Política Nacional de Saúde Mental PDF

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ArdentPolynomial9007

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saúde mental políticas públicas reforma psiquiátrica assistência

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Este documento aborda a política nacional de saúde mental, destacando marcos importantes e etapas da reforma psiquiátrica no Brasil. O texto discute conceitos-chave e estratégias para a implementação do modelo assistencial.

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A POLITICA NACIONAL DE SAUDE MENTAL Antes da Reforma Depois da Reforma Psiquiátrica Psiquiatrica 1920 - 2001 2001 – atual Cuidado Centrado na Criação de ampla rede de internação em Hospital cuidado em sa...

A POLITICA NACIONAL DE SAUDE MENTAL Antes da Reforma Depois da Reforma Psiquiátrica Psiquiatrica 1920 - 2001 2001 – atual Cuidado Centrado na Criação de ampla rede de internação em Hospital cuidado em saúde: Psiquiátrico: Territorial; Isolamento/ Higienismo; Complexificação do objeto de Normatização dos cuidado; sujeitos; Ampliação das práticas e Lógica da Instituição total; saberes; Violação dos direitos Co-responsabilização pelo humanos. cuidado Medicalização excessiva Respeito a autonomia do sujeito Cuidado em Liberdade Marcos da Reforma Psiquiatrica 1970: ✓ Inicia-se amplo processo de mobilização pela redemocratização do país; ✓ 1978: criação do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental. 1980: ✓ CAPS Professor Luiz da Rocha Cerqueira- SP e Intervenção da Casa de Saúde Anchieta- Santos/SP; ✓ 1987-I Conferência Nacional de Saúde Mental e o posterior II Encontro Nacional dos Trabalhadores em Saúde Mental- “Por uma Sociedade sem Manicômios”; ✓ 1989- o deputado Paulo Delgado (PT-MG) apresentou o projeto de lei no 3.657/89. 2000: ✓ 2001 – Lei 10.216 (06 de abril) – redireciona o modelo assistencial em saúde mental. 2010: ✓ Portaria 4279, de 30 de dezembro de 2010- Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); ✓ Decreto presidencial 7508, que regulamenta a LOS nº 8.080/ 1990, institui as regiões de saúde e garante o cuidado em saúde mental nas RAS; ✓ Portaria 3.088, (23 DE DEZEMBRO DE 2011) Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de saúde (SUS). Década de 70 – Movimentos dos Trabalhadores de Saúde Mental e Divisão Nacional de Saúde Mental 1987 – I Conferência Nacional de Saúde Mental – prioridade em Serviços extra-hospitalares e multiprofissionais não centrados na lógica do hospital II Congresso do Movimentos dos Trabalhadores de Saúde Mental – BAURU/SP –movimento de luta antimanicomial – Carta de Bauru = “ POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS... II Conf. 1992 – Organ. serviços III Conf. – 2001 – cons., organiz, drogas, rh IV Conf. 2010 consolidação, drogas e DH ▪ Lei Paulo Delgado demorou a ser aprovada pelo lobby dos hospitais privados conveniados ao SUS ▪ 80% leitos – contratados apenas 20% SUS ▪ Processo de fechamento dos leitos = 30 mil leitos (1992 a 2005) ▪ Equipamentos extra hospitalares : NAPS – CAPS , Centro Dia, Hospital Dia e Centros de Convivência ▪ Tipificação CAPS por porte/território – CAP´s I , CAPS II e CAPS III ▪ Tipificação por temática: TM, Cap´s Ia e CAP´s AD Décado 80 Direitos Humanos 2011 2017 CF RAPS Reforma Sanitaria Prog. 2006- Pol. 1921 Reforma Psiquiatrica 2002 CRACK Nac. 2015/2016 Asilos CAP Drogas RDC 29 toxicomanos- S ? VAZIO Assististencial 2001 – Lei Paulo Delgado 1970 - RDC 101 1ª.s CT´s Regulamentação Regulação Anos 80 – 1 2007 - Sistema Descriminilização caso de HIV Conselhos via Brasil Avanços necessários 86 - MS – CRP 07 Coord. Nac. Expansão desordenada Conferencias Intersetoriais de Saude Mental ▪ Saúde Mental em Dados - Ano 10, nº 12, outubro de 2015 Rede de Atenção Psicossocial Pressupostos básicos: Respeito a singularidade – sujeito de direitos Intersetorialidade –rede de cuidados extra-muros que envolva a comunidade articulada e co-responsabilizada Acolhimento Universal Desinstitucionalização: reversão da tendência institucionalizante (saúde, educação, assistência social e justiça) Território- para além da questão geográfica – onde a vida acontece (vivências, circulação) pessoal e institucional Importância da comunidade e do suporte familiar Entraves: Atenção Básica : multitarefas e formação Implantação NASF Higienismo Dificuldade de financiamento centros de conveniência CAPS = expansão prevista no Plano Nacional ?? 90 equipamentos aguardando habilitação (financiamento) – CAPS III Urgência : dificuldade de atendim. Psiquiatrico (Atendimento especializado ??) Atenção Residencial carater transitório: unidades de acolhimento e CT´s Atenção Hospitalar –leitos psi em HG X hospital psiquiatricos Desinst. = Fechamento SRT e baixa valor PVC e judicialização Reabilitação – Economia Solidária e geração de renda (dificuldade pela mudança de paradigma) RECOVERY (Regulação da rede quem faz????) COMPONENTES E INTERFACES DA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL Acolhimento Qualificação profissional Informação Regulação ATENÇÃO BÁSICA Coesão Social O grau de coesão social de uma comunidade pode servir como um indicador da saúde da comunidade. “Sociedades com baixo senso de coesão estão propensas a múltiplos problemas dos quais o transtornos mentais*, abuso de drogas e criminalidade podem ser apenas os sinais mais visíveis.” (Fonte: Informe 2011, Junta Internacional de Fiscalização Entorpecentes – JIFE (www.incb.org) Ameaças a coesão social: - Desigualdade social persistente; - Migração; - Transformações políticas e econômicas; - A crescente cultura do excesso; - Crescente individualismo e consumismo; - Deslocamento dos valores tradicionais; - Sociedades em conflito ou pós-conflito; - Urbanização rápida; - Quebra