Aula 3 Biotecnologia e Obstetrícia Aplicadas à Medicina Veterinária - Fisiologia da Gestação - 2024 PDF

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ThinnerWhistle

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Anhanguera – Sorocaba

2024

Bianca Gerardi

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fisiologia da gestação biotecnologia veterinária obstetrícia veterinária reprodução animal

Summary

Aula sobre biotecnologia e obstetrícia veterinária, focada na fisiologia da gestação. O documento aborda tópicos como anatomia obstétrica, avaliação fetal, perdas embrionárias, parto fisiológico e distócico, além de outros detalhes. Introduz conceitos como a importância do estudo da gestação e o que o médico veterinário deve entender sobre ela.

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02/03/2024 B IOTECNOLOG I A E OB STETRÍ CI A APLICA DA S À M EDICINA VETERINÁR I A P R O FA. B I A N C A G E R A R D I 1 Fisiologia e Patologia da Gestação 2...

02/03/2024 B IOTECNOLOG I A E OB STETRÍ CI A APLICA DA S À M EDICINA VETERINÁR I A P R O FA. B I A N C A G E R A R D I 1 Fisiologia e Patologia da Gestação 2 1 02/03/2024 Introdução / Obstetrícia Veterinária Denominação em homenagem às parteiras Ação hábil de assistência ao parto Obstetrix: estar à frente 3 Introdução / Obstetrícia Veterinária Tocologia Tocus: parto Eutocia, distocia, ocitocina 4 2 02/03/2024 Introdução / Obstetrícia Veterinária Obstetrícia Veterinária Clínica Fisiopatologia Médica e da Cirúrgica Reprodução 5 Introdução / Obstetrícia Veterinária Objetivo: Estudo dos fenômenos fisiológicos e patológicos de fases especiais na vida da fêmea - Gestação - Parto - Puerpério Obstetrícia Garantir a saúde da gestante e prole. Veterinária 6 3 02/03/2024 I. Anatomia obstétrica II. Avaliação fetal (ivis) III. Perdas embrionárias IV. Possíveis fatores relacionados a função reprodutiva da fêmea bovina V. Parto fisiológico VI. Parto distócico VII. Cesárea VIII. Ruptura de útero, laceração de períneo, prolapsos 7 Introdução / Obstetrícia Veterinária Importância: Ocorrência frequente de distúrbios que comprometem a evolução da gestação e curso natural do parto. Preparação do médico veterinário obstetra: ❖ Anatomia descritiva e topográfica da pélvis ❖ Manobras obstétricas ❖ Processos fisiológicos que regulam a evolução da gestação e parto Obstetrícia Veterinária ❖ Manejo nutricional e sanitário da gestante 8 4 02/03/2024 Anatomia Obstétrica Pélvis Anatomia Obstétrica Glândula Mamária Circulação fetal Anexos embrionários Cordão umbilical 9 A pelve A avaliação obstétrica da pélvis se inicia com a inspeção clínica do animal em procura de simetria entre as tuberosidades coxais do ílio. ◦ Descartar lesão óssea e irregularidades no canal do parto ◦ Palpação vaginal: pesquisa de irregularidades ósseas 10 5 02/03/2024 Classificação da pelve Animal DV / DT (Diâmetro ventral e transversal ou Denominação biilíaco) Vaca DV>DT Dolicopélvica (parto mais difícil) Égua DV = DT Mesatipélvica Ovelha DV Vacas maiores: maior área pélvica, no entanto, bezerros mais pesados. Seleção através do tamanho da vaca era ineficaz. Correlação positiva entre área pélvica e peso do bezerro ao nascer. 23 A pelve >Pesquisas atuais Valor moderado a alto de herdabilidade para área pélvica 24 12 02/03/2024 Herdabilidade alta Pelvimetria Diâmetro pélvico Tamanho efetivo da cavidade pélvica: ◦ Área pélvica : Altura da pelve, ou medida sacropubiana X Largura da pelve, ou biilíaca média ◦ A área pélvica cresce nos animais de 9 a 24 meses de idade ◦ Nas raças européias, o crescimento diário chega a 0,25 cm²/dia. Interferência do manejo alimentar Taxa de crescimento e dimensões pélvicas 25 Pelvimetria Direta (interna) Indireta (externa) ◦ Prever ou evitar dificuldades no momento do parto 26 13 02/03/2024 Pelvimetria direta Palpação retal A mensuração é realizada por meio de um pelvímetro 27 Rice Pelvimeter 28 14 02/03/2024 Pelvimetria direta Antes da estação de monta Descarte Pelve pequena Acasalamento com touros comprovados- facilidade ao parto Cuidados durante a palpação retal 29 Área da cintura pélvica Pelvimetria Área pélvica interna Largura ilíaca dorsal(1) Diâmetro horizontal (2) Largura ilíaca ventral (3) Largura isquiática (4) Diâmetro sacropubico (5) 30 15 02/03/2024 Resultados Correlação positiva entre perímetro torácico e largura ilíaca dorsal : parâmetro para seleção Área pélvica interna: maior em animais no início do estágio puerperal 31 Pelvimetria externa Mensuração de determinadas partes do corpo do animal Coeficientes pelvimétricos vacas ◦ DV: 0,180 ◦ DTs : 0,36 ◦ DTi: -20mm ◦ Coeficiente de circunferência: 3,44 32 16 02/03/2024 Pelvimetria externa Circunferência pélvica = DTs + Dti/2 + DV x coeficiente 2 DTs: largura da garupa X coeficiente DTs DTi: DTs – coeficiente DTi DV: altura da cernelha X coeficiente DV 33 O aparelho reprodutor feminino Constituição das partes Moles: Ligamentos: – Sacrotuberais e Sacroilíacos; Cartilagens; Vasos; Nervos: Ciático (superior bilateral), pudendo e obturador (inferior bilateral), e todo plexo pélvico simpático; Diafragma pélvico: – Fáscia pélvica, fáscia perineal profunda e superficial e músculos superficiais e profundos do períneo. Constituem a via fetal mole (vulva, vagina e cérvix) 34 17 02/03/2024 35 36 18 02/03/2024 Fisiologia da gestação 37 Período Pré-natal Período de ovo: corresponde à formação do novo ser, por meio da fecundação, início das divisões de clivagem e formação do blastocisto. Esta é uma etapa em que o zigoto permanece livre, subsistindo por intermédio do vitelo armazenado no ovo, ou do leite uterino. Período de embrião: corresponde ao período de eclosão do blastocisto, formação dos órgãos e sistemas do embrião, e da placenta. Período de feto: é o período em que ocorre a maior parte do crescimento da placenta e do feto, e dura até o parto. Nos mamíferos, neste período, são estabelecidas as trocas sanguíneas entre a mãe e o feto. 38 19 02/03/2024 Período marcado por adaptações progressivas do organismo materno Aumento de volume do útero, alterações circulatórias, endócrinas, excretoras e do trato gastrointestinal Hormônios da mãe e placenta (dependendo da espécie e do período de gestação), que permitem ao organismo materno reconhecer a presença do feto 39 Modificações dos órgão reprodutivos Modificações vulvares e vaginais: ▪Última metade da gestação: vulva e vagina. ▪A vulva torna-se altamente edematosa e vascular ao redor do 5º mês de gestação em vacas e 7º mês de gestação em éguas. ▪Mucosa vaginal pálida e seca durante a maior parte da gestação. Edemaciada e flexível próximo ao final da gestação. ▪Alterações mais notadas em vacas do que em éguas 40 20 02/03/2024 41 Modificações dos órgão reprodutivos Modificações da cérvix ▪Durante a gestação o feto em desenvolvimento é retido dentro do útero por fechamento compacto do orifício externo e por secreção de muco altamente viscoso que oclui o canal cervical. ▪Tampão cervical mucoso da gestação: se liquefaz antes do parto quando é eliminado sob forma filamentosa 42 21 02/03/2024 Modificações dos órgão reprodutivos Modificações uterinas A medida que progride a gestação, o útero aumenta gradativamente para permitir expansão do feto, porém o miométrio permanece quiescente para prevenir expulsão prematura. Três fases podem ser identificadas na adaptação do útero: ❖ Proliferação ❖ Crescimento ❖ Dilatação Os mecanismos são regulados por alterações hormonais. A duração varia entre as espécies. 43 Modificações dos órgão reprodutivos Modificações ovarianas ▪O corpo lúteo regride em ciclo estral não fértil ▪Persiste como corpo lúteo da gestação (corpus luteum verum) e consequentemente os ciclos estrais ficam suspensos. ▪Algumas vacas podem mostrar sinais de cio na gestação precoce devido a atividade folicular dos ovários. 44 22 02/03/2024 Modificações dos órgão reprodutivos Modificações ovarianas ▪De 10 a 15 folículos são desenvolvidos em éguas entre o 40º e 160º dia de gestação. Estes folículos se luteinizam formando corpos lúteos acessórios. ▪O corpo lúteo gravídico na vaca persiste em tamanho máximo durante toda a gestação, porém na égua, tanto o primitivo quanto os acessórios regridem ao redor do 7º mês de gestação. 45 Modificações dos órgão reprodutivos Ligamentos pélvicos e sínfise púbica ▪O relaxamento dos ligamentos pélvicos que ocorre gradativamente durante o curso da gestação é acelerado com a aproximação do parto. ▪Mais notado na vaca e ovelha do que na égua ▪Relacionado aos altos níveis de estrógenos no final da gestação e ação da relaxina. ▪A parte caudal do ligamento sacro isquiático se torna mais relaxado e flácido na proximidade do parto. 