Resumo Família e Intervenção Socioeducativa PDF

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Este documento contém um resumo sobre o conceito de família e a intervenção socioeducativa. Aborda tópicos como problemas, crises, funções familiares, ciclo vital, e o contexto da intervenção socioeducativa com o paciente identificado.

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Conceito de Família Resumo Família e Intervenção Socioeducativa (Prof Carla) O conceito de família é algo muito aberto e de difícil definição. A mudança também faz parte dos sistemas – um sistema é constituído por vários subsistemas onde cada um destes possui um d...

Conceito de Família Resumo Família e Intervenção Socioeducativa (Prof Carla) O conceito de família é algo muito aberto e de difícil definição. A mudança também faz parte dos sistemas – um sistema é constituído por vários subsistemas onde cada um destes possui um determinado poder. Quantos mais elementos tiver um sistema mais complexo e mais difícil de compreender vai ser. Problema – significa como que um desafio. Multiproblemáticas – multidesafiada, num determinado espaço temporal uma família pode sofrer várias crises. Estas podem ser: Normativas – crises que se encontram programadas; Não normativas – crises não programadas. A família apresenta diferentes funções: Interações sociais; Sistema responsável pela transmissão de valores; Influencia Relações de intimidade – relação no processocom que estabelecemos de desenvolvimento. uma certa pessoa, uma vez que que sentimos que lhe podemos confiar tudo – não tem haver com o sistema sexual. A instabilidade familiar é uma realidade apenas contemporânea? Antigamente a família estava sempre em momentos de grandes ameaças (mortalidade bastante elevada, guerras,…), a instabilidade afetava muito os filhos. Platão dizia que o sistema era débil na Grécia Antiga – considerava-se que a família não ia existir no futuro. Já na atualidade, a instabilidade deve-se a outros fatores, a família perdeu consistência institucional mas ganhou intensidade psicológica e emocional. Assim, por um lado temos uma família em crise e por outro temos uma família com poder. O ciclo vital da família Uma sequência previsível de transformações na organização familiar, acompanhando tarefas bem definidas. Essas mudanças são influenciadas pela dinâmica interna do sistema familiar, pelas características individuais dos seus membros e pela relação com os contextos em que a família está inserida. Os critérios que definem os diferentes Paciente Identificado estádios do ciclo de vida familiar No contexto da intervenção socioeducativa, é fundamental incluem: identificar o ciclo de vida em que se encontra o Paciente Nascimento de novos elementos. Identificado (PI), ou seja, o membro da família cujo problema Idade e evolução do filho mais desencadeou a procura de apoio. Para isso, o profissional formula velho. hipóteses que ajudam a compreender os desafios enfrentados e a Alterações etárias. apoiar a adaptação do sistema às crises, avaliando a sua relevância Mudanças estatuto ocupacional. no processo. As famílias evoluem segundo um princípio de mudança descontínua, diferenciando-se pela capacidade de enfrentar crises e dificuldades inerentes ao crescimento. Tais crises podem ser normativas, como a passagem da infância para a adolescência, ou não normativas, como acontecimentos inesperados. Em qualquer caso, é crucial que o sistema familiar consiga adaptar-se e encontrar soluções para superar os desafios. Etapas do Ciclo Vital da Família Resumo Família e Intervenção Socioeducativa (Prof Carla) O ciclo vital da família divide-se em várias etapas previsíveis que refletem as mudanças na organização familiar ao longo do tempo. Estas fases influenciam as relações entre os membros da família e os desafios enfrentados por cada subsistema. A intervenção com base no ciclo vital pode adotar duas perspetivas complementares: Diacrónica: Estuda as mudanças ocorridas ao longo do tempo. Sincrónica: Analisa a família em um momento específico. As etapas do ciclo vital incluem: Formação do Casal Família com filhos pequenos Desafios: Separação das famílias de origem, com redefinição de Mudanças: relações e construção de uma identidade conjugal Nascimento do primeiro filho(a) e criação dos subsistemas autónoma. parental e filial. Fusão de heranças