Resumos de Morfologia e Função II - 2º Frequência PDF
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Universidade de Évora
Fernando Capela
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These summaries detail the functions of the respiratory system, encompassing its conducting and respiratory portions, as well as protection and ventilation mechanisms. Included are descriptions of nasal cavities, the pharynx, and the larynx.
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Resumos de Morfologia e Função II Aparelho Respiratório (Fernando Capela) Funções do aparelho respiratório A principal função do sistema respiratório é proporcionar, através da circulação sanguínea, o fornecimento de oxigénio às células do organismo, para estas efetuarem as funções oxidativas,...
Resumos de Morfologia e Função II Aparelho Respiratório (Fernando Capela) Funções do aparelho respiratório A principal função do sistema respiratório é proporcionar, através da circulação sanguínea, o fornecimento de oxigénio às células do organismo, para estas efetuarem as funções oxidativas, e retirar o dióxido de carbono, o produto de degradação metabólica das células e dos tecidos. O aparelho respiratório é constituído por: ✓ Uma porção condutora, que compreende uma série de passagens aéreas que permitem a entrada e saída de ar nos pulmões, e que engloba: as cavidades nasais, a faringe, a laringe, a traqueia e os brônquios com as suas sucessivas ramificações até aos bronquíolos terminais; ✓ Uma porção respiratória, onde se processa a troca de O2 por CO2, e que compreende: os bronquíolos respiratórios, os canais alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos; ✓ Um sistema de proteção, que reveste os pulmões e os protege das forças de fricção, constituído pelas pleuras (membranas serosas constituídas por dois folhetos: o folheto parietal que reveste a parede interna da caixa torácica e o folheto visceral, que reveste a superfície externa dos pulmões). ✓ Um mecanismo de ventilação composto pela caixa torácica, os músculos intercostais, o diafragma e as fibras elásticas presentes no tecido conjuntivo do pulmão. Para além da função das trocas gasosas, o sistema respiratório participa ainda: ✓ na manutenção do equilíbrio da acidez dos líquidos extracelulares ✓ na regulação da temperatura ✓ na eliminação de água ✓ na perceção do olfato e dos aspetos mais complexos do paladar ✓ na fonação (produção de voz) Passagens aéreas/respiratórias Divisões do aparelho respiratório ✓ Porção Condutora - Cavidade nasal Narinas: Dois orifícios nasais externos responsáveis pela comunicação das cavidades nasais e anexos com o exterior, proporcionando uma extensa superfície de contacto com o ar inspirado, filtrando-o, aquecendo-o e humedecendo-o. Vestíbulo: Porção anterior da cavidade nasal, adjacente (próximo) às narinas, que se encontra revestida por epitélio estratificado pavimentoso, uma continuação do epitélio da pele. Cavidades nasais: revestidas por uma mucosa constituída por epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado, com células caliciformes, e por uma lâmina própria constituída por tecido conjuntivo, um plexo venoso superficial (rede de veias interconectadas, na superfície do corpo) e glândulas túbuloalveolares. A parede das cavidades nasais é formada pela continuação da lâmina própria com o osso ou a cartilagem. Glândulas tubuloalveolares: predominantemente serosas, mas também podem ser mucosas e mistas (em carnívoros, as glândulas são esparsas). Seios paranasais: revestidos por epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado, com poucas células caliciformes, cuja lâmina própria apresenta apenas algumas glândulas. Parte superior de cada cavidade nasal/Parte superior do corneto superior: revestida pela mucosa olfativa, na qual é constituída por epitélio olfativo (epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado, que inclui as células basais, os neurónios olfativos em diferenciação, os neurónios olfativos bipolares e as células de suporte). Lamina própria da mucosa olfativa: contém as glândulas de Bowman, que segregam um fluido seroso onde as substâncias odoríferas (substâncias que apresentam a capacidade de produzir aromas ou odores) são dissolvidas. - Faringe As cavidades nasais continuam-se posteriormente com a faringe, que é um tubo músculo-fibroso comum ao aparelho digestivo e ao aparelho respiratório. Nasofaringe: parte superior da faringe, ligada à cavidade nasal através das narinas internas, revestida internamente por um epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado, com células caliciformes, e abundante tecido linfático que, em alguns locais específicos, forma a tonsila faríngea, ou adenoide, e as tonsilas tubares, em redor dos orifícios faríngeos das trompas de Eustáquio. Orofaringe: porção inferior da faringe, que se continua com o esófago, e é revestida por um epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado, contendo as tonsilas palatina e lingual. Nota: tonsila - aglomerados de tecido linfático localizados na faringe. Estas fazem parte do sistema imunológico, desempenhando um papel na defesa do organismo contra agentes patogénicos que entram pelo trato respiratório ou digestivo. O tecido conjuntivo subjacente (abaixo) ao epitélio (da faringe) contém glândulas mucosas, serosas e mistas. Uma rede de fibras elásticas separa a mucosa (camada superficial) de uma camada subjacente (abaixo) de tecido muscular esquelético que consiste em células dispostas circular e longitudinalmente. Este tecido muscular está separado de uma camada adventícia de tecido conjuntivo que contém redes elásticas. - Laringe A laringe, que continua a faringe até à traqueia, é formada por um conjunto de formações cartilaginosas, sendo a cartilagem tiroidea, a cartilagem cricoide, e parte das cartilagens aritenoides, formadas por cartilagem hialina. Também o tecido muscular esquelético é parte integrante da estrutura da laringe. Esta desempenha funções de fonação e, através da epiglote (estrutura cartilaginosa localizada na parte posterior da garganta sobre a abertura da laringe), impede a entrada de alimentos e de saliva na traqueia e pulmões. Epiglote, cartilagens corniculadas e o topo das cartilagens aritenoides: constituídas por cartilagem elástica, ligadas entre si, e ao osso hioide, por feixes de tecido conjuntivo que formam as membranas tiroidea e cricotiroidea. Nota: A cartilagem elástica da epiglote pode ser substituída parcial ou completamente por tecido adiposo, como acontece em carnívoros. Face anterior e cerca de metade da face posterior da epiglote: apresentam epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado, que pode conter corpúsculos gustativos. Cordas vocais: revestidas por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. Restante superfície interna da laringe: o epitélio é pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. Na lâmina própria, constituída por tecido conjuntivo laxo, encontram-se mastócitos, numerosas fibras elásticas e glândulas (serosas, mucosas e mistas), que também são encontradas na submucosa. - Traqueia e Brônquios Extrapulmonares A traqueia é uma formação tubular que se segue à laringe, descendo através do mediastino, em que termina, bifurcando-se em brônquio principal