Período Joanino até o 1º Reinado - PDF

Summary

Este documento apresenta um resumo do Período Joanino e do primeiro Reinado no Brasil, destacando o contexto histórico da vinda da família real portuguesa para o Brasil e as consequências desse evento para o país. O texto discute a Era Napoleônica, o Bloqueio Continental e os acontecimentos que levaram à transferência da corte portuguesa para o Brasil.

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‭Período Joanino‬ ‭ em muitos ornamentos ou embelezamentos contextuais, o Período Joanino (1808-1821) é‬ S ‭quando a família real portuguesa vem residir no Brasil. A razão pela qual, estes‬ ‭desesperados, vieram para o Brasil, é porque eles estavam fugindo de Napoleão‬ ‭Bonaparte, devido ao bloqu...

‭Período Joanino‬ ‭ em muitos ornamentos ou embelezamentos contextuais, o Período Joanino (1808-1821) é‬ S ‭quando a família real portuguesa vem residir no Brasil. A razão pela qual, estes‬ ‭desesperados, vieram para o Brasil, é porque eles estavam fugindo de Napoleão‬ ‭Bonaparte, devido ao bloqueio continental imposto a Inglaterra, assunto já estudo mas para‬ ‭recapitular:‬ ‭ então atitude tomada por Napoleão, já que era impossível tomar a Inglaterra‬ A ‭diretamente, foi invadir os países aliados à Inglaterra declarando uma das‬ ‭coisas mais importantes a serem discutidas ao falar de napoleão, o Bloqueio‬ ‭Continental (em 1806). Onde, nesse processo, todos os países que‬ ‭continuassem a comercializar com a Inglaterra seriam atacados. Isolando‬ ‭(economicamente) a Inglaterra e fomentado uma ruptura da então maior‬ ‭potência do mundo.‬ ‭ uitos países foram fortemente afetados por esse Bloqueio Continental, mas o‬ M ‭mais conhecido e até pessoal para nós, foi o caso de Portugal que não aderiu‬ ‭ao Bloqueio por conta das fortes relações econômicas (sendo, praticamente,‬ ‭uma relação de dependência de Portugal para com a Grã-Bretanha).‬ ‭Trecho do documento sobre a Era Napoleônica‬ ‭ ando sequência a nossa história, o então príncipe regente de Portugal D. João VI, chegou‬ D ‭a conclusão junto de seus ministros, que era hora de “deixar” Portugal por um tempo devido‬ ‭a situação, enquanto as tropas locais batalhavam para tentar derrotar Napoleão. Dado o‬ ‭contexto da fuga para a terra dos trópicos, uma corte e a elite veio em numerosíssimas‬ ‭embarcações.‬ ‭ decisão de d. João foi firmada na madrugada de 25 de novembro de 1807.‬ A ‭Era hora de executar, rapidamente, uma gigantesca tarefa: transladar da terra‬ ‭para o mar tudo e todos que significassem sobrevivência e sustentação do‬ ‭governo monárquico, a ser instalado no Rio de Janeiro. O tempo era curto, a‬ ‭viagem, longa, e havia muitos imprevistos pela frente: pela primeira vez uma‬ ‭casa real cruzava o Atlântico e tentava a sorte longe do continente europeu.‬ ‭Distante dos tempos dos descobridores, agora a própria dinastia de Bragança‬ ‭fugia (na visão de alguns). Evitava sua dissolução (na compreensão de certos‬ ‭políticos ligados à familia real), ou empreendia uma política audaciosa‬ ‭escapando do tratamento humilhante que Napoleão dera às demais‬ ‭monarquias (na percepção de determinados analistas interessados a‬ ‭manutenção do Império lusitano). E o plano era complexo. Afinal, seguiriam‬ ‭viagem, junto com os Bragança, alguns poucos funcionários selecionados, mas‬ ‭também várias famílias - as dos conselheiros e ministros de Estado, da‬ ‭nobreza, da corte e dos servidores da casa real.‬‭Não‬‭eram indivíduos‬ ‭isolados que fugiam às pressas, e sim a sede do Estado português que‬ ‭mudava de endereço, com seu aparelho administrativo e burocrático, seu‬ ‭tesouro, suas repartições, secretarias, tribunais, arquivos e funcionários.