Saúde Mental - Atenção à Saúde Mental PDF
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Nayla Andrade Barboza
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This document is a presentation on mental health, covering various topics such as the national policy on mental health, the role of basic health care in mental health intervention, and common therapeutic actions, all in Portuguese.
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ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL Profa: Nayla Andrade Barboza Disciplina: Saúde da Família e Comunidade INTRODUÇÃO Política Nacional de Saúde Mental: – é resultado da mobilização de usuários, familiares e trabalhadores da Saúde, iniciada na década de 1980 com o objeti...
ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL Profa: Nayla Andrade Barboza Disciplina: Saúde da Família e Comunidade INTRODUÇÃO Política Nacional de Saúde Mental: – é resultado da mobilização de usuários, familiares e trabalhadores da Saúde, iniciada na década de 1980 com o objetivo de mudar a realidade dos manicômios; – substituição de um modelo baseado no hospital psiquiátrico por um modelo de serviços comunitários com forte inserção territorial. INTRODUÇÃO Política Nacional de Saúde Mental: – A atenção aos portadores de transtornos mentais passa a ter como objetivo não somente o controle de sua sintomatologia, mas o pleno exercício de sua cidadania. – Em 2001 é sancionada a Lei nº 10.216 que afirma os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e que redireciona o modelo assistencial em saúde mental. INTRODUÇÃO Política Nacional de Saúde Mental: – Na década de 2000, amplia-se fortemente a rede de atenção psicossocial (Raps), que passa a integrar, a partir do Decreto Presidencial nº 7508/2011, o conjunto das redes indispensáveis na constituição das regiões de saúde. – Entre os equipamentos substitutivos ao modelo manicomial podem ser citados: Centros de Atenção Psicossocial (Caps); Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); Centros de Convivência (Cecos); Enfermarias de Saúde Mental em hospitais gerais; Oficinas de geração de renda Unidades Básicas de Saúde. INTRODUÇÃO A Atenção Básica tem como um de seus princípios possibilitar o primeiro acesso das pessoas ao Sistema de Saúde, inclusive daquelas que demandam um cuidado em saúde mental. A facilidade de acesso das equipes aos usuários e vice-versa possibilita que os profissionais de Saúde se encontrem a todo o momento com pacientes em situação de sofrimento psíquico. No entanto, apesar de sua importância, a realização de práticas em saúde mental na Atenção Básica suscita muitas dúvidas e receios nos profissionais de Saúde. Intervenção em saúde mental na atenção básica As práticas em saúde mental na Atenção Básica devem ser realizadas por todos os profissionais de Saúde. O objetivo dos profissionais para o cuidado em saúde mental deve ser o entendimento do território e a relação de vínculo da equipe de Saúde com os usuários. Intervenção em saúde mental na atenção básica O desenvolvimento de intervenções é construído no cotidiano dos encontros entre profissionais e usuários, em que ambos criam novas ferramentas e estratégias para compartilhar e construir juntos o cuidado em saúde. Intervenções em saúde mental e formação médica (foco na doença/expectativa de cura/separação entre corpo e mente). Ações terapêuticas comuns aos profissionais da Atenção Básica Proporcionar ao usuário um momento para pensar/refletir. Exercer boa comunicação. Exercitar a habilidade da empatia. Lembrar-se de escutar o que o usuário precisa dizer. Acolher o usuário e suas queixas emocionais como legítimas. Oferecer suporte na medida certa (uma medida que não torne o usuário dependente e nem gere no profissional uma sobrecarga). Rede de Atenção Psicossocial do Estado do Piauí 67 Centros de Atenção Psicossocial – CAPS, dentre esses: 44 (quarenta e quatro) são da modalidade CAPS I; 10 (dez) da modalidade CAPS II; 01 (um) da modalidade