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Pedagogia do Desporto (1).pdf

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PEDAGOGIA DO DESPORTO Ficha Teórica 1 PEDAGOGIA Palavra originária da Antiga Grécia (Savatar, 1997 – El Valor de Educar) Na antiga Grécia, eram chamados de pedagogos os escravos que acompanhavam as crianças que iam para a escola. Como escravo, era submisso à criança, mas tinha que fazer valer a s...

PEDAGOGIA DO DESPORTO Ficha Teórica 1 PEDAGOGIA Palavra originária da Antiga Grécia (Savatar, 1997 – El Valor de Educar) Na antiga Grécia, eram chamados de pedagogos os escravos que acompanhavam as crianças que iam para a escola. Como escravo, era submisso à criança, mas tinha que fazer valer a sua autoridade quando necessária. Por esse motivo, esses escravos desenvolveram grande habilidade no trato com as crianças. PAIDÓS = CRIANÇA AGOGÉ = CONDUÇÃO ÂMBITO DA PEDAGOGIA DO DESPORTO A Pedagogia reflete sobre as questões: A Pedagogia do Desporto reflete sobre as questões: ▪ ▪ ▪ ▪ O que é uma boa educação? Como consegui-la? O que é uma boa educação desportiva? Como consegui-la? A Pedagogia do Desporto tem um foco particular: Formas/Modos de Aprendizagem de skills motores/desportivos. E Modo como a aprendizagem pode ser gerida e estruturada, através da sua participação, para que sejam adquiridos outros benefícios (por ex.: pessoais, sociais, e de saúde). A Pedagogia do Desporto é uma disciplina unificadora de conhecimentos, permitindo planificar programas desportivos que concorram para as diferentes necessidades das crianças e jovens. Ser um excelente Fisiologista ou Psicólogo não permite ser um Bom Professor ou Treinador! Os propósitos da prática desportiva não se esgotam no desenvolvimento de competências corporais e motoras; Deve-se fomentar o desenvolvimento de valores e atitudes, cruciais para o desenvolvimento da literacia desportiva e da filiação da prática desportiva para a vida; Cabe ao Treinador esta elevada responsabilidade na formação e educação dos praticantes, quer do ponto de vista geral, quer do ponto de vista desportivo, exigindo a criação de ambientes positivos de aprendizagem e o fomento e o gosto e entusiamo pela prática desportiva. Estudos realizados na análise do ensino em Educação Física tem permitido o esclarecimento das situações ótimas de aprendizagem. Em destaque está a Rentabilização do Processo de Treino. 1 2 QUESTÕES QUE O PROFESSOR/TREINADOR DEVE COLOCAR A SI PRÓPRIO: 1. O que estamos a ensinar ou a treinar? 2. Porque estamos a treinar e a ensinar desta forma, nesta altura? 3. Porque esta é a modalidade desportiva mais adequada ou a melhor metodologia de ensino /treino para esta criança em particular? 4. O que nos levou para acreditar e aplicar estas crenças e metodologias de ensino/treino? 5. Que pressões existem (sobre nós professores/treinadores) para que esta criança/jovem tenha sucesso? 6. Este é o melhor contexto de aprendizagem para a criança/jovem? 7. Tenho conhecimentos suficientes relacionados com crianças/jovens, educação, aprendizagem e sobre a modalidade/atividade para proporcionar uma experiencia positiva de aprendizagem? 8. É o meu conhecimento relevante e atualizado? No entanto, a participação das crianças e jovens na prática desportiva não pode deixar de regular-se por objetivos de ordem educativa e formativa que contribuam para: ▪ ▪ Desenvolvimento físico, motor, social e emocional; Promoção da aquisição de valores do “saber ser”(autodisciplina, autocontrolo, perseverança, humildade) e do “saber estar” (civismo, companheirismo, respeito mútuo, lealdade). A especialização e o Alto Rendimento carecem de alicerces consistentes que se constroem na etapa de iniciação desportiva. ▪ É fundamental: 1. Proporcionar às crianças e jovens a vivência de experiências agradáveis e entusiasmantes que desenvolvam o gosto pela prática e influenciem a sua adesão e futura permanência no futuro; 2. Promover modelos de preparação no desporto infantojuvenil que valorizem a preparação geral e multilateral, orientada para a aquisição de um vocabulário motor alargado, para a formação das capacidades motoras e para o ensino das técnicas básicas de uma ou várias modalidades. No Desporto está sempre presente o reverso da medalha. ▪ Apesar de todos os benefícios presentes na prática desportiva, a mesma quando não corretamente orientada poderá infligir danos físicos, psicológicos, sociais e emocionais nas crianças e jovens que irão perpetuar por toda a sua vida. Board of Education in England (1927) – “A prática desportiva através do jogo desenvolve autoconfiança, trabalho de equipa, lealdade, autorregulação, entre outros. O ponto fraco nos jogos é que eles beneficiam os mais fortes, os mais aptos e os mais saudáveis, sendo menos exigentes para eles.” O TÉCNICO DE DESPORTO ▪ ▪ ▪ Principal responsável pela iniciação, orientação e especialização dos praticantes. Tem de promover o desenvolvimento de competências de vida e no desenvolvimento moral e do carácter dos seus praticantes. Missão: Fomentar o gosto e entusiamo pela prática desportiva, enquanto atividade significante de um estilo de vida ativo, entendendo o desporto como um projeto de elevado alcance formativo. O TÉCNICO DE DESPORTO (Competências) 1. Organiza a sessão de treino. 7. Avalia os praticantes em competição. 2. Dirige a sessão de treino. 8. Participa no planeamento da atividade de treino. 3. Avalia a sessão de treino. 9. Participa no planeamento da atividade de competição. 4. Organiza competições não formais. 5. Organiza a participação dos praticantes em competição. 10. Participa na atividade de recrutamento de praticantes da modalidade. 6. Orienta os praticantes em competição. 11. Administra os primeiros socorros em caso de necessidade. 12. Regista a atividade de treino e de competição relacionada com os praticantes. 