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[Sistemas de memória] - Compilação de toda a matéria.pdf

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SISTEMAS de MEMÓRIA 2023/2024 M. Salomé Pinho FPCEUC Pergunta https://br.depositphotos.com/stock-photos/ponto-de-interroga%C3%A7%C3%A3o.html O que significa a designação “Sistemas de memória”? dar uma sugestão...

SISTEMAS de MEMÓRIA 2023/2024 M. Salomé Pinho FPCEUC Pergunta https://br.depositphotos.com/stock-photos/ponto-de-interroga%C3%A7%C3%A3o.html O que significa a designação “Sistemas de memória”? dar uma sugestão (pista de recuperação) retrieval cue a prompt or stimulus used to guide memory recall. https://dictionary.apa.org/retrieval-cue Sistema periódico dos elementos Who made the periodic table? In 1869 a Russian scientist called Dmitri Mendeleev invented the periodic system that we still use today. Before him others had tried to 'order' the elements but their tables were incomplete or grouped elements together which weren't similar. Dmitri's table didn't include all of the elements because not all of them were known at the time. He left gaps for them though and could predict their properties based on the elements around them in his table. Why is the periodic table so important? Everything - including humans! - are made up of elements so it's really important to understand them. When Dmitri's table was first created it helped scientists to do that, and it still does today. The periodic table also means scientists can predict the properties of matter on Earth - and in the rest of the Universe. It's been described as "one of the most significant achievements in science" by the United Nations which has decided that 2019 is the international year of the periodic table of chemical elements! in https://www.bbc.co.uk/newsround/46963919 lista geral de tópicos Designação “sistemas de memória” Perspectiva unitária da memória Alguns dos problemas decorrentes da perspectiva unitária da memória Perspectiva dos sistemas múltiplos de memória Problemas principais da perspectiva dos sistemas múltiplos de memória lista geral de tópicos – cont. Conclusão Desenvolvimentos recentes: teoria dos subsistemas múltiplos de memória Referências Informação suplementar Sistemas de memória: designação Endel Tulving Daniel Schacter oriunda da investigação sobre a organização da memória no cérebro, a qual pressupõe que a memória se manifesta através de sistemas múltiplos apesar desta ligação às neurociências, psicólogos como D. Schacter e E. Tulving consideram que os sistemas de memória deveriam ser identificados, sobretudo, com base em características de natureza psicológica. estudo de processos mentais humanos como estudo dos mecanismos estudo dos mecanismos cerebrais subjacentes ao percepção, atenção, imagens mentais, cerebrais subjacentes ao comportamento dos animais; os neurocientistas memória e tomada de decisão. Os psicólogos processamento mental comportamentais usam procedimentos invasivos que cognitivos dissecam estes processos gerais humano apenas podem ser aplicados em animais não em processos mais específicos através da humanos, mas estão em última análise interessados identificação de medidas comportamentais em saber como é que as suas descobertas que diferem entre estes processos, como a contribuem para a compreensão do processamento exactidão ou o tempo de reacção cerebral em humanos Slotnick, 2017 , p. 2 https://unsplash.com/s/photos/memory MEMÓRIA PERSPECTIVA UNITÁRIA VERSUS SISTEMAS MÚLTIPLOS Perspectiva unitária da memória existe uma representação única (i.e., uma unidade comum) de um evento num sistema de memória de grande extensão tarefas diferentes permitem recuperar aspectos diferentes dessa representação observam-se dissociações no desempenho de testes/tarefas porque pistas ou instruções de recuperação diferentes permitem o acesso a características diferentes de uma mesma e única representação do evento no armazém de memória Perspectiva unitária da memória (cont.) quando um evento não pode ser recuperado explicitamente é provável poder-se recuperá-lo implicitamente pessoas com défice mnésico podem conseguir recordar um evento experienciado, mediante tarefas de (i) decisão lexical, (ii) identificação perceptiva ou (iii) completamento de fragmentos de palavras Melton: memória a curto prazo (MCP) e memória a longo prazo (MLP) fazem parte do mesmo sistema de memória, i. e., não constituem sistemas de memória distintos (em oposição à hipótese do duplo registo mnésico) lexical decision a task in which the participant is presented with strings of letters, such as HOUSE or HOUPE, and is required to determine whether each string https://link.springer.com/referenceworkentry/10.1007/978-3-319-56782-2_1369-2 spells a word. The reaction time required to make the decision is usually measured. [https://dictionary.apa.org/lexical-decision] perceptual identification task task used to study implicit memory. The subject is asked to identify a stimulus (word, image, etc.) presented in a degraded form. [https://skosmos.loterre.fr/P66/en/page/-RHDBPZ6B-N] word-fragment completion task task used to study the priming effect. Participants are asked to complete words with missing letters (e.g., M _ M _ _ Y). Nothing in the instructions suggests that the words to complete have been studied previously. In addition, a distractor task between the study phase and the test phase is introduced to prevent the mental rehearsal of the studied words, and to reduce the influence of explicit memory. [https://skosmos.loterre.fr/P66/en/page/-H3MG41VM-G] Alguns dos problemas decorrentes da perspectiva unitária da memória simplificação de muitos processos complexos para se poder considerar um único mecanismo resultados de vários estudos apoiam a concepção segundo a qual a MCP e a MLP seriam dois sistemas distintos (i.e., estão associados a níveis diferentes de activação cerebral em áreas corticais diferentes) a taxa de decaimento é muito mais rápida na MCP do que na MLP (assim, a 1ª seria considerada uma memória transitória enquanto a 2ª constituiria uma memória permanente), resultado empírico que não é considerado em modelos da perspectiva unitária Perspectiva dos sistemas múltiplos de memória não existe uma representação única (i.e., uma unidade comum) de um evento o evento ao ser lembrado é montado/construído por muitos sistemas cerebrais em interacção – ex.: considere-se um dado um evento a memória primária (ou memória de trabalho) permite fazer um esboço neurocognitivo do evento, em que partes desse esboço são imediatamente acessíveis à consciência e a informação nele contida pode ser usada na actividade mental em curso o sistema de representações perceptivas codifica e armazena informação estrutural dos estímulos (não o seu significado, o qual remete para o sistema semântico) desse evento o sistema semântico codifica e armazena informação proposicional sobre o conhecimento de factos do evento o sistema episódico integra e regista informação relativa à experiência pessoal/subjectiva do evento e informação espacial (onde) e temporal (quando) tipos de informação diferente respeitantes aos vários aspectos do evento são registados em diferentes “locais de armazenamento” independentes perceptual representation system (PRS) a memory system whose function is to identify objects and words, allowing quick recognition of previously encountered stimuli. Perceptions are specifically recognized in the form previously experienced (e.g., a word as seen vs. a word as heard). The PRS does not recognize the meaning of stimuli, which is handled by semantic memory. [https://dictionary.apa.org/perceptual-representation-system] short-term memory (STM) the reproduction, recognition, or recall of a limited amount of material after a period of about 10 to 30 seconds. STM is often theorized to be separate from long-term memory, and the two are the components of the dual-store model of memory. STM is frequently tested in intelligence or neuropsychological examinations. See also immediate memory; modal model of memory; multistore model of memory; primary memory; working memory. [https://dictionary.apa.org/short-term-memory] working memory (…) The term has evolved, however, to refer primarily to the 1974 model of British cognitive psychologists Alan D. Baddeley (1934– ) and Graham J. Hitch (1946– ) for the short-term maintenance and manipulation of information necessary for performing complex cognitive tasks such as learning, reasoning, and comprehension. According to their multicomponent conceptualization, working memory comprises a phonological loop for temporarily manipulating and storing speech-based information and a visuospatial sketchpad that performs a similar function for visual and spatial information. Both are supervised by a limited capacity central executive, a control system responsible for the distribution of attention and general coordination of ongoing processes. A fourth component, the episodic buffer, was added to the model in 2000; it binds together information about the same stimulus or event from the different subsidiary systems to form an integrated representation that is essential to long-term memory storage. (…) [https://dictionary.apa.org/working-memory] semantic memory memory for general factual knowledge and concepts, of the kind that endows information with meaning and ultimately allows people to engage in such complex cognitive processes as recognizing objects and using language. Impairments of semantic memory may be seen following brain injury as well as in certain neurological disorders, particularly dementia. For instance, people with Alzheimer’s disease often find it increasingly difficult to categorize and name items (i.e., to refer to