Resumo Frequência PDE - Filosofia de Treino PDF

Summary

Este documento resume a filosofia de treino, definindo conceitos, valores, e tipos de filosofia de treino, de vida e do desporto. O documento também discute o autoconhecimento, incluindo valores e personalidade, e como eles podem influenciar os objetivos de treino e o desenvolvimento do atleta.

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RESUMO FREQUÊNCIA PDE FILOSOFIA DE TREINO 1. Conceito: o Definir valores, crenças, atitudes e visão do mundo. o A filosofia influencia a interpretação das experiências e relações. o "Se não souberes para onde vais, qualquer...

RESUMO FREQUÊNCIA PDE FILOSOFIA DE TREINO 1. Conceito: o Definir valores, crenças, atitudes e visão do mundo. o A filosofia influencia a interpretação das experiências e relações. o "Se não souberes para onde vais, qualquer estrada te leva lá" (Martens, 1987). 2. Importância: o Uma filosofia bem definida proporciona clareza em regras, estilo de jogo, disciplina e objetivos. o Dedicar tempo ao desenvolvimento da filosofia pessoal pode tornar um treinador mais eficaz. Tipos de Filosofia 1. Filosofia de Vida 2. Filosofia de Treino 3. Filosofia do Desporto Desenvolvimento da Filosofia 1. Autoconhecimento: o Compreender valores, personalidade e autoestima. o Refletir sobre como os outros percebem você. 2. Objetivos do Treino: o Determinar o caminho e fazer ajustes para atingir os objetivos. Componentes do Autoconhecimento 1. Valores: o Determinam o que é importante e moralmente correto. o Podem ser conscientes, semiconscientes ou inconscientes. 2. Personalidade: o Dividida entre o "EU" ideal, público e real. 3. Autoestima: o Relacionada à confiança e competência. o Alta autoestima promove mudanças positivas. 4. Abertura aos Outros: o Compartilhar experiências e sentimentos no momento adequado. o Fortalece as relações entre treinador e atleta. Objetivos do Treinador 1. Desenvolvimento do atleta: o Físico: Boa forma e prevenção de lesões. o Psicológico: Controle emocional e autoestima. o Social: Espírito de equipe e respeito. 2. Ganhar: o Consequência do desenvolvimento, não um fim em si. 3. Divertimento: o Essencial para o crescimento e aprendizado. Conclusões 1. Ter clareza de objetivos faz o indivíduo resiliente e focado. 2. A concentração e canalização de esforços são cruciais para o sucesso. 3. Agir com confiança e determinação reflete positivamente na realidade: o "Age como se já tivesses tudo, e em pouco tempo tê-lo-ás." PERSONALIDADE Definição e Estrutura da Personalidade O que é Personalidade? o Conjunto de características que tornam a pessoa única. o Estrutura dividida em três níveis (Hollander e Martens): 1. Fundo Psicológico: Núcleo estável, inclui atitudes, valores e crenças. 2. Respostas Típicas: Maneiras de responder ao ambiente. 3. Comportamentos Relacionados com o Papel: Ajustados ao contexto social. Características da Estrutura: o Estabilidade (fundo psicológico) e adaptabilidade (comportamentos). o Compreensão dos diferentes níveis melhora a intervenção em treinamentos. Abordagens para Compreender a Personalidade 1. Psicodinâmica: o Foco em fatores inconscientes e conflitos internos. o Pouco utilizada em psicologia do desporto. 2. Traço: o Enfatiza traços estáveis como predisposição para comportamentos. o Limitação: não prevê situações específicas. 3. Situacional: o Comportamento influenciado pelo ambiente. o Reforço social modela atitudes. 4. Interacional: o Combinação de traços e situações. o Aceita na psicologia do desporto moderno. Medir Personalidade Métodos: o Testes projetivos (dificuldade na interpretação). o Medidas específicas para desporto (ex.: SCAT). o Comparação de resultados com normas pessoais. Recomendações: o Não usar testes de personalidade como único critério de seleção. o Feedback deve ser claro e adaptado. Relação Personalidade e Desempenho Desportivo Perfil Iceberg (Morgan): o Atletas de elite apresentam: ▪ Vigor elevado. ▪ Baixos níveis de tensão, depressão e confusão. Tipos de Comportamento: o Tipo A: Competitivo, alta urgência (associado a hostilidade). o Tipo B: Menos orientado à competição. Estratégias Cognitivas e Sucesso