Princípios de Anatomia e Fisiologia - Articulações (PDF)

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Summary

Este documento discute as articulações do sistema esquelético, sua classificação estrutural e funcional, e diferentes tipos de articulações, incluindo fibrosas, cartilagíneas e sinoviais. Detalhes sobre a estrutura e funcionalidade de cada tipo são fornecidas, como suturas, sindesmoses, membranas interósseas, sincondroses e sínfises. O texto abrange também aspectos clínicos como o implante autólogo de condrócitos, mostrando a relevância da homeostase para a saúde.

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Articulações e homeostasia As articulações do sistema esquelético contribuem para a homeostasia, mantendo os ossos unidos de maneira a possibilitar os movimentos e a exibilidade. Os ossos são muito rígidos para que possam se curvar sem que sofram danos. Felizmente, os tecidos conjuntivos flexív...

Articulações e homeostasia As articulações do sistema esquelético contribuem para a homeostasia, mantendo os ossos unidos de maneira a possibilitar os movimentos e a exibilidade. Os ossos são muito rígidos para que possam se curvar sem que sofram danos. Felizmente, os tecidos conjuntivos flexíveis que formam as articulações mantêm os ossos juntos ao mesmo tempo que permitem, na maioria dos casos, algum grau de movimento. Articulação é o ponto de contato entre dois ossos, entre osso e cartilagem ou entre osso e dente. Quando dizemos que um osso se articula com outro osso, queremos dizer que esses ossos formam uma articulação. É possível perceber a importância das articulações quando imobilizamos a articulação do joelho com aparelho gessado, tornando difícil a caminhada, ou quando uma tala é aplicada a algum dedo da mão, limitando a capacidade de manipular objetos pequenos. O estudo científico das articulações é chamado de artrologia. O estudo do movimento do corpo humano é chamado de cinesiologia. 9.1 Classi ⇛cação das articulações OBJETIVO Descrever as classificações estruturais e funcionais das articulações. As articulações são classificadas estruturalmente, com base nas características anatômicas, e funcionalmente de acordo com o tipo de movimento que possibilitam. A classificação estrutural das articulações é baseada em dois critérios: (1) existência ou não de espaço entre os ossos integrantes da articulação, chamado de cavidade articular, e (2) tipo de tecido conjuntivo que une os ossos. Do ponto de vista estrutural, as articulações são classificadas como: Articulações fibrosas: não há cavidade articular e os ossos são mantidos unidos por tecido conjuntivo denso não modelado e rico em fibras de colágeno Articulações cartilagíneas: não há cavidade articular e os ossos são mantidos juntos por cartilagem Articulações sinoviais: os ossos que formam a articulação apresentam cavidade articular e são unidos pelo tecido conjuntivo denso não modelado de uma cápsula articular e, muitas vezes, por ligamentos acessórios. A classificação funcional das articulações tem relação com o grau de movimento que permitem. Funcionalmente, as articulações são classificadas como: Sinartrose: uma articulação imóvel Anfiartrose: uma articulação discretamente móvel Diartrose: uma articulação livremente móvel. Todas as diartroses são articulações sinoviais. Elas apresentam várias formas e possibilitam diversos tipos diferentes de movimentos. As seções seguintes apresentam as articulações do corpo de acordo com suas classificações estruturais. Conforme formos examinando a estrutura de cada tipo de articulação, vamos, também, resumindo suas funções. TESTE RÁPIDO 1. Com base em que as articulações são classificadas? 9.2 Articulações ⇛brosas OBJETIVO Descrever a estrutura e as funções dos três tipos de articulações fibrosas. Conforme observado anteriormente, as articulações fibrosas não apresentam cavidade articular e os ossos da articulação são mantidos bem próximos por tecido conjuntivo denso não modelado. Nas articulações fibrosas ocorre pouco ou nenhum movimento. Os três tipos de articulações fibrosas são suturas, sindesmoses e membranas interósseas. Suturas A sutura é uma articulação fibrosa composta de uma fina camada de tecido conjuntivo denso não modelado; as suturas ocorrem entre os ossos do crânio. Um exemplo de sutura é a sutura coronal entre os ossos parietal e frontal. As margens irregulares e interligadas das suturas conferem resistência adicional e diminuem as chances de fratura. As suturas são articulações que se formam conforme os ossos do crânio entram em contato um com o outro durante o desenvolvimento. São imóveis ou discretamente móveis. Nos indivíduos mais velhos, as suturas são imóveis (sinartroses), porém nos recém­ nascidos/lactentes e nas crianças são discretamente móveis (anfiartroses) (Figura 9.1B). As suturas têm participação importante na absorção de impactos no crânio. Figura 9.1 Articulações fibrosas. Em uma articulação fibrosa, os ossos são mantidos unidos por tecido conjuntivo denso não modelado. Funcionalmente, por que as suturas são classificadas como sinartroses e as sindesmoses como anfiartroses? Algumas suturas, embora existentes durante o crescimento do crânio, são substituídas por osso no adulto. Essas suturas são chamadas de sinostoses, ou articulações ósseas – porque dois ossos separados se fundem completamente. Por exemplo, o frontal cresce em metades unidas por uma linha de sutura. Em geral, até os 6 anos de idade as duas metades estão fundidas por completo e a sutura tende a desaparecer. Se a sutura persiste além dos 6 anos de idade, passa a ser chamada de sutura frontal ou metópica. Uma sinostose é classificada como sinartrose porque é imóvel. Sindesmoses A sindesmose é uma articulação fibrosa na qual existe uma distância maior entre as faces articulares e mais tecido conjuntivo denso não modelado do que em uma sutura. O tecido conjuntivo denso não modelado é tipicamente arranjado como um feixe (ligamento), possibilitando que a articulação tenha movimento limitado. Um exemplo de sindesmose é a sindesmose tibiofibular (distal), na qual o ligamento tibiofibular anterior conecta a tíbia e a fíbula (Figura 9.1C, esquerda). Nessa articulação, há um ligeiro movimento (anfiartrose). Outro exemplo de sindesmose é chamado de gonfose, ou articulação dentoalveolar. Os únicos exemplos de gonfoses no corpo humano são as articulações entre as raízes dos dentes e seus alvéolos na maxila ou mandíbula (Figura 9.1C, direita). O tecido conjuntivo denso não modelado entre o dente e seu alvéolo consiste no periodonto. Uma gonfose saudável não permite movimento (sinartrose). A inflamação associada a degeneração da gengiva, do periodonto e do osso é chamada de doença periodontal. Membranas interósseas A categoria final das articulações fibrosas é a membrana interóssea, que consiste em uma lâmina substancial de tecido conjuntivo denso não modelado que liga ossos longos vizinhos e permite discreto movimento (anfiartrose). Há duas articulações principais do tipo membrana interóssea no corpo humano. Uma ocorre entre o rádio e a ulna no antebraço (ver Figura 8.5) e a outra entre a tíbia e a fíbula na perna (Figura 9.1D). TESTE RÁPIDO 2. Que articulações fibrosas são sinartroses? Quais são anfiartroses? 9.3 Articulações cartilagíneas OBJETIVO Descrever a estrutura e as funções dos dois tipos de articulações cartilagíneas. Assim como a articulação fibrosa, a articulação cartilagínea não apresenta cavidade articular e possibilita pouco ou nenhum movimento. Neste caso, os ossos integrantes da articulação estão fortemente ligados por cartilagem hialina ou fibrocartilagem (ver Tabela 4.6). Os dois tipos de articulações cartilagíneas são as sincondroses e as sínfises. Sincondroses Sincondrose é uma articulação cartilagínea na qual o material conectivo é cartilagem hialina. A lâmina epifisial (de crescimento) que conecta a epífise e a diáfise de um osso em crescimento (Figura 9.2A) é um exemplo de sincondrose. A Figura 6.7B mostra uma fotomicrografia da lâmina epifisial. Do ponto de vista funcional, a sincondrose é uma articulação imóvel (sinartrose). Quando o crescimento ósseo cessa, a cartilagem hialina é substituída por osso e a sincondrose se torna uma sinostose, ou seja, uma articulação óssea. Outro exemplo de sincondrose é a articulação entre a primeira costela e o manúbrio do esterno, que também ossifica durante a vida adulta e passa a ser uma sinostose imóvel (sinartrose), ou articulação óssea (ver Figura 7.22B). Figura 9.2 Articulações cartilagíneas. Em uma articulação cartilagínea os ossos são mantidos juntos por cartilagem. Qual é a diferença estrutural entre uma sincondrose e uma sínfise? Na radiografia do esqueleto de uma pessoa jovem, as sincondroses são facilmente visualizadas como finas áreas escuras entre o tecido ósseo de aparência branca (ver Figura 6.7A). É dessa forma que o médico analisa uma radiografia e determina se a pessoa ainda vai crescer. As fraturas ósseas que se estendem além da lâmina epifisial e danificam a cartilagem da sincondrose podem afetar o crescimento restante do osso, levando a abreviação do desenvolvimento e comprimento ósseo reduzido. Sín馴둂ses Sínfise é uma articulação cartilagínea na qual as extremidades dos ossos da articulação são recobertas por cartilagem hialina, porém um disco largo e plano de fibrocartilagem conecta os ossos. Todas as sínfises ocorrem na linha média do corpo. A sínfise púbica entre as faces anteriores dos ossos do quadril é um exemplo desse tipo de articulação (Figura 9.2B), também encontrada na junção do manúbrio e corpo do esterno (ver Figura 7.22) e nas articulações intervertebrais entre os corpos das vértebras (ver Figura 7.20A). Uma parte do disco intervertebral é composta de fibrocartilagem. A sínfise é uma articulação discretamente móvel (anfiartrose). TESTE RÁPIDO 3. Quais articulações cartilagíneas são sinartroses? Quais são anfiartroses? 