Resumo de Estratégia Empresarial PDF

Document Details

SereneTurtle529

Uploaded by SereneTurtle529

Universidade do Porto

2024

Mariana Perdigão

Tags

business strategy entrepreneurship strategic management

Summary

This document provides an introduction to business strategy for a 1st-year undergraduate marketing course. Topics cover strategy definitions, analysis, and various strategic frameworks.

Full Transcript

Mariana Perdigão - Marketing 1ºano 1º semestre 2024 ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 1. Introdução à Estratégia Estratégia (stratos + agein): - Conceito: forma como uma empresa procura atingir as s...

Mariana Perdigão - Marketing 1ºano 1º semestre 2024 ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 1. Introdução à Estratégia Estratégia (stratos + agein): - Conceito: forma como uma empresa procura atingir as suas finalidades e objetivos; como procura alinhar as competências da organização com as pressões e oportunidades do ambiente em que o seu negócio se insere; conjunto dos movimentos competitivos e desenvolvidos pela empresa para competir com sucesso, melhorar o desempenho e fazer crescer o negócio; direção e âmbito da organização no longo-prazo; como combina os seus recursos com os fatores do ambiente externo; como pretende responder aos objetivos dos seus stakeholders; como espera obter vantagens competitivas sustentáveis para garantir a sua sobrevivência - Definições: Alfred D. Chandler - “é a determinação dos objetivos de longo prazo de uma empresa e a adoção de planos de ação e alocação de recursos necessários para realizar esses objetivos”; Peter Drucker - “é a teoria que uma empresa desenvolve para alcançar vantagem competitiva no mercado”; Adriano Freire - “é o conjunto de decisões e ações que proporciona aos clientes mais valor que o oferecido pela concorrência, de uma forma sustentável” Porter: “a estratégia competitiva trata de ser diferente. Significa escolher deliberadamente um conjunto diferente de atividades para fornecer uma proposta única de valor” - estratégia competitiva é uma fórmula ampla que combina objetivos e políticas para a empresa competir; é a junção entre o que a empresa procura alcançar e como pretende atingir esses objetivos; a essência da formulação de uma estratégia é relacionar a empresa com o seu ambiente externo e interno considerando vários fatores; é fundamental para guiar as decisões e ações da empresa, de modo a obter uma vantagem competitiva sustentável Mintzberg: “um padrão num fluxo de decisões” - estratégias podem surgir de diferentes formas e fontes dentro de uma organização; nem sempre seguem uma abordagem puramente formal e planeada; podem ser influenciadas pelo passado, cultura, posição competitiva, crenças e até táticas para lidar com a concorrência; baseiam-se em problemas ou oportunidades - Metáforas: 1. plano - planeamento é essencial; 2. sorte - oportunidades são imprevistas, melhor sorte/preparação leva ao sucesso; 3. liderança e visão intuitiva de um líder carismático; 4. emergência - emerge das ações e decisões dos gestores, a intenção estratégica e o processo são fundamentais e os gestores reagem adaptativamente à mudança; 5. sobrevivência do mais forte - sucesso depende dos recursos e competências da empresa (visão baseada em recursos); 6. interação - capacidade de influenciar os atores diretos/indiretos para melhorar a sua posição na rede, processo interativo com os contrapartes de negócio e institucionais (foco no processo) - Questões essenciais: Qual é a nossa situação atual? Para onde queremos ir? Como é que chegamos lá? - “strategy is the long-term direction of an organization” Resolução de desafios empresariais: 1. Definição do problema/desafio - pode não ser o que a empresa enuncia 2. Análise do contexto - o que levou ao problema e onde está a empresa agora: interno (o que faz? e como?), externo (indústria, mercado e tendências) e SWOT 3. Alternativas estratégicas, critérios de avaliação e recomendação final 4. Recomendação detalhada e plano de implementação - não esquecer aspetos financeiros 5. Riscos e estratégias de mitigação 2. Análise da Posição Estratégica 2.1 Organização/Capacidade estratégica (O que podemos fazer) - Objetivos: distinguir os elementos principais da capacidade estratégica (recursos e competências) e compreender o seu valor para criação de vantagens competitivas sustentáveis e gestão da mudança - O que revela? os mesmos recursos combinados com competências de forma diferente podem produzir resultados muito diferentes - Capacidades estratégicas: adequação e a aptidão dos seus recursos e competências aos fatores críticos de sucesso; aptidão para criar e desenvolver esses recursos e competências de modo a assegurar a sua sobrevivência e prosperidade - Recursos: meios de que a empresa dispõe para desenvolver a sua atividade; tangíveis (ativos físicos) ou intangíveis (ativos não físicos) classificação dos recursos: físicos (ex: máquinas, equipamentos), financeiros (ex: capital, dinheiro), humanos (ex: combinação de pessoas, aptidões e conhecimentos) e capital intelectual (ex: patentes, sistemas de gestão, reputação da empresa) - Competências: atividades e processos através dos quais uma organização utiliza os seus recursos de forma eficaz (ex: competências de Marketing, capacidades de liderança de equipas multifuncionais); determinantes na eficiência e eficácia de utilização dos recursos Nota: as fontes de vantagens competitivas podem mudar, a empresa deve desenvolver competências dinâmicas 1 Mariana Perdigão - Marketing 1ºano 1º semestre 2024 