Life Cycle Design e ciclo de vida dos produtos PDF
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This document discusses Life Cycle Design (LCD) and the complete lifecycle of a product, from its initial design to disposal. It emphasizes a holistic perspective that considers the environmental impact throughout all stages. Key themes include minimizing environmental harm and optimizing product efficiency.
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AS OPORTUNIDADES E OS VÍNCULOS ECONÔMICOS PARA O LIFE CYCLE DESIGN Um projeto criativo e inteligente leva em consideração o Ciclo de vida do sistema- Produto, ou seja, o Life Cycle Design. 1 O PRO...
AS OPORTUNIDADES E OS VÍNCULOS ECONÔMICOS PARA O LIFE CYCLE DESIGN Um projeto criativo e inteligente leva em consideração o Ciclo de vida do sistema- Produto, ou seja, o Life Cycle Design. 1 O PROJETO DO CICLO DE VIDA: CONCEITO DE LIFE CYCLE DESIGN Os limites ambientais mostram que não é mais possível conceber qualquer atividade de design sem confrontá-la com o conjunto das relações que durante o seu ciclo de vida, o produto vai ter no meio ambiente. Ninguém mais nega que um produto deve provocar um baixo impacto ambiental ao ser produzido, distribuído, utilizado e eliminado/descartado. Logo, uma nova abordagem no desenvolvimento de produtos ambientalmente conscientes terá de basear-se em uma visão mais ampla do que aquela geralmente adotada hoje: O produto deve ser projetado considerando, em todas as suas fases, o conceito de ciclo de vida. Isto tudo implica a passagem do projeto de um produto, ao projeto do sistema-produto inteiro, ou seja, o conjunto dos acontecimentos que determinam o produto e o acompanham durante o seu ciclo de vida. Assim, o design assume uma abordagem sistêmica, passando do produto ao sistema-produto como um todo. 1 No futuro, portanto, uma das tarefas para o desenvolvimento de novos produtos vai ser a de projetar o ciclo de vida inteiro do produto, ou, como se diz em inglês, projetar o Life Cycle Design (LCD). Estabelece-se assim um critério metodológico que permite particularizar o conjunto das consequências de uma proposta de produto. 1.1 O CICLO DE VIDA DO SISTEMA-PRODUTO O conceito do ciclo de vida ou Life Cycle Design (LCD) refere-se às trocas entre o ambiente e o conjunto dos processos que acompanham o ‘nascimento, vida e a morte de um produto’, ou seja, a extração dos recursos necessários da produção dos materiais que o compõe (nascimento) até o último tratamento (morte) desses mesmos materiais após o uso do produto. Estes processos vêm normalmente reagrupados nas seguintes fases, que esquematizam o ciclo de vida de um produto, sendo: Pré-produção, Produção, Distribuição, Uso, Descarte. São elas: a) A pré-produção é a fase em que são produzidos os materiais (matérias-primas semielaboradas) utilizadas para a produção dos componentes, onde devem ser observados se os recursos são recuperáveis em dois momentos: pré-consumo e pós-consumo. Os recursos de pré-consumo são constituídos de descartes, refugos, ou excedentes gerados durante a produção. Os recursos de pós-consumo são os materiais provenientes dos produtos e das embalagens depois de terem passado pelas mãos dos consumidores finais. b) A produção é o processo da transformação do material onde podemos distinguir três momentos fundamentais: a transformação dos materiais; a montagem; o acabamento. Os materiais transportados do local de pré-produção à fábrica são armazenados e no devido tempo, transportados para as maquinarias que os transformam em 2 componentes. Depois, os componentes serão montados com a finalidade de se obter o produto final, e distribuídos. c) A Distribuição é a fase onde os produtos são movimentados. Três momentos fundamentais caracterizam a distribuição: a embalagem, o transporte, a armazenagem. O produto acabado é embalado para que chegue íntegro nas mãos do usuário final e capaz de funcionar. O transporte pode ser feito por vários meios (trem, caminhão, navio, avião, portadores etc.) para um local intermédio ou diretamente para aquele em que vai ser utilizado (o cliente final). d) O Uso é a fase onde o produto está sendo consumido. Duas atividades fundamentais caracterizam normalmente esta fase: o uso ou consumo, o serviço. Os materiais de um produto podem ser reciclados, passar por um processo de compostagem ou ser incinerados (queimados). 