Aula 02 - Fisiopatologia da Espasticidade PDF
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Unibra Centro Universitário Brasileiro
Dra. Waydja Marinho
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Esta apresentação descreve a fisiopatologia da espasticidade, incluindo conceitos, epidemiologia, etiologia, e os mecanismos fisiológicos envolvidos. São abordados aspectos relacionados às vias corticoespinhais e aos fusos musculares.
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15/08/2024 ESPASTICIDADE: FISIOPATOLOGIA Professora: Dra. Waydja Marinho Conteúdo da aula Conceito Epidemiologia Etiologia Fisiopatologia Quadro clínico D...
15/08/2024 ESPASTICIDADE: FISIOPATOLOGIA Professora: Dra. Waydja Marinho Conteúdo da aula Conceito Epidemiologia Etiologia Fisiopatologia Quadro clínico Diagnóstico Tratamento Prognóstico Avaliação fisioterapêutica Fisioterapia 1 15/08/2024 Conceito “A espasticidade é um distúrbio motor caracterizado pelo aumento do tônus muscular, dependente da velocidade, associado à exacerbação do reflexo miotático.” PCDT: MS (2017). Conceito Tônus Espasticidade Reflexo miotático 2 15/08/2024 Epidemiologia *Não há dados epidemiológicos oficiais no Brasil. PCDT: MS (2017). Etiologia A espasticidade enquanto sinal clínico é causada por lesão de motoneurônios superiores (vias corticoespinhais). Adultos Crianças AVE, TCE, PC... TRM... 3 15/08/2024 Fisiopatologia Para entendermos a fisiopatologia da espasticidade, antes é necessário compreender a neurofisiologia dos fusos musculares, do reflexo miotático e das vias corticoespinhais. Vias corticoespinhais Fusos Reflexo musculares miotático Fuso muscular – componentes Fusos musculares são constituídos por fibras musculares intrafusais e suas inervações aferentes e eferentes. Fibras intrafusais MN alfa F. intrafusais Aferente: Ia e II F. sensitivas Região Eferente: MN gama MN gama contrátil Fibras extrafusais Região não-contrátil Eferente: MN alfa F. extrafusais 4 15/08/2024 Fuso muscular – função Os fusos musculares são receptores sensoriais (mecanorreceptores) responsáveis pela detecção de estiramento muscular. MN gama MN alfa F. intrafusais Induz tensão as fibras F. sensitivas Região intrafusais. MN gama contrátil F. sensitivas Região Percebem o grau de não-contrátil comprimento das fibras intrafusais. F. extrafusais Reflexo miotático É um reflexo medular cuja função é proteger o músculo de um estiramento excessivo que possa gerar lesão. 5 15/08/2024 Reflexo miotático Vias corticoespinhais Motoneurônios superiores MN alfa Promove contração das fibras extrafusais e movimento quando estimulado pelos MNS ou pelo reflexo miotático. MN gama Estimula a tensão nas fibras intrafusais, regulando a sensibilidade dos fusos e é inibido pelos MNS. 6 15/08/2024 Vias corticoespinhais Paresia MN alfa Plegia Hipertonia MN gama Hiperreflexia Fisiopatologia da espasticidade Lesão de neurônios motores superiores no sistema nervoso central Síndrome do motoneurônio superior ou Síndrome piramidal Aumento do tônus muscular e do reflexo miotático ESPASTICIDADE! 7 15/08/2024 Quadro clínico Hipertonia: aumento anormal do tônus muscular (hipertonia elástica); Hiperreflexia: exacerbação dos reflexos profundos; Sinal de canivete: aumento da resistência dos músculos à movimentação passiva/alongamento; Clônus Fraqueza muscular Diminuição da destreza manual Sinal de Babinski positivo Atrofia Quadro clínico Redução da capacidade funcional Limitação da ADM Dor Aumento do gasto energético Prejuízos nas AVDs Contraturas, rigidez, luxações e deformidades articulares. “Por outro lado, o aumento do tônus muscular pode contribuir para estabilização articular, melhora postural, facilitação das trocas de decúbito e transferências. Portanto, é uma situação clínica a ser modulada e não completamente eliminada.” PCDT: MS (2017). 