no respeito à Lei; - Economia local das drogas/violência Determinantes para a evolução dos transtornos mentais (Saraceno, 1999)  Condições do ambiente (contexto)  Funcionamento social do indivíduo  Contexto familiar  Densidade e homogeneidade da rede social A atenção primária é lugar privilegiado para trabalhar estas questões Mudança da concepção do Cuidado Rede familiar, social, cultural Sofrimento também é problema de saúde – articulação permanente Atenção Básica e Saúde Mental (sem caixinhas) – redes de atenção articuladas OMS 2002 – 56% usuários ESF reportam ações de saúde mental Co- responsabilidade CAPS – local social de produção de afetos, cultura Hospital – instituição fechada Autonomia ,acesso , direitos humanos e direitos sociais Reabilitação, inserção , inclusão e vínculos Principios do SUS – universalidade, equidade e cidadania Atenção basica – mola propulsora para o Cuidado a) Acolhimento no território b) O usuário é atendido onde está: atendimento da necessidade e não só da demanda c) Entendimento TM e a questão drogas são diferentes d) Intervenção a partir do contexto familiar – família como parceira no tratamento e) Cuidado longitudinal f) Potencialidades da rede sanitária e comunitária Há de se deslocar o olhar da doença para o cuidado, para o alívio e a ressignificação do sofrimento e para a potencialização de novos modos individuais e grupais de estar no mundo ▪ Contextos de violência (violência urbana, de gênero, violência domiciliar) e abuso/dependência de álcool e outras drogas ▪ Formação de uma rede de identificação e proteção com escolas, assistência social local (CRASs), conselho tutelar e da mulher e outros Drogas Construção de politicas para e com as pessoas.... (Programa Crack 2010 – Pres. Republica e 12 Ministérios) Protagonistas da politica – visibilidade (CONAD) Entender porque as pessoas usam drogas?(entorpecer a vida?) Onde tratar/conversar/prevenir? RAPS, NASF, UBS? Questão de drogas – modelo punitivo/proibicionista/moral /higienista (não é problema de saúde publica) Quais as estratégias para usuários de alcool? Quais as estratégias para usuários de drogas sintéticas? Redução do estigma e preconceito Entendimento das vulnerabilidades pessoais – rebaixamento consciência critica – exposição a fatores de risco como sexo desprotegido CRISE E RETROCESSOS: ▪ Colegiado Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas foi constituído pela Portaria MS/GM nº 3.796, de 06 de outubro de 2010. Duas reuniões anuais até 2014 2015 = 1 reunião apenas 18ª edição, dezembro de 2015, coordenadores de saúde mental, álcool e outras drogas de estados e municípios; usuários e familiares, pesquisadores, trabalhadores do SUS, representantes de diversas áreas técnicas do Ministério da Saúde , Ministérios (Secretaria Nacional de Economia Solidária – Senaes/MTE, Secretaria Nacional Antidrogas – Senad/MJ), entidades e associações de Movimentos de apoio a Luta Antimanicomial e representante da Organização Panamericana de Saúde – OPAS/OMS do Brasil. Lançado Boletim Saúde Mental em dados – consolidação 2014 (não foram lançados mais boletins – ausência de dados de 2015 até hoje) Coordenador Nacional de Saúde Mental Roberto Tikanori é demitido após a ultima reunião do Colegiado ▪ MOVIMENTO FORA VALENCIUS Nomeação do Coordenador fora do alinhamento da III Conferência - médico Valencius Wurch Duarte Filho – ligado a lógica manicomial (diretor do maior hospital psiquiátrico da América Latina na década de 80 – Hospital de Piracambi “Trajetória política-assistencial absolutamente contrária à reforma psiquiátrica” 12/15 Ocupação da Sala – desde dezembro mais de 100 dias 4 Audiências com Ministro da Saúde Marcelo Castro Sala é desocupada (Policia Federal em abril) 4/16 – Audiencia na Camâra: alinhamento conceitual manicomial – 6/4/16 – Lançada Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Psiquiatrica e da Luta Antimanicomial Valencius foi demitido em maio/16 ▪ Coordenação de Saúde Mental – sem nomeação – funcionários de carreira assumem “informalmente” a função de maio de/16 ate fevereiro de 2017 ▪ Mais de 3 mil equipamentos da área de Saúde Mental desde janeiro de 2016 aguardando credenciamento junto ao Ministério da Saúde (CAPS I, II, III AD e IA, NASF, Consultorio na Rua, UA, Residencial Terapêutico) – sufocamento da politica ▪ Fevereiro de 2017 – retorno lógica manicomial = atenção psiquiátrica no modelo hospitalocêntrico ▪ Lancçamento “Nova’ Politica de Saúde Mental – dez/17 ▪ Financiamento: PEC 241 – Emenda Constitucional 55 – Congelamento dos gastos em Saúde por até 20 anos Não haverá credenciamento de novos serviços Valores ficaram congelados em 20 anos – não consideram aumento da população ou do aparecimento de agravos ▪ Ministério da Saúde – Responsável pela pasta dep federal Ricardo Barros (PP do Paraná) – engenheiro civil Agenda privatizante – Diminuir o tamanho do SUS - desmonte sem precedentes do Sistema Público de Saúde 200 milhões de habitantes, com 70% da população dependente do Sistema Público de Saúde e os outros 30% da iniciativa complementar do SUS “ Não se pode ter universalidade e integralidade no SUS” Planos de saúde populares ▪ Não respeito ao controle social Ministério do Desenvolvimento Agrário responsável pela pasta deputado federal Osmar Terra do PMDB do RS (médico psiquiatra): Agenda conservadora. Defensor ferrenho da lógica manicomial defendendo que saída é a internação e abistinência Levou para a pasta do MDS a questão das drogas que ficava no Ministério da Justiça – atualmente é o Presidente do Conselho Nacional de Politicas sobre Drogas. Crítico da descriminalização do consumo de drogas e da redução de danos ário Autor de um projeto de lei que prevê aumento da pena para tráfico e também internação compulsória de