CAPS III; 03 (tês) da modalidade CAPS i- infanto-juvenil; 07 (sete) da modalidade CAPS AD- álcool e outras drogas; 02 (dois) da modalidade CAPS AD III – 24 horas (funcionamento 24 horas, com leitos para internação); 04 Serviços Residenciais Terapêuticos em Teresina: serviço para acolher pessoas com internação de longa permanência em Hospital Psiquiátrico e que não possuem vínculos familiares e sociais (Bairros - São João, Monte Castelo, Porenquanto e Pirajá); Rede de Atenção Psicossocial do Estado do Piauí Programa de Volta pra Casa (PVC): serviço que regulamenta o auxílio-reabilitação psicossocial para assistência, acompanhamento e integração social, fora da unidade hospitalar, de pessoas acometidas de transtornos mentais com história de longa internação psiquiátrica (dois anos ou mais de internação); Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu - HAA com 160 leitos; 10 Unidades integradas de saúde com ambulatório de psiquiatria em Teresina; 01 SHR AD– Serviço Hospitalar de Referência em Álcool e outras Drogas – Hospital do Mocambinho; 08 leitos de psiquiatria na MDER; 01 Consultório de Rua. TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS ATENDIDOS NA ATENÇÃO BÁSICA ANSIEDADE ANSIEDADE Origina-se do termo grego anshein, que significa estrangular/sufocar. Emoção semelhante ao medo; sinal de alarme para situações de ameaça à integridade física ou moral. Emoção desagradável e incômoda, que surge sem estímulo externo apropriado ou proporcional para explicá-la, ou seja, quando a intensidade, duração e frequência estão aumentadas e associadas ao prejuízo do desempenho social ou profissional do indivíduo. ANSIEDADE No Brasil, os transtornos de ansiedade se encontram em primeiro lugar em prevalência entre os transtornos psiquiátricos; É duas vezes mais frequente em pessoas do sexo feminino e dez vezes mais em indivíduos com história familiar de ansiedade. ANSIEDADE QUADRO CLÍNICO: – Sintomas somáticos, cognitivos, comportamentais, emocionais e perceptivos. ANSIEDADE QUADRO CLÍNICO: – Sintomas somáticos: Dor torácica, palpitações, taquicardia; Dispnéia, taquipnéia, hiperventilação; Dor e desconforto epigástrico; Cefaléia, tonturas e parestesias; Tensão muscular; Tremores, calafrios, sudorese, boca seca; Insônia; Poliúria Disfagia; Palidez Rubor ANSIEDADE QUADRO CLÍNICO: – Sintomas cognitivos: Dificuldade de concentração; Pensamentos catastróficos; Hipervigilância; Medo de perder o controle ou de enlouquecer. – Sintomas comportamentais: Inquietude, isolamento e esquiva. ANSIEDADE QUADRO CLÍNICO: – Sintomas emocionais: Medo Apreensão Irritabilidade Impaciência – Sintomas perceptivos: Despersonalização Desrealização Hiperacusia Hiperreatividade geral aos estímulos ANSIEDADE DIAGNÓSTICO: – Quando o paciente apresentar muitos sintomas físicos que não conseguem ter sua origem explicada; – Múltiplas consultas médicas (mais de cinco por ano); – Dificuldade no trabalho e nas relações interpessoais; – Fadiga; – Alteração de peso; – Problemas de sono. ANSIEDADE DIAGNÓSTICO: Fármacos que podem causar sintomas de ansiedade: – Corticóides; – Dopamina; – Anticonvulsivantes – Epinefrina; (carbamazepina); – Anti-histamínicos; – Antimicrobianos – Bloqueadores do canal de (cefalosporinas); cálcio; – Broncodilatadores; – Antidepressivos (ISRS); – Digitálicos em níveis – Estimulantes (cafeína). tóxicos; – AINES (Indometacina); – Insulina (associada a hipoglicemia); – Tiroxinas; ANSIEDADE DIAGNÓSTICO: Doenças clínicas que mimetizam ou resultam em ansiedade: – Hipertireoidismo; – Hiperparatireoidismo; – Síndrome de tensão pré-menstrual; – Dor crônica; – Asma ou DPOC; – Doenças do aparelho digestivo; – Doenças cardiocirculatórias; – Doenças do SNC. ANSIEDADE PAPEL DO MÉDICO DA APS NO MANEJO DA ANSIEDADE: – Identificar a presença do problema, estabelecer o diagnóstico do transtorno subjacente, fazer o manejo inicial, afastando doenças físicas ou efeitos adversos de medicamentos; – Estabelecer uma boa comunicação com o paciente; – Conhecer