Diagnóstico das capacidades estratégicas: 1. cadeia de valor (Michael Porter, 1985): para analisar as atividades internas de uma empresa e identificar as fontes de vantagem competitiva; conjunto de atividades que criam valor, acrescido de uma margem, que será o lucro da empresa; serve para - identificar e analisar os seus pontos fortes e fracos, determinar as atividades que precisam ser melhoradas para reduzir custos e/ou aumentar o valor percebido pelos clientes, apoiar na criação de estratégias empresariais e promover a melhoria da vantagens competitivas 2. rede de valor: como é que as empresas criam e entregam valor em conjunto com outras organizações e partes interessadas num determinado setor/ecossistema; serve para - compreender todo o processo, conjunto de ligações interorganizacionais necessário à criação do produto/ serviço, especialização de papeis, sustenta a excelência na criação de produtos com valor superior, descobrir onde o custo/valor é criado nas cadeias de fornecimento/distribuição, gerir as ligações para aumentar o valor para o cliente; questões importantes - onde são criados o custo e o valor? que atividades são vitais para a organização (reter o controlo direto sobre as competências nucleares e outsource as atividades menos importantes)? onde estão os centros de lucro (potenciais em diferentes partes da rede de valor e disponibilidade de competências para competir nestas áreas)? fazer ou comprar (outsourcing ou desenvolver competência para influenciar o desempenho de outras organizações)? quem são os melhores parceiros? 3. benchmarking: histórico (comparado com os anos anteriores), por indústria/sector (com outras organizações) ou “melhor da classe (procura da melhor prática); serve para - gerir expectativas acrescidas resultantes da melhoria de desempenho noutro sector, quebrar o quadro dos padrões de desempenho a atingir e descobrir oportunidades para ultrapassar os incumbentes noutros mercados (esticar competências nucleares) 4. VRIO - Resource-based View (Barney, 1991 e 2001): recursos e as suas combinações são heterogéneos, algumas dessas diferenças são duradouras porque pode ser difícil/caro desenvolver/adquirir esses recursos, algumas empresas têm um desempenho superior a outras quando competem em indústrias semelhantes; V (valor dos recursos e capacidades): são valiosas quando aproveitam oportunidades e neutralizam ameaças, fornecem valor aos clientes ou são fornecidas a um custo que permite que uma organização tenha um retorno aceitável; R (raridade): são raras quando são possuídas exclusivamente por uma organização/poucas organizações; a raridade pode ser temporária (ex: as patentes expiram); I (inimitabilidade): são aquelas que os concorrentes acham difíceis e dispendiosas de imitar/obter/substituir; a vantagem competitiva pode ser construída com base em recursos únicos ainda que nem sempre se trate de uma estratégia sustentável (ex: um colaborador-chave sai) ou nas competências (é mais difícil copiar se a fonte da vantagem é uma competência); fatores de inimitabilidade - condições históricas únicas (ex: vantagem do pioneiro), ambiguidade causal (difícil perceber o que explica o sucesso de uma empresa), complexidade social (ex: relacionamentos interpessoais, confiança), patentes (por si só não garantem vantagem competitiva); O (organização): a organização deve ser adequadamente organizada para suportar as capacidades valiosas raras e inimitáveis que possui, o que inclui processos e sistemas apropriados 5. SWOT (TOWS) 2.2 O Ambiente Externo (O que devemos fazer) - Ferramentas: análise da indústria (ex: concorrentes, produtos, quotas); 5 forças de Porter; análise de mercado (ex: caracterizar o cliente, segmentação); mapa de empatia; análise de tendências; análise PESTAL… - PESTAL: é preciso compreender os indutores -chave de mudança, os impactos diferentes nas indústrias e organizações; focalizar no impacto futuro; atender aos efeitos combinados de alguns dos fatores 2 Mariana Perdigão - Marketing 1ºano 1º semestre 2024 - Cenários: promove a reflexão estratégica e a procura de soluções criativas para enfrentar desafios futuros; passos - 1. identificação dos principais fatores que podem afetar o futuro, nomeadamente a empresa (fatores não têm o mesmo impacto ou probabilidade); 2. criação de diferentes cenários combinando diferentes combinações de fatores críticos (cenários otimistas, moderados e pessimistas); 3. avaliação de impacto de cada cenário (considerar os riscos e desafios); 4. desenvolver um plano de ação estratégico para responder a vários futuros possíveis (planos de contingência, planos de mitigação de riscos); 5. monitorização contínua - 5 Forças de Porter: 1. ameaças de novas entradas - dependem das barreiras à entrada (ex: economias de escala, efeito experiência, acesso a canais de distribuição); 2. ameaça de substitutos - eliminação da necessidade, importância do rácio preço/performance, efeitos de convergência de indústrias; 3. poder dos compradores - alto se houver concentração (poucos) compradores, custos de mudança relativamente baixos, fontes alternativas de fornecimento, integração a montante; 4. poder dos fornecedores - alto se houver concentração de fornecedores, custos de mudança relativamente altos, integração a jusante, marca forte do fornecedor; 5. rivalidade competitiva - alta se o mercado cresce lentamente, custos fixos na indústria são altos, barreiras à saída, mercados indiferenciados - Ciclo de vida do produto: limitações - difícil determinar a duração das fases/identificar fases, não linear, cada indústria é