1.2 OBJETIVO E ABORDAGEM DO LIFE CYCLE DESIGN O objetivo do Life Cycle Design é o de reduzir a carga ambiental associada a todo o ciclo de vida de um produto. Em outras palavras, a intenção é criar uma ideia sistêmica de produto, em que os inputs de materiais e de energia bem como o impacto de todas as emissões e refugos sejam reduzidos ao mínimo possível, seja em termos quantitativos ou qualitativos, ponderando assim a nocividade de seus efeitos. Leva a considerar no projeto todas as atividades que caracterizam o produto durante o ciclo de vida, pondo-as em relação com o conjunto das trocas (os inputs e outputs dos vários processos) que elas terão com o meio ambiente. Logo, no processo de projeto, deverá ser definido um perfil das fases do ciclo de vida do produto, partindo da extração da matéria-prima, até à eliminação dos seus refugos e dos resíduos. Na verdade, poucas vezes o projetista/produtor é o único responsável pelo sistema-produto como um todo. De fato, vários atores participam e 3 controlam os vários processos no decorrer do ciclo de vida de um produto, ou seja, fornecedores de matérias-primas e de materiais semielaborados, os produtores, os distribuidores, os usuários, os organismos públicos e ainda as empresas que se ocupam do descarte/eliminação. Em outras palavras, varia de uma forma muito ampla o grau com que podemos efetivamente determinar, na fase de projeto, a complexidade dos processos que acompanham o produto em todo o seu ciclo de vida. Essa variabilidade é função de vários elementos, entre eles, o tamanho da empresa, as legislações e o tipo de produto. Uma abordagem correta e eficaz baseada em Life Cycle Design deve considerar todas as fases com o objetivo de minimizar o impacto ambiental, mas fazê-lo em relação à melhor ou à mais provável das configurações do sistema. Um designer que faça uso de tal abordagem sistêmica (em quaisquer dos casos acima citados) vai identificar com mais facilidade os impactos ambientais dos produtos a fim de reduzi-los com eficácia, sem se limitar a deslocar tais impactos de uma fase para outra do ciclo de vida do produto. 2 INTEGRACAO NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DOS PRODUTOS O Life Cycle Design é um critério que integra os requisitos ambientais no processo de projeto/desenvolvimento dos produtos. Uma vez definida a estratégia (sustentável) de um novo produto, aquilo que for projetado deverá adotar uma abordagem que considere o ciclo de vida, ou seja, as fases que sucedem o projeto das estratégias de produto a partir do concept design. 2.1 ESTADO DA ARTE O Life Cycle Design é muito mais avançado em termos de definição dos conceitos a serem seguidos do que em termos de aplicações práticas. 4 As razões econômicas residem na fragmentação dos atores e de seus interesses durante o ciclo de vida do produto. Existem diversos critérios de avaliação do impacto ambiental e os resultados dependem da escolha desse mesmo critério. 2.2 ESTRATÉGIAS DE LIFE CYCLE DESIGN As estratégias apresentadas nesta perspectiva são as seguintes: Minimização dos recursos e uso de materiais e de energia; Escolha de recursos e processos de baixo impacto ambiental (materiais, processos e fontes energéticas de maior ecocompatibilidade); Otimização da vida dos produtos para projetar artefatos que perdurem; Extensão da vida dos materiais para projetar em função da valorização (reaplicação) dos materiais descartados; Facilidade de desmontagem para projetar em função da facilidade de separação das panes e dos materiais; A redução e a escolha de recursos com baixo impacto ambiental são objetivo para todas as fases do cicio de vida dos produtos; A otimização da vida dos produtos é relacionada às fases de distribuição (embalagem), uso e de descarte/eliminação; A extensão da vida dos materiais é própria da fase de descarte/eliminação; A facilidade de desmontagem é funcional para a otimização da vida dos produtos e para a extensão da vida dos materiais. Apresentadas isoladas, as estratégias podem parecer objetivos de um projeto de design, mas na realidade para serem eficazes, devem ser aplicadas só depois de definição dos objetivos do projeto. 