a implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco em todos os países, conforme apropriado Queixas Respiratórias Frequentes Dispneia Tosse Queixas Respiratórias Expetoração Frequentes Hemoptises Dor torácica Queixas Respiratórias Frequentes DISPNEIA CARACTERÍSTICAS a saber Instalação súbita/progressiva Experiência Fase do ciclo respiratório subjetiva de Duração das crises dificuldade em Frequência das crises (ao longo do dia, semanas e respirar - (tb meses) acompanhada de Outros sinais/sintomas relacionados (dor, sudorese, manifestações tosse…) objetivas) Fatores associados o Esforços o Alterações climáticas o Exposições ambientais o Stress o Posição do corpo Ortopneia (A dispneia piora com o decúbito- posição deitada- e alivia na posição ortostática, ou semi-sentada ou sentada) Intensidade (Escalas*) Repercussões nas AV ESCALAS DE AVALIAÇÃO DA DISPNEIA Para avaliar a intensidade da dispneia em “tempo real” as escalas mais usadas são: Escala de Borg; Escala Visual Analógica; Escala Numérica ESCALAS DE AVALIAÇÃO DA DISPNEIA Para conhecer o impacto da dispneia nas Atividades de Vida pode recorrer-se à Escala de Dispneia do MRC A Escala de Dispneia do MRC, tem cinco itens, dentre os quais a pessoa escolhe qual o seu nível de limitação nas AV devido à dispneia Escala de Dispneia do Medical Research Council (MRC) GRAU CARACTERÍSTICAS 0 Ausência de dispneia, exceto durante exercício físico intenso 1 Dispneia com marcha rápida em plano horizontal, ou subida de um plano inclinado 2 Dispneia condicionando marcha mais lenta em plano horizontal 3 Dispneia causando paragem após ± 90m, ou poucos minutos em plano horizontal 4 Dispneia impedindo a marcha e desencadeada pelos cuidados de higiene Queixas Respiratórias Frequentes TOSSE CARACTERÍSTICAS a saber * Início súbito/instalação gradual (crónica) * Intensidade: forte ou fraca * Duração: acessos; contínua * Horário: matinal; diurna; noturna; periódica * Tipo - Seca ou Produtiva - Rouca - Emetizante * Sinais/sintomas associados (febre; dor…) * Fatores desencadeantes/agravantes (falar, comer, exercício, decúbito…) * Fatores de alívio * Gravidade sentida pela pessoa Queixas Respiratórias Frequentes EXPETORAÇÃO CARACTERÍSTICAS a saber Expulsão, por meio * Quantidade: Escassa/Moderada/Abundante da tosse, de * Consistência/Viscosidade: secreções * Mucosa provenientes da * Mucopurulenta/Purulenta (habitual/ c/ cheiro fétido) traqueia, brônquios * Serosa/Espumosa e pulmões * ±Viscosa/±Espessa * Cor * Incolor/Esbranquiçada * Amarelada/Esverdeada * Cinzenta/Preta * Sanguinolenta/Hemoptóica * (…) Vómica - Expetoração súbita e abundante (comparável a vómito) de líquido purulento, seroso ou serosanguinolento, proveniente de coleção de líquido na árvore traqueobrônq. (ex: abcesso; quisto hidático do pulmão, etc.) Queixas Respiratórias Frequentes HEMOPTISES CARACTERÍSTICAS a saber Hemorragia proveniente das vias aéreas inferiores ❖ Eliminação de sangue vermelho vivo ❖ Acompanhada habitualmente de tosse (tosse c/ eliminação de sangue) ❖ pH alcalino ❖ Geralmente espumosa !! Distinguir de Hematemese !! Queixas Respiratórias Frequentes DOR TORÁCICA* CARACTERÍSTICAS a saber ❖ início ❖ duração ❖ irradiação ❖ intensidade ❖ influenciada ou não pelos movimentos respiratórios (p/ excluir por ex.: dor torácica de causa cardíaca) * Ter presente que: A dor torácica pode ser de causa respiratória, cardíaca, digestiva, musculoesquelética, ansiedade A Pessoa com Alterações da Função Respiratória AVALIAÇÃO INICIAL (COLHEITA DE DADOS) Anamnese ✓ Observação Meios Complementares de Diagnóstico A Pessoa com Alterações da Função Respiratória AVALIAÇÃO INICIAL OBSERVAÇÃO