os tratamentos comportamentais; – Utilizar tratamentos farmacológicos e tratar quadros de abstinência; – Manejar os casos de ansiedade não- complicados. ANSIEDADE TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: – A necessidade e grau de indicação do tratamento depende do tipo de transtorno de ansiedade, da probabilidade de remissão espontânea, da gravidade e interferência nas atividades sociais e ocupacionais. ANSIEDADE TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: – Beta-bloqueadores: propranolol; – Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS): fluoxetina, sertralina, paroxetina, citalopram (fármacos de primeira escolha nos transtornos de ansiedade crônicos em virtude do baixo perfil de efeitos adversos); – Anti-depressivos tricíclicos: imipramina, clomipramina; – Benzodiazepínicos: clonazepam, alprazolam. – OBS: A retirada dos medicamentos deve ser gradual para prevenir efeito-rebote ou recidivas!! ANSIEDADE TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: – Eficácia semelhante a dos fármacos no tratamento dos transtornos de ansiedade; – Tem como objetivos corrigir: Pensamentos automáticos e antecipação catastrófica; Percepção distorcida das reações fisiológicas; Atenção excessiva e hipervigilância; Crenças disfuncionais. ANSIEDADE TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: – Técnicas para enfrentamento da ansiedade: respiração diafragmática, relaxamento muscular; exposição gradual às situações e/ou objetos que levam ao transtorno. – Tratamentos breves em torno de 1-4 meses dependendo da adesão do paciente, da qualidade da relação terapêutica, da realização das tarefas de casa e da habilidade do terapeuta em propor situações que sejam enfrentadas de forma exitosa. DEPRESSÃO DEPRESSÃO Condição comum em cuidados primários; Prevalência geral varia entre 3 e 11%; 2 a 3 vezes mais comum em mulheres; Transtorno crônico e recorrente; Pacientes deprimidos apresentam limitação da sua atividade e bem-estar, além de maior utilização dos serviços de saúde; Geralmente subdiagnosticada e subtratada (50 a 60% dos casos não são detectados pelo clínico). DEPRESSÃO DIAGNÓSTICO: – Sintomas fundamentais: Humor deprimido Perda de interesse Fatigabilidade – Sintomas acessórios: Concentração e atenção reduzidas Auto-estima e auto-confiança reduzidas Idéias de culpa e inutilidade Visões desoladas e pessimistas do futuro Idéias ou atos auto-lesivos ou suicídio Sono perturbado Apetite diminuído DEPRESSÃO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: – Episódio leve: 2 sintomas fundamentais + 2 sintomas acessórios; – moderado: 2 sintomas fundamentais + 3 a 4 sintomas acessórios; – grave: 3 sintomas fundamentais + > 4 sintomas acessórios. DEPRESSÃO ESCALA DE HAMILTON PARA DEPRESSÃO: DEPRESSÃO ESCALA DE HAMILTON PARA DEPRESSÃO: DEPRESSÃO ESCALA DE HAMILTON PARA DEPRESSÃO: DEPRESSÃO ESCALA DE HAMILTON PARA DEPRESSÃO: DEPRESSÃO ESCALA DE HAMILTON PARA DEPRESSÃO: DEPRESSÃO ESCALA DE HAMILTON PARA DEPRESSÃO: – Escores entre 8 e 18: depressão leve – Escores entre 18 e 25: depressão moderada – Escores > 25: depressão grave DEPRESSÃO QUESTÕES CENTRAIS A SEREM AVALIADAS APÓS DIAGNÓSTICO DE DEPRESSÃO: – Risco de suicídio: indicação de internação psiquiátrica quando estiver associado a: psicose; abuso de substância, desesperança significativa, impulsividade ou plano suicida; ausência de suporte social; situações em que a medicação em regime ambulatorial se torna insegura ou impossibilidade do paciente seguir tratamento ambulatorial; – Avaliação da história prévia de episódio maníaco ou hipomaníaco; – Possibilidade de o episódio depressivo ser um sintoma de uma doença médica associada ou um efeito colateral de medicamentos (Beta-bloqueadores, corticóides, benzodiazepínicos, anti-convulsivantes). DEPRESSÃO ETAPAS DO TRATAMENTO: – Fase aguda: inclui os 2 a 3 primeiros meses; objetivo: diminuição ou remissão completa dos sintomas depressivos com o retorno do nível de funcionamento pré-mórbido. – Fase