9.4 Articulações sinoviais OBJETIVOS Descrever a estrutura das articulações sinoviais Discutir a estrutura e a função das bolsas e bainhas sinoviais. Estrutura das articulações sinoviais As articulações sinoviais apresentam certas características que as distinguem das outras articulações. A característica única da articulação sinovial é a presença de um espaço chamado de cavidade articular ou cavidade sinovial entre os ossos integrantes da articulação. Uma vez que a cavidade articular possibilita movimento considerável na articulação, todas as articulações sinoviais são classificadas do ponto de vista funcional como livremente móveis (diartroses). Os ossos na articulação sinovial são cobertos por uma camada de cartilagem hialina chamada de cartilagem articular. A cartilagem cobre as faces articulares dos ossos com uma superfície lisa e deslizante, porém não as une. A cartilagem articular reduz o atrito entre os ossos na articulação durante o movimento e ajuda a absorver impactos. CORRELAÇÃO CLÍNICA | Implante autólogo de condrócitos Quando há dano à cartilagem articular na articulação do joelho, sobretudo quando há envolvimento do fêmur, existe uma alternativa à artroplastia total ou parcial do joelho (ver Seção 9.10) chamada de implante autólogo de condrócitos (IAC). Os candidatos ao IAC apresentam lesão da cartilagem decorrente de trauma agudo ou repetitivo e não de artrite. No procedimento, condrócitos saudáveis (células cartilagíneas) são coletados de uma área do côndilo femoral que não sustenta peso e enviados a um laboratório onde são submetidos à cultura por 4 ou 5 semanas a m de gerar cerca de 5 a 10 milhões de células. Quando as células da cultura são disponibilizadas, ocorre o implante. A área afetada é preparada com remoção da cartilagem lesada, e recoberta por um pedaço de periósteo, em geral removido da tíbia. Em seguida, os condrócitos da cultura são injetados debaixo do periósteo, onde crescem e amadurecem com o tempo. O paciente pode apoiar todo o peso corporal sobre o joelho em cerca de 10 a 12 semanas. Cápsula articular A cápsula articular envolve a articulação sinovial como uma luva, encerra a cavidade articular e une os ossos integrantes da articulação. A cápsula articular é composta de duas camadas, uma membrana fibrosa externa e uma membrana sinovial interna (Figura 9.3A). Em geral, a membrana fibrosa consiste em tecido conjuntivo denso não modelado (na maioria fibras de colágeno) que se fixa ao periósteo dos ossos da articulação. De fato, a membrana fibrosa é, literalmente, uma continuação mais espessa do periósteo entre os ossos. A flexibilidade da membrana fibrosa possibilita movimento considerável na articulação, enquanto sua grande resistência à tração (resistência a estiramento) ajuda a evitar que os ossos se desloquem da articulação. As fibras de algumas membranas fibrosas são distribuídas como feixes paralelos de tecido conjuntivo denso não modelado, altamente adaptados para resistir às tensões. A resistência desses feixes de fibras, chamado ligamentos, é um dos principais fatores mecânicos que mantêm os ossos unidos na articulação sinovial. Muitas vezes, os ligamentos possuem nomenclatura individual. A camada mais interna da cápsula articular, a membrana sinovial, é composta de tecido conjuntivo areolar com fibras elásticas. Em muitas articulações sinoviais, a membrana sinovial possui acúmulos de tecido adiposo, chamados de corpos adiposos articulares. O corpo adiposo infrapatelar presente no joelho é um exemplo (ver Figura 9.15C). Uma pessoa com hipermobilidade articular apresenta flexibilidade maior nas cápsulas articulares e ligamentos; o aumento resultante da amplitude de movimento os permite entreter amigos com atividades como encostar o polegar no punho e colocar os cotovelos ou tornozelos atrás do pescoço. Infelizmente, essas articulações tão flexíveis são menos estáveis do ponto de vista estrutural e são luxadas com mais facilidade. Líquido sinovial A membrana sinovial secreta líquido sinovial, um líquido viscoso, claro ou amarelo­claro, assim nomeado por sua similaridade em aparência e consistência com a clara do ovo. O líquido sinovial é composto por ácido hialurônico secretado por células sinoviais na membrana sinovial e líquido intersticial filtrado do plasma sanguíneo. Ele forma uma película fina sobre as superfícies dentro da cápsula articular. Suas funções incluem redução do atrito pela lubrificação da articulação, absorção de impactos, fornecimento de oxigênio e nutrientes e remoção de dióxido de carbono e resíduos metabólicos dos condrócitos dentro da cartilagem articular. (Lembre­se de que a cartilagem é um tecido avascular, logo não apresenta vasos sanguíneos para realizar a última função citada.) O líquido sinovial também contém células fagocíticas que removem micróbios e resíduos resultantes do uso e desgaste da articulação. Quando uma articulação sinovial fica imobilizada por algum tempo, o líquido se torna bastante viscoso (como um gel), porém, conforme o movimento articular se intensifica, o líquido se torna menos viscoso. Um dos benefícios do aquecimento antes da prática de exercícios é a estimulação da produção e secreção de líquido sinovial; mais líquido quer dizer menos estresse nas articulações durante a prática de exercícios. Figura 9.3 Estrutura geral de uma articulação sinovial. Observe as duas camadas da cápsula articular – a membrana fibrosa e a membrana sinovial. O líquido sinovial lubrifica a cavidade articular, localizada entre a membrana sinovial e a cartilagem articular. A característica que diferencia a articulação sinovial é a cavidade articular entre os ossos que participam da articulação. Qual é a classificação funcional das articulações sinoviais? Estamos todos familiarizados com as crepitações ouvidas em certas articulações ou com os estalidos audíveis quando uma pessoa estala os dedos. De acordo com uma teoria, quando a cavidade articular se expande, a pressão dentro da cavidade articular diminui, criando um vácuo parcial. A sucção puxa dióxido de carbono e oxigênio para fora dos vasos sanguíneos na membrana sinovial, formando bolhas no líquido. Quando os dedos são flexionados, o volume da cavidade diminui e a pressão aumenta, o que estoura as bolhas e cria um estalo ou estalido conforme os gases são direcionados de volta à solução. Ligamentos acessórios, discos articulares e lábios Muitas articulações sinoviais também possuem ligamentos acessórios chamados de ligamentos extracapsulares e ligamentos intracapsulares (ver Figura 9.15D). Os ligamentos extracapsulares se encontram fora da cápsula articular, como os ligamentos colaterais tibial e fibular da articulação do joelho. Os ligamentos intracapsulares ocorrem dentro da cápsula articular, porém são excluídos da cavidade articular por dobras da membrana sinovial. Os ligamentos cruzados anterior e posterior da articulação do joelho são exemplos de ligamentos intracapsulares. Em algumas articulações sinoviais, como a do joelho, coxins em forma de meia­lua de fibrocartilagem são encontrados entre as faces articulares dos ossos e fixados à cápsula fibrosa. Esses coxins são chamados de discos articulares ou meniscos. A Figura 9.15D ilustra os meniscos lateral e medial da articulação do joelho. Os discos estão fortemente ligados à parte interna da membrana fibrosa e normalmente subdividem a cavidade articular em dois espaços, possibilitando que movimentos separados ocorram em cada espaço. Como será visto posteriormente, movimentos separados também ocorrem nos respectivos compartimentos da articulação temporomandibular (ATM) (ver Expo 9.A) As funções dos discos e meniscos não são completamente compreendidas, mas as conhecidas incluem: (1) absorção de impacto; (2) melhor encaixe entre as superfícies ósseas da articulação; (3) oferecimento de superfícies adaptáveis para movimentos combinados; (4) distribuição de peso sobre uma superfície de contato maior e (5) alastramento do lubrificante sinovial pelas faces articulares da articulação. CORRELAÇÃO CLÍNICA | Lesão da cartilagem e artroscopia A lesão de menisco no joelho, comumente chamada de ruptura meniscal, ocorre muitas vezes em atletas. Essa cartilagem dani cada começa a se desgastar e pode causar artrite, a não ser que a cartilagem dani cada seja tratada cirurgicamente. Anos atrás, se um paciente tivesse ruptura de menisco, todo o menisco seria retirado em um procedimento chamado de meniscectomia. O problema era que, ao longo do tempo, a cartilagem articular desgastava com mais rapidez. Atualmente, os cirurgiões realizam uma meniscectomia parcial, na qual apenas o segmento lacerado do menisco é removido. O reparo cirúrgico da cartilagem lesada pode ser realizado durante uma artroscopia. Esse procedimento minimamente invasivo envolve exame do interior da articulação, em geral o joelho, com um artroscópio, uma câmera de bra óptica da espessura de um lápis usada para visualizar a natureza e a extensão do dano. A artroscopia também é usada para monitorar a progressão da doença e os efeitos da terapia. A inserção de instrumentos cirúrgicos por meio de outras incisões também possibilita que o médico remova a cartilagem lesionada e repare os ligamentos cruzados dani cados no joelho; obtenha amostras teciduais para análise; e realize cirurgia em outras articulações, como ombro, cotovelo, tornozelo e punho. O lábio, proeminente nas articulações esferóideas do ombro e do quadril (ver Figuras 9.12C, D; 9.14C), é a margem fibrocartilagínea que se estende a partir da borda do soquete articular. O lábio ajuda a aprofundar o soquete da articulação e aumenta a área de contato entre o soquete e a superfície esferóidea da cabeça do úmero ou do fêmur. Suprimento sanguíneo e nervoso Os nervos que suprem uma articulação são os mesmos que atendem aos músculos esqueléticos que a movimentam. As articulações sinoviais contêm muitas terminações nervosas, distribuídas para a cápsula articular e para os ligamentos associados. Algumas das terminações nervosas levam informações sobre dor na articulação para a medula espinal e para o encéfalo para que sejam processadas. Outras terminações nervosas respondem ao grau de movimento e estiramento em uma articulação, como quando um médico percute o tendão abaixo da patela para testar os reflexos. A medula espinal e o encéfalo respondem enviando impulsos por diferentes nervos para os músculos com objetivo de ajustar os movimentos corporais. Embora muitos dos componentes das articulações sinoviais sejam avasculares, as artérias circunjacentes enviam inúmeros ramos que penetram nos ligamentos e na cápsula articular para levar oxigênio e nutrientes. As veias removem o dióxido de carbono e os resíduos das articulações. Os ramos arteriais das diferentes artérias normalmente emergem em volta da articulação antes de penetrar na cápsula articular. Os condrócitos na cartilagem articular de uma articulação sinovial recebem oxigênio e nutrientes do líquido sinovial derivado do sangue; todos os outros tecidos articulares são supridos diretamente por capilares. O dióxido de carbono e os resíduos passam dos condrócitos da cartilagem articular para o líquido sinovial e, daí, para as veias; o dióxido de carbono e os resíduos de todas as outras estruturas articulares passam diretamente para as veias. Bolsas e bainhas sinoviais Os diversos movimentos do corpo provocam atrito entre as partes que se movem. Estruturas saciformes