Processos e Intervenções Grupais e Familiares PDF
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Mariana Ricci Betti Campagna
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Este documento apresenta uma visão geral sobre processos e intervenções grupais e familiares, destacando diferentes abordagens sistêmicas, como a transgeracional e a estratégica, e suas intervenções. São discutidos os recursos terapêuticos dentro dessas abordagens.
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PROCESSOS E INTERVENÇÕES GRUPAIS E FAMILIARES MÓDULO PROCESSOS EDUCATIVOS E INSTITUCIONAIS Professora: Mariana Ricci Betti Campagna PROCESSOS E INTERVENÇÕES GRUPAIS E FAMILIARES ENCONTRO 02: Abordagem Sistêmica Família Família Processo rápido...
PROCESSOS E INTERVENÇÕES GRUPAIS E FAMILIARES MÓDULO PROCESSOS EDUCATIVOS E INSTITUCIONAIS Professora: Mariana Ricci Betti Campagna PROCESSOS E INTERVENÇÕES GRUPAIS E FAMILIARES ENCONTRO 02: Abordagem Sistêmica Família Família Processo rápido e profundo de mudanças significativas. Modificar conceitos e rever padrões. Resgatar aspectos fundamentais para cumprir seu papel e função como principal célula social, independentemente da sua configuração. Mudanças ► Divórcios e recasamentos. ► Mulheres trabalhando (também) fora de casa. ► Diminuição no número de filhos ou casais sem filhos. ► Mais pessoas decidindo morar sozinhas. ► Uniões homoafetivas. Mudanças ► Casais dividindo cuidados dos filhos e da organização familiar. ► Mulheres e homens assumindo sozinhos o sustento financeiro da família. ► Produções independentes (monoparentalidade). ► Casal com filhos adotivos. Família ► Sistema vivo em sua estrutura. ► Com conceitos sobre fronteiras, subsistemas e papéis. ► Qualquerque seja sua formatação, a visão sistêmica tem aplicabilidade. Família ► Sistema semiaberto - permite troca com sistemas externos. Nunca vista como um grupo isolado. ► Sistemapermeável - permite entrada e saída do meio externo. ► Sistema familiar é de uma complexidade organizada. TERAPIA FAMILIAR SISTÊMICA ► INÍCIO: Trabalho com famílias com integrante esquizofrênico (Grupo de Palo Alto – Bateson). ► Foco na interação dos membros da família. INDIVÍDUO FAMÍLIA (intrapsíquico) (interação) O terapeuta e sua família de origem Metáfora da Árvore Escola Transgeracional (Bowiana) ► Principal autor – Murray Bowen. ► Experiência própria (olhar para família de origem). ► Família nuclear + família ampliada (gerações). ► Atendimento individual. ► Qualé o papel de cada indivíduo nos problemas que surgem dentro da família. Escola Transgeracional (Bowiana) ► Diferenciação de self – Individuação e separação emocional da família de origem. Self - separação psicológica do intelecto e das emoções (responsabilização). ► Triângulo – sistema inter-relacional (díade e um terceiro), convocado a participar quando desconforto e de ansiedade aumenta entre as duas pessoas. Uma delas, busca uma terceira para aliviar a tensão. Escola Transgeracional (Bowiana) ► Transmissão multigeracional - passagem do processo emocional da família através de várias gerações, tanto do marido quanto da mulher. ► Genograma - representação gráfica das relações familiares. Escola Transgeracional (Bowiana) Busca para o entendimento de como se dá a transmissão dos valores e mitos familiares e, por meio dela, busca-se o fortalecimento dos laços emocionais e familiares, bem como facilitar a resolução dos problemas. Escola Estratégica ► Principais autores: Jay Haley, Jackson, Bateson, Weakland e Watzlawick. ► Utilizaçãode técnicas e estratégias para alteração na dinâmica familiar. ► Intervir ativamente no sistema. Escola Estratégica ►O que caracteriza o sistema familiar é a luta pelo poder. ► Foco no sintoma - dificuldades interacionais (eliminação). ► Terapia breve (encerramento com fim de sintoma). SINTOMA SOLUÇÃO FAMÍLIA (sistema) Escola Estrutural ► Principal autor - Salvador Minuchin ► Pressupostoprincipal - família como sistema, com vários subsistemas que interagem entre si e influenciam-se mutuamente. Cada indivíduo na família é um subsistema da mesma. Assim percebe-se que a forma como a família se relaciona e interage constrói um padrão, uma estrutura. Escola Estrutural ► Hierarquia. ► Subsistemas (parental, fraternal, conjugal e filial). ► Alianças. ► Fronteiras (nítidas, difusas ou rígidas). ► Sintoma (recurso) – Ação! “Qual dinâmica familiar gera