de continuação: 4 a 6 meses que seguem o tratamento agudo; objetivo: manter a melhoria obtida, evitando recaídas dentro de um mesmo episódio depressivo. – Fase de manutenção: recomendada para aqueles pacientes com probabilidade de recorrência. – Obs: 1/3 dos pacientes com episódio depressivo com remissão inicial tem recaída no primeiro ano. O tratamento antidepressivo de continuação por 6 meses reduz em 50% o risco de recaída. DEPRESSÃO TRATAMENTO: – Existem evidências contundentes na literatura de que os antidepressivos são eficazes no tratamento da depressão aguda moderada a grave, quer melhorando os sintomas (resposta), quer eliminando-os (remissão completa). – No entanto, não há evidências de que sejam superiores a placebo na depressão leve. DEPRESSÃO TRATAMENTO: – Anti-depressivos tricíclicos: amitriptilina, clomipramina, imipramina, nortriptilina. – ISRS: citalopram, sertralina, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina. – Outros inibidores de recaptação: venlafaxina, maprotilina, reboxetina, minalcipram. – Antagonistas de receptor: trazodona, nefazodona, mianserina. – IMAO: tranilcipromina, moclobemida. – Agonistas da dopamina: bupropiona, amineptina. – Estimuladores de recaptação de serotonina: tianeptina DEPRESSÃO TRATAMENTO: – Eletroconvulsoterapia: Importante papel no tratamento das depressões graves, especialmente as resistentes às outras formas de tratamento e/ou risco de suicídio. Está associada com 60 a 80% de remissão, com respostas ocorrendo entre 2 a 4 semanas. Prescrita no geral em uma frequência de 3 x semana e número médio de sessões entre 8 e 12. DEPRESSÃO TRATAMENTO: – Psicoterapia: Estudos controlados mostraram que psicoterapia cognitiva, interpessoal e de solução de problemas são efetivas no tratamento de episódios depressivos leves a moderados. Na depressão grave pode ser mais efetiva quando combinada com anti-depressivos. CONDIÇÕES PARA TRATAMENTO E ENCAMINHAMENTO DE PACIENTES COM DEPRESSÃO TRATAMENTO PELO MÉDICO DE ENCAMINHAMENTO AO HOSPITALIZAÇÃO FAMÍLIA OU GERAL PSIQUIATRA Diagnóstico inquestionável de Quadro clínico complicado com Tentativa ou risco de suicídio depressão sintomas de vários transtornos psiquiátricos além da depressão Primeiro episódio com sintomas Primeiro episódio grave com Estupor profundo, problemas de leves ou moderados pensamentos suicidas alimentação e desidratação História de episódios similares com História de episódios graves que Estado delirante, agitado remissão sem intervenção do exigiram intervenção psiquiátrica psiquiatra Paciente prefere ser tratado pelo Paciente deseja ser tratado por Necessidade de evitar seu médico especialista consequencias sociais negativas do transtorno depressivo (relações interpessoais comprometidas) Doenças ou tratamentos concomitantes que podem ser contra-indicação a uso de anti- depressivos Depressão em paciente bipolar Mortalidade por suicídio O Suicídio vem se constituindo nos últimos anos como um grave problema de saúde pública. A nível mundial, a mortalidade por suicídio em 2019 atingiu 703.000 pessoas. No Brasil, no mesmo ano, ocorreram 14.540 suicídios em ambos os sexos; destes, 3.249 foram no sexo feminino e 11.291 no masculino. A taxa bruta de mortalidade geral foi de 6,9 por 100 mil habitantes, sendo 3/100 mil em mulheres e 10,9/100mil em homens Mortalidade por suicídio Dados extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) apontam que a média brasileira é de 5,6 mortes por suicídio a cada grupo de 100 mil habitantes. O Piauí apresenta quase o dobro desta taxa, atingindo uma média de 10 mortes, de acordo com o levantamento feito entre os anos de 2010 e 2017. Mortaliade por suicídio Esses dados sugerem que medidas especializadas, voltadas para prevenção do suicídio são urgentes em todo Estado do Piauí. Para OMS, uma rede de proteção social geradora de oportunidades socialmente satisfatórias, pode ajudar na prevenção do dano à vida. TRANSTORNOS DO SONO TRANSTORNOS DO SONO INSÔNIA: – Queixa