5 3 INTER-RELAÇÃO E PROPRIEDADE ENTRE DIVERSAS ESTRATEGIAS Em relação às estratégias apresentadas, a minimização do uso de recursos e a escolha de recursos e processos de baixo impacto ambiental são prioritárias. Num contexto do ciclo de vida que leve em consideração também a duração de um produto e a possibilidade de reutilização de seus componentes e materiais, para alguns produtos é mais eficaz (prioritário) partir das estratégias de otimização da vida dos produtos ou da extensão da vida dos materiais. Se estendermos a vida de um material (reciclando, usando em compostagem ou, ainda, incinerando-o com recuperação de energia) evitamos tanto o seu descarte como o consumo de recursos virgens para a produção de novos materiais correspondentes. A facilidade de desmontagem é uma estratégia funcional para a otimização da vida dos produtos e para a extensão da vida dos materiais, sendo importante também para a minimização dos recursos e para a escolha de recursos e processos de baixo impacto ambiental. É muito improvável que uma única estratégia seja a melhor para satisfazer a todos os requisitos ambientais, por essa razão, devemos adotar um set de estratégias ambientais e de opções de projeto. 3.1 TIPOS DE PRODUTOS Para uma aplicação eficaz das estratégias ambientais, é importante idêntica o tipo de produto com que vamos trabalhar: a) Bens de Consumo (monouso), sendo: Bens que são consumidos durante o uso, por exemplo a comida e os detergentes. Obviamente não faz sentido projetar estes produtos como duráveis. Em vez disso, é importante concentrar-se na 6 minimização do consumo dos recursos e na escolha dos de baixo impacto ambiental. Bens monouso que poderiam ser reutilizados, reciclados ou substituídos, por exemplo, embalagens, jornais, barbeadores descartáveis. São produtos cujo impacto é maior nas fases de produção e de eliminação. Aumentar a vida dessa categoria de produtos pode ser interessante, tendo em vista substitui-los com outros reutilizáveis ou tornando-os reutilizáveis (ao menos em parte). b) Bens Duráveis (multiuso). Podem ser identificadas algumas subcategorias: Bens que requeiram poucos recursos (energia e materiais), ou nenhum, durante o uso e a manutenção. O impacto do descarte/eliminação pode ser minimizando estendendo a vida dos materiais, mas muitas vezes é mais eficaz evitar (ou melhor adiar) tal impacto, aumentando a vida dos produtos, sobretudo aqueles sujeitos à obsolescência cultural. Bens que precisem de recursos (energia e materiais) em seu uso e em sua manutenção. Esta categoria de produtos e a que pode apresentar maior dúvida a respeito da extensão da sua vida. Para esses produtos podem ser prioritárias outras estratégias, como a redução dos consumos de recursos durante o uso. A extensão da vida útil poderia resultar no desenvolvimento de tecnologia que permitisse a sua produção com maior eficiência ambiental (menores consumos de energia e materiais, bem como de emissões). Além de poderem entrar em conflito entre si, as estratégias ambientais podem ser conflitantes com outros requisitos próprios da prática projetual tradicional, como a prestação de serviço, os custos e as normas legais, e com requisitos culturais e estéticos. As considerações sobre a durabilidade dos produtos podem voltar ao primeiro plano para aqueles complexos que se tornam rapidamente obsoletos (tecnológica ou culturalmente). Algumas de suas partes podem ser substituídas com eficácia, seja restaurando a eficiência, seja limitando novas atividades de produção e de 7 descarte exclusivamente para partes em substituição. Como exemplo, projetar a durabilidade dos produtos (estratégia de redução do impacto do ambiental) pode ser visto muitas vezes como uma redução do potencial de vendas. Na busca da sustentabilidade, os requisitos ambientais deveriam ser prioritários, mas a verdade é que uma solução voltada para os critérios de redução do impacto ambiental, para ser vencedora, também deve ser economicamente praticável, além de socialmente atraente: deve ser, portanto, ecoeficiente. 