Desportivo Principais Estratégias: o Uso de imagética e pensamento positivo. o Definição de objetivos claros. o Planos para lidar com adversidades. o Controle do arousal e ansiedade. Aplicações Práticas: o Ensaios mentais pré-competição. o Foco no que pode ser controlado. o Desenvolvimento de rotinas. Considerações Éticas e Práticas Combinar observação, comunicação e testes. Considerar tanto traços pessoais quanto situações específicas. Respeitar limites e ética na aplicação de testes de personalidade. LIDERANÇA O que é Liderança? Processo comportamental que influencia indivíduos e grupos para atingir objetivos definidos (Barrow, 1977). Combina estratégia, motivação, recompensa e unificação do grupo. Diferença entre líder e gestor: Gestor foca em processos, enquanto o líder se concentra em direcionamento e objetivos. Como são escolhidos os líderes? 1. Nomeação (Líderes formais): o Indicados por autoridades (ex.: treinador ou gerente). 2. Espontaneidade (Líderes informais): o Emergentes dentro do grupo (ex.: capitão da equipa). Teorias da Liderança 1. Teoria dos Traços: o Não há conjunto fixo de traços que garantam o sucesso. 2. Teoria Comportamental: o Ênfase nos comportamentos universais, como "consideração" (relações interpessoais) e "tarefa" (objetivos e regras). 3. Teoria Interacional: o Combinação de fatores pessoais e situacionais. o Líderes eficazes adaptam seus estilos às situações. Modelo Multidimensional da Liderança no Desporto Chave para a eficácia: o Alinhamento entre comportamentos prescritos, preferidos e reais do líder. Dimensões do Leadership Scale for Sport (LSS): 1. Treino e instrução. 2. Suporte social. 3. Reforço. 4. Estilo democrático. 5. Estilo autocrático. Fatores que influenciam a liderança 1. Características dos liderados: o Idade, gênero, personalidade e experiência. 2. Fatores situacionais: o Tipo de desporto (coletivo ou individual). o Nível competitivo e cultura organizacional. Consequências da Liderança 1. Satisfação: o Compatibilidade treinador-atleta promove alta satisfação. 2. Coesão: o Estilos democráticos e de suporte social aumentam a coesão. 3. Performance: o Equipas perdedoras necessitam de mais suporte social. Cultura Organizacional Definição: o Sistema de valores e representações que influencia a forma como as coisas acontecem. Níveis: 1. Artefactos (verbais, comportamentais, físicos). 2. Valores (filosofia, missão). 3. Pressupostos básicos (crenças, saber tácito). Conclusões A liderança deve criar um clima que possibilite alcançar performance e satisfação. Flexibilidade no estilo de liderança e uma cultura organizacional forte são vitais. COMUNICAÇÃO Importância da Comunicação na Psicologia do Desporto Essencial como ferramenta de motivação e aprendizagem. Integra processos estratégicos, tanto ofensivos quanto defensivos, no desporto. John Thompson: Enfatiza que motivação e comunicação estão interligadas. Mike Krzyzewski: Destaca que comunicação é indispensável para alinhar sistemas táticos de uma equipe. Problemas e Ruturas na Comunicação Falta de explicações claras por parte do treinador. Desconexão entre treinador e atleta, gerando dificuldades de alinhamento e compreensão. Resultam em perda de confiança, motivação e eficiência. Tipos de Comunicação 1. Comunicação Interpessoal o Ocorre entre indivíduos, abrangendo: ▪ Verbal (palavras, tom de voz). ▪ Não-verbal (gestos, postura, expressões faciais). o Maior parte da troca de informações (50%-75%) ocorre por meios não- verbais. 2. Comunicação Intrapessoal o Refere-se à conversa interna do indivíduo. o Importante para autorreflexão, regulação emocional e desempenho pessoal. Comunicação Não-Verbal no Desporto Representa 70% da comunicação interpessoal. Elementos principais: 1. Gestos e postura corporal ▪ Postura ereta: Percebida positivamente, associada à autoconfiança e melhor desempenho. ▪ Gestos e posicionamento: Comunicam intenções táticas e emocionais. 2. Toque ▪ Transmite apoio ou instruções, mas deve ser usado com cautela para evitar mal-entendidos. 3. Expressões faciais ▪ Refletem emoções, influenciam o clima da equipe. 4. Contato visual ▪ Essencial para conexão; evitado em situações de desconforto. 