Revolução Francesa e seus Reflexos em Portugal (6º Ano) PDF
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Este documento apresenta um resumo da Revolução Francesa e seu impacto em Portugal, incluindo a influência das Invasões Napoleônicas. Aborda o contexto histórico e as consequências socioeconômicas desse período na Península Ibérica.
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Era uma vez… 6 A Revolução Francesa de 1789 e seus reflexos em Portugal Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. ...
Era uma vez… 6 A Revolução Francesa de 1789 e seus reflexos em Portugal Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Que mudanças trouxe a Revolução Francesa? A sociedade francesa Antes da Revolução Após a Revolução Sociedade desigual: privilegiados Assembleia Nacional Constituinte (clero e nobreza) e não (mais poder ao terceiro estado) privilegiados (terceiro estado) Tomada da Bastilha (prisão que Monarquia absoluta (rei detém simbolizava o absolutismo) todo o poder) Constituição (valores liberais: liberdade e igualdade para todos Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. perante a lei) 383720.jpg DDHC – o que é? A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi assinada a 26 de agosto de 1789. É o documento que melhor reflete os ideais liberais que motivaram a Revolução Francesa. Nesse documento ficaram definidos os direitos e liberdades dos Homens, como é possível ler no artigo 1.º da Declaração: «Os Homens nascem e são livres e iguais em direitos (…).» Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Por que motivo Napoleão Bonaparte invadiu Portugal? Bloqueio Continental Napoleão Bonaparte pretendia dominar toda a Europa (1806) ocidental. A Grã-Bretanha oferecia resistência e para Decreto que ordenava o a dominar tentou enfraquecê-la economicamente. fecho dos portos europeus aos navios Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. ingleses My My – At Waterloo, Napoleon did surrender… Estes versos, da música do grupo ABBA, imortalizaram a batalha de Waterloo. A 18 de junho de 1815, perto de Waterloo, na atual Bélgica, deu-se um confronto entre as tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte e uma força britânica comandada pelo Duque de Wellington. Esta foi a última batalha de Napoleão; a sua derrota, deu início ao fim do Império Napoleónico. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Por que motivo Napoleão Bonaparte invadiu Portugal? Portugal face ao Bloqueio Continental Até 1807, a monarquia portuguesa conseguiu manter a neutralidade, o que lhe valeu uma enorme prosperidade comercial. Em 1807, Napoleão decidiu obrigar Portugal a acompanhá-lo na guerra contra a Inglaterra. Se o príncipe regente D. João optasse pela Inglaterra corria o risco de perder Portugal. Rui Ramos, História de Portugal, vol. 5, 2009 O príncipe regente português, D. João, estava numa encruzilhada. Acabou por ordenar a saída dos navios ingleses mas era tarde demais! Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Por que motivo Napoleão Bonaparte invadiu Portugal? Portugal face ao Bloqueio Continental Até 1807, a monarquia portuguesa conseguiu manter a neutralidade, o que lhe valeu uma enorme prosperidade comercial. Em 1807, Napoleão decidiu obrigar Portugal a acompanhá-lo na guerra contra a Inglaterra. Se o príncipe regente D. João optasse pela Inglaterra corria o risco de perder Portugal. Rui Ramos, História de Portugal, vol. 5, 2009 D. João e toda a A França invadiu Portugal corte partiram para entre 1807 e 1811 o Brasil. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Quantas foram as invasões napoleónicas? Primeira invasão (1807) Junot assumiu o controlo do governo em Lisboa; Destruição e roubos (levados a cabo por soldados franceses e seus aliados espanhóis); Os Ingleses auxiliaram Portugal sob a liderança do general Wellington; Os Franceses foram derrotados nas batalhas de Roliça e Vimeiro; Assinatura da Convenção de Sintra: os Franceses foram expulsos de Portugal. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Quantas foram as invasões napoleónicas? Segunda invasão (1809) Soult entrou pelo Minho e dirigiu-se ao Porto; Deu-se o desastre da «Ponte das Barcas», quando mais de 4000 pessoas morreram afogadas no rio Douro; Ingleses e Portugueses obrigaram os soldados franceses a recuar. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Quantas foram as invasões napoleónicas? Terceira invasão (1810) Massena entrou pela Beira Alta; Os Franceses foram derrotados no Buçaco, mas continuaram a dirigir-se para Lisboa; As fortificações de Torres Vedras, sob comando do duque de Wellington, impediram o avanço das tropas francesas; Os Franceses não conseguiram avançar e retiram-se definitivamente de Portugal em 1811. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Quais foram as consequências das invasões napoleónicas? Portugal após as invasões napoleónicas Ali vi casas saqueadas, os móveis destruídos, as igrejas convertidas em cavalariças, em teatro e em matadouros de gado, donde saíam emanações insuportáveis; as oliveiras, laranjeiras e outras árvores haviam sido cortadas (…); [só restavam] raros habitantes, no estado mais deplorável, resultado das privações e mau tratamento. Marquês de Sá da Bandeira, ao entrar em Santarém a 5 de março de 1810, in Rui Ramos, História de Portugal, vol. 5, 2009 Portugal, esse velho conquistador, tornara-se, por sua vez, colónia (…). Politicamente, éramos colonos ingleses. O nosso exército era um exército inglês, cujos soldados, e unicamente soldados, haviam nascido neste país. Governava-nos um general inglês (…). Um tratado infeliz colocara o nosso comércio a reboque do comércio inglês (…). Alexandre Herculano, in C. Beirante e J. Custódio, Alexandre Herculano, um homem e uma ideologia na construção de Portugal: antologia, 1979 Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Quais foram as consequências das invasões napoleónicas? País fragilizado Os bens tinham sido roubados e o património destruído; Os campos agrícolas encontravam-se destruídos e abandonados e havia pouca produção agrícola; Havia pouca indústria e falta de investimento; Em 1808, o príncipe regente D. João abrira os portos do Brasil ao comércio internacional; Um tratado comercial com a Grã-Bretanha permitia-lhe comercializar diretamente com o Brasil, o que era mau para a burguesia portuguesa; A corte permanecia no Brasil; Portugal continuava sob uma governação autoritária e o controlo militar do marechal Beresford. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. O que fizeram os Portugueses para voltarem a ter autonomia? Gomes Freire de Andrade, Manuel Fernandes Tomás, juiz general que liderou uma que fundou o Sinédrio, tendo tentativa de revolta contra o um papel importante na domínio inglês em 1817. revolução de 1820. Revolução Liberal portuguesa (1820) Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. O que fizeram os Portugueses para voltarem a ter autonomia? Uma administração (…) cheia de erros e de vícios. Vimos nós desaparecer, desgraçadamente, o nosso comércio, morrer a nossa indústria, esmorecer a agricultura e apodrecer a nossa marinha. (…) Deixou de viver entre nós o nosso adorável soberano. Tenhamos, pois, essa Constituição e tornaremos a ser venturosos. (…) Convoquemos as Cortes e esperemos da sua sabedoria e firmeza as medidas que só podem salvar-nos da perdição e segurar nossa existência política. «Manifesto aos Portugueses», Manuel Fernandes Tomás, 24 de agosto de 1820 (adaptado) Constituição liberal (1822) Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Que mudanças trouxe a Constituição liberal? A primeira e revolucionária Constituição Art. 9.º A lei é igual para todos. Não se devem portanto tolerar privilégios. Art. 26.º A soberania reside essencialmente na Nação. Não pode porém ser exercida senão pelos seus representantes legalmente eleitos. Art. 29.º (…) a Monarquia Constitucional hereditária [tem] leis fundamentais, que regulam o exercício dos três poderes. Art. 30.º Estes poderes são legislativo, executivo e judicial. O primeiro reside nas Cortes com dependência da sanção do Rei. O segundo está no Rei e nos Secretários de Estado (…). O terceiro está nos Juízes. (…) Art. 33.º Na eleição dos deputados têm voto os Portugueses [homens com mais de 25 anos] (…) [e homens] casados que tiverem 20 anos; os oficiais militares da mesma idade; os bacharéis formados; e os clérigos de ordens sacras (…). [Não têm direito a votar]: Os criados de servir; (…) Os que não têm emprego, ofício, ou modo de vida conhecido. Constituição Portuguesa de 1822 (excertos adaptados) Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Que mudanças trouxe a Constituição liberal? Constituição liberal (1822) Igualdade de todos perante a lei; Separação dos poderes (legislativo, executivo e judicial); Poder do rei limitado pelo povo e pela Constituição; Soberania popular: os eleitores (homens com mais de 25 anos ou com mais de 20 em determinadas condições) votavam nos seus representantes. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Como conseguiu o Brasil a sua independência? D. João VI deixa o Brasil – D. Pedro, regente Os progressos que o Brasil atingiu nos 13 anos em que aqui viveu D. João VI (…) constituíram-se no fator primordial para a conquista da independência. Ao retirar-se, o soberano deixou no Brasil, como regente (…), o seu filho, D. Pedro, dizendo-lhe (…): «Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para alguns aventureiros. [25 de abril de 1821]» José Mello, «Brasil», in Joel Serrão (dir.), Dicionário de História de Portugal, vol. 1, 1963 D. Pedro declara a independência do Brasil em 1822. Portugal só reconhece a independência do Brasil em 1825. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Quem se opôs à monarquia liberal? D. Carlota Joaquina, D. Miguel, filho mais Vilafrancada, golpe militar de D. Miguel, para esposa de D. João VI. novo de D. João VI. restaurar a monarquia absoluta, em 1823. Abrilada, golpe militar fracassado de D. Miguel Soldados! Foi para este fim que vos chamei às armas: a causa do Rei. Sejais dignos de mim, que o infante D. Miguel o será de vós! Viva a Nação, morram os malvados Pedreiros Livres [maçons liberais]! Proclamação de D. Miguel a 30 de abril de 1824 (adaptado) Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Anda aqui mão da «megera de Queluz»… D. Carlota Joaquina era a primeira filha do rei Carlos IV de Espanha. Diz-se que o conde de Louriçal, a pessoa encarregue de negociar o casamento de D. Carlota Joaquina com o príncipe D. João, antipatizou logo com ela, afirmando que era «irrequieta e traiçoeira». Viria a ser esposa de D. João VI e chamavam-lhe «megera de Queluz» por ter vivido nesse palácio até poder casar e constar que teve muitos amantes, desde o marquês de Marialva ao cocheiro da quinta do Ramalhão. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Quem sucedeu no trono após a morte de D. João VI, em 1826? Em 1826, morre D. João VI. D. Maria não tinha idade que lhe D. Pedro, seu filho mais velho, foi permitisse governar. aclamado rei. Mas Portugal e Brasil D. Miguel regressou a Portugal para ficariam unidos – e nem Portugueses reinar. nem Brasileiros o queriam. Mas tinha de casar com D. Maria e D. Pedro abdicou a favor da filha jurar respeitar as ideias liberais da D. Maria. nova Constituição de 1826. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. D. Miguel cumpriu o juramento feito a D. Pedro? D. Miguel fez-se aclamar rei absoluto. Perseguiu, prendeu e matou muitos liberais que abandonaram o país ou foram viver para os Açores. Cerca de 60 embarcações Cerca de 7500 Desembarque soldados, a maioria das tropas mercenários liberais no estrangeiros e Mindelo, em 1000 soldados 1832. portugueses Guerra Civil entre absolutistas e liberais (1832-1834) Convenção de Evoramonte – o Liberalismo triunfou Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Acho que o Batalhão Académico lhes deve ter dado poesia… Do exército dos liberais chefiados por D. Pedro fazia parte o Batalhão Académico, que contava com Almeida Garrett e Alexandre Herculano, entre outros intelectuais importantes. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Nesta guerra entre irmãos, qual dos dois será o «rei caceteiro»? D. Miguel era conhecido como o «rei caceteiro», segundo a tradição, devido às perseguições contra os liberais e ao clima de terror que instaurou, pois tinha sempre a forca armada e as cadeias cheias. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Era uma vez… A gastronomia e as invasões francesas Alguns pratos ou alimentos estão ligados às invasões napoleónicas: o Bife Wellington, relacionado com o primeiro duque de Wellington, que veio, em nome da Grã-Bretanha, auxiliar Portugal contra os Franceses e que apreciava este prato; a Chanfana, inventada durante as invasões, devido à escassez de alimentos provocada pelos saques dos soldados franceses; os Moletes, pequenos pães, individuais, que devem o seu nome Era uma vez… 6 / 6.º ano ao general francês Mollet, que © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. esteve instalado em Ermesinde e Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. … como continua esta História? Era uma vez… 6 / 6.º ano © Raiz Editora, 2017. Todos os direitos reservados. Estes conteúdos não podem ser reproduzidos, copiados, alterados ou partilhados, no todo ou em parte, sem a autorização escrita da Raiz Editora.