Semiologia do Sistema Urinário PDF
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Este documento fornece informações sobre a semiologia do sistema urinário. Inclui a função dos rins, anamnese, exame físico, sinais e sintomas, e exames complementares relacionados ao sistema urinário. Abrange temas como hematúria, poliúria e disúria.
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Semiologia do Sistema Urinário 1 Rins Função: manter volume e composição química dos líquidos no organismo adequados ao funcionamento das células. Homeostasia Poupar água e sais minerais Excreção de re...
Semiologia do Sistema Urinário 1 Rins Função: manter volume e composição química dos líquidos no organismo adequados ao funcionamento das células. Homeostasia Poupar água e sais minerais Excreção de resíduos tóxicos ( uréia, ácido úrico e creatinina) Excreção de fármacos e seus metabólitos Secreção de hormônios Produção de glóbulos vermelhos Regulação cálcio e fósforo Regulação hemodinâmica renal 2 Rins Costumam ser um par – formato de feijão Rim adulto: mede cerca de 11 cm de comprimento, 3 cm de espessura e 5 de largura. Ocupa o espaço entre a 12ª vértebra torácica e a 3ª lombar 3 Anamnese e Exame Físico Anamnese: parte dos pacientes com lesão renal apresentam queixas que não guardam relação direta com os rins ou TGU: Astenia Náuseas Vômitos Anorexia Anemia Irritabilidade neuromuscular 4 Anamnese e Exame Físico Em contrapartida, os pacientes costumam atribuir aos rins sintomas que não decorrem de lesões do sistema urinário: Dor lombar → alterações da coluna Poliúria → devido hiperglicemia Hematúria → causada por distúrbios de coagulação 5 Sinais e Sintomas Alterações da micção e do volume urinário Cor da urina Dor Edema Febre e calafrios 6 Alterações da micção e do volume urinário Condições normais : volume urinário é de 700 a 2000 mL/dia Capacidade da bexiga normal: 400 a 600 mL Esvaziamento vesical quando volume atinge 200 mL Uma dieta normal requer eliminação de pelo menos 800 mL de urina pelos rins para excretar uréia, eletrólitos e outros metabólitos. 7 ALTERAÇÕES DO VOLUME URINÁRIO Anúria Diurese < 100 mL/ 24 horas Ocorre na obstrução bilateral das artérias renais ou ureteres Necrose cortical bilateral Insuficiência renal aguda grave 9 ALTERAÇÕES DO VOLUME URINÁRIO Oligúria Diurese < 400 mL/dia ou < 20 mL/hora. Costuma ocorrer por redução do fluxo sanguíneo renal→Desidratação, hemorragia, insuficiência cardíaca ou por lesões renais → glomerulonefrite aguda, lesão tubular aguda A excreção urinária é inferior às necessidades de excreção de solutos. 8 ALTERAÇÕES DO VOLUME URINÁRIO Poliúria Diurese >2500 mL/24 horas Mensurada pela urina de 24 horas. Ocorre aumento do número de micções Mecanismos básicos de poliúria: → diurese osmótica ( excreção aumentada de solutos – DM descompensado). →incapacidade de concentração urinária ( diabetes insipidus – central e nefrogênico). 10 ALTERAÇÕES DA MICÇÃO Disúria: Micção associada a dor, queimor ou desconforto. Ocorre na cistite, prostatite, uretrite, traumatismos geniturinários, irritantes uretrais, reação alérgica. Urgência: Necessidade súbita (e imperiosa) de urinar. Polaciúria: Aumento da frequência miccional – intervalo entre as micções inferior a 2 horas e sem que haja aumento do volume urinário. Irritação vesical causada por: infecção, cálculo, obstrução. Frio e ansiedade são outras causas. 11 ALTERAÇÕES DA MICÇÃO Hesitação: Intervalo maior para que apareça o jato urinário. Geralmente indica obstrução do trato de saída da bexiga. Nictúria ou noctúria: Alteração no ritmo de diurese e necessidade de esvaziar a bexiga à noite. Retenção urinária: Incapacidade de esvaziar a bexiga. Aguda: paciente urinava normalmente e passa a sentir a bexiga distendida, tensa e dolorosa. 