Puerpério Patológico PDF
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Universidad Central del Paraguay
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This document details puerpério patológico, focusing on complications such as infections, hemorrhages, and hormonal imbalances that can occur after childbirth. It covers various aspects like infection puerperal, localized infections, and postpartum hemorrhages, providing insights into possible causes and treatment options.
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Puerpério Patológico - É caracterizado pelo surgimento de complicações após o parto, podendo envolver infecções, hemorragias e distúrbios hormonais e psicológicos. Principais Complicações (Hemorragias e infecções) - Infecção Puerperal: - Fatores predisponentes: - Rotura prematura de membran...
Puerpério Patológico - É caracterizado pelo surgimento de complicações após o parto, podendo envolver infecções, hemorragias e distúrbios hormonais e psicológicos. Principais Complicações (Hemorragias e infecções) - Infecção Puerperal: - Fatores predisponentes: - Rotura prematura de membranas ovulares. - Trabalho de parto prolongado. - Hemorragias profusas. - Desidratação. - Infecção Localizada (vulvites, vaginites, cervicites, endometrites): Acomete áreas como vulva (se vê nos primeiros dias a nível dos desgarros de vulva e períneo), vagina (por suturas de feridas vaginais, tampão de gases), cérvix e endométrio (endometrite puerperal, mas frequente localização). - Endometrite puerperal: Os sintomas são de início brusco e incluem febre alta, dor, taquicardia, útero blando e doloroso e loquios fétidos. - Se distinguem nas seguintes variedades: - Séptica: Poca reação e forte invasão bacteriana. - Pútrida: Forte reação superficial, abundante tecido necrótico. - Parenquimatosa: A infecção alcança as capas musculares. - Dissecante ou gangrenosa: Zonas esfaceladas em pleno musculo uterino. Pode dar lugar a perfuração espontânea. - Loquiómetra: Quando o fluxo de loquios ao exterior é dificultado. Secreções se acumulam no interior da cavidade. - Infecção Propagada: Pode se espalhar por contiguidade, via linfática ou sanguínea, agravando-se para quadros sistêmicos. - Tratamento: Antibióticos específicos após cultura, higienização e redução de toques vaginais. - Quando não se pode realizar cultivo: Clindamicina 900 mg + Gentamicina 1,5 mg/kg IV cada 8 h. - Em caso de suspeita de infecção por anaeróbios: Metronidazol. - Quando ocorrer ruptura prematura de membranas, deve-se instituir antibióticos. - Mastite Puerperal: - Infeção na mama devido a fissuras nos mamilos. Sintomas incluem febre, dor, edema e vermelhidão. - Grietas: São feridas superficiais e são portas de entrada. - Fissuras: São profundas até alcançar a dermis. - Tratamento: Higienização, antibióticos e interrupção temporária da lactação na mama afetada. Abscessos requerem drenagem. - Hemorragias Puerperais: - Hemorragia Precoce: Causada por atonia uterina, retenção placentária, desgarros do colo, discrasias sanguíneas (alteração da coagulação). - Hemorragia Tardia: Resultante de restos placentários, cotilédones ou falha na cicatrização de lacerações cervicais. - Causas de hemorragia pós parto (4T): Tono (sobredistenção uterina, atonia), trauma (lacerações, rupturas), tecido (retenção placenta) e trombina (hemofilia, embolia). - Sintomas: Sangrado via vaginal, taquicardia, hipotensão, oliguria, taquipneia, palidez, etc. - Tratamento: Inclui massagem uterina, administração de ocitocina e, em casos graves, histerectomia. Retenção de Placenta e Membranas Ovulares - A retenção pode ser total (distocias dinâmicas e anatômicas) ou parcial (restos placentários, membranas) e ocorre quando a placenta e/ou as membranas ovulares não são expelidas naturalmente após o nascimento. - Causas de Retenção Total: - Distocia de Contração (Inércia): Fraqueza nas contrações devido a fatores como uso de sedativos, sobredistensão uterina, infecções e partos prolongados. - Distocia Anatômica: Alterações no endométrio, aderência da placenta ao miométrio (placenta acreta, increta ou percreta), onde as vilosidades invadem as camadas do útero. - Acreta: Vilosidades está firmemente aderida sem penetrar. - Increta: Quando as vilosidades se introduzem no miométrio, mas não o atravessam. - Percreta: Quando as vilosidades atravessam o miométrio até chegar a serosa. Tratamento: - Retenção Total: Histerectomia direta sem tentativas de extração manual. - Retenção Parcial: Verificação de restos placentários e membranas por exame