direito e brônquio principal esquerdo, os quais penetram nos respetivos pulmões através do hilo. As paredes da traqueia e dos dois brônquios principais apresentam uma organização histológica semelhante, sendo constituídas por uma mucosa, uma túnica média fibro-mio-cartilaginosa, composta por uma sucessão de anéis de cartilagem hialina, e uma adventícia, constituída por tecido conjuntivo laxo, com células adiposas. Na traqueia os anéis cartilagíneos, em forma de C, são incompletos dorsalmente. Ao contrário dos anéis cartilagíneos dos brônquios que são completos. O espaço entre estes é preenchido por tecido conjuntivo fibroelástico, que se prolonga pela face externa de cada anel. Traqueia e brônquios principais: revestidos por um epitélio colunar pseudoestratificado ciliado, no qual é possível identificar quatro tipos de células: o células cilíndricas ciliadas, as mais numerosas o células caliciformes o células basais, que funcionam como células estaminais das células do epitélio respiratório o células endócrinas, ou de Kulchitsky, encontradas na região mais basal do epitélio Uma lâmina própria e uma submucosa situam-se por baixo do epitélio, não estando claramente demarcadas entre si. Glândulas, serosas e mucosas, mas predominantemente mistas, ocorrem nas camadas mais profundas da lâmina própria e dentro da submucosa, abrindo-se os seus canais excretores no lúmen da traqueia e dos brônquios. - Arvore Brônquica Intrapulmonar O interior dos pulmões contém uma estrutura de tecido conjuntivo, rica em fibras elásticas, que sustenta a árvore bronquial e divide o pulmão em lóbulos. Após a entrada nos pulmões, na região do hilo, os brônquios principais direito e esquerdo dão origem aos brônquios lobares, os quais se bifurcam originando os brônquios segmentares. Os brônquios lobares e os brônquios segmentares são, no geral, histologicamente semelhantes aos brônquios principais, embora sofram uma gradual diminuição de calibre. No entanto, e à medida que vão diminuindo de calibre, vão-se acentuando algumas diferenças: o os anéis cartilagíneos dão lugar a placas de cartilagem progressivamente mais pequenas e em menor número o uma camada contínua de fibras musculares lisas surge entre as placas de cartilagem e a mucosa o as glândulas vão-se tornando cada vez mais escassas o o epitélio vai-se reduzindo em altura, tornando-se cilíndrico simples com menor número de cílios o as células caliciformes do epitélio vão gradualmente diminuído em número Cada brônquio segmentar divide-se em vários pequenos brônquios, designados de bronquíolos terminais, que constituem a parte final da porção condutora e apresentam as seguintes características: ✓ a mucosa é pregueada (a menos que os pulmões estivessem inflamados quando o tecido foi processado) ✓ não possuem, nem cartilagem nem glândulas ✓ exibem um aumento relativo da espessura da camada contínua de fibras musculares lisas, disposta em espiral ou obliquamente (a quantidade de tecido muscular liso é proporcional ao tamanho dos bronquíolos) ✓ o epitélio de revestimento pode ser cilíndrico simples com cílios e com algumas células caliciformes nos bronquíolos de maiores dimensões, ou pode ser cúbico simples com poucos cílios (as células proximais são cuboides ciliadas e as distais são não-ciliadas). Este apresenta ausência de células caliciformes nos bronquíolos de menor diâmetro ✓ Células de Clara: células responsáveis pela secreção do surfactante (substância complexa composta principalmente por lipídios e proteínas), presentes nos bronquíolos, não ciliadas, com pólo apical arredondado, contendo um péptido envolvido na reabsorção da água e do cloro. ✓ Porção Respiratória Cada bronquíolo terminal ramifica-se em dois ou mais bronquíolos respiratórios. O território pulmonar ventilado por cada bronquíolo terminal tem a designação de lóbulo pulmonar e o território ventilado por cada bronquíolo respiratório corresponde ao ácino pulmonar, de modo a que cada lóbulo pulmonar englobe dois ou mais ácinos pulmonares. Bronquíolo respiratório: corresponde à primeira parte da porção respiratória, estabelecendo a transição entre uma zona exclusivamente condutora e uma zona exclusivamente respiratória. Cada bronquíolo respiratório sofre três ramificações sucessivas. O epitélio de revestimento dos bronquíolos respiratórios é inicialmente cúbico simples, mas vai-se achatando progressivamente. Alvéolos: Surgem nas paredes dos bronquíolos respiratórios de forma espaçada e correspondem a pequenas saculações (protuberâncias – alvéolos) da parede, revestidas por epitélio pavimentoso simples, o qual permite trocas gasosas. À medida que os bronquíolos se vão ramificando, vão surgindo mais alvéolos na sua parede. Canais/ductos alveolares: são a continuidade da porção distal dos bronquíolos respiratórios e correspondem a formações, em que da parede emerge uma grande quantidade de alvéolos, sendo a aparência de tubo mantida apenas pela presença espaçada de pequenos grupos de células cúbicas. Subjacentes as estas células encontram-se pequenos feixes de fibras colagénicas, de fibras elásticas e de células musculares lisas dispostas circularmente. Sacos alveolares: Conjunto de alvéolos, provenientes dos espaços irregulares vindos da terminação dos canais alveolares. Ao contrário do que acontece nos ductos, nos sacos alveolares não existe tecido muscular liso. Os alvéolos têm um aspeto poliédrico, de parede muito fina, e com uma abertura que permite a entrada do ar inspirado, sendo nestas estruturas, revestidas por epitélio pavimentoso simples, que se efetuam as trocas gasosas, entre o ar inspirado e o sangue. Os alvéolos adjacentes (próximos) partilham (são separados) um septo, o septo interalveolar, por onde circula uma imensa rede de capilares, através dos quais o sangue é exposto ao ar inspirado. Para além dos capilares, que são suportados por uma fina rede de fibras colagénicas e elásticas, existem nos septos alveolares, fibroblastos, macrófagos e células armazenadoras de lípidos e de vitamina A. Interstício pulmonar: Conjunto de capilares sanguíneos e dos elementos do tecido conjuntivo dos septos interalveolares. Poros alveolares ou de Kohn: aberturas nos septos interalveolares, correspondendo a orifícios convenientemente revestidos por epitélio alveolar e que estabelecem comunicações entre alvéolos adjacentes. Os alvéolos são revestidos principalmente por dois tipos de células: o os pneumócitos de tipo I, células terminais, excessivamente finas, que formam um epitélio pavimentoso simples, revestindo cerca de 95% da superfície alveolar o os pneumócitos de tipo II, células globosas/cubóides, que revestem os restantes 5% da superfície alveolar, e que são as responsáveis pela secreção do surfactante, um complexo constituído por fosfolípidos e algumas proteínas, que tem como função reduzir a tensão superficial alveolar, impedindo o colapso dos alvéolos. Os pneumócitos de tipo II apresentam mitoses, sendo as células que asseguram a renovação do revestimento alveolar, diferenciando-se em pneumócitos de tipo I. No interior dos septos alveolares é possível observarem-se macrófagos, sendo que alguns migram para o lúmen alveolar, designando-se por macrófagos alveolares. Estes aderem às células epiteliais e fagocitam partículas de poeira ou bactérias, em