usuários. Pensamento retrógrado e conservador em política de drogas, avesso a todas as evidências científicas e tendências internacionais. ▪ Secretaria Nacional de Politicas sobre Drogas – SENAD (Ministério da Justiça) Semelhante ao que aconteceu Ministério da Saúde – passou por períodos sem coordenador – funcionários de carreira responderam “informalmente” pela pauta. Retorno a lógica de repressão (antecessores na pasta advogados , médicos) agora ligados a Policia Militar: Cel. Roberto Allegretti – SP – jul/16 a março/17 Cel. Humberto Viana – PE - abril/17 - Projetos pilotos Reinserção Social (De Braços Abertos, Intervidas ) foram suspensos Manutenção dos projetos de prevenção (#tamujunto e ELOS) porém alteração de princípios (agenda conversadora) Manutenção cursos EAD SUPERA, Fé na Prevenção, Prevenção nas Escolas ((agenda conversadora) Aumento do valor de financiamento de CT´s – ausência de mecanismos efetivos de fiscalização (Disque Denuncia do DH recebeu muitas denuncias de CTs ) Não divulgação da Pesquisa FIOCRUZ 2016/2017 (7 milhões reais) ▪ Ações de caráter asilar e com orientação única pela abstinência, por entidades de caráter majoritariamente religioso e filantrópico, muitas vezes dissociadas no SUS e do SUAS (Comunidades Terapêuticas) tem impactado a discussão sobre as estratégias de oferta de cuidado. ▪ Ausência de equipamento (vazio assistencial) ou ausência de investimentos tem sido usados para justificar a presença de Ct´s como a solução não considera o desenho da RAPS para atender a questão do uso de álcool e drogas ▪ Saúde como negocio ▪ Drogas –assunto de segurança e não como questão de saúde intersetorial ▪ Retorno a falida “Guerra as Drogas” ▪ A análise e discussão sobre as “novas institucionalizações” constituem‐se como um desafio importante para a construção do cuidado, no âmbito do SUS, de base territorial que promova os direitos de cidadania dos usuários e fortaleça o protagonismo e o exercício da liberdade – caps hibridos ▪ Financiamento das CT´s sem fiscalização efetiva muito superior ao que é pago pelo SUS a equipamentos como CAPS – aumento do financiamento leito – diminuição financ. CAPS ▪ Bancada B.B.B _ Biblia, Bala e Boi – evangélicos, militares e agropecuaristas – agenda conservadora ▪ Lobby das CT´s via bancada BBB ▪ Aumento financiamento leito em hospital psiquiatrico ▪ Politicas publicas ▪ Desrespeito ao Controle Social ▪ Democracia frágil e claudicante... ▪ Onda conservadora e “facista” ▪ Obrigado ▪ [email protected][email protected] OBJETIVOS DA AULA  Definir urgências /emergências (U/E) psiquiátricas  Discutir: - os objetivos do atendimento de U/E psiquiátrica. - os desafios encontrados na U/E psiquiátrica. - cuidados de enfermagem nos principais quadros clínicos caracterizados como U/E psiquiátricas. DEFINIÇÃO Qualquer alteração de natureza psiquiátrica em que ocorram alterações do estado mental, as quais resultam em risco atual e significativo de morte ou injúria grave, para o paciente ou para terceiros, necessitando de intervenção terapêutica imediata. (QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008) DEFINIÇÃO Diferença entre urgências e emergências psiquiátricas... EMERGÊNCIA - situação de risco grave - intervenções imediatas e inadiáveis (minutos ou horas) URGÊNCIA - situação de um risco menor intervenções a curto prazo (dias ou semanas)  Em psiquiatria essa diferenciação tem menor aplicabilidade prática OBJETIVOS DO ATENDIMENTO ESTABILIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO QUADRO (CONTROLE DE HIPÓTESE PRIORIDADES CUIDADOS DE SINTOMA ALVO) DIAGNÓSTICA AVALIAÇÃO CONTRA- REFERÊNCIA EXCLUSÃO DE CAUSA ENCAMINHAMENTO ORGÂNICA (QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008; SADOCK; SADOCK, 2007; TOWNSEND, 2002) LOCAL DO ATENDIMENTO  Privacidade Fácil acesso para equipe de saúde e de segurança  Segurança no ambiente (estrutura física, objetos potencialmente perigosos, adequação de estímulos sensoriais, sistema de alarme) Treinamento da equipe (de saúde e segurança) Checar o porte de armas Medicação disponível para quadros de agitação psicomotora  Material para contenção mecânica  Ter acesso a serviços de diagnósticos e contar com auxílio de outros especialistas e de seguranças (QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008; TOWNSEND, 2002; MANTOVANI,2010) ANSIEDADE E DESEMPENHO VÍNCULO COM O CLIENTE E FAMÍLIA 1. Escuta 2. Apresentar-se e esclarecer os objetivos do atendimento 3. Transmitir confiança, segurança e consistência 4. Saber se expressar... falar firme e pausadamente, perguntas claras e diretas. 5. Respeito à independência, escolhas, personalidade e nível de maturidade do cliente 6. Evitar julgamentos (BULECHEK; BUTCHER, 2010; QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008; TOWNSEND, 2002) AVALIAÇÃO DO CLIENTE LIMITAÇÃO DE TEMPO... Entrevista centrada no motivo do atendimento O que não pode faltar... Avaliação física Exame do estado mental Exames laboratoriais e outros Avaliação do suporte familiar Ingestão de substâncias e medicamentos Ideação suicida e homicida (QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008; TOWNSEND, 2002) EXCLUSÃO DE CAUSA ORGÂNICA CARACTERÍSTICAS QUE INDICAM SUSPEITA DE ORGANICIDADE  Inicío agudo  Primeiro episódio  Idade avançada  Doença ou lesão orgânica atual  Abuso de SPAs  Alucinações não-auditivas  Alterações cognitivas  Alterações da fala ou movimentos (e marcha) (QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008; SADOCK; SADOCK, 2007) PRINCIPAIS QUADROS CLÍNICOS DELIRIUM ATENÇÃO: DELIRIUM NÃO É DELÍRIO DELIRIUM  Perturbações da consciência, atenção, cognição e percepção  Início súbito Flutuação  Consequência fisiológica direta de: - Condição médica geral - Intoxicação ou abstinência de substâncias - Uso de medicação - Exposição a toxinas - combinação de fatores Condições clínicas comumente associadas: alterações no sistema nervoso central, doenças metabólicas, cardiopulmonares e sistêmicas. (QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008) DELIRIUM CUIDADOS Detecção precoce e prevenção Promover conforto Identificação e o tratamento da causa de base do quadro Monitorização rigorosa dos sinais vitais, balanço hídrico e níveis de oxigenação. Exame do estado mental Segurança... (BULECHEK; BUTCHER, 2010; QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008; TOWNSEND, 2002) PRINCIPAIS QUADROS CLÍNICOS AGRESSIVIDADE E AGITAÇÃO PSICOMOTORA AGRESSIVIDADE E AGITAÇÃO Desafio da prática psiquiátrica Apresentação clínica em diversos quadros Agressão: ato intencional que causa dano físico ou mental em outra pessoa Agitação psicomotora: atividade motora e cognitiva excessiva, em grande parte improdutiva e decorrente de tensões internas AGRESSIVIDADE E AGITAÇÃO INDÍCIOS DE AGRESSIVIDADE  Agitação motora,  Violência dirigida a objetos,  Dentes e punhos cerrados,  Ameaças, exigências e discussões em tom de voz elevado, afeto desafiador e hostil e alterações do exame do estado mental  Sintomas psiquiátricos específicos (MARCOLAN, 2013; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008; TOWNSEND, 2002) AGRESSIVIDADE E AGITAÇÃO MANEJO ATITUDINAL Evitar movimentos bruscos Respeitar o espaço físico do paciente (evitar toque) Estabelecer limites de forma acolhedora  Evitar elevar o tom de voz Evitar confronto  Observação e prevenção (avaliação e gestão de riscos) Trabalhar com o paciente (estimular expressão verbal de sentimentos) Assegurar ao paciente que você pretende ajuda-lo a controlar os próprios impulsos (MARCOLAN, 2013; MANTOVANI et al, 2010; NICE, 2005) AGRESSIVIDADE E AGITAÇÃO MANEJO ATITUDINAL Atitudes poderão ser mal interpretadas  Atenção à linguagem não verbal  Evitar olhar desafiador ou submisso  Focalizar assunto, resumir ideias, refletir (repetição)  Auxiliar o paciente a reconhecer a realidade  Evitar ceder a teste, desafio e manipulação  Evitar: promessa, ameaça, conselhos, opinião pessoal, manipulação, faltar com a verdade  (MANTOVANI et al, 2010; NICE, 2005) AGRESSIVIDADE E AGITAÇÃO EQUIPE E AMBIENTE AMBIENTE: segurança, conforto, controle de ruídos, temperatura, iluminação, odores. Evitar movimento ou superlotação.  Educação continuada  Protocolos e rotinas Abordagem coesa e organizada  Discussão após o procedimento (equipe e usuário) Evidências recomendam métodos menos coercivos para manejo de comportamento. (DUXBURY; WRIGHT, 2011; NICE, 2005; MANTOVANI et al, 2010) AGRESSIVIDADE E AGITAÇÃO CONTENÇÃO Último recurso: quando alternativas menos coercivas não tiverem efeito Uso de meios físicos ou farmacológicos para impedir comportamentos destrutivos Contenção física Procedimento coercivo e contraditório (pode ser uma forma de violência dirigida ao paciente (critérios e técnica) Não é terapêutica – objetivo de segurança Potencialmente traumática para paciente e equipe Risco apresentado deve ser proporcional Medicação: VO (preferencialmente) Tranquilização sem sedação BZD, anstipsicotico atípico, antipsicótico típico, combinações (PERKINS et al, 2012; NICE, 2005; ALLEN; CURRIER,2004) PRINCIPAIS QUADROS CLÍNICOS RISCO DE SUICÍDIO RISCO DE SUICÍDIO SUICÍDIO: Uma morte autoinduzida que tem provas suficientes (explícitas ou implícitas) para permitir a dedução de que o desejo da pessoa era morrer. (EMERGENCY NURSES ASSOCIATION (ENA), 2012) Influenciado por fator físico, psicológico, espiritual, social, econômico, histórico, político, cultural e ambiental. (OMS, 2001) Entre as 10 primeiras causas de morte no mundo e entre as 3 primeiras na faixa etária entre 15 e 34 anos Aumento progressivo: 49% de todas as mortes por causas externas Suicídio consumido - homens Tentativas de suicídio - mulheres (MIGUEL; GENTIL; GATTAZ, 2011; BERTOLOTE et al, 2010) RISCO DE SUICÍDIO Provocar Testar o quanto Buscar ajuda Morte sentimentos de pessoas gostam autoinduzida pena, culpa dele Influenciar Evitar sofrimento Demonstrar mudanças de psíquico ou situação desespero comportamento intolerável (QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008) Intenção Letalidade Sofrimento RISCO DE SUICÍDIO Avaliação e intervenção Perguntar a uma pessoa sobre o suicídio é necessário e não vai levar a pessoa ao suicídio fundamentais para (APA, 2003). salvar vidas 1- Levar a sério indicativos de suicídio 2- Segurança é uma prioridade 3- Uma avaliação completa: Ideação Questionando a ideação suicida... Planos Necessidades Fatores de proteção (BERTOLOTE et al, 2010; QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008) RISCO DE SUICÍDIO 4- Mobilização de recursos e colaboração (equipe, família e comunidade) 5- Promoção de factores de protecção e bem-estar 6- Relação terapêutica 7- Reduzir sentimentos de vergonha , culpa e estigma 8- Promover a esperança (questionamento lógico) 9- Trabalhar a ambivalência 10- Apoio emocional e de estabelecimento de vínculo 11- O "contrato de não-suicídio" (REGISTRED NURSES’S ASSOCIATION OF ONTARIO (RNAO), 2009; EMERGENCY NURSES ASSOCIATION (ENA), 2012) RISCO DE SUICÍDIO SOLUÇÃO DE PROBLEMAS 1) Compreensão do cliente do problema (importância e fatores) 2) Explore com o cliente o que funcionou no passado 3) Colocar o cliente como o perito em determinar as soluções 4) Suporte para decisão selecionado (REGISTRED NURSES’S ASSOCIATION OF ONTARIO (RNAO), 2009; EMERGENCY NURSES ASSOCIATION (ENA), 2012) PRINCIPAIS QUADROS CLÍNICOS EMERGÊNCIAS RELACIONADAS A SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS AVALIAÇÃO Substância utilizada Estimativa da quantidade Frequência do uso Último consumo (estimar tempo para abstinência) Riscos... ÁLCOOL Desidratação