12 ALTERAÇÕES DA MICÇÃO Retenção urinária crônica: existe gradual dilatação vesical, geralmente indolor. A bexiga torna-se palpável na região supra púbica. Completa: incapacidade de eliminar urina Incompleta: permanência de urina na bexiga depois de finalizado o ato miccional. Causas de retenção: - Obstrução da uretra ou colo vesical, - Hipertrofia e hiperplasia prostática - Bexiga neurogênica 13 Incontinência urinária: Eliminação involuntária de urina Ocorre na bexiga neurogênica, cistites e ao esforço físico, 14 ALTERAÇÕES DA COR E ASPECO DA URINA Urina normal: transparente com tonalidade de amarelo claro a amarelo escuro (conforme esteja diluída ou concentrada). Urina avermelhada: hematúria, hemoglobinúria, mioglobinúria, porfinúria Hematúria: O aspecto da urina depende da quantidade de sangue e pH. - pH ácido urina tem aspecto escuro - Ph alcalino a Hb conserva sua cor vermelha por mais tempo - 1 cm³ de sangue em 1,5L de urina lhe confere cor avermelhada – hematúria macroscópia - Hematúria maciça: presença de sangramento e coágulos - Hematúria microscópica: fitas reagentes 15 ALTERAÇÕES DA COR E ASPECO DA URINA Hematúria total: Origem do sangramento é renal, ureteral ou das paredes da bexiga. Sintomas que acompanham a hematúria ajudam a suspeitar de sua causa: Hematúria + febre, calafrios e disúria → ITU Hematúria + cólica renal → litíase urinária Hematúria inicial: lesões da uretra distal e colo vesical. Hematúria terminal: lesões do trígono vesical 16 17 ALTERAÇÕES DA COR E ASPECO DA URINA Hemoglobinúria: Hb livre na urina; Causas: hemólise intravascular malária, leptospirose transfusão incompatível, icterícia hemolítica. Mioglobinúria: destruição muscular maciça por traumatismo e queimaduras, exercícios intensos, crises convulsivas Porfirinúria: urina com coloração vermelho vinhosa algumas horas APÓS a micção – presença de porfirina na urina. 18 ALTERAÇÕES DA COR E ASPECO DA URINA Corantes, medicamentos, e fluxo menstrual podem causar falsa hematúria. Urina turva: Depósito esbranquiçado , odor desagradável → ITU, Piúria: quantidade anormal de leucócitos na urina Cilindros leucocitários: sugere infecção dos rins. Urina com aumento de espuma: Eliminação aumentada de proteínas na urina → glomerulonefrites, nefropatia diabética 19 Dor Dor lombar e no flanco, cólica renal, dor vesical, estrangúria e dor perineal. Dor lombar: entre 12ª costela e crista ilíaca; pode ocorrer irradiação anterior Ocorre por distensão da cápsula renal; Característica: profunda, em peso, fixa e persistente, intensidade variável, piora com a posição ereta. Não costuma associar-se a náusea ou vômitos. Ocorre na síndrome nefrótica, glomerulonefrites, pielonefirtes e obstrução ureteropélvica por cálculo. 20 Dor Cólica renal: Obstrução do trato urinário com dilatação súbita da pelve renal ou ureter, ocorre contrações da musculatura lisa destas estruturas. 21 DOR Dor ou vesical: dor originada no corpo da bexiga. Dor suprapúbica. Estrangúria ou tenesmo vesical: ocorre na inflamação intensa da bexiga com emissão lenta e dolorosa da urina (estrangúria). Espasmo da musculatura do trígono. Dor perineal: infecção aguda da próstata – dor em períneo e região sacral – geralmente associado a disúria. 22 23 Febre e Calafrios Nas infecções agudas do trato urinário: Febre alta acompanhada de calafrios, dor lombar ou suprapúbica Ocorre em pielonefrites cistite e prostatite. 25 Edema Pode ocorrer em quatro situações clínicas: - Glonerulonefrite aguda - Síndrome nefrótica - Insuficiência renal aguda - Insuficiência renal crônica - Pode manifestar-se com edema periorbitário pela manhã (frequente nas glomerulonefrites) - Anasarca ocorre principalmente na síndrome nefrótica e na insuficiência renal aguda. 24 EXAME FÍSICO Exame físico dos rins Inspeção do abdome, dos flancos e dorso com o paciente sentado; Palpação dos ângulos costovertebrais; Palpação renal; Palpação região suprapúbica e pontos ureterais; Percussão com a face interna da mão fechada ( punho- percussão); Ausculta do abdome para verificação de sopros (estenose de artérias renais). 