‬ ‭ companhava a rainha e o príncipe regente tudo aquilo que representasse a‬ A ‭monarquia: os personagens, os paramentos, os costumeiros rituais de corte e‬ ‭cerimoniais religiosos, as instituições, o erário, os emblemas… Enfim, todo o‬ ‭arsenal necessário para sustentar a dinastia e os negócios do governo de‬ ‭Portugal e a eles dar continuidade. E assim, de um momento para outro,‬ ‭acorreram ao cais de Belém milhares de pessoas, com suas bagagens e‬ ‭caixotes. Como disse Joaquim José de Azevedo, futuro visconde do Rio Seco,‬ ‭o que atravessava os mares era aquela "amplidão que tinha exaurido sete‬ ‭séculos para se organizar em Lisboa".‬ ‭Schwarcz, Lilia- Brasil: Uma biografia, 2015‬ ‭ maior parte das embarcações foi diretamente ao Rio de Janeiro. Outra pequena parte,‬ A ‭principalmente a Família Real, desembarcou em Salvador. Isso não só para conhecer a‬ ‭primeira capital do país, mas para agradar a população. Daqui, surge a primeira grande‬ ‭rivalidade entre portugueses e brasileiros. Porque afinal de contas, os portugueses aqui‬ ‭nesse contexto eram a prioridade. Existiam casos (algo semelhante ao que aconteceu nos‬ ‭EUA na época da Lei do Aquartelamento) de famílias desocupadas de suas residências‬ ‭para habitação dos recém-chegados portugueses.‬ ‭Brasil de cara nova‬ ‭ de extrema importância, compreender neste ponto da História brasileira que o Brasil‬ É ‭começa a ganhar uma “cara” nova. Ou seja, o príncipe regente Dom João, permitiu a‬ ‭criação de universidades, bibliotecas, teatros. Isso tudo, porque desconhecia-se o período‬ ‭em que a Família Real ia voltar para Portugal, então existia a necessidade de “europeizar” o‬ ‭país. Antes disso, não existia muitas coisas no Brasil, que do ponto de vista eurocentrico‬ ‭eram extremamente para a vivência. Do ponto dos nossos colonizadores, eles esyavam‬ ‭civilizando o Brasil.‬ ‭Abertura dos portos as Nações Amigas‬ ‭ m 1808, com a chegada da Família Real é declarada a abertura dos portos às Nações‬ E ‭Amigas. Ou seja, o Brasil abriria seus portos às nações que quisessem comercializar‬ ‭diretamente com ele. Assim, o antigo imposto monopólio do pacto colonial se encerra.‬ ‭Rompendo, assim, a ordem obrigatória de todo produto produzido na colônia ser totalmente‬ ‭destinado (inicialmente) à metrópole. São concessões como essas, que vão gerindo cada‬ ‭vez mais a instituição de um ideal emancipatório, baseado na observação das forças‬ ‭econômicas que esse território dispunha, e o desenvolvimento fiscal, social e estadista de‬ ‭uma malha populacional que pudesse romper com a independência. A elite.‬ ‭ m 1810 foi feito um acordo com a Grã-Bretanha, o Tratado de Comércio e Amizade, que‬ E ‭significava que os produtos britânicos ao entrarem no Brasil entram com menos impostos.‬ ‭Isso atrofiava cada vez mais a relação dos lusos com ingleses, tornando a relação de‬ ‭dependência de Portugal com Inglaterra se tornando ainda maior, já que naquele momento,‬ ‭seria muito mais fácil comprar produtos de lá.‬ ‭ s tratados de 1808 e 1810 servem para demonstrar a antecipação do processo de‬ O ‭independência do Brasil em relação a Portugal, porque a relação política entre um foi‬ ‭ ortada e agora o território tinha uma dependete relação econômica com a Inglaterra. O que‬ c ‭torna, e serve como base para o argumento de que, a independência brasileira foi um ato‬ ‭de independência.