3.2 PROJETAR O FIM DE VIDA Aqui se dá uma atenção particular às estratégias de fim de vida dos produtos. E isso não só por esta ser a fase com maior possibilidade de impacto ambiental mas porque, até hoje, tem sido a fase que, menos que as outras, envolve ao mesmo tempo quem produz e quem projeta. Além disso, apresenta vínculos específicos, ligados ao intervalo de tempo que transcorre entre projetar e descanar-se/eliminar. Os que reciclam, os produtores e os designers devem enfrentar uma série de problemas ligados ao tempo que transcorre entre o momento em que um produto é projetado e aquele em que vai ser eliminado (para reutilizar, refabricar, reciclar, incinerar ou tratar para enviá-lo as centrais de lixo). Em outros termos, as tecnologias e os custos de processamento no fim de vida (reciclagem, incineração e descarte) evoluem em relação aos conhecidos quando do projeto do produto. Esta constatação inevitável introduz problemas de incerteza e a necessidade de projetar soluções suficientemente flexíveis e de fácil readaptação. Consideremos as fases: a) A Fase Imediata, que relaciona produtos projetados no passado que estão sendo descartados/eliminados atualmente. Não podendo intervir sobre as características de procedência do que já foi manufaturado, a 8 indicação de reorientação refere-se apenas ao melhoramento dos processos de tratamento, recuperação e valorização dos componentes e dos materiais. b) A Fase de Curto Período, que relaciona produtos nos quais hoje já se pode começar a intervir em termos de projeto e que serão descartados/eliminados em um breve período de tempo. As possíveis modificações nesses produtos são de tipo incrementais/pontuais, devido à imobilidade dos sistemas produtivos que não permitem uma imediata reconcepção do produto. c) A Fase de Médio/Longo Prazo, que relaciona produtos em que hoje já se pode iniciar uma reconcepção mais profunda e cuja vida útil termina no médio/longo prazo. Podem-se prever inovações do tipo radical, seja dos produtos ou sistemas de tratamentos de fim de vida. Pode-se empreender o co-projeto dos sistemas de tratamento de fim de vida. Mas, atualmente, os altos custos com manutenção, reparos, reutilização ou refabricação (hoje, em grande parte, são custos de mão-de-obra) o remetem para a reciclagem ou a incineração. Na verdade, também essas operações têm custos elevados, motivo que, frequentemente privilegia o descarte no lixo. Estes fatos não são suficientes para promover o conjunto de demanda e de oferta na direção de uma sensível redução do impacto ambiental de nosso sistema de produção e consumo. O sistema de demanda é muito complexo e dentro do ciclo de vida, é caracterizado por diversos atores com diferentes interesses que nem sempre coincidem com os de uma sociedade sustentável. Logo, é útil examinar alguns aspectos na relação entre quem produz (e também projeta) os produtos, quem produz os materiais, quem distribui os produtos, quem os utiliza, quem os elimina e quem (por outro lado) obtém vantagens econômicas com a redução dos consumos e das emissões ambientais durante as várias fases do ciclo de vida dos produtos. A pergunta que se faz é se existem, dentro dos novos processos inovativos de mercado, outras alternativas de business que possam deslocar as atividades produtivas e de consumo para um sistema de produção que reduza de maneira global o impacto ambiental durante todo o ciclo de vida dos produtos. 9 3.3 NOVA OFERTA - UM INTEGRADO DE PRODUTOS E SERVIÇOS Se a ‘nova economia’ (sistema centralizado na oferta e consumo de produtos de forma individual) mudasse para a oferta de um mix de produtos/serviços geridos por terceiros e destinados ao uso coletivo, uma nova oferta surge, onde, por exemplo o produtor se posicione como o proprietário do produto durante todas as fases do seu ciclo de vida. Seria um interessante potencial de ecoeficiência. Neste caso, o produtor estaria interessado em desenvolver produtos mais duráveis que consumissem pouca energia, poucos materiais (mesmo durante o seu uso) e que determinassem baixos níveis de emissões e de lixos industriais. Em alguns casos, poderia economizar na produção de alguns componentes do produto, ao reutilizar os componentes de produtos já eliminado se que se encontram à sua disposição. Além do mais, o caráter coletivo dos serviços determina um uso mais intenso dos produtos. Estes, em termos gerais, levam a uma redução do número de produtos necessários para satisfazer às necessidades da comunidade em geral. Se um mesmo produto serve a mais pessoas, menos produtos serão necessários em um determinado momento e local. Em alguns casos, quando o mesmo produto é operado por mais usuários, as economias de escala nos permitem otimizar os recursos e reduzir os desperdícios. Em