an apple as an apple) as their memory deficits worsen. Semantic memory is considered by many theorists to be one of the two forms of declarative memory, the other being episodic memory. [defined in 1972 by Endel Tulving] [https://dictionary.apa.org/semantic-memory] episodic memory the ability to remember personally experienced events associated with a particular time and place. As defined in 1972 by Endel Tulving, episodic memory supplements semantic memory as a form of declarative memory. Although Tulving’s original description of episodic memory required recollecting the three ‘Ws’ of an event—what, where, and when—it has since been revised to include a sense of self-awareness and a subjective conscious experience as well (termed autonoetic consciousness). In other words, in addition to recalling the facts of a past event, an individual has to engage in “mental time travel” and remember that he or she was the one who lived the event. The hippocampus plays a key role in episodic memory formation and retrieval. Atrophy of this area and structures in the associated hippocampal formation is a hallmark feature of Alzheimer’s disease, although episodic memory also declines considerably with normal aging. See also autobiographical memory. [https://dictionary.apa.org/episodic-memory] ex. retirado do texto das aulas práticas a um sujeito experimental é apresentado um evento: no ecrã do computador surge a frase “AS ABELHAS FABRICAM MEL” a informação sobre o evento é codificada e armazenada na sua memória e, mais tarde, no momento do teste de memória, o sujeito utiliza essa informação combinando-a com a que está presente no momento de recuperação o sujeito dispõe de muita informação relacionada com este evento na sua memória podendo responder a uma grande diversidade de perguntas: p. ex., o tipo de letra com que estava escrita a frase, em que local apareceu a frase, quando viu a frase (dia da semana, hora, …) Ruiz-Vargas(2010), p. 83 ex. retirado do texto das aulas práticas (cont.) Abordagem dos sistemas múltiplos: como não existe uma representação única do evento percebido (diferentes tipos de informação do evento são armazenados em sistemas e subsistemas ≠s), a recordação deste é montada/construída em diversos sistemas cerebrais que interagem entre si [nota: os ≠s sistemas mnésicos evoluíram para desempenharem funções próprias específicas (não se sobrepõem nem são redundantes quanto às suas operações sobre o tipo de informação que processam)] sistema de memória de trabalho / a curto prazo: esboço neurocognitivo que permite o acesso consciente e imediato a informação do evento e informação deste esboço ser usada na actividade mental em curso simultaneamente, estão em funcionamento outros sistemas de memória a longo prazo (cuja manifestação é implícita OU explícita, i.e., a recuperação não pode assumir ambas as formas): sistema de representações perceptivas que facilita a identificação de um objecto (características visuais das letras que compõem a frase) sistema de memória semântica que diz respeito a conhecer ou saber (informação proposicional sobre o trabalho de um tipo particular de insectos) sistema de memória episódica que diz respeito ao recordar (combina, codifica e localiza espacialmente e temporalmente a experiência do sujeito que vê aparecer e desaparecer a frase no ecrã) Ruiz-Vargas(2010), p. 85 tipos de informação diferente respeitantes aos vários aspectos do evento são registados em diferentes “locais de armazenamento” independentes Perspectiva dos sistemas múltiplos de memória (cont.) estes diferentes “locais de armazenamento” independentes correspondem a sistemas de memória e seus subsistemas – embora os diferentes sistemas e subsistemas de memória também variem sem ser apenas com os locais de armazenamento notas introdutórias: – existem definições contraditórias de sistemas de memória – à medida que a investigação avança surgem alterações no sentido de tornar as definições mais precisas – falta de consenso quanto ao nº exacto de sistemas e quanto ao seu tipo Perspectiva dos sistemas múltiplos de memória (cont.) Schacter e Tulving (1994) definem, pela negativa, um sistema de memória – não é um processo de memória (i.e., uma operação mnésica como a codificação, repetição ou recuperação) – não é uma tarefa de memória (p. ex., uma tarefa de reconhecimento não pressupõe um sistema de memória distinto de outros sistemas) – memória explícita e implícita não constituem sistemas de memória, mas trata-se de uma diferenciação respeitante ao modo como a memória se expressa Perspectiva dos sistemas múltiplos de memória (cont.) Sherry e Schacter (1987) propõem 4 propriedades para se distinguirem sistemas de memória – dissociações funcionais uma VI com efeito numa tarefa que supostamente envolve um sistema de memória não deverá ter efeito (ou deverá ter efeito ≠) numa tarefa que se supõe envolver outro sistema – bases neurais ≠s um sistema deve estar associado a regiões cerebrais ≠s das de outro sistema Perspectiva dos sistemas múltiplos de memória (cont.) Sherry e Schacter (1987) propõem 4 propriedades para se distinguirem sistemas de memória (cont.) – independência estocástica o desempenho numa tarefa que envolve um sistema de memória não deve correlacionar-se com o desempenho numa tarefa que envolva outro sistema – incompatibilidade funcional a função realizada por um sistema não deverá ser desempenhada por outro sistema Perspectiva dos sistemas múltiplos de memória (cont.) critérios de Schacter e Tulving (1994) – operações de inclusão – classe um sistema de memória possibilita o desempenho de um nº vasto de tarefas de uma determinada classe ou categoria, independentemente de aspectos específicos das tarefas – propriedades e relações um sistema de memória deve ser descrito por uma lista de características e aspectos que determinam a sua identidade e as suas relações com outros sistemas – as propriedades remetem para (i) regras de operações, (ii) tipo de informação processada, (iii) bases neurais e (iv) uma especificação da sua finalidade do ponto de vista evolutivo Perspectiva dos sistemas múltiplos de memória (cont.) critérios de Schacter e Tulving (1994) – propriedades e relações (cont.) – um sistema de memória deve ter uma relação precisa com outros sistemas – dissociações convergentes existirem múltiplas dissociações únicas* ou duplas** em várias tarefas, materiais, técnicas e populações que convirjam para a mesma conclusão dissociation https://dictionary.apa.org/dissociation 1. (…) 2. in research, a method used to differentiate processes, components, or variables. For instance, it might involve discovering a variable that influences short-term memory but not long-term memory dissociações únicas – uma VI tem efeito > num teste/tarefa (ou medidas) relativamente a outro teste/tarefa (ou medidas) OU efeito apenas num teste/tarefa (ou medidas) e não noutro teste/tarefa (ou medidas) a lesion to brain structure A disrupts function X but not function Y (e. g., face recognition is impaired but not object recognition) – for example, a person receives a head injury in a car accident. After recovery, their only area of impairment is with memory, with no other known impairments such as perceptual, visual spatial, or speech deficiencies [https://www.alleydog.com/glossary/definition.php?term=Single+Dissociation#:~:text=For%20example%2C%20a%20per son%20receives,to%20as%20a%20single%20dissociation.] duplas – uma VI provoca efeitos opostos em duas tarefas/testes (ou medidas) the term (double dissociation), first proposed by Hans-Lukas Teuber (1955), refers to a situation in which a lesion of brain area A impairs function 1 but not function 2, while a lesion of brain area B produces the reverse pattern. [https://link.springer.com/referenceworkentry/10.1007/978-3- 319-57111-9_9280] a research process for demonstrating the action of two separable psychological or biological systems, such as differentiating between types of memory or the function of brain areas. One experimental variable is found to affect one of the systems, whereas a second variable affects the other... [https://dictionary.apa.org/double-dissociation] – familiar (albeit simplified) examples of such dissociations include … verbal memory vs. visual memory (left temporal lobe vs. right temporal lobe) [https://link.springer.com/referenceworkentry/10.1007/978-3-319-57111-9_9280] Perspectiva dos sistemas múltiplos de memória (cont.) apoio empírico – maioritariamente proveniente de casos com várias formas de dano cerebral, nos quais se estudam padrões de défice https://www.istockphoto.com/pt/foto/les%C3%A3o-cerebral-gm157532749-11517001 Perspectiva dos sistemas múltiplos de memória (cont.) Schacter e Tulving (1994): 5 sistemas de memória (11 subsistemas) – procedimental (habilidades motoras, habilidades cognitivas, condicionamento simples e aprendizagem associativa simples) – representações perceptivas (forma visual de palavras, forma auditiva de palavras e descrição estrutural) – memória primária (visual e auditiva) – semântico (espacial e relacional) – episódico Problemas da perspectiva dos sistemas múltiplos de memória desacordo sobre quais os sistemas de memória e os critérios para os definir – para alguns autores, a memória episódica e a memória semântica são subsistemas e não sistemas distintos de memória – para outros, os sistemas de memória seriam mais numerosos (p. ex., 25) e não apenas 5 como propuseram Schacter e Tulving (1994) Ward, 2020, p. 272 Gazzaniga, Ivry, & Mangun (2018), p. 385 Thompson, R. F. & Madigan, S. A. (2013). Memory: The key to consciousness. Joseph Henry Press. https://doi.org/10.17226/10746 Slotnick, 2017 , p. 3 problemas principais da perspectiva dos   dissociações funcionais bases neurais ≠s  independência estocástica sistemas múltiplos de memória  incompatibilidade funcional faltam critérios para determinar que o nº de sistemas de memória é 5, como propuseram Schacter e Tulving (1994) – ex.: a evocação e o reconhecimento cumprem os critérios de Sherry e Schacter (1987) para constituírem sistemas separados a V. frequência das palavras provoca dissociações funcionais entre evocação e reconhecimento em indivíduos amnésicos encontram-se dissociações neuropsicológicas entre evocação e reconhecimento não observação de correlações no desempenho entre testes/tarefas de evocação e reconhecimento demonstração de incompatibilidade funcional: o reconhecimento assegura melhor a memória de odores ou do paladar ‖ do que a evocação porém, actualmente, nenhum autor aponta a evocação e o reconhecimento como sistemas de memória distintos problemas principais da perspectiva dos sistemas múltiplos de memória (cont.) a perspectiva de sistemas múltiplos de memória não explica o declínio da memória nas pessoas idosas saudáveis Recall to transfer prior learning or past experience to current consciousness: – ex.: há tarefas de memória episódica que quase não são afectadas pelo that is, to retrieve and reproduce information; to remember. envelhecimento (evocação guiada e reconhecimento), mas o mesmo não sucede https://dictionary.apa.org/recall com outras (evocação livre) Recognition … during recognition testing, previously studied items are presented along with quanto às dissociações new items, or lures, and the participant attempts to identify those items that were studied and those that were not. – estas podem ser observadas não apenas entre sistemas, https://dictionary.apa.org/recognition- method mas também intra-sistemas de memória ex.: dissociações intra-sistemas 2 tarefas de memória semântica (Balota & Neely, 1980): > variação na codificação de interpretações semânticas, dos itens a serem recordados, em participantes com a expectativa de lhes ser aplicado um teste de evocação ‖ do que em participantes com a expectativa de responder a um teste de reconhecimento problemas principais da perspectiva dos sistemas múltiplos de memória (cont.) ex.: dissociações intra-sistemas (cont.) recognition method 2 tarefas de memória episódica (Balota & Chumbley, 1984): numa tarefa deamaterial technique of measuring the amount of learned or remembered by testing a reconhecimento de palavras, envolvendo verificação da categoria de as havingability person’s to later identify the content been encountered. During pertença, a V. frequência das palavras tem um efeito mínimo, MAS recognition testing, previously studied items are presented along with new items, numa tarefa de reconhecimento de palavras requerendo decisão or lures, and the participant attempts to identify those items that were studied and lexical o impacto desta V. é grande those that were not. Also called recognition test. Compare recall method. https://dictionary.apa.org/recognition- – variação de dissociações neuropsicológicas method ex.: quando há equivalência do grau de dificuldade das tarefas de recuperação episódicas e semânticas deixa de se registar a dissociação neuropsicológica segundo a qual tarefas de recuperação episódica estão associadas ao CPFD (córtex pré- frontal dir. ) enquanto as tarefas de recuperação semântica requerem to o CPFE (córtex pré-frontal esq. ) do i.e., nesta situação de equivalência a recuperação semântica está relacionada com > activação do CPFD ‖ comparativamente à recuperação episódica problemas principais da perspectiva dos sistemas múltiplos de memória (cont.) fan effect – aumento do tempo de recuperação a partir de uma pista quanto mais memórias – perspectiva dos sistemas múltiplos permite prever ≠ças houver associadas a essa pista mas sem definir a priori a natureza exacta das dissociações ex.: a distinção entre memória episódica e semântica não permite antecipar que o efeito leque (fan effect) é apenas observado empiricamente em tarefas de memória episódica (e não em tarefas de memória semântica) i.e., se o resultado empírico fosse o oposto (efeito leque só em tarefas de memória semântica) a distinção entre memória episódica e semântica continuaria a ser apoiada pela observação empírica conclusão Ponto de vista de Tulving e Schacter (1990) a existência de muitas similaridades entre tarefas que se supõem depender de ≠s sistemas de memória constitui os denominados “efeitos paralelos”, os quais teoricamente não teriam interesse – obviamente são esperadas algumas ≈s (similitudes) entre todas as formas de memória, caso contrário a designação geral “memória” não se justificaria  A perspectiva dos sistemas múltiplos de memória requer mais investigação com o objectivo de se estabelecer uma explicação teórica que permita prever quais as V. que – provocam dissociações entre sistemas mnésicos ≠s – se comportam de modo paralelo Desenvolvimentos recentes Teoria dos subsistemas múltiplos de memória Sherman et al. (2024) Sherman et al. (2024) “Taxinomia tradicional dos sistemas múltiplos de memória: Uma Memória, Uma Área Cerebral – atribuição de representações funcionalmente distintas a estruturas cerebrais discretas – trabalhos recentes desafiam o mapeamento de um para um entre as estruturas cerebrais e os tipos de memória centrais nesta taxinomia, com estruturas-chave relacionadas com a memória a suportarem múltiplas funções através de subestruturas”  umnovo quadro teórico de múltiplos subsistemas de memória (MMSS) (p. 103) Sherman et al. (2024) “Taxinomia dos subsistemas de memória: Múltiplas Memórias, Uma Área Cerebral – trabalhos recentes revelam (i) que podem existir múltiplas memórias – por vezes concorrentes / diferentes – em cada uma das estruturas e (ii) que computações mnésicas semelhantes são implementados por múltiplas estruturas – a MMSS (teoria dos múltiplos subsistemas de memória) fornece uma compreensão mais precisa e matizada da relação entre as estruturas cerebrais e funções de memória revela novas características adaptativas de memória  dois princípios organizadores da teoria dos MMSS:  1º - representações de memória competidoras estão co-localizadas nas mesmas estruturas cerebrais  2º - representações de memória paralelas são suportadas/partilhadas por estruturas distintas” (p. 105) Sherman et al. (2024) “A segregação dos sistemas de memória entre estruturas permite que representações paralelas guiem o comportamento através da cooperação ou da compensação – por exemplo, embora se possa confiar nas associações estímulo-resposta "estriatais" para chegar ao local de trabalho (p. ex., virar à esquerda no cruzamento), se houver um engarrafamento na estrada, as memórias episódicas "hipocampais" mais flexíveis podem servir para contornar eficazmente o congestionamento. O sistema de memória utilizado depende de factores como as exigências da tarefa Os sistemas de memória segregados também podem competir – por exemplo, roedores com lesões no hipocampo podem exibir uma resposta melhorada baseada em aprendizagem estriatal (Packard et al., 1989), que de outra forma teria entrado em conflito com a aprendizagem hipocampal baseada em locais (ver também Gardner et al., 2020). Da mesma forma, em humanos, o dano no hipocampo está associado ao aumento do uso de estratégias dependentes do estriado (Vikbladh et al., 2019). Factores moduladores influenciam a utilização de diferentes sistemas de memória – por exemplo, em todas as espécies, o stress está associado a uma tendência para as representações estriatais (associações estímulo-resposta) em vez das representações hipocampais (memórias episódicas; Schwabe et al., 2022).” (p. 105) Sherman et al. (2024) “regiões cerebrais individuais podem estar na base de múltiplas representações mnésicas  representações mnésicas competidoras estão co-localizadas nas mesmas estruturas cerebrais – ex.: memória episódica e aprendizagem de regularidades estatísticas estão co-localizadas no hipocampo;  o hipocampo tradicionalmente considerado como sede da memória episódica, está também envolvido noutras funções mnésicas como a aprendizagem de regularidades estatísticas e generalização (p. 107)  representações mnésicas paralelas são suportadas por estruturas cerebrais distintas – ex.: tanto a via monosináptica (conexão directa recorrente córtex entorinal – CA1), ou seja, o hipocampo, como o estriado dorsolateral estão na base da aprendizagem gradual de sequências temporais previsíveis, embora a via monosináptica esteja associada à extracção passiva de regularidades do estímulo e o estriado dorsolateral esteja relacionado com a aprendizagem de sequências motoras” (p. 113) O estriado tem sido tradicionalmente associado à memória estímulo-resposta, ou hábito (Knowlton et al., 1996). No entanto, há dados que comprovam que o estriado também pode proporcionar um comportamento flexível e direcionado para um objetivo https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/putamen-orange-nucleus-accumbens- green-caudate-2383126507 (Balleine, 2019). (Sherman et al. 2024, p. 107) referências ver sumário Gazzaniga, M., Ivry, R. B., & Mangun, G. R. (2018). Cognitive neuroscience: The biology of the mind (5th edition). W. W. Norton & Company [p. 384-396] Neath, I., & Surprenant, A. M. (2003). Human memory: An introduction to research, data, and theory (2nd edition). Thomson/Wadsworth. [pp. 151-154] Ruiz-Vargas, J. L. (2010). Arquitectura de la memoria. In J. L- Ruiz-Vargas (Ed.), Manual de psicología de la memoria (pp. 81-116). Editorial Sintesis. Sherman, B. E., Turk-Browne, N. B., & Goldfarb, E. V. (2024). Multiple memory subsystems: Reconsidering memory in the mind and brain. Perspectives on Psychological Science, 19(1), 103-125. https://doi.org/10.1177/17456916231179146 Slotnick, S. D. (2017). Cognitive neuroscience of memory. Cambridge University Press. [pp. 1-8] Tulving, E. (1999). Study of memory: Processes and systems. In J. K. Foster & M. Jelicic (Eds.), Memory: Systems, process, or function? (pp. 11-30). Oxford University Press. Ward J. (2020). The student's guide to cognitive neuroscience (4th edition). Routledge. [pp. 271-273] curiosidade Informação suplementar Cognição basal Cognição basal (basal cognition) algumas referências – Lyon, P., Keijzer, F., Arendt, D., & Levin, M. (2021). Reframing cognition: Getting down to biological basics. Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, 376(1820). https://doi.org/10.1098/rstb.2019.0750 os artigos desta colectânea revelam diferentes aspectos da cognição basal em diferentes formas de organização biológica, desde os procariotas e eucariotas unicelulares — o objecto da Parte 1 — até as plantas e, finalmente, os animais, sem e com sistemas nervosos, o objecto da Parte 2 esboçar as linhas gerais de uma nova abordagem multidisciplinar para a compreensão da cognição as ciências cognitivas devem juntar-se às outras ciências da vida na forma como abordam a problemática no seu domínio de investigação 3 grandes “feridas narcísicas” da humanidade “Freud described three great historical wounds to the primary narcissism of the self- centered human subject, who tries to hold panic at bay by the fantasy of human exceptionalism. First is the Copernican wound that removed Earth itself, man’s home world, from the center of the cosmos and indeed paved the way for that cosmos to burst open into a universe of inhumane, nonteleological times and spaces. Science made that decentering cut. The second wound is the Darwinian, which put Homo sapiens firmly in the world of other critters, all trying to make an earthly living and so evolving in relation to one another without the sureties of directional signposts that culminate in Man. Science inflicted that cruel cut too. The third wound is the Freudian, which posited an unconscious that undid the primacy of conscious processes, including the reason that comforted Man with his unique excellence, with dire consequences for teleology once again. Science seems to hold that blade too. I want to add a fourth wound, the informatic or cyborgian, which infolds organic and technological flesh and so melds that Great Divide as well.” ― Donna J. Haraway, When Species Meet Recuperado em 12 Fev 2024 de https://www.goodreads.com/quotes/9668471-freud-described-three-great- historical-wounds-to-the-primary-narcissism 3 grandes “feridas narcísicas” da humanidade “Sigmund Freud diagnosticou as três grandes feridas narcísicas da humanidade, ou seja, os três acontecimentos que mais feriram o narcisismo do Homem (…) A primeira dessas feridas foi feita por Copérnico ao afirmar que o Homem não é o centro do mundo e a terra não é o centro do universo em torno da qual tudo, incluindo o próprio sol, parecia girar, mas, afinal, apenas (mais) um pequeno planeta que, ao contrário do que a realidade sugeria, gravita, ele sim, à volta do sol. Posteriormente veio a saber-se e a aceitar-se pacificamente que o próprio sol não passa de uma pequena estrela de quinta grandeza, perdida na extremidade de um braço de uma galáxia espiral chamada Via Láctea, ela própria condenada a ser engolida por outra bem maior (Andrómeda) em cuja rota de colisão já entrámos e da qual já nada nos pode afastar. Já depois da descoberta de Copérnico outros homens do conhecimento chegaram à mesma conclusão, mas pagaram bem caro essa ousadia. Um, Giordano Bruno, foi queimado vivo na fogueira das certezas religiosas, intolerantes e obscurantistas, enquanto outro, Galileu Galilei, foi obrigado a abjurar as mesmas verdades para evitar aquele destino cruel. A segunda grande ferida narcísica da humanidade foi desferida por Charles Darwin quando, após décadas de observações e de estudos, proclamou que o Homem é o resultado da evolução natural. Afinal já não éramos uma criação especial de Deus, feitos à sua imagem e semelhança, mas sim o fruto de milhões de anos de evolução a partir de outras espécies. Tudo o que somos não resulta, afinal, de uma dádiva divina mas sim do aperfeiçoamento, ao longo do tempo, de características animais comuns a outras espécies sem nenhuma diferença especial a não ser a de a própria evolução nos ter conduzido à inteligência e, consequentemente, a uma posição de domínio sobre todas as outras espécies e sobre o próprio planeta. Em vez de uma criação divina, nós descendemos de outros primatas, ou seja, de animais inferiores a nós. Darwin também pagou caro a ousadia dessa verdade, mas, felizmente, porque os tempos e o país eram outros, o preço foi bem diferente e o que ardeu nas fogueiras da estupidez e da intolerância de então foi a sua honra de cientista e amante da verdade e não ele próprio. Finalmente, a terceira grande ferida narcísica da humanidade foi provocada pelo próprio Freud ao dizer-nos que somos muito mais do que a consciência que temos de nós próprios. Afinal, o nosso consciente é apenas uma pequena parte do nosso ser que tem muito menos importância na nossa actuação quotidiana do que outras dimensões do nosso psiquismo como o inconsciente. Nós também somos habitados pelo desconhecido e a nossa consciência não constitui sequer a essência da nossa vida psíquica. Muitos dos nossos comportamentos são determinados por impulsos irracionais que não somos capazes de compreender nem de controlar. Enfim, nós não somos senhores de nós mesmos.” (…) Recuperado em 12 Fev 2024 de https://www.jn.pt/opiniao/antonio-marinho-pinto/o-narcisismo-humano-2549841.html/amp/ 2ª ferida narcísica ?? Cognição basal (cont.) algumas referências (cont.) – Jacobsen, R. (2024, January 25). Brains are not required when it comes to thinking and solving problems: Simple cells can do it. Scientific American. https://www.scientificamerican.com/article/brains-are-not-required-when-it- comes-to-thinking-and-solving-problems-simple-cells-can-do-it/ estudo feito com planárias explosão do interesse pela cognição basal nos últimos anos – a visão ortodoxa de que a memória é armazenada numa rede estável de conexões sinápticas entre neurónios no cérebro está, segundo Michael Levin, a desmoronar-se – não são apenas as células do cérebro altamente especializadas como os neurónios que têm a capacidade de armazenar informação e reagir com base nessa informação: outras células podem fazer isto usando modificações subtis do campo eléctrico – portanto, aprendizagem, memória e resolução de problemas ocorrem no cérebro mas também fora deste 2ª ferida narcísica ?? Cognição basal (cont.) algumas referências (cont.) – Baluška, F., & Levin, M. (2016). On having no head: Cognition throughout biological systems. Frontiers in Psychology, 7, Article 902. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2016.00902 “outros tecidos que não os neurónios são capazes de conduzir o tipo de impulsos de sinalização que são considerados a condição sine qua non da cognição. (p. 3) A memória e a computação não são, portanto, um fenómeno exclusivamente multicelular e não se restringem às células neurais somáticas (p. 5) – A computação de tipo neural , tomada de decisões e memória foram registadas em espermatozóides (Alvarez et al., 2013), amibas (Zhu et al., 2013), leveduras (Caudron e Barral, 2013) e plantas (Gagliano et al., 2014), utilizando mecanismos ubíquos como os elementos citoesqueléticos que parecem estar também envolvidos no processamento de informação neural (Sahu et al., 2013). Consequentemente, as redes neuronais não têm o monopólio de tais funções. (p. 12) Os trabalhos mais antigos que exploram estas questões em plantas (revisão de Gremiaux et al., 2014), em tecidos somáticos não neurais (Mackie, 1970) e mesmo em meios inorgânicos (Bose, 1926), foram em grande parte esquecidos devido aos avanços notáveis das neurociências cognitivas recentes, com o seu centro no cérebro. (p. 2) SISTEMAS de MEMÓRIA 2023/2024 M. Salomé Pinho FPCEUC “ Calendário das avaliações 01 Jul. 22 Jul. (11h) (11h) Memória Declarativa Memória semântica: modelos de representação do conhecimento ou da organização semântica Thompson, R. F. & Madigan, S. A. (2013). Memory: The key to consciousness. Joseph Henry Press. https://doi.org/10.17226/10746 Thompson, R. F. & Madigan, S. A. (2013). Memory: The key to consciousness. Joseph Henry Press. https://doi.org/10.17226/10746 Perguntas https://br.depositphotos.com/stock-photos/ponto-de-interroga%C3%A7%C3%A3o.html O que é a memória semântica? – exemplos? Saber o que é a memória semântica … é Memória Semântica https://www.gettyimages.pt/detail/foto/college-students-taking-test-in-classroom-imagem-royalty- free/95012082?adppopup=true https://es.wikipedia.org/wiki/ChatGPT ○ O que é o ChatGPT? “ “ChatGPT refers to itself as “a language model developed by OpenAI, a leading artificial intelligence research lab.” The model is based on the “GPT (Generative Pre-training Transformer) architecture, which is a type of neural network designed for natural language processing tasks.” ChatGPT says its primary purpose “is to generate human-like text, which can be used for a variety of applications, such as chatbots, automated content creation, and language translation.” “ChatGPT, software that allows a user to ask it questions using conversational, or natural, language. It was released on November 30, 2022, by the American company OpenAI and almost immediately disturbed academics, journalists, and others because of concern that it was impossible to distinguish human- from ChatGPT-generated writing. Language models produce text based on the probability for a word to occur based on previous words in the sequence. By being trained on about 45 terabytes