CARACTERÍSTICAS DA RESPIRAÇÃO COLORAÇÃO DE PELE E Exame Físico: MUCOSAS -Inspeção -Palpação -Percussão EXTREMIDADES DIGITAIS -Auscultação PAREDE TORÁCICA ESFORÇO PARA RESPIRAR Exame Mental ESTADO DE CONSCIÊNCIA OBSERVAÇÃO De um modo geral, com o CARACTERÍSTICAS DA envelhecimento, RESPIRAÇÃO ocorrem várias COLORAÇÃO DE PELE E alterações anatómicas MUCOSAS e fisiológicas … EXTREMIDADES DIGITAIS Ter presente que PAREDE TORÁCICA alterações de dados clínicos encontradas em ESFORÇO PARA RESPIRAR pessoas idosas, podem ser decorrentes ESTADO DE CONSCIÊNCIA do envelhecimento – e não sinal de patologia! Envelhecimento e Sistema Respiratório (SR) Alterações do SR associadas Implicações ao envelhecimento Rigidez da caixa torácica Diminuição da expansão torácica Cifose Aumento do trabalho respiratório (…) Aumento do diâmetro AP Diminuição da força muscular Diminuição da amplitude respiratória Diminuição da capacidade de tossir (…) Alterações pulmonares Diminuição da difusão de gases através da memb. resp. Diminuição dos níveis de O2 arterial Aumento do volume residual –relacionado c/ alarga/ dos canais alveolares Diminuição dos volumes de reserva insp. e expiratória (...) Diminuição da imunidade/defesas Aumento do risco para infeções respiratórias respiratórias (…) OBSERVAÇÃO CARACTERÍSTICAS DA RESPIRAÇÃO: Frequência (número de ventilações/minuto)  12-20 ciclos/min – (normal) Profundidade/Amplitude (volume de ar trocado em cada ventilação) Normal Superficial Profunda Ritmo (intervalo de tempo entre uma inspiração e outra) Regular Irregular Padrão respiratório “normal” Relação insp/exp de 1:2 Mínimo esforço à inspiração Expiração passiva e silenciosa Diafragmática (no homem)/Torácica (na mulher) Sons respiratórios normais (ou Ruídos adventícios = anormais) PADRÕES RESPIRATÓRIOS EUPNEIA - Freq. e amplitude normal TAQUIPNEIA - Freq. aumentada BRADIPNEIA - Freq. diminuída HIPERVENTILAÇÃO - Freq. aumentada, amplitude aumentada HIPOVENTILAÇÃO - Freq. diminuída, amplitude diminuída APNEIA - Paragem da respiração PADRÕES RESPIRATÓRIOS RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES Oscilação rítmica e acentuada de respirações, com fases de apneia, seguidas de aumento progressivo da amplitude e frequência resp., a que se sucede uma diminuição gradual, até novo Ex: lesão hemisférios cerebrais período de apneia RESPIRAÇÃO DE KUSSMAL Amplos e rápidos movimentos inspiratórios e expiratórios, com curtos períodos de pausa no fim de cada um dos movimentos respiratórios Ex: cetoacidose diabética RESPIRAÇÃO ATÁXICA ou de BIOT Períodos irregulares de apneia, alternados com uma série de respirações tb irregulares quanto ao ritmo e amplitude Ex: lesão cerebral (bulbo) OBSERVAÇÃO COLORAÇÃO DE PELE E Detetar a presença de cianose: MUCOSAS CIANOSE - cor azulada da pele e mucosas (orais) Cianose Central - cor azulada nos lábios, língua, muc. oral, e leitos ungueais *Relacionada com o défice de oxigenação do sangue a nível pulmonar - Ocorre quando a SaO2 é menor que 75% e hemoglobina reduzida (desoxi-hemoglobina) superior a 5 g/dl Cianose Periférica - cor azulada das extremidades (dedos, lóbulos das orelhas), e por vezes dos lábios *Resulta da diminuição do fluxo sanguíneo nos tecidos periféricos, decorrente de situações como: - Vasoconstrição (ex: por exposição ao frio); oclusão vascular; redução do débito cardíaco (…) Cianose Mista - associação dos mecanismos da CC com a CP OBSERVAÇÃO EXTREMIDADES DIGITAIS Hipocratismo digital ou Baqueteamento digital ▪ É caracterizado por alargamento das falanges distais associado a um aumento da convexidade do leito ungueal (unhas em vidro de relógio) * como sinal de doença – ocorre devido a hipóxia crónica dos tecidos (…) * também pode ser apenas uma característica pessoal/familiar Teste da janela de Schamroth - pode ser usado para identificar ou confirmar o baqueteamento digital -Realizado a partir da união das unhas dos dedos indicadores: NORMAL BAQUETEAMENTO Teste da janela de Schamroth Teste da janela de Schamroth demonstrando uma pequena janela demonstrando falta dessa janela em forma de losango ou diamante, quando há baqueteamento logo acima das unhas https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/623 OBSERVAÇÃO PAREDE TORÁCICA Simetria dos movimentos torácicos Configuração da parede torácica Diâmetro A-P menor que o transversal (normal) Ex. de alterações: tórax em tonel (barril) (….) Omoplatas no mesmo plano horizontal Traqueia na linha média OBSERVAÇÃO Outros dados objetivos evidenciando ESFORÇO PARA RESPIRAR Posição assumida pela pessoa (ex.: posição de cocheiro) Mobilização dos músculos acessórios da respiração Tiragem (retração dos espaços intercostais, região supra e infra clavicular, supra e infra esternal…durante a inspiração) Adejo nasal Interrupção da conversação para respirar (…) OBSERVAÇÃO ESTADO DE Resposta a CONSCIÊNCIA estímulos Confusão Agitação Delirium psicomotora Alucinações Ansiedade (…) (…) A Pessoa com Alterações da Função Respiratória AVALIAÇÃO INICIAL (COLHEITA DE DADOS) Anamnese ✓ Observação ✓ Meios Complementares de Diagnóstico A Pessoa com Alterações da Função Respiratória AVALIAÇÃO INICIAL MEIOS COMPLEMENTARES Gasometria arterial DE DIAGNÓSTICO Saturação periférica de oxigénio (SpO2) Exames de expetoração Provas de função respiratória Testes cutâneos Toracocentese Exames radiológicos Radiografia do tórax Tomografia axial computorizada Ressonância magnética Cintigrafia Pulmonar Angiografia pulmonar Procedimentos endoscópicos Broncoscopia e outros Outras análises laboratoriais GASOMETRIA ARTERIAL TESTE DA GASOMETRIA ARTERIAL ▪ Teste que implica a colheita de sangue arterial ▪ A partir de amostra de sangue arterial - envolve a análise de componentes como: pH, PaCO2, PaO2, SaO2 (…) ▪ Fornece informação sobre o estado de oxigenação, de GASOMETRIA ventilação e equilíbrio ácido-base ARTERIAL Intervenções ▪ Preparar a pessoa - informação, autorização, posicionamento (…) ▪ Se faz Oxigenoterapia, registar débito ▪ Repouso de 20 min antes do exame ▪ Realização prévia do TESTE DE ALLEN TESTE DE ALLEN (verificação do fluxo sanguíneo pela artéria radial e cubital) - Procedimento - GASOMETRIA ARTERIAL ❖ Intervenções (cont.) Expor local para punção (artérias: radial; umeral; femoral) Antissépsia Punção com seringa heparinizada (2ml sangue) Retirar bolhas de ar e selar/tapar seringa Identificar a amostra/seringa e colocar em gelo Enviar ao laboratório com brevidade Pressionar durante 5min o local da punção, (10min caso seja a femoral) ❖ Complicações (Em geral pouco frequentes quando a técnica de colheita é respeitada) As principais são: Dor no local da punção; Hemorragia e formação de hematoma; Lesão de nervos; Outras: trombose arterial; espasmos arteriais http://www.youtube.com/watch?v=YuFK22n-tvI&feature=fvwp&NR=1 GASOMETRIA ARTERIAL - Valores Arteriais de referência ❖ pH: 7,40 ± 0,05 → 7,35 - 7,45 ❖ PaCO2: 35 – 45 mmHg Hipercapnia ---- > 45 mmHg Hipocapnia ----- < 35 mmHg ❖ PaO2: 80 – 100 mmHg (pressão parcial de O2 dissolvido no plasma arterial) - diminui com a idade - [várias fórmulas de cálculo] Hipoxemia ---- valores de PaO2 abaixo do valor mínimo de referência - Nos adultos com menos de 60 anos: Hipoxemia ligeira ----------- 60-80 mmHg Hipoxemia moderada ----- 40-60 mmHg Hipoxemia grave ------------ < 40 mmHg ❖ SaO2: 95% - 