que alguns acabam por regressar ao septo alveolar. Para que ocorram as trocas gasosas entre o ar inspirado e o sangue, os gases têm de atravessar a barreira alvéolo-capilar, constituída por: ✓ epitélio de revestimento alveolar ✓ membrana basal comum ao alvéolo e ao capilar ✓ endotélio do capilar Sistema Interalveolar: O fino citoplasma e a membrana basal dos pneumócitos de tipo I estendem-se pela superfície alveolar, a qual está revestida por uma camada de surfactante secretado pelos pneumócitos de tipo II. As trocas gasosas são mais eficientes onde a membrana é mais fina. ✓ Sistema de proteção - Pleuras A pleura é uma membrana serosa, constituída por dois folhetos: o folheto parietal que reveste a parede interna da caixa torácica o folheto visceral, que reveste a superfície externa dos pulmões Entre os dois folhetos existe um espaço virtual (espaço preenchido com um fluido muito fino e escasso) cavidade pleural. Ambos os folhetos são revestidos por um epitélio pavimentoso simples, o mesotélio, subjacente ao qual, no folheto visceral, existe um tecido conjuntivo que contém fibras colagénicas e uma rede de fibras elásticas muito desenvolvida. Neste tecido conjuntivo existem muitos capilares sanguíneos e linfáticos. As células mesoteliais segregam uma pequena quantidade de fluido o qual, estando presente entre os dois folhetos, permite o seu deslizamento sem fricção. Os pulmões são cobertos por uma pleura visceral, em que tecido conjuntivo e um pouco de tecido muscular liso formam uma parte da pleura. - Vascularização Pulmonar Existem duas importantes vias de drenagem de sangue para os pulmões. Via principal - sistema vascular pulmonar O sangue desoxigenado é transportado pelas artérias pulmonares até aos capilares alveolares, oxigena-se e volta ao coração através das veias pulmonares. A outra via - sistema vascular brônquico É constituída pelas artérias brônquicas, que são ramos da artéria aorta. Estas fornecem sangue oxigenado aos brônquios até aos bronquíolos respiratórios. O sangue desoxigenado da parte proximal dos brônquios volta ao coração (é drenado) através das veias brônquicas, que se podem ligar ao sistema ázigos (rede de veias que drena o sangue desoxigenado da parede torácica, da parede abdominal e da região vertebral). Mais distalmente, a drenagem venosa dos brônquios entra nas veias pulmonares (responsáveis por transportar o sangue oxigenado dos pulmões de volta ao coração). O sangue oxigenado que provém dos alvéolos, através das veias pulmonares, é misturado com uma pequena quantidade de sangue desoxigenado, proveniente dos brônquios, antes de o sangue regressar ao coração. Histologia da árvore Respiratória Aparelho respiratório (Clara Capucho) Slide 1 a 29 Avaliação da função respiratória A avaliação da função respiratória é uma parte essencial da avaliação médica, especialmente em casos de suspeita de distúrbios pulmonares, como a asma ou a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC). - Espirometria Teste não invasivo que mede a quantidade e a rapidez com que o ar pode ser expirado dos pulmões. Fornece informações sobre a capacidade pulmonar, a função dos brônquios e a presença de obstrução das vias aéreas. A espirometria permite: o Confirmar a obstrução ao fluxo de ar expirado: A presença de obstrução ao fluxo de ar expirado indica uma dificuldade em expirar completamente o ar dos pulmões, o que pode ser um sinal de doenças pulmonares obstrutivas, como a DPOC. o Avaliar a gravidade da obstrução - % do FEV1: O FEV1 é uma medida do volume de ar que pode ser libertado em 1 segundo durante o teste de espirometria. O percentual do FEV1 (percentagem do volume libertado no primeiro segundo) é uma métrica utilizada para avaliar a gravidade da obstrução das vias aéreas, em que valores mais baixos indicam uma obstrução mais grave. o Realização da prova de reversibilidade brônquica após BD (broncodilatador): A prova de reversibilidade é um teste comumente realizado durante a espirometria para avaliar a resposta das vias aéreas a um broncodilatador, que é uma medicação que dilata os brônquios. Esta prova é frequentemente utilizada na avaliação de distúrbios respiratórios, como a asma. Se houver uma melhoria significativa após o uso do broncodilatador (positiva), isso pode favorecer o diagnóstico de asma, uma vez que a asma muitas vezes responde bem a broncodilatadores. Processo: - Antes da administração do broncodilatador, o paciente realiza uma espirometria basal para avaliar a função pulmonar inicial. Isso inclui a medição de parâmetros como o Volume Expiratório Forçado no 1º segundo (FEV1) e a Capacidade Vital (CV). - Após a espirometria basal, o paciente recebe um broncodilatador, substâncias que relaxam os músculos lisos das vias aéreas, dilatando os brônquios e facilitando a passagem do ar, que pode ser inalado ou administrado de outra forma. - Após a administração do broncodilatador, o paciente aguarda um determinado período e, em seguida, realiza uma nova espirometria. Os mesmos parâmetros (como FEV1 e CV) são medidos novamente. - A resposta à prova de reversibilidade é avaliada comparando os resultados da espirometria basal com os da espirometria pós-broncodilatador. Se houver uma melhora significativa nos parâmetros, isso sugere uma reversibilidade da obstrução brônquica. Nota: Uma frequência respiratória (nº de respirações por minuto) normal para um adulto em repouso está entre 12 e 20 respirações por minuto. Alterações comuns na asma Asma – Condição caracterizada pela inflamação crónica das vias aéreas, que pode levar a episódios recorrentes de broncoconstrição e sintomas respiratórios. Espirometria: o ↓ FEV1 (Volume Expiratório Forçado no 1º segundo): Na asma, pode haver uma diminuição significativa no FEV1, indicando uma obstrução das vias aéreas. o ↓ FVC (Capacidade Vital Forçada): A Capacidade Vital Forçada é o volume total de ar que pode ser libertado após uma inspiração máxima. Na asma, a FVC também pode ser reduzida, embora em menor proporção do que o FEV1. o FEV1/FVC < 70%: A razão entre o FEV1 e a FVC, conhecida como FEV1/FVC, é usada para avaliar a presença de obstrução das vias aéreas. Um valor inferior a 70% sugere obstrução, indicando a dificuldade em expirar o ar dos pulmões. Curva Fluxo-Volume: A curva fluxo-volume é uma representação gráfica do fluxo de ar em função do volume durante a espirometria. Na asma, pode haver uma redução no PEF (Fluxo Expiratório Máximo), que é a taxa máxima de fluxo de ar durante uma expiração forçada. A diminuição do PEF reflete a obstrução das vias aéreas. Abordagens mais comuns utilizadas na avaliação de condições respiratórias - Pode ser relevante avaliar eosinófilos, IGE total e IGE específica de alguns alérgenos o Avaliação de Eosinófilos: Mede um tipo de célula do sangue (eosinófilos) que pode aumentar em condições alérgicas. o IgE Total: Mede a quantidade geral de imunoglobulina E (IgE), associada a alergias. o IgE Específica para Alergénios: Avalia níveis de IgE direcionada a alérgenos específicos, ajudando a identificar gatilhos alérgicos. - Testes cutâneos para alergénicos comuns o Reconhecimento/Evicção de Alergénios: Identificação e redução da exposição a substâncias desencadeadoras de alergias. - Exames de imagem Utilização de radiografias ou