of text from the Internet, the GPT-3 language model used by ChatGPT calculates that some sequences of words are more likely to occur than others. For example, “the cat sat on the mat” is more likely to occur in English than “sat the the mat cat on” and thus would be more likely to appear in a ChatGPT response.” Retirado de https://www.britannica.com/technology/ChatGPT Memória semântica – conceito memória semântica versus memória episódica Memória semântica – contextualização Conceito de esquema na memória semântica Modelos clássicos de organização da memória semântica Outros modelos de organização da memória semântica (ref. breve) Semantic memory memory for general factual knowledge and concepts, of the kind that endows information with meaning and ultimately allows people to engage in such complex cognitive processes as recognizing objects and using language. Impairments of semantic memory may be seen following brain injury as well as in certain neurological disorders, particularly dementia. For instance, people with Alzheimer’s disease often find it increasingly difficult to categorize and name items (i.e., to refer to an apple as an apple) as their memory deficits worsen. Semantic memory is considered by many theorists to be one of the two forms of declarative memory, the other being episodic memory. [defined in 1972 by Endel Tulving] https://dictionary.apa.org/episodic-memory ○ memória declarativa “ Declarative memory consists of facts and events that can be consciously recalled or "declared" [rather than performed]. Also known as explicit memory, it is based on the concept that this type of memory consists of information that can be explicitly stored and retrieved. https://www.livescience.com/43153-declarative-memory.html Declarative memory involves representations of facts and events that are subject to conscious recollection, verbal reflection, and explicit expression. (Eichenbaum, 1997, p. 548) ○ Distinção memória semântica e episódica “ It is reasonable to assume that when information is first learned, it is accompanied by information regarding the time and place of the learning episode. Over time and with repeated presentations of the same information, the accompanying episodic information may be lost or detached, and what remains is semantic memory. Still the distinction between episodic and semantic memory can easily blur. - If someone asks about what you learned during a recent lecture, your response will likely reflect the influence of both episodic and semantic memory: your reliance on temporal or contextual cues to remember particular points made during the lecture would reflect episodic memory. - In contrast, how you choose to reconstruct, organize, interpret, or paraphrase knowledge garnered from the lecture would reflect the influence of semantic memory. Roediger, Zaromb, & Lin (2017), p. 16 Memória semântica conhecimento geral do mundo sem referência a contextos espaciotemporais – palavras e seu significado – factos: “o rio Mondego nasce na Serra da Estrela, concelho de Gouveia, a 1425 m de altitude” – categorias: “uma baleia é um cetáceo” – esquemas [] representações do conhecimento, construídas a partir da integração de experiências similares ao longo do tempo, que permitem prever características de (I) actividades que se repetem (ex.: festas de aniversário) e (II) ambientes (ex.: consultórios) schema 1. a collection of basic knowledge about a concept or entity that serves as a guide to perception, interpretation, imagination, or problem solving. For example, the schema “dorm room” suggests that a bed and a desk are probably part of the scene, that a microwave oven might or might not be, and that expensive Persian rugs probably will not be. Also called cognitive schema. See also frame; perceptual schema. 2. a cognitive structure representing a person’s knowledge about some entity or situation, including its qualities and the relationships between these. Schemas are usually abstractions that simplify a person’s world. In 1932, Frederic C. Bartlett showed that past experiences are stored in memory as schemas; impressions of other people are also thought to be organized in this way. (…) https://dictionary.apa.org/schema a memory schema is an organized group of past experiences and associations, which become active depending on context to help inform decisions and make predictions (Ghosh & Gilboa, 2014; Hebscher et al., 2016) Schneider, B., & Koenigs, M. (2017). Human lesion studies of ventromedial prefrontal cortex. Neuropsychologia, 107, 84-93. doi:10.1016/j.neuropsychologia.2017.09.035 Memória semântica (cont.) embora a memória semântica tenha sido objecto de muitas investigações, não atraiu atenção suficiente que justificasse a publicação de livros inteiramente dedicados a este tema em abordagens mais recentes, a memória semântica surge profundamente enraizada na experiência sensoriomotora, decorrendo da generalização de muitas memórias episódicas de modo a serem destacadas as características estáveis e a afastar as idiossincráticas Jones & Avery (2019) recuperado de https://www.oxfordbibliographies.com/display/docume nt/obo-9780199828340/obo-9780199828340-0231.xml Memória semântica (cont.) a memória semântica começou por ser tratada como uma área heterogénea de estudo referente a qualquer aspecto da memória declarativa que não fosse, claramente, do domínio da memória episódica também os modelos formais de significado na memória não se desenvolveram ao ritmo dos modelos de memória episódica desenvolvimentos recentes de redes neurais artificiais e ferramentas baseadas em corpus de modelização de texto possibilitaram a sofisticação dos modelos de memória semântica – actualmente, existem vários modelos computacionais para explicar (i) como é que os seres humanos transformam a experiência de primeira ordem com o mundo em representações semânticas profundas e (ii) como é que essas representações são recuperadas e usadas em tarefas comportamentais baseadas no significado Jones & Avery (2019) recuperado de https://www.oxfordbibliographies.com/display/document/obo-9780199828340/obo-9780199828340-0231.xml MEMÓRIA SEMÂNTICA MODELOS de REPRESENTAÇÃO do CONHECIMENTO ou da ORGANIZAÇÃO SEMÂNTICA Esquemas esquemas são usados – codificação dos estímulos – construção da recordação no momento da recuperação – compreendem um núcleo fixo e um componente variável ex.: esquema respeitante a “fazer compras numa loja” – componente relativamente fixo: a troca de dinheiro e de bens – parte variável: a quantidade de dinheiro e os bens concretos Esquemas (cont.) podem encaixar-se uns nos outros (não se trata de blocos de conhecimento mutuamente exclusivos) e aplicar-se a todos os níveis de abstracção – ex.: o esquema “ida ao dentista” liga-se a um esquema mais geral “consulta”, que engloba a marcação da consulta, deslocação ao consultório, aguardar na sala de espera, pagamento é válido para diferentes tipos de consultas (medicina geral, psicologia, advocacia…) Esquemas (cont.) representam conhecimento mais do que definições – os esquemas não são regras abstractas, mas dizem respeito a conhecimento declarativo sobre as situações procedimental especializado relativo a domínios específicos de actividades – são instrumentos activos (dinâmicos) de reconhecimento Saber mais sobre esquemas Schank, R. (1982). Dynamic memory: A theory of learning in computers and people. Cambridge University Press. Teorias/modelos* clássicos de organização dos conceitos – atributos – protótipos – exemplares – redes semânticas hierárquicas – redes semânticas [* os esquemas podem também ser vistos como modelo de organização do conhecimento na memória semântica] Modelos de comparação de atributos significado de um conceito está contido num feixe de atributos semânticos é necessário examinar os atributos de um item para determinar se se trata de um conceito particular Modelo de Smith, Shoben e Ripps (1974): 2 tipos de atributos – atributos definidores (atributos centrais partilhados por todos os membros de uma categoria) ex.: categoria “cão”  tem 4 patas, tem uma cauda, é coberto de pêlo Modelos de comparação de atributos Modelo de Smith, Shoben e Ripps (cont.): – atributos característicos (atributos não essenciais que se podem aplicar à maioria dos membros da categoria) ex.: categoria “cão”  ser cuidado como animal de estimação, ir passear com trela, ladrar Basset Hound Saluki Whippet ○ Tarefa de verificação de proposições responder “Sim” ou “Não” “ http://www.psych.utah.edu/2006_spring_3120_001/lectures/Chapter%208.ppt Um pisco* é uma ave ------------------- Sim / Não Todos os peixes podem nadar -------- Sim / Não Algumas aves podem nadar ---------- Sim / Não Um morcego é uma ave --------------- Sim / Não Todas as aves podem voar ------------ Sim / Não Algumas aves são peixes -------------- Sim / Não Um(a) avestruz é uma ave -------------Sim / Não Todas as aves são piscos --------------- Sim / Não * variedade de tordo norte-americano Modelos de comparação de atributos Modelo de Smith, Shoben e Ripps (cont.): – numa tarefa de verificação de proposições podem ocorrer 2 fases: 1ª fase - comparar os 2 tipos de atributos dos objectos SE não se chegar a uma decisão 2ª fase - comparar apenas os atributos definidores – ex.: “um pisco é uma ave” 1º comparar os atributos definidores e característicos de pisco e de ave  resp. “sim” se existir um nº suficientemente elevado de atributos em comum SE o grau de sobreposição não bastar para desencadear uma resp. “sim” rápida 2º examinar sistematicamente os atributos definidores críticos (fase + lenta) SE ocorrer uma correspondência (match)  resp. “sim”, caso contrário, resp. “não” Problemas com os modelos de comparação de atributos dificuldade em especificar os