2 3 PRINCÍPIOS DA ATUAÇÃO DE UM TREINADOR ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Considerar a prática desportiva para desenvolvimento integral do praticante; Ser um “Modelo” para os jovens; Não sobrepor os resultados do rendimento aos valores e atitudes; Não constituir preocupação na obtenção de resultados imediatos; Desmistificar a importância dos resultados desportivos perante os seus praticantes; Explicar o sentido formativo inerente à competição. As Capacidades do Treinador são a soma de Capacidade Conceptual com a Capacidade Comunicativa e a Capacidade Técnica. Capacidade Conceptual + Capacidade Comunicativa + Capacidade Técnica = Capacidades do Treinador Capacidade Conceptual “Para se exercer as funções de treinador não basta ter sido atleta e fazer o que se viu fazer. De facto, pode-se dominar as técnicas específicas, mas sem motivação e sem conhecimentos atualizados dificilmente se poderá ser um bom treinador.” - Mesquita & Sousa (1994) ▪ ▪ Possuir o Conhecimento Geral (Ciências do Desporto) Possuir o Conhecimento Específico (Modalidade) Capacidade Comunicativa “Treinar bem é o resultado de comunicações eficientes. Quando estabelecemos objetivos, ensinamos ou aprendemos, fazemo-lo através da comunicação; é por isso, que é tão importante para o treinador o domínio das técnicas de comunicação.” - Leith (1992) ▪ ▪ ▪ “Pode-se comunicar sem motivar, mas é impossível motivar sem comunicar.” - John Thompson “O que conta não é o que lhes dizemos, mas sim aquilo que eles ouvem.”- Red Auerbach Capacidade Comunicativa  Influência da comunicação do treinador com os atletas (Turman, 2003, 2005; Turman & Schrodt, 2004).  Técnicas de comunicação • Desenvolver a capacidade de saber ouvir os atletas: Estratégias (por ex.: ouvir atentamente, parafrasear, pedir para explicar melhor, etc.) • Desenvolver comunicação não-verbal • Antes das competições  Incentivar utilização de habilidades treinadas;  Cada atleta deve dar o seu melhor. • Durante as competições  Realçar comportamentos positivos;  Fornecer instruções formativas e positivas;  Preocupações superação técnica e não desportiva (resultados);  Realçar o que foi bem feito (recompensar os atletas);  Analisar o que foi “menos bem” feito (consciencializar as causas e preparação dos atletas). • Comunicação com os Juízes  Ser positivo e correto face às decisões;  Apresentar os juízes aos atletas (consciencialização de que é um ser humano). ▪ Comunicação Não-Verbal  Estabelecer e manter contacto visual;  Postura corporal;  Movimentos da face e da cabeça;  Contacto físico. Capacidade Técnica “Os treinadores mais eficazes são os que gerem melhor o tempo de treino, de forma a maximizar o tempo que os atletas passam a executar os exercícios e informam de forma clara precisa e concisa o que fazer (quando, onde e porquê).” - Mesquita, I. (1997) ▪ ▪ ▪ Desenvolvimento através da aquisição de competências pedagógicas e técnicas na prática desportiva. Métodos, comportamentos e técnicas de intervenção utlizadas. Pressupõe uma atualização constante de conhecimentos. 3 4 O DESENVOLVIMENTO DO PRATICANTE Prática Desportiva ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Desenvolvimento Integral (físico, social, emocional); Aquisição de valores essenciais do “saber ser” (autodisciplina, autocontrolo, humildade, etc.); Aquisição de valores essenciais do “saber estar” (civismo, companheirismo, respeito mútuo, lealdade, etc.); Desenvolvimento das capacidades e habilidades motoras, inerentes ao “saber fazer” (vocabulário motor); Equilíbrio do atleta (stresse, ansiedade, medo de falhar, etc.); Evitar extremismos: O Extremo do Desenvolvimento. Iniciação Desportiva - Objetivos 1º Desenvolver o gosto pelo desporto 2º Regular as expetativas dos praticantes 3º Promover o desenvolvimento físico e corporal equilibrado, geral e harmonioso 4º Promover a aprendizagem e o aperfeiçoamento dos conteúdos técnicos ou técnico-táticos da modalidade ▪ Deve iniciar no Período Pré-Pubertário (6/12 anos –raparigas e 7/13 anos –rapazes): é um período decisivo para a Aprendizagem Motora; Deve haver um forte investimento no ensino e aperfeiçoamento das técnicas fundamentais de cada modalidade (conjuntamente com o desenvolvimento das técnicas corporais básicas (marcha, corrida, salto, preensão, arremesso, etc.). ▪ Etapas de Preparação Desportiva (Matveiev, 1981) 1. Preparação Desportiva Prévia 2. Especialização Inicial 3. Aperfeiçoamento Profundo 4. Longevidade Desportiva Modelo de Desenvolvimento da Participação Desportiva de Côté Entrada no Desporto 6 7 Anos de Experimentação Actividades: 9 ▪ ▪ ▪ Grande quantidade de brincadeira deliberada Pouca quantidade de treino/prática deliberada Envolvimento em vários desportos 10 1. Participação recreativa através de experimentação 8 11 12 13 2. Anos Recreativos Desempenho de elite através de experimentação Anos de Especialização Actividades: Actividades: ▪ ▪ ▪ ▪ 14 Grande quantidade de brincadeira deliberada Pouca quantidade de treino/prática deliberada Actividades que se focam em aptidão física e saúde ▪ Equilíbrio entre brincadeira deliberada e treino/prática deliberada Pouca quantidade de treino/prática deliberada Anos de Investimento Actividades: ▪ 15 17 18 ▪ Grande quantidade de treino/prática deliberada Pouca quantidade de brincadeira deliberada Foco num só desporto 2. ▪ ▪ ▪ Resultados Prováveis Performance de Elite Saúde física melhorada Satisfação melhorada do desporto ▪ 16 1. ▪ ▪ ▪ Resultados Prováveis Participação Recreativa Saúde física melhorada Satisfação melhorada 3. Performance de elite através especialização precoce Especialização Precoce Actividades: ▪ ▪ Grande quantidade de treino/prática deliberada Pouca quantidade de brincadeira deliberada Foco num só desporto 3. ▪ ▪ ▪ Resultados Prováveis Performance de Elite Saúde física reduzida Satisfação diminuída ▪ 4 5 Desenvolvimento do Atleta a Longo Prazo Desenvolvimento do Atleta a Longo Prazo (Cont.) Desenvolvimento do Atleta a Longo Prazo Prioridades de Performance Sistema de Desenvolvimento Outros Desportos ▪ Performance e Suporte do Atleta ▪ Educação e Suporte do Treinador ▪ Competição ▪ Equipamento ▪ Acesso a Instalações ▪ Medicina do Desporto ▪ Ciências do Desporto ▪ Procura e Identificação de Talentos ▪ Equipas  Nacionais  Provinciais  Clube ▪ Treino ▪ Pesquisa ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Desporto Organizado Comunidade Clubes Iniciativas da Comunidade Comunicações Planos