Distúrbios hidroeletrolíticos Desnutrição Deficiência de tiamina Hipoglicemia / Diabetes Encefalopatia Wernicke - Korsakoff Hepatopatias (hepatite, esteatose, cirrose) Pancreatite alcoólica Doenças infecciosas SÍNDROME DE ABSTINENCIA Objetivos do tratamento: Alternativas que respondam às necessidades físicas, psicológicas e sociais. O objetivo primário de atenção é retirada para atingir os objetivos do cliente em relação ao seu uso indevido com segurança. Metas de redução de substâncias e manutenção não deve ser consideradas menos importantes do que um compromisso com a abstinência a longo prazo. Redução de danos Intervenção breve Turning Point Alcohol and Drug Centre (FREI et al, 2012) SÍNDROME DE ABSTINENCIA ALCOOLICA Efeitos do álcool durante exposição e abstinência SÍNDROME DE ABSTINENCIA ALCOOLICA SÍNDROME DE ABSTINENCIA ALCOOLICA SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCOOLICA Sinais e sintomas decorrentes de uma interrupção total ou parcial de consumo de bebidas alcoólicas em dependentes que apresentam um consumo prévio significativo Agitação, ansiedade, disforia, tremores, náuseas, vômitos, taquicardia e hipertensão arterial. Ambulatorial Internação Irritação Convulsões Ansiedade Alucinose Agitação alcoólica Confusão, alucinações, hiperatividade simpatica dias de abstinência SÍNDROME DE ABSTINENCIA ALCOOLICA DELIRIUM TREMENS Mortalidade em 5-10% dos casos  Desorientação  Tremor  Alterações cognitivas  Hipertensão (>140/90mm hg)  Alucinações (táteis e visuais)  Frequência cardíaca aumentada (>100 bpm)  Ansiedade intensa  Temperatura elevada (> 37ºC)  Agitação e agressividade  Sudorese  Estado psíquico flutuante (MACIEL; KERR-CORREA, 2004) SÍNDROME DE ABSTINENCIA ALCOOLICA DELIRIUM TREMENS CUIDADOS Síndrome de abstinência alcoólica: monitoração de hora em hora Medidas de suporte clínico (sinais vitais, hidratação, nutrição) Segurança Redução de estímulos ambientais Evitar acesso a soluções a base de álcool Preparo de materiais para suporte respiratório (caso necessário) Terapia medicamentosa: Benzodiazepínico; Haloperidol; Complexos vitamínicos Monitoramento: Clinical Institute Withdrawal Assessment for Alcohol Scale PRINCIPAIS QUADROS CLÍNICOS PSICOSE AGUDA PSICOSE AGUDA Prejuízo grosseiro no contato com a realidade, manifestado por uma percepção inadequada e persistente do mundo externo.  Exclusão de causa orgânica  Usar linguagem clara e frases curtas  Explicando ao paciente os procedimentos na intenção de ajudá-lo  Não reforçar delírios  Deixar transparecer o interesse pelo paciente  Não sugerir julgamento (QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008) PRINCIPAIS QUADROS CLÍNICOS ATAQUES DE PÂNICO ATAQUES DE PÂNICO ATAQUES DE PÂNICO Período distinto e intenso medo e desconforto Sintomas físicos relacionados a diversos sistemas orgânicos Sentimento de perigo ou catástrofe Palpitações, dispneia, sudorese, sensação de morte iminente ou descontrole (QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008) ATAQUES DE PÂNICO MANEJO  Medidas para reduzir o grau de ansiedade  Ambiente calmo com o mínimo de pessoas  Técnicas de relaxamento.  Excluir causa orgânica e abuso de SPAs (de acordo com sintomas)  Avaliar agorafobia  Informar o paciente a transitoriedade do ataque 10-30min  Instruir ao paciente para que ele respire pelo nariz e não pela boca (não hiperventilar)  Para crise intensa ou prolongada: benzodiazepínicos de ação curta (SALUM et al, 2009) Condição clínica que explica sintomas? Abuso de SPA ou abstinência? Ataques após situação específica?? Avaliação dos ataques de pânico FAMÍLIA ANGÚSTIA, MEDO, INSEGURANÇA INFORMAÇÕES APOIO PREPARO DA FAMÍLIA NÃO ESQUECER... REGISTRO FIDEDIGNO DE INFORMAÇÕES... REAVALIAR O ATENDIMENTO... Periodicamente, como parte de treinamento contínuo a equipe deve avaliar:  Intercorrências  Procedimentos e condutas  Resultados do manejo  Sentimentos relacionados  Alternativas (QUEVEDO; SCHMITT; KAPCZINSKI, 2008) CONSIDERAÇÕES FINAIS  Momento crítico marcado por fragilidade e instabilidade  Desafios...  Qualquer contexto de assistência  Atuação rápida, humanizada e efetiva  Prognóstico do cliente  Competências para o cuidado  Liderança e educação continuada da equipe de enfermagem  Educação REFERÊNCIAS ALLEN MH, CURRIER GW. Use of restraints and pharmacotherapy in academic psychiatric emergency services. General Hospital Psychiatry 26 (2004) 42– 49. BERTOLOTE, J.M.; MELLO-SANTOS, C.; BOTEGA, N.J. Detecção do risco de suicídio nos serviços de emergência psiquiátrica. Revista Brasileira de Psiquiatria. v.32, sup.2, p. 87-95, 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Mental no SUS: Os centros de atenção psicossocial. Brasília, 2004. BULECHEK, G.M.; BUTCHER, H.K.; DOCHTERMAN, J.M. Classificação das intervenções de enfermagem. 5ª edição. RJ: Elsevier, 2010. DEL-BEN, C.M.; TENG, C.T. Emergências psiquiátricas: desafios e vicissitudes. Revista Brasileira de Psiquiatria. v.32, sup.2, p. 67-68, 2010. DUXBURY J, WRIGHT K (2011) Should nurses restrain violent and aggressive patients? Nursing Times; 107: 9, 22-25. EMERGENCY NURSES ASSOCIATION (ENA). Clinical Practice Guideline: Suicide Risk Assessment Full Version. 2012. FREI, M., BERENDS, L., KENNY, P., SWAN A., JENNER, L., Hunter, B., & Mugavin, J. (2012). Alcohol and Other Drug Withdrawal: Practice Guidelines, 2nd ed. Fitzroy, Victoria: Turning Point Alcohol and Drug Centre. REFERÊNCIAS GATTAZ, Wagner F.. Violência e doença mental: fato ou ficção?. Rev. Bras. Psiquiatr. 1999, vol.21, n.4, pp. 196-196. MACIEL, Cláudia e KERR-CORREA, Florence. Complicações psiquiátricas do uso crônico do álcool: síndrome de abstinência e outras doenças psiquiátricas. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2004, vol.26, suppl.1 [citado 2013-10-09], pp. 47-50. MANTOVANI, C.; MIGON, M.N.; ALHEIRA, V. Manejo de paciente agitado ou agressivo. Revista Brasileira de Psiquiatria. v.32, sup.2, p. 96-103, 2010. MARCOLAN, JF. Técnica Terapêutica da Contenção Física. 1 ed. São Paulo: Roca, 2013. MARTY F. Adolescência, violência e sociedade. Ágora (Rio J.) [online]. 2006, vol.9, n.1, pp. 119-131. ISSN 1516-1498. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-14982006000100009 MIGUEL, E.C.; GENTIL, V.; GATTAZ, W.F. Clínica psiquiátrica, Barueri, SP: Manole, 2011. NATIONAL INSTITUTE FOR HEALTH AND CLINICAL EXCELLENCE (NICE). 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Enfermagem vol.11 no.3 Ribeirão Preto May/June 2003 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ENFERMAGEM PSIQUIATRICA NO MUNDO Linda Richards Avaliação Física e Emocional 1882: 1a. Escola para preparar enfermeiros McLean Hospital (EUA) Oliveira AGB; Alessi NP. O trabalho de enfermagem em saúde mental: contradições e potencialidades atuais. Revista Latino-Americana de Enfermagem Print ISSN 0104-1169 Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.11 no.3 Ribeirão Preto May/June 2003 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ENFERMAGEM PSIQUIATRICA NO Brasil 1890: 1ª. Escola de Enfermagem do Brasil – Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras dentro do Hospício Nacional D. Pedro II “Alienados”de Alienados. (Rio de Janeiro) FOCO Custódia, necessidades físicas Oliveira AGB; Alessi NP. O trabalho de enfermagem em saúde mental: contradições e potencialidades atuais. Revista Latino-Americana de Enfermagem Print ISSN 0104-1169 Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.11 no.3 Ribeirão Preto May/June 2003 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ENFERMAGEM PSIQUIATRICA NO Brasil Hospício Pedro II local exclusivo e de exclusão para a loucura.....com gestão de instituição religiosa estruturado a partir de poder disciplinar, com enfermagem moderna nascida nos hospitais militares; Vigilância – principal ação; Enfermeiro intermediário entre o guarda e o médico – olhar vigilante e disciplinarização; Oliveira AGB; Alessi NP. O trabalho de enfermagem em saúde mental: contradições e potencialidades atuais. Revista Latino-Americana de Enfermagem Print ISSN 0104-1169 Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.11 no.3 Ribeirão Preto May/June 2003 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ENFERMAGEM PSIQUIATRICA NO Brasil A enfermagem psiquiátrica brasileira nasce no Hospício para vigiar, reprimir e controlar; Médicos decidiam os meios de repressão e aos enfermeiros cabia a execução; Exercida por trabalhadores homens do hospital com funções de portaria e cuidado de pacientes sob vigilância e comando das religiosas; Oliveira AGB; Alessi NP. O trabalho de enfermagem em saúde mental: contradições e potencialidades atuais. Revista Latino-Americana de Enfermagem Print ISSN 0104-1169 Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.11 no.3 Ribeirão Preto May/June 2003 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ENFERMAGEM PSIQUIATRICA NO Brasil “um enfermeiro de alienados deve casar a severidade com a doçura, a coragem com a prudência, discrição e caridade e uma certa esfera intelectual para entender o médico e o doente. Deve ser um homem probo, ativo, zeloso, inteligente e com longa experiência”; (Machado, 1979) Dotes físicos como força e robustez eram exigidas pelos hospícios; Família real abandona o Brasil e as irmãs de caridade acompanham; Oliveira AGB; Alessi NP. O trabalho de enfermagem em saúde mental: contradições e potencialidades atuais. Revista Latino-Americana de Enfermagem Print ISSN 0104-1169 Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.11 no.3 Ribeirão Preto May/June 2003 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ENFERMAGEM PSIQUIATRICA NO Mundo 1913: Johns Hopkins 1a. Escola de enfermagem a incluir psiquiátrica no currículo Desenvolvimento de Terapias Somáticas Impulsionou a competência clínica das enfermeiras psiquiátricas Choque Insulínico(1935) Psicocirurgia (1936) ECT(1937) II Guerra Mundial – crescimento profissional –crise Oliveira AGB; Alessi NP. O trabalho de enfermagem em saúde mental: contradições e potencialidades atuais. Revista Latino-Americana de Enfermagem Print ISSN 0104-1169 Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.11 no.3 Ribeirão Preto May/June 2003 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ENFERMAGEM PSIQUIATRICA NO Mundo 1952: Hildegard Peplau Interpersonal Relations in Nursing Enfermagem Psiquiátrica: = “processo terapêutico importante” Definiu papéis: Pessoa Recurso (gerente); Conselheiro( terapeuta), Professor, Líder, Perito Técnico, “mãe substituta” Enfermeiras generalistas x psiquiátricas Competência clínica – técnicas interpessoais e no processo de enfermagem Oliveira AGB; Alessi NP. O trabalho de enfermagem em saúde mental: contradições e potencialidades atuais. Revista Latino-Americana de Enfermagem Print ISSN 0104-1169 Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.11 no.3 Ribeirão Preto May/June 2003 Teorias que fundamentam o trabalho do enfermeiro em Saúde Mental e Psiquiatria Hildegard Peplau (1952) aplicou a teoria interpessoal à prática da enfermagem – ao relacionamento enfermeiro/paciente Proporciona uma estrutura para a enfermagem psicodinâmica Definiu papéis para o enfermeiro de saúde mental e psiquiatria (1909-1999) Oliveira AGB; Alessi NP. O trabalho de enfermagem em saúde mental: contradições e potencialidades atuais. Revista Latino- Americana de Enfermagem Print ISSN 0104-1169 Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.11 no.3 Ribeirão Preto May/June 2003 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ENFERMAGEM PSIQUIATRICA NO Mundo e no Brasil