atributos necessários efeitos de tipicidade – alguns itens são melhores exemplos de um conceito do que outros ex.: um pisco é uma ave mais típica do que um pinguim (conceito de ave) http://www.gdargaud.net/Antarctica/Penguins.html http://web.mac.com/wildlifeweb/Robin/American_Robin.html ○ Typicality effect “ the finding that people are quicker to make category judgments about typical members of a category than they are to make such judgments about atypical members. For example, they are more quickly able to judge that a dog is a mammal than they are able to judge that a whale is a mammal. https://dictionary.apa.org/typicality-effect Teorias de protótipos representação abstracta de uma categoria contendo atributos salientes, que são verdadeiros na maior parte dos exemplos – atributos característicos que descrevem que membros de um conceito são parecidos permite ter em conta conceitos imprecisos (fuzzy), i.e., que não podem ser facilmente definidos (ex.: juntar água até a massa de pão ficar com a consistência certa) para categorizar, basta comparar com o protótipo (representação abstracta) Perspectiva dos exemplares múltiplos exemplos expressam a ideia daquilo que o conceito representa, em vez de um protótipo único http://www.psych.utah.edu/2006_spring_3120_001/lectures/Chapter%208.ppt – ex.: conceito “legume” = ervilha, cenoura ou feijão – “a fava é um legume?” – quanto mais similar, a um membro conhecido da categoria, um exemplar específico for, mais rapidamente será categorizado Perspectiva dos exemplares (cont.) ≈ teoria dos protótipos – a representação não é uma definição ≠ teoria dos protótipos – a representação não é abstracta (consiste em descrições de exemplos específicos) para categorizar, compara-se com exemplos armazenados Redes semânticas hierárquicas Modelo de Collins e Quillan (1969) a memória semântica está organizada como uma rede de conceitos interconectados cada conceito é representado por um nodo e a este está associado um certo nº de propriedades os conceitos estão ligados entre si por caminhos ou vias (pathways) algumas ligações entre conceitos estão sobre- ordenadas a outras ligações (ex.: “animal” encontra- se num nível superior, na classificação, relativamente a “peixe”) e outras são sub-ordenadas de outras (ex.: “salmão” está sub-ordenado a “peixe”) a activação de um conceito propaga-se a nodos interligados Redes semânticas hierárquicas Modelo de Collins e Quillan (cont.) http://www.psych.utah.edu/2006_spring_3120_001/lectures/Chapter%208.ppt P. Noriega, 2006 in http://zatopek.fmh.utl.pt/~pnoriega/psicog/pdfs/repconhecimento.pdf Redes semânticas hierárquicas Modelo de Collins e Quillan (cont.) – devido a “economia” cognitiva, as propriedades que se aplicam a um conj. de conceitos são armazenadas no nível mais elevado, ao qual são geralmente aplicadas ex.: – uma vez que a maioria das aves pode voar, esta propriedade está ligada à categoria geral (supra-ordenada) “ave” e não a cada exemplo de ave voadora – no caso das aves que não voam, esta propriedade está representada no nodo relevante a essa ave particular Redes semânticas hierárquicas Modelo de Collins e Quillan (cont.) ex.: verificar a proposição “um canário é um animal” (“sim” ou “não”) a propagação da activação dos nodos “canário” e “animal” pára quando um nodo (“ave”) recebe activação de 2 direcções ≠s, i. e., fecha-se uma rota que une os 2 nodos inicialmente activados [“canário” → “ave” ←”animal”] se não há fecho da rota  resp. rápida, “Não” em seguida, examina-se a natureza das relações respeitantes à rota entre ambos os nodos – no ex., trata-se de 2 relações de subconj. («é-um») que são congruentes com o enunciado da proposição inicial, uma vez que são transitivas [um canário é uma ave Λ uma ave é um animal  um canário é um animal] ► a proposição é verdadeira resp. “Sim” Redes semânticas hierárquicas Modelo de Collins e Quillan (cont.) http://www.psych.utah.edu/2006_spring_3120_001/lectures/Chapter%208.ppt – Hipótese: quanto > distância entre as rotas ou ligações  + tempo gasto na verificação de proposições http://zatopek.fmh.utl.pt/~pnoriega/psicog/pdfs/repconhecimento.pdf “um canário é uma ave” ║ “um canário é um animal” [-] tempo [+] tempo P. Noriega, 2006 in Redes semânticas hierárquicas Problemas com o Modelo de Collins e Quillan – efeitos de tipicidade [TR variável: para as aves menos típicas demora-se + tempo ║ comparativamente a aves mais típicas ] quantas ligações separam – “um canário é uma ave”? – “um pisco é uma ave”? – “uma galinha é uma ave”? – “um(a) avestruz é uma ave”? Redes semânticas hierárquicas Rede semântica de Collins e Loftus (1975) deixou de haver hierarquia http://zatopek.fmh.utl.pt/~pnoriega/psicog/pdfs/repconhecimento.pdf   desapareceu o critério de economia cognitiva  as ligações variam em extensão para ter em conta os efeitos de tipicidade  inclui a propagação da activação P. Noriega, 2006 in (embora com algumas alterações, p. ex., diminuição da sua eficácia quanto > distância do nodo activador) Outros modelos de representação do conhecimento ou da organização semântica – cont. Outros modelos de organização da memória semântica (ref. breve) Modelos conexionistas The feedforward neural network was the first and simplest type of – redes Rumelhart (modelos feedforward *) artificial neural network devised. In this network, the information moves in only one direction—forward—from the input nodes, through the hidden nodes (if any) and to the output nodes. There – redes dinâmicas (a connectionist network whose are no cycles or loops in the network. architecture involves bi-directionality, feedback, or recurrent https://en.wikipedia.org/wiki/Feedforward ) connectivity. Jones et al. 2014, p. 36 _neural_network Modelos distributivos (distributional models build A connectionist model becomes a dynamical model when its architecture semantic representations by extracting co-occurrences from involves some sort of bi-directionality, corpora. Lenci, 2018, p. 151) feedback, or recurrent connectivity. Dynamical networks allow investigations into how the activation of representations may change over time, as well as how semantic representations interact with Modelos contemporâneos other cognitive processes in an online fashion. (Jones, Willis, & Dennis, 2014) modelos semânticos grounding * feedforward opõe-se a feedback ○ Modelos conexionistas: redes Rumelhart Em vez de armazenar, explicitamente, o conhecimento como uma rede de “ proposições interligadas, (Figure 2), D. Rumelhart propôs que o conhecimento pudesse ser armazenado em ligações entre unidades de processamento simples (Figure 3). Figure 2 McClelland et al. (2009) Figure 3 ○ Modelos conexionistas: redes Rumelhart Input units are shown on the left, and activation “ propagates from the left to the right. Where connections are indicated, every unit in the pool on the left is connected to every unit in the pool to the right. Each unit in the Item layer corresponds to an individual item in the environment. Each unit in the Relation layer represents contextual constraints on the kind of information to be retrieved. Thus, the input pair canary can corresponds to a situation in which the network is shown a picture of a canary, and asked what it can do. The network is trained to turn on all those units that Figure 3 represent correct completions of the input query, and Figure 3. The connectionist model of semantic memory to turn off all other units. used in the developmental simulations, adapted from In the example shown, the correct units to Rumelhart (1990; Rumelhart and Todd 1993). […] activate are grow, move, fly and sing. McClelland et al. (2009) ○ Modelos conexionistas: redes Rumelhart O conhecimento, por exemplo, de que um pisco pode crescer, mover-se e voar não é armazenado em proposições explícitas, mas resulta de um processo de preenchimento de padrões. Pedimos à rede que nos diga o que um pisco pode fazer, activando unidades para “pisco" e “ "pode" no lado de entrada da rede e propagando a activação através de camadas intermédias até à camada de saída.[…] Quando é inicializada pela primeira vez, os pesos das ligações da rede são pequenos e aleatórios, pelo que uma pergunta produz padrões de activação de carácter neutro e indiferenciado em todos os níveis da rede, a partir das entradas do item e do contexto. No entanto, a rede é treinada com a exposição repetida às informações da Figura 2. Cada entrada consiste num item (um dos oito itens na parte inferior da Figura) em cada um dos quatro contextos relacionais (designados por ‘É' para as propriedades de aparência, ‘ÉUM' para as categorias a que pertence, ‘PODE' para as coisas que pode fazer e ‘TEM' para especificar as suas partes). A actividade propaga-se através da rede e é depois comparada com a informação correta fornecida pelo ambiente. Note-se que não se trata de um processo de instrução explícito, mas simplesmente de uma questão de antecipação de entradas futuras a partir de entradas actuais. É o desfasamento entre o que a rede antecipa e o que é fornecido pelo ambiente que leva ao ajustamento das ligações. Neste caso, os padrões-alvo são o conjunto correto de resultados do par item-contexto fornecido como entrada. McClelland et al. (2009) Distributional Semantic Models (DSMs) refer to a class of models that provide explicit ○ Modelos semânticos distributivos mechanisms for how words or features for a concept may be learned from the “ natural environment. (Kumar, 2021) A general approach to concept learning and representation from statistical redundancies in the environment. Jones et al. (2014) “Nos modelos distribucionais, o significado das palavras é estimado a partir da análise estatística dos seus contextos, de uma forma ascendente: não necessitando de