familiares, criando uma nova unidade Reorganização das relações familiares e articulação de familiar. funções entre os adultos. Negociação de regras, princípios e papéis no subsistema Necessidade de preservar a conjugalidade apesar das conjugal. exigências da parentalidade. Emergência de rituais familiares e preparação para a parentalidade. Riscos: Adaptação: Dependência financeira ou emocional das famílias de Alterações de hábitos e rotinas, perda de intimidade origem. conjugal. Backgrounds familiares significativamente diferentes. Relação com os avós e outras redes de suporte. Casamentos apressados após perdas significativas ou Definição de papéis parentais e estilos educativos durante uma gravidez precoce. (autoritário, permissivo ou democrático). Família com filhos na escola Família com filhos adolescentes Família com filhos adultos Fases Finais: Transformações: Saída de casa dos filhos (ninho vazio). Interações: Alargamento dos espaços Enfrentamento do envelhecimento e Integração da criança em sistemas individuais dos adolescentes. desaparecimento dos pais (avós). externos (creche, escola primária). Pais enfrentam mudanças Renegociação da relação conjugal, Adaptação às novas regras e associadas à meia-idade, como ajustando-se às novas dinâmicas. aumento da autonomia da criança. maior foco na carreira ou sensação Reforma e criação de novas redes de de vazio funcional. relações familiares e sociais. Desafios: Iniciativas dos Adolescentes: Conflitos entre os subsistemas Exploração de autonomia através familiar e escolar devido a diferentes de comportamentos como fechar- normas e expectativas. se no quarto, escolher roupas e Necessidade de equilíbrio entre amigos, sair à noite, e experimentar apoio familiar e exigências externas. a sexualidade. Resumo Família e Intervenção Socioeducativa (Prof Carla) Intervenção Socioeducativa e Contextos Familiares Para que um educador social possa intervir eficazmente, é necessário adotar uma atitude de curiosidade para compreender o contexto e a experiência única do Paciente Identificado (PI). Por exemplo, questionar o significado de uma situação problemática específica, como depressão, no contexto daquele indivíduo. Instituições e Siglas Relevantes: CPCJ: Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. CAFAP: Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental. EMAT: Equipas Multidisciplinares de Apoio Técnico aos Tribunais. TEIP: Território Educativo de Intervenção Prioritária, com equipas multidisciplinares e educadores sociais. Conceitos-Chave: Parentificação: Atribuição de responsabilidades parentais ao filho mais velho em situações como separação dos pais. Configurações Parentais: Reorganização familiar em casos de recasamento, com padrastos/madrastas trazendo filhos para a nova unidade. Crises Familiares: Exemplos incluem a entrada de novos membros na família, que podem representar tanto desafios quanto oportunidades de adaptação. Terapia Familiar Uma sessão de terapia familiar dura mais ao menos uma hora e meia e acontece normalmente uma vez por mês. Por vezes, a família tem crises entre as sessões então o profissional acaba por adiar as sessões para que as famílias tenham tempo de resolver os seus problemas. Na terapia familiar não se resolvem problemas, apenas apresentamos métodos e recursos para as famílias conseguirem resolver as suas crises. As sessões de terapia familiar acontecem sempre com um coterapeuta e numa sala de espelhos, onde do outro lado se encontram sempre outros profissionais. Algumas dicas durante uma sessão de terapia familiar: Nós nunca pegamos num tema; Apresentamo-nos sempre no início; Existe uma complementariedade; O campo teórico é importante; É importante colocar hipóteses em cima da mesa; Na abordagem sistémica a infância não nos interessa; O importante é desculpabilizar o sistema – bote expiatório, ninguém é culpado; Curiosidade/Humor; Circular a informação – sem perguntas diretas; A comunicação é muito importante; A metodologia é feita por perguntas. Família Resumo Família e Intervenção Socioeducativa (Prof Carla) Abordagem sistémica: Teoria Geral dos Sistemas | Cibernética 1º e 2º ordem | Pragmática da Comunicação| Modelo Ecológico Bronfenbrhener A família apresenta então diferentes tipologias/configurações: Nuclear: Composta por pais e filhos que vivem juntos. Monoparental: Um único