diferente Concorrência: 1. grupos estratégicos: conjunto de empresas de uma indústria que são muito semelhantes entre si e que reconhecem a sua forte dependência mútua; partilham características e competências essenciais que os distinguem de outros grupos dentro da mesma indústria; serve para - entender como as empresas competem numa indústria, posicionar as estratégias de negócios para obter uma vantagem competitiva, identificar padrões e tendências na concorrência, compreender a dinâmica competitiva, identificar oportunidades e desafios específicos, tomar decisões informadas sobre como uma organização pode se diferenciar 2. segmentos de mercado: grupo de consumidores/organizações com necessidades semelhantes entre si e diferentes das necessidades de outros grupos de consumidores/organizações 3. clientes estratégicos: pessoa(s) a quem se dirige principalmente a estratégia; captam diferenças entre clientes 4. fatores críticos de sucesso: características do produto/serviço que são particularmente valorizadas por um grupo de compradores e relativamente às quais a organização tem que se mostrar excelente para superar o desempenho da concorrência; permite identificar o que é que os clientes valorizam mais; 3 questões chave - que critérios usam os clientes quando escolhem entre concorrentes? que recursos/competências estratégicas deve a empresa ter para ter sucesso? como obter uma vantagem competitiva sustentável? - Síntese da análise ao Ambiente Externo: com a PESTEL identificam-se os indutores chave de mudança com o modelo das 5 forças identificam-se as fontes da competição no sector, a sua intensidade competitiva e atratividade com os grupos estratégicos identificam-se os concorrentes mais próximos e as suas bases de competição os Segmentos de Mercado ajudam a compreender as diferenças entre compradores os Fatores Críticos de Sucesso são aquelas características particularmente valorizadas pelos compradores/clientes a análise ambiental identifica Oportunidades e Ameaças 2.3 A Estratégia (O que queremos fazer) - Quem somos: tal como as pessoas, as empresas também têm uma identidade, um código genético que condiciona o que podem e querem fazer; a Missão, Visão e Valores são os elementos críticos da identidade da empresa e informam e condicionam a estratégia - Missão: razão porque existimos (Qual é o nosso negócio? Como fazemos a diferença? Porque o fazemos?); é necessário alinhá-la com os valores e expectativas dos stakeholders; descrita duma forma simples e orienta a estratégia, está presente no que a organização faz e como faz - Visão: o que queremos ser no futuro (O que queremos atingir?); deve ser entusiasmante, envolver as pessoas e desafiar o desempenho - Valores: aquilo em que acreditamos e como nos comportamos; princípios fundamentais e duradouros que guiam a estratégia da organização e definem a forma como deve esta deve operar 3 Mariana Perdigão - Marketing 1ºano 1º semestre 2024 3. Escolhas Estratégicas e Formulação da Estratégia Opções estratégicas: - 3 tipos: corporate (Qual é o nosso negócio? inclui as atividades acima do nível de unidade de negócio); competitivas (Como vamos competir nesse negócio?); métodos de desenvolvimento/funcionais (Como vamos desenvolver a estratégia?) 3.1 Estratégias corporate Matriz produto/mercado/Ansoff: 1. Penetração do mercado: estratégia ofensiva; vender mais dos mesmos produtos nos mesmos mercados; baseia-se em competências existentes e maior quota de mercado (leva a maior poder face a compradores ou fornecedores, maiores economias de escala/efeito experiência); restrições - retaliação dos concorrentes, restrições económicas ou de financiamento, constrangimentos legais (ex: leis da concorrência) vs Consolidar posição: estratégia defensiva; consolidação de mercado (focar-se nos mercados onde já está com a sua atual gama de produtos) e desinvestimento (retirada de atividades marginais para se focar em segmentos e produtos mais valiosos para os seus negócios actuais) 3. Desenvolver novos produtos/serviços: oferecer produtos/serviços novos ou modificados em mercados atuais; envolve diversos graus de diversificação relacionada (em termos de produtos); pode ser dispendiosa e arriscada e exigir novas competências estratégicas 4. Desenvolvimento de novos mercados: oferecer produtos atuais em mercados novos; envolve diferentes graus de diversificação relacionada; pode requerer algum desenvolvimento de produto, implicar atrair novos utilizadores e envolver novas zonas geográficas; deve considerar os fatores críticos de sucesso do novo mercado e pode exigir novas competências estratégicas (ex: marketing) 5. Diversificação: oferecer produtos novos em mercados novos; leva a organização para além dos seus mercados atuais como dos seus produtos atuais e aumenta o âmbito da organização; pode não ter qualquer relação com a atividade da empresa, quer em termos de produtos, mercados, competências - diversificação não relacionada indutores criadores de valor - explorar economias de gama (ganhos de eficiência através da aplicação dos recursos ou competências atuais da organização em novos mercados ou serviços); desafiar as competências de gestão a nível corporativo; explorar processos internos superiores desenvolvidos ou em desenvolvimento; poder de mercado vs indutores destruidores de valor - responder ao declínio do mercado; dispersão do risco; ambições dos gestores Nota: apesar da dispersão do risco e o declínio do mercado serem justificações comuns, a teoria financeira sugere que elas são erradas, principalmente quando o grau de relacionamento é muito