outras fontes de conhecimento para além da informação derivada do corpus sobre a distribuição das palavras nos contextos, dá acesso ao conteúdo semântico com base num princípio elementar que afirma que a proximidade semântica pode ser inferida a partir da proximidade da distribuição. Dá acesso ao significado em uso, tal como emerge das ocorrências de palavras nos textos. A semântica distribucional baseada em modelos de espaço vectorial beneficiou da disponibilidade de grandes quantidades de dados textuais e do aumento da capacidade computacional, permitindo a aplicação destes métodos em grande escala.” Fabre & Lenci (2015), p. 8 grounded cognition researchers posit that sensorimotor modalities, the environment, and the body all contribute and ○ Modelos semânticos grounding play a functional role in cognitive processing, and by extension, the “ construction of meaning. Kumar (2021), p. 61 “Os modelos semânticos, em particular os modelos distribucionais, têm sido criticados como psicologicamente implausíveis, porque aprendem apenas a partir de informações linguísticas e não contêm informações sobre a percepção sensoriomotora, contrariamente ao movimento de cognição enraizada [grounded”] (Jones et al., 2014) … os seres humanos aprendem a linguagem enraizando os conceitos na percepção e na acção e o cérebro codifica uma "semântica enraizada" para a cognição (Zhang et al., 2021 https://openreview.net/forum?id=ljOg2HIBDGH ) O “enraizamento simbólico" [“Symbol grounding”] é o processo de ligação dos símbolos (p. ex., palavras) à percepção e ao mundo (Larsson, 2018; https://onlinelibrary.wiley. com/doi/full/10.1111/tops.12317) ○ Modelos semânticos grounding Embora não exista uma única teoria da cognição enraizada (Matheson & Barsalou, 2018), o princípio central comum a várias delas é que o corpo, o cérebro e o ambiente físico interagem dinamicamente para produzir significado e comportamento cognitivo. “ Por exemplo, segundo Barsalou (Barsalou, 1999, 2003, 2008), quando um indivíduo encontra pela primeira vez um objecto ou uma experiência (p. ex., uma faca), esta é armazenada nas modalidades (p. ex., a sua forma na modalidade visual, a sua nitidez na modalidade táctil, etc.) e no sistema sensoriomotor (p. ex., a forma como é utilizada como arma ou utensílio de cozinha). As co-ocorrências repetidas de estímulos físicos resultam em associações funcionais (provavelmente mediadas pela aprendizagem associativa Hebbiana e/ou mecanismos conexionistas) que formam uma representação multimodal do objecto ou da experiência (Matheson & Barsalou, 2018). As características destas representações são activadas através de ligações recorrentes, o que produz uma simulação de experiências passadas. Estas simulações não só orientam retroactivamente o comportamento actual de um indivíduo (p. ex., como cortar cebolas com uma faca), mas também influenciam proactivamente os seus planos de acção futuros ou imaginados (p. ex. como se pode usar uma faca numa luta). Assume-se que as simulações não são conscientes nem completas (Barsalou, 2003; Barsalou & Wiemer-Hastings, 2005) e são sensíveis aos contextos cognitivos e sociais (Lebois, Wilson-Mendenhall, & Barsalou, 2015) Kumar (2021), pp. 61-62 bibliografia Ashcraft, M. A. (2006). Cognition (4th edition). Pearson Prentice Hall. [259-276 e 284-286] Eichenbaum, H. (1997). Declarative memory: Insights from cognitive neurobiology. Annual Review of Psychology, 48(1), 547–572. doi:10.1146/annurev.psych.48.1.547 Kumar A. A. (2021). Semantic memory: A review of methods, models, and current challenges. Psychonomic Bulletin & Review, 28(1), 40–80. https://doi.org/10.3758/s13423-020- 01792-x McClelland, J. L., Rogers, T. T., Patterson, K., Dilkina, K., & Lambon, R. M. A., (2009) Semantic cognition: Its nature, its development and its neural basis. In Gazzaniga, M. (Ed.), The cognitive neurosciences (4th edition, pp. 1047-XXXX). MIT Press. https://doi.org/10.7551/mitpress/8029.003.0092 Medin, D. L., Ross, B. H., & Markman, A. B. (2005). Cognitive psychology (4th edition). Wiley. [174- 178] Neath, I. & Surprenant, A. M. (2003). Human memory (2nd edition). Thomson/Wadsworth. [pp. 223- 227 e 23-232] Roediger, H. L., Zaromb, F. M., & Lin, W. (2017). A typology of memory terms. In J. H. Byrne (Ed.), Learning and memory: A comprehensive reference (2nd edition, pp. 7–19). doi:10.1016/b978-0-12- 809324-5.21003-1 [p. 16] SISTEMAS de MEMÓRIA 2023/2024 M. Salomé Pinho FPCEUC Thompson, R. F. & Madigan, S. A. (2013). Memory: The key to consciousness. Joseph Henry Press. https://doi.org/10.17226/10746 Thompson, R. F. & Madigan, S. A. (2013). Memory: The key to consciousness. Joseph Henry Press. https://doi.org/10.17226/10746 https://skosmos.loterre.fr/P66/en/page/-L02857LC-7 autobiographical memory https://dictionary.apa.org/autobiographical-memory 1. a person’s memory for episodes or experiences that occurred in his or her own life. Often the terms autobiographical memory and episodic memory are used interchangeably. However, autobiographical memory can consist of information stored in episodic memory (i.e., of events experienced at a particular time and place), semantic memory (i.e., of knowledge of general facts and concepts that give meaning to information), or a mix of the two. For example, the autobiographical memory of one’s first day at school might contain episodic information, such as meeting the teacher, but it might also contain semantic information, such as knowledge that the teacher’s name was Susan. 2. more broadly, memory for any information about the self, including not only personal experiences but also self- related factual knowledge, the self-schema, and so forth. autobiographical memory https://skosmos.loterre.fr/P66/en/page/-D720VZZ8-3 Memory of events whose reference is the subject itself. According to recent models, autobiographical memory has both episodic (memories of specific events) and semantic (personal semantics, i.e. general information about the subject's past) aspects. Thompson, R. F. & Madigan, S. A. (2013). Memory: The key to consciousness. Joseph Henry Press. https://doi.org/10.17226/10746 https://skosmos.loterre.fr/P66/en/page/-GX38VZ6K-R Memória episódica Memória prospectiva lista geral de tópicos Memória episódica prospectiva – definição Características das tarefas de MP MP e memória retrospectiva Tipos de recordação prospectiva Planos na MP Abordagem teórica geral Teorias principais Relação entre MP e memória de trabalho Perguntas https://br.depositphotos.com/stock-photos/ponto-de-interroga%C3%A7%C3%A3o.html O que é a memória episódica prospectiva? Para que serve? – exemplos? ○ Prospective memory remembering to do something in the future, such as taking one’s medicine later. Prospective memory contrasts with retrospective memory, or remembering past events. https://dictionary.apa.org/prospective-memory memory of delayed intentions, such as remembering an appointment next Monday at 5 p.m., comprising a retrospective component (i.e. remembering what is to be done and when) and a prospective component (i.e. remembering that something is to be done). Prospective memory thus integrates memory and executive processes (planning, monitoring, etc.). https://skosmos.loterre.fr/P66/en/page/-Z6SQPXCN-P uma parte considerável do nosso tempo é ocupada a pensar em tarefas que temos de fazer, a planeá-las e a procurar assegurar que nos lembramos delas Crovitz & Daniel (1984) – participantes preencheram um diário de esquecimento – falhas de memória relatadas o esquecimento de natureza prospectivo podia atingir 50% exp.cia de Gardner & Ascoli (2015) amostra: adultos 18 e 75 anos, s/ problemas de memória não normativos procedimento: perguntar aos participantes (envio de um sinal para o telemóvel dos participantes) se, num dado momento, estavam a experienciar – (i) a recordação de um episódio específico do seu passado – (ii) a perspectivar acções ou acontecimentos relacionados com o futuro – (iii) nenhuma das situações anteriores Gardner & Ascoli (2015), p. 213 exp.cia de Gardner & Ascoli (2015) resultados AM = memória autobiográfica PM = memória prospectiva Adultos jovens: 13 memórias autobiográficas e 17 pensamentos de memória prospectiva, por hora Adultos idosos: taxa similar de memórias autobiográficas e 31 pensamentos de memória prospectiva, por hora Gardner & Ascoli (2015), p. 213 Memória prospectiva (MP) MP diz respeito à recordação de executar acções antecipadamente planeadas ou à recordação de intenções – supõe a recordação de um plano de acção (o que fazer) – e, ainda, lembrar-se de executá-lo (nota: da recordação de um plano não decorre forçosamente a sua implementação; é necessário considerar factores como, por ex., a motivação, traços de personalidade, nível de ansiedade, fadiga, doença, natureza das tarefas concorrentes) recordação prospectiva – envolve a memória de trabalho e também a memória retrospectiva características das tarefas de MP a execução de uma acção intencionada não pode ser imediata  há intervalo entre a formação da intenção e a sua concretização num determinado momento futuro intercalam-se no decurso de outra actividade  interrupção de uma actividade ou rotina diária * a intenção formada não é mantida na memória de trabalho, pois é necessário executar durante um período temporal relativamente longo outra actividade  tarefas de MP ≠ tarefas de vigilância McDaniel & Einstein (2007) * cf tarefas prospectivas baseadas em actividades características das tarefas de MP (cont.) o período para o início da concretização da acção intencionada é restrito  há um período circunscrito para implementação da acção intencionada o prazo de execução da resposta é também limitado  n/ todas as tarefas que envolvem intenções são de MP: se a acção