minucioso da placenta após o parto. Hemorragias do Alumbramento - Ocorrem devido a atonia uterina (falta de contração do útero) ou lacerações e são categorizadas em hemorragias precoces (logo após o parto) e hemorragias tardias (mais de 24 horas após). Atonia Uterina - A atonia uterina é a incapacidade do útero de se contrair adequadamente após o parto, sendo uma das principais causas de hemorragia pós-parto. Características - O útero permanece aumentado de tamanho, com consistência flácida, e não forma o globo de segurança de Pinard, que normalmente ajudaria na hemostasia. Tratamento - Massagem Uterina: Primeira medida para estimular a contração. - Administração de Ocitocina: Uterotônicos para induzir as contrações. - Histerectomia: Indicada caso as medidas anteriores falhem em controlar a hemorragia. Inversão Uterina - A inversão uterina ocorre quando o útero se vira para fora, geralmente devido a manobras inadequadas ou tracionamento excessivo do cordão durante o alumbramento. - Saida do fundo do útero através da vagina. - Ocorre no terceiro período do trabalho de parto. Etiologia: Inercia uterina, tração excessiva do cordão, placenta fundica, acretismo placentário. Tratamento - Reposição manual do útero (manobra de Johnson) e administração de uterotônicos para estabilizar. - Casos graves podem necessitar de intervenção cirúrgica. - Diante de uma hemorragia deve-se: - Canalizar 2 vias. - Manter a temperatura normal. - Repor líquidos por via endovenosa. - Transfundir sangue; - Administrar oxitocina. - Passar sonda vesical (objetivo, manter um gasto urinário > 30 ml/h). Patologias da Lactância - Casos de agalactia são raros. - São mais frequentes hipogalactia e hipergalactia. Hipogalactia - Tipos de Hipogalactia: - Hipogalactia Primária: Produção de leite insuficiente desde o início, frequentemente em mulheres com hipoplasia glandular (subdesenvolvimento das glândulas mamárias). - Hipogalactia Secundária: Surge após um período inicial de produção normal de leite e pode ser causada por fatores como técnicas inadequadas de amamentação, problemas de sucção do bebê (ex.: lábio leporino) ou dor por grietas e fissuras nos mamilos. Síndrome de Chiari-Frommel - A Síndrome de Chiari-Frommel é uma condição rara que ocorre principalmente em primíparas após o parto e envolve distúrbios hormonais prolongados que afetam a função reprodutiva e a lactação. Características Principais - Sintomas: - Amenorreia prolongada: Ausência de menstruação que pode durar até a menopausa, associada a atrofia do útero e ovários. - Galactorreia: Produção de leite persistente e involuntária em ambos os seios, sem relação com a amamentação. - Atrofia dos órgãos genitais: Vulva com características senis, vagina seca e endométrio atrófico. Fisiopatologia - A síndrome envolve níveis reduzidos de FSH e estrógenos devido à inibição da hipófise, enquanto ocorre um aumento na produção de prolactina, que mantém a lactação e inibe a função ovariana. - A prolactina elevada impede a atividade gonadotrófica, levando a uma insuficiência ovariana. Prognóstico - A condição pode se resolver espontaneamente em alguns casos, especialmente se houver uma nova gravidez, o que tende a restabelecer o ciclo menstrual e a lactação normal. Síndrome de Sheehan - Resulta de necrose hipofisária após hemorragia grave no parto, levando à insuficiência hormonal. Manifesta-se por ausência de lactação, amenorreia e sintomas de hipotiroidismo. - Sintomas principais: - Aparição de colostro e ausência da subida de leite. - Atrofia das mamas. - Útero sofre uma involução e o miométrio fica fibroso. - Endométrio fica fino. - Ovários com folículos primordiais. - Amenorreia e ausências de hormônios sexuais. - Sinais de hipotiroidismo e ligeira obesidade. Tratamento: Suporte hormonal para reposição de funções endócrinas. Distúrbios Neuropsiquiátricos - Tristeza Puerperal: Sentimento transitório de melancolia comum em 30-50% das puérperas. Começa 3 a 5 dias depois do nascimento. Não está relacionado com situações de estresse, influencias socioculturais, desordem psiquiátrico, pessoal ou familiar. Não necessita tratamento. - Depressão Pós-Parto: Tem uma duração de até um ano e pode ser confundida com ajustes à maternidade. Começa 3 a 6 meses depois do parto. - Psicose Puerperal: Transtorno mental mais grave. Afeta de 1 a 4 por 1000 partos, com perda de contato com a realidade, delírios, comportamentos violentos e risco de suicídio ou infanticídio. Aparece 10 a 14 dias depois do parto. Tratamento: Psicoterapia e, em casos graves, psicofarmacologia.