100% (Saturação arterial de O2 -representa a % de hemoglobina combinada com O2) ❖ HCO3¯: 22 – 26 mEq/l ❖ Excesso de base: 0 (+/- 2 mEq/l) SATURAÇÃO PERIFÉRICA DE OXIGÉNIO (SpO2) - Avaliação - AVALIAÇÃO DA SATURAÇÃO PERIFÉRICA DE OXIGÉNIO (SpO2) “OXIMETRIA DE PULSO ou OXIMETRIA PERIFÉRICA” ▪ DEFINIÇÃO – Avaliação da saturação arterial de oxigénio perifericamente (SpO2) através da utilização de um Oxímetro [Oxímetro de Pulso] ▪ Avaliação não invasiva, rápida e indolor, realizada de forma contínua ou intermitente Oxímetro de Pulso - dispositivo composto por: um monitor (com bateria e visor) e por um sensor ▪ Colocação do sensor: preferencialmente nos dedos das mãos, em alternativa nos dedos dos pés, ou no lóbulo da orelha AVALIAÇÃO DA SATURAÇÃO PERIFÉRICA DE OXIGÉNIO (SpO2) “OXIMETRIA DE PULSO ou OXIMETRIA PERIFÉRICA” Ter presente que: O Oxímetro de Pulso: - avalia indiretamente a saturação de O2 da hemoglobina (i.e. da oxihemoglobina) do sangue arterial - na medida em que deteta a saturação de O2 da hemoglobina, perifericamente, o resultado é registado como: Saturação periférica de Oxigénio - SpO2 ! A saturação periférica da oxihemoglobina é assim uma estimativa da sua saturação no sangue arterial (SaO2) ! A SpO2 - pode superestimar ou subestimar a SaO2 ! AVALIAÇÃO DA SATURAÇÃO PERIFÉRICA DE OXIGÉNIO (SpO2) “OXIMETRIA DE PULSO ou OXIMETRIA PERIFÉRICA” ▪ SpO2 - Valor de referência, para adultos: 95-100% *Atenção a casos particulares – Ex: SpO2 em pessoas com DPOC ≈ 90-92% ▪ A saber - há vários fatores que interferem na avaliação e alteram a leitura da SpO2 , entre eles inclui-se: ▪ Situações que reduzem o fluxo sanguíneo arterial ▪ Hipotensão ▪ Hipotermia ▪ Vasoconstrição ▪ (…) ▪ Movimentação da pessoa ▪ Uso de verniz nas unhas (especial/ as cores azul, verde e preto) ▪ (…) http://nocs.pt/wp-content/uploads/2018/01/Manual-de-Normas-de-Enfermagem-Procedimentos-T%C3%A9cnicos.pdf EXAMES DE EXPETORAÇÃO EXAMES DE EXPETORAÇÃO Inclui, entre outros: Exame microbiológico - p/ identificar a presença de microrganismos, como bactérias ou fungos: (exame bacteriológico e micológico) Exame citológico - para pesquisa e análise anatomopatológica de células do aparelho resp. (ex.: pesquisa de cél. neoplásicas) COLHEITA: (a maior dificuldade do exame da expetoração consiste na colheita adequada do produto) ▪ Realizada de manhã, em jejum (preferencialmente) ▪ Higiene oral e nasal com água, antes da colheita (para reduzir a contaminação pela flora oro e nasofaríngea) ▪ Colher a expetoração resultante de tosse provocada para coletor estéril (a amostra não deve conter saliva nem corrimento nasofaríngeo) Indução da expetoração quando há dificuldade Aerossóis Tosse dirigida Se a pessoa não conseguir expetorar, pode recorrer-se a outras técnicas: Aspiração de secreções Colheita de conteúdo gástrico PROVAS DE FUNÇÃO RESPIRATÓRIA PROVAS DE FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Ex.: ESPIROMETRIA Método de estudo da função respiratória, que permite determinar volumes pulmonares; capacidades pulmonares (...) (…) PROCEDIMENTOS ENDOSCÓPICOS BRONCOSCOPIA PROCEDIMENTOS -Procedimento endoscópico para ENDOSCÓPICOS visualização/intervenção ao nível da árvore traqueobrônquica -Finalidade diagnóstica e/ou terapêutica https://www.youtube.com/watch?v=r4s1Ss--pEU TORACOCENTESE TORACOCENTESE ❖ DEFINIÇÃO - Procedimento (invasivo) de acesso à cavidade pleural, por punção a partir da parede torácica Procedimento Colher líquido pleural para análise Diagnóstico Biópsia pleural Toracocentese Retirar líquido e ar da cavidade Procedimento pleural, promovendo a reexpansão Terapêutico pulmonar Instilação de medicação na