Artrologia do Membro Inferior - 2023/24 (PDF)

ARTICULAÇÕES DO MEMBRO INFERIOR Ano letivo 2023/24 João Cruz Anatomia Funcional [email protected]  Pretende-se que no final do bloco, cada aluno esteja...

ARTICULAÇÕES DO MEMBRO INFERIOR Ano letivo 2023/24 João Cruz Anatomia Funcional [email protected]  Pretende-se que no final do bloco, cada aluno esteja apto a: Descrever a forma como se classificam as articulações quanto à sua estrutura e funcionalidade; Definir e descrever articulações fibrosas e OBJETIVOS ▼ cartilagíneas; Descrever os acidentes gerais de uma articulação sinovial e explicar o seu funcionamento; Listar exemplos para cada classificação; Definir e dar exemplos de vários tipos de movimento do corpo; Descrever os fatores que influenciam a amplitude do movimento ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR CINTURA PÉLVICA ▪ COXA: estabelece a ligação com a cintura pélvica na articulação Coxofemoral, tipo ENARTROSE (triaxial), com a existência de um Bordalete. ▪ A cabeça do fémur liga-se ao transfundo acetabular através do Ligamento Redondo (1) - (apresenta-se envolvido por membrana sinovial, com irrigação e inervação). ▪ A grande estabilidade articular deve-se a: 1º Existência do bordalete acetabular ou cotilóideo 2º Cápsula articular e ligamentos 3º Pressão intra articular negativa 4º Envolvimento muscular 5º Articulação sacroilíaca e lombo-sagrada de reduzida mobilidade ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR CINTURA PÉLVICA ▪ Cápsula articular (3) Mobilidade da Articulação Coxofemoral Realiza movimentos em todas as direções, Flexão/Extensão, Abdução/Adução, Rotação interna/externa, mas de menor amplitude que a articulação escápulo-umeral devido a: 1º Reduzida mobilidade da cintura pélvica. 2º Maior superfície das estruturas articulares. 3º Musculatura envolvente à articulação. ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR CINTURA PÉLVICA ▪ Ligamento Transverso do Acetábulo (5) ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR CINTURA PÉLVICA ▪ Cápsula Articular - insere-se na face externa do bordalete acetabular (ou cotiloideu), em volta do colo do fémur e linha/crista inter-trocantérica anterior. ▪ É reforçado anteriormente pelos ligamentos: Iliofemoral (lig de Bertin) (1) - sai da espinha ilíaca antero- inferior, divide-se em dois feixes (um – superior - para o grande trocânter (2) e outro – inferior - para o pequeno trocânter (3)) Pubo-femoral (4) - liga o púbis ao pequeno trocânter Estas três fitas ligamentares desenham um N, sendo conhecidas por ligamento em N ou ligamento de Welcker (5) ▪ Posteriormente distingue-se o Ligamento Isquiofemoral ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR CINTURA PÉLVICA ▪ Cápsula Articular - insere-se na face externa do bordalete acetabular (ou cotiloideu), em volta do colo do fémur e linha/crista inter-trocantérica anterior. ▪ Posteriormente distingue-se o Ligamento Isquiofemoral (1) ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR https://www.youtube.com/watch?v=qlCvKEOZtpo CINTURA PÉLVICA ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR JOELHO E PERNA O Complexo do Joelho localiza-se na transição entre a coxa e a perna e é considerado a mais complexa articulação do corpo humano. O Joelho é primariamente uma articulação sinovial do tipo gínglimo (em dobradiça). Além de todas as estruturas contidas em uma articulação sinovial, a articulação do Joelho contem amortecedores extras, sob a forma de blocos de cartilagem. Na ligação joelho-perna consideram-se as seguintes articulações: ▪ ARTICULAÇÃO FÉMURO-TIBIAL: fémur e tíbia ▪ ARTICULAÇÃO FÉMURO-PATELAR: fémur e rótula (patela) ▪ ARTICULAÇÃO TÍBIO-PERONIAL SUPERIOR E INFERIOR: tíbia e perónio https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-articular/diartroses/joelho/ ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR JOELHO ▪ ARTICULAÇÃO FÉMURO-TIBIAL: Função: transmissão de forças verticais entre o tronco e os apoios. Locomoção. É uma articulação do tipo: Trocleo-Bicondilo-Meniscoartrose (biaxial) Descrevem-se dois meniscos em que o externo tem a forma de um O e o interno assemelha-se a um C, estando ligados pelo Ligamento Intermeniscal. Dois Ligamentos Articulares, Ligamento Cruzado Anterior e Ligamento Cruzado Posterior, em que o primeiro se insere na superfície pré-espinal da tíbia e fixa-se na face interna do côndilo femoral externo. O segundo sai da superfície retro espinal da tíbia, inserindo-se na face externa do côndilo femoral interno ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR JOELHO ▪ ARTICULAÇÃO FÉMURO-TIBIAL: ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR JOELHO ▪ ARTICULAÇÃO FÉMURO-TIBIAL: 1. face articular