46 23 02/03/2024 Fisiologia Fetal ❑Função respiratória A placenta é altamente eficiente na manutenção da adequada oxigenação fetal. ❑Função digestiva A deglutição regular do líquido amniótico propicia: absorção de água, eletrólitos, glicose, uréia e hormônios, acúmulo de resíduos celulares e pigmentos biliares no intestino grosso (mecônio) que o feto expele somente após o nascimento, exceto em caso de sofrimento. Exercício preparatório para o correto funcionamento do TGI. 47 Fisiologia Fetal Função circulatória ▪Sangue fetal e materno nunca entram em contato direto. ▪Circulações são intimamente justapostas (córion e endométrio) para a passagem de oxigênio e nutrientes do sangue materno para o fetal e produtos de excreção na direção oposta. ▪Troca de gases na placenta é um sistema fluido ▪Troca de gases no pulmão é um sistema gás / fluido 48 24 02/03/2024 Sg oxigenado Sg desviado Sg direcionado Sg oxigenado entra em contato com pouco oxigenado Desvia o sg para artéria aorta 49 Fisiologia Fetal Nutrição e metabolismo fetal ▪Blastocisto e embrião jovem: nutridos pelo fluido endometrial ▪Feto: recebe seus nutrientes da circulação materna através da placenta. ▪O feto tem prioridade em casos de nutrição materna insuficiente. ▪Glicose: principal combustível metabólico do feto. ▪Final da gestação: feto acumula glicogênio no fígado e musculatura esquelética. ▪O feto sintetiza todas as proteínas dos aa derivados da mãe. 50 25 02/03/2024 51 Placenta Órgão endócrino transitório assim como o corpo lúteo. É endocrinamente ativa Libera hormônios tróficos e esteróides que são liberados na circulação fetal e materna: importante para o crescimento fetal Endocrinologia daGrandes quantidades de progesterona e estrógenos são produzidos na Gestação gestação. 52 26 02/03/2024 Progesterona: essencial para manutenção da gestação. Produzida no corpo lúteo e na placenta (ou ambos) A produção placentária de progesterona para manter a gestação é tardia nos animais domésticos. ◦ Ovelha: 50 dias de gestação ◦ Égua: 150 dias de gestação Em vacas, porcas e cabras a produção de progesterona pela placenta não é suficiente Endocrinologia para manter a gestação > corpo lúteo acessório durante toda a gestação. da Gestação 53 Progesterona: essencial para manutenção da gestação. Ações sobre o útero previamente sensibilizado pelo estrógeno ▪Alteração das glândulas endometriais(saculações e senuosidades favorecendo as secreções , nutrição do embrião) ▪Bloqueio progestacional: queiscência uterina (bloqueio dos canais de Ca, impedindo as contrações uterinas). ▪Ação na Glândula mamária (ácinos e ductos) Endocrinologia da Gestação 54 27 02/03/2024 Particularidades da égua / Progesterona ▪Durante a fase inicial, a manutenção da gestação é dependente da produção de P4 pelo corpo lúteo primário, formado a partir do folículo ovulado ▪A partir da quinta semana de gestação: inicio da produção de eCG estimulando o corpo lúteo primário e a formação de corpos lúteos suplementares ▪A partir do dia 50 a placenta também secreta progestágenos , e em torno do dia 150, quando cessa a função dos corpos lúteos, está desenvolvida o suficiente para assumir oEndocrinologia suprimento hormonal. da Gestação 55 Endocrinologia da Gestação Estrogênio Placenta O feto está envolvido na produção de estriol, Pregnolona portanto é possível avaliar o “bem estar” através Zona fetal do córtex adrenal da sua [ ]. transforma em DHEA Placenta Estriol 56 28 02/03/2024 Estrogênio Após o estro e fertilização os níveis sanguíneos de estrogênio tendem a cair. Durante o curso da gestação os padrões estrogênicos mostram uma tendência a aumentarem ◦ Picos na metade e término da gestação na égua e cadela Endocrinologia ◦ Picos próximos ao momento da parição na vaca, ovelha e porca da Gestação 57 Estrogênio São importantes para preparar a cérvix para o parto e início das contrações endometriais. Efeitos estrogênicos no trato reprodutivo durante a gestação: ◦ Multiplicação das células epiteliais uterinas e extensão da região glandular ◦ Hipertrofia das células da musculatura lisa uterina ◦ Síntese de proteínas contráteis (actina e miosina) Endocrinologia ◦ Deposição de glicogênio nas células da musculatura lisa do útero e vasos sanguíneos da◦ Síntese Gestaçãode colágeno e glicosaminoglicanos da matriz extracelular 58 29 02/03/2024 Estrogênio ▪ Preparo do endométrio para ação da progesterona ▪ Preparo da glândula mamária para ação da progesterona e prolactina. ▪ Preparo da sínfise púbica para a ação da relaxina. 