de Instalações Sustentabilidade Financeira Governação Jogos  Internacional  Nacionais  Provinciais Acolhimento de Eventos Recursos Humanos Comercialização Organizativas Academias de Desporto Escolar e Outras Iniciativas Gestão de Risco Sector do Desporto Tecnologia Voluntários Escolas Participante / Atleta 5 6 Começo Ativo Masculinos e Femininos 0–6 Bases (Fundações) Masculinos 6 – 9 Anos Femininos 6 – 8 Anos Aprender a Treinar Masculinos 9 – 12 Anos Femininos 8 – 11 Anos Treinar para Treinar Masculinos 12 – 16 Anos Femininos 11 – 15 Anos Treinar para Competir Masculinos 16 – 23 +/- Anos Femininos 15 – 21 +/- Anos Treinar para Ganhar Masculinos 19 +/- Anos Femininos 18 +/- Anos Ativo para a Vida Começar em qualquer Idade ONDE LÍDERES TREINO Casa; Creche; Programas Desportivos; Escolas Pré-primárias; Recreio Comunitário. Pais; Professores de Jardim de Infância e Escolas Préprimárias; Prestadores de Cuidados Diários. Nenhum: concentram-se na aprendizagem de movimentos básicos adequados, competências como correr, saltar, rodar, torcer, pontapear, lançar e apanhar. Escolas; Recreação em comunidade; Programas desportivos; Clubes desportivos; Casa. Pais; Professores; Profissionais recreativos; Treinadores voluntários (principalmente). Escolas; Recreação em comunidade; Programas desportivos; Clubes desportivos; Casa. COMPETIÇÃO Nenhum Brincadeiras não estruturadas e estruturadas; Épocas curtas; Actividades múltiplas; Competências gerais de movimento e desenvolvimento de capacidade atlética. Mínimo; Área local; Formatos modificados; Informal; Todas as actividades são baseadas em diversão. Pais; Professores; Profissionais recreativos; Treinadores voluntários (principalmente). Prática regular; actividades sazonais; múltiplos desportos; Desenvolvimento global de competências desportivas. Ocasional; Área local; Formato modificado; Informal e formal; 70% de treino e 30% de competição. Escolas; Recreação em comunidade; Programas desportivos; Clubes desportivos. Professores; Profissionais recreativos; Treinadores profissionais e voluntários. Prática regular estruturada; actividades sazonais; Treinar mais que um desporto; Desenvolvimento de competências específicas do desporto. Escolas; Instituições pós-secundárias; Programas desportivos; Clubes desportivos. Professores; Treinadores profissionais e voluntários; Ciências do desporto, medicina e consultores de nutrição. Prática regular estruturada; Horário planeado e periodizado; Treino focado num só desporto; Treino desportivo e de posicionamento específico físico, técnico e tático. Regular; De provincial a nacional/internacional; 40% de formação para 60% de competição efectiva e formação específica para a competição. Prática regular estruturada; Horário planeado e periodizado; Treino focado num só desporto. Selectivo; Planeado; Nacional/internacional; 25% de formação para 75% de competição efectiva e formação específica para a competição. Não Atribuído Não Atribuído Instituições pós-secundárias; Clubes desportivos; Centros de treino; Desporto profissional. Treinadores profissionais; Equipas de apoio integradas. Community Recreation; Sport programs; Sport clubs. Não Atribuído Regular; Local a provincial/regional; 60% de formação para 40% de competição. PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM Ensino ▪ Planeamento, organização, orientação e controlo (avaliação) da aprendizagem que se pretende alcançar. Aprendizagem ▪ Modificação ou aquisição de comportamentos motores, cognitivos, socio-afetivos ou socioculturais, de forma mais ou menos duradoura ou permanente. Ensino-Aprendizagem Apropriação ou modificação de comportamentos (motores ou cognitivos) ou vontades (socio-afetivas ou socio culturais) alcançada pelos praticantes de acordo com objetivos previamente definidos pelo treinador. Aprendizagem espontânea ▪ ▪ ▪ Autoaprendizagem Tentativa e erro Observação/imitação Processo LONGO 6 7 Fases Didáticas INTRODUÇÃO 1ª TRANSMISSÃO ESTIMULAÇÃO ASSIMILAÇÃO CONTROLO CONSOLIDAÇÃO AVALIAÇÃO 1ª Fase 2ª Fase 3ª Fase Compreensão Geral Aperfeiçoamento Domínio dos Movimentos Coordenação Grosseira Coordenação Fina Aplicação Consciente Gestos Imprecisos Estabilidade Gestual Coordenação 1ª Fase • • Compreensão Geral Coordenação Grosseira Apresentação Verbal e Demonstração da técnica Movimentos Irregulares (tensão muscular excessiva; movimentos parasitas) Gestos Imprecisos • Ajudar na perceção da técnica desejada • Manipulação condições e meios aprendizagem:  Menor dinâmica;  Redução da velocidade de execução da técnica. TREINADOR 2ª Fase • • • • Aperfeiçoamento Coordenação Fina Estabilidade Gestual Executar atécnica sem erros; Repetição sistemática do movimento; Concentração e participação consciente; Obj.: Automatização. • Exigência adequada dos exercícios; • Sem competição; • Correções adequadas. TREINADOR 3ª Fase • Aplicar o movimento em condições difíceis e inabituais; • Foco da atenção desviada da técnica para informações complementares para a obtenção do rendimento máximo na competição. Domínio dos Movimentos Aplicação Consciente • Escolha adequada das condições de aprendizagem com o intuito de formar estereótipos dinâmicos e flexíveis. TREINADOR FATORES INFLUENCIADORES DA APRENDIZAGEM ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Instrução e Demonstração Pré-requisitos Aquecimento (fisiológico e psicológico) Motivação Planificação da prática e das tarefas ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Emoções (ex.: Ansiedade e Medo de Falhar) Fatores Sociais e Culturais Fadiga Condições de Prática (ex.: materiais; climatéricas) Informação retorno (Feedback) 7 8 CRITÉRIOS DE EFICÁCIA DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA ESTUDO DA EFICÁCIA PEDAGÓGICA DO TREINADOR Investigações de Ensino Eficaz Gestão Eficaz do Tempo Ensino e de Aprendizagem Qualidade da Informação Emitida Estruturação e Organização da Prática Eficácia no Treino está ligada à Qualidade da Instrução, Qualidade da Gestão e Qualidade do Clima. GESTÃO Objetivos: ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Elevados índices de envolvimento das pessoas; Uso eficaz do tempo; Uso racional