5. Sorriso ▪ Incentiva interações verbais, reduz tensão e facilita colaboração. Diretrizes para Comunicação Eficaz Clareza: Ser direto e específico na mensagem. Responsabilidade: Assumir o impacto da comunicação. Separação de fatos e opiniões: Para evitar mal-entendidos. Escuta ativa: Envolver-se plenamente na receção da mensagem. Empatia: Compreender a perspetiva do outro. Flexibilidade: Ajustar a comunicação conforme o contexto ou necessidade. Comportamentos de apoio: Oferecer encorajamento e confiança. Conflitos na Comunicação Surgem quando há objetivos divergentes entre indivíduos. Podem gerar interferência mútua na realização de metas. Requerem: o Diálogo claro para alinhar expectativas. o Empatia para mediar tensões. o Flexibilidade para encontrar soluções colaborativas. STRESS E ANSIEDADE Ansiedade no Desporto Ansiedade como Estado e Traço: o Traço de Ansiedade: Refere-se a uma predisposição duradoura de uma pessoa para sentir ansiedade, independentemente das circunstâncias. Esse traço pode ser influenciado por fatores genéticos e experiências passadas, e indivíduos com alto traço de ansiedade são mais propensos a experimentar estresse em situações de alta pressão. o Estado de Ansiedade: É mais transitório e ocorre em resposta a situações específicas, como competições ou eventos importantes. Esse estado é geralmente mais intenso, mas pode diminuir rapidamente uma vez que a situação estressante é superada. Impacto no Desempenho: A ansiedade pode afetar negativamente a performance, criando bloqueios mentais e prejudicando a concentração e a tomada de decisões. Atletas com altos níveis de ansiedade geralmente experimentam dificuldades em manter o foco e podem se distrair facilmente. Stress no Contexto Desportivo Interação com o Ambiente: O stress é gerado pela perceção do atleta de que os desafios impostos pela competição ou treino estão além da sua capacidade de enfrentá-los. Isso ocorre quando a demanda externa (como a pressão para vencer ou a complexidade do jogo) é percebida como maior do que a capacidade interna do atleta (como habilidade ou recursos emocionais). A resposta ao stress pode ser física, psicológica ou comportamental. Cinco Estágios Interligados do Stress: 1. Estímulo ambiental: A situação estressante ocorre (por exemplo, um grande jogo ou uma mudança no treino). 2. Perceção do estímulo: O atleta percebe a situação como uma ameaça ou desafio. 3. Respostas fisiológicas e emocionais: O corpo responde com aumento do ritmo cardíaco, respiração acelerada, tensão muscular. 4. Comportamento: O atleta pode agir de maneira defensiva, agressiva, ou passiva em resposta ao estresse. 5. Resultado do stress: O impacto no desempenho, seja positivo ou negativo, dependendo de como o estresse foi gerido. Controle do Stress: o Autorregulação: Técnicas como mindfulness, respiração profunda e visualização ajudam o atleta a manter o foco e controlar as reações fisiológicas. o Regulação Externa pelo Treinador: O treinador pode atuar como um modelo de calma e suporte, oferecendo feedback construtivo e criando um ambiente de treino que favoreça a confiança e a motivação. Fatores que Influenciam a Ansiedade e o Stress no Desempenho Traço de Ansiedade: Atletas com traços de ansiedade mais elevados podem reagir de forma mais intensa às pressões do esporte. Eles tendem a ter uma perceção negativa de suas habilidades e podem superestimar a ameaça em uma situação. Autoestima: A perceção de competência do atleta afeta diretamente sua capacidade de lidar com o estresse. Atletas com baixa autoestima podem ficar sobrecarregados mais facilmente e lutar para recuperar o foco em situações difíceis. Importância do Evento: A ansiedade tende a aumentar quando o evento é altamente significativo para o atleta, como em competições importantes, finais ou jogos decisivos. Sinais Físicos de Ansiedade e Stress: o Contrações musculares: Reflexo de uma resposta de "luta ou fuga", onde os músculos ficam tensos devido à preparação do corpo para enfrentar ou fugir de uma ameaça. o Aumento da Tensão: O aumento de tensão muscular e de outros sinais fisiológicos (como a respiração superficial) pode diminuir a capacidade de movimento e coordenação, prejudicando o desempenho. Teorias de Arousal (Ativação) e Desempenho 1. Teoria do Impulso: o Sugere que a ativação aumenta o desempenho em tarefas simples ou bem aprendidas. Isso ocorre porque a ativação elevada facilita a resposta rápida e a execução de movimentos automáticos, comuns em esportes com tarefas bem treinadas. Contudo, em tarefas complexas, onde é necessária maior atenção e controle cognitivo, a alta ativação pode ser prejudicial. 