Fraturas e Reparos dos Ossos da Cabeça e Pescoço PDF
Document Details
Uploaded by JoyousBaritoneSaxophone
UNINASSAU
Eduardo Soares
Tags
Summary
Este documento fornece informações sobre fraturas e reparos dos ossos da cabeça e pescoço, incluindo tipos de fraturas, abordando também a anatomia da região, e as fraturas em locais como a fossa anterior do crânio e a região do ptério. A apresentação é visualmente organizada e destina-se a um público de nível profissional, como estudantes de saúde ou profissionais de saúde.
Full Transcript
FRATURAS E REPAROS DOS OSSOS DA CABEÇA E PESCOÇO PROF. EDUARDO SOARES BIOMÉDICO FRATURAS Fratura é a ruptura total ou parcial de um osso, que pode ser causada por impactos ou sobrecarga. As fraturas podem ser completas ou incompletas,...
FRATURAS E REPAROS DOS OSSOS DA CABEÇA E PESCOÇO PROF. EDUARDO SOARES BIOMÉDICO FRATURAS Fratura é a ruptura total ou parcial de um osso, que pode ser causada por impactos ou sobrecarga. As fraturas podem ser completas ou incompletas, e podem ou não sair do lugar. FRATURAS MANDIBULARES FOSSAS CRANIANAS Fraturas da fossa anterior do crânio (lâmina cribriforme do etmoide) A lâmina cribriforme do etmoide é uma área de fragilidade do crânio, que comunica a cavidade nasal com a fossa anterior do crânio. Algumas fraturas de crânio ou da face podem levar ao rompimento desta, lesando os filetes do nervo olfatório (I) e de suas bainhas, formadas por extensões inferiores da duramáter. Neste caso, ocorrerá extravasamento do líquido cerebrospinal através do nariz (rinorreia), e o paciente ainda terá perda do olfato (anosmia). Fraturas cranianas na região do ptério O ptério é importante, pois se relaciona internamente com o ramo anterior da artéria meníngea média e também com a impressão do sulco lateral do telencéfalo. O crânio nessa região é bastante delgado, e traumatismos nessa área podem causar fraturas que rompem a duramáter e a artéria meníngea média, provocando um hematoma extradural. Esse hematoma, se não identificado, comprimirá gradualmente o encéfalo inferiormente para o forame magno, levando à compressão do bulbo pelo cerebelo, com consequente parada cardiorrespiratória. No caso de traumatismos nessa região, torna-se necessário deixar o paciente em observação neurológica durante pelo menos 24 horas, pois aumentos na pressão intracraniana podem exigir neurocirurgia para descomprimir o cérebro e/ou conter sangramentos intracranianos. Fraturas do túber da maxila Exodontias de terceiros molares superiores realizadas com movimentos de luxação posterior excessivos podem fraturar o túber da maxila, e às vezes áreas maiores, estendendose superiormente pela face infratemporal, sobretudo quando o seio maxilar está muito pneumatizado. Zonas de resistência A maxila tem três pilares de sustentação: o pilar canino, o pilar zigomático e o pilar pterigóideo. Eles não são verticais e retilíneos como verdadeiros pilares de construção, porque têm de se curvar em torno da cavidade nasal e da órbita. Esses pilares são interligados entre si por vigas horizontais, que atuam estabilizando os pilares. Zonas de fragilidade As zonas de fragilidade costumam ser perpendiculares às zonas de resistência. Para derrubar um prédio, basta quebrar lateralmente seus pilares ou pilotis. Para a maxila, o raciocínio é o mesmo, e suas linhas de fragilidade são predominantemente horizontais. René Le Fort (1901) estudou as fraturas da maxila em cadáveres, atirandoos ao solo e, posteriormente, dissecandoos. Ele, então, classificou as zonas de fragilidade da maxila, e essa classificação ainda hoje é utilizada. Assim, descrevemse as fraturas tipo Le Fort I, Le Fort II e Le Fort III FRATURA TIPO LE FORT I (HORIZONTAL OU SUBAPICAL) Esta linha de fratura ocorre imediatamente acima dos ápices dos dentes e estende-se posteriormente até a parte inferior do processo pterigoide do esfenoide. Separase, assim, o processo alveolar do corpo da maxila de cada lado; e fraturam-se, ainda, o septo nasal ósseo (vômer), os dois palatinos e os dois processos pterigóideos. Ocorre, portanto, fratura dos três pilares de sustentação da maxila na base destes, próximo aos alvéolos. FRATURA TIPO LE FORT II (PIRAMIDAL) A fratura é semelhante à do tipo Le Fort I na região lateral e posterior. Contudo, na face anterior da maxila, ela se dirige superiormente, através das paredes do seio maxilar, fraturando a margem inferior da órbita, mantém íntegro o osso zigomático, passa pela margem medial da órbita e fratura o processo frontal da maxila e o osso nasal, próximo ao frontal. Dessa maneira, separa o viscerocrânio do neurocrânio na região da raiz do nariz. Internamente, há fratura alta do septo nasal e do osso etmoide e, ocasionalmente, fratura de sua lâmina cribriforme, podendo inclusive ocorrer rinorreia (perda de líquido cerebrospinal pelo nariz). Os três pilares de sustentação da maxila são fraturados. Os pilares pterigóideo e zigomático são fraturados no mesmo ponto que na Le Fort I ou um pouco acima. O pilar canino se fratura quando este alcança a base do crânio e ainda se quebra a margem infraorbital, a viga horizontal que une o pilar canino ao zigomático. FRATURA TIPO LE FORT III (DISJUNÇÃO CRANIOFACIAL) Esta é uma fratura mais alta, em que ocorre disjunção completa entre o viscerocrânio e o neurocrânio. Todos os pilares de sustentação da maxila são fraturados na base do crânio. A fratura anteriormente é semelhante à do tipo Le Fort II, podendo também ocorrer rinorreia devido à fratura do etmoide. Ela segue pelas paredes medial e lateral da órbita, passando pela sutura frontozigomática. Fraturamse, ainda, o arco zigomático e os processos pterigoides e o septo nasal na base do crânio Mandíbula A mandíbula é um osso bem mais resistente que a maxila, pois, além de suportar as forças mastigatórias oclusais, ainda resiste à ação de todos os músculos da mastigação que nela se inserem. Finalmente, ela suporta e transmite essas forças ao crânio por meio da ATM, sem o auxílio de outros ossos. Assim, ela apresenta corticais ósseas bastante espessas e seu osso trabeculado é orientado para distribuir adequadamente as forças que incidem na mandíbula. Zonas de fragilidade