dos espaços e materiais; Número reduzido de comportamentos que interferem com as atividades; Reduzir o nº de episódios de gestão; Reduzir as transições e tempos de espera; Treinar as rotinas das sessões; Garantir o dinamismo; Começar imediatamente; Existir um local para reunir; ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Tornar as tarefas rotineiras agradáveis; Definir grupos para ajudar com o material (rotativo); Usar um projeto económico para marcar ausências; Elogiar quem ajuda; Explicar a importância da gestão do tempo; Organizar/planear a atividade de modo a que todos estejam em prática simultânea; Montar os materiais antes do início da sessão; Ter os materiais em local de fácil acesso; Deixar mais tempo para as matérias mais importantes; Definir grupos de forma rápida/antes da sessão; Definir sinalética. Reduzir o tempo: ▪ ▪ ▪ ▪ A equipar; Nas rotinas administrativas; Deslocações; Espera; ▪ Transições; ▪ Arrumação de material; ▪ Informação de organização de conteúdo. Efeito de Afunilamento do Tempo ▪ Se ao tempo previsto no programa diário (tempo horário) retirarmos os tempos passados na deslocação para o espaço de treino e o tempo dos balneários ficamos com o tempo que efetivamente o indivíduo passa no treino (tempo útil). ▪ Se, a este tempo útil, retirarmos o tempo que o treinador passa a dar informação e o tempo que se passa em tarefas de gestão/organização teremos o tempo disponível para a prática motora. ▪ Se retirarmos tempo de atividade motora geral considerando o tempo em prática específica, teremos o tempo na tarefa. ▪ Esse tempo terá que ser ainda passado em tarefas ajustadas, pertinentes relativamente aos objetivos e com níveis de dificuldade desafiantes. Tempo Potencial de Aprendizagem (TPA/ALT). ▪ Tempo Potencial de Aprendizagem: Variável destacada pela investigação como decisiva na qualidade da aprendizagem. ▪ Definição: Tempo que o indivíduo passa ocupado com elevado grau de sucesso (+/- 80%) em tarefas diretamente relacionadas com os objetivos da aprendizagem. Rentabilização do Tempo Potencial de Aprendizagem ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Escolher criteriosamente os exercícios; Ajustar nº atletas envolvidos em cada exercício; Feedback Pedagógico; Adequar o grau de dificuldade dos exercícios (evitar exercícios fáceis e muito difíceis); Formar grupos de aprendizagem de acordo com os objetivos dos exercícios; Clima; Promover prática simultânea (rentabilização do espaço). 8 9 INSTRUÇÃO A instrução consiste em fornecer informação ao sujeito sobre o objetivo da tarefa motora a efetuar e sobre a forma de desempenho mais adequada para o concretizar. Em relação a Instrução: ▪ As perdas de informação podem chegar aos 40% ▪ Deve haver um Afunilamento da Instrução prestando atenção a:  o que quero dizer  o que digo  o que o outro ouve  o que o outro compreende  o que o outro retém  o que o outro responde ▪ Apresentação das condições de realização da sessão:  Normas organizativas  Constituição dos grupos  Sentido dos deslocamentos  Combinar sinais (atenção, reunião, transição)  Questionamento ▪ Aspetos a ter em conta: 1. Explicar a aplicabilidade da habilidade técnica; 8. Procurar ser ouvido por todos; 2. Uma ideia de cada vez; 9. Utilizar técnica do “biquíni”; 3. Falar de forma fluída; 10. Ser interessante; 4. Linguagem clara e terminologicamente correta; 11. Prever a posição dos participantes; 5. Linguagem adequada ao escalão etário; 12. Dirigir o olhar para todos; 6. Enfatizar aspetos essenciais (entoação/repetição); 13. Verificar o grau de compreensão; 7. Posicionamento treinador/atletas (sol, etc.); 14. Reservar tempo para dúvidas e discussão. FEEDBACK: Reação do treinador face à prestação motora do atleta. ▪ Os treinadores experientes diferenciam-se dos inexperientes no que respeita à estruturado feedback, especialmente na especificidade e seleção e aplicação de palavras-chave. O FEEDBACK Prestação do aluno  Prestação desejada Diferença  Diagnóstico Natureza e importância da diferença Identificação da causa  Prescrição Emissão do Feedback Prestação do aluno Prestação desejada Modelo de estudo do Feedback (Hoffman, 1983) 9 10 Aspetos a ter em conta nos Feedbacks: ▪ Frequência; ▪ Objetivo (avaliativos, prescritivos, descritivos, interrogativos); ▪ Forma (auditivos, visuais, cinestésicos); ▪ Momento (durante, após, retardados); ▪ Direção (grupo, individual); ▪ Pertinência ou valor (qualidade). Os Feedbacks devem ser: ▪ ▪ ▪ ▪ Curto Específico Oportuno Prescritivo ▪ Positivo ▪ Realista/Sincero ▪ Misto (audiovisual) Condicionantes do Feedback: ▪ Deteção correta de erros; ▪ Conhecimento da técnica (Componentes Críticas); ▪ Conhecimento dos “erros comuns”; ▪ Distinguir o erro principal; ▪ Posicionamento. DEMONSTRAÇÃO A demonstração corresponde à apresentação de uma imagem representativa da tarefa a realizar. ▪ Variáveis:  Estatuto do sujeito da demonstração • Realizada por atleta que seja um bom modelo; • Treinador (se não sabe não demonstra!).  Nível de desempenho do modelo • Quem demonstra deve ter nível de prestação igual ou superior aos seus atletas.  Relevância da informação • Aspetos críticos (Componentes Críticas) • Preceder a demonstração de uma explicação (focalizar a atenção ou demonstrar e explicar simultaneamente).  Forma e timing de apresentação • Realismo ecológico; • Evitar grandes intervalos entre a demonstração e a execução; • Repetida várias vezes e de diferentes ângulos. ▪ Quantidade da informação  “Uma coisa de cada vez” ▪ Foco verbal  Dizer para onde dirigir a atenção ▪ Posição e distância da observação  Todos vêm? ▪ Utilizar os atletas como agentes de ensino  Vantagens • Assegurar a realização de tarefas secundárias; • Maior participação, interesse, satisfação; • Melhoria do clima; • Rentabilização do trabalho; • Obter outras fontes de informação; • Obter progressos na autonomia dos atletas.  O que podem eles fazer: • Demonstrar; • Feedback (maior quantidade, nível linguístico idêntico); • Gestão; • Ajudas; • Orientação da atividade. 