disfunções apresentando um sintoma”. ► Transformação da estrutura. DIFERENTES HIERARQUIAS SUB SUB INDIVÍDUO SISTEMA SISTEMA PARENTAL Autoridade FILIAL HOMEOSTASE SUB SISTEMA FRATERNAL CONJUGAL FAMÍLIA (sistema) FRONTEIRAS diversas ALIANÇA SUB SUB SISTEMA SISTEMA SUB SISTEMA FAMÍLIA (sistema) Escola Estrutural Objetivo: alterar as fronteiras e realinhar os subsistemas intrafamiliares, buscando uma reestruturação para melhor interação e comunicação entre os membros familiares. De forma geral, buscar que as famílias tenham uma estrutura hierárquica funcional e efetiva. Escola de Milão ► Principais autores: Boscolo, Ceccin e Prata, Mara Selvini Palazzoli ► Menos interventivo. ► Criação de hipóteses. ► Conceitos da Terapia Estratégica e da Terapia Estrutural. ► Reflexão, entendimento, consciência do sistema. Escola de Milão ► Conotação positiva (resgate das qualidades e competências do outro). ► Ritual familiar (ações que todos membros da família são levados a participar). ► Espelho unilateral (técnica, grupo de terapeutas e família desenvolvem triângulo terapêutico) Espelho unilateral O grupo observa por trás de um espelho unidirecional ou no próprio espaço terapêutico. Condução da sessão por um terapeuta e depois o grupo é requisitado a discutir e dar feedback, sempre de forma positiva, como sentiu a família. Assim pode-se criar estratégia onde um terapeuta defende uma mudança e seus colegas do grupo terapêutico, em contrapartida, defendem outro tipo de mudança, ficando a cargo da família eleger quais das mudanças aplicará em sua dinâmica familiar; sempre visando o crescimento do sistema familiar. INTERVENÇÕES NA ABORDAGEM SISTÊMICA Intervenção ►Maior FOCO no aqui e agora! Intervenção Contato telefônico ► Objetivo:obter uma visão geral do problema apresentado e fazer com que venha toda a família para a consulta. ► Visão ampliada. Intervenção ► Relação do terapeuta com o cliente Exemplo: Mário, 27 anos, e Suzana, 25 anos, chegam na hora marcada, bem vestidos e nada em seu aspecto chama atenção. Ele é engenheiro, ela psicóloga e conhecerem- se em uma viagem de férias. Logo que chegam olham um para o outro e sorriem. A terapeuta esclarece que podem começar a falar das dificuldades que os trazem. Intervenção ► Observar a estrutura que sustenta o sistema (família/casal). ► Como é estabelecida a hierarquia? ► Quais os papéis exercidos? Intervenção Estabelecimento de tarefas ► Durante a sessão. ► Fora do consultório. Escrita, leitura, filme, atividade. Intervenção Recursos terapêuticos: ► Filme ► Livro ► Poema ► Vivência ► Perguntas sistêmicas Intervenção TERAPEUTA ATIVO ► Fazerleitura, interpretando, co-construindo relação terapêutica. Intervenção ► Psicólogo atua como facilitador do diálogo e mediador da crise. ► Evitar alianças e coalizões. ► Redirecionar as falas dos membros. Intervenção ► Traduzir para as partes os sentimentos envolvidos. ► Impressões/sentimentos do terapeuta durante a sessão. Pergunta essencial: QUAL A FUNÇÃO DO SINTOMA PARA ESSE SISTEMA? DICA Natal em 3 por 4 ► História de uma família. ► Segredos familiares. ► Alianças. ► Rituais familiares. ► Transgeracionalidade. Estudo de caso: Família Souza Joana, 35 anos, arquiteta, trabalhando em uma repartição pública, vem à consulta por profunda depressão, motivada pela desintegração de seu casamento de 11 anos com Pedro, médico, que foi seu primeiro e único namorado. Tem dois filhos: Rodrigo, 10 anos, e João, de 4 anos. Queixa-se de solidão, desesperança e brigas constantes com Pedro nos últimos três anos. As brigas pioraram há um ano, quando ele passou a ausentar-se muito de casa. Reconhece, com culpa, que nesse período teve dificuldades para cuidar de seus filhos. É a terceira de cinco irmãos de uma família do interior, muito conservadora, em que nunca houve separações. Está assustada porque o irmão mais moço tem diagnóstico de esquizofrenia e sente-se parecida com ele. ►Mencione pelo menos uma hipótese relacionada a abordagem Sistêmica que pode ser realizada referente ao caso da família Souza. ► BOCK, A. M. B. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 1999. ► Carneiro, T.F. (1996). Terapia familiar: das divergências às possibilidades de articulação dos diferentes enfoques. Psicologia: ciência e profissão. v.16, 1. ► ESTEVES DE VASCONCELLOS, MJ. Pensamento sistêmico: o novo paradigma da ciência. 10. ed. Campinas: Papirus, 2013. 269 p.