progenitor cuida dos filhos. Divorciada: Família onde os pais estão separados, podendo haver partilha de responsabilidades parentais. Reconstituída: Formada por membros de relacionamentos anteriores, como padrastos, madrastas e enteados. Alargada: Inclui três ou mais gerações sob o mesmo teto, como avós, pais e netos. Fantasma: Caracterizada pela ausência de um ou mais membros, seja por morte, abandono ou distanciamento emocional. Acordeão: Membros que entram e saem do núcleo familiar, frequentemente devido a migrações ou trabalho sazonal. Análise Diacónica: Iminente/histórico; Quotidiano; Exemplo: Etapas do desenvolvimento; Diacónica Doenças/acidentes; A crise introduz uma Mitos/lealdade/legados. rutura e exige uma Uma técnica para esta análise é o Genograma. restruturalização Análise Sicrónica: Espaço relacional da família; Sicrónica Movimentos do individuo e socialização; Movimento de abertura e fechamento. A descoberta consiste em ver o que toda a gente viu e pensar o que ninguém pensou – numa entrevista pretendemos estimular o sistema familiar mas também o sistema individual – pensar além do limite. Como é que técnicas podem me dar soluções para o sistema e para mim. Para ativarmos este modelo devemos ter neutralidade (não devemos tomar lados), este aspeto é a criação de um estudo de curiosidade – as explicações lineares fazem com que não olhemos fora da caixa e isso impede a neutralidade. 1. A família percebe a neutralidade porque não julga, não toma lugares e porque alia-se a todos contudo nunca ao mesmo tempo; 2. A profissional faz questões; 3. A equipa ajuda o profissional; Entrevista Clássica Afirmações lineares, fenómenos causa-efeito, faz com que as pessoas se sintam culpadas, perguntas básicas. VS Entrevista Interventiva Dirigida à intervenção, questões circulares, estratégias, questões reflexivas. Resumo Família e Intervenção Socioeducativa (Prof Carla) Genograma Níveis de Conhecimento no Genograma Símbolos de Sexo Traçar um genograma implica trabalhar em Masculino Feminino três níveis: 1. Traçado da Estrutura Familiar: Símbolos de Paciente Representação gráfica da forma como Identificado PI Masculino PI Feminino os diferentes membros da família estão biológica e legalmente ligados. As figuras representam pessoas, e as Morte Muito unidos ou linhas indicam relações entre elas. relação fusional Inclui elementos multigeracionais, com Exemplos: Relação pobre ou identificação de quem vive no mesmo hostil lar. c. 1999 Baseia-se em convenções como as do Separados Casamento em 99 grupo de Monica McGoldrick – Task c. 99 s.00 d. 01 Force of the North American Primary Care Research. Casamento em 99, separação 2. Registo de Informações sobre a 00e divórcio 01 Muito ligados Família: mas conflituosos Demográficas: Idades, nascimentos, Unidos mortes, profissões, níveis de educação e situações de vida específicas. Aborto Aborto Relação distante Gravidez Nado-morto espontâneo provocado Funcionais: Dados médicos, emocionais e comportamentais, como alcoolismo ou absentismo escolar/profissional. Acontecimentos críticos: Eventos significativos, como migrações, mudanças relacionais, sucessos ou fracassos. 3. Demonstração das Relações Gêmeos Gêmeos Filha adotiva Filha Familiares: falsos verdadeiros biológica Descrição das interações entre Notas: membros da família, com base em Ordem: 1º filho ( mais velho à esquerda) observações e informações recolhidas. O genograma é uma ferramenta gráfica amplamente utilizada por técnicosInclui padrões para realizar de diacrónicas análises comunicação, das dinâmicas familiares. alianças, conflitos e triângulos. Permite apresentar e registar graficamente informações sobre a família, abrangendo pelo menos três gerações. Este método oferece uma leitura rápida das complexas relações familiares e facilita o estabelecimento de hipóteses sistémicas sobre os problemas apresentados pela família. Resumo Família e Intervenção Socioeducativa (Prof Carla) Construção do Genograma O processo de criação do genograma é sequencial, indo de informações mais restritas a contextos mais amplos: 1. Do problema atual ao contexto alargado: Quem vive em casa? Como as pessoas se relacionam entre si? Quem está ciente do problema? Já houve situações semelhantes no passado? 2. Da família nuclear à família alargada e sistemas sociais: Relações com avós, irmãos e outros familiares; envolvimento de agentes externos, como médicos e professores. 