subjetiva de sono insuficiente (quantidade) ou inadequado (qualidade); – Pode se caracterizar como inicial (dificuldade de iniciar o sono), de manutenção (sono interrompido várias vezes ao longo da noite); despertar precoce (ocorre cedo na madrugada sem restabelecimento do sono); – Cansaço, falta de energia, dificuldade de concentração e irritabilidade. TRANSTORNOS DO SONO INSÔNIA AGUDA: – Queixa transitória quando dura menos do que 3 a 4 semanas e está associada a uma situação circunstancial da vida da pessoa, como eventos traumáticos ou de extremo estresse. – Sonolência, humor negativo e piora do desempenho das atividades diárias. INSÔNIA CRÔNICA: – Duração superior a 1 mês e frequentemente se relaciona a condições médicas ou psiquiátricas crônicas. – Sonolência excessiva, fadiga, dificuldade de concentração e memória, dores musculares e depressão. TRANSTORNOS DO SONO INSÔNIA-CAUSAS: Condições médicas: Doenças psiquiátricas: – Dor transtornos de ansiedade, – Noctúria por nefro ou transtornos obssessivo- uropatia compulsivos, – Dispnéia (ICC, DPOC) transtornos psicóticos da linha – Parestesias por esquizofrênica, compressão de depressão. nervos – Hipertireoidismo – Doença de Cushing – Doença de Parkinson – Asma TRANSTORNOS DO SONO INSÔNIA: – CAUSAS: Uso de medicações e drogas: – Antidepressivos; – Esteróides; – Descongestionantes; – Beta-bloqueadores; – Cafeína; – Álcool; – Nicotina Doenças específicas do sono: – Síndrome das pernas inquietas – Transtorno do ritmo circadiano do sono TRANSTORNOS DO SONO INSÔNIA: – MANEJO: Higiene do sono: – comportamentos benéficos para o desenvolvimento de um sono saudável e reparador. Manejo de problemas subjacentes: – Tratamento da condição patológica que está originando a insônia; – Modificar esquemas terapêuticos em pacientes que tomam medicamentos que prejudicam o sono; – Minimizar a ingestão de líquidos em pacientes com problemas urológicos. – Encaminhamento para psicólogo/psiquiatra quando indicado. TRANSTORNOS DO SONO INSÔNIA: – HIGIENE DO SONO: TRANSTORNOS DO SONO INSÔNIA: – MANEJO FARMACOLÓGICO: Utilizar a dose mais baixa possível e de forma intermitente quando possível; Diminuir a medicação gradualmente; Quando a insônia for transitória ou situacional, o emprego de hipnóticos (benzodiazepínicos) pode ser recomendado com a ressalva de que seu uso não deve se prolongar além de 4 semanas. TRANSTORNOS DO SONO INSÔNIA: – MANEJO FARMACOLÓGICO: BENZODIAZEPÍNICOS: – LONGA AÇÃO (> 48 H): Diazepam, clonazepam. » Tem potencial de acúmulo de dose, ocasionando ressaca no dia seguinte; » Menor potencial para desenvolvimento de tolerância e dependência. – CURTA AÇÃO (< 15 H): Lorazepam, bromazepam, midazolam, alprazolam. » São mais adequados como hipnóticos. TRANSTORNOS DO SONO INSÔNIA: – MANEJO FARMACOLÓGICO: SÍNDROME DA DEPENDÊNCIA DE BENZODIAZEPÍNICOS: – Sintomas da retirada: Aumento da ansiedade, insônia e inquietação. – São mais pronunciados e ocorrem mais precocemente com os fármacos de curta ação. – Sintomas no geral desaparecem após 2 a 4 semanas na suspensão da medicação. TRANSTORNOS DO SONO INSÔNIA: – MANEJO FARMACOLÓGICO: SÍNDROME DA DEPENDÊNCIA DE BENZODIAZEPÍNICOS: – Tratamento: retirada gradual da dose: 50% de forma rápida e os outros 50% mais lentamente (25% de forma lenta e os últimos 25% muito lentamente) – Alternativa: agonistas de receptores de benzodiazepínicos de meia-vida curta: zolpiden, zopiclona ou zaleplon; sedativos anti-histamínicos: difenidramina, prometazina TRANSTORNOS MENTAIS GRAVES E PERSISTENTES- ESQUIZOFRENIA Transtornos mentais graves e persistentes: esquizofrenia e psicoses afetivas ESQUIZOFRENIA: Quadros psicóticos primários em jovens que podem se iniciar com períodos de retração social e queda do rendimento escolar, acompanhados de delírios ou alucinações. As alucinações mais frequentes são auditivas. Desorganização ou infantilização do discurso e do comportamento. Sintomas aparecem no espaço de semanas ou poucos meses. Transtornos mentais graves e