‬ ‭Criação do banco do Brasil‬ ‭ om João VI também criou o banco do Brasil, para movimentação financeira diretamente no‬ D ‭Brasil, já que (pela mesma razão da abertura dos portos) a nobreza e o poder está no Brasil‬ ‭e a situação de Portugal impossibilita a transferencia de valores e o posicionamento‬ ‭financeiro de Portugal no território lusitano. Podemos observar aqui também, a estrutura de‬ ‭nação, que pouco a pouco o Brasil vai conquistando. E as fortes bases que nesse período‬ ‭foram sendo criadas para a fácil e controversa independência.‬ ‭Conquista da Cisplatina‬ ‭ então Príncipe Regente D. João VI, para confrontar Napoleão, também anexou a‬ O ‭Cisplatina (hoje Uruguai) ao território brasileiro durante período joanino. A motivação por‬ ‭trás da anexação era principalmente econômica e política, já que a região trabalhava com a‬ ‭pecuária (extremamente importante hoje e na época) e política porque o Urugauai havia‬ ‭sido uma colônia espanhola, e Napoleão já tinha invadido a Espanha (tanto que houve o‬ ‭posicionamento do Irmão de Napoleão no trono espanhol).‬ ‭Adendo/ Missão Artística Francesa:‬ ‭ aside> < 📜 Toda nação naquele período, tinha um movimento artístico muito importante,‬ ‭sério e clássico. Com o status de independência circulando no país, o Brasil vai tentar ter‬ ‭seu movimento artístico.‬ ‭ realmente, a vinda da “Missão Artística Francesa” ao Brasil é sem dúvida, um dos‬ E ‭grandes acontecimentos da nossa história artística e cultural. A comitiva de artistas e‬ ‭artesãos, chefiada por Joachim Lebreton (1760-1819) quando chegou ao Rio de Janeiro,‬ ‭em 25 de março de 1816, vinha criar uma escola de arte e ofícios na capital do Reino‬ ‭Unido. A chegada da Missão Francesa não apenas arejou o panorama do cenário artístico e‬ ‭instituiu o estilo neoclássico, mas mudou radicalmente o conceito de produção e do ensino‬ ‭das artes.‬ ‭ endo Debret como principal figura desse movimento, as telas pintavam o sentimento (euro‬ T ‭e etnocentrista) do europeu de descobrir e desbravar o‬‭modos operandi‬‭dos trópicos‬ ‭repletos de estímulos tão exóticos àquela época. Pintaram frutas, animais, índios,‬ ‭paisagens, escravizados e tantas outras cenas que retratassem a “realidade” do Brasil que‬ ‭se quisesse mostrar enquanto a família real aqui estivesse. Nesse sentido, cabe elencar‬ ‭também que aquele momento, seria então marcado por movimentos dos portugueses de‬ ‭ocidentalizar o Rio de Janeiro, e torná-lo um local “aculturado”. Desde a forma como o povo‬ ‭ali emitia seu sotaque (influenciado o que se tem hoje como o tão marcante sotaque‬ ‭carioca) até a criação de biliotecas, teatros, jardins botânicos para catalogação de espécies‬ ‭nativas, escolas militares e tantas outras infraestruturas, alterar-se-ão o panorama da‬ ‭capital da colônia, que logo mais não seria classificada como tal.‬ ‭‬ ‭Brasil elevado a condição de Reino Unido‬ ‭ om João eleva o Brasil a categoria de “Reino Unido a Portugal e Algarves”. Ou seja, o‬ D ‭Brasil deixa de ser colônia de Portugal e se torna parte do Reino português. Para assim‬ ‭utilizar de justificativa, que a fuga não foi para colônia, e sim um reino. Grande parte da elite‬ ‭brasileira manifestou forte apoio a esse processo de “reinalização” do país. Porém quem‬ ‭detestou a escolha foi a população em geral (tanto elite quanto povo) que além de não ter a‬ ‭colônia mais próspera do reino português seriam postos “”igualmente”” e relação a governo.‬ ‭ trito gerado desde a fuga da Família Real até a unificação do rei entre população brasileira‬ A ‭e lusitana tão forte, que gerou em 1820 diversas revoltas por parte dos portugueses,‬ ‭resultando na Revolução do Porto, onde a elite portuguesa exige o retorno da família real e‬ ‭a recolonização do Brasil.‬ ‭ a época, como panorama político, Portugal estava no processo de transição para uma‬ N ‭monarquia parlamentarista, onde o rei reina, mas não tem todas as esferas do governo em‬ ‭suas mãos.