Revolução Francesa - História Mundial PDF
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Este documento descreve a Revolução Francesa, incluindo as causas, os principais eventos e as características da França pré-revolucionária. O texto discute a rivalidade entre França e Inglaterra, os três estados da França e como os ímpetos reformistas colidiram com as estruturas de poder existentes.
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# HISTÓRIA MUNDIAL - A Revolução Francesa ## A REVOLUÇÃO FRANCESA Essa primeira exposição teórica sobre a Revolução Francesa se soma à Revolução Industrial, à Revolução Inglesa e, posteriormente, à Revolução Americana como uma das estruturas e das modificações ocorridas na sociedade que contribuír...
# HISTÓRIA MUNDIAL - A Revolução Francesa ## A REVOLUÇÃO FRANCESA Essa primeira exposição teórica sobre a Revolução Francesa se soma à Revolução Industrial, à Revolução Inglesa e, posteriormente, à Revolução Americana como uma das estruturas e das modificações ocorridas na sociedade que contribuíram para a dissolução completa da estrutura do antigo regime. ## A FRANÇA PRÉ-REVOLUCIONÁRIA A Revolução Francesa eclodiu em 1789. * Século XVIII: rivalidade sistêmica entre França e Inglaterra. No século XVIII, e até anteriormente, vivia-se em uma rivalidade sistêmica entre a França e a Inglaterra e isso repercutiu tanto em guerras quanto em disputas comerciais e coloniais e a França era a mais poderosa e tradicional das velhas aristocracias europeias. É importante recordar que o rei Luis XIV (que não foi o rei que caiu com a Revolução Francesa, quem caiu foi o rei Luis XVI) era conhecido como o modelo do déspota absoluto da Europa Continental – ele era chamado de Rei Sol porque tudo gravitava ao seu redor e é dele a frase "O Estado sou eu". Era uma monarquia bourbônica muito tradicional, poderosa e muito articulada na Europa. * Ímpetos reformistas versus status quo. Se a monarquia francesa (Luis XIV, Luis XV, Luis XVI) era tão poderosa, é correto afirmar que na França não houve ímpeto reformista? Errado. É importante recordar o que já foi estudado em aulas anteriores, quando se falou sobre a Fisiocracia, que era baseada na França e buscava justamente reformar a base mercantil que lastreava a economia e os negócios do antigo regime, que tinha a França como um dos seus pontos fortes. Havia, portanto, ideais e ímpetos reformistas na França bourbônica, mas, naturalmente, essa busca por uma modernização colidiu com o status quo, com o poder consolidado, que era, basicamente, a monarquia bourbônica, a aristocracia francesa e o alto clero. ## Três Estados da França (palco da Revolução Francesa): * Primeiro Estado - Clero: o alto clero, na França, era muito poderoso e detinha muitas terras. * Segundo Estado – Nobreza: gravitava nas cortes ao redor da monarquia. * Terceiro Estado – Burguesia e o restante da sociedade (setores mais vulneráveis, como os camponeses): era composto por mais de 95% do total da população francesa - Revolução Francesa, assim como a Revolução Industrial, foram revoluções burguesas. Tudo o que não era clero e nem nobreza estava no Terceiro Estado. Diante do exposto, já é possível observar o problema que isso gerou: a burguesia, especialmente nos países mais ricos da Europa, a partir do século XVII, XVIII, estava insatisfeita porque acumulou recursos comerciais, capital, mas não dispunha de participação no poder político e foi o que contribuiu para eclodir, cem anos antes da Revolução Francesa, a Revolução Gloriosa, na Inglaterra. * As reformas almejadas eram sintetizadas pela Fisiocracia, como o uso racional da terra, administração eficiente dos recursos financeiros e públicos e taxação racional e imparcial. Portanto, já havia um caldo de insatisfação, que foi objeto de tentativa de reforma pelos fisiocratas, que defendiam o uso mais racional da terra. Diferentemente dos mercantilistas, para os fisiocratas, o centro, o dínamo das riquezas das nações, estava no trabalho, na agricultura, especialmente, e não no comércio. A taxação racional era uma taxação que não incidia, sobretudo, no Terceiro Estado, na burguesia (como acontecia até então). Nessa época, na França, o clero e a nobreza eram perdulários, gastadores, e a burguesia e o restante da população arcavam com os elevados custos dessa máquina pública francesa. Nesse contexto, os fisiocratas, percebendo que haveria problemas e que havia insatisfação crescente da burguesia enriquecida, passaram a defender, junto ao rei, mudanças, modernizações de cunho fisiocrata para tornar a França mais moderna. Reformas fisiocratas e iluministas não eram incompatíveis com o Antigo Regime, como provaram os Déspotas Esclarecidos. ## Embora, no início, as reformas tenham atacado o mercantilismo e o poder absoluto dos reis, a partir do evento do despotismo esclarecido – que foi a tentativa de captura dessa agenda fisiocrata, iluminista, por déspotas de plantão em diversos lugares, como na Rússia, na Prússia e, de certo modo, até na França (Turgot, fisiocrata, chegou a ser ministro das finanças de Luis XVI) – o absolutismo, o poder constituído, o status quo, também tentou empreender medidas modernizadoras para preservar o seu poder, uma espécie de aplicação do ditado “vão-se os anéis, ficam-se os dedos”, inclusive adotando parte da agenda que criticava esse poder concentrado. * **A resistência da aristocracia pavimentou o caminho da Revolução.** Houve resistência da aristocracia. Turgot durou pouco tempo no cargo. Essa resistência do poder constituído (do clero, da nobreza e do absolutismo) fomentou e galvanizou o ímpeto revolucionário na França em 1979. * Corte representava 6% do orçamento. * Guerras, Marinha e Diplomacia 25% do orçamento. Apenas como exemplo de como o peso das finanças, dos impostos, da carga tributária, era desigual e incidia, sobretudo, na burguesia (no Terceiro Estado), 6% do orçamento público do Estado francês ia para a corte, 25% eram destinados a guerras, Marinha (mercante e militar) e diplomacia (relações externas do império francês). * **A Guerra de Independência Americana elevou sobremaneira as dívidas e impostos e comprometeu o regime vigente.** Como já estudado anteriormente, havia uma rivalidade sistêmica entre França e Inglaterra. As 13 colônias (Estados Unidos) eram posse da Inglaterra e a França, para prejudicar a Inglaterra, se associou às 13 colônias, ao esforço revolucionário americano contra a Inglaterra. Nessa disputa, os Estados Unidos se tornaram independentes e a França, aliada dos Estados Unidos, triunfou na guerra e obteve até algumas colônias da Inglaterra.