cavidade pleural TORACOCENTESE – Técnica asséptica Material habitual Campos esterilizados (1 com orifício e 1 sem orifício) Luvas esterilizadas Compressas Solução antisséptica Lidocaina a 2% (anestesia local) Agulhas sub-cutâneas e para aspiração Seringas de 10ml/20ml Kit de Toracocentese Tubos de colheita para análise c/ identificação Adesivo Taças Recipientes p/ resíduos hospitalares TORACOCENTESE INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Explicar o procedimento ao doente e a colaboração que se espera dele Informar que os movimentos e a tosse, devem ser minimizados, de modo a prevenir possíveis traumatismos Posicionamento: - doente sentado, inclinado para a frente, com os braços apoiados em almofada sobre uma mesa - caso não se consiga sentar - posicionamento em decúbito lateral para o lado não afetado, c/ elevação da cabeceira da cama a 30-45º TORACOCENTESE (c/ remoção do líquido por aspiração ativa) https://www.youtube.com/watch?v=z0dCL4CHGSk TORACOCENTESE (c/ remoção do líquido por aspiração passiva) https://www.youtube.com/watch?v=Ghk4EOoSkLo TORACOCENTESE INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM (cont.) - Monitorizar Sinais vitais e Níveis de oxigenação - Vigiar o dte durante o procedi/ (pele e mucosas, sudorese, ansiedade, náuseas, dor …) - Vigiar quantidade e características do líquido extraído (não deve ser extraído mais de 1500cc de líquido pleural, num período de 30 min.) - Administrar analgesia (SOS) - Rotular, c/ a identificação do dte, recipientes c/ amostras (líquido, outro material) colhidas durante o procedimento e providenciar envio p/ laboratório - Aplicar penso compressivo sobre o local da punção (qdo terminada a toracocentese) TORACOCENTESE INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM (cont.) Após procedimento: - Repouso, c/ posiciona/ em decúbito lateral sobre o lado não afetado, durante cerca de 1h, pois facilita a expansão pulmonar - Vigiar na 1ª hora após o procedimento: - Sinais vitais (c/ especial atenção para Respiração, PA, FC, Dor) - Local da punção - Sinais de hemorragia - Tosse e expetoração - Níveis de oxigenação - Providenciar realização de RX tórax após a realização do procedimento - Efetuar registos (quantidade e características do líquido extraído, reação do doente …) Se o doente não apresentar complicações, pode retomar a atividade normal 1h após a toracocentese (cont.) TORACOCENTESE Possíveis Complicações: - Pneumotórax - Hemotórax - Hemorragias - Alterações hemodinâmicas - Edema pulmonar - Enfisema subcutâneo Para detetar possíveis Ter especial atenção para: complicações Pulso taquicárdico e/ou filiforme Dispneia progressiva Tosse Expetoração sanguinolenta A PESSOA COM ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA - AVALIAÇÃO - CLE-IPBeja - 2º1º Dulce Santiago 2024/2025 BIBLIOGRAFIA Principal utilizada: - Hinkle, J. L., & Cheever, K. H. (2019). Brunner y Suddarth – Enfermería medicoquirúrgica. (14ª ed.). Wolters Kluwer. - Monahan, F. D., Sands, J. K., Neighbors, M., Marek, J. F., & Green, C. J. (2010). Phipps enfermagem médico-cirúrgica, perspectivas de saúde e doença. (8ª ed.). (I. M. Ligeiro, L. C. Leal & H. S. Azevedo, trads.). Lusodidacta. - Phipps, W. J., Sands, J. K., & Marek, J. F. (2003). Enfermagem médico-cirúrgica. Conceitos e prática clínica. (6ª ed.). (H. S. Azevedo et al., trads.). Lusodidacta. - Silverthorn, D. V. (2017). Fisiologia humana - uma abordagem integrada. (7ª ed.) Artmed. - Veiga, B. S. et al. (2011). Manual de normas de enfermagem. Procedimentos técnicos. (2ª ed. revista). Administração Central do Sistema de Saúde, IP.

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