10 11 INSTRUÇÃO E DEMONSTRAÇÃO ▪ Síntese: a observação de um modelo, acompanhada de instrução sobre a tarefa a realizar, traduz-se em benefícios evidentes para o atleta. CLIMA E CONTROLO DISCIPLINAR A Relação Treinador-Atleta tem influências: ▪ ▪ ▪ ▪ Autoestima; Autoconceito físico; Motivação; Satisfação. Clima e Controlo Disciplinar ▪ É decisivo:  Na satisfação pessoal de treinadores e praticantes;  Na manutenção da disciplina;  Na manutenção do empenho nas tarefas;  No crescimento individual e de grupo no domínio socio-afetivo;  No desenvolvimento de atitudes e valores;  Na gestão de conflitos;  Otimização de critérios didáticos de eficácia (Tempo Potencial de Aprendizagem, comportamentos fora da tarefa, empenhamento); ▪ Técnicas de Controlo Disciplinar  Desenvolvimento expetativas positivas;  Justiça para todos;  Ignorar comportamentos de menor gravidade;  Regras (relembrar periodicamente, poucas, claras e concisas, matéria de ensino);  Administração da sessão da responsabilidade de todos;  Punir o comportamento imediatamente e não a pessoa, explicando as implicações positivas que poderão advir;  Controlo emocional. ▪ Estratégias:  Relação personalizada;  Mostrar interesse pelos praticantes;  Assuntos extra sessão;  Relação não discriminatória (sexo, raça, religião, etc.);  Mostrar disponibilidade para ouvir e conversar;  Ser encorajador, afetivo;  Respeito sinceridade e honestidade;  Estabelecer regras claras democraticamente;  Cumprir promessas;  Ser consistente e coerente;  Mostrar-se entusiasta;  Pressionar para o trabalho;  Evitar situações de humilhação, depreciar, envergonhar, reprovar sistematicamente;  Espaços e atividades agradáveis;  Dominar o que diz. ▪ Supervisão e Controlo da Atividade  Atenção permanente  Mostrar interesse e entusiasmo  Visão global  “Sobreposição”  “Withitness” EFICÁCIA PEDAGÓGICA Mantém um Clima Positivo Maximiza Tempo Potencial de Aprendizagem Melhora a Organização Aperfeiçoa Instrução e Feedback 11 12 12 13 PLANEAMENTO ▪ Planear é antecipar, prever uma sequência lógica e coerente do desenrolar de tarefas que nos levem a atingir objetivos previamente definidos. ▪ O planeamento é o processo que o treinador possui para poder definir as linhas de orientação do treino a médio e longo prazo. Ciclo de Planeamento Estratégico Objetivos Como podemos melhorar? Resultados Missão Missão Para onde queremos ir? Resultados Desejados Como é que nos portámos? Como é que chegamos lá? Medidas e Estratégias Objectivos Como é que medimos o sucesso? PLANEAMENTO (Cont.) Avaliação da Época Desportiva Anterior ▪ Razões fundamentais para o sucesso ou insucesso ▪ Lesões (tipo, causa, tempo tratamento/inatividade) ▪ Carga de Treino ▪ ▪ ▪ ▪ Assiduidade do atleta Carga de Competição Comportamento desportivo Conflitos interpessoais Planeamento Estratégico ▪ Assegurar as modificações necessárias em função do próximo evento desportivo.  Ter conhecimento dos oponentes e das circunstâncias (climatéricas e locais). Planeamento Tático ▪ Aplicação prática do planeamento conceptual e estratégico, procurando utilizar de forma racional e oportuna na situação de competição as qualidades físicas, técnico-táticas e psicológicas individuais. Fatores Influenciadores do Planeamento Atletas | As Condições de Treino | Calendário Competitivo 13 14 14 15 PLANEAMENTO (Cont.) Etapas da Planificação do Treino 1.Análise da situação ▪ Diagnóstico ▪ Prognóstico 2. Organização do processo de treino 3. Execução do programa 4. Avaliação e controlo do plano ▪ Treino ▪ Análise do produto ▪ Programação Análise da Situação (Diagnóstico) 1. Características dos atletas ▪ ▪ ▪ ▪ 2. Características do nível competitivo Quem são? Como são? Como estão? Quantos são? ▪ Características da modalidade ▪ Características do quadro competitivo ▪ Características dos adversários ▪ Outras caracterizações 3. Caracterização das condições de trabalho ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Recursos materiais Recursos humanos Apoio logístico Recursos económicos Tempo de preparação Recursos ▪ ▪ ▪ ▪ Retroprojetores Vídeos (Gravadores e Monitores) Computadores com ligação à Internet Obras e documentos de apoio Análise da situação (Prognóstico) 1. Definição de objetivos ▪ Grandes metas ▪ Objetivos intermédios ▪ Hierarquização dos objetivos 2. Definição dos princípios orientadores do trabalho Fundamentos teóricos ( aspetos técnico-táticos, de formação, biológicos, psicológicos, etc.) Organização do Processo de Treino Execução do Programa 15 16 Avaliação e Controlo do Plano A UNIDADE DE TREINO A UNIDADE DE TREINO (SESSÃO) Tipos de Sessão [ Teodorescu (1984) | Bompa (1993) ] ▪ Sessão de Apresentação ▪ Sessão de Repetição ▪ Sessão de Aprendizagem ▪ Sessão de Misto ▪ Sessão de Controlo / Avaliação Forma da Sessão de Treino [ Platonov (1988) | Bompa (1993) ] Duração das Sessões [ Bompa (1993) ] Pequenas Médias Grandes ▪ 30’ a 90’ ▪ 2 a 3 horas ▪ Superior a 2 horas No entanto, a duração está sempre dependente dos principais objetivos da sessão. Planificar uma sessão exige: ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Definição clara de objetivos (concentração no essencial) Deixar clara a intenção da sessão Esclarecer os comportamentos (técnico-táticos) a aprender / os critérios de êxito / as condições de realização Inventariação dos meios (materiais, humanos, temporais) Escolha das situações de atividade (motoras e outras) Planificação das estratégias de ensino Previsão da gestão do tempo 16 17 OBJETIVOS ▪ Devem responder às questões:  O que se quer alcançar?  Onde se quer chegar?  Com que meios se pretende agir? Níveis ▪ Características  Claros  Pertinentes –coerentes com as finalidades  Concretizáveis -alcançáveis de acordo com as exigências solicitadas  Mensuráveis –possíveis de serem avaliados ▪ Finalidades (linhas orientadoras) ▪ Metas (o que se espera dos atletas a nível genérico) ▪ Objetivos Gerais (competências e resultados esperados) ▪ Objetivos Específicos (comportamentos esperados, diretamente observáveis) ▪ Objetivos Operacionais ▪ Descrição da Ação ▪ Condições de Realização ▪ Critérios de Êxito ▪ Vantagens  Clarificam  Meio de comunicação  Orientam o Treinador  São um guia para o atleta A Estrutura da Sessão INTRODUÇÃO 1. Saudar os atletas; 2. Referir objetivos; 3. Mencionar como serão atingidos; 4. Retirar dúvidas; 5. 