tomografias para avaliar a condição dos pulmões e das vias aéreas. - Medição da fração libertada do oxido nítrico (FeNO) Mede a quantidade de óxido nítrico libertada, fornecendo informações sobre a inflamação nas vias aéreas. Via aérea superior Inclui: ✓ Cavidades Nasais ✓ Faringe ✓ Laringe Esta apresenta funções de transporte, modulação do ar e fonação. Funções: o Respiratória Permite a troca gasosa entre o corpo e o ambiente. o Fonatória Produz som para a fala. o Esfincteriana - Proteção via aérea: Evitar a entrada de substâncias indesejadas nas vias respiratórias. - Válvula (tosse, esternutos, Valsalva): Tosse: A glote se fecha durante a inspiração, acumulando ar nos pulmões, e depois se abre rapidamente para expelir ar e remover irritantes. Esternutos (espirros): Envolve uma rápida inspiração seguida por uma expiração explosiva para remover irritantes do trato respiratório. Valsalva (técnica em que uma pessoa faz uma expiração forçada enquanto mantém a glote (a abertura na parte superior da laringe) fechada): O fechamento da glote durante esforços, como defecação ou levantamento de peso, ajuda na estabilização do tronco. o Sensitiva Deteta e responde a estímulos sensoriais nas vias respiratórias. Cornetos nasais Estruturas osteocartilagíneas localizadas no piso médio da face, dentro da cavidade nasal. Funções: ✓ Aquecimento, Filtração e Humidificação do Ar: Os cornetos nasais, também conhecidos como conchas nasais, são responsáveis por aquecer, filtrar e humidificar o ar inspirado antes que ele alcance as vias respiratórias inferiores. Essas funções são essenciais para preparar o ar ambiente, tornando-o mais adequado para o sistema respiratório. ✓ Ressonância do Som Laríngeo: Os cornetos nasais têm um papel na ressonância do som laríngeo. A forma e posição das estruturas nasais podem influenciar a qualidade da voz e a ressonância das vibrações sonoras produzidas nas cordas vocais na laringe. ✓ Órgão do Olfato (1/3 Superior): A região superior da cavidade nasal, conhecida como a porção olfatória, é responsável pelo sentido do olfato. Nessa área, a mucosa contém recetores olfativos especializados que detetam odores. Os cornetos nasais contribuem para a condução do ar contendo partículas odoríferas sobre esses recetores, permitindo a perceção do olfato. Faringe A faringe é uma estrutura que faz parte da via aero-digestiva superior, localizada na região posterior da boca e do nariz. Funções: ✓ Digestiva (deglutição) Envolve o transporte do alimento da boca para o esôfago. Durante a deglutição, a faringe coordena uma série de contrações musculares para impulsionar o bolo alimentar em direção ao trato digestivo inferior, evitando que ele entre nas vias respiratórias. ✓ Respiratória Atua como um canal para o fluxo de ar. Durante a respiração, o ar passa pela faringe em direção à laringe e à traqueia, indo em direção aos pulmões. ✓ Fonatória Contribui para a produção de som durante a fala. A passagem do ar através da faringe, juntamente com o controle das cordas vocais e outras estruturas associadas, influencia a qualidade e a ressonância da voz. A faringe é constituída por 3 partes: ✓ Rinofaringe (nasofaringe ou cavum) Corresponde à parte posterior das fossas nasais. Estruturas associadas: o Ostium faríngeo da Trompa de Eustáquio Abertura localizada na rinofaringe que se conecta à Trompa de Eustáquio o Torus tubári Elevação de tecido na parede lateral da rinofaringe, próximo à abertura da Trompa de Eustáquio. o Fossa de Rosenmüller Pequena depressão na parede lateral da rinofaringe o Vegetações adenoideias ou amígdalas faríngeas Amígdalas faríngeas ou adenoides, são massas de tecido linfático localizadas na rinofaringe. ✓ Hipofaringe Localiza-se inferiormente à laringe. Estruturas associadas: o Seio piriforme Depressão em forma de pera na parede lateral da hipofaringe. o Área pós-cricoideia Região posterior à cartilagem cricoide, que faz parte da laringe, situada na parte inferior da hipofaringe. o Parede posterior da faringe ✓ Orofaringe Localiza-se na parte posterior à boca e estende-se até à epiglote. Estruturas associadas: o Amígdalas palatinas Tonsilas palatinas, são massas de tecido linfoide localizadas nas paredes laterais da orofaringe, uma de cada lado. o Palato mole Estrutura muscular localizada na parte posterior do palato, na orofaringe. o Base da língua Parte posterior da língua que se estende para a orofaringe. o Parede posterior da faringe Compartilhada com a hipofaringe, compreende tecidos moles e músculos. Cavidade oral Parte do trato digestivos que se localiza dentro da boca. Estruturas associadas: o Palato duro Porção anterior e rígida do céu da boca, que forma a parte frontal do palato e é composto principalmente por osso. o Palato mole Parte posterior e muscular do céu da boca. o Língua Órgão muscular na cavidade oral. o Pavimento da boca Parte inferior da cavidade oral, compreendendo a área sob a língua e outras estruturas. o Dentes Estruturas calcificadas que se encontram nos alvéolos da mandíbula e maxila. o Freio lingual Membrana mucosa que conecta a parte inferior da língua à base da boca. o Carúncula sublingual e abertura do ducto submandibular (Wharton) Pequena protuberância na parte anterior do assoalho (debaixo – parte inferior) da boca, próxima à base da língua. o Pregas fimbriadas (plicae) Dobras na mucosa na parte inferior da língua. Língua É um órgão muscular, composto por dois tipos de músculo: - Músculos intrínsecos: o Longitudinais: Localizados ao longo da extensão da língua. o Transversais: Posicionados transversalmente à língua. o Verticais: Orientados verticalmente na língua. - Músculos extrínsecos: o Genioglosso: Situado na região inferior da língua, auxiliando nos movimentos da língua para frente. o Hioglosso: Localizado abaixo e na lateral da língua, participando em movimentos de abaixamento e retrusão. o Estiloglosso: Posicionado na parte superior e lateral da língua, contribuindo para movimentos de elevação e retrusão. Divisão morfológica e funcional: - Base ou raiz (fixa) – 1/3 Posterior: Correspondente ao terço posterior da língua, e é a porção mais próxima da garganta, relativamente fixa. - Corpo (móvel) - 2/3 anteriores: Corresponde a dois terços anteriores, sendo a parte móvel da língua que se estende para a parte anterior da boca. Face superior: - Sulco terminal - em forma de V (na superfície dorsal da língua) com o ápex (ápice) a apontar para trás, na linha mediana: Marca a divisão entre a base e o corpo da língua. - Foramen cécum – localizado no ápex do sulco terminal, é um vestígio do canal tiroglosso (estrutura embrionária que se fecha durante o desenvolvimento) Nota: Na língua existe o Umami, um potenciador de sabores, com base em diferentes gostos. Inervação Processo complexo que envolve diferentes nervos cranianos e ramificações. Tipos de inervação: ✓ Motora - Hipoglosso (XII par craniano): responsável pela inervação motora da língua, em que controla os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua, desempenhando um papel crucial nos movimentos da língua. ✓ Sensitiva - 2/3s anteriores - nervo lingual (ramo do trigémeo): O nervo lingual é uma ramificação do trigêmeo (V par craniano), responsável pela inervação sensitiva de dois terços anteriores da língua. - 1/3 post - nervo