fraco Diversificação relacionada: - Integração horizontal: expansão da empresa para atividades competitivas ou complementares para explorar economias de escala (maior eficiência, redução de custos médios de produção), explorar economias de âmbito (recursos partilhados, conhecimento) e expansão do portfólio de produtos ou entrada em mercados relacionados, ganhar poder de mercado e diferenciação vs integração vertical: expansão da empresa para atividades dos seus fornecedores (montante) ou dos seus clientes (jusante) para eliminar riscos de oportunismo, reduzir custos e diferenciação - Riscos: subestimação das novas competências necessárias; sobreestimação das sinergias; tempo, custo e capacidade de gestão dos gestores de topo; dificuldades das unidades de negócios em partilhar recursos/adaptar políticas - Considerar: custos (considerar riscos de oportunismo); flexibilidade; capacidade estratégica (recursos/competências) e desempenho Papel da empresa-matriz: - Atividades: que destroem valor - aumentar custos operacionais, aumentar a complexidade burocrática, recursos e serviços centrais, indicadores financeiros pouco transparentes; que acrescentam valor - planeamento, formação e facilitação de processos, recursos e serviços centrais, intervenção ao nível operacional ou estratégico - Fontes potenciais de sinergias: 1. desenho comum de componentes - compras em maior escala e redução dos custos unitários; 2. processos e equipamentos comuns - compras combinadas de equipamentos e suporte técnico comum; 3. instalações e capacidade - economias de escala, melhoria da taxa de utilização permite reduzir os overheads (custos de estrutura); 4. compras - aumento do poder negocial; 5. sistemas de informação - custos de estrutura mais baixos e partilha do risco de investimentos; 6. programas de formação - redução dos custos de formação por colaborador 4 Mariana Perdigão - Marketing 1ºano 1º semestre 2024 Gestão da carteira: - Lógicas corporativas: 1. gestora de carteira de negócios (portfólio) - funciona como um investidor ativo no mercado de ações, de um modo que os acionistas da organização não são capazes de fazer porque estão muito dispersos ou são muito inexperientes; 2. gestora de sinergias - procura acrescentar valor às unidades de negócios, identificando e gerindo as sinergias entre elas; 3. desenvolvedora parental procura empregar suas próprias capacidades nucleares para acrescentar valor aos seus negócios - 3 modelos: 1. Matriz crescimento/quota (BCG) 2. Matriz direcional de política (GE-Mckinsey) a considerar na BCG: características da indústria em que estamos/queremos estar (ciclo de vida, concentração, taxa de crescimento); que competências distintivas temos para explorar os mercados; que sucesso temos (quota de mercado) limitações da BCG: imprecisão de definições/ambiguidade; pressupostos implícitos do mercado de capitais e ligação entre quota de mercado e cash-flow; problemas de motivação; profecias auto realizáveis; ignora possíveis ligações entre SBUs 3. Matriz Parental de Ashridge (Ashridge Portfolio Display) - Eixo vertical: adequação entre as competências e recursos da matriz e os FCSs da SBU (feel da matriz para o negócio da SBU (conhecer o negócio), conhecimento dos seus FCSs) - se a sensibilidade for baixa, há o risco de a matriz orientar mal a SBU - Eixo horizontal: adequação entre as oportunidades de melhoria para a SBU e os recursos da matriz (benefício para a participada) Nota: o encaixe entre a empresa-mãe e os seus negócios é uma espada de dois gumes: um bom encaixe pode criar valor mas um mau encaixe pode destruí-lo a) negócios balastro - a matriz entende-as bem mas é capaz de ajudar pouco porque estas têm todos os recursos/competências que precisam; SBUs poderiam ter o mesmo sucesso como empresas independentes e poupadas à burocracia parental b) promissores - a matriz entende-os bem e pode agregar valor; núcleo da estratégia futura c) armadilhas de valor - há espaço para adicionar valor mas a falta de “feeling” da matriz pode resultar em mais danos do que benefícios; a matriz precisa de novas aptidões ou recursos para mover os negócios ‘armadilha’ para o grupo das ‘promissoras’; é mais fácil vendê-los a outra matriz corporativa capaz de lhe acrescentar valor em troca de um valor superior ao que ela vale para nós d) estranhos - não se ajustam ao conjunto; pouca oportunidade de adicionar valor; matriz não as entende; a melhor estratégia é a saída 3.2 Estratégias competitivas Estratégias competitivas: - Critérios de identificação das SBUs: externos - mesmo tipo de clientes, canais e concorrentes similares vs internos - produtos e serviços similares, tecnologias, recursos e competências similares - Conceito: modo como uma unidade estratégica de negócio consegue ter vantagem competitiva na sua área de atividade - Vantagem competitiva: criar valor para os seus clientes superior ao custo de os servir/ao valor criado pelos seus concorrentes Estratégias genéricas de Porter: 1. Liderança pelos custos: (ex: IKEA, Ryanair) significa tornar-se a organização com custos unitários mais baixos na sua área de atividade; 4 indutores de custos podem contribuir para a concretização da liderança nos custos: custos de fatores de produção mais baixos, economias de escala, ganhos de experiência, melhoria substancial nos processos e no design de produtos 2. Diferenciação: envolve ‘singularidade’ relativamente a algumas características do produto/serviço/experiência; estas características são suficientemente valorizadas pelos clientes para que estes paguem um preço mais elevado (premium); importante saber quem é o cliente estratégico? Quem são os concorrentes-chave de quem a empresa se pretende diferenciar? 