chamadas de bolsas estão estrategicamente situadas para aliviar o atrito em algumas articulações, como as articulações do joelho e do ombro (ver Figuras 9.12 e 9.15C). As bolsas não são parte estrita das articulações sinoviais, mas se assemelham às cápsulas articulares porque suas paredes consistem em uma membrana fibrosa externa de fino tecido conjuntivo denso revestido por uma membrana sinovial. Uma pequena quantidade de líquido similar ao líquido sinovial enche essas bolsas. As bolsas podem estar localizadas entre pele e ossos, entre tendões e ossos, entre músculos e ossos ou entre ligamentos e ossos. Os sacos cheios de líquidos amortecem o movimento dessas partes corporais umas contra as outras. CORRELAÇÃO CLÍNICA | Bursite Em geral, a in amação aguda ou crônica da bolsa, chamada de bursite, é causada pela irritação decorrente do esforço excessivo e repetitivo de uma articulação. A condição também pode ser causada por traumatismo, por uma infecção aguda ou crônica (inclusive sí lis e tuberculose) e por artrite reumatoide (descrita em Distúrbios | Desequilíbrios Homeostáticos ao nal deste capítulo). Os sintomas incluem dor, edema, hipersensibilidade e limitação do movimento. O tratamento pode englobar agentes anti-in amatórios orais e injeções de corticosteroides. Estruturas chamadas de bainhas sinoviais também reduzem a fricção nas articulações. As bainhas sinoviais são bolsas tubulares; elas envolvem determinados tendões que sofrem atrito considerável na passagem por túneis formados por tecido conjuntivo e osso. A camada interna de uma bainha sinovial, a camada visceral, se fixa à superfície do tendão. A camada externa, conhecida como camada parietal, é presa ao osso (ver Figura 11.18A). Entre as camadas, há uma cavidade que contém uma película de líquido sinovial. A bainha sinovial protege todos os lados de um tendão do atrito quando ele desliza. As bainhas sinoviais são encontradas onde os tendões passam por cavidades sinoviais, como o tendão do músculo bíceps braquial na articulação do ombro (ver Figura 9.12C). As bainhas sinoviais também são encontradas no punho e no tornozelo, onde muitos tendões se unem em um espaço confinado (ver Figura 11.18A), e nos dedos dos pés e das mãos, onde ocorre uma grande quantidade de movimento (ver Figura 11.18). TESTE RÁPIDO 4. Quais características estruturais das articulações sinoviais as classificam como diartroses? 5. Quais são as funções da cartilagem articular, do líquido sinovial e dos discos articulares? 6. Que tipos de sensações são percebidos nas articulações e de que fontes as articulações recebem a nutrição? 7. De que maneiras as bolsas são similares às cápsulas articulares? Como diferem? 9.5 Tipos de movimentos nas articulações sinoviais OBJETIVO Descrever os tipos de movimentos que ocorrem nas articulações sinoviais. Anatomistas, fisioterapeutas e cinesiologistas (profissionais que estudam a ciência do movimento humano e buscam maneiras de melhorar a eficiência e o desempenho do corpo humano no trabalho, nos esportes e nas atividades diárias) usam terminologia específica para designar os movimentos que podem ocorrer nas articulações sinoviais. Esses termos precisos podem indicar a forma de movimento, sua direção ou a relação de uma parte do corpo com outra durante o movimento. Os movimentos nas articulações sinoviais são agrupados em 4 categorias principais: (1) deslizamento; (2) movimentos angulares, (3) rotação e (4) movimentos especiais, que ocorrem apenas em determinadas articulações. Deslizamento O deslizamento é um movimento simples, no qual as superfícies ósseas praticamente planas se movimentam para frente e para trás e de um lado para o outro (Figura 9.4). Não há alteração significativa do ângulo entre os ossos. A amplitude dos movimentos de deslizamento é limitada devido à estrutura da cápsula articular, ligamentos associados e ossos; no entanto, esses movimentos de deslizamento também podem ser combinados com rotação. As articulações intercarpais e intertarsais são exemplos de articulações onde ocorrem movimentos de deslizamento. Movimentos angulares Nos movimentos angulares ocorre aumento ou diminuição do ângulo entre os ossos da articulação. Os principais movimentos angulares são flexão, extensão, flexão lateral, hiperextensão, abdução, adução e circundução. Esses movimentos são sempre estudados tendo como referência a posição anatômica (ver Figura 1.5). Figura 9.4 Movimentos de deslizamento nas articulações sinoviais. Os movimentos de deslizamento consistem de movimentos para frente e para trás e de um lado para o outro. Cite dois exemplos de articulações onde ocorrem movimentos de deslizamento. Flexão, extensão, flexão lateral e hiperextensão A flexão e a extensão são movimentos opostos. Na flexão, ocorre diminuição do ângulo entre os ossos da articulação; na extensão, há aumento do ângulo entre os ossos da articulação, muitas vezes para retornar uma parte do corpo para a posição anatômica depois de ter sido flexionada (Figura 9.5). Em geral, os dois movimentos acontecem no plano sagital. Todos os exemplos a seguir são exemplos de flexão (como provavelmente você já deve ter suposto, a extensão é simplesmente o inverso desses movimentos): Inclinar a cabeça em direção ao tórax nas articulações atlantoccipitais entre o atlas (a primeira vértebra) e o occipital do crânio e nas articulações intervertebrais cervicais entre as vértebras cervicais (Figura 9.5A) Dobrar o tronco para frente nas articulações intervertebrais como nos exercícios abdominais Deslocar o úmero para frente na articulação do ombro, como ao balançar os braços para frente ao caminhar (Figura 9.5B) Aproximar o antebraço do braço na articulação do cotovelo entre o úmero, a ulna e o rádio, como ao dobrar o cotovelo (Figura 9.5C) Direcionar a palma da mão para o antebraço no punho ou articulação radiocarpal entre o rádio e os ossos carpais, como no movimento para cima ao fazer círculos com o punho (Figura 9.5D) Dobrar os dedos da mão nas articulações interfalângicas como ao fechar a mão para dar um soco Deslocar o fêmur para frente na articulação do quadril entre o fêmur e o osso do quadril, como na caminhada (Figura 9.5E) Elevar o calcanhar até as nádegas na articulação tibiofemoral entre a tíbia, o fêmur e a patela, como ocorre ao dobrar o joelho (Figura 9.5F). Embora a flexão e a extensão normalmente ocorram no plano sagital, há algumas exceções. Por exemplo, a flexão do polegar envolve movimento medial do polegar, cruzando a palma na articulação carpometacarpal entre o trapezoide e o metacarpal do polegar, como quando tocamos com o polegar o lado oposto da palma da mão (ver Figura 11.18G). Outro exemplo é o movimento do tronco para as laterais direita e esquerda na cintura. Esse movimento, que ocorre no plano frontal e envolve as articulações intervertebrais, é chamado de flexão lateral (Figura 9.5G). A continuação da extensão além da posição anatômica é chamada de hiperextensão. Exemplos de hiperextensão: Inclinar a cabeça para trás nas articulações atlantoccipital e intervertebrais cervicais como ao olhar para as estrelas (Figura 9.5A) Inclinar o tronco para trás nas articulações intervertebrais como ao realizar o exercício de ponte Deslocar o úmero para trás na articulação do ombro como ao balançar os braços para trás ao caminhar (Figura 9.5B) Levar a palma da mão para trás na articulação do punho como ao arremessar a bola no jogo de basquete (Figura 9.5D) Mover o fêmur para trás na articulação do quadril como ao caminhar (Figura 9.5E). Figura 9.5 Movimentos angulares nas articulações sinoviais – flexão, extensão, hiperextensão e flexão lateral. Nos movimentos angulares, ocorre aumento ou diminuição do ângulo entre os ossos que se articulam. Cite dois exemplos de flexão que não ocorrem no plano sagital A hiperextensão das articulações do tipo gínglimo, como a articulação do cotovelo, as interfalângicas e a do joelho, é naturalmente evitada por ligamentos e pelo alinhamento anatômico dos ossos. Abdução, adução e circundução Abdução ou desvio radial é o movimento de um osso em sentido oposto ao da linha mediana; a adução ou desvio ulnar é o movimento de um osso no sentido da linha mediana. Os dois movimentos normalmente ocorrem no plano frontal. O movimento lateral do úmero na articulação do ombro, o movimento lateral da palma da mão na articulação do punho e o movimento lateral do fêmur na articulação do quadril (Figura 9.6A­C) são exemplos de abdução. Adução é o movimento de retorno à posição anatômica de cada uma dessas partes do corpo (Figura 9.6A­C). A linha mediana do corpo não é usada como ponto de referência para a abdução e adução dos dedos. Na abdução dos dedos (mas não do polegar), uma linha imaginária é desenhada pelo eixo longitudinal do dedo médio (o mais longo) e os dedos se movimentam em sentido oposto (se abrem) ao dedo médio (Figura 9.6D). Na abdução do polegar, o polegar se distancia da palma no plano sagital (ver Figura 11.18G). A abdução dos dedos do pé ocorre em relação a uma linha imaginária desenhada pelo segundo dedo. A adução dos dedos das mãos e dos pés consiste no retorno à posição anatômica. Na adução do polegar, o dedo vai de encontro à palma da mão no plano sagital (ver Figura 11.18G). Circundução é o movimento em círculo da extremidade distal de uma parte do corpo (Figura 9.7). A circundução não é um movimento isolado, mas sim uma sequência contínua de flexão, abdução, extensão, adução e rotação da articulação (ou na ordem contrária). A circundução não ocorre em um eixo ou plano de movimento separado. O movimento do úmero em círculo na articulação do ombro (Figura 9.7A), o movimento da mão em círculo na articulação do punho, o movimento do polegar em círculo na articulação carpometacarpal, o movimento dos dedos em círculo nas articulações metacarpofalângicas (entre os metacarpais e as falanges) e o movimento do fêmur em círculo na articulação do quadril (Figura 9.7B) são exemplos de circundução. Tanto a articulação do ombro quanto a do quadril permitem a circundução. A flexão, abdução, extensão e adução são mais limitadas nas articulações dos quadris do que nas articulações dos ombros devido à tensão de certos ligamentos e músculos e por conta da profundidade do acetábulo na articulação do quadril (ver Expos 9.B e 9.D). Figura 9.6 Movimentos angulares nas articulações sinoviais – abdução e adução. A abdução e a adução normalmente ocorrem no plano frontal. De que maneira considerar que a adução é “adicionar o membro ao tronco” é uma estratégia didática efetiva de aprendizado? Rotação Na rotação, o osso gira em torno de seu próprio eixo longitudinal. Um exemplo de rotação é virar a cabeça de um lado