‬ ‭ omo condição, se o monarca não retornasse a Portugal com a Família Real, o mesmo‬ C ‭perderia o trono português. Porém, existe uma pressão da elite brasileira que D. João não‬ ‭retorne. Desesperado com o dilema em que se ele voltasse para Portugal e recolonizassem‬ ‭o Brasil o risco de independência era muito alto e se ficasse no Brasil ele seria destituído do‬ ‭trono português (se correr o bicho pega, se ficar o bicho come). Ouvindo conselhos de seus‬ ‭ministros, ele deixe seu filho no Brasil e retorna a Portugal. Vai pai, fica filho.‬ ‭ um diálogo bem simples, para fácil compreensão o que aconteceu foi basicamente o‬ N ‭seguinte: “Pedro, você fica no Brasil. Se a elite brasileira tentar fazer a independência,‬ ‭segura no que puder. Mas, se não der mesmo, vá lá e faça você mesmo a proclamação da‬ ‭independência. Pelo menos, filho, o reino de Portugal será próximo, da mesma linhagem, do‬ ‭reino brasileiro.”. O diálogo não foi dessa forma, claro, mas ele existiu e com essa mesma‬ ‭ideia.‬ ‭Independência do Brasil‬ ‭ ediante a maior parte do bimestre atual e passado, pudemos tecer a ideia de como a‬ M ‭nossa independência se expressou de modo extremamente particular e trivial. Concluimos,‬ ‭que ela não foi nada revolucionária, tampouco romântica. Um golpe das elites em torno do‬ ‭imperador que garantiria não só o não desmembramento do Estado, mas, sobretudo, o‬ ‭sistema escravocrata.‬ ‭ ara critério didático, irei traçar parametros e eventualidades mais hisóricas sobre o‬ P ‭processo de emancipação, porém fica destacado aqui, que o processo de independecia foi‬ ‭completamnete diferente de uma empoderamento soberano e garboso brado ao Ipiranga e‬ ‭de uma reolução proprimanete dita.‬ ‭Uma revolução da branquitude, eurocentria e que visava benefício principal da elite.‬ ‭ e o movimento foi liberal, porque rompeu com a dominação colonial,‬ S ‭mostrou-se conservador ao manter a monarquía, o sistema escravocrata e o‬ ‭domínio senhorial. Além do mais, se o processo de emancipação foi deflagrado‬ ‭pela vinda da corte, o que explica o formato final é o movimento interno de‬ ‭ajustamento às presses de dentro e de fora, e principalmente um processo de‬ ‭substituição de metrópoles: com a atual reinando bem na região Centro-Sul do‬ ‭recém-fundado país. Por outro lado, se uma nova unidade política foi‬ ‭implantada, prevaleceu uma noção estreita de cidadania, que alijou do exercício‬ ‭da politica uma vasta parte da população e ainda mais o extenso contingente‬ ‭de escravizados. A Independência criou um Estado mas não uma Nação.‬ ‭O começo começa com a volta.‬ ‭ pós a Revolução do Porto, processo que exigiu o retorno da família real a Portugal, e por‬ A ‭consequência recolonizasse o Brasil o pai volta (D. João VI) e o filho fica (D. Pedro).‬ ‭Retomando a situação de dualidade apontada um pouco acima, temos o cenário de que se‬ ‭D. João não retornasse ao reino de Portugal, seu trono seria perdido e se ele fosse (como‬ ‭ele foi) a elite brasileira iria movimentar um processo de Independencia porque não vai‬ ‭aceitar recolonização por parte de Portugal.‬ ‭ período entre a partida de D. João e a coroação de D. Pedro como imperador, fica‬ O ‭conhecido como a Regência de D. Pedro (1821-1822)‬ ‭Formação do partido potuguês e brasileiro‬ ‭ or conta de uma elite portuguesa que ainda ficou no Brasil, ocorre a formação de dois‬ P ‭partidos políticos: o Partido Português, que seria uma elite portuguesa no Brasil (altos‬ ‭patentes militares, burocratas e comerciantes) que tinha como objetivo a recolonização do‬ ‭Brasil; e o Partido brasileiro (grandes proprietários rurais, financistas, militares, etc) que vem‬ ‭a defender a independência do Brasil. Dentro dos próprios grupos, existia a divisão de‬ ‭visões dentro dos mesmos. No “partido brasileiro”, existiam tanto participações do ideal‬ ‭conservaor, liberalistas, iluministas que vão se manifestar em prol da emancipação.