5 Mariana Perdigão - Marketing 1ºano 1º semestre 2024 características: diferença oferecida tem que ser reconhecida pelo cliente, o elemento diferenciador tem que ser diferente do oferecido pela concorrência, os produtos/serviços/experiências devem ser dificilmente imitáveis, o preço mais elevado tem que ser justificado, qualquer mudança implementada tem que ser rentável pilares: inovação (ex: IPhone focou-se no design), qualidade (ex: pilhas Duracell são as mais duradouras), benefícios (valor acrescentado, ex: Coca-cola Zero é mais saudável), design (ex: Apple), embalagem (ex: Toblerone), comunicação (ex: Red Bull patrocina eventos radicais consistentes com a imagem da marca; Ferrero Rocher com o Bravo, Ambrósio!) 3. Estratégias de foco: compreende um segmento estreito de uma área de atividade; desenha os seus produtos/serviços de acordo com as necessidades desse segmento específico, excluindo expressamente todos os outros; 3a. Liderança pelos custos (ex: Ryanair) e 3b. Diferenciação focalizada: (ex: Rolex) Relógio de Bowman e d’Aveni: 1. Versão básica: preço e benefícios percebidos baixo; focalização em segmentos de mercado sensíveis ao preço; poder elevado do comprador/preços de mudança baixos; poucos fornecedores com quotas de mercado semelhantes; evitar os concorrentes principais 2. Preço baixo: preço mais baixo do que os concorrentes; manter benefícios similares do produto; riscos - redução de margens (reação dos concorrentes) e incapacidade para reinvestir pode levar à redução dos benefícios percebido; necessita de uma base de custo baixo - custo baixo não é por si uma base de vantagem, custo baixo obtido de forma que os concorrentes não possam igualar 3. Híbrida: conseguir simultaneamente a diferenciação a preço mais baixo do que os concorrentes; conseguir volumes maiores; clareza sobre as actividades sobre as quais se pode construir a diferenciação (competências nucleares); reduzir custos em outras actividades; estratégia de entrada em mercados com concorrentes estabelecidos 4. Diferenciação: oferecer benefícios diferentes dos concorrentes e valorizados pelos compradores; melhores produtos/serviços a preço igual ou mais alto; sucesso depende de identificar os clientes estratégicos e conhecer o que eles valorizam e conhecer os concorrentes 5. Diferenciação focalizada: benefícios percebidos elevados para o segmento de mercado selecionado (nicho); produtos premium com marcas fortes; optar entre a diferenciação focalizada e a diferenciação genérica se for preciso crescer; novos negócios começam focalizados, mas precisam de crescer; o mercado pode mudar, reduzindo as diferenças entre segmento 6. 7. 8. Estratégias de falhanço: não fornecer relação valor-preço percebida como interessante pelos clientes; aumentar o preço sem aumentar os benefícios; reduzir os benefícios e manter o preço; o falhanço pode acontecer sem que a empresa altere a sua estratégia basta que os concorrentes mudem as suas ofertas e as referências do mercado Inovação e eficiência: - Empresas ambidestras: usam os recursos de forma a entregar produtos/serviços aos seus clientes atuais de forma eficiente ao mesmo tempo que inovam para responder às necessidades futuras dos seus clientes atuais ou de novos clientes - é bidirecional: margens adicionais obtidas através de eficiência levam a investimento em inovação (imagens obtidas através da diferenciação) que gera mais margens… - Identificar uma empresa ambidestra: Vemo-nos como líderes em eficiência? Vemo-nos como líderes em inovação? E como nos vêm os nossos principais stakeholders? - Precisamos de ser uma empresa ambidestra? Como nos comparamos com os concorrentes em eficiência? com os concorrentes em inovação? Como vêm os nossos principais stakeholders e os concorrentes? Como é a indústria (intensidade competitiva, ciclos de vida…)? - Como nos tornarmos uma empresa ambidestra? ex: internamente - fornecer recursos e conhecimento adequado; promover interação inter-funcional; criar fóruns de interação, partilha de ideias; incentivar atitude inovadora (ex: caixas de sugestões); criar estruturas adequadas (pode ser necessário autonomizar projetos inovadores para evitar asfixia pela tradição); criar sistemas de recompensas que permeiam o desempenho global e a partilha - Indicadores de sucesso: lucro; satisfação dos clientes; introdução de novos produtos Estratégias Red e Blue Ocean: - Lógica Red Ocean: “oferecer melhores soluções do que os concorrentes para problemas identificados na indústria/mercado” vs Lógica Blue Ocean: “redefinir o problema da indústria e reconstruir elementos de valor para o cliente trans-indústrias” 1. Red Ocean: caracterizada por tentar superar a concorrência; competir num mercado já existente e saturado, onde a concorrência é intensa; competência feroz; empresas competem por uma fatia do bolo (mercado) existente; envolve guerras de preços, imitação e diferenciação limitada; superar os concorrentes existentes, podendo provocar margens de mais reduzidas 2. Blue Ocean: como criar um novo mercado? - reorientar o foco estratégico dos concorrentes para as alternativas e dos clientes para os não clientes; caracteriza-se pelo uso de criatividade, inovação e foco na diferenciação; criar um novo espaço de mercado, onde a concorrência é (praticamente) inexistente, o que permite explorar oportunidades únicas e/ou não exploradas; criar valor para os clientes de formas inovadoras e diferentes das empresas concorrentes; identificar