Anos 60- 70: o foco na prevenção primária e consultas na comunidade. Anos 80: avanço da psicobiologia (genética, psicobiologia das emoções, neurotrasnmissores, etc.) Anos 90: desafio para os enfermeiras psiquiátricos integrar avanço da psicobiologia (bases da neurociência na prática biopsicossocial) com visão holística da enfermagem psiquiátrica Oliveira AGB; Alessi NP. O trabalho de enfermagem em saúde mental: contradições e potencialidades atuais. Revista Latino-Americana de Enfermagem Print ISSN 0104-1169 Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.11 no.3 Ribeirão Preto May/June 2003 SÉC XXI - UM NOVO CONTEXTO, UMA NOVA ABORDAGEM.... Considera a pessoa com sofrimento mental como um ser: – Biológico (físico, orgânico) Indivíduo capaz ou não de – Psíquico (mental, psicológico) enfrentar sua realidade. – Social (contexto, papéis) Oliveira AGB; Alessi NP. O trabalho de enfermagem em saúde mental: contradições e potencialidades atuais. Revista Latino-Americana de Enfermagem Print ISSN 0104-1169 Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.11 no.3 Ribeirão Preto May/June 2003 SÉC XXI - UM NOVO CONTEXTO, UMA NOVA ABORDAGEM....  Compromisso com RUPTURA ○ os direitos civis; – Com a instituição manicomial; ○ a cidadania; – Com o sistema coercitivo; ○ as habilidades e – Caráter iatrogênico do hospital capacidades; psiquiátrico. ○ a autonomia; – Exclusão; novas diretrizes Reforma Psiquiátrica:. ○ a redução do número – Confinamento; de leitos em hospitais – Perda da dignidade e psiquiátricos; subjetividade; ○ a criação de serviços – Maus-tratos; substitutivos. – CRONICIDADE. Oliveira AGB; Alessi NP. O trabalho de enfermagem em saúde mental: contradições e potencialidades atuais. Revista Latino-Americana de Enfermagem Print ISSN 0104-1169 Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.11 no.3 Ribeirão Preto May/June 2003 História da Assistência de Enfermagem Psiquiátrica Pré-história a 1880 Paradigma Teológico até Revolução Francesa - Xamãs: rituais, fazer as pazes com a divindade, pois estavam brigados com Deus; - Antes de 1860: quem cuidava - familiares, vizinhos, escravos; - O cuidado era uma tarefa a mais, uma sobrecarga, objetivo secundário; - Cuidado custodial: proteção, controle sobre as pessoas (proteger o indivíduo com DM da sociedade ou a sociedade dos indivíduos com DM); - Circo com os doentes mentais; - Tratamento moral começou a decair enquanto os princípios higienistas tiveram destaque; - Pinel: cuidado humano, baniu as correntes; Foi na época da Revolução Francesa. Modelo Moral - Pussin: enfermeiro que contribuiu bastante com o trabalho de Pinel - Florence: cuidados com o ambiente, manifestações do comportamento, comunicação com os pacientes; Philipe Pinel O pai da psiquiatria - Doroteia: lutou contra a superlotação dos hospitais. Ela não teve êxito, o cuidado custodial retorna; Enfermeiro Jean Baptiste Pussin Soltando as Correntes Paradigma Natural – Paradigma Natural Paradigma Teológico Idade média Feudalismo Monastérios Nau dos Hipocrático – Hipocrático perseguidos Morte na loucos fogueira la piedra de la -Perigosos, Exclusão x Goya: "Manicômio Iluminismo locura -improdutivos, Internação o Casa de locos" -vagabundos Revolução Francesa História da Assistência de Enfermagem Psiquiátrica 1880 até 1889 Em 1800 os loucos eram recolhidos, confinados e enviados para a Europa; Surgimento das Santas Casas, onde os cuidados eram prestados por freiras, que praticavam o castigo como punição ou forma de tratamento; 1852 foi criado o primeiro hospício Dom Pedro II e contenção por comportamento; São Paulo: surgiram asilos provisórios, inauguração do Juquery; 1860: Escola de Enfermagem da Florence; 1881: Linda (1º enfermeira psiquiátrica nos EUA); 1882: 1º Escola de Enfermagem Psiquiátrica nos EUA 1890: Hospício Nacional dos alienados; Laborterapia; trabalhos nas colônias de café (mão de obra barata); Drogas (uísque, clorofórmio, paraldeído); outros medicamentos, como morfina, drogas para induzir o vômito, etc Florence: Hospital Psiquiátrico do Juquery Santas Casas Hospício Pedro II História da Assistência de Enfermagem Psiquiátrica 1900 até 1950 no campo psiquiátrico: -vertente moral e vertente psicodinâmica -1910: surgimento das faculdades nos EUA (a enfermagem era subordinada à medicina); - 1913: obrigatoriedade da enfermagem psiquiátrica no currículo; - 1923: Escola de Enfermagem Ana Nery no RJ. Começam a surgir materiais de apoio (primeiro livro em 1920); - 1930: somaterapia (eletroconvulsoterapia, insulinoterapia, psicocirurgia, isso acalmava o paciente – tecnologias de tratamento e cura para a doença mental – o enfermeiro atuava conforme orientação médica, era organizador, controlador); - 1939: II Guerra Mundial; - 1952: drogas psicotrópicas; - implantação das comunidades terapêuticas na Inglaterra, sem desinstitucionalização (fechamento dos manicômios e abertura de espaços de cuidado menores – interesse econômico ou de cuidado???). Freud Emil Kraepelin , Jaspers , Bleuler Corrente Organicista Alemã- Psiquiatria Contemporânea TÉCNICAS EXPERIMENTAIS História da Assistência de Enfermagem Psiquiátrica 1960 até 2015 - 1960: início da reforma da assistência Psiquiátrica; a graduação de enfermagem tinha um déficit em saúde mental; - 1961: III Congresso Mundial de Psiquiatria; - 1962: redefinindo o papel do enfermeiro como conselheiro/terapeuta - Peplau; -1963: centro comunitário de saúde mental; -1964: golpe militar, psiquiatria em massa; -1965: Aumento de leitos em hospitais psiquiátricos. Primeiro curso de especialização em enfermagem psiquiátrica; - 1978: começa a mudar a forma de lidar com a loucura; - 1980: discussões sobre a Reforma; - 1987: início dos CAPS (tratamento na comunidade, o sujeito passa a ter direitos); - 1988: maior