‬ ‭ presença da figura de D. Pedro no território brasileiro, do ponto de vista português,‬ A ‭fortalece o processo de independência. Porque ele era influenciado pelo partido brasileiro,‬ ‭pelas ideias da liberdade. Tanto que D João VI envia uma série de cartas para o princípe,‬ ‭solicitando seu retorno, e o mesmo reponde ao pai que não queria voltar. Não só pelo ideal,‬ ‭mas também pela forma que as figuras monárquicas começavam a viver em Portugal (um‬ ‭modelo de monarquia representativa).‬ ‭ partido português chega a conclusão, que sem ou com o apoio de D. Pedro irá realizar o‬ O ‭processo de independência.‬ ‭Dia do fico‬ ‭ M Janeiro de 1822, no mesmo ano da futura independencia, D. Pedro decidiu realmente‬ E ‭ficar no Brasil. Então aquele apelo da corte para que o regente voltasse, foi completamente‬ ‭quebrado. Tanto que surge aquela tão famosa frase: “Se é para o bem de todos e felicidade‬ ‭geral da nação, digo ao povo que fico.”‬ ‭Viagem antes da independência‬ ‭ epois do período em que ele firmou a sua permanecia no Brasil, envolto pela pressão do‬ D ‭Partido Brasileiro, onde com ou sem ele independência seria feita, D. Pedro começa a viajar‬ ‭pelo país e consultar as elites locais para saber se ele possuía o apoio destas. Em alguns‬ ‭locais ele foi recebido com extrema hospitalidade e com homenagens, porém em outros foi‬ ‭criticado. Com conhecimento disso, Portugal ameaça cada vez mais intensamente o Brasil,‬ ‭na suposição de enviar de tropas para evitar o processo de independência.‬ ‭ indo de Santos, quando estava visitando uma de suas amantes, na época uma pacata vila,‬ V ‭D. Pedro recebe cartas, e daí temos uma das principais cenas do contexto histórico‬ ‭brasileiro. Reconstruindo uma teórica, teatralidade a esse momento:‬ ‭ e Lisboa: as Cortes ordenavam a volta imediata do príncipe e o fim de uma‬ d ‭série de medidas que consideravam privilégios brasileiros, e acusavam de‬ ‭traição os ministros que cercavam o regente.‬ ‭ ob a presidência de Bonifácio o conselho de ministros reunira-se no Rio de Janeiro, e a‬ S ‭conclusão viera rápida: chegara a hora. Tamanha era a pressa, que José Bonifácio‬ ‭recomendou ao correio, Paulo Biegato, que juntasse quantos cavalos fossem necessários.‬ ‭As missivas, porém, não encontraram d. Pedro em local nobre. O principe, que tinha‬ ‭vencido a serra de Cubatão montado numa besta baia pateada, envergava uma farda‬ ‭comum. Para piorar o cenário, lá pelo dia 7 de setembro ele contava com um estado de‬ ‭saúde que, embora não apresentasse maior gravidade, era por certo desconfortável. [...] O‬ ‭momento não era o mais indicado para grandes atos, mas o destino nem sempre escolhe a‬ ‭hora certa.‬ ‭ ogo que soube da chegada dos emissários, Francisco de Castro Canto e Melo‬ L ‭apressou-se a dar a notícia ao príncipe, num lugar chamado Moinhos. O major‬ ‭e irmão de Domitila legaria um relato engrandecedor sobre o Sete de‬ ‭Setembro,*° centrando detalhes na figura do príncipe e na sua própria. Diante‬ ‭da notícia, d. Pedro, como era bem do seu caráter, alvoroçou-se e saiu em‬ ‭disparada em direção a São Paulo. Mas a seu encontro vinham a galope os‬ ‭mensageiros de José Bonifácio, que o alcançaram no meio do caminho: "no‬ ‭alto da colina próxima do riacho do Ipiranga". Foi então, em cima de um‬ ‭pequeno declive, de onde podia se avistar a pacata cidade de São Paulo, mais‬ ‭ou menos às quatro horas da tarde, que o principe recebeu a correspondência‬ ‭das mãos do major Antônio Ramos Cordero. As cartas eram muitas: atos das‬ ‭Cortes, missivas de José Bonifácio, de Antônio Carlos, da princesa Leopoldina‬ ‭(uma de 28 e outra de 29 de agosto). De posse do conteúdo das cartas, d.