novas necessidades dos clientes ou encontrar formas únicas de satisfazer as necessidades existentes, resultando em uma posição competitiva única - “oferecer produtos ou serviços únicos que respondem a necessidades não satisfeitas e onde a concorrência é mínima ou inexistente” (ex: Tesla, Nintendo, Nespresso, AirBnB, Cirque du soleil) 6 Mariana Perdigão - Marketing 1ºano 1º semestre 2024 - Tela estratégica: comparar o negócio com o dos concorrentes, desenhando a tela estratégica como ela ‘é’ no presente; analisar onde a estratégia da empresa precisa de mudar; descobrir as barreiras de adoção para não-clientes; observar as vantagens distintivas de produtos e serviços alternativos; analisar que fatores podem ser eliminados, criados ou alterados; apoiar apenas os projetos e ações operacionais que permitam fechar os gaps; implementar a nova estratégia - Coopetição: paradigma competitivo: interesses divergentes, comportamento orientado pelo interesse-próprio, jogo de soma nula vs paradigma colaborativo: interesses convergentes, comportamento colaborativo, combinação de recursos e competências complementares, jogo de soma positiva configurações da coopetição: diádica - duas empresas da indústria (ex: Toyota e Citroen) ; ao nível da rede de negócio - todas as empresas da indústria graus: relações dominadas pela cooperação; relações de equilíbrio (distribuição equilibrada de cooperação e de competição); relações dominadas pela competição vantagens: aceder a recursos heterogéneos e complementares; aumentar flexibilidade; economias de escala; exploração de sinergias (partilha de custos); melhoria da proposta de valor; aumentar o poder coletivo (negociação, influência, padrões) porque falha a cooperação? retorno menor do que o esperado; falta de apoio da gestão de topo (incentivo de atitudes colaborativas); indefinição da missão e âmbito da coopetição e papeis das empresa; grandes diferenças de dimensão; diferenças substanciais na cultura das organizações; quebras de confidencialidade e/ou de confiança; tendência para aumento da competição; dificuldade em separar as áreas de colaboração e de competição 3.3 Métodos de desenvolvimento 3 métodos: 1. Crescimento orgânico: construir sobre ou desenvolver as competências da organização - desenvolver serviços/produtos específicos, envolvimento direto para conhecer e criar competências nucleares, distribuir o investimento ao longo do tempo 2. Fusões: combinação de duas entidades separadas, normalmente de forma relativamente equitativa e Aquisições: controlar a propriedade de outra organização 3. Alianças estratégicas: controlar a propriedade de outra organização Fusões e Aquisições: - Motivos: estratégicos - extensão do âmbito (geografia, produtos ou mercados), consolidação (aumentar escala, eficiência e poder de mercado), competências (aceder a conhecimento ou outros recursos e competências); financeiros - eficiência financeira (uma empresa com um balanço ‘saudável’ pode adquirir/fundir-se com uma com um balanço fraco/endividamento elevado), eficiência fiscal (redução da carga fiscal combinada), liquidação de ativos/separação (vender partes da empresa adquirida para maximizar o valor dos ativos); dos gestores - ambição pessoal (incentivos financeiros ligados ao crescimento de curto prazo ou a preços alvo das ações, melhorar a reputação pessoal, dar uma maior responsabilidade ou melhores empregos a amigos e colegas), efeitos ‘moda’ (dirigentes rotulados como conservadores se não seguirem a ‘onda’ de F&A, pressão dos acionistas para fundir ou adquirir e antecipação/evitar que a empresa se torne ela mesma um alvo de aquisição) - Critérios: encaixe estratégico - empresa a comprar/empresas a fundir complementam-se/fortalecem-se estrategicamente? (é fácil sobre estimar sinergias); encaixe organizacional - ajuste entre as práticas de gestão, cultura organizacional e características dos colaboradores - Métodos das alianças estratégicas: com partilha de capital - criação de uma entidade independente gerida pelos parceiro; encaixe organizacional - menor compromisso e institucionalização (ex: joint-ventures, consórcios, franchising, licenciamento, outsourcing) - Vantagens das alianças estratégicas: massa critica (redução de custos e melhoria da oferta); co especialização (cada parceiro concentra-se em utilizar as suas competências, ex: entrada em mercados); aprendizagem (ajuda a desenvolver competências futuras) - 4 critérios de escolha: 1. urgência - desenvolvimento interno pode ser demasiado lento, as alianças podem acelerar o processo, as aquisições são a opção mais rápida; 2. incerteza - nas alianças os riscos e os custos de um eventual falhanço são partilhados; 3. tipo de competências - as aquisições funcionam melhor com recursos ‘hard’ (ex: fábricas) do que com recursos ‘soft’ (ex: pessoas), choque cultural pode ser relevante; 4. modularidade das competências/recursos - se puderem ser separadas do resto da organização, uma aliança pode ser a melhor opção 7 Mariana Perdigão - Marketing 1ºano 1º semestre 2024 3.4 Inovação e Empreendedorismo Inovação: - Conceito: capacidade de converter as ideias em algo aplicável, dando-lhes sentido e valor dentro de um contexto; aplicação de novo conhecimento em novos produtos, processos ou serviços para uso efetivo; pode também ter como foco modelos de negócio (conjuntos de processos) - Inovação do produto: produto final/serviço a ser vendido, em especial no que diz respeito às suas características vs do processo: maneira pela qual um produto é produzido e distribuído, especialmente no que diz respeito a melhorias