3. Da situação atual à história da família: Eventos recentes, mudanças familiares ou questões transgeracionais, como padrões recorrentes de comportamento. 4. Das questões simples às mais complexas: Abordar primeiro temas fáceis para depois explorar questões mais sensíveis ou geradoras de ansiedade. Interpretação do Genograma A análise do genograma permite compreender: Estrutura Familiar: Composição familiar, constelações fraternais (ordem de nascimento, sexo, diferença de idades) e configurações familiares não usuais. Adaptação ao Ciclo Vital: Identificação das etapas do ciclo vital familiar e as tarefas desenvolvimentais associadas. Padrões Transgeracionais: Repetição de comportamentos ou relações ao longo das gerações (ex.: alcoolismo, violência, incesto). Acontecimentos Críticos: Impacto de eventos importantes no funcionamento da família (ex.: depressões após perdas, transições mal resolvidas). Aspetos Complementares Constelações Fraternais: Diferenças de idade e género entre irmãos influenciam as dinâmicas de socialização. Irmãos mais velhos tendem a ser conservadores e responsáveis, enquanto os mais novos apresentam comportamentos mais criativos e menos convencionais. Filhos Únicos: São geralmente mais ansiosos, socialmente independentes e maduros para a idade. Reações a Eventos de Vida: Acontecimentos críticos ocorrem frequentemente em momentos de transição do ciclo vital, podendo gerar reações individuais e familiares específicas, como "reações de aniversário" associadas a perdas. Resumo Família e Intervenção Socioeducativa (Prof Rui) A família é uma excelente unidade de análise, pois torna visíveis diversas dimensões sociais que seriam difíceis de identificar ao se analisar indivíduos isoladamente. Trata-se de uma estrutura que evidencia questões como recursos económicos, socialização das crianças (incluindo estilos parentais) e fenómenos de violência. Esses elementos estão interligados com a organização familiar, estratégias adotadas e a posição social dos seus membros (capital económico, cultural, escolar, social e simbólico). Tipos de Abordagens Sociológicas Hoje, a sociologia propõe conciliar essas Abordagem Macrosociológica: abordagens para um olhar pluridimensional sobre a Foco nas transformações estruturais, como os família, considerando práticas e valores. Do ponto impactos da Revolução Industrial. de vista das práticas, observa-se a divisão desigual Inclui o papel da mulher, o estatuto da criança e das tarefas domésticas entre homens e mulheres. Já nos valores, encontramos diversidade associada mudanças nas relações familiares. às mudanças históricas e culturais.Nos dias de hoje, Abordagem Microsociológica: a sociologia diz nos que devemos conciliar a Analisa dinâmicas internas, relações entre membros abordagem Macro com a Micro, procurando olhar da família e distribuição de papéis. para as famílias a partir de diferentes quadros Surge com a privatização das famílias, que passaram a explicativos. Olhar para a família e analisar a partir de várias dimensões, considerando a sua se fechar ao meio público. pluridimensionalidade. Com a industrialização (séc. Pós industrialização, Anos 50/60 Antes da industrialização: 18/19): (séc.20): As famílias continuam a concentrar a Afirmação plena do critério afetivo na função económica, mas mais pela base do estabelecimento e manutenção gestão de recursos que obtêm do da relação conjugal: há uma diminuição assalariamento; das relações homogâmicas; Surge a ideologia que a mulher deve ser Dissociação entre sexualidade e função figura doméstica; Relação estreita entre a família e o meio reprodutiva pelo uso de métodos envolvente, casamentos são sobretudo contracetivos; As famílias assumem um papel de alianças entre famílias; socialização diferente das crianças, Defesa da mulher no mercado de garantindo o que é uma infância Unidas pela produção económica; trabalho; desejável. Trabalho infantil; Afirma-se valores mais relativistas, Associação estreita entre a Elevado número de filhos ilegítimos (fora igualitários e democratizantes: sexualidade, conjugalidade e do casamento). Valores pós-materialistas por oposição afetividade; aos valores materialistas (Inglehart) Estigmatização os filhos ilegítimos; Relações parentais mais democráticas; A sexualidade é para ser