superior medial 2. face articular superior lateral 3. Eminência intercondilar 4. Área intercondilar anterior 5. Área intercondilar posterior 6. Menisco lateral 7. Menisco medial 8. Ligamento transverso intermeniscal 9. Ligamento menisco-femural posterior 10. Ligamento menisco-femural anterior 11. inserção tibial da cápsula articular ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR JOELHO ▪ ARTICULAÇÃO FÉMURO-TIBIAL: LIGAMENTOS CAPSULARES Lateral - Ligamento Lateral Interno - liga internamente o fémur e a tíbia (aderente à cápsula articular) LIGAMENTO LATERAL EXTERNO - LIGA EXTERNAMENTE O FÉMUR AO PERÓNIO Bandas Tendinosas: - Fáscia Iliotibial (Fáscia Lata - externa) - Pata de Ganso (interna), que resulta da união dos tendões de três músculos da coxa (Costureiro, Reto Interno e Semitendinoso). Posterior - encontra-se o Ligamento Pópliteu nas suas duas porções: - Ligamento Pópliteu Obliquo - Ligamento Pópliteu Arqueado Anterior - encontra-se o Tendão Rotuliano. Liga a rótula à tíbia, sendo reforçado por dois ligamentos triangulares (Asa da Rótula), que se inserem nos côndilos femorais. ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR JOELHO ▪ ARTICULAÇÃO FÉMURO-PATELAR: formada pela face patelar do fémur e pela porção articular da face posterior da rótula. Mais concretamente, é a ligação do tendão rotuliano ao sulco troclear entre os côndilos femorais. Serve para reduzir o atrito entre essas duas estruturas, e a região posterior da patela é recoberta por cartilagem articular. 1. Aumentar o ângulo de tração do tendão do músculo quadríceps femoral – com isso, melhora a mecânica dos músculos que formam o quadríceps femoral ao realizar a extensão do joelho; 2. Centralizar a tensão divergente dos músculos extensores de joelho – tensão que é transmitida ao tendão rotuliano; 3. Aumentar a área de contacto entre o tendão rotuliano e o fémur – diminui o stress por contato da articulação patelofemoral; 4. Proteger a face anterior da anatomia do joelho e o tendão do quadríceps femoral contra os ossos adjacentes. ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR JOELHO ▪ ARTICULAÇÃO FÉMURO-PATELAR: Ligamento Anterior: 1. Tendão rotuliano 2. Asa interna da rótula 3. Asa externa da rótula 4. Ligamento menisco-rotuliano externo 5. Ligamento menisco-rotuliano interno ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR JOELHO ▪ ARTICULAÇÃO FÉMURO-PATELAR: Ligamento Lateral Interno 1. Ligamento lateral interno 2. Asa interna da rótula 3. Ligamento menisco-rotuliano interno ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR JOELHO ▪ ARTICULAÇÃO FÉMURO-PATELAR: Ligamento Lateral Externo 1. Ligamento lateral externo 2. Ligamento menisco-rotuliano externo 3. Asa interna da rótula 4. Ligamento posterior da cabeça do perónio ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR JOELHO ▪ ARTICULAÇÃO FÉMURO-PATELAR: Ligamento Posterior/Popliteu 1. Ligamento popliteu oblíquo 2. Ligamento popliteu arqueado ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR JOELHO ▪ ARTICULAÇÃO FÉMURO-PATELAR: Ligamentos Cruzados 1. Ligamento cruzado anterior 2. Ligamento cruzado posterior 3. Ligamento anterior da articulação tibio-peronial superior ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR https://www.youtube.com/watch?v=_q-Jxj5sT0g JOELHO E PERNA ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR JOELHO E PERNA Componentes da articulação do complexo do joelho Cápsula Articular Membrana Sinovial Líquido sinovial Ligamentos extra-capsulares da articulação do joelho Ligamento Rotuliano, Ligamento Colateral medial (tibial), Ligamento Colateral lateral (peroneal), Ligamento Poplíteo Oblíquo, Ligamento Poplíteo Arqueado, Retináculo (asa interna e asa externa) Ligamentos intra-articulares da articulação do joelho Ligamento cruzado anterior, Ligamento cruzado posterior, meniscos (interno e externo), Ligamento transverso, menisco-femural (anterior e posterior) ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR PERNA ▪ ARTICULAÇÃO TÍBIO-PERONIAL SUPERIOR CLASSIFICAÇÃO: - Sinovial, móvel, diartrose (ARTRODIA). SUPERFÍCIES ARTICULARES: - Tuberosidade externa da tíbia. - Extremidade superior e interna do peróneo. MEIOS DE UNIÃO: - Cápsula articular. - Ligamento anterior (tíbio-peroniais). - Ligamento posterior. MOVIMENTOS: - De deslizamento transversal muito limitados de pequena amplitude. ------------------------------------------------------------------------------------------- ▪ ARTICULAÇÃO TÍBIO-PERONIAL INFERIOR CLASSIFICAÇÃO: - Anfiartrose, sindesmose, semi-móvel (há quem classifique de artrodia). SUPERFÍCIES ARTICULARES: - Extremidade inferior e interna da tíbia. - Extremidade inferior do peróneo (face interna). MEIOS DE UNIÃO: - Ligamento anterior, posterior e interósseo (estende-se da face externa da tíbia até à face interna do peróneo). MOVIMENTOS: - De deslizamento transversal muito limitados de pequena amplitude. ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR TORNOZELO E PÉ ▪ ARTICULAÇÃO TÍBIO-TÁRSICA OU TORNOZELO Une a tíbia e o peróneo com o astrágalo do tarso. CLASSIFICAÇÃO: - Sinovial, móvel, diartrose (trocleartrose). SUPERFÍCIES ARTICULARES: - Superfície astragalina: tróclea, faceta lateral interna ou tibial, faceta lateral externa ou peroneal. - Superfície Tíbio-peroneal: extremidade inferior da tíbia (côncava), maléolo tibial ou interno e maléolo peroneal ou externo. MEIOS DE UNIÃO: - Cápsula articular (insere-se em todo o contorno da superfície articular). - Ligamento lateral interno (2 feixes: 1 superficial e 1 profundo): FEIXE SUPERFICIAL: - Ligamento deltoideo: insere-se no maléolo interno e depois é constituído por 3 feixes: posteriores (no astrágalo - 1); anteriores (astrágalo – 3 e escafóide - 4) e médios (calcâneo - 2). FEIXE PROFUNDO: - Está coberto por uma camada superficial inserindo-se no maléolo interno e na face interna do astrágalo - 5. - Ligamento lateral externo (3 feixes): talo-fibular anterior (do maléolo externo ao astrágalo - 1); talo-fibular posterior (idem - 2) e calcâneo-fibular (do maléolo externo à face externa do calcâneo - 3). MOVIMENTOS: - Flexão-Extensão. - Inversão (adução, supinação e extensão do pé); tensão no ligamento lateral externo. - Eversão (abdução, pronação e flexão do pé); tensão no ligamento lateral interno. - Extensão do tornozelo: flexão plantar. - Flexão do tornozelo: dorsiflexão. De deslizamento transversal muito limitados de pequena amplitude. ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR TORNOZELO E PÉ ART ROLOGIA DO ES QUELETO APEN DICULAR TORNOZELO E PÉ  Classificação funcional das articulações: Diartroses – são articulações móveis, elementos necessários ao normal desempenho gestual e motor, actividade cinestésica, estruturas de transição com actividade em um ou mais planos de movimento. Anfiartroses – são articulações semi-móveis, permitindo pequenos movimentos adaptativos e de cisselamento. Sinartroses – são articulações imóveis, em regiões anatómicas onde a solidez anatómica é necessária como meio protectivo à integridade de um determinado elemento anatómico. CONCLUSÃO ▼ Classificação anatómica das articulações: Sinoviais – são revestidas por cartilagem hialina, inseridas numa cavidade articular com liquido sinovial, são regulares na epífise que é revestida por uma cápsula de tecido fibroso e tem ligamentos. Subdivide-se em enartrose (articulação coxo-femural), troclear (úmero-cubital), condiliana (fémuro- tibial), encaixe recíproco (calcâneo-cuboideia), artrodia (inter-apofisárias posteriores cervicais e dorsais) e trocóide (rádio-umeral).  Cartilagíneas – não apresenta cavidade sinovial, a união entre as extremidades ósseas é feita por tecido fibroso e as superfícies articulares estão revestidas por cartilagem, ligamentos de suporte. Sínfises (sínfise púbica e corpos vertebrais) e sincondroses.  Fibrosas – não apresenta cavidade articular e a união entre as estruturas ósseas é feita por tecido conjuntivo fibroso e denso. Este tipo de articulação subdivide-se em suturas (ossos do crânio), sindesmoses (articulação rádio- cubital inferior) e gonfoses (peças dentárias nos maxilares).  Para um entendimento ótimo do movimento de uma articulação devemos considerar as superfícies articulares envolvidas e os meios de união. Os movimentos de deslizamento ocorrem quando duas superfícies planas deslizam uma sobre a outra. Os movimentos angulares incluem flexão e extensão, flexão plantar e dorsiflexão, e abdução e adução. Os movimentos circulares incluem rotação, pronação e supinação e circundução. Os movimentos especiais incluem elevação e depressão, protração e retração, excursão, oposição e reposição e inversão e eversão. Os movimentos combinados envolvem dois ou mais dos movimentos mencionados anteriormente. CONCLUSÃO ▼ A mobilidade de uma articulação é determinada por diferentes fatores passivos (morfologia das superfícies articulares, organização e tensão cápsulo-ligamentar, oposição de tecidos moles (relevos musculares)) e ativos (a atividade contráctil do músculo estriado, tensão das estruturas músculo-tendinosas e o grau de alongamento do músculo), possibilitando uma diversidade de intervenções no meio. Com a idade, o tecido conjuntivo das articulações torna-se menos flexível e menos elástico. A rigidez da articulação resultante aumenta a taxa de desgaste nas superfícies articulares. As mudanças no tecido conjuntivo também reduzem a amplitude de movimento.