a outro na articulação atlantoaxial (entre o atlas e o áxis), como ao balançar a cabeça para dizer “não” (Figura 9.8A). Outro exemplo é girar o tronco para os lados nas articulações intervertebrais enquanto os quadris e os membros inferiores são mantidos na posição anatômica. Nos membros, a rotação é definida com relação à linha mediana e são usados termos de qualificação específicos. Se a face anterior do osso se volta para a linha mediana, o movimento é chamado de rotação medial (interna). É possível rodar medialmente o úmero na articulação do ombro da seguinte forma: na posição anatômica, flexione o cotovelo e depois leve a palma da mão para cruzar o tórax (Figura 9.8B). É possível realizar a rotação medial do fêmur na articulação do quadril da seguinte forma: em decúbito dorsal, dobre o joelho e, em seguida, faça o movimento lateral da perna e do pé. Embora o pé e a perna estejam se movimentando lateralmente, o fêmur faz rotação medial (Figura 9.8C). A rotação medial da perna na articulação do joelho pode ser produzida ao nos sentarmos em uma cadeira, dobrando o joelho, elevando o membro inferior do solo e virando os dedos para dentro. Se a face anterior do osso de um membro volta­se para o sentido oposto da linha média, o movimento é chamado de rotação lateral (externa) (ver Figura 9.8B, C). Figura 9.7 Movimentos angulares nas articulações sinoviais – circundução. A circundução é o movimento em círculo da extremidade distal de uma parte do corpo. Que movimentos em sequência contínua produzem a circundução? Figura 9.8 Rotação nas articulações sinoviais. Na rotação, o osso roda em torno do seu próprio eixo longitudinal. Como diferem as rotações lateral e medial? Figura 9.9 Movimentos especiais nas articulações sinoviais. Os movimentos especiais ocorrem apenas em certas articulações sinoviais. Que movimento da cintura escapular ocorre quando deslocamos os braços para frente até os cotovelos se tocarem? Movimentos especiais Os movimentos especiais ocorrem apenas em determinadas articulações, e são eles a elevação, depressão, protração, retração, inversão, eversão, dorsiflexão, flexão plantar, supinação, pronação e oposição (Figura 9.9): Elevação é o movimento para cima de uma parte do corpo, como fechar a boca na articulação temporomandibular (entre a mandíbula e o temporal), elevando a mandíbula (Figura 9.9A) ou encolher os ombros na articulação acromioclavicular elevando a escápula e a clavícula. A depressão é seu movimento oposto. O hioide e as costelas são outros ossos que podem ser elevados (ou deprimidos) Depressão é o movimento para baixo de uma parte do corpo, como na abertura da boca que deprime a mandíbula (Figura 9.9B) ou no retorno dos ombros para a posição anatômica, deprimindo a escápula e a clavícula Protração é o movimento anterior de uma parte do corpo no plano transverso. A retração é o movimento oposto. É possível protrair a mandíbula na articulação temporomandibular empurrando­a para frente (Figura 9.9C) ou protrair as clavículas nas articulações acromioclavicular e esternoclavicular cruzando os braços Retração é o movimento de retorno à posição anatômica de uma parte corporal protraída (Figura 9.9D) Inversão é o movimento medial da planta do pé nas articulações intertarsais (entre os ossos tarsais) (Figura 9.9E). Seu movimento oposto é a eversão. Os fisioterapeutas também chamam a inversão combinada com a flexão plantar dos pés de supinação Eversão é o movimento lateral da planta do pé nas articulações intertarsais (Figura 9.9F). Os fisioterapeutas também chamam a eversão combinada com a dorsiflexão dos pés de pronação Dorsiflexão se refere à flexão do pé na articulação do tornozelo ou articulação talocrural (entre a tíbia, fíbula e tálus) na direção do dorso (face superior) (Figura 9.9G). A dorsiflexão ocorre quando ficamos de pé sobre os calcanhares. Seu movimento oposto é a flexão plantar Flexão plantar envolve a flexão do pé na articulação do tornozelo na direção da face inferior ou plantar do pé (ver Figura 9.9G), como quando elevamos o corpo ao ficarmos na ponta dos pés Supinação é o movimento do antebraço nas articulações radiulnares proximal e distal no qual a palma da mão se volta anteriormente (Figura 9.9H). Essa posição das palmas é um dos aspectos que definem a posição anatômica. O movimento oposto é a pronação Pronação é o movimento do antebraço nas articulações radiulnares proximal e distal, no qual a extremidade distal do rádio cruza a extremidade distal da ulna e a palma da mão fica voltada para trás (Figura 9.9H) Oposição é o movimento do polegar na articulação carpometacarpal (entre o trapezoide e o metacarpal do polegar) no qual o polegar se movimenta de um lado a outro pela palma da mão para tocar as pontas dos dedos da mesma mão (Figura 9.9I). Esses “polegares que fazem oposição” possibilitam o movimento diferencial que confere aos humanos e outros primatas a capacidade de segurar e manipular objetos de maneira muito precisa. A Tabela 9.1 oferece um resumo dos movimentos que ocorrem nas articulações sinoviais. TESTE RÁPIDO 8. Quais são as quatro principais categorias de movimento que ocorrem nas articulações sinoviais? 9. Sozinho ou com um parceiro, demonstre cada um dos movimentos listados na Tabela 9.1. TABELA 9.1 Resumo dos movimentos que ocorrem nas articulações sinoviais. MOVIMENTO DESCRIÇÃO Deslizamento Movimento de superfícies ósseas relativamente planas para frente e para trás e de um lado para o outro; pouca mudança do ângulo entre os ossos. Angular Aumento ou diminuição do ângulo entre os ossos. Flexão Diminuição do ângulo entre os ossos da articulação, em geral no plano sagital. Flexão lateral Movimento do tronco no plano frontal. Extensão Aumento do ângulo entre os ossos da articulação, em geral no plano sagital. Hiperextensão Extensão além da posição anatômica. Abdução Movimento do osso no sentido oposto à linha mediana, em geral no plano frontal. Adução Movimento do osso no sentido da linha mediana, normalmente no plano frontal. Circundução Flexão, abdução, extensão, adução e rotação em sucessão (ou na ordem oposta); a extremidade distal da parte do corpo se movimenta em círculo. Rotação Movimento do osso em torno do eixo longitudinal; nos membros pode ser medial (no sentido da linha mediana) ou lateral (em sentido oposto à linha mediana). Especial Ocorre em articulações especí cas. Elevação Movimento para cima de uma parte do corpo. Depressão Movimento para baixo da parte do corpo. Protração Movimento anterior da parte do corpo no plano transverso. Retração Movimento posterior da parte do corpo no plano transverso. Inversão Movimento medial da planta do pé. Eversão Movimento lateral da planta do pé. Dorsi exão Flexão do pé na direção do dorso (face superior). Flexão plantar Flexão do pé na direção da face plantar. Supinação Movimento do antebraço em que a palma da mão volta-se para frente. Pronação Movimento do antebraço em que a palma da mão volta-se para trás. Oposição Movimento do polegar que cruza a palma da mão para tocar a ponta dos outros dedos da mesma mão. 9.6 Tipos de articulações sinoviais OBJETIVO Descrever os seis subtipos de articulações sinoviais. Embora todas as articulações sinoviais apresentem muitas características em comum, o formato das faces articulares varia; dessa maneira, vários tipos de movimentos são possíveis. As articulações sinoviais são divididas em seis categorias com base no tipo de movimento: plana, gínglimo, trocóidea, elipsóidea, selar e esferóidea. Articulações planas As faces articulares dos ossos em uma articulação plana, também chamada de articulação planar, são planas ou discretamente curvas (Figura 9.10A). As articulações planas possibilitam, principalmente, movimentos para frente e para trás e para um lado ou outro entre as superfícies planas dos ossos, mas também são capazes de fazer rotação umas com as outras. Muitas articulações planas são biaxiais, o que quer dizer que permitem movimento em dois eixos. Eixo é uma linha reta em torno da qual um osso roda ou desliza. Se a articulação plana faz rotação além de deslizamento, logo é triaxial (multiaxial), possibilitando movimentos em 3 eixos. As articulações intercarpais (entre os ossos carpais no punho), as intertarsais (entre os ossos tarsais no tornozelo), as articulações esternoclaviculares (entre o manúbrio do esterno e a clavícula), as articulações acromioclaviculares (entre o acrômio da escápula e a clavícula), as articulações esternocostais (entre o esterno e as extremidades das cartilagens costais nas pontas do segundo ao sétimo par de costelas) e as articulações costovertebrais (entre as cabeças e os tubérculos das costelas e os corpos e processos transversos das vértebras torácicas) são alguns exemplos de articulações planas. Articulações do tipo gínglimo Na articulação do tipo gínglimo, ou dobradiça, a face convexa de um osso se encaixa na face côncava de outro osso (Figura 9.10B). Como o próprio nome quer dizer, as articulações em dobradiça produzem um movimento angular de abre e fecha como uma porta em sua dobradiça. Na maioria dos movimentos articulares, um osso permanece em posição fixa enquanto o outro se movimenta em torno de um eixo. As articulações do tipo gínglimo são uniaxiais (monoaxial) porque normalmente permitem o movimento em torno de um único eixo. As articulações do tipo gínglimo possibilitam apenas flexão e extensão. O joelho (na verdade, um gínglimo modificado; será descrito posteriormente), o cotovelo, o tornozelo e as articulações interfalângicas (entre as falanges dos dedos das mãos e dos pés) são exemplos de articulações do tipo gínglimo. Articulações trocóideas Na articulação trocóidea, ou articulação pivô, a face arredondada ou pontiaguda de um osso se articula com um anel formado parcialmente por outro osso e parcialmente por um ligamento (Figura 9.10C). A articulação trocóidea é uniaxial porque permite apenas rotação em torno de seu próprio eixo longitudinal. A articulação atlantoaxial, na qual o atlas roda em relação ao áxis e possibilita que a cabeça vire de um lado a outro como quando queremos dizer “não” com a cabeça (ver Figura 9.8A), e as articulações radiulnares, que possibilitam que as palmas das mãos se voltem anterior e posteriormente quando a cabeça do rádio faz um pivô em relação a seu eixo longo na incisura radial da ulna (ver Figura 9.9H), são exemplos de articulações trocóideas. Articulações elipsóideas Na articulação elipsóidea, ou articulação condilar, a projeção convexa oval de um osso se encaixa em uma depressão oval de outro osso (Figura 9.10D). Uma articulação elipsóidea é biaxial porque os movimentos ocorrem em torno de dois eixos (flexão e extensão