glossofaríngeo: responsável pela inervação sensitiva do terço posterior da língua. ✓ Gosto - 2/3 anteriores - nervo facial, através da corda do tímpano: O nervo facial é responsável pelo suprimento do sentido do gosto para os dois terços anteriores da língua. A corda do tímpano é uma ramificação do nervo facial que transmite esses sinais. - 1/3 posterior - Nervo glossofaríngeo: responsável pelo suprimento do sentido do gosto para o terço posterior da língua. Laringe Estruturas de acordo com a posição relativa: ✓ Anteriores - Glândula tireóidea: localizada na parte anterior do pescoço, imediatamente abaixo da cartilagem tireoide da laringe. - Músculos Infra/Supra tiroideus: associados à região da tireoide, ajudam na movimentação e estabilização dessa glândula (tiroideia). - Pele e tecidos subcutâneos: envolvem a região anterior do pescoço, onde a laringe está localizada. ✓ Posteriores - Esófago: tubo muscular que se estende da faringe até ao estômago, passando posteriormente à laringe. - Laringofaringe: parte da faringe que se conecta à laringe e à traqueia. ✓ Superiores - Base da Língua e Cavidade Bucal - Laringo e Orofaringe ✓ Inferiores - Traqueia: tubo cartilaginoso que conduz o ar da laringe para os pulmões. Anatomia da Laringe Áreas anatómicas: ✓ Andar supraglótico - Epiglote: cartilagem em forma de folha que se projeta sobre a glote durante a deglutição, evitando que alimentos e líquidos entrem nas vias respiratórias. - Banda ventricular: pregas vestibulares ou falsas cordas vocais, são dobras de tecido que se movem durante a fala, mas não são diretamente envolvidas na produção de som. - Ventrículos: espaços entre as pregas vocais verdadeiras e falsas. ✓ Andar glótico - União da mucosa respiratória do ventrículo com o epitélio escamoso da corda vocal: refere-se à transição entre a mucosa respiratória do ventrículo e o epitélio escamoso da corda vocal. - Corda vocal: estruturas elásticas localizadas na glote. - Comissura anterior: parte frontal da abertura da glote. - Comissura posterior: parte traseira da abertura da glote. ✓ Andar subglótico - 5 mm abaixo das cordas vocais: indica uma posição específica abaixo das cordas vocais, na região subglótica. - Bordo inferior das cartilagens cricóideias: A cartilagem cricoide é uma cartilagem localizada abaixo da tireoide. O bordo inferior dessa cartilagem marca a fronteira inferior da laringe. O sistema respiratório começa no nariz e na boca e continua pelas vias aéreas e pulmões. O ar entra no sistema respiratório pelo nariz e boca, passando pela garganta (faringe) e caixa de voz ou laringe. A entrada da laringe é coberta por uma pequena aba de tecido, a epiglote, que se fecha automaticamente durante a deglutição, impedindo a entrada de alimentos ou líquidos nas vias aéreas. O movimento de inspiração e expiração gera a nossa voz. É o promotor do sopro que “bate” nas cordas vocais e as faz vibrar. Quando toca na Maça de Adão, deixa a voz mais grossa. o Órgão músculo-cartilagíneo – Laringe Situa-se na continuação com a: ✓ Faringe (Posteriormente e Superiormente) ✓ Cavidade Bucal (Anteriormente e Superiormente) ✓ Traqueia (Continuidade inferiormente) Funções: o Proteção das vias aéreas inferiores (barreira mecânica para prevenir a aspiração de alimentos e corpos estranhos): A laringe atua como uma barreira mecânica, ajudando a prevenir a aspiração de alimentos e corpos estranhos para dentro das vias respiratórias, onde a epiglote, uma cartilagem em forma de folha, se fecha durante a deglutição, protegendo a entrada da traqueia. o Criação e modulação da voz: As cordas vocais, localizadas na glote da laringe, vibram quando o ar passa por elas, criando sons que são modulados pela ação dos músculos e das cartilagens. Anatomia - Músculos tensores das cordas vocais ✓ Músculos cricotiróideus Importantes músculos da laringe que desempenham um papel fundamental no controle da tensão das cordas vocais. Estes músculos trabalham juntos para puxar a cartilagem tireoide (no pescoço) para frente, o que faz esticar as cordas vocais. Ao aumentar a tensão nas cordas vocais, os músculos cricotiroideus ajudam a produzir tons mais agudos durante a fala e a cantar, recebendo sinais nervosos do nervo laríngeo externo, uma ramificação do nervo vago. Nota: A membrana cricotiroideia localiza-se entre a cricoide e tiroide, em que quando há casos de emergência é nesta que se fura para a realização da via aérea. Anatomia – Músculos constritores da glote ✓ Músculo crico-aritnóideu lateral Conecta a cartilagem cricoide à cartilagem aritenoide lateral na laringe, puxando a cartilagem aritenoide para a frente e para o lado, o que resulta no fecho parcial da glote, contribuindo para o controlo do fluxo de ar e da produção de som. ✓ Músculo tiro-aritnóideu superior e inferior Conecta a cartilagem tireoide à cartilagem aritenoide, controlando o comprimento das cordas vocais, o que influencia a altura dos tons vocais. ✓ Músculo aritnóideu transverso Conecta as cartilagens aritenoides, fechando a parte posterior da glote, o que contribui para o controle do fluxo de ar e a produção vocal. Paralisia das cordas vocais Corresponde à lesão do nervo laríngeo inferior por traumatismo, virose ou outras causas, podendo levar a problemas respiratórios Esta não se cura com transplante da laringe, por causa da enervação, uma vez que a lesão no nervo provoca alterações nas cordas, dado que as fibras se ligam de forma trocada, sendo difícil de voltar a ligar-se. Para a cura desta pode recorrer-se à terapia da fala que tem um papel na reabilitação, que pode ou não ser completa. Em último caso podem realizar-se cirurgias, tal como a: - Medialização: Reposicionamento das cordas vocais para melhor contato e melhoria vocal. - Cordetomia: Remoção de parte das cordas vocais. - Reinervação: Tentativa de reconectar os nervos, frequentemente usando enxertos, para recuperar a função muscular. Via aérea inferior Inclui: ✓ Árvore Traqueobrônquica ✓ Pulmões e pleura Esta apresenta funções de transporte do ar e trocas gasosas. Anatomia das vias aéreas inferiores ✓ Traqueia - Tubo cartilaginoso que se ramifica nos pulmões. - Localizado anterior à esôfago. - Dividido em brônquios principais. ✓ Brônquios - Divisões da traqueia nos pulmões. - Ramificam-se em brônquios secundários e terciários. ✓ Bronquíolos - Pequenas vias aéreas dentro dos pulmões. - Conduzem o ar até os alvéolos. ✓ Alvéolos - Pequenas bolsas de ar nos pulmões. - Local de trocas gasosas (oxigénio e dióxido de carbono) com o sangue. ✓ Pulmões - Órgãos esponjosos divididos em lóbulos. - Revestidos pela pleura, membrana que facilita a expansão e contração dos pulmões. Fisiologia pulmonar ✓ Ventilação Pulmonar - Inspiração: Ar entra nos pulmões. - Expiração: Ar é expelido dos pulmões. ✓ Trocas Gasosas - Nos alvéolos, oxigénio entra no sangue, e dióxido de carbono é removido. ✓ Transporte de Gases - O Oxigénio liga-se à hemoglobina no sangue e o dióxido de carbono é transportado de volta aos pulmões para ser exalado. ✓ Regulação Respiratória - Controlada pelo centro respiratório no tronco cerebral. - Sensível aos níveis de oxigénio e dióxido de carbono no sangue. ✓ Funções Pulmonares - Fornecer oxigénio para a produção de energia. - Eliminar dióxido de carbono, resíduo do metabolismo celular. Slide 