resumo, uma economia baseada na oferta de um mix integrado de produtos, que espelhe a passagem da propriedade do bem físico destinado a um cliente para aquela destinada ao fornecedor de serviços, é tendencialmente mais eco-eficiente do que a venda de produtos (usados e consumidos) de maneira individual. Isto nos demonstra que: vai existir um uso mais eficiente dos recursos, ou seja, minimização e escolha de recursos de baixo impacto ambiental; Vai existir um uso mais intenso dos mesmos produtos; 10 Vai existir um interesse maior em estender a vida útil dos produtos; Vai existir um grande interesse em estender a vida dos materiais. O designer, para poder se orientar no projeto tendo em vista uma integração em um mix de produtos e de serviços, deve alargar os seus horizontes dirigindo-se a isso, no projeto, de uma forma mais estratégica. 4 O DESIGN DOS SERVIÇOS Nesta perspectiva, não é suficiente projetar considerando apenas os valores estético-formais, funcionais e de serventia de um produto. É necessário projetar a forma das relações entre as diversas pessoas e entre estas pessoas e os produtos. Vale observar o papel participativo dos Usuários. Um dos problemas de uma economia de serviços, como já foi visto, é o seu custo. Mas, se o usuário participa com o próprio tempo e com seu próprio empenho, este custo tende a baixar. Nesta perspectiva, pode-se imaginar uma evolução do papel do usuário: do usuário passivo (consumidor tradicional) ao usuário parcialmente participante (self service), ao usuário que traz recursos e capacidade (novos serviços). A ideia é que os novos serviços possam ser concebidos como uma organização de recursos sociais e de capacidades individuais fundadas na criação de interações recíprocas de interesse entre quem distribui e quem utiliza. É importante pensar em estender também o papel participativo das pessoas junto às contribuições de tipo intelectual, capazes de intervir na definição dos próprios serviços. Novas formas de serviço podem vir a ter um papel ativo do usuário, isto é de co-participação dos objetivos e de co-produção dos resultados. Neste caso, o objetivo do projeto torna-se a realização de um conjunto de condições que, através da participação do usuário, possa atingir um bom resultado. 11 Tudo isto, resulta como sendo de grande importância no desenvolvimento das novas tecnologias. O desenvolvimento das tecnologias da informação e da telecomunicação é um dos mais importantes elementos para o desenvolvimento de novos serviços orientados, seja às atividades de business, seja aos consumidores. Em seguida descrevemos alguns critérios estratégicos para desenvolver propostas eco-eficientes: Oferta de resultados; Oferta de plataformas; Oferta de Resultados. Desenvolveu-se um critério sistêmico (Chain Management System) para a reutilização e reciclagem dos componentes dos equipamentos. O sistema inclui o projeto, a desmontagem, o teste para a reutilização, a reciclagem dos materiais e a montagem. Um exemplo, são as fotocopiadoras eliminadas que são desmontadas na própria fábrica. Os componentes são testados e aqueles que superam os testes, são reutilizados novamente nas novas fotocopiadoras. Estas fotocopiadoras apresentam as mesmas características daquelas novas, pois respondem às mesmas prestações (superam os mesmos testes). Já as partes estragadas são destinadas à reciclagem dos materiais. Através deste sistema, três quartos dos componentes podem ser reutilizados na montagem de novos produtos. Em alguns casos, as partes são recicláveis em até 98%. 4.1 OFERTA DE PLATAFORMA: ALUGAR E COMPARTILHAR São os conjuntos de atividades empresariais em que empresa oferece um produto, instrumento ou ainda oportunidades que dão a possibilidade aos clientes de obterem os seus serviços. O cliente opera pessoalmente para obter sua utilidade, mas não possui o produto, pagando somente pelo uso efetivo que faz do mesmo. As formas 12 comerciais mais frequentes deste tipo de critério são os leasings, a divisão ou aluguel de um produto. Tais formas de ofertas levam a uma intensificação maior do seu uso, pois mais pessoas usam, portanto, o mesmo produto. Uma consequência óbvia, neste caso, é o benefício ambiental e a redução da quantidade de produtos presentes em um mesmo momento em um mesmo local. Além do mais, também neste caso, o detentor do sistema