intencionada é p/ concretizar-se num espaço temporal longo (ex.: organizar um torneio europeu de memória daqui a 3 anos) haver uma intenção ou plano formado conscientemente McDaniel & Einstein (2007) ○ Einstein and McDaniel’s paradigm Experimental paradigm for studying prospective memory. The subject performs two tasks simultaneously. While performing the first task, he or she also has to remember and perform actions at specific times and in response to environmental cues. https://skosmos.loterre.fr/P66/en/page/-FQV2GF1J-6 MEMÓRIA PROSPECTIVA E MEMÓRIA RETROSPECTIVA separação entre MP e retrospectiva não é completa (Baddeley & Wilkins, 1984) – ao recordar que se tem de ir pagar a conta da electricidade, também se recorda retrospectivamente onde estarão a factura e o cartão de débito, como é que este último se utiliza, qual o local onde se pode ir pagar… características distintivas da MP relativamente à memória retrospectiva na MP, frequentemente, os planos são autogerados e não requerem aprendizagem inicial, o que torna a fase de codificação diferente em comparação com a memória retrospectiva a quantidade de informação que é necessário recuperar, na maior parte das tarefas de MP, é menor comparativamente às tarefas de memória retrospectiva (ex.: basta apenas recordar que se tem que pagar a conta de electricidade, ou telefonar para o amigo) ao esquecimento prospectivo está frequentemente associada uma dimensão de civilidade/cortesia, que poderá causar embaraço nas relações interpessoais, diferentemente do que sucede com o esquecimento retrospectivo, considerado a este respeito como mais neutral características distintivas da MP relativamente à memória retrospectiva (cont.) a relação entre desempenho em tarefas de MP e de memória retrospectiva, em adultos normais, pode ser de natureza dissociativa – ex: efeito do professor distraído (Wilkins & Baddeley, 1978) indivíduos com resultados elevados na evocação de listas de palavras não relacionadas (memória retrospectiva), diferentemente dos outros indivíduos, tinham um desempenho menos exacto (atrasavam-se mais) na tarefa simulada de tomar comprimidos, 4 vezes por dia, às horas prescritas (MP) características distintivas da MP relativamente à memória retrospectiva (cont.) relação desempenho em tarefas de MP e de memória retrospectiva em adultos normais é de natureza dissociativa (cont.) – Hitch e Ferguson (1991) estudaram a MP e retrospectiva de filmes solicitando a cinéfilos que evocassem nomes de filmes já vistos e nomes de filmes que tencionavam ir ver futuramente resultados: – observação do efeito de recência habitual no caso da recordação retrospectiva e o efeito de proximidade na recordação prospectiva, i.e., taxa de recordação mais elevada para os nomes de filmes que iriam ser vistos dentro em breve – existência de uma relação inversa da recordação, tanto de nomes de filmes vistos como a ir ver, com o nº total de filmes considerados tipos de recordação/memória prospectiva (McDaniel & Einstein ,2007) baseada em acontecimentos – ex.: esclarecer um assunto com um amigo na próxima vez que o encontrar baseada no tempo (num dado momento e dentro de um intervalo de tempo fixado) – ex.: às 17h fazer exercício físico – ex.: tomar um medicamento de 8 em 8 horas baseada em actividades (após a execução de outras tarefas) – ex.: comprar pão depois de fazer as compras na peixaria forma mais simples de tarefas de memória prospectiva, dada a presença de uma pista externa e não ser requerida a interrupção de uma tarefa em curso Planos na MP conteúdo do plano – origem: imposto pelo próprio sujeito ou por outrem – grau de rotina: habitual ou implicar acções novas/alterações em actividades familiares (ex. executar uma acção familiar num momento diferente) – nível de integração: uma única acção isolada ou fazer parte de uma cadeia mais ou menos complexa – grau de formulação: específico e pormenorizado (ex. ir a uma determinada loja comprar uma certa marca de azeite) ou vago e mais genérico  planos  cujo conteúdo é novo  estão integrados num conjunto de planos inter-relacionados têm probabilidade de recordação mais elevada  planos novos  extremamente prioritários  baseados em eventos  constituem parte de uma cadeia mais facilmente recordados Planos na MP (cont.) tempo do plano (Ellis, 1988) – pulse plano prospectivo que inclui a especificação do tempo exacto em que deve ser implementado (ex. às 9 horas da manhã de 2ª feira) estes planos são melhor recordados, considerados mais importantes e envolvem, frequentemente, a utilização de auxiliares de memória (p. ex., agendas …) – step plano prospectivo que apresenta uma determinação menos precisa quanto ao tempo em que deve ser executado (ex. antes da loja encerrar — neste caso, trata-se de um período temporal mais lato) Planos na MP (cont.) pistas de recuperação – focais tarefa prospectiva está relacionada com informação para se desempenhar a tarefa actual ou em curso  a recuperação da MP seria espontânea – não focais a tarefa prospectiva não está relacionada com o processamento exigido pela tarefa em curso  características da tarefa prospectiva não seriam activadas pela tarefa actual Abordagem teórica geral natureza da representação mnésica prospectiva – vários investigadores partilham a ideia da existência de múltiplas representações (imagens visuais, proposições ou representações verbais, modelos mentais ou modelos operatórios acerca do real, procedimentos ou representações motoras), mas não estão de acordo quando se trata de especificar esse modelo híbrido (Koriat et al., 1990; Kosslyn, 1981; Johnson-Laird, 1983; Vallacher e Wegner, 1987 ) Abordagem teórica geral (cont.) nível da representação / codificação prospectiva  relacionado com o êxito e o fracasso em tarefas de MP (Vallacher & Wegner, 1987) a activação de representações de nível mais elevado, mais geral, poderá não ser desencadeada por pistas específicas – ex.: a activação da intenção “dar uma festa” (representação de nível elevado) tem < probabilidade de ser desencadeada com êxito por um evento externo particular ‖ comparativamente a intenções mais específicas, de nível mais baixo, do tipo “comprar os bolos” ou “convidar a pessoa X” Abordagem teórica geral (cont.) Goschke e Kuhl (1993) material: leitura de frases que descreviam actividades simples procedimento: participantes foram informados que algumas das acções descritas nas frases seriam, mais tarde, executadas e outras recordadas resultados (após a leitura de todas as frases) – reconhecimento mais elevado (mais rápido) para as palavras provenientes das frases que deveriam ser executadas relativamente àquelas que pertenciam às frases a serem recordadas  “efeito de superioridade da intenção” interpretação: aumento do nível de persistência da activação no caso das intenções (a persistência da activação para executar um acto seria mais elevada do que para somente recordar) contudo, a ligação cognição-acção, ou a natureza da passagem entre representação cognitiva da acção e comportamento observável, não está completamente esclarecida Teorias principais - Preparatory attentional and memory (PAM) processes theory (Smith, 2003) - Multiprocess theory (McDaniel and Einstein, 2000, 2007) - Delay theory (Heathcote et al., 2015) Teoria dos processos preparatórios atencionais e de memória (PAM) a recuperação de uma tarefa de MP exige recursos cognitivos – desde que o indivíduo codifica a tarefa de MP tem de monitorizar as pistas de recordação, mesmo que a tarefa de PM ainda não tenha surgido Teoria multiprocessos nalgumas situações, a recuperação de uma tarefa de MP pode ocorrer espontaneamente, i.e., sem exigir recursos cognitivos – p. ex.: se existirem pistas proeminentes, pistas focais e tarefas simples, o desempenho das tarefas de PM não interfere necessariamente com a tarefa em curso Teoria do atraso apoia-se, sobretudo, em modelos de acumuladores (modelos matemáticos) de exactidão e tempo de resposta parâmetros principais na interpretação dos modelos de acumuladores: – limiar de decisão (a) = nível de informação/evidência a atingir para se iniciar uma resposta (valores mais elevados indicam que é necessária mais informação para executar uma resposta e resultam numa resposta mais lenta, mas mais precisa) – taxa de deriva (v) = taxa de acumulação de informação/evidência (valores mais elevados expressam uma extracção mais rápida da informação e resultam em respostas rápidas e precisas) – tempo de não decisão (t0) = processos que precedem e sucedem a decisão, p. ex., extracção de recursos e execução de resposta (em que valores maiores indicam mais tempo dedicado a processos de não decisão) Anderson & McDaniel (2019), p. 459 Teoria do atraso (cont.) quando uma tarefa de PM é acrescentada a uma tarefa em curso, a informação acumula-se simultaneamente para a tarefa em curso e para a tarefa de MP, sendo uma resposta facilitada quando a informação acumulada atinge um limiar estabelecido pelos participantes se a informação da tarefa em curso atingir esse limiar mais rapidamente do que a informação da tarefa de MP, o participante responderá ao ensaio da tarefa em curso e passará para o ensaio seguinte Anderson & McDaniel (2019), p. 459 Teoria do atraso (cont.)  a teoria do atraso pressupõe que, para executar a tarefa de PM, os participantes atrasam sistematicamente a resposta à tarefa em curso para permitir que a informação relativa à PM se acumule, ou seja, os participantes, intencionalmente, atrasam a resposta à tarefa em curso para haver mais tempo para que a informação relacionada com a MP se acumule Anderson & McDaniel (2019), p. 459 * The central executive component of working memory is responsible for focusing, dividing and switching

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