8 15/08/2024 Quadro clínico Quadro clínico Vídeos: https://www.youtube.com/watch?v=2Th4K_RE65E https://www.youtube.com/watch?v=ggGquuVlFTE https://www.youtube.com/watch?v=1YK28WLejMY https://www.youtube.com/shorts/AouPO_t-kS4 https://www.youtube.com/watch?v=xWsD6v8QAes 9 15/08/2024 Diagnóstico O diagnóstico é clínico e, no exame físico do paciente, gradua-se o tônus muscular segundo a escala de Ashworth modificada. Confirmação dos grupos musculares espásticos: eletroneuromiografia dinâmica, eletroestimulação ou punção guiada por ultrassonografia. A espasticidade não é uma doença, mas um sinal clínico existente em algumas condições neurológicas. PCDT: MS (2017). Diagnóstico (CID-10) Diagnóstico da doença correspondente. 10 15/08/2024 Tratamento Equipe multiprofissional: médica, fisioterapia, TO, fonoaudiologia. Medicamentos orais (eventos adversos) Toxina botulínica tipo A (TBA) Cirurgia (implantação da bomba de baclofeno e rizotomia dorsal) PROFISIO (2017) Toxina botulínica tipo A (TBA) TBA: proteína produzida pelo Clostridium botulinum (bacilo anaeróbio causador do botulismo, uma intoxicação alimentar sistêmica que provoca, entre outros sintomas, a paralisia muscular flácida); A TBA bloqueia a liberação de acetilcolina, o principal neurotransmissor da placa motora, interrompendo a transmissão neuronal e tendo como consequência o bloqueio neuromuscular. 11 15/08/2024 Toxina botulínica tipo A (TBA) Para redução do tônus muscular em casos de espasticidade focal ou segmentar; Em quadros de espasticidade generalizada, não é recomendada; A duração do efeito é variável e recomenda-se a reavaliação em 4 a 6 semanas após cada aplicação, sendo as demais reavaliações realizadas a critério médico; Há critérios de inclusão e exclusão! PCDT: MS (2017). Prognóstico Uma vez que a espasticidade é causada pela lesão de motoneurônios superiores, o prognóstico é reservado-ruim. 12 15/08/2024 Avaliação fisioterapêutica Anamnese Inspeção dos padrões posturais apresentados e do desempenho funcional Avaliação das amplitudes de movimento articulares Diferenciar espasticidade, encurtamento muscular e bloqueio articular. Sensibilidade Propriocepção Capacidade muscular Desequilíbrios entre agonista e antagonista Escalas próprias para espasticidade Avaliação quantitativa e qualitativa do desempenho funcional PROFISIO (2017) Instrumentos de avaliação Ewoldt e colaboradores (2016) 13 15/08/2024 Testes isolados Teste de Duncan-Ely: tem como objetivo identificar se o padrão flexor do quadril está relacionado à espasticidade do reto femoral ou do iliopsoas; Teste de Thomas: confirmar a presença da espasticidade no músculo iliopsoas; Prova de Silfverskiold: o objetivo é diferenciar a espasticidade do gastrocnêmio e do solear. PROFISIO (2017) Avaliação em atividades funcionais A avaliação durante as atividades funcionais é importante por causa da hipertonia reativa; Nesse caso o tônus tende a aumentar durante o esforço e a ter maior impacto na execução de tarefas simples. PROFISIO (2017) 14 15/08/2024 Impossibilidade de avaliação completa avaliar e identificar como prevenir complicações secundárias à espasticidade; identificar como melhorar a capacidade de realizar a higiene; diminuir a sobrecarga do cuidador; diminuir a dor; melhorar a qualidade de vida do indivíduo. PROFISIO (2017) Fisioterapia Cinesioterapia: ganho de amplitude de movimento, relaxamento, fortalecimento muscular, treinamento funcional. PROFISIO (2017) 15 15/08/2024 Fisioterapia Relaxamento muscular, com efeito a curto prazo: alongamento mantido; aproximação e afastamento lento das articulações; compressão mantida dos tendões; mobilização articular por toda a amplitude (pontos-chave - cintura escapular, tronco e pelve); crioterapia por 20 minutos; imersão em água morna. Têm efeito imediato, por curto período e são utilizados normalmente para posicionamento das órteses, higiene e preparação do segmento para o treino com foco na ativação voluntária e no controle motor. Fisioterapia Outras estratégias: uso de órteses; estimulação elétrica funcional; terapia por contensão induzida; terapia robótica (pouco utilizada na prática clínica por conta do alto custo). PROFISIO (2017) 16 15/08/2024 Conteúdo da aula Conceito Epidemiologia Etiologia Fisiopatologia Quadro clínico Diagnóstico Tratamento Prognóstico Avaliação fisioterapêutica Fisioterapia 17