de serviço coletivo (como proprietário/fornecedor) é mais eficiente, porque tem mais profissionalismo, pode permitir-se alcançar um maior nível tecnológico e pode, ainda, usufruir de uma economia de escala. Em geral, ofertas deste tipo requerem sensibilidade ambiental no estilo de vida e na percepção do bem-estar da parte do usuário. Exemplos a) Os centros coletivos de maquinas de lavar roupa apresentam uma eficiência substancialmente maior que as maquinas de uso doméstico; seja pelo nível de evolução tecnológica de que são dotadas, ou pela maior quantidade de vestimentas que podem ser lavadas ao mesmo tempo. Na realidade, há também desvantagens, que são o transporte das vestimentas da casa até o centro de lavagem) e o maior consumo energético para a secagem. Centro de serviço, onde uma rede de centros de serviço poderia estar presente nos bairros, oferecendo prestações profissionais; Integração em um edifício de um sistema de lavagem compartilhado, Permitindo usufruir de tecnologias de vanguarda; Lavagem combinada com outras atividades, oferecer o serviço em lugares diferentes do domicilio do usuário, frequentado por motivos de trabalho, viagem etc.; Serviço de lavagem com entrega à domicilio, onde as roupas sujas são recolhidas e entregues em casa. Em todos os casos apontados, sempre acaba sendo necessária uma mudança nos estilos de vida e na percepção do bem-estar das pessoas. A máquina de lavar roupa doméstica é tida como uma 13 comodidade os novos serviços, portanto, têm de ser de alguma forma mais atrativos. b) Os Car pooling. São serviços que organizam deslocamentos de várias pessoas que fazem (mais ou menos) os mesmos percursos diariamente. Este serviço proporciona a estas pessoas deslocarem-se em um mesmo carro. Desta forma, reduz-se a necessidade de uso de mais carros e proporciona-se a redução da intensidade do tráfego. O resultado ambiental, neste caso, é a redução da poluição e dos seus efeitos colaterais. c) Os Car sharing. É um serviço que coloca carros compartilhados à disposição dos participantes. A vantagem para os usuários associados é o abatimento dos custos (paga-se com base nos quilômetros percorridos). Além de uma variedade de carros disponíveis, os sócios podem recorrer a carros para diferentes situações: de um Rols Royce, a um furgão, a um veículo comum. A vantagem, em termos ambientais, neste caso, é principalmente a redução dos carros produzidos e posteriormente descartados. d) Aluguel de aparelhagens para o Do Yourselt [faça-você-mesmo]. A Black & Decker tem uma cadeia de venda de ferramentas para bricolagem, onde podem ser alugados quaisquer utensílios de trabalho e aparelhagens. A vantagem, neste caso, além de ambiental é também econômica, porque algumas aparelhagens custariam muito caras para serem utilizadas poucas vezes, ou somente uma única. As atividades à distância atuam nas exigências de mobilidade. Este fator responde como um dos que nos faz pagar mais consequências em termos de efeitos ambientais; seja através do consumo de recursos ou da emissão e eliminação de substâncias nocivas no ambiente. Otimizar os deslocamentos ou, eliminar por completo a sua exigência é, portanto, uma importante vantagem para o meio ambiente. Na realidade, além das potenciais vantagens, existem também os riscos potenciais das atividades à distância. Os meios de telecomunicação, de fato, mudam as relações sociais, e tais mudanças podem gerar um sistema que, ao 14 mesmo tempo em que integra as oportunidades de contato, pode, também, promover o isolamento. São exemplos: a) Compras e vendas à distância (Teleshopping). Neste caso as vantagens ambientais derivam do fato de um meio para o transporte dos bens comprados por teleshoppinq poder, ao mesmo tempo, transportar as compras de mais de um núcleo familiar. Reduzindo, portanto, o número total de quilômetros percorridos e o tráfego Além do mais, a aquisição de meios elétricos de transporte mais fácil para uma empresa distribuidora do que para os usuários. b) Assistência médica distância. Há casos cuja solução não precisa necessariamente da presença física do médico ou de urna estrutura mais complexa e que podem ser resolvidos através de formas por multimídia de consulta à distância. REFERÊNCIA MANZINI, Ezio. O Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis. São Paulo: Editora USP, 2011. 15