2. Teoria do U-Invertido: o Relaciona a ativação ao desempenho de maneira não linear. Em níveis baixos de ativação, o desempenho é fraco devido à falta de energia ou motivação. À medida que a ativação aumenta, o desempenho melhora até um ponto ótimo. No entanto, quando a ativação ultrapassa esse ponto ótimo, o desempenho começa a cair, devido ao excesso de tensão e à dificuldade em manter o foco. 3. Teoria Multidimensional da Ansiedade: o Ativação Fisiológica: A ativação física (como aumento da frequência cardíaca, sudorese) pode melhorar o desempenho até um certo ponto. No entanto, quando se torna excessiva, pode comprometer a coordenação e o foco. o Preocupação Cognitiva: A ansiedade cognitiva, como pensamentos negativos ou preocupações excessivas, tende a reduzir o desempenho, pois ocupa recursos cognitivos necessários para a execução das tarefas. Zona Individual de Funcionamento Ótimo (IZOF): Cada atleta tem uma faixa de ativação e ansiedade onde seu desempenho é maximizado. Isso significa que um atleta pode se beneficiar de um nível moderado de ansiedade, enquanto outro pode precisar de menos ansiedade para performar melhor. O desafio é identificar e gerenciar essa zona individual. Gestão da Ansiedade e do Stress Técnicas de Controle: o Mindfulness e Meditação: Ajudam a acalmar a mente e focar no momento presente, prevenindo pensamentos ansiosos. o Visualização Positiva: Imaginando cenários de sucesso, os atletas podem reforçar a confiança e reduzir a tensão. o Exercícios de Respiração: Técnicas de respiração profunda e controlada ajudam a reduzir a resposta fisiológica ao estresse, diminuindo a tensão e a ansiedade. Importância do Clima Positivo de Treinamento: o Motivação: Criar um ambiente em que o atleta se sinta apoiado e capaz é essencial para reduzir o estresse. o Feedback Positivo: A abordagem positiva e construtiva do treinador aumenta a confiança do atleta e ajuda a manter o foco, mesmo nas adversidades. Benefícios do Controle de Stress: o Melhor foco e desempenho. o Redução da sobrecarga emocional e física. o Maior capacidade de manter a calma em situações de pressão, favorecendo decisões mais eficazes. MOTIVAÇÃO Definição e Componentes da Motivação Motivação: Refere-se à direção (escolha de atividades) e à intensidade (esforço despendido) do esforço individual, além da persistência ao longo do tempo. Funções da Motivação: o Seleção de atividades: O que o indivíduo escolhe fazer com base no interesse e relevância. o Persistência: A continuidade no esforço, mesmo diante de dificuldades. o Desempenho: A eficácia com que o esforço é direcionado para alcançar metas. Abordagens sobre a Motivação 1. Abordagem Centrada no Participante: o A motivação é influenciada por características pessoais, como traços de personalidade, interesses, crenças e valores. o A motivação varia de acordo com fatores internos como metas pessoais e autoconfiança. 2. Abordagem Centrada na Situação: o A motivação é determinada por fatores externos, como o ambiente, a liderança e as condições em que o indivíduo está inserido. o Exemplo: O estilo de liderança do treinador pode afetar a motivação do atleta, tornando-o mais ou menos engajado. Interação entre Fatores Pessoais e Situacionais Motivação Intrínseca vs. Extrínseca: A motivação pode ser interna (baseada no prazer ou no desafio da atividade) ou externa (relacionada a recompensas externas como prêmios ou reconhecimento). Exemplo de Fatores de Influência: o Motivos pessoais: Um atleta pode ter objetivos pessoais que o motivam a melhorar, como aumentar sua força ou alcançar um recorde. o Fatores externos: Um estilo de liderança negativo pode desmotivar, mesmo que o atleta tenha objetivos pessoais claros. Exemplos de Estudos sobre Motivação Estudo de Sorrentino e Sheppard: o Nadadores com orientação para aceitação social tiveram melhor desempenho em grupo do que sozinhos, pois a interação social é um fator motivacional importante para eles. o Por outro lado, nadadores com medo de rejeição tiveram melhor desempenho individualmente, já que a preocupação com a aprovação dos outros interferia negativamente no desempenho em grupo. Motivação para Participação em Atividades Físicas Fatores Motivacionais: 1. Diversão: O prazer de praticar a atividade. 