persistentes: esquizofrenia e psicoses afetivas A Atenção Básica desempenha importante papel no diagnóstico precoce, no início rápido do tratamento, na manutenção do tratamento farmacológico dos quadros estáveis e na reabilitação psicossocial para os quadros de psicose. Mesmo os pacientes acompanhados por serviços especializados da rede de atenção psicossocial, devem continuar sendo acompanhados pela rede básica de saúde, já que, além de demandas psiquiátricas e psíquicas, esse usuário precisa continuar sendo assistido em suas necessidades clínicas. Transtornos mentais graves e persistentes: esquizofrenia e psicoses afetivas Evitar a internação psiquiátrica e sustentar o usuário no seu contexto de vida com o apoio da Rede de Atenção Psicossocial (Raps). Potencializar e qualificar todos os pontos da Rede de Atenção Psicossocial para desenvolver intervenção nas situações de urgência/ emergência e no cuidado longitudinal. Transtornos mentais graves e persistentes: esquizofrenia e psicoses afetivas Exclusão de hospital psiquiátrico do circuito assistencial, anulando a oferta de leitos e a valorização da existência de serviços de urgência e emergência psiquiátrica nesta instituição. A internação precisa ser considerada como último recurso e quando necessária, como instrumento do Projeto Terapêutico Singular (PTS) e não como resposta a uma situação específica. Quando necessária, deve ser realizada prioritariamente nos Caps, com a lógica do acolhimento integral, e nos hospitais gerais de forma articulada com a rede. Transtornos mentais graves e persistentes: esquizofrenia e psicoses afetivas O profissional deve investir na mediação entre o usuário e seu conjunto de relações, visando à inclusão, à legitimação e à corresponsabilização dos envolvidos na produção de novas pactuações, ainda que provisórias. Reinstaurar o diálogo, coloca-se simultaneamente como objetivo e ação terapêutica. A comunicação com o usuário deve ser verdadeira e exercida o mais claramente possível, assim como devem ser explicitadas as propostas de intervenção. Medidas involuntárias devem ser utilizadas tão somente como excepcionalidade, depois de esgotadas todas as tentativas de diálogo, e em situações pontuais. Transtornos mentais graves e persistentes: esquizofrenia e psicoses afetivas TRATAMENTO: – Os melhores resultados são obtidos com a associação de medidas psicossociais e uso adequado de fármacos anti- psicóticos. – O tratamento na fase aguda é feito geralmente sob internação hospitalar, porém de forma breve, sendo fatores decisivos o seguimento ambulatorial pós-alta e o criterioso uso de antipsicóticos. Transtornos mentais graves e persistentes: esquizofrenia e psicoses afetivas TRATAMENTO: – Antipsicóticos típicos (ou “convencionais”) Esses medicamentos controlam os sintomas positivos, como as alucinações e delírios: Anafranil; Clomipramina; Clorpromazina; Haloperidol; Mesoridazina; Perfenazina; Flufenazina; Tioridazina; Tiotixeno; Trifluoperazina. Transtornos mentais graves e persistentes: esquizofrenia e psicoses afetivas TRATAMENTO: – Antipsicóticos atípicos (ou da “nova geração”) Os medicamentos pertencentes a esse grupo tratam tanto os sintomas positivos quanto os negativos (pobreza de conteúdo de pensamento e fala, embotamento afetivo, déficit de atenção): Aripiprazol; Bromazepam; Clozapina; Olanzapina; Paliperidona; Quetiapina; Risperidona; Ziprasidona. Transtornos mentais graves e persistentes: esquizofrenia e psicoses afetivas TRATAMENTO: Acompanhamento psicológico – Terapia individual – Treinamento de habilidades sociais – Terapia familiar – Readaptação profissional Hospitalização: – Pessoas que estejam em crise, ou que apresentem sintomas muito severos da doença. Eletroconvulsoterapia: – Para aqueles que não respondem ao tratamento medicamentoso. DROGAS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA DROGAS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA CONCEITOS: Droga: qualquer substância exógena que interfira em um ou mais