e abdução e adução), mais a circundução limitada (lembre­se de que a circundução não é um movimento isolado). As articulações radiocarpais (punho) e metacarpofalângicas (entre os metacarpais e as falanges proximais) do segundo ao quinto dedo são exemplos de articulações elipsóideas. Articulações selares Na articulação selar, a face articular de um osso tem formato de sela e a face articular do outro osso se encaixa na “sela” (Figura 9.10E). Os movimentos que ocorrem na articulação selar são os mesmos da articulação elipsóidea: biaxial (flexão­ extensão e abdução­adução) mais circundução limitada. Um exemplo de articulação selar é a articulação carpometacarpal entre o trapezoide do carpo e o metacarpal do polegar. Articulações esferóideas A articulação esferóidea consiste em uma superfície redonda como uma bola de um osso que se encaixa em uma depressão em forma de copo de outro osso (Figura 9.10F). Essas articulações são triaxiais (multiaxial) (flexão­extensão, abdução­adução e rotação). As articulações do ombro e do quadril são exemplos de articulações esferóideas. Na articulação do ombro, a cabeça do úmero se encaixa na cavidade glenoidal da escápula. Na articulação do quadril, a cabeça do fêmur se encaixa no acetábulo do osso do quadril. A Tabela 9.2 resume as categorias estruturais e funcionais das articulações. TESTE RÁPIDO 10. Que tipos de articulações são uniaxiais, biaxiais e triaxiais? Figura 9.10 Tipos de articulações sinoviais. Para cada tipo, são mostrados um desenho da articulação real e um diagrama simplificado. As articulações sinoviais são classificadas em seis tipos principais de acordo com as formas das faces articulares dos ossos. Cite outros exemplos de articulações trocóideas (além da mostrada nesta figura). TABELA 9.2 Resumo das classificações estruturais e funcionais das articulações. CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL DESCRIÇÃO CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL EXEMPLO FIBROSA Ausência de cavidade articular; os ossos da articulação estão unidos por tecido conjuntivo broso. Sutura Os ossos da articulação são unidos Sinartrose (imóvel) e an artrose Sutura coronal. por uma na camada de tecido (discretamente móvel). conjuntivo denso não modelado, encontrada entre os ossos do crânio; com a idade, algumas suturas são substituídas por sinostoses (ossos cranianos separados se fundem em um único osso). Sindesmose Os ossos da articulação estão unidos An artrose (discretamente móvel). Sindesmose tibio bular (distal). por mais tecido conjuntivo denso não modelado, em geral um ligamento. Membrana interóssea Os ossos da articulação estão unidos An artrose (discretamente móvel). Entre a tíbia e a fíbula. por uma lâmina substancial de tecido conjuntivo denso não modelado. CARTILAGÍNEA Ausência de cavidade articular; os ossos da articulação estão unidos por cartilagem hialina ou brocartilagem. Sincondrose Material conectivo: cartilagem Sinartrose (imóvel). Lâmina epi sial entre a diá se e a hialina; se torna uma sinostose epí se do osso longo. quando o crescimento ósseo cessa. Sín se Material conectivo: disco plano e An artrose (discretamente móvel). Sín se púbica e articulações largo de brocartilagem. intervertebrais. SINOVIAL Caracterizada pela presença de cavidade articular, cartilagem articular e cápsula articular; pode conter ligamentos acessórios, discos articulares e bolsas. Plana Faces articulares planas ou Muitas diartroses biaxiais Articulações intercarpais, intertarsais, discretamente curvas. (livremente móveis): movimentos esternocostais (entre o esterno e o para frente e para trás e para os segundo ao sétimo par de costelas) e lados; algumas diartroses triaxiais: costovertebrais. para frente e para trás, para os lados e rotação. Gínglimo Uma face convexa se encaixa em uma Diartrose uniaxial: exão-extensão. Joelho (gínglimo modi cado), face côncava. cotovelo, tornozelo e interfalângicas. Trocóidea Uma face redonda ou pontiaguda se Diartrose uniaxial: rotação. Articulações atlantoaxial e radiulnar. encaixa em um anel parcialmente formado por osso e parcialmente por ligamento. Elipsóidea Uma projeção ovoide se encaixa em Diartrose biaxial: exão-extensão, Articulações radiocarpais e uma depressão oval. abdução-adução. metacarpofalângicas. Selar A face articular de um osso tem Diartrose biaxial: exão-extensão, Articulação carpometacarpal entre o forma de sela; a face articular do abdução-adução. trapezoide e o metacarpo do polegar. outro “se acomoda” na sela. Esferóidea Uma face esférica se encaixa em uma Diartrose triaxial: exão-extensão, Articulações do ombro e do quadril. depressão caliciforme. abdução-adução, rotação. 9.7 Fatores que afetam o contato e a amplitude de movimento das articulações sinoviais OBJETIVO Descrever seis fatores que influenciam o tipo de movimento e a sua amplitude em uma articulação sinovial. As faces articulares das articulações sinoviais fazem contato uma com a outra e determinam o tipo e a amplitude de movimento. Amplitude de movimento (ADM) se refere à amplitude de um círculo, medida em graus, ao longo da qual os ossos de uma articulação podem se movimentar. Os seguintes fatores contribuem para manter as faces articulares em contato e afetam a amplitude de movimento: 1. Estrutura ou formato dos ossos articulares. A estrutura ou o formato dos ossos da articulação determinarão o quão intimamente eles podem se encaixar. As faces articulares de alguns ossos apresentam uma relação complementar. Essa relação espacial é bastante óbvia na articulação do quadril, onde a cabeça do fêmur se articula com o acetábulo do osso do quadril. Um encaixe de sincronização possibilita o movimento rotacional. 2. Resistência e tensão (retesamento) dos ligamentos articulares. Os diferentes componentes da cápsula fibrosa ficam tensos ou retesados apenas quando a articulação se encontra em determinadas posições. Os ligamentos tensos não apenas restringem a amplitude de movimento, como também direcionam o movimento dos ossos articulares de um com relação ao outro. Na articulação do joelho, por exemplo, o ligamento cruzado anterior fica tenso e o ligamento cruzado posterior frouxo quando o joelho está estendido e o inverso ocorre quando o joelho está flexionado. Na articulação do quadril, determinados ligamentos se tornam retesados quando estamos de pé e fixam com mais firmeza a cabeça do fêmur no acetábulo do osso do quadril. 3. Distribuição e tensão dos músculos. A tensão muscular reforça a restrição imposta à articulação pelos ligamentos e, desse modo, restringe o movimento. Um bom exemplo do efeito da tensão muscular sobre uma articulação é observado na articulação do quadril. Quando a coxa é flexionada com o joelho estendido, a flexão da articulação do quadril é restrita pela tensão dos músculos isquiotibiais na face posterior da coxa, logo a maioria de nós não consegue elevar o membro inferior estendido a mais de 90° de ângulo com o chão. No entanto, se o joelho também for flexionado, a tensão sobre os músculos isquiotibiais é reduzida e a coxa pode ser elevada a um ponto mais alto, possibilitando que a coxa toque o tórax. 4. Contato de partes moles. O ponto onde uma superfície corporal faz contato com a outra pode limitar a mobilidade. Por exemplo, não conseguimos flexionar o braço no cotovelo além do ponto onde a face anterior do antebraço, comprime o músculo bíceps braquial do braço. O movimento articular também pode ser restringido pela presença de tecido adiposo. 5. Hormônios. A flexibilidade articular também pode ser afetada por hormônios. Por exemplo, a relaxina, um hormônio produzido pela placenta e pelos ovários, aumenta a flexibilidade da fibrocartilagem da sínfise púbica e afrouxa os ligamentos entre o sacro, o osso do quadril e o cóccix ao final da gravidez. Essas alterações possibilitam a expansão da abertura pélvica inferior, o que ajuda no parto do feto. 6. Desuso. O movimento articular pode ser restringido se a articulação não for usada por um período longo. Por exemplo, se a articulação do cotovelo for imobilizada por gesso, a amplitude de movimento da articulação pode ficar limitada por um período depois da remoção do gesso. O desuso pode também diminuir o volume de líquido sinovial, diminuir a flexibilidade dos ligamentos e tendões e provocar atrofia muscular, que consiste na redução de tamanho ou do volume de um músculo. TESTE RÁPIDO 11. Como a resistência e a tensão dos ligamentos determina a amplitude de movimento? 9.8 Articulações selecionadas do corpo OBJETIVO Identificar as principais articulações do corpo pela localização, classificação e movimentos. Nos Capítulos 7 e 8, discutimos os principais ossos e seus acidentes anatômicos. Neste capítulo, viemos examinando como as articulações são classificadas de acordo com sua estrutura e função e introduzimos os movimentos que ocorrem nas articulações. A Tabela 9.3 (articulações selecionadas do esqueleto axial) e a Tabela 9.4 (articulações selecionadas do esqueleto apendicular) nos ajudarão a integrar as informações aprendidas nos 3 capítulos. Essas tabelas oferecem uma lista de algumas das principais articulações do corpo de acordo com seus componentes, sua classificação estrutural e funcional e o(s) tipo(s) de movimentos que ocorrem em cada uma. Em seguida, vamos examinar com detalhes diversas articulações selecionadas do corpo em uma série de Expos. Cada Expo considera uma articulação sinovial específica e contém (1) uma definição – uma descrição do tipo de articulação e os ossos que a integram; (2) os componentes anatômicos – uma descrição dos principais ligamentos, discos articulares (se existentes), cápsula articular e outras características diferenciais da articulação; e (3) os possíveis movimentos da articulação. Cada expo também encaminha a uma figura que ilustra a articulação. As articulações descritas são a articulação temporomandibular (ATM), a articulação do ombro, a articulação do cotovelo, a articulação do quadril e a articulação do joelho. Uma vez que essas articulações estão descritas nas Expos 9.A a 9.E (Figuras 9.11 a 9.15), não estão incluídas nas Tabelas 9.3 e 9.4. TESTE RÁPIDO 12. Usando as Tabelas 9.3 e 9.4 como guia, identifique apenas as articulações cartilagíneas. TABELA 9.3 Articulações selecionadas do esqueleto axial. ARTICULAÇÃO COMPONENTES ARTICULARES CLASSIFICAÇÃO MOVIMENTOS Sutura Entre os ossos do crânio. Estrutural: brosa. Nenhum. Funcional: an artrose e sinartrose. Atlantoccipital Entre as faces articulares superiores Estrutural: sinovial (condilar). Flexão e extensão da cabeça; ligeira do atlas e os côndilos occipitais do Funcional: diartrose. exão lateral da cabeça para os dois