vivida na Direito dos pais puderem acabar a conjugalidade, associada à função de relação conjugal se quiserem. procriar. Escolhas homogâmicas: escolhas de pessoas dentro da mesma classe social ou muito próximas. Resumo Família e Intervenção Socioeducativa (Prof Rui) Antropologia Este conceito dá-nos conta de realidades diferentes da nossa. Quando pensamos em família pensamos num conjunto de indivíduos com laços de parentesco que residem no mesmo teto. No entanto quando olhamos para outras sociedades encontremos realidades completamente diferentes. Os antropólogos dizem-nos que a família nuclear com filhos é uma minoria. Para nós a família concentra três funções: económica, socialização das crianças e reprodutiva. Não podemos dizer qual família é mais natural ou correta, porque cada sociedade tem a sua conceção. Dois tipos de valores (Inglehart): As sociedades mais desenvolvidas num ponto de vista Materialistas: económico e social, tendem apresentar os valores pós Valores ligados à satisfação das necessidades materialistas. básicas, crescimento económico e recompensas As mudanças foram tantas que se discutiu muito acerca da materiais de trabalho (salário) crise da família, resultado da constatação da evolução de Pós materialistas: três indicadores: Valores ligados à qualidade de vida, participação Divorcialidade (aumentou) no processo de tomada de decisão: recompensas Nupcialidade (diminuiu) não materiais (realização/prazer). Natalidade (diminuiu) Apesar destas diferenças, a família continua a ter um papel Modelo tradicional – Valores central na vida das pessoas, pois estas continuam a querer materialistas dedicar sempre mais tempo à família. Papéis de género assimétricos– Deus, Pátria e Família Assimetria na relação conjugal (ganha- Análise tendo em conta o Modelo Tradicional da Família pão masculino); Exaltação da vida humilde, vida pobre em contacto com a Laço conjugal indissolúvel mesmo que Natureza. Casa com mesa modesta, mobília de fabrico vivido de forma insatisfatória; artesanal. Relação parental autoritária. Deus - presente no altar caseiro, mesa com pão e vinho Pátria - castelo de fundo, regime a recuperar a história de Modelo moderno – Valores pós- Portugal, miúdo vestido de mocidade portuguesa, bandeira materialistas Família - modelo tradicional, o modelo a seguir, concentra todas as virtudes, figura paternal com destaque, todos os Critério afetivo na base da relação elementos olham para o chefe de família. A mulher cozinha, conjugal e estabelecimento de um destaque para o papel doméstico, trata dos filhos. tempo; Simetria ao nível dos papéis, quanto A partir de 1974: Transformação acerca dos valores familiares: aos direitos e aos deveres; (como namoro, casamento, divórcio, coabitação, papéis de Relação parental mais democrática. género, parentalidade...) Resumo Família e Intervenção Socioeducativa (Prof Rui) Geração de Abril: (quase uniformidade representacional; Valores modernos, pós- materialistas. Acentuam convivência com outras famílias) Namoro como um período de descoberta relacional; Casamento é um projeto relacional aberto fundado nas escolhas afetivas; Divórcio é o resultado natural do projeto que não resultou; Coabitação forma de testar a conjugalidade ou uma forma de estar casado; Papéis de género são indiferenciados. Geração da Grande Guerra: Namoro antecede o casamento; Casamento é valorizado pela sua dimensão institucional, dever em relação ao casamento; Divórcio é mal-aceite tal como a coabitação; Relações verticais entre o casal e os filhos; Rege-se pelos valores tradicionais. Geração de transição: combina o moderno com o tradicional, por exemplo, o namoro de forma moderna, mas valoriza o casamento como instituição. Chegamos a estas três gerações a partir de dois efeitos sociais: Efeito de contexto (geracional): diz respeito à idade, os mais novos são os menos resistentes à mudança e os protagonistas da mudança, os mais idosos viveram outro contexto, socialização e a trajetória social é marcada pelo 25 de abril. Efeito classe social: a escolaridade é crucial, os mais escolarizados são protagonistas da mudança, são a geração de abril, resistem menos à transformação. Os menos escolarizados caracterizam a geração da grande guerra, posicionamento religioso, postura mais conservadora. A escolaridade traz um acréscimo de reflexividade, ao criar condições