81 a 84 Cricotirotomia Também conhecida como Coniotomia ou Laringotomia é um procedimento de emergência para abrir rapidamente as vias aéreas através da membrana cricotiroideia em situações críticas quando a ventilação tradicional é impossível. Este pode ser realizado com: o Agulhas - Localização da cartilagem cricoide na região inferior da garganta. - Escolha de uma agulha de calibre adequado. - Inserção da agulha na cartilagem cricoide com movimentos cuidadosos. - A agulha funciona como uma abertura temporária para a entrada de ar, estabilizando a via aérea. o Cateteres intravenosos - Seleção de um cateter intravenoso de calibre apropriado. - Realização de uma incisão na cartilagem cricoide. - Introdução do cateter através da incisão para criar uma via alternativa para o fluxo de ar. - Fixação do cateter temporariamente para manter a abertura e permitir a ventilação. o Canivete cirúrgico - Desinfeção da área e preparação do canivete cirúrgico. - Criação de uma incisão cuidadosa na cartilagem cricoide com o canivete. - Abertura temporária das vias aéreas usando a incisão feita com o canivete. Descrição anedótica da resolução da asfixia com caneta BIC Uma pessoa está a sofrer uma obstrução das vias aéreas, e não há acesso a equipamentos médicos especializados. E numa situação desesperadora, alguém observa uma caneta BIC próxima. Decidindo agir rapidamente, a pessoa remove a tampa e a ponta da caneta BIC, deixando apenas o tubo oco. Com extremo cuidado e considerando a urgência da situação, a pessoa realiza uma incisão na região cricotiroide (parte inferior da garganta) usando o tubo oco da caneta, criando uma abertura para o fluxo de ar. O tubo improvisado da caneta BIC passou a funcionar como uma via alternativa para permitir a entrada de ar nas vias aéreas, proporcionando ventilação de emergência. Traqueotomia Procedimento cirúrgico que envolve a criação de uma abertura anterior na traqueia cervical (também chamada de traqueia) para estabelecer uma via aérea alternativa, cujo lúmen é mantido em comunicação com o exterior por meio de uma cânula. Nesse procedimento, um orifício é feito na parte anterior do pescoço, e um tubo ou cânula é inserido para manter a comunicação entre a traqueia e o ambiente externo. Essa abertura permite a entrada e a saída de ar, contornando as vias aéreas superiores. Traqueostoma Refere-se à abertura ou orifício criado cirurgicamente na traqueia durante o procedimento de traqueostomia. Este é localizado na parte inferior do pescoço, na região anterior, diretamente acima ou na altura da cartilagem cricoide. Slide 128 a 139 Voz Laringe (funções): o Proteção via aérea o Respiração o Fonação ✓ Anátomo-fisiologia da fonação - Aparelho respiratório e sopro fonatório: O sistema respiratório fornece o ar necessário para a fonação e o sopro fonatório é o fluxo de ar controlado durante a produção da voz. - Laringe e aparelho vibrador: Localizada na parte superior da traqueia, contendo as cordas vocais (pregas vocais) que são fundamentais para a fonação. A laringe atua como o principal órgão vibrador na produção da voz. - Aparelho ressonador (e articulador): As cavidades nasais, faringe, boca e seios paranasais formam o aparelho ressonador. A ressonância modula o som produzido pelas cordas vocais, contribuindo para a qualidade da voz. - Sistema nervoso central e periférico: O central controla a coordenação e a precisão dos movimentos necessários para a fonação e está envolvido na produção e controle da voz. O periférico inclui nervos que inervam os músculos envolvidos na fonação. ✓ Nervo Vago Fornece inervação parassimpática (atividades relacionadas com descanso e digestão) à laringe. - Nervo Laríngeo Superior: o Sensibilidade da supra-glote) - Contribui para a sensibilidade da supra- glote. o Inervação (músc. Crico-tiroideu) - Responsável pela inervação do músculo cricotiroideu. ✓ Nervo Recorrente: Inerva todos os músculos da laringe, exceto o cricotiroideu, contribuindo para a sensibilidade da subglote. Uso crónico do tabaco ✓ Irritante, provoca uma laringite crónica - O fumo do tabaco é um irritante para as vias aéreas, incluindo a laringe, podendo levar ao desenvolvimento de laringite crônica, uma condição inflamatória persistente da laringe. ✓ Potencia o refluxo gastroesofágico - O tabagismo pode agravar o refluxo gastroesofágico (quando o conteúdo do estômago retorna ao esôfago). Este refluxo frequente pode causar irritação na laringe, contribuindo para problemas vocais. ✓ Fator cancerígeno para o cancro das cordas vocais - As substâncias tóxicas presentes no tabaco podem causar danos celulares que aumentam o risco de cancro. ✓ Causa muitas vezes danos irrecuperáveis na qualidade da voz - O tabagismo crónico está associado a danos nas cordas vocais e nas estruturas da laringe, podendo resultar em alterações permanentes na qualidade da voz, como rouquidão crónica e perda de projeção vocal. Carcinoma (cancro) da laringe o Relacionado com os hábitos tabágicos. o A disfonia (alteração na qualidade da voz) prolongada (mais do que 3 semanas) pode ser um sinal de alarme. o Lesão leucoplásica (branca) Eritroplásica (vermelha) - Lesões precursoras, como leucoplasia (manchas brancas) e eritroplasia (manchas vermelhas) na laringe, podem ser indicativos de condições pré-cancerígenas, em que estas podem evoluir para carcinoma, e a deteção precoce é crucial para um prognóstico mais favorável. Paralisia das cordas vocais - Laringoplastia de medialização com microesferas de hidroxiapatite de cálcio O objetivo principal é reposicionar a corda vocal paralisada, melhorando a posição e a função da mesma. Envolve a injeção de microesferas de hidroxiapatite de cálcio na região da corda vocal afetada. - Injecção transoral Local de Injeção: As injeções podem ser realizadas em dois pontos específicos: Apófise Vocal: Uma parte da cartilagem da laringe. Porção Média da Corda Vocal: A injeção pode ser feita na porção média da corda vocal, sendo aplicada unilateralmente (um lado) ou bilateralmente (em ambos os lados), dependendo do grau de paralisia e das necessidades individuais do paciente. Profissionais da voz A classificação dos profissionais da voz em diferentes níveis é uma abordagem que tem em consideração a importância do uso da voz em diversas profissões. ✓ Level I- Elite vocal performer - Cantores, atores - Profissionais que dependem significativamente de suas habilidades vocais para o seu desempenho. A qualidade vocal é essencial para o sucesso de suas carreiras. ✓ Level II - Professional voice user - Professores, padres, políticos - Indivíduos cujas ocupações exigem um uso profissional da voz, embora talvez não estejam no mesmo nível de dependência vocal que os do Level I. A voz é uma ferramenta importante nas suas atividades diárias. ✓ Level III - Professional non vocal - Médicos, empresários - Profissionais cujas ocupações não estão diretamente relacionadas ao uso vocal, mas que ainda podem enfrentar desafios específicos relacionados à voz no seu ambiente de trabalho. ✓ Level IV - Non professional non vocal - Operários, jardineiros - Indivíduos cujas ocupações não envolvem um uso profissional ou intensivo da voz. A voz pode ser menos crítica para o desempenho de suas funções diárias. Exploração clínica ✓ Disfonia A exploração