sistemas do organismo. Droga psicotrópica ou substância psicoativa: atuam no funcionamento cerebral, provocando alterações psíquicas e comportamentais. Fissura: Desejo intenso e quase incontrolável de consumir uma substância, muitas vezes com sintomas físicos associados. DROGAS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA CONCEITOS: – Uso experimental: uso eventual de uma substância para experimentar seus efeitos, sem recorrência sistemática. – Uso ocasional ou recreacional: uso intermitente em que há algum padrão de consumo, sem causar problemas sistemáticos (físicos, psíquicos, legais, familiares, sociais) DROGAS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA CONCEITOS: Uso abusivo: padrão de uso disfuncional de uma substância levando a um comprometimento ou desconforto clinicamente significativo, manifestando-se por um ou mais dos seguintes sintomas: – Uso constante da substância resultando na falência para cumprir obrigações no trabalho, na escola, em casa; – Uso constante da substância em situações fisicamente comprometedoras; – Problemas legais constantes; – Uso contínuo da substância apesar de ter um problema social ou interpessoal persistente; – Nunca preencher os critérios para dependência para esta substância. DROGAS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA CONCEITOS: Dependência: padrão de uso disfuncional de uma substância levando a um comprometimento ou desconforto clinicamente significativo, manifestando-se por 3 ou mais dos seguintes sintomas: – Tolerância; – Abstinência; – A substância é frequentemente usada em grandes quantidades ou por período maior que o intencionado; – Desejo persistente ou esforço sem sucesso de diminuir ou controlar a ingestão da substância; – Grandes períodos de tempo utilizados em atividades para obter a substância, usá-la ou recuperar-se dos seus efeitos; – Redução ou abandono das atividades sociais, recreacionais ou ocupacionais; – Uso continuado da substância apesar de problemas físicos ou psicológicos persistentes. DROGAS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS: – Depressoras do SNC: Álcool Benzodiazepínicos Barbitúricos Opiáceos: – Naturais: morfina, codeína – Sintéticos: meperidina, propoxifeno, metadona – Semi-sintéticos: heroína DROGAS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS: – Estimulantes do SNC: Cocaína Nicotina Anfetaminas Cafeína DROGAS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS: – Perturbadoras do SNC: Derivados da cannabis: maconha, haxixe, THC Derivados indólicos: plantas e cogumelos Sintéticos: LSD-25, MDMA (ecstasy) Anti-colinérgicos DROGAS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA ABORDAGEM INICIAL DO DEPENDENTE QUÍMICO: – Estabelecer vínculo adequado com o paciente; – Uso de perguntas abertas e não-confrontativas ou preconceituosas; – Entrevistar familiares. AVALIAÇÃO CLÍNICA: – Deve abordar quais substâncias são utilizadas pelo paciente, padrão de uso, tratamentos anteriores, comorbidades clínicas e psiquiátricas, história familiar de doença psiquiátrica e uso de drogas, perfil psicossocial e exame do estado mental. EXAMES COMPLEMENTARES: – Devem ser individualizados para cada paciente, levando em consideração o tipo de droga utilizada e os sintomas apresentados. DROGAS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA EXAMES COMPLEMENTARES: – Álcool: função hepática (TGO, TGP, gama-GT, Tempo de protrombina) – Drogas injetáveis: anti-HIV, anti-HCV, anti-HBs e HBsAg – Pacientes com comportamento sexual de risco incluir VDRL e anti-HIV – Maconha: espermograma (diminuição da fertilidade) – Exames toxicológicos de urina (THC, benzodiazepínicos, cocaína, solventes, anfetaminas e álcool): quando há dúvida quanto ao relato do paciente. DROGAS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA ABORDAGEM TERAPÊUTICA: – Intervenções breves por clínico ou técnico em saúde (avaliação abreviada da gravidade dos problemas relacionados às drogas e fornecimento de feedback motivacional