‬ ‭Pedro comunicou à sua cansada comitiva que as Cortes pretendiam‬ ‭"massacrar" o Brasil. Leu em voz alta os documentos que determinavam o fim‬ ‭de seu ministério; a convocação de um novo conselho. A carta mais violenta‬ ‭era de Bonifácio: "Venha Vossa Alteza Real quanto antes e decida-se, porque‬ ‭irresoluções e medidas de água morna [...] para nada servem, e um momento‬ ‭perdido é uma desgraça". E junto com as palavras de Bonifacio chegava o‬ ‭boato de que d. Pedro fora deserdado em beneficio do irmão d. Miguel. Então,‬ ‭fez-se o ato.‬ ‭A Indepência, a proclamação da Independência : : : :‬ ‭ aside> Às‬ < ‭quatro e meia da tarde, montado em sua besta, assoberbado pelo mal-estar, fatigado pela‬ ‭viagem, mas convocado pelo momento, D. Pedro formalizou o que já era realidade: com ou‬ ‭sem grito, destacou a separação à Portugal.‬ ‭‬ ‭ ornal apresenta ao povo que o país está independente no dia 20 de setembro, logo após o‬ J ‭retorno do agora (não tão presente, poque a coroc’ão do mesmo seria realizada apenas em‬ ‭1º de dezembro)regente do país.‬ ‭Um adendo importante‬ ‭ omo foi dito inicialmente, nossa independência (por muitas razões) é extremamente‬ C ‭singular. É muito importante, para futuramente um estudo sobre o I e o II reinado, que a‬ ‭nossa independência trouxe mais continuidade do passado coloonial do que rupturas com‬ ‭sistemas políticos, sociais e economicos.‬ ‭ ontinuamos, após a independência, com a escravidão, com domínio, exploração, domínio‬ C ‭por parte dos latifundiários, senhores de engenho, monocultura exportadora, então muita‬ ‭coisa continuou tão ruim quanto ou pior do que antes.‬ ‭I Reinado do Brasil‬ ‭ independência brasileira tornava-se aos poucos, uma realidade. A adoção de um império,‬ A ‭a solução monárquica (sobrepondo elementos novos e antigos) era uma extrema‬ ‭contradição, indo do fato que um país na América Latina, não previa um processo de‬ ‭emancipação que não instalasse um regime repúblicano, num continenete de vocação‬ ‭republicana.‬ ‭ ara a história do Brasil, esse momento é devidamente confuso. Um momento em que‬ P ‭passamos por diversas instabilidades, por uma personalidade conturbada, e sobretudo, por‬ ‭raízes e formas políticas de origem lusitana. Não só o Imperador por si, mas uma elite, tanto‬ ‭política como econômica, majoritariamente educadas em Coimbra e nos moldes da realeza.‬ ‭ ão só isso, era de extrema necessidade para o novo imperador, organizar a nova nação,‬ N ‭criar uma estrutura administrativa, obter o reconhecimento de outros países e como maior‬ ‭desafio me arrisco a dizer, governar uma nação de composição social instável, enorme e‬ ‭desequilibrada.‬ ‭Assembleia Constituinte‬ ‭ m ano após a independência do Brasil (1883), começa a ser formada a Assembleia‬ U ‭Nacional Constituinte. Uma formação inicial do que então seria nossa primeira Constituição.‬ ‭Porém, haviam grupos distintos dentro da elite brasileira.‬ ‭ xistiam o grupo dos liberais, que vão querer maior liberdade (estes que visam esse novo‬ E ‭Brasil com menor participação por parte do Estado). Esse grupo vai fazer oposição a‬ ‭presença do então imperador, D. Pedro I.‬ ‭ m contra partida, existiam o grupos dos conservadores, que planejam conservar o estilo,‬ E ‭conceito e essência da monarquia.