2. Socialização: O desejo de interagir com outros e fazer parte de um grupo. 3. Auto-desafio: A busca por superação pessoal e melhoria constante. 4. Saúde: A motivação para manter a boa forma física e o bem-estar. Mudança ao Longo do Tempo: As motivações podem evoluir, com um atleta inicialmente motivado por aspetos competitivos, podendo, em outra fase da sua vida, focar mais na saúde ou no prazer da atividade. Adaptação aos Ambientes Competitivos e Recreativos Ambientes Competitivos: A motivação em contextos competitivos exige foco, disciplina e persistência, sendo essencial para a performance de alto nível. Ambientes Recreativos: A motivação é frequentemente mais focada no prazer e na socialização, com menor pressão para o desempenho. Papel dos Líderes e Treinadores na Motivação Influência Direta: Treinadores e líderes têm um papel fundamental em moldar a motivação dos atletas, influenciando seu empenho e a disposição para participar. o Estilo de liderança: Pode ser positivo (inspirador e de apoio) ou negativo (autoritário ou desinteressado), impactando diretamente a motivação do atleta. Criar um Ambiente Positivo: Um treinador deve fornecer feedback positivo, apoio emocional e estabelecer metas claras e atingíveis para manter a motivação dos atletas. Orientações para Melhorar a Motivação 1. Modificação de Comportamentos Indesejáveis: Identificar e corrigir atitudes que podem diminuir a motivação, como procrastinação ou falta de foco. 2. Desenvolvimento de uma Visão Realista: Os atletas devem ter uma visão clara e realista sobre seus objetivos e a motivação necessária para alcançá-los, evitando frustrações desnecessárias. 3. Desenvolvimento de Competências de Autossuperação: Focar no autodesenvolvimento contínuo e na construção de um mindset de crescimento, onde o fracasso é visto como parte do processo de aprendizado. 1. Fundamentos da SDT Origem: Desenvolvida por Edward Deci e Richard Ryan, a teoria investiga como diferentes tipos de motivação afetam o comportamento humano e o bem-estar. Objetivo: Compreender como a motivação, tanto interna quanto externa, influencia o desempenho, o crescimento pessoal e o bem-estar. 2. Três Necessidades Psicológicas Básicas A SDT afirma que existem três necessidades psicológicas fundamentais que são essenciais para a motivação e o bem-estar: Autonomia: o Refere-se à sensação de que temos controle sobre nossas ações e decisões. o Implica agir de acordo com nossos próprios interesses, valores e escolhas, em vez de ser controlado por forças externas. o A satisfação dessa necessidade está associada a maior motivação intrínseca e satisfação geral. Competência: o A necessidade de se sentir capaz, eficaz e de ter sucesso nas atividades que realizamos. o Está relacionada com o desejo de aprender novas habilidades e superar desafios. o Quando essa necessidade é satisfeita, as pessoas se sentem mais confiantes e motivadas para enfrentar novas tarefas. Relacionamento (ou Conexão Social): o Refere-se ao desejo de se sentir conectado a outros, de ter relacionamentos significativos e de ser parte de uma comunidade ou grupo. o A satisfação dessa necessidade fortalece o bem-estar emocional e a motivação, pois as pessoas se sentem apoiadas e compreendidas pelos outros. 