26 EXAME FÍSICO 27 EXAME FÍSICO 28 EXAME FÍSICO 29 EXAME FÍSICO 30 Exames dos ureteres Palpação dos pontos ureterais Exame físico da bexiga A bexiga vazia não é palpável em casos de retenção urinária pode ser percebida à inspeção, palpação e percussão da região suprapúbica. Na palpação observa-se massa lisa e firme na linha média (globo vesical). 31 Exames Complementares Exame simples de urina Proteinúria Provas de função renal Exame bacteriólogico de urina Ultrassonografia Exame radiológico Ressonância magnética Cintigrafia renal Biópsia renal Endoscopia Angiografia 32 Exames Complementares Exames simples de urina Amostra da primeira urina da manhã, jato urinário médio após higiene da região uretral. Análise da cor, turvação e odor da urina Testes para: análise da densidade, do pH, pesquisa de proteínas, glicose e cetonas. Análise microscópica do sedimento urinário 33 Exames Complementares Densidade urinária: reflete a concentração urinária de solutos. Densidade urinaria: 1,001 a 1,040 Ph : varia entre 4,5 a 8,0 pH acima de 8,0 sugere infecção urinária, alcalose sistêmica Protenúria Presença de mais de 150 mg/dia na urina indica anormalidade; Pesquisa de microalbuminúria em diabéticos e hipertensos é marcador precoce de comprometimento renal. 34 Exames Complementares Glicosúria: Reflete níveis de glicose sérica acima de 180mg/dL. Cetonas: Jejum prolongado, cetoacidose alcoólica e descompensação metabólica do diabete melito. Nitrito: presença de bactérias gram-negativas com capacidade para metabolizar nitrato em nitrito. É necessário que a urina fique cerca de 4 horas na bexiga para que ocorra esta transformação. 35 Exames Complementares Exame do sedimento urinário: identificar células, cilindros e bactérias. Hemácias: Até 2 por campo de grande aumento Hematúria microscópica Necessário investigar origem da hematúria: pesquisa de dismorfismo eritrocitário: →Hemácias eumórficas: origem extraglomerular →Hemácias dismórficas: doenças glomerulares. 36 Exames Complementares Leucócitos: Até 3 por campo Podem ter origem em qualquer parte do sistema urinário. Aumentados em infecções – leucocitúria/piúria- chegando a ser incontáveis. Células epiteliais: oriundas de descamação. Encontradas ocasionalmente em mulheres. Bactérias e fungos: contaminação durante a coleta. Infecção trato urinário. 37 Cristais: - Ácido úrico – mais comuns - Fosfato – se formam em urinas alcalinas - Estruvita: litíases associadas a infecções urinárias por bactérias produtoras e urease: Klebisiella e Proteus. Cilindros: são corpos proteicos que assumem a forma do segmento do nefron em que são formados. Cilindros hialinos: formados pela precipitação proteica no lúmen tubular. São encontrados em ausência de lesão renal. 38 Exames Complementares Cilindros granulosos: indicam lesão tubular e glomerular, presentes na Necrose Tubular Aguda; Cilindros céreos: ocorrem na doença renal crônica, necrose tubular aguda, glomerulonefrite aguda. Cilindros leucocitários: vistos na pielonefrite. Cilindros hemáticos: indicam glomerulonefrite em atividade 39 Exames complementares 40 Exame de urina simples ( urina I) 41 Exames Complementares Proteinúria indicado quando observa-se presença persistente de proteína em exames de urina. Avaliada pela proteinúria na urina de 24 horas. A proteinúria decorre de três principais mecanismos: →1-Glomerular: por aumento patológico da permeabilidade glomerular e ocorre filtração de macromoléculas como a albumina ( geralmente não filtráveis). Causa mais comum de proteinúria ( glomerulonefrites e síndrome nefrótica). →2-Tubular: incapacidade do túbulo proximal reabsorver proteínas que geralmente são filtradas. Síndrome de Fanconi 42 Exames Complementares → 3- Hiperproteinemia: doenças que produzem proteínas de baixo peso molecular em excesso. Ocorre filtração pelos glomérulos e eliminação na urina. Exemplo: imunoglobulinas de cadeias leves - mieloma múltiplo. *Proteína de Bence Jones: Precipita quando a urina é aquecida em uma proveta em temperatura entre 45° e 60°C para depois se redissolver à temperatura de fervura da urina. Presente no mieloma múltiplo. 