em termos de custo/fiabilidade - Outras formas de inovação: abertura de novos mercados; nova fontes de fornecimento de matéria-prima; inovação organizacional - Tipos de inovação: 1. disruptiva - cria um crescimento substancial, oferecendo uma nova trajetória de desempenho que, mesmo que, inicialmente, inferior ao desempenho das tecnologias existentes, tem o potencial para se tornar marcadamente superior. Base para desenvolvimento de inovações futuras (ex: Uber, AirBnB); 2. tecnológica - desenvolvem inovação em produtos e/ou mercados (ex: computadores, email); 3. contínua/incremental - novos conceitos para o consumidor (ex: alteração da embalagem, integração na carteira de produtos já vendidos pela concorrência) (ex: Super Bock, Famel); 4. social - Desafios atuais: ciclos de vida dos produtos cada vez mais curtos requerem oferecer produtos inovadores com menor time to market para se antecipar à concorrência e limitar os custos da inovação de forma a oferecer produtos a preços atrativos para o mercado e rentáveis para a empresa; a inovação é um processo cada vez mais complexo e dispendioso requerendo competências especializadas e complementares; elevados investimentos para desenvolver essas competências são inexequíveis para muitas empresas Difusão da inovação: - Conceito: processo através do qual as inovações se espalham entre os utilizadores, pode variar em velocidade e extensão - Determinantes da difusão do lado da oferta: do lado da procura: Inovação fechada vs aberta: - Inovação fechada: abordagem tradicional baseada nos recursos internos da organização; vantagens - controlo elevado sobre os processos e resultados de inovação, protegem as vantagens competitivas das empresas; desvantagens - limitação da capacidade de reconhecer oportunidades de inovação, organizações tendem a interpretar o que as rodeia de acordo com os pressupostos, crenças e paradigmas que se vão consolidando ao longo da sua história, ou noutras palavras, a pensar ‘dentro da caixa’, quanto maior for o sucesso da empresa, maior pode ser a sua dificuldade em pensar ‘fora da caixa’ - Inovação aberta: envolve a importação e exportação deliberada de conhecimento da organização de forma a acelerar e melhorar a sua inovação e a rentabilizar a investigação interna, os modelos de inovação aberta podem ser muito diversos em termos de configuração, número e natureza de atores, complexidade e grau de colaboração (ex: crowdsourcing, redes de inovação lideradas por empresas - P&G, Galp, lead users); vantagens - acesso a recursos diversificados e complementares, redução do time to market, partilha de riscos e de custos, novas fontes de receitas (ex: licenciamento, patentes) que podem ser reinvestidas nas áreas nucleares da empresa; desvantagens/dificuldades - síndrome do ‘não inventado aqui’, risco de partilha de informação confidencial valiosa (proteção da propriedade intelectual), falta de competências de integração que permitam combinar efetivamente conhecimento interno e externo, redução/substituição das capacidades internas de inovação, dificuldade de apropriação dos benefícios da inovação, diminuição do controlo dos processos e dos prazos de execução - Como escolher? rivalidade concorrencial – se for intensa, a inovação fechada é preferível; inovação pontual ou contínua – inovação aberta é preferível quando a inovação é contínua (promovendo reciprocidade); inovação complexa – inovação fechada é preferível para evitar elementos inconsistentes no desenvolvimento 8 Mariana Perdigão - Marketing 1ºano 1º semestre 2024 3.5 Estratégias de internacionalização Internacionalização: - Conceito: “para um mercado crescente de empresas, o seu mercado-alvo não se deve limitar a um único país pelo que, o desenvolvimento internacional torna-se um imperativo de sobrevivência” - market development e diversification: em contextos geográficos diferentes há novas necessidades (clientes) e novos desafios (PESTAL); compreende a adaptação às características específicas de cada mercado, motivo pelo qual deve ter em consideração vários fatores (ex: diferenças culturais, económicas, sociais) - Motivações: expandir produtos atuais para novos mercados; expandir novos produtos para novos mercados; diversificar os risco; aproveitar oportunidades e sinergias; impulsionar o crescimento sustentável; aprender e inovar, obter eficiências e economias de escala; fortalecer a marca internacionalmente - Start ups: novas startups baseadas na internet e tecnologia, também já nascem e crescem com uma abordagem global impulsionadas pelo acesso a tecnologia, aprendizagem global, investimento/investidores, mercados (global) e recursos humanos (remoto) - Razões para a internacionalização: 1. oportunidades estratégicas - imagem do país de origem da empresa, facilidade de acesso (geográfica ou cultural), oportunidades de aquisição, emergência de novos mercados, incentivos governamentais; 2. mercados, clientes, concorrentes, custos e natureza do negócio - mercados externos menos exigentes, acompanhar dos clientes, enfraquecer a concorrência, potenciar o excesso de capacidade, redução de vendas no mercado doméstico, diversificação do risco; 3. vontade de crescimento: visão e ambição, amplificar a marca - Fatores críticos no processo de internacionalização: fatores políticos/legais/regulamentos/normas/riscos cambiais; poder de decisão dos clientes; velocidade de difusão das tecnologias; custos/necessidades de investimento; níveis de eficiência e inovação nos mercados destino; necessidade de decisões estratégicas (ex: padronização ou adaptação) - Obstáculos: diferenças culturais e político-legais (negociação, proteção); hábitos e padrões do mercado destino; características sociais e econômicas do mercado destino; falta de conhecimento sobre o mercado destino; investimentos elevados (ex: disponibilidade, acesso); falta de intermediários/parceiros estratégicos; riscos e custos de internacionalização elevados; capacidade produtiva ocupada na totalidade no mercado doméstico; limitação de recursos; desconhecimento dos procedimentos ligados ao comércio internacional - Vantagens competitivas: derivam da capacidade de concorrer, com sucesso sustentado, com empresas estrangeiras no território dessas, em países terceiros, ou no seu próprio mercado doméstico (ex: tipo de produtos/serviços, recursos, parceiros/ecossistema) Processo de decisão de Internacionalização: - Identificação de oportunidades: 1. expansão para mercados com necessidades ainda por satisfazer - identificar países/mercados onde a oferta tem pouca concorrência ou procura não satisfeita; 2. adaptação - adaptar os produtos/serviços, de forma a responder às necessidades específicas do mercado destino; 3. parcerias - identificar oportunidades de colaboração com empresas locais para alavancar a experiência e conhecimento do mercado; 4. segmentação - segmentar eficientemente os mercados, com base em características exclusivas; 5. diferenciação - destacar-se da concorrência através da criação de uma imagem de marca única e relevante para os públicos alvo da proposta de valor; 6. tendências - identificar tendências globais que oferecem insights valiosos sobre as mudanças nas preferências/comportamento do consumidor - Processo de decisão: é necessário considerar os drivers e as vantagens para prosseguir com uma internacionalização; selecionar o mercado (que países escolher para alavancar uma internacionalização?) e finalmente escolher o modo de entrada - 4 drivers da internacionalização (Yip): 1. market drivers - necessidades similares dos clientes, clientes globais; 2. cost drivers - economias de escala, diferenças específicas de cada país, logística de cada país; 3. competitive drivers - interdependência entre os países, estratégias globais dos concorrentes; 4. government drivers - políticas de comércio, políticas locais - Vantagens geográficas: um entrante num novo mercado parte em desvantagem face aos operadores locais (considerando que, geralmente, a aspirante não conhece em profundidade o mercado destino); a falta de vantagens geográficas competitivas e a falta de capacidades e recursos que se traduzam em vantagens competitivas pode levar ao falhanço da estratégia internacional (ex: Tesco) - Critérios de segmentação e targeting: tamanho do mercado; crescimento do mercado; fatores econômicos e sociais; regulamentos, leis, normas; disponibilidade de recursos humanos especialistas; concorrência (Porter’s Diamond); oportunidades; comportamento do consumidor e preferências de compra; product and service standards; segmentos de clientes dentro de cada mercado-alvo 9 Mariana Perdigão - Marketing 1ºano 1º semestre 2024 Modos de entrada: Estratégias de internacionalização: Nota: subsidiárias de uma empresa internacional podem ser administradas por métodos de portfólio tal numa empresa diversificada 4. Análise das estratégias Modelo SAFe: - Suitability (adequabilidade): estratégia proposta responde às oportunidades e ameaças chave que a organização enfrenta? preocupa-se com a racionalidade global da estratégia; aproveita as oportunidades do contexto e evita as ameaças; capitaliza as forças da organização e evita ou mitiga as suas fraquezas - Acceptability (aceitabilidade): estratégia proposta vai ao encontro dos Stakeholders? (ex: risco aceitável, retorno aceitável) - Feasibility (exequibilidade): estratégia resultará na prática? (ex: conseguimos financiar? temos competências para a realizar?) Técnicas de avaliação: S: seleção por - ranking, através dos cenários, vantagens competitivas (VRIO), árvores de decisão e análise do ciclo de vida - estratégias e adequabilidade das mesmas: A: risco (extensão em que os resultados estratégicos são imprevisíveis, especialmente resultados negativos); retorno (medidas da efetividade financeira da estratégia, avaliado pela análise financeira, custo-benefício, opções reais) e reações dos stakeholders avaliação do risco: financeiro - refere-se à possibilidade da organização não ser capaz de satisfazer as suas responsabilidades financeiras principais necessárias para garantir a sua sobrevivência, 2 critérios: alavancagem (dívida que a empresa tem em relação ao seu capital próprio) e liquidez (ativos líquidos que se encontra disponível para liquidar as responsabilidades imediatas); análise de break-even - mostra o nível de receitas necessárias para que o negócio recupere os seus custos e se equilibre, pode ser utilizado para avaliar os riscos associados a diferentes estruturas de preço e custo das estratégias F: aspetos críticos - organização do trabalho (necessitará de ser mudada?), recompensa (são os incentivos apropriados?), relações (as pessoas interagirão diferentemente?), formação e desenvolvimento (são os sistemas apropriados?), recrutamento e promoção (são os níveis e competências do staff apropriados?) Notas finais: o desempenho pode ser avaliado tanto em termos do desempenho económico e da efetividade global da organização a análise de gaps indica a extensão em que o desempenho alcançado ou projetado diverge do desempenho projetado e da escala das iniciativas estratégicas necessárias para atenuar as falhas 10

Use Quizgecko on...
Browser
Browser