reconhecimento do enfermeiro no âmbito da saúde mental; - 1989: lei 3657 (regulamentação) - 1990: Conferência de Caracas pra rediscutir o modelo assistencial de enfermagem em saúde mental; - 1991: portaria 189 - 1992: Portaria 224 - 2001: Lei 10.216, lei da Reforma Psiquiátrica brasileira. Falar de Saúde Mental é falar de que? “O direito à saúde mental é um direito fundamental do cidadão, previsto na Constituição Federal para assegurar bem-estar mental, integridade psíquica e pleno desenvolvimento intelectual e emocional”. Tipos de Transtornos Mentais Esquizofrenia- perseguição e confusão com realidade (2006- internações) Depressão- dificuldade da pessoa sentir prazer no que ela antes gostava de fazer Transtorno bipolar – ciclos de variação do humor Neurose- medo, preocupado Histeria- dissociação e conversão Pânico- paralisação Fobia- angústia relacionada à causa específica TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo – tendência a se ter pensamentos persistentes Sinais de Alerta Século XVIII Segunda metade Acorrentados chicotadas, do século XX máquinas giratórias Manicômio e sangrias psiquiatra italiano Franco Basaglia (MTSM) - Luta Antimanicomial Reforma Idade Média Século XIX Psiquiátrica 1988 2001 CAPS II Conferência Nacional de 1° intervenção hospitalar Saúde Mental I Conferência Nacional de Constituição CAPS, NAPS e Hospitais-dia lei 10.216 Saúde Mental SUS Normas para avaliação do a III Conferência Nacional de NAPS serviço e classificação dos Saúde Mental hospitais. Declaração de Caracas 1987 Década de 90 Criação PSF Principais estratégias fiscalização e redução de leitos psiquiátricos no Brasil - 2002 Programa de Inclusão Social pelo Programa “De Volta para Casa” - 2003 Trabalho das pessoas com transtornos Programa Nacional de Avaliação do mentais e transtornos decorrentes do Sistema Hospitalar/Psiquiatria uso de álcool e outras drogas – 2005 (PNASH/Psiquiatria) (2002) PSF – integralidade – década de 90 Programa Anual de Reestruturação da Centros de Convivência e Cultura – Assistência Hospitalar Psiquiátrica no 2002 SUS (PRH) (2004) outros Programa de Volta para Casa (2003) Expansão de serviços como as Residências Terapêuticas e o CAPS desinstitucionalização diálogo de pessoas longamente internadas “pressupõe transformações culturais e subjetivas na sociedade e depende sempre da pactuação das três esferas de governo (federal, estadual e municipal)” Mais de 6% da população apresenta No Brasil... transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas Cerca de 3% da população geral sofre com transtornos mentais severos e persistentes 12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual Fonte: Ministério da Saúde Realidade de acordo com raça/etnia, gênero, sexualidade, escolaridade, idade Gênero e Sexualidade Homens com paixões e desejos contrariados por imposição ou opção, e feminino masculino ainda a recusa ou a proibição do casamento  fortes candidatos à loucura, à hipocondria, à mania, à histeria e ao suicídio. A partir do século XVIII, o onanismo passou a ser apontado, nos tratados médicos, como uma das principais causas desencadeadoras de distúrbios físicos e mentais em indivíduos de ambos os sexos. Puberdade feminina - período propício para o surgimento de várias doenças, dentre elas a histeria e a loucura. Tratamento: 1. asilo para as perturbações femininas classificadas como mais prejudiciais; 2. casamento para males menores, como a histeria, doença que atingia de forma mais significativa as brasileiras (ENGEL, 2008).. PENSAR NA REALIDADE HOJE Normalmente, são as mulheres do núcleo familiar, mães, irmãs e avós, que cuidam ou se responsabilizam por usuários de serviços psiquiátricos extra-hospitalares. Porém, também adoecem – dificuldade: filhos pequenos- cuidado (PERGORARO & CALDANA, 2008). Janeiro- março 2006 Idade No Brasil, grande parte da população de crianças e adolescentes vive em condições adversas e expostos a muitas situações de estresse, o que aumenta o risco de desenvolverem problemas de saúde mental. Fatores ambientais como comunidades desorganizadas e escolas inadequadas também podem trazer reflexos negativos para a saúde mental na infância e na adolescência. (Ramires et al., 2009) Cor/raça Branco total – 0,99% Preto total- 1,44% Amarelo total – 1,03% Parda total – 1,21% Indígena total – 0,98% Escolaridade - total Nenhuma – 1,23% 1-3 anos- 1,25% 4-7 anos- 1,18% 8-11 anos- 0,98% 12 ou mais- 0,882% Ignorado- 0,94% (MPF, 2016) Epidemiologia dos transtornos psicológicos Maior prevalência de transtornos mentais em mulheres: Transtornos de ansiedade; Transtornos de humor. Maior prevalência de transtornos mentais em homens: Transtornos associados ao uso de substâncias psicoativas; Transtorno de personalidade antissocial e esquizotípica; Transtorno de controle de impulso. (Andrade et al., 2006) Política nacional de saúde mental Quais são as estratégias? Centro de Atenção Psicossocial (CAPS); Programa Nacional De volta pra casa; Serviços residenciais terapêuticos; Programa de redução de leitos hospitalares de longa permanência; Política nacional de saúde mental Quais são as estratégias? Leitos em enfermarias especializadas; Escolas de redutores de danos; Programa complementar: “Crack - é possível vencer”. Programa de Inclusão Social pelo Trabalho das pessoas com transtornos mentais e transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas (2005) Projetos de geração de renda Centros de Convivência e Residências assistidas Cultura (2002) Programa de Volta para Casa Falar de Saúde Mental é falar de que? Participação Atenção Básica (organização  Política) Diferenças de gênero, raça, etnia, região, sexualidade.... Saúde Educação Justiça Trabalho Cultura Alimentação Habitação

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