43 Provas de Função Renal Dosagem de creatinina e ureia: Creatinina: sua fonte de produção é constante e oriunda do tecido muscular, é livremente filtrada pelo glomérulo e secretada pelo tubo proximal. Nível sérico normal entre 0,6 e 1,2 mg/dL. *quanto maior o nível de creatinina sérica indica menor filtração glomerular. Ureia: a concentração de ureia depende de sua produção do organismo, da ingesta de proteínas, do índice de filtração glomerular e do estado de hidratação do paciente. 44 Exames Complementares Formada no fígado, eleva-se com ingesta proteica ou com aumento do catabolismo proteico ( febre, estado séptico) e com a presença de sangramento no trato digestivo. Nestas situações a ureia sanguínea eleva- se independente da filtração glomerular. Ocorre diminuição da uréia quando há redução do catabolismo proteico (desnutrição, alcolismo) Clearance de creatinina: estipulado pela fórmula equação de CocroKft e Gault. Clearance creatinina= (140 – idade) x peso (Kg)/creatinina x 72 (resultado x 0,85 se mulher) * para mulheres deve-se subtrair 15% do valor encontrado 45 Exame Bacteriológico da Urina O exame bacteriológico compreende a microscopia direta e a cultura. Exame bacteriológico A urina deverá ser examinada ou preparada para cultura em tempo inferior a 30 min. Análise do sedimento urinário com bactérias e mais de 10 leucócitos por campo indica infecção urinária. Cultura: Inoculação da urina em meio próprio. Número maior ou igual a 100.000 colônias/mL indica infecção. 46 Exame Bacteriológico da Urina 47 Exame Bacteriológico da Urina 48 Ultrassonografia Recurso não invasivo para avaliação renal, vesical e prostática. Identificação de obstrução, diagnóstico diferencial de lesões sólidas e císticas, avaliação de insuficiência renal aguda e crônica e guia para procedimentos invasivos. 49 50 Radiografia Convencional Baixa acurácia, porém método disponível no atendimento de emergência. 51 Urografia Excretora Foi por muitas décadas a principal modalidade de imagem para investigação do trato urinário. Exame baseia-se na capacidade renal de filtrar e concentrar substâncias radiopacas ( contraste iodado). 52 Tomografia Computadorizada Padrão ouro para investigação de litíase urinária ( TC sem contraste). TC com contraste iodado é método de escolha para avaliação da maioria das lesões focais renais. 53 54 Tomografia Computadorizada As principais indicações de TC são: *Avaliar a presença de massa neoplásica e estabelecer o diagnóstico diferencial entre lesões sólidas, císticas e abscesso ou hematoma. *Detectar invasão neoplásica no espaço perirrenal e de linfonodos comprometidos, bem como recidivas e remanescentes tumorais *Examinar urolitíase *Guiar biópsias percutâneas *Analisar traumas renais 55 Ressonância Magnética Melhor definição de unidades pielocalicinais e ureteres. Informações sobre tumores, estenoses e obstruções. 56 Cintigrafia Renal Radiomarcador é injetado via endovenosa e é captado pelas células renais. A principal indicação é para detectar anormalidades corticais relacionadas à infecção renal – sensível tanto na pielonefrite aguda quanto na crônica. Avaliação de sequelas corticais. Detectar rins ectópicos, exclusão funcional de rins multicísticos. Cistocintigrafia : Avaliação de refluxovesicoureteral. 57 58 Endoscopia Cistoscópio e ureteroscópio. Visualização interna da uretra e da bexiga. Identificação de neoplasias, cálculos, realização de biópsias, extração de cálculos. Realização de pielografia ascendente; Confirmar refluxo vesicoureteral 59 Endoscopia 60