‬ ‭ ssa constituinte foi anulada por D. Pedro. Por conta do apoio ao imperador e a‬ E ‭sobreposição da figura do partido conservador, apesar da também desaprovação do‬ ‭mesmo, ela não chega a existir oficialmente no Brasil.‬ ‭Constituição outorgada e Governo autoritário de D. Pedro‬ ‭ pós cancelar a constituinte de 1823, D Pedro (de modo devidamente autoritário), outorga‬ A ‭uma nova constituição conservadora e centralizada na figura do imperador criada em 1824.‬ ‭Que se torna, inclusive, a primeira constituição brasileira. Para historiografia, quando se usa‬ ‭o termo de uma Constituição outorgada, significa que aquele documento foi despoticamente‬ ‭vigorado sob os interesses e aval frutos de poder totalitário.‬ ‭ ssa Constituição de 25 de março de 1824, dando continuidade a muito dos processos‬ E ‭coloniais, subordina a Igreja Católica ao Estado (Imperador). Então além de ser uma figura‬ ‭extremamente centralizadora, D. Pedro era também o chefe da Igreja Católica.‬ ‭ lgo que muito caracterizou o I Reinado, por uma questão de status acredito, por mostrar‬ A ‭que o Brasil é uma nação crescente e está segguindo alguns ideais que acontecem na‬ ‭europa, permite-se a presença dos três poderes. Estabelecendo:‬ ‭‬ ‭Poder executivo‬ ‭○‬ ‭Exercido pelo Imperador e seus ministros.‬ ‭‬ ‭Poder legislativo‬ ‭○‬ ‭Exercido por deputados eleitos por voto censitário (de acordo com a renda) e‬ ‭pode senadores vitalícios nomeados pelo imperador. Basicamente, a elite.‬ ‭‬ ‭Poder judiciário‬ ‭○‬ ‭Exercido por juízes nomeados pelo imperador que iriam, teoricamente, julgar‬ ‭qualquer processo de irregularidade no Brasil.‬ ‭‬ ‭Moderador‬ ‭○‬ ‭Exercido unicamente pelo imperador, com autoridade para anular quaisquer‬ ‭decisões dos demais poderes. O que muito representa centralização de‬ ‭poder de D. Pedro.‬ ‭ importante saber que mediante esse processo, D. Pedro reprime o povo, principalmente‬ É ‭os liberais. Repressão, na maior parte dos casos na historiografia, leva a revoltas. Não só‬ ‭isso, a opressão também leva a insatisfação popular. O próprio, agia de forma muito‬ ‭impulsiva, algo de “ação e atitude”.‬ ‭Dom Pedro I e a maçonaria‬ ‭ om Pedro I chegou ao topo da maçonaria brasileira tão rapidamente quanto deu um fim‬ D ‭provisório à irmandade. É fácil entender o porquê dessa mudança de atitude.‬‭Dom Pedro I‬ ‭recorreu à ordem para declarar a independência. Mas, assim que se tornou o primeiro‬ ‭imperador do Brasil, os irmãos maçons viraram um estorvo.‬ ‭A confederação do equador‬ ‭ o primeiro ano da constituição, já se tem uma grande revolta contra a figura de D. Pedro I.‬ N ‭Uma revolta ocorrida no Nordeste, chamada de confederação do Equador.‬ ‭ Nordeste brasileiro, ou uma camada de liberais do Nordeste brasileiro, estão revoltados‬ O ‭com o imperador. Além de esquecido após o deslocamento do eixo econômico do Nordeste‬ ‭para o Sudeste, a região não aceita a Constituição conservadora que tira o direito de‬ ‭expressão.‬ ‭ confederação, como base é a união de várias federações. Então, o conjunto de algumas‬ A ‭províncias do nordeste queriam se separar, unidos por um ideal.‬ ‭ m dos mais importantes nomes para esse momento foi o Frei Caneca, estudado inclusive‬ U ‭em nosso projeto da Independência.‬ ‭ ara poder encerrar com esse movimento separatista, D. Pedro utiliza de seu poder‬ P ‭moderador. O então imperador contratou tropas inglesas (por conta da ausência de um‬ ‭exército) para poder reprimir a confederação do equador.‬ ‭ rescia, mais do que nunca, principalmente pelo “enforcamento” (fuzilamento) de Frei‬ C ‭Caneca, a impopularidade do Imperador em quase todas as camadas da sociedade‬ ‭brasileira. A violenta repressão a Confederação, a falta de solução para a crise econômica‬ ‭que vinha desde o período colonial e a dependência comercial com a Inglaterra‬ ‭desgastavam a figura de D. Pedro.