occipital. lados. Atlantoaxial (1) Entre o dente do áxis e o arco Estrutural: sinovial (trocóidea) entre o Rotação da cabeça. anterior do atlas dente do áxis e o arco anterior; (2) Entre as massas laterais do atlas e sinovial (plana) entre as massas áxis. laterais. Funcional: diartrose. Intervertebral (1) Entre os corpos vertebrais Estrutural: cartilagínea (sín se) entre Flexão, extensão, exão lateral e (2) Entre os arcos vertebrais. os corpos vertebrais; sinovial (plana) rotação da coluna vertebral. entre os arcos vertebrais. Funcional: an artrose entre os corpos vertebrais; diartrose entre os arcos vertebrais. Costovertebral (1) Entre as faces das cabeças das Estrutural: sinovial (plana) Ligeiro deslizamento. costelas e as fóveas costais dos corpos Funcional: diartrose. das vértebras torácicas adjacentes e discos intervertebrais entre eles (2) Entre a face articular dos tubérculos das costelas e as fóveas costais dos processos transversos das vértebras torácicas. Esternocostal Entre o esterno e os primeiros sete Estrutural: cartilagínea (sincondrose) Nenhum entre o esterno e o primeiro pares de costelas. entre o esterno e o primeiro par de par de costelas; ligeiro deslizamento costelas; sinovial (plana) entre o entre o esterno e o segundo ao esterno e o segundo ao sétimo par de sétimo par de costelas. costelas. Funcional: sinartrose entre o esterno e o primeiro par de costelas; diartrose entre o esterno e o segundo ao sétimo par de costelas. Lombossacral (1) Entre o corpo da quinta vértebra Estrutural: cartilagínea (sín se) entre Flexão, extensão, exão lateral e lombar e base do sacro o corpo e a base; sinovial (plana) rotação da coluna vertebral. (2) Entre os processos articulares entre os processos articulares. inferiores da quinta vértebra lombar Funcional: an artrose entre o corpo e e os processos articulares superiores a base; diartrose entre os processos da primeira vértebra sacral. articulares. TABELA 9.4 Articulações selecionadas do esqueleto apendicular. ARTICULAÇÃO COMPONENTES ARTICULARES CLASSIFICAÇÃO MOVIMENTOS Esternoclavicular Entre a extremidade esternal da Estrutural: sinovial (plana, trocóidea). Deslizamento, com movimentos clavícula, manúbrio do esterno e Funcional: diartrose. limitados, em praticamente todas as primeira cartilagem costal. direções. Acromioclavicular Entre o acrômio da escápula e a Estrutural: sinovial (plana). Deslizamento e rotação da escápula extremidade acromial da clavícula. Funcional: diartrose. sobre a clavícula. Radiulnar Articulação radiulnar proximal entre Estrutural: sinovial (trocóidea). Rotação do antebraço. a cabeça do rádio e a incisura radial Funcional: diartrose. da ulna; articulação radiulnar distal entre a incisura ulnar do rádio e a cabeça da ulna. Punho (radiocarpal) Entre a extremidade distal do rádio e Estrutural: sinovial (elipsóidea). Flexão, extensão, abdução, adução, o escafoide, o semilunar e o piramidal Funcional: diartrose. circundução e ligeira hiperextensão do carpo. do punho. Intercarpais Entre os ossos da leira proximal do Estrutural: sinovial (plana), exceto a Deslizamento mais exão, extensão, carpo, entre os ossos da leira distal articulação entre escafoide, abdução, adução e ligeira rotação na do carpo e entre as duas leiras dos semilunar e hamato (mediocarpal), a articulação mediocarpal. ossos carpais (articulação qual é sinovial (selar). mediocarpal). Funcional: diartrose. Carpometacarpal Articulação carpometacarpal do Estrutural: sinovial (selar) no polegar; Flexão, extensão, abdução, adução e polegar entre o trapézio do carpo e sinovial (plana) nos outros dedos. circundução no polegar; primeiro metacarpal; articulações Funcional: diartrose. deslizamento nos outros dedos. carpometacarpais dos dedos restantes formadas entre os ossos carpais e do segundo ao quinto metacarpais. Metacarpofalângica e Entre as cabeças dos metacarpais (ou Estrutural: sinovial (elipsóidea). Flexão, extensão, abdução, adução e metatarsofalângica metatarsais) e bases das falanges Funcional: diartrose. circundução das falanges. proximais. Interfalângica Entre as cabeças das falanges e as Estrutural: sinovial (gínglimo) Flexão e extensão das falanges. bases das falanges mais distais. Funcional: diartrose. Sacroilíaca Entre as faces auriculares do sacro e Estrutural: sinovial (plana). Ligeiro deslizamento (mais amplo ílio dos ossos do quadril. Funcional: diartrose. durante a gravidez). Sín se púbica Entre as faces anteriores dos ossos do Estrutural: cartilagínea (sín se). Ligeiro movimento (mais amplo quadril. Funcional: an artrose. durante a gravidez). Tibio bular Articulação tibio bular entre o Estrutural: sinovial (plana) na Ligeiro deslizamento na articulação côndilo lateral da tíbia e a cabeça da articulação proximal; brosa proximal; ligeira rotação da fíbula fíbula; sindesmose tibio bular entre (sindesmose) na articulação distal. durante a dorsi exão do pé. a extremidade distal da fíbula e a Funcional: diartrose na articulação incisura bular da tíbia. proximal; an artrose na articulação distal. Tornozelo (talocrural) (1) Entre a extremidade distal da tíbia Estrutural: sinovial (gínglimo). Dorsi exão e exão plantar. e seu maléolo medial e o tálus; (2) Funcional: diartrose. entre o maléolo lateral da fíbula e o tálus. Intertarsal Articulação talocalcânea entre o tálus Estrutural: sinovial (plana) nas Inversão e eversão do pé. e o calcâneo do tarso; articulação articulações talocalcânea e talocalcaneonavicular entre o tálus, o calcaneocubóidea; sinovial (selar) na calcâneo e o navicular do tarso; articulação talocalcaneonavicular. articulação calcaneocubóidea entre o Funcional: diartrose. calcâneo e o cuboide do tarso. Tarsometatarsal Entre os três cuneiformes do tarso e Estrutural: sinovial (plana). Ligeiro deslizamento. as bases dos 5 ossos metatarsais. Funcional: diartrose. EXPO 9.A Articulação temporomandibular (Figura 9.11) OBJETIVO Descrever os componentes anatômicos da articulação temporomandibular e explicar os movimentos que ocorrem nessa articulação. De馴둂nição A articulação temporomandibular (ATM) é uma articulação combinada do tipo gínglimo e plana, formada pelo processo condilar da mandíbula, fossa mandibular e tubérculo articular do temporal. A articulação temporomandibular é a única articulação livremente móvel entre os ossos do crânio (com exceção dos ossículos da orelha média); todas as outras articulações do crânio são suturas e, portanto, imóveis ou discretamente móveis. Componentes anatômicos 1. Disco articular. Disco fibrocartilaginoso que divide a cavidade articular em compartimentos superior e inferior, cada um com uma membrana sinovial (Figura 9.11C). 2. Cápsula articular. Envoltório fino e razoavelmente frouxo em torno da circunferência da articulação (Figura 9.11A, B). 3. Ligamento lateral. Duas faixas curtas na face lateral da cápsula articular que se estendem inferior e posteriormente a partir da margem inferior e tubérculo do processo zigomático do temporal até a face lateral e posterior do colo da mandíbula. O ligamento lateral é coberto pela glândula parótida; ajuda a reforçar a articulação lateralmente e evita luxação da mandíbula (Figura 9.11A). 4. Ligamento esfenomandibular. Uma faixa fina que se estende inferior e anteriormente da espinha do esfenoide até o ramo da mandíbula (Figura 9.11B). Não contribui de maneira significativa para a resistência da articulação. 5. Ligamento estilomandibular. Faixa espessada da fáscia cervical que se estende do processo estiloide do temporal até a margem posteroinferior do ramo da mandíbula. Esse ligamento separa a glândula parótida da submandibular e limita o movimento da mandíbula na ATM (Figura 9.11A, B). Figura 9.11 Articulação temporomandibular direita (ATM). A ATM é a única articulação móvel entre os ossos do crânio. Que ligamento evita a luxação da mandíbula? Movimentos Na articulação temporomandibular, apenas a mandíbula se movimenta porque o osso temporal está firmemente ancorado aos outros ossos do crânio por meio de suturas. Sendo assim, a mandíbula pode funcionar na depressão (abertura da boca) ou elevação (fechamento da boca), movimentos que ocorrem no compartimento inferior, e na protração, retração, deslocamento lateral e ligeira rotação, que ocorrem no compartimento superior (ver Figura 9.9A­D). TESTE RÁPIDO 13. O que diferencia a articulação temporomandibular das outras articulações do crânio? EXPO 9.B Articulação do ombro (Figura 9.12) OBJETIVO Descrever os componentes anatômicos da articulação do ombro e os movimentos que podem ocorrer nessa articulação. De馴둂nição A articulação do ombro é uma articulação esferóidea, formada pela cabeça do úmero e pela cavidade glenoidal da escápula. Na prática clínica é chamada de articulação glenoumeral. Componentes anatômicos 1. Cápsula articular. Saco fino e frouxo que envolve de maneira completa a articulação e se estende da cavidade glenoidal até o colo anatômico do úmero. A parte inferior da cápsula é sua área mais fraca (Figura 9.12). 2. Ligamento coracoumeral. Ligamento largo e forte que reforça a parte superior da cápsula articular e se estende do processo coracoide da escápula até o tubérculo maior do úmero (Figura 9.12A, B). O ligamento reforça as partes superior e anterior da cápsula articular. 3. Ligamentos glenoumerais. Três espessamentos da cápsula articular sobre a face anterior da articulação que se estendem da cavidade glenoidal até o tubérculo menor e o colo anatômico do úmero. Esses ligamentos são muitas vezes indistintos ou ausentes e conferem apenas um reforço mínimo (Figura 9.12A, B). Eles desempenham função na estabilização articular quando o úmero se aproxima ou excede seus limites de movimento. 4. Ligamento transverso do úmero. Lâmina estreita que se estende entre os tubérculos maior e menor do úmero (Figura 9.12A). O ligamento atua como um retináculo (faixa de retenção de tecido conjuntivo) para segurar o tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial. 5. Lábio glenoidal. Margem estreita de fibrocartilagem em torno da circunferência externa da cavidade glenoidal, que aprofunda discretamente e aumenta discretamente esta cavidade (Figura 9.12B, C). 