3. Tipos de Motivação A SDT distingue entre diferentes tipos de motivação, que variam em função da autonomia e do controle externo: Motivação Intrínseca: o Surge quando uma pessoa realiza uma atividade por prazer ou interesse intrínseco. o É a forma mais autodeterminada de motivação e está associada a altos níveis de bem-estar e desempenho. o Exemplo: Estudar uma matéria porque se tem interesse genuíno nela. Motivação Extrínseca: o O comportamento é realizado para alcançar um objetivo externo, como recompensas ou evitar punições. o A motivação extrínseca pode variar em termos de autodeterminação, desde aquelas com alto controle externo até aquelas que se alinham com valores e interesses pessoais (motivos mais internos). o A SDT sugere que a motivação extrínseca pode ser internalizada, tornando- se mais autodeterminada ao longo do tempo. Amotivação: o Refere-se à falta de motivação, ou quando a pessoa não percebe razão alguma para realizar uma atividade. o Pode ocorrer quando as necessidades psicológicas básicas (autonomia, competência e relacionamento) não são atendidas. 4. Internalização e Regulação da Motivação Internalização: O processo pelo qual uma pessoa adota valores e comportamentos inicialmente externos (extrínsecos) e os faz seus, tornando-os mais consistentes com seus próprios interesses e necessidades. Regulação: O grau de controle que uma pessoa percebe sobre suas ações varia. Na SDT, as formas de regulação variam de mais controladas (com maior pressão externa) para mais autônomas (baseadas em interesse e valores pessoais). o Regulação Externa: O comportamento é realizado em troca de recompensas ou para evitar punições. o Regulação Introjetada: A pessoa realiza a atividade por motivos internos, mas ainda assim sente culpa ou ansiedade se não o fizer. o Regulação Identificada: A atividade é realizada porque a pessoa reconhece seu valor, mesmo que não seja intrinsecamente agradável. o Regulação Integrada: A atividade é realizada porque se alinha perfeitamente com os valores e identidades pessoais da pessoa. 5. Influências Externas na Motivação A teoria reconhece que o ambiente social e contextual tem um grande impacto sobre a motivação, podendo facilitar ou dificultar a satisfação das três necessidades psicológicas básicas. Suporte social: Ter relacionamentos que promovem a autonomia, competência e apoio mútuo é fundamental para a motivação intrínseca. Recompensas e punições: Embora as recompensas possam aumentar a motivação extrínseca, elas podem diminuir a motivação intrínseca se forem excessivas ou controladoras. 6. Aplicações da SDT A SDT tem várias aplicações práticas em diferentes áreas: Educação: Criar ambientes que promovam a autonomia e a competência dos estudantes pode aumentar o engajamento e o desempenho acadêmico. Trabalho: Líderes e gestores podem usar os princípios da SDT para criar um ambiente de trabalho que apoie a motivação intrínseca dos funcionários, o que pode levar a maior satisfação no trabalho e melhores resultados. Saúde e Bem-Estar: Na área de saúde, apoiar a autonomia dos pacientes em relação ao cuidado e à mudança de comportamentos pode aumentar a adesão ao tratamento e o bem-estar geral. Esportes: Atletas que sentem que têm autonomia e competência em suas práticas esportivas tendem a ter mais prazer e motivação para melhorar seu desempenho. 7. Implicações para o Bem-Estar A SDT sugere que, quando as três necessidades psicológicas são atendidas, os indivíduos experimentam um maior senso de bem-estar, satisfação, e saúde mental. A teoria também enfatiza a importância da motivação autêntica e autodeterminada para a realização pessoal, o que promove a autonomia e a autossuficiência. 8. Criticismo e Desafios Embora a SDT tenha um grande apoio empírico, alguns críticos apontam que a teoria pode ser difícil de aplicar em alguns contextos onde as recompensas externas desempenham um papel dominante, como no ambiente corporativo ou em sistemas educacionais altamente controlados. A teoria também pode ser desafiadora em culturas que valorizam mais a conformidade ou as recompensas externas em vez da autonomia. AUTOCONFIANÇA Definição de Autoconfiança Autoconfiança: A crença na própria capacidade de realizar comportamentos desejados com sucesso. o Traço de autoconfiança: Refere-se a uma característica estável, que persiste ao longo do tempo. o Estado de autoconfiança: Pode ser instável, variando dependendo de situações específicas, como competições ou treinamentos. Fatores que Influenciam a Autoconfiança 1. Cultura Organizacional: O ambiente da equipe e a mentalidade compartilhada podem fortalecer ou enfraquecer a autoconfiança dos atletas. 