59 eCG (Gonadotrofina Coriônica Equina) É a única gonadotrofina coriônica identificada em animais domésticos Produzidas pelas células trofoblásticas Aumenta a produção de progesterona pelo CL primário da gestação e ajuda na formação de CL secundários ou acessórios (luteinização ou ovulação de folículos pré formados) Endocrinologia da Gestação 60 30 02/03/2024 eCG (Gonadotrofina Coriônica Equina) Produzido nos cálices endometriais: protuberâncias de tecido denso formados no corno gravídico. Os níveis circulantes podem ser detectados pela primeira vez entre os dias 37 a 41 após a ovulação, e aumentam rapidamente até alcançar um pico sérico de 40-180 UI /mL aos 55 – 75 dias. Endocrinologia da Gestação 61 eCG (Gonadotrofina Coriônica Equina) Ação semelhante ao LH eCG induz ovulação e/ou luteinização de folículos dominantes de sucessivas ondas foliculares, que são estimuladas nos ovários durante o primeiro terço da gestação. Corpos lúteos resultantes mantém os níveis de progesterona plasmática (P4) até que a placenta esteja madura para suprir os hormônios necessários para a manutenção da gestação Endocrinologia da Gestação A partir dos 120 dias de gestação os níveis de eCG são praticamente indetectáveis, refletindo o ciclo de desenvolvimento e degeneração dos cálices endometriais 62 31 02/03/2024 Relaxina ▪Tornar maleável o ligamento da sínfise púbica, ampliando o canal do parto. ▪Atua na cérvix – facilitando sua abertura ▪Atua no útero – inibindo a contração (inibe ocitocina). Endocrinologia da▪Atua Gestação na glândula mamária – inibindo a lactação 63 Lactogênio placentário (somatotropina coriônica) Produzido pela placenta Durante a gestação sua [ ] aumenta Efeitos positivos no crescimento (aumenta a síntese de proteínas, diminui a gliconeogênese) Endocrinologia da Gestação 64 32 02/03/2024 Prolactina Importante para o desenvolvimento alveolar no período pré parto. Não é um hormônio de origem placentária, seus níveis aumentam no final da gestação devido ao efeito do estrogênio sobre a liberação a partir da adenohipófise. Endocrinologia da Gestação 65 Diagnóstico Gestacional 66 33 02/03/2024 67 Ultrassonografia Doppler Caracterização da perfusão sanguínea e estimativa da funcionalidade nos órgãos e tecidos reprodutivos ao longo do ciclo estral e da gestação em bovinos 68 34 02/03/2024 Ultrassonografia Doppler Os estudos recentes em vacas de leite e corte apontam uma alta acurácia e sensibilidade quando a ultrassonografia Doppler é empregada para avaliar a funcionalidade do corpo lúteo e diagnosticar a gestação aos 20-22 dias. 69 70 35 02/03/2024 Diagnóstico gestacional ultrassom 71 Diagnóstico gestacional ultrassom 72 36 02/03/2024 Diagnóstico de gestação na vaca por palpação retal Dias Ovário MB Útero Placentoma Cérvix Diâmetro Frêmito 30 CL Difícil Corno simétrico (Feto 0,8 a - - - identificação 1cm) 40 – 45 CL Beliscamento + Assimétrico. Pequena bolsa Não palpável Fechada - (deslizamento do característica na cavidade corio-alantóide pélvica (Feto 1,75 a 2,5cm) sobre a parede do útero) 50 – 60 CL Beliscamento + e Assimetria acentuada (Feto Não palpável Tampão - tônus evidente 3,5 – 8cm evidente 70 – 90 CL Desnecessário Corno gestante caído no 0,5 / 0,75 / 1 Tampão 0,3 a 0,5 - abdômen. Contornável com / 1,5cm evidente a mão. (Feto 8 a 15cm) 100 - CL - Não contornável 2 – 1,5cm 0,5 a 0,8 + 120 (Feto 18 a 30cm) 240 CL - Balotamento flanco direito 6 -4 cm 1 a 1,75 + (Feto 60 a 85cm) 73 O que fazer com o resultado do exame? Prenha Vazia 74 37 02/03/2024 O que fazer com o resultado do exame? ❖Avaliação da fertilidade individual ❖Pasto para gestantes ❖Comercialização: atestado gestante ou vazia ❖Monitorar perdas de gestação (infecciosas?) ❖Manejo 75 38

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