para um exame crítico daquilo que fazemos. Valores sobre a família na sociedade portuguesa O que difere os valores das práticas podem ser os obstáculos, podemos ter um valor, mas depois na Práticas Laços Familiares Coesão Interna prática não o alcançar por diversos fatores. Marcados pela maior autonomia (predomínio do EU, desenvolvem práticas de um modo autónomo, separado), ou maior fusão (predomínio do NÓS, nós família, nós casal) ou polivalência (combinação da autonomia com a fusão) Resumo Família e Intervenção Socioeducativa (Prof Rui) Coesão interna Práticas de coesão da família: atividades domésticas, atividades de lazer, conversas e diálogos familiares. Papeis de género do casal: tarefas domésticas entre casal, lazer individual (se desempenham individualmente ou se são coletivos), trabalho profissional (quem trabalha, só um, os dois...) Regra de coesão conjugal: práticas e valores, o que o casal gosta de colocar sobre seu controlo (dinheiro, amigos, gostos). Há casais em que o dinheiro é de ambos, e há outros que têm despesas comuns, mas cada um tem o seu dinheiro, não se mistura. Casais que têm os amigos em comum, e casais que os amigos de um não se misturam com os de outro. A partir da autonomia e da fusão, podemos ver que existem diversos modelos familiares (diferentes tipos de família). A autonomia não é toda igual, nem a fusão. Há diferenças no interior da autonomia e da fusão: 1. Autonomia: pode ser tradicional (quando existe um laço social que aponta para as diferenciações de género) ou pode ser moderna/associativa (grande valorização do individual, o espaço individual é muito salvaguardado) 2. Fusão: pode ser institucional- só expressiva (as tarefas domésticas continuam mais voltadas para a mulher, mas os momentos de lazer são feitos juntos) ou pode ser companheirista- expressiva e também instrumental (abrange o lazer e também as tarefas domésticas, não há diferenças) A autonomia e a fusão estão ligadas à posição social dos indivíduos (capital) e tempo social/contexto (ano de entrada na conjugalidade). A modernização das famílias dá origem à conjugalização (fusão) e à individualização (autonomia associativa). Tensão/ inconsistências do modelo moderno Pobreza: mais risco de pobreza: mulheres, casais com filhos (família monoparentais- adulta mulher), famílias alargadas (muitos filhos). Perante duas pessoas com condições iguais, entre um homem ou uma mulher, as mulheres têm mais tendência a ser pobres pela desigualdade social. Diferenças de género: Diferencial remuneratório; Atividades doméstica; Cuidado com os filhos. Com o tempo livre, os homens estão mais associados ao lazer, elas mais associadas ao cuidado com os filhos (ir ao médico, ir à escola...) Resumo Família e Intervenção Socioeducativa (Prof Rui) Violência Doméstica Perspetiva e dimensão de análise da sociologia da família Paradoxo entre a família ser um polo de origem, um “refúgio”, afetividade e a violência que nela pode haver; Incidência do fenómeno (número de violência que ocorre) VS visibilidade social (número que é conhecido); Tolerância com que o fenómeno é encarado. Tipos: Agressão física/psicológica; Negligencia material/afetiva. Existe uma correlação entre os tipos. Modalidades: Violência conjugal; Violência com idosos; Violência sobre as crianças Correlação entre as modalidades (ex. quando há violência conjugal os filhos acabam por sofrer também). Regularidades sociais: A violência há em todas as classes sociais. Embora haja diferenças, classes sociais mais altas têm formas diferentes de esconder. Lógicas de maior ou menor controlo social que existem: as estatísticas são sobre os casos que veem a público. Representações (modo como as pessoas veem a violência e a conjugalidade): A forma como vejo o que é uma relação conjugal, vai influenciar o modo como vejo o que é a violência. Conclusão A família contemporânea continua sendo um polo central da vida social, integrando valores tradicionais e modernos. Ela é ao mesmo tempo relacional (foco na qualidade das relações), individualista (valorização da autonomia) e pública/privada (sujeita à regulação estatal, mas resguardada de influências externas). Essa evolução é marcada por tensão entre mudanças culturais e práticas cotidianas, refletindo a complexidade do papel da família no mundo atual.

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