clínica da disfonia envolve a avaliação de alterações na função vocal. Esta pode ser conceituada de maneiras diferentes, dependendo do nível de detalhes considerado: Rouquidão (conceito mais simples): qualidade vocal anormal, muitas vezes associada a uma voz áspera, áspera ou anormal. Transtorno momentâneo ou duradouro da função vocal (conceito mais completo): considerado como tal pelo próprio doente ou pelo seu entorno (família, amigos, médicos), com alterações de um ou mais dos parâmetros da voz, em que a alteração na qualidade vocal pode ser transitória ou persistente. Timbre, intensidade, altura: A voz normal é caracterizada por parâmetros como timbre, intensidade e altura. A disfonia, de acordo com uma definição mais completa, envolve alterações num ou mais destes parâmetros. Timbre: Qualidade única da voz que a distingue de outras vozes. Intensidade: Volume da voz, se é fraca ou forte. Altura: Tom da voz, se é agudo ou grave. VHI e SVHI ✓ VHI - Índice de Handicap Vocal O VHI (Vocal Handicap Index), Índice de Desvantagem Vocal é uma ferramenta de avaliação utilizada para medir o impacto do distúrbio vocal na qualidade de vida do paciente. É comumente empregado em casos de disfonia ou problemas vocais, onde inclui uma série de questões relacionadas com o impacto emocional, funcional e físico da disfonia na vida cotidiana do indivíduo. A pontuação do VHI fornece uma indicação do grau de desvantagem vocal percebido pelo paciente. ✓ SVHI - Índice Simplificado de Handicap Vocal O SVHI (Simplified Vocal Handicap Index), ou Índice Simplificado de desvantagem Vocal é uma versão simplificada do VHI, tendo como objetivo avaliar o impacto do distúrbio vocal na qualidade de vida do paciente, mas numa abordagem mais condensada. O SVHI pode ser útil quando há limitações de tempo ou recursos para uma avaliação mais extensa. Exploração clínica – técnicas instrumentais o Videolaringoscopia: técnica que utiliza uma câmara para visualizar as estruturas da laringe. Pode ser usada para diagnosticar e avaliar distúrbios vocais e laríngeos. o Estroboscopia: técnica que utiliza luz estroboscópica para visualizar o movimento vibratório das cordas vocais durante a fonação, permitindo uma avaliação mais detalhada da função vocal. o Electroglotografia (EGG): técnica que mede a resistência elétrica entre as superfícies das cordas vocais durante a fonação, fornecendo informações sobre a abertura e o fecho das pregas vocais. o Electromiografia (EMG): técnica que registaa a atividade elétrica dos músculos envolvidos na produção vocal, permitindo a avaliação da função muscular durante a fonação. o Estudo aerodinâmico: técnica que analisa os padrões de fluxo de ar durante a respiração e a fonação, fornecendo informações sobre a eficiência do sistema respiratório e fonatório. o Análise acústica da voz: técnica que utiliza medidas acústicas para avaliar parâmetros como frequência, intensidade e qualidade vocal, oferecendo informações objetivas sobre a voz. o Phmetria esofágica (dupla sonda): técnica que utiliza sondas para medir os níveis de pH no esófago, auxiliando no diagnóstico de refluxo gastroesofágico, uma condição que pode afetar a qualidade vocal. Higiene e prevenção vocal A higiene vocal refere-se ao conjunto de meios usados (práticas e cuidados) por um indivíduo cuja profissão esteja associada a uma situação de risco fonatório, ou seja, que envolva o uso intenso ou prolongado da voz Importância de recomendações em suporte escrito - É crucial fornecer recomendações de higiene vocal em suporte escrito, como brochuras e folhetos. Envelhecimento dos vasos e do coração – Patologia cardiovascular (Aula Armindo) Envelhecimento vascular e rigidez arterial o Genética o Idade cronológica – tempo desde o nascimento o Fatores ambientais Mais importante que a idade cronológica é a qualidade, a velocidade do envelhecimento e a forma como ele se reflete em anos livres de doença. Alterações estruturais do envelhecimento vascular À medida que as artérias envelhecem, várias alterações estruturais ocorrem, principalmente na camada média das grandes artérias elásticas. Essas mudanças são mais evidentes nas artérias elásticas, como aorta e artérias pulmonares, e incluem/causam: ✓ aumento da rigidez arterial O envelhecimento vascular está associado a um aumento na rigidez das artérias. Isso ocorre devido a várias mudanças, incluindo a perda de elasticidade nas fibras de colagénio e elastina na parede arterial. ✓ dilatação lúmen Conforme as artérias envelhecem, pode ocorrer uma dilatação do lúmen arterial. Isso pode ser resultado da remodelação estrutural das camadas arteriais. ✓ espessamento da parede A parede das artérias pode experimentar um espessamento durante o envelhecimento vascular. Isso pode envolver o aumento da deposição de colágeno e outras alterações na matriz extracelular. Envelhecimento sistémico Reflexo não somente da idade cronológica, mas também do declínio na função fisiológica (idade biológica), impulsionado pela exposição crónica a baixos níveis de inflamação - “pró-inflamação” (estado crónico de inflamação de baixo grau no corpo), contribuindo para senescência celular (processo biológico pelo qual as células param de se dividir e entram num estado de crescimento celular irreversível) e envelhecimento patológico. Modificações pró-inflamatórias celulares e da matriz, associadas à idade, são a base para um envelhecimento vascular acelerado (EVA), em que a idade biológica supera a cronológica, com aumento exponencial na patogénese da hipertensão e aterosclerose, predispondo a doenças CVs e mortalidade precoces. - Diferença entre idade biológica e cronológica A idade biológica refere-se à avaliação das mudanças físicas, funcionais e estruturais do corpo em comparação com o envelhecimento cronológico (idade em anos). Por outras palavras, enquanto a idade cronológica indica o tempo decorrido desde o nascimento de uma pessoa, a idade biológica procura avaliar o estado real de envelhecimento do organismo. O aumento do stress desencadeia ativação neuroendócrina O stresse pode desencadear a ativação do sistema neuroendócrino, incluindo a libertação de hormonas de stresse, como o cortisol. - Sinalização pró-inflamatória Em resposta ao stresse, ocorre uma ativação do sistema imunológico e a libertação de citocinas pró-inflamatórias. Essas substâncias podem ter efeitos sobre as células vasculares arteriais, promovendo a secreção e produção de mais citocinas e quimiocinas, que se podem acumular na parede arterial. Isto leva ao - Aumento Sistema Renina angiotensina aldosterona: regula a pressão arterial e o equilíbrio eletrolítico, o que pode resultar em vasoconstrição e retenção de sódio e água, contribuindo para o aumento da pressão arterial. - Aumento Sistema Nervoso simpático: resulta na libertação de noradrenalina e estimulação de recetores adrenérgicos, o que pode levar a respostas como o aumento da frequência cardíaca, vasoconstrição e libertação de glicose no sangue. - Aumento Endotelina-1: A endotelina-1 é uma substância produzida pelas células endoteliais dos vasos sanguíneos. O estresse pode levar ao aumento da produção de endotelina-1, que tem efeitos vasoconstritores e pró-inflamatórios. Alterações estruturais: Camada média da artéria - Principal responsável