‬ ‭Reconhecimento do Brasil‬ ‭ Brasil já era reconhecido como nação independente por alguns países. Os Estados‬ O ‭Unidos, por exemplo, que buscavam um fortalecimento para relevância política e social da‬ ‭América diante da Europa foi o primeiro país a reconhecer a independência do país.‬ ‭ Inglaterra, que apesar de algumas “frescurinhas” para aceitar o país como independente,‬ A ‭também entrou nesse processo. Principalmente para poder manter os privilégios pela‬ ‭abertura dos portos e diversos outros tratados existentes. O ponto que marca aqui, é o fato‬ ‭de que a Inglaterra queria a abolição da escravidão. Porque assim ela poderia expandir seu‬ ‭mercado consumidor, e em decorrência aumentar também a dependência economica do‬ ‭então Brasil com os produtos ingleses. Porém romper com a escravidão e o tráfico negreiro‬ ‭era para D. Pedro algo muito perigoso, para não desgraadr mais ainda as elites agrárias.‬ ‭Mas isso, mais do que as “Leis para inglês ver” era um assunto com pauta para o segundo‬ ‭reinado.‬ ‭ ntretanto um dos únicos países que não reconhecia o Brasil era Portugal. Até 1825,‬ E ‭quando a ex-metrópole exigiu que o país pagasse uma indenização a Portugal, para que‬ ‭assim um reconhecimento existisse. Sem fundo financeiro, em decorrência do‬ ‭recém-formado reino, era impossível que o Brasil pagasse dois milhões de libras esterlinas‬ ‭a Portugal. O que acontece, é que Portugal transfere para o Brasil todas as dividas com a‬ ‭Inglaterra para o Brasil, como “forma de pagamento”.‬ ‭Isso acarreta, cada vez mais, a impopularidade de D. Pedro.‬ ‭Cisplatina perdida‬ ‭ ou tentar ser o mais breve aqui, porque senão teríamos que detalhar todo um conflito que‬ V ‭ocorreu. Então basicamente, na guerra da Cisplatina o Uruguai se torna indpendente, e‬ ‭mesmo sem apoio popular, o exército fortemente estruturado e dinheiro, D. Pedro insistiu no‬ ‭conflito o que (SURPRESA) piorava cada vez mais sua imagem. Até porque nesse‬ ‭processo, ele leva o Banco do Brasil a falência.‬ ‭A panela de pressão de explode, é sim o fim. Mas só da primeira panela‬ ‭ ara tentar reconquistar sua popularidade, D. Pedro, vai tentar rodar o país em busca de‬ P ‭apoio e para tentar reconquistar. Eis que ele vai inicialmente a Vila Rica (hoje, Ouro Preto) e‬ ‭lá recebido por extrema hostilidade. Ele então, decide cancelar a viagem.‬ ‭ a volta, o Partido Conservador decide fazer uma grande festa e mostrar o apoio que ele‬ N ‭tinha no Rio de Janeiro (pela elite).‬ ‭Porém, o população invade a festa e faz barraco.‬ ‭ edrinho cai em si e chega a conclusão que ele deve voltar para Portugal. Em decorrência‬ P ‭do falecimento de D. João VI, e D. Pedro sendo a figura de sucessão do trono português,‬ ‭além da massiva impopularidade o imperador retorna a portugal.‬ ‭ o Brasil (utilizando agora de uma linguagem bem direta), a figura do Imperador era‬ N ‭praticamente insustentável, após os atos autoritários, “cancelação” dos liberais, e tudo feito.‬ ‭Era hora de voltar para casa.‬ ‭ aside> < 🔚 Em 1831 D. Pedro abdica do trono, retorna a Portugal e deixa seu filho Dom‬ ‭Pedro de Alcântra (com apenas 5 anos de idade) sob a tutela de José Bonifácio no Brasil‬ ‭como garantia, dando fim ao Primeiro Reinado.‬ ‭‬ ‭ e uma forma geral, trabalha-se com a ideia de que o Primeiro Reinado foi um‬ D ‭período de alta instabilidade política no Brasil. Que iniciou com um estranho‬ ‭processo de indpenência e finalizou com um constragedor fim de cena.‬

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