6. 7. 8. Rotinas administrativas; Contactos personalizados; Relembrar regras; Organização dos grupos de acordo com os objetivos; 9. Distribuir tarefas; 10. Motivação e interesse; 11. 3 a 5 minutos. PARTE PREPARATÓRIA DA SESSÃO ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Representa 15 a 20 % do volume total da sessão; 20 a 30 minutos; Criação de um clima favorável; Orientação para os objetivos; Preparação funcional do organismo; Período de intensidade crescente; Executar mobilização da geral para a específica; Trabalhar coordenação e flexibilidade; Muitos exercícios com poucas repetições  Ex.: ligeiros sob a forma lúdica GERAL ESPECÍFICO Realização de exercícios de preparação geral que estimulem os sistemas funcionais (SNC/P; Locomotor; etc.). Estimular seletivamente o sistema de comando e o aparelho locomotor a ser trabalhado. PARTE PREPARATÓRIA Criar uma situação pedagógica, psicológica e fisiológica, favorável à realização da função principal da sessão. 17 18 PARTE PRINCIPAL ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Dinâmica da Curva Fisiológica Representa 50 a 70 % do volume total; Serve para a realização dos objetivos da sessão; Exercícios de maior intensidade e mais importantes; Aquisição de habilidades; Desenvolvimento das capacidades físicas; Equilíbrio entre volume e intensidade; Atenção aos intervalos de recuperação. Existem regras de ordenação dos conteúdos nas sessões? Frescura Coordenação Início da sessão Aprendizagem Técnica Atenção: Treino Técnico Não se pretende transmitir que em cada sessão devem ser treinadas todas as capacidades referidas, apenas se pretende sugerir a posição relativa de cada uma. Flexibilidade Velocidade Força Rápida Fadiga Força de Resistência Fim da sessão Resistência INFLUÊNCIA, QUANTIFICAÇÃO E DURAÇÃO DA RECUPERAÇÃO DE CADA UMA DAS QUALIDADES FÍSICAS Qualidades físicas Influência sobre o Sistema Nível total Duração da Vegetativo Neuromuscular da carga Recuperação Velocidade Baixa Elevada Média 24 horas Força Explosiva Média Média Média 24 – 36 horas Força Máxima Elevada Elevada Elevada 48 horas Resistência Anaeróbia Máxima Média Máxima 72 horas Potência Máxima Aeróbia Máxima Baixa Elevada 48 – 72 horas Resistência Aeróbia Média Baixa Baixa 24 horas solicitadas PARTE FINAL ▪ 10 a 15 % do volume total do treino; ▪ 5 a 15 minutos; ▪ Acalmia do organismo:  Exercícios de atenção, cooperação, respiração, diminuição da tensão muscular; ▪ Estimulação emocional  Estimular sentimentos/emoções positivas ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Retorno à calma Atividade ligeira Exº de flexibilidade ligeira Relaxação Revisão de conteúdos Apreciação da sessão Preparação de sessões seguintes 18 19 ELABORAÇÃO DO PLANO DE SESSÃO ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Tema e Objetivos Tipo de Sessão (Aprendizagem, Controlo, Etc.) Tipo de Exercícios (Duração e Intensidade) Conteúdo do Aquecimento (Geral e Específico) Conteúdo da Parte Fundamental Conteúdo da Parte de Encerramento Medidas Administrativas (Materiais) DOSSIER DO TREINADOR ▪ O processo de treino deve ser feita de forma estruturada e refletida. ▪ O Dossier do Treinador deve integrar todos os elementos que são necessários à organização, orientação e controlo do processo de treino. ▪ Elementos a considerar:  Caracterização • Dados do Clube/Associação/Escola • Condições de trabalho • Caracterização dos atletas (Ficha Biográfica/Biométrica; Ficha de Avaliação; Ficha de Rendimento Escolar)  Planeamento • Anual • Mesociclos e microciclos • Planos de Treino • Objetivos (Saber, Saber Fazer e Saber Estar) • Exercícios  Controlo • Assiduidade • Dados biográficos • Dados antropométricos • Avaliação (técnica, física e psicológica) • Registo individual dos atletas em competição • Caracterização técnica e tática de cada atleta (pontos fortes-fracos)  Processo • Reuniões com atletas, pais, dirigentes, federação • Reflexões individuais • Análise objetiva de resultados (Formação, Preparação e Competição) DOSSIER DO TREINADOR ▪ Caraterização do Meio ▪ Planos das Unidades de Treino ▪ Reflexões Pedagógicas das Unidades de Treino  Objetivos  Contexto ▪ Perfis dos Atletas  Demográficos  Fisiológicos  Psicológicos ▪ Planeamento ▪ Fichas de Treino / Exercícios  Técnico  Tático  Físico  Psicológico ▪ Competições  Caracterização / Descrição  Avaliações  Reflexões das Competições ▪ Projetos com a Comunidade  Descrição e Caraterização dos Projetos  Objetivos dos Projetos  Reflexões dos Projetos 19 20 CONTRATO DO ATLETA Objetivo: ▪ Atitude positiva e de responsabilização por parte do atleta. ▪ Conduta Geral  “O meu principal objetivo é tornar-me no melhor atleta possível. Apenas sou responsável pelas minhas atitudes e como tal devo empenhar-me totalmente no sentido de dar o meu maior contributo.” ▪ Conduta ao serviço do Clube  “Comportar-me-ei de forma digna, inspirando respeito por mim próprio, pelos meus colegas e pelo clube que represento. Nunca me posso esquecer que estou a representar o clube e que todas as atitudes que tomo são avaliadas enquanto atleta do clube e não em meu nome pessoal.” ▪ Conduta no Treino  “O treino é antes de tudo o processo que permite ao atleta evoluir. É da minha responsabilidade dar o meu melhor no treino, através de um esforço sincero e de um grande espírito de entreajuda.” ▪ Conduta na Competição  A competição é o momento em que todo o nosso sacrifício tem a sua recompensa. Para que esta surja tenho de dar o meu melhor, lutando pela vitória, independentemente do resultado em cada momento.” 