pelas propriedades distensíveis da parede vascular A camada média da artéria, também conhecida como túnica média, é uma das três camadas principais da parede arterial, juntamente com a íntima (túnica íntima) e a adventícia (túnica adventícia). A camada média é particularmente importante para as propriedades distensíveis da parede vascular, devido à presença proeminente de fibras elásticas nessa camada, que são compostas principalmente pela proteína elastina, que confere elasticidade ao tecido arterial, permitindo que elas desempenhem um papel vital na regulação do fluxo sanguíneo e na manutenção da pressão arterial adequada ao longo do sistema circulatório. Várias alterações podem ocorrer nesta camada com o envelhecimento e em condições patológicas, tais como a perda de elasticidade, o aumento do colagénio e as mudanças nas fibras musculares lisas. Fatores de risco (distúrbios cardiovasculares) ✓ Hipertensão arterial (HTA) ✓ Isquemia do miocárdio ✓ Colesterol elevado ✓ Trombose coronária ✓ Diabetes Mellitus (DM) ✓ Derrame cerebral (IAM) ✓ Insuficiência renal (RI) ✓ Arritmia e perda de músculo ✓ Derrame (AVC) ✓ Remodelação ✓ Disfunção endotelial ✓ Dilatação ventricular ✓ Aterosclerose (acumulação de ✓ Insuficiência cardíaca placas nas artérias) congestiva (ICC) ✓ Doença arterial coronariana ✓ Doença cardíaca em estado (DAC) terminal Arteriosclerose É um grupo de condições nas quais as artérias se tornam mais estreitas, rígidas e endurecidas devido à acumulação de placas, mudanças estruturais e perda de elasticidade. A sucessão dos ciclos cardíacos provoca alterações estruturais nas artérias devido à contração cardíaca intermitente e acomodação das variações hemodinâmicas de pressão entre sístole (contração) e diástole (relaxamento). Esse stresse pulsátil leva à desorganização da camada média das grandes artérias elásticas, por meio do afinamento gradual, divisão, desgaste e fragmentação da elastina. Ocorre substituição desse material elástico por colágeno e formação de uma matriz mais rígida, com diferenciação osteogénica das células arteriais e calcificação. O processo resulta em enrijecimento da camada média pela transferência de stresse de fibras elásticas mais distensíveis para fibras colágenas menos distensíveis, onde a arteriosclerose tende a ser difusa nas artérias elástica. Aterosclerose Condição que afeta a camada íntima arterial, por meio de um processo inflamatório endotelial. Essa inflamação leva à acumulação de lipídios, formando placas que podem estreitar a luz arterial, um fenómeno conhecido como estenose luminal. As lesões ateroscleróticas são mais localizadas nas artérias elásticas e musculares suscetíveis (bifurcação carotídea e artérias coronárias). Doença vascular arterial Refere-se a condições médicas que afetam as artérias, os vasos sanguíneos responsáveis por transportar o sangue do coração para o restante do corpo. Essas condições podem abranger diversas patologias, como: - Aterosclerose - Doença arterial coronariana (DAC) - Doença arterial periférica (DAP) - Doença carotídea - Aneurisma Arterial - Vasculites Claudicação Intermitente A claudicação intermitente é comumente associada à doença arterial periférica (DAP), uma forma de doença vascular arterial. - Dor: ocorre durante o exercício, quando o fluxo sanguíneo não é suficiente para as necessidades. O comprometimento da circulação sanguínea, leva à acumulação de fluidos nos tecidos, levando a um edema (inchaço) dos membros inferiores. Tudo isto leva a um empastamento gemelar que corresponde à sensação de aperto ou tensão nos músculos da panturrilha, que pode ser causada pela isquemia (redução do suprimento sanguíneo num determinado tecido ou órgão, resultando numa diminuição do fornecimento de oxigénio e nutrientes essenciais) muscular durante a atividade física. - Cansaço dos membros inferiores durante o exercício: A falta de oxigénio nos músculos pode resultar em fadiga precoce durante o exercício, limitando a capacidade de uma pessoa caminhar ou realizar atividades físicas. - Atingimento da artéria ilíaca comum – queixas de disfunção erétil são comuns: Quando a DAP afeta as artérias ilíacas, pode ocorrer disfunção erétil devido à diminuição do fluxo sanguíneo para os órgãos genitais. - Pulsos femorais – fracos ou ausentes: A avaliação dos pulsos femorais pode revelar fraqueza ou ausência de pulsos, indicando uma obstrução ou estreitamento significativo nas artérias. - Os sintomas melhoram com o descanso: Os sintomas, incluindo dor e cansaço, geralmente melhoram quando a pessoa interrompe a atividade física, permitindo que os músculos descansem e a circulação sanguínea se restabeleça. Exames complementares de diagnóstico Os exames complementares de diagnóstico são procedimentos ou testes realizados para auxiliar na identificação e confirmação de condições médicas. No contexto da doença arterial periférica (DAP) ou de outras condições vasculares, os exames complementares que podem ser realizados são: ✓ Doppler Vascular ou Ultrassonografia Doppler: utiliza ondas sonoras para avaliar o fluxo sanguíneo nas artérias e veias. Pode ser usado para detetar estreitamentos, obstruções ou anormalidades no sistema vascular. ✓ Angiografia por Ressonância Magnética (ARM) ou Angiografia por Tomografia Computadorizada (ATC): Esses exames de imagem fornecem imagens detalhadas dos vasos sanguíneos, permitindo a visualização de possíveis bloqueios ou estreitamentos. ✓ Índice Tornozelo-Braquial (ITB): Este teste compara a pressão arterial no tornozelo com a pressão no braço para avaliar a gravidade da doença arterial periférica. ✓ Ecocardiografia: Uma ultrassonografia do coração que pode ser realizada para avaliar a função cardíaca e identificar possíveis complicações cardiovasculares associadas. ✓ Exames Laboratoriais: Análises de sangue podem ser solicitadas para avaliar os níveis de colesterol, glicose, hemograma e outros marcadores que podem estar associados a condições vasculares. ✓ Ressonância Magnética (RM) ou Tomografia Computadorizada (TC) de Outras Regiões: Dependendo dos sintomas e suspeitas, podem ser realizadas imagens adicionais para avaliar outros órgãos e tecidos adjacentes. Tratamento o Sessação tabágica o Perda de peso o Exercício moderado o Medicação: inibidores de fosfodiesterases Doença arterial periférica (DAP) - Favorece o aparecimento de úlceras - Dificulta a cicatrização: diminuição do fornecimento de O2 e nutrientes ao leito da ferida - Favorece a infeção: diminuição da ação do antibiótico devido à isquemia Fisiopatologia - Limitação obstrutiva do fluxo sanguíneo isquemia - Fluxo = P(pressão)/R(resistência) obstrução nas artérias (aumento da resistência), o fluxo sanguíneo pode ser prejudicado, resultando numa diminuição na entrega de oxigénio e nutrientes aos tecido - 50% de estenose aumento da resistência ao fluxo em 16x (lei de Poiseuille): A Lei de Poiseuille descreve a relação entre o fluxo sanguíneo e diversos parâmetros, incluindo o raio da artéria. Um estreitamento significativo (50% de estenose) pode aumentar a resistência ao fluxo em até 16 vezes. Isso ocorre porque a resistência é inversamente proporcional ao raio elevado à quarta potência. Assim, pequenas mudanças no diâmetro da artéria podem ter um impacto substancial na resistência ao fluxo.