2. Feedback Positivo de Treinadores: O reconhecimento e a orientação construtiva ajudam a aumentar a autoconfiança. 3. Crenças sobre o Desempenho: As crenças pessoais sobre a capacidade de alcançar sucesso, como a perceção de competência, influenciam diretamente a confiança de um atleta. Exemplos de Atletas e a Importância da Autoconfiança Daly Thompson e Michael Jordan: Ambos destacam a importância de manter uma mentalidade positiva e aprender com os erros. A confiança é vista como essencial para enfrentar desafios e melhorar continuamente no esporte. Benefícios da Autoconfiança Emoções Positivas: Atletas autoconfiantes tendem a experimentar emoções mais positivas, o que aumenta sua motivação e resistência. Facilidade de Concentração: A confiança reduz as distrações e facilita a concentração nas tarefas que exigem desempenho. Aumento do Esforço: A crença no próprio potencial leva os atletas a se empenharem mais nas competições, buscando superar desafios. Expectativas e Resultados: Estudos demonstraram que indivíduos que acreditavam em suas habilidades conseguiram vencer adversários mais fortes, mostrando o impacto das crenças pessoais no desempenho. Influência das Expectativas e Linguagem Corporal 1. Expectativas dos Treinadores: o Atletas de alta expectativa: Recebem mais feedback positivo e encorajamento, resultando em maior autoconfiança e melhor desempenho. o Atletas de baixa expectativa: Recebem menos reforço, o que diminui sua autoconfiança e perceção de competência, impactando negativamente seu desempenho. 2. Linguagem Corporal: o A linguagem corporal de um atleta pode refletir sua autoconfiança e afetar a perceção que outros têm de suas habilidades. o A forma como um atleta se comporta e interage no campo também influencia as expectativas dos treinadores e o desempenho durante as competições. Estratégias para Desenvolver e Avaliar a Autoconfiança 1. Reflexão sobre a Confiança: Analisar as situações desafiadoras enfrentadas e refletir sobre como as reações e atitudes ajudaram ou prejudicaram o desempenho. 2. Visualização Mental: Praticar a visualização de cenas de sucesso pode reforçar a autoconfiança, preparando o atleta para situações reais de competição. 3. Preparação Adequada: A confiança também é fortalecida pela preparação física e mental. Quanto mais preparado o atleta se sente, maior sua crença nas próprias habilidades. DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS Importância dos Objetivos no Desporto Motivação e Direção: A definição de objetivos é um dos fatores mais importantes para o sucesso no desporto. Eles fornecem direção e um sentido de propósito, permitindo que os atletas saibam para onde estão indo e o que devem fazer para melhorar. Além disso, objetivos bem definidos ajudam os atletas a se manterem motivados durante os momentos difíceis ou quando os resultados não são imediatos. Exemplos Inspiradores: o Muhammad Ali frequentemente falava sobre a importância de acreditar em si mesmo e em seus objetivos. Ele dizia que para se tornar o maior, era preciso acreditar nisso antes de qualquer coisa. o Sir Edmund Hillary, ao escalar o Evereste, tinha objetivos claros e desafiadores, o que o manteve motivado durante a jornada árdua. Tipos de Objetivos no Desporto 1. Objetivos Objetivos: o São específicos, mensuráveis e quantificáveis, como perder 5 kg, aumentar a força em 10%, ou completar uma maratona em um tempo específico. o Esses objetivos são úteis para monitorar o progresso de maneira clara e objetiva. o Exemplo: Um jogador de futebol pode ter como objetivo aumentar sua velocidade em 5% nos próximos 3 meses, ou um nadador pode definir uma meta de tempo para os 100 metros. 