20 21 RESUMO DOS ARTIGOS ARTIGO 1 - PORQUE É QUE O DESPORTO PRECISA DA PEDAGOGIA? Razão Filosófica A pedagogia é essencial para o desporto por diversas razões: ▪ A pedagogia é uma visão filosófica que busca a realização do ser humano, envolvendo aspectos espirituais, morais e éticos. ▪ Ela inspira-se em ideais de verdade, bem e beleza, buscando uma educação integral e equilibrada. ▪ A pedagogia do desporto não se limita a crianças e jovens, mas abrange pessoas de todas as idades e condições. ▪ Além das ações intencionais e planejadas, a educação esportiva também ocorre de forma informal e não intencional, através da socialização e das práticas físicas e desportivas. Razão Prática ▪ A Pedagogia do Desporto é um projeto educativo que enfatiza a importância da educação integral, valores humanos e competências de vida. ▪ Ela busca promover o bem-estar físico, psicológico, social e espiritual, além de valorizar a aprendizagem ativa em grupo. ▪ A Pedagogia do Desporto transcende a prática esportiva e visa formar não apenas atletas, mas também indivíduos completos. ▪ É um projeto que abrange todas as áreas da vida humana, envolvendo pessoas de todas as idades e condições. ▪ Além disso, requer a cooperação da família, escola, média e outras organizações sociais. ▪ A pedagogia esportiva também influencia a gestão esportiva, regulamentos e ética, englobando a responsabilidade coletiva e reflexão crítica sobre os processos educativos. Ofuscação do futuro pelo presente e pelo passado ▪ O Desporto precisa da Pedagogia porque muitas vezes os valores culturais, sociais e educativos do Desporto são obscurecidos pelas práticas deseducativas que prevalecem nesse ambiente. ▪ A Pedagogia do Desporto é necessária para combater essas práticas e promover uma análise crítica dos fenômenos sócio-culturais relacionados à atividade física e desportiva. ▪ A Pedagogia do Desporto deve ser progressiva, imaginando o futuro e buscando novas formas de concretizar seus ideais. ▪ A Didática do Desporto, inspirada na Pedagogia, deve se apoiar na ciência e na tecnologia para implementar seu projeto educativo. ▪ Além disso, é importante intervir na educação moral e no desenvolvimento do caráter dos praticantes de desporto. ▪ A formação desportiva deve proporcionar um ambiente que promova iniciativa, liberdade e confiança nas próprias habilidades, além de oportunidades para transferir as competências desportivas para outros domínios da vida. ▪ A criação de um ambiente moral e a qualidade das relações interpessoais são fundamentais nesse processo. ▪ A Pedagogia do Desporto deve considerar tanto a racionalidade quanto a afetividade, abrangendo o conhecimento e a reflexão. Dos corpos científicos aos quotidianos de prática ▪ A Pedagogia do Desporto é uma área científica e técnica interdisciplinar que se concentra nas relações humanas nas atividades físicas e desportivas. ▪ Ela se baseia em conhecimentos das Ciências do Desporto e das Ciências da Educação para abordar problemas concretos relacionados ao desporto. ▪ A Pedagogia do Desporto inclui a Didática do Desporto, que estuda os métodos de ensino e treinamento das atividades físicas e desportivas. ▪ Essa área busca melhorar e guiar as práticas físicas e desportivas de pessoas de todas as idades e habilidades, tanto em ambientes formais quanto informais. ▪ Além disso, a Pedagogia do Desporto se relaciona com outras disciplinas, como História do Desporto, Filosofia do Desporto, Psicologia do Desporto e Sociologia do Desporto, gerando áreas de conhecimento como Desporto Adaptado, Desporto Comparado, Desporto e Ecologia, entre outras. ▪ A Pedagogia do Desporto busca integrar teoria e prática, utilizando uma variedade de metodologias de pesquisa. 21 22 Novos desafios para a Pedagogia do Desporto ▪ A Pedagogia do Desporto enfrenta desafios atuais para promover o desenvolvimento humano através do desporto. ▪ Além das habilidades físicas e do alto rendimento, o desporto deve abordar questões éticas, estéticas, afetivas e sociais. ▪ É necessário que as práticas desportivas sejam educativas, proporcionando um serviço educativo aos participantes, distinguindo-se da educação escolar. ▪ O desporto para a terceira idade, pessoas com deficiência e a necessidade de integração da diversidade são desafios para a Pedagogia do Desporto. ▪ É preciso desenvolver uma nova postura profissional e visão do desporto, combatendo padrões comportamentais que afastam sua missão pedagógica. ▪ O desporto é visto como um projeto de mudança social, que requer reflexão, pesquisa e ação para combater a exclusão, a violência, a corrupção, a dopagem, o sexismo, o racismo e a xenofobia. ▪ Os valores do Olimpismo são fundamentais no envolvimento desportivo. ▪ A ética deve ser estendida a todos os envolvidos, e é importante estudar os valores e a formação moral no desporto, assim como a estética. Pedagogia e Formação de Agentes Desportivos ▪ A Pedagogia do Desporto é essencial para refletir sobre os modelos de formação de agentes desportivos. ▪ Isso inclui a definição das bases da formação, práticas de formação de profissionais, perfis profissionais, currículos de formação e seleção e formação de dirigentes. ▪ A formação deve abordar não apenas os aspectos técnicos, táticos e metodológicos, mas também as competências pedagógicas, valores ético-desportivos e desenvolvimento humano. ▪ A formação de treinadores e outros profissionais deve considerar suas atitudes, valores, crenças e concepções de vida. ▪ A formação no desporto é atualmente frágil e carece de mais conteúdos de Pedagogia do Desporto, ética e formação pessoal. ▪ A reflexão deve abranger não apenas os indivíduos e grupos, mas também as organizações desportivas e sua cultura. ▪ A Pedagogia do Desporto deve investigar e responder aos problemas da estrutura organizacional e seu impacto nos indivíduos e grupos. ▪ A cultura desportiva e os valores, atitudes e diferentes organizações sociais devem ser considerados na educação desportiva. ▪ A política também desempenha um papel importante na reflexão pedagógica, especialmente em relação ao poder, influência, conflitos e negociação. ▪ Os valores, metas e interesses de todos os grupos devem ser analisados criticamente. CONCLUSÃO ▪ A Pedagogia do Desporto é um projeto em constante evolução, que visa atender tanto as necessidades do Desporto quanto da Humanidade. ▪ É uma prática fundamentada na filosofia e na ciência, abordando questões éticas e formativas relacionadas ao desenvolvimento moral, de caráter e pessoal dos agentes desportivos. ▪ Apesar dos desafios contemporâneos, a Pedagogia do Desporto deve incorporar saberes pedagógicos acumulados e refletir sobre práticas diárias para alcançar seus ideais educacionais. ▪ A diversidade e a adaptação às mudanças sociais são aspectos cruciais a serem considerados, juntamente com o desenvolvimento de competências pessoais e culturais. ▪ Essa abordagem exige práticas formativas eficazes que promovam motivação, definição de metas, valores adequados, respeito, fair-play e comportamento ético. ▪ A Pedagogia do Desporto é um projeto de futuro, desafiador e utópico, que busca imaginar e construir uma sociedade melhor, mantendo-se em constante evolução. 