e aconselhamento); – Encaminhamento para grupos terapêuticos de auto-ajuda (Narcóticos Anônimos); – Avaliação ou tratamento com psiquiatra: pacientes com suspeita de comorbidades psiquiátricas; que não melhoram com os recursos disponíveis; e os que já tiveram múltiplas tentativas de abstinência sem sucesso). DROGAS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA ABORDAGEM TERAPÊUTICA: – Internação: quando o paciente apresentar condições médicas ou psiquiátricas que requeiram observação (estados psicóticos graves, ideação suicida, debilitação ou abstinência grave); dificuldade para cessar o uso da droga; ausência de adequado apoio psicossoacial; necessidade de interromper uma situação externa que reforce o uso da droga. Alcoolismo O abuso de álcool é uma das situações mais comuns encontradas na Atenção Básica. A abordagem ao alcoolismo tem como objetivo a detecção precoce de problemas relacionados, além da integração do tratamento de outras patologias agravadas pelo álcool, como, por exemplo, a hipertensão. O profissional de saúde deve ser capaz de reconhecer sinais e sintomas de abuso de álcool, discutir o risco envolvido, fazer orientações contrárias ao consumo abusivo nas famílias e encaminhar os pacientes para serviços especializados quando indicado. Questionário para identificação de uso abusivo de álcool – AUDIT. AUDIT – TESTE PARA IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS RELACIONADOS AO USO DE ÁLCOOL 1. Com que frequência você toma bebidas alcóolicas? (0) Nunca (vá para a questão 9) (1) Mensalmente ou menos (2) de 2 a 4 vezes por mês (3) de 2 a 3 vezes por semana (4) 4 ou mais vezes por semana 2. Quando você bebe, quantas doses você consome normalmente? (0) 1 ou 2 (1) 3 ou 4 (2) 5 ou 6 (3) 7 a 9 (4) 10 ou mais 3. Com que frequência você toma 5 ou mais doses de uma vez? (0) Nunca (1) Menos de uma vez ao mês (2) Mensalmente (3) Semanalmente (4) Todos ou quase todos os dias Se a soma das questões 2 e 3 for 0, avance para as questões 9 e 10. AUDIT – TESTE PARA IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS RELACIONADOS AO USO DE ÁLCOOL 4. Quantas vezes, ao longo dos últimos 12 meses, você achou que não conseguiria parar de beber uma vez tendo começado? (0) Nunca (1) Menos do que uma vez ao mês (2) Mensalmente (3) Semanalmente (4) Todos ou quase todos os dias 5. Quantas vezes, ao longo dos últimos 12 meses, você, por causa do álcool, não conseguiu fazer o que era esperado de você? (0) Nunca (1) Menos do que uma vez ao mês (2) Mensalmente (3) Semanalmente (4) Todos ou quase todos os dias AUDIT – TESTE PARA IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS RELACIONADOS AO USO DE ÁLCOOL 6. Quantas vezes, ao longo dos últimos 12 meses, você precisou beber pela manhã para se sentir bem ao longo do dia após ter bebido bastante no dia anterior? (0) Nunca (1) Menos do que uma vez ao mês (2) Mensalmente (3) Semanalmente (4) Todos ou quase todos os dias 7. Quantas vezes, ao longo dos últimos 12 meses, você se sentiu culpado ou com remorso depois de ter bebido? (0) Nunca (1) Menos do que uma vez ao mês (2) Mensalmente (3) Semanalmente (4) Todos ou quase todos os dias AUDIT – TESTE PARA IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS RELACIONADOS AO USO DE ÁLCOOL 8. Quantas vezes, ao longo dos últimos 12 meses, você foi incapaz de lembrar o que aconteceu devido à bebida? (0) Nunca (1) Menos do que uma vez ao mês (2) Mensalmente (3) Semanalmente (4) Todos ou quase todos os dias 9. Alguma vez na vida você já causou ferimentos ou prejuízos a você mesmo ou a outra pessoa após ter bebido? (0) Não (2) Sim, mas não nos últimos 12 meses (4) Sim, nos últimos 12 meses 10. Alguma vez na vida algum parente, amigo, médico ou outro profissional da saúde já se preocupou com o fato de você beber ou sugeriu que você parasse? (0) Não (2) Sim, mas não nos últimos 12 meses (4) Sim, nos últimos 12 meses AUDIT – TESTE PARA IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS RELACIONADOS AO USO DE ÁLCOOL