6. Bolsas. Quatro bolsas (ver Seção 9.4) estão associadas à articulação do ombro. São elas as bolsas subtendínea do m. subescapular (Figura 9.12A), subdeltóidea, subacromial (Figura 9.12A­C) e subcoracóidea. Figura 9.12 Articulação do ombro direito. A maior parte da estabilidade da articulação do ombro é conferida pela disposição dos músculos do manguito rotador. Por que a articulação do ombro apresenta mais liberdade de movimento do que qualquer outra articulação do corpo? Movimentos A articulação do ombro possibilita flexão, extensão, hiperextensão, abdução, adução, rotação medial, rotação lateral e circundução do braço (ver Figuras 9.5 a 9.8). A articulação do ombro apresenta mais liberdade de movimento do que qualquer outra articulação do corpo. Essa liberdade resulta da frouxidão da cápsula articular e da pouca profundidade da cavidade glenoidal em relação ao grande tamanho da cabeça do úmero. Embora os ligamentos da articulação do ombro reforcem­na até certo ponto, grande parte da estabilidade da articulação vem dos músculos que circundam a articulação, especialmente os músculos do manguito rotador. Esses músculos (supraespinal, infraespinal, redondo menor e subescapular) ancoram o úmero na escápula (ver também a Figura 11.15). Os tendões dos músculos do manguito rotador envolvem a articulação (exceto a porção inferior) e circundam intimamente a cápsula articular. Os músculos do manguito rotador atuam como um grupo que mantém a cabeça do úmero na cavidade glenoidal. TESTE RÁPIDO 14. Quais tendões na articulação do ombro de um arremessador de beisebol estão mais propensos à ruptura devido a excesso de circundução? Lesão do manguito rotador, luxação e CORRELAÇÃO CLÍNICA | separação acromioclavicular e ruptura do lábio glenoidal A lesão do manguito rotador consiste na distensão ou ruptura dos músculos do manguito rotador, comum entre os arremessadores de beisebol, jogadores de vôlei, jogadores de esportes com raquete, nadadores e violinistas devido aos movimentos do ombro que envolvem circundução vigorosa. Também ocorre consequentemente a uso e desgaste, envelhecimento, trauma, má postura, levantamento de peso inadequado, movimentos repetitivos de certas atividades ocupacionais, como colocar um objeto em uma prateleira acima da cabeça. Na maioria das vezes, ocorre laceração do tendão do músculo supraespinal do manguito rotador. Esse tendão está especialmente predisposto ao uso e desgaste devido a sua localização entre a cabeça do úmero e o acrômio da escápula, comprimindo o tendão durante os movimentos do ombro. Má postura e mecânica corporal inadequada também aumentam a compressão do tendão do músculo supraespinal. A articulação que mais comumente sofre luxação em adultos é a articulação do ombro porque a concavidade é bastante rasa e os ossos são mantidos juntos pelos músculos de sustentação. Em geral, na luxação do ombro, a cabeça do úmero é deslocada inferiormente, onde a cápsula articular é menos protegida. As luxações da mandíbula, cotovelo, dedos, joelho e quadril são menos frequentes. As luxações são tratadas com repouso, gelo, analgésicos, manipulação manual ou cirurgia seguida pelo uso de uma tipoia e sioterapia. A separação acromioclavicular ocorre na articulação formada pelo acrômio da escápula e pela extremidade acromial da clavícula. Em geral, essa condição resulta de traumatismo forte na articulação, como quando o ombro bate no chão em uma queda. As opções de tratamento são semelhantes às da luxação do ombro, embora a cirurgia seja raramente necessária. Na ruptura do lábio glenoidal, o lábio brocartilaginoso pode se soltar da cavidade glenoidal. Isso faz com que a articulação pareça deslizar para fora de seu lugar. De fato, o ombro pode sofrer luxação em consequência disso. O lábio solto é re xado à margem glenoidal por cirurgia com âncoras e suturas. A articulação reparada é mais estável. EXPO 9.C Articulação do cotovelo (Figura 9.13) OBJETIVO Descrever os componentes anatômicos da articulação do cotovelo e os movimentos que podem ocorrer nessa articulação. De馴둂nição A articulação do cotovelo é um gínglimo formado pela tróclea e capítulo do úmero, incisura troclear da ulna e cabeça do rádio. Componentes anatômicos 1. Cápsula articular. A parte anterior da cápsula articular cobre a região anterior da articulação do cotovelo, a partir das fossas radial e coronoide do úmero até o processo coronoide da ulna e o ligamento anular do rádio. A parte posterior se estende do capítulo, da fossa do olécrano e do epicôndilo lateral do úmero até o ligamento anular do rádio, o olécrano da ulna e a parte posterior da incisura radial (Figura 9.13A, B). 2. Ligamento colateral ulnar. Ligamento espesso e triangular que se estende do epicôndilo medial do úmero até o processo coronoide e o olécrano da ulna (Figura 9.13A). Parte desse ligamento aprofunda o encaixe para a tróclea do úmero. 3. Ligamento colateral radial. Ligamento forte e triangular que se estende do epicôndilo lateral do úmero até o ligamento anular do rádio e a incisura radial da ulna (Figura 9.13B). 4. Ligamento anular do rádio. Forte faixa que circunda a cabeça do rádio, mantendo­a na incisura radial da ulna (Figura 9.13A, B). Figura 9.13 Articulação do cotovelo direito. A articulação do cotovelo é formada por partes de 3 ossos: úmero, ulna e rádio. Que movimentos são possíveis na articulação do tipo gínglimo? Movimentos A articulação do cotovelo possibilita a flexão e a extensão do antebraço (ver Figura 9.5C). Cotovelo de tenista (epicondilite lateral do CORRELAÇÃO CLÍNICA | úmero), epicondilite do jogador de beisebol juvenil e luxação da cabeça do rádio O cotovelo de tenista mais comumente se refere à dor no epicôndilo lateral do úmero, ou nos arredores dele, em geral causada por um backhand (rebatida oblíqua da bola com o dorso da mão orientado no sentido do movimento do braço) executado de maneira inadequada. Os músculos extensores sofrem estiramento ou distensão, resultando em dor. A epicondilite do jogador de beisebol juvenil, que consiste na in amação do epicôndilo medial, normalmente se desenvolve em consequência à prática intensa de arremessos e/ou que envolve arremesso de bola curva, sobretudo entre os mais jovens. Nesse distúrbio, a articulação do cotovelo pode inchar, fragmentar-se ou separar-se. A luxação da cabeça do rádio é a luxação mais comum de membro superior em crianças. Nessa lesão, a cabeça do rádio desliza para trás ou rompe o ligamento anular do rádio, um ligamento que forma um colar ao redor da cabeça radial na articulação radiulnar proximal. A luxação é mais propensa a ocorrer quando uma forte tração é aplicada ao antebraço com o membro estendido e em supinação, por exemplo, quando se balança uma criança com os braços estendidos. TESTE RÁPIDO 15. Na articulação do cotovelo, que ligamentos unem (A) o úmero e a ulna e (B) o úmero e o rádio? EXPO 9.D Articulação do quadril (Figura 9.14) OBJETIVO Descrever os componentes anatômicos da articulação do quadril e os movimentos que podem ocorrer nessa articulação. De馴둂nição A articulação do quadril é uma articulação esferóidea formada pela cabeça do fêmur e pelo acetábulo do osso do quadril. Figura 9.14 Articulação do quadril direito. A cápsula articular da articulação do quadril é uma das estruturas mais fortes do corpo. Quais ligamentos limitam o grau de extensão possível na articulação do quadril? Componentes anatômicos 1. Cápsula articular. Cápsula muito densa e forte que se estende da margem do acetábulo até o colo do fêmur (Figura 9.14C). Com seus ligamentos acessórios, essa é uma das estruturas mais fortes do corpo. A cápsula articular consiste em fibras longitudinais e circulares. As fibras circulares, chamadas de zona orbicular, formam um colar ao redor do colo do fêmur. Ligamentos acessórios conhecidos como ligamento iliofemoral, ligamento pubofemoral e ligamento isquiofemoral reforçam as fibras longitudinais da cápsula articular. 2. Ligamento iliofemoral. Porção espessada da cápsula articular que se estende da espinha ilíaca anteroinferior do osso do quadril até a linha intertrocantérica do fêmur (Figura 9.14A, B). É considerado o ligamento mais forte do corpo e evita a hiperextensão do fêmur na articulação do quadril em posição ortostática. 3. Ligamento pubofemoral. Porção espessada da cápsula articular que se estende da parte púbica da margem do acetábulo até o colo do fêmur (Figura 9.14A). Esse ligamento evita a abdução excessiva do fêmur na articulação do quadril e reforça a cápsula articular. 4. Ligamento isquiofemoral. Porção espessada da cápsula articular que se estende da parede isquiática do acetábulo até o colo do fêmur (Figura 9.14B). Esse ligamento encontra­se frouxo durante a adução, tenso durante a abdução e reforça a cápsula articular. 5. Ligamento da cabeça do fêmur. Faixa plana e triangular (originalmente uma dobra sinovial) que se estende da fossa do acetábulo até a fóvea da cabeça do fêmur (Figura 9.14C). Em geral, o ligamento contém uma pequena artéria que supre a cabeça do fêmur. 6. Lábio do acetábulo. Uma borda de fibrocartilagem fixada à margem do acetábulo que aumenta a sua profundidade (Figura 9.14C). Por isso, a luxação do fêmur é rara. 7. Ligamento transverso do acetábulo. Forte ligamento que cruza a incisura do acetábulo. Sustenta parte do lábio do acetábulo e está conectado ao ligamento da cabeça do fêmur e à cápsula articular (Figura 9.14C). Movimentos A articulação do quadril possibilita flexão, extensão, abdução, adução, rotação lateral, rotação medial e circundução da coxa (ver Figuras 9.5 a 9.8). A extrema estabilidade da articulação do quadril está relacionada com a forte cápsula articular e seus ligamentos acessórios, com a maneira pela qual o fêmur se encaixa no acetábulo e com os músculos ao redor da articulação. Embora as articulações do ombro e do quadril sejam esferóideas, as articulações dos quadris não apresentam arco de movimento amplo. A flexão é limitada pela face anterior da coxa que entra em contato com a parede abdominal anterior quando o joelho é flexionado e pela tensão dos músculos isquiotibiais quando o joelho está estendido. A extensão é restrita pela tensão dos ligamentos iliofemoral, pubofemoral e isquiofemoral. A abdução é contida pela tensão do ligamento pubofemoral e a adução pelo contato com o membro oposto e pela tensão do ligamento da cabeça do fêmur. A rotação medial é limitada pela tensão no ligamento isquiofemoral e a rotação lateral pela tensão dos ligamentos iliofemoral e pubofemoral. TESTE RÁPIDO 16. Por que a luxação do fêmur é tão rara? EXPO 9.E Articulação do joelho (Figura 9.15) OBJETIVO Descrever os principais componentes anatômicos da articulação do joelho e explicar os movimentos que podem ocorrer nessa articulação. De馴둂nição A articulação do joelho (articulação tibiofemoral) é a maior e mais complexa articulação do corpo (Figura 9.15). Trata­se de uma articulação do tipo gínglimo modificada (porque seu movimento principal é um movimento de dobradiça uniaxial) que consiste em 3 articulações dentro de uma única cavidade articular: 1. Lateralmente se encontra a articulação tibiofemoral, entre o côndilo lateral do fêmur, o menisco lateral e o côndilo lateral da tíbia, que consiste no osso de sustentação de peso da perna. 