22 23 RESUMO TOTAL ▪ A Pedagogia do Desporto é essencial para o desenvolvimento integral do ser humano no contexto desportivo. ▪ Ela se baseia em princípios filosóficos, busca promover valores humanos e competências de vida, e transcende a prática esportiva em si. ▪ A Pedagogia do Desporto enfrenta desafios atuais, como a inclusão da diversidade, e requer uma abordagem ética e reflexiva. ▪ A formação de agentes desportivos também é um aspeto importante, que envolve não apenas aspectos técnicos, mas também valores éticos e desenvolvimento humano. ▪ No geral, a Pedagogia do Desporto é um projeto em constante evolução, que busca atender às necessidades do Desporto e da Humanidade, promovendo uma educação integral e adaptada às mudanças sociais. ARTIGO 2 - A INVESTIGAÇÃO SOBRE OS MODELOS DE ENSINO DOS JOGOS DESPORTIVOS ▪ Este artigo revisa os modelos de ensino dos jogos desportivos, destacando o Teaching Games for Understanding (TGfU) e o Sport Education Model (SE). ▪ Ambos os modelos possuem pontos de contato e divergências. ▪ Eles concordam que o currículo de múltiplas atividades é descontextualizado e inconsequente, favorecendo jogos reduzidos e contextualização das situações de jogo. ▪ O SE valoriza a dimensão humana e cultural do desporto, enquanto o TGfU enfatiza as competências dos praticantes no domínio do jogo. ▪ Ambos enfatizam a componente tática do jogo, com o TGfU envolvendo uma componente cognitiva mais acentuada. ▪ A pesquisa empírica relacionada a esses modelos está crescendo e diversificando-se em termos de abordagens, sujeitos, perspetivas teóricas e metodológicas. ▪ É necessário um maior refinamento das ferramentas de investigação para lidar com a complexidade dos modelos. ▪ É mais produtivo estudar a aplicabilidade e afinar os modelos com base nos professores, alunos, conteúdo e contexto específicos. ▪ As interações entre a arquitetura do modelo, o conteúdo, o contexto e os resultados devem ser consideradas e estudadas simultaneamente. ARTIGO 3 - A INVESTIGAÇÃO SOBRE A EFICÁCIA PEDAGÓGICA NO ENSINO DO DESPORTO ▪ Este estudo revisa a investigação sobre a eficácia pedagógica no ensino do desporto, destacando a importância da observação sistemática, do feedback e da relação entre os conteúdos e os procedimentos pedagógicos. ▪ O comportamento pedagógico do treinador e o feedback pedagógico são considerados elementos-chave para a eficácia pedagógica, mas sua valência depende do contexto específico de prática. ▪ A pesquisa recente tem se concentrado em abordagens instrucionais situadas ecologicamente, privilegiando a participação ativa e autônoma dos praticantes, o uso de sistemas de responsabilização robustos e a criação de ambientes positivos de aprendizagem. ▪ Essas mudanças refletem uma transição para estratégias instrucionais menos direcionadas ao professor/treinador e mais centradas no comportamento deliberado e proativo dos praticantes. ARTIGO 4 - A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA SOBRE O CONTEÚDO DO TREINADOR DE FUTEBOL ▪ Neste estudo, foram analisadas as intervenções pedagógicas de treinadores de futebol nas categorias de escolinhas e infantis, levando em consideração a formação acadêmica em Educação Física e Desporto. ▪ Os treinadores enfatizaram principalmente os conteúdos técnicos, especialmente os ofensivos. ▪ Eles preferiram fornecer informações quando os jogadores estavam em ação, e suas instruções geralmente foram de natureza geral, com ênfase no encorajamento no feedback. ▪ A transmissão de informações ocorreu principalmente por meio do canal auditivo. ▪ Comparando os grupos, os treinadores com formação acadêmica em Educação Física e Desporto foram mais específicos em suas instruções e fizeram mais perguntas gerais e específicas em relação aos treinadores não licenciados. ▪ Os treinadores licenciados mostraram um conhecimento mais especializado do conteúdo do futebol e deram mais espaço para os jogadores compreenderem e discutirem os conteúdos de aprendizagem. 23 24 ▪ O estudo conclui que os treinadores tiveram um perfil instrucional centrado nos aspectos técnicos e ofensivos do jogo, e que os treinadores licenciados apresentaram uma intervenção pedagógica mais qualificada, transmitindo informações mais específicas e permitindo mais espaço para a problematização por parte dos jogadores. ARTIGO 5 ANÁLISE DO FEEDBACK NA INSTRUÇÃO DO TREINADOR NO ENSINO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA ▪ Neste estudo, foi analisado o efeito do feedback pedagógico na instrução de ginástica artística para crianças e jovens. ▪ Os resultados mostraram que o feedback foi uma estratégia instrucional eficaz, com ênfase em feedback descritivo de erros e feedback verbal. ▪ A aplicação do feedback foi considerada importante para o processo de instrução, interferindo nos resultados da aprendizagem dos praticantes. ▪ Foi destacada a necessidade de fornecer feedback substancial durante as fases iniciais de aprendizagem, visando evitar erros grosseiros. ▪ O feedback foi principalmente verbal, com algumas combinações visuais e verbais. ▪ O critério de desempenho foi mais aplicado do que o critério de resultado, devido à importância da qualidade dos movimentos na ginástica artística. ▪ Concluiu-se que a aplicação de feedback pedagógico é crucial para a instrução da ginástica artística e deve ser considerada a perspectiva dos praticantes ao longo do processo. ▪ A avaliação do impacto do feedback deve envolver a perspectiva dos treinadores para confrontar crenças e conhecimentos com as decisões tomadas durante a instrução e aprendizagem. 24

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