2. Objetivos Subjetivos: o São mais difíceis de quantificar, mas muito importantes para o foco e a motivação dos atletas. Exemplos incluem metas como "quero me sentir mais confiante" ou "quero melhorar minha técnica". o Apesar de menos mensuráveis, esses objetivos influenciam profundamente a experiência emocional e a percepção de sucesso do atleta. o Exemplo: Uma ginasta pode ter o objetivo subjetivo de “sentir-se mais confiante durante as apresentações”, que pode ser traduzido em práticas de visualização mental e desenvolvimento emocional. Classificação dos Objetivos 1. Objetivos de Resultado: o Estão mais relacionados a resultados, como ganhar uma competição, conquistar uma medalha, ou alcançar uma posição específica. o Esses objetivos são muitas vezes influenciados por fatores externos, como o desempenho de outros atletas. o Podem ser motivadores no curto prazo, mas também podem gerar pressão excessiva, especialmente quando o atleta não tem controle total sobre os fatores externos. o Exemplo: Um atleta de tênis tem como objetivo ser número 1 no ranking mundial. Isso depende não só do seu desempenho, mas também do desempenho dos seus concorrentes. 2. Objetivos de Desempenho: o Focam na performance pessoal e são controláveis pelo atleta. Eles estão relacionados à melhoria das habilidades, como melhorar o tempo em uma corrida ou aperfeiçoar um movimento técnico específico. o Estes objetivos ajudam os atletas a se concentrar no processo e no que podem controlar, em vez de se preocupar com fatores externos. o Exemplo: Uma corredora pode definir como objetivo melhorar o tempo dos 100 metros em 1 segundo, sem se preocupar diretamente com o resultado da competição em si. Objetivos de Processo e Sua Relevância Objetivos de Processo são os mais eficazes para o desenvolvimento contínuo, pois se concentram nas ações específicas que o atleta deve executar durante treinos e competições. Esses objetivos ajudam a quebrar grandes metas em etapas menores e controláveis, aumentando a confiança do atleta à medida que ele atinge essas pequenas metas ao longo do tempo. Exemplo: Uma nadadora pode ter o objetivo de "manter o braço estendido e a respiração controlada durante os primeiros 50 metros". Isso contribui diretamente para a melhoria da técnica e, consequentemente, para a melhoria no desempenho geral. Pesquisa de Kingston e Hardy (1997): Mostra que focar em objetivos de processo durante os treinos tem um impacto significativo nas ações do atleta. Isso significa que, ao focar na execução de habilidades específicas, o atleta está mais propenso a melhorar sua performance, em vez de se concentrar apenas no resultado. Contribuições dos Objetivos para o Desenvolvimento e Motivação Objetivos de Longo Prazo e Curto Prazo: Uma combinação de objetivos de curto prazo (como melhorar a resistência ou a força durante um mês) e longo prazo (como vencer uma competição internacional) ajuda os atletas a manterem-se motivados durante a jornada. A construção de metas de longo prazo é fundamental para alcançar grandes resultados, mas as metas de curto prazo ajudam a manter o foco e a celebrar vitórias ao longo do caminho, o que é crucial para a motivação contínua. Exemplo: Um jogador de futebol pode ter como objetivo de longo prazo se tornar um titular na seleção nacional, mas seus objetivos de curto prazo podem ser aumentar sua velocidade de corrida ou melhorar a precisão no passe durante as semanas de treinamento. Princípios para Definir Objetivos Eficazes 1. Definição Clara: É fundamental que os objetivos sejam específicos, mensuráveis, atingíveis, relevantes e com um prazo definido (metodologia SMART). o Exemplo: "Quero correr 10 km em menos de 40 minutos até o final do próximo mês" é um objetivo claro e mensurável, enquanto "quero melhorar minha corrida" é vago e difícil de acompanhar. 2. Registo de Objetivos: Manter um diário de objetivos ou usar uma ferramenta de monitoramento de progresso pode aumentar significativamente a motivação, pois ajuda a visualizar o progresso e a ajustar estratégias quando necessário. 3. Consideração das Personalidades: Os objetivos devem ser adaptados à personalidade do atleta. Alguns atletas podem responder melhor a desafios mais difíceis, enquanto outros preferem metas mais alcançáveis para evitar frustrações. o Exemplo: Atletas mais competitivos podem se beneficiar de objetivos de resultado, enquanto atletas mais focados no processo podem se dar melhor com objetivos de desempenho e processo.

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