2. Medialmente se encontra a outra articulação tibiofemoral, entre o côndilo medial do fêmur, o menisco medial e o côndilo medial da tíbia. 3. A articulação femoropatelar é aquela intermediária entre a patela e a face patelar do fêmur. Componentes anatômicos 1. Cápsula articular. Uma cápsula independente e incompleta une os ossos da articulação do joelho. A bainha ligamentar ao redor da articulação consiste, principalmente, em tendões musculares e suas expansões (Figura 9.15E­ G). Há, no entanto, algumas fibras capsulares conectando os ossos da articulação. 2. Retináculos lateral e medial da patela. Fusão dos tendões de inserção do quadríceps femoral e da fáscia lata que reforçam a face anterior da articulação (Figura 9.15E). 3. Ligamento da patela. Continuação do tendão comum de inserção do músculo quadríceps femoral que se estende da patela até a tuberosidade da tíbia. Também reforça a parte anterior da articulação. A face posterior do ligamento é separada da membrana sinovial da articulação por um corpo adiposo infrapatelar (Figura 9.15C­E). 4. Ligamento poplíteo oblíquo. Um largo ligamento achatado que se estende da fossa intercondilar e do côndilo lateral do fêmur até a cabeça e o côndilo medial da tíbia (Figura 9.15F, H). O ligamento reforça a parte posterior da articulação. 5. Ligamento poplíteo arqueado. Estende­se do côndilo lateral do fêmur até o processo estiloide da cabeça da fíbula. Reforça a parte lateral e inferior da face posterior da articulação (Figura 9.15F). 6. Ligamento colateral tibial. Ligamento largo e achatado que se encontra na face medial da articulação e que se estende do côndilo medial do fêmur até o côndilo medial da tíbia (Figura 9.15A, E­H). Os tendões dos músculos sartório, grácil e semitendíneo, que reforçam a face medial da articulação, cruzam o ligamento. O ligamento colateral tibial está firmemente fixado ao menisco medial. 7. Ligamento colateral fibular. Forte ligamento arredondado que se encontra na face lateral da articulação e que se estende do côndilo lateral do fêmur até o lado lateral da cabeça da fíbula (Figura 9.15A, E­H). Reforça a face lateral da articulação. O ligamento é coberto pelo tendão do músculo bíceps femoral. O tendão do músculo poplíteo é profundo ao ligamento. 8. Ligamentos intracapsulares. Ligamentos encontrados dentro da cápsula que conectam a tíbia e o fêmur. Os ligamentos cruzados anterior e posterior são assim chamados por conta de suas origens em relação à área intercondilar da tíbia. A partir das suas origens, eles se cruzam no meio do caminho até seus destinos no fêmur. a. Ligamento cruzado anterior (LCA). Estende­se posterior e lateralmente de um ponto anterior à área intercondilar da tíbia até a parte posterior da face medial do côndilo lateral do fêmur (Figura 9.15A, B, H). O LCA limita a hiperextensão do joelho (que normalmente não ocorre nessa articulação) e evita o deslizamento anterior da tíbia sobre o fêmur. Esse ligamento é estirado ou rompido em cerca de 70% de todas as lesões graves de joelho. As lesões de LCA são muito mais comuns em mulheres do que em homens, talvez com uma frequência de 3 a 6 vezes superior. As razões para isso não são claras, mas podem ter relação com o fato de haver menos espaço entre o côndilo femoral nas mulheres de forma a limitar o espaço para o movimento do LCA; com a pelve mais larga das mulheres que cria um ângulo maior entre o fêmur e a tíbia e aumenta o risco de ruptura de LCA; com os hormônios femininos que conferem maior flexibilidade aos ligamentos, músculos e tendões, e que não os fazem absorver os estresses aplicados a eles, transferindo, dessa forma, os estresses ao LCA; e com a força muscular menor das mulheres, que as torna mais dependentes do LCA para manter o joelho no lugar. b. Ligamento cruzado posterior (LCP). Estende­se anterior e medialmente a partir de uma depressão na área intercondilar posterior da tíbia e do menisco lateral até a parte anterior da face lateral do côndilo medial do fêmur (Figura 9.15A, B, H). O LCP evita o deslizamento posterior da tíbia (e deslizamento anterior do fêmur) quando o joelho é flexionado, o que é muito importante para descer degraus ou uma ladeira íngreme. 9. Meniscos. Dois discos de fibrocartilagem entre os côndilos tibial e femoral ajudam a compensar as formas irregulares dos ossos e a fazer circular o líquido sinovial. a. Menisco medial. Pedaço semicircular de fibrocartilagem (em forma de C). Sua extremidade anterior está fixada à fossa intercondilar anterior da tíbia, anteriormente ao ligamento cruzado anterior. Sua extremidade posterior está presa à fossa intercondilar posterior da tíbia entre as inserções do ligamento cruzado posterior e do menisco lateral (Figura 9.15A, B, D, H). b. Menisco lateral. Pedaço praticamente circular de fibrocartilagem (formato próximo de um O incompleto) (Figura 9.15A, B, D, H). Sua extremidade anterior está fixada anteriormente à eminência intercondilar da tíbia e lateral e posteriormente ao ligamento cruzado anterior. Sua extremidade posterior está presa posteriormente à eminência intercondilar da tíbia e anteriormente à extremidade posterior do menisco medial. As faces anteriores dos meniscos lateral e medial estão conectadas uma à outra pelo ligamento transverso do joelho (Figura 9.15A) e às margens da cabeça da tíbia pelos ligamentos coronários do joelho (não ilustrados). 10. As bolsas mais importantes do joelho são: a. Bolsa subcutânea pré­patelar entre a patela e a pele (Figura 9.15C, D). b. Bolsa infrapatelar profunda entre a parte superior da tíbia e o ligamento da patela (Figura 9.15C­E). c. Bolsa suprapatelar entre a parte inferior do fêmur e a face profunda do músculo quadríceps femoral (Figura 9.15C­E). Figura 9.15 Articulação do joelho direito (tibiofemoral). A articulação do joelho é a maior e mais complexa articulação do corpo. Que movimento ocorre na articulação do joelho quando o músculo quadríceps femoral (na região anterior da coxa) se contrai? Movimentos Na articulação do joelho ocorrem flexão, extensão, ligeira rotação medial e lateral da perna na posição flexionada (ver Figuras 9.5F e 9.8C). TESTE RÁPIDO 17. Quais são as funções de oposição dos ligamentos cruzados anterior e posterior? CORRELAÇÃO CLÍNICA | Lesões do joelho A articulação do joelho é a mais vulnerável a dano porque é móvel e sustenta peso, e sua estabilidade depende quase que inteiramente de seus músculos e ligamentos associados. Além disso, não há encaixe complementar entre as superfícies ósseas da articulação. A seguir, alguns vários tipos de lesão do joelho. O edema de joelho pode ocorrer imediatamente ou horas depois de uma lesão. O edema inicial é decorrente do extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos dani cados adjacentes à área lesionada, incluindo ruptura do ligamento cruzado anterior, dano das membranas sinoviais, ruptura de menisco, fraturas e estiramentos de ligamentos colaterais. O edema tardio decorre da produção excessiva de líquido sinovial, uma condição comumente chamada pelo leigo de “água no joelho”. A forte xação do ligamento colateral tibial ao menisco medial é clinicamente importante porque a ruptura do ligamento, em geral, também resulta em lesão do menisco. Tal lesão pode ocorrer em esportes como futebol americano e o rugby, quando o joelho recebe uma pancada na face lateral com o pé xo ao chão. A força da pancada também pode romper o ligamento cruzado anterior, também conectado ao menisco medial. O termo “tríade infeliz” é aplicado à lesão que envolve dano dos três componentes do joelho ao mesmo tempo: ligamento colateral tibial, menisco medial e ligamento cruzado anterior. A luxação do joelho se refere ao deslocamento da tíbia com relação ao fêmur. O tipo mais comum de luxação é a anterior, resultante da hiperextensão do joelho. O dano da artéria poplítea é uma consequência frequente da luxação do joelho. Se não houver necessidade de cirurgia, o tratamento das lesões do joelho envolve imobilização, repouso, gelo, compressão e elevação) com alguns exercícios de fortalecimento e, talvez, sioterapia. 9.9 Envelhecimento e articulações OBJETIVO Explicar os efeitos do envelhecimento sobre as articulações. Em geral, o envelhecimento ocasiona a redução da produção de líquido sinovial nas articulações. Além disso, a cartilagem articular se torna mais fina com o avanço da idade e os ligamentos encurtam e perdem parte da flexibilidade. Os efeitos do envelhecimento sobre as articulações são influenciados por fatores genéticos e pelo uso e desgaste, além de variar de maneira considerável de uma pessoa para outra. Embora as alterações degenerativas nas articulações possam começar cedo, por volta dos 20 anos de idade, a maior parte das alterações não acontecem tão cedo. Por volta dos 80 anos, quase todo mundo desenvolveu algum tipo de degeneração nos joelhos, cotovelos, quadris e ombros. Também é comum o desenvolvimento por indivíduos idosos de alterações degenerativas na coluna vertebral, produzindo uma postura curvada e pressão sobre as raízes nervosas. Um tipo de artrite, chamado osteoartrite (ver Desequilíbrios homeostáticos ao final deste capítulo), tem, pelo menos parcialmente, relação com a idade. Quase todo mundo com mais de 70 anos de idade apresenta evidências de algumas alterações osteoartríticas. Exercícios de alongamento e aeróbicos que tentam manter a amplitude total de movimento são úteis na minimização dos efeitos do envelhecimento. Esses exercícios ajudam a manter o funcionamento efetivo dos ligamentos, tendões, músculos, líquido sinovial e da cartilagem articular. TESTE RÁPIDO 18. Quais articulações mostram evidências de degeneração em praticamente todos os indivíduos com o avanço do envelhecimento? 9.10 Artroplastia OBJETIVO Explicar os procedimentos envolvidos na artroplastia e descrever como é realizada a artroplastia completa do quadril. As articulações muito danificadas por doenças, como artrite, ou por lesão podem ser cirurgicamente substituídas por articulações artificiais em um procedimento chamado de artroplastia. Embora a maioria das articulações no corpo possa ser reparada por artroplastia, aquelas substituídas com mais frequência são as do quadril, joelho e ombro. Cerca de 400.000 artroplastias do quadril e cerca de 300.000 de joelho são realizadas todos os anos nos EUA. Durante o procedimento, as extremidades dos ossos danificados são removidas e componentes de metal, cerâmica ou plástico são aplicados. Os objetivos da artroplastia são alívio da dor e aumento da amplitude de movimento. Artroplastia do quadril

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