Assistência de Enfermagem à Mulher no Puerpério PDF
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Regiane Martins F. Soares
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Esta apresentação descreve a assistência de enfermagem à mulher no puerpério, abrangendo definições, adaptações fisiológicas, como involução uterina, adaptações vaginais e mamárias, alterações patológicas, complicações, e cuidados específicos. Aborda também o alojamento conjunto e ações da ESF.
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TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de Enfermagem á mulher no puerpério PROF ͣ:ENFA. REGIANE MARTINS F. SOARES DISCIPLINA: Saúde da Mulher FONTELES TÉCNICO EM EN...
TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de Enfermagem á mulher no puerpério PROF ͣ:ENFA. REGIANE MARTINS F. SOARES DISCIPLINA: Saúde da Mulher FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Definições O puerpério é definido como o período do ciclo gravídico puerperal em que as modificações locais e sistêmicas, provocadas pela gravidez e parto no organismo da mulher, voltam à situação do estado pré-gravídico. O cuidado da mulher no puerpério é fundamental para a saúde materna e neonatal e deve incluir o pai, a família em seus diversos arranjos e toda a rede social envolvida nesta fase do ciclo vital e familiar. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Definições Esta variação está relacionada especialmente a mudanças anatômicas e fisiológicas no organismo da mulher, embora questões de ordem psicossocial relacionadas à maternidade, à sexualidade, à autoestima, à reorganização da vida pessoal e familiar estejam ocorrendo concomitantemente e influenciem a passagem desse período. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Definições Período que se inicia após a dequitação e se estende até a 6º semana de pós-parto (42-45º dia), no qual o organismo da mulher volta ao seu estado não gravídico, perdendo parte das modificações causadas pela gravidez e pelo parto. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Mediato: Primeiras 24h pós-parto Puerpério ou Imediato: 1º ao 10º dia período puerperal: Classificação MS Tardio: 11º ao 45º dia Remoto: 45º dia em diante FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Adaptações fisiológicas no período puerperal Logo após o parto: pode apresentar edema perineal (aconselhável aplicação de compressas geladas – Chá de camomila*). Esse edema regride nas primeiras 48h; Pequenas equimoses, logo após o parto podem ser identificadas na mucosa vaginal e perineal traumatizada; Vaginal e Vulva Crise vaginal: atrofia vaginal por carência de estrogênio. Recuperação no 25º dia. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Adaptações fisiológicas no período puerperal A involução uterina é lenta e reduzida em parto cirúrgico; Ocorre em cerca de 10 dias; sendo mais rápida na nutriz, pelo reflexo uteromamário: estimulação dos mamilos e da árvore galactófora, causando contrações uterinas Por isso, as cólicas no período puerperal são comuns, principalmente quando o recém-nascido realiza a sucção do seio materno, induzindo a liberação de Involução uterina ocitocina, que estimula a musculatura uterina a contrair-se (reflexo uteromamário). FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Adaptações fisiológicas no período puerperal Durante o parto, geralmente o orifício cervical externo é lacerado, em especial suas paredes laterais; A reconstituição é relativamente rápida. Ao final da primeira semana o orifício cervical se estreita e o colo fica mais espesso; Readquire sua anatomia funcional normal em torno de 6 a 12 semanas; Colo uterino O orifício cervical externo permanecerá alargado e linear, geralmente com depressões FONTELES bilaterais. TÉCNICO EM ENFERMAGEM Adaptações fisiológicas no período puerperal Ocorre a descamação contínua e progressiva da decídua remanescente (mucosa uterina onde a placenta estava implantada); Os lóquios prossegue até meados do pós-parto tardio; A loquiação torna-se reduzida com amamentação e deambulação. Acúmulo de lóquios: repouso prolongado; anulação do efeito gravitacional. Lóquios rubra: primeiros dias (vermelho sanguinolento) Lóquios Lóquios seroso: de 3 a 4 dias após o parto (serosanguinolento) Lóquios alba: depois de 10 dias FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Adaptações fisiológicas no período puerperal Retorno da função renal em níveis pré- gestacionais ocorre em 6 meses; Relaxamento vesical e dilatação da uretra podem persistir por 3 meses após o parto; Hiperdistenção vesical e aumento da urina residual: propensão à ITU e dificuldade para urinar; Sistema Urinário Pode haver desconforto durante a micção. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Adaptações fisiológicas no período puerperal Eliminação do colostro por 2 a 3 dias (rico em imunoglobulinas); No 3º ou 4º dia o colostro é substituído pelo leite; 48-72h após o parto: ingurgitam, tornam-se endurecidas e doloridas, como resultado da queda abrupta dos hormônios. Mamas FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem nas mamas Inspecionar as mamas diariamente; Orientar a mãe a oferecer as mamas ao RN, de forma alternada, garantindo bom esvaziamento e prevenindo mastite; Observar mamilos, pois há possibilidade de fissuras; Utilizar sutiã de sustentação. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Adaptações fisiológicas no período puerperal Depende da duração ou da manutenção da lactação, sendo mais rápidas nas não lactantes. Não lactantes: a menstruação retorna entre 7-9 semanas após o parto, e a ovulação pode retornar entre 25 a 75dias; Lactantes: menstruação retorna após 12 semanas juntamente com a ovulação em 25% das mulheres, a depender da frequência do aleitamento (se exclusivo ou não); Amamentação não é garantia de contracepção! FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Anticoncepção no puerpério Preservativo; Método Lactação e Amenorreia – DIU: Primeira escolha LAM Contraceptivos orais: progestágenos – Boa indicação, pois não interfere na Quando a mulher está amamentando é lactação. Após 6 semanas após o estimulada a liberação de hormônios que parto. impedem a ovulação. Este efeito é suficiente para evitar a gravidez durante os seis primeiros meses pós-parto, desde que a mulher esteja amamentando sem dar outros alimentos ao bebê e não tenha tido ainda menstruação depois do parto. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Hemorragias Sangramento excessivo (500ml ou mais), Alterações que poderá levar á manifestações de vertigens, hipotensão, taquicardia e/ou oligúria, sudorese e dispneia. patológicas no Pode ser causadas por atonia uterina, puerpério laceração e retenção placentária. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem na hemorragia puerperal Aferir SSVV; Puncionar AVP de grosso calibre; Infundir SRL rápido; Administração de ocitocina CPM; Monitorar altura do fundo uterino, sua posição, tônus, volume e característica do sangramento; Massagem uterina externa e suave; Reserva de hemoderivados, quando necessário. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Infecção puerperal Caracterizada pela presença do quadro febril Alterações com duração superior a 48h, dentre os primeiros 10 dias do puerpério, excluído as patológicas no primeiras 24h. puerpério Risco aumentado: excesso de toques vaginais durante o trabalho de parto, ruptura precoce de membranas, laceração do canal de parto, episiorrafia e cesária; As bactérias migram da vagina, colo e ânus; Pode-se estender ao endométrio e tornar-se sepse. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem na infecção puerperal Isole a puérpera das outras pacientes; Monitore sinais de infecção; Estimule a ingesta hídrica; Estimule a higiene pessoal e perineal; Estimule repouso; Aferir SSVV; Realizar MCPM; FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Complicações tromboembólicas Alterações Manifestações clínicas: Edema unilateral, dificuldade para deambulação, hiperemia e patológicas no dor no membro afetado. Fatores de risco: deambulação tardia, história puerpério anterior, varizes, obesidade, idade materna acima de 35 anos, diabetes e cesariana. Tratamento: Antiflamatórios, meias compressivas, elevação do membro afetado e repouso Tratamento anticoagulante: Heparina e exames de plaquetas. Monitorar sangramentos mínimos e pétequias. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM TVP – Avaliação no puerpério Alterações Sinal de Homans: dor na panturrilha durante a patológicas no dorsiflexão do pé sobre a perna. Sinal de Bandeira: ao mobilizar as duas puerpério panturrilhas, a acometida apresenta menor mobilidade; Sinal de Bancroft: dor na musculatura da panturrilha à palpação. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem nas doenças tromboembolíticas Evitar manipulação do local afetado, devido ao risco de desprendimento do coágulo; Examine bilateralmente as panturrilhas das puérperas quanto a cor, circunferência, temperatura, pulso, dor e parestesia; Verificação dos SSVV, tendo atenção para alterações na FR, pelo risco de embolia pulmonar; Manter puérpera em repouso; Elevação do membro afetado, visando a diminuição do edema e a promoção do retorno venoso; Aplicação de compressas mornas na área afetada FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM O que é Alojamento conjunto Segundo o Ministério da Saúde, o Alojamento conjunto é o sistema hospitalar em que o recém- nascido sadio, logo após o nascimento, permanece com a mãe, 24h por dia, num mesmo ambiente, até a alta hospitalar. Este sistema permite a prestação de todos os cuidados assistenciais, bem como orientação à mãe sobre à saúde de binômio mãe e filho. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Quais os benefícios do Alojamento conjunto FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Quais os benefícios do Alojamento conjunto Aumenta os índices de aleitamento materno; Estabelece vínculo afetivo entre mãe e bebê; Aprendizado materno sobre como cuidar do bebê; Reduz índice de infecção hospitalar cruzada; Estimular a participação do pai no cuidado do RN; Acompanhamento da amamentação sem rigidez de horário, esclarecimento de dúvidas; Reduz ansiedade da mãe e pai frente ao cuidado do RN; Favorece troca de experiência entre as mães FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem no puerpério mediato Cuidados na primeira hora pós-parto É um importante período de vigilância à paciente pelo risco de complicações; Devemos observar os sinais vitais com frequência. Oferecer alimentos em dieta livre; Estimular o aleitamento materno, educando, encorajando e promovendo. Evitar deambulação logo após o parto; FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem no puerpério mediato Cuidados na primeira hora pós-parto Algumas pacientes apresentam calafrios logo após o parto, que podem ser causados pela diminuição da massa corporal e por um reajuste dos sensores térmicos; Essa paciente só tem que ser aquecida e observada; Normalmente esse quadro é autolimitado e sem repercussão clínica. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem no puerpério mediato Controle de SSVV Temperatura corporal, pressão arterial, frequência cardíaca (FC) e frequência respiratória, no mínimo duas vezes ao dia na paciente sem comorbidades conhecidas. Essas medidas serão feitas mais frequentemente, dependendo da patologia de base das pacientes. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem no puerpério mediato Promover a deambulação precoce; seguir a regra de 6h após cirurgia cesariana, principalmente pós raqui; Monitorar STV Apoiar e permitir a participação familiar, permitindo um acompanhante de sua livre escolha; Estimular banho de aspersão diário, inclusive com a lavagem de cabelo. A puérpera apresenta uma sudorese maior. O primeiro banho será assistido, para a segurança da puérpera. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem no puerpério mediato Cuidados nas feridas cirúrgicas no pós cesárea; Lavar a incisão com água e sabão. Manter a incisão limpa e seca Uso de sutiã forte e firme: mamas sempre suspensas. Orientar sobre a necessidade de sono e repouso. Se não houver sono e repouso adequados, a puérpera poderá se mostrar ansiosa e preocupada por coisas de menor importância que, em outras circunstâncias, não a preocupariam Orientar compressas frias se necessário; Avaliar lóquios: cor, odor e volume; FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem no puerpério mediato Inspecionar as mamas diariamente. Ensinar os cuidados com mamas e mamilos; Observar sucção do RN; Observar o estado geral da paciente e ANOTAR!!! FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem no puerpério imediato Antes da alta, investigar: - Tipo sanguíneo materno: imunoglobulina anti-D nas primeiras 72h; - Resultado de VDRL, que se positivo, iniciar tratamento no hospital; - Sorologia para HIV; Realizar orientações sobre a contracepção para o final do puerpério e retirada de rafia nos casos de Cesária. Puérperas sem detecção de anormalidades recebem alta após 24 horas; nas cesáreas com 48 horas. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem no puerpério imediato Ensinar a mãe medidas preventivas e os sinais de perigo para retorno imediato – Observar o aparecimento de icterícia; Orientar os testes de triagem neonatal: pezinho, orelhinha, olhinho e coraçãozinho. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Assistência de enfermagem no puerpério tardio Revisão puerperal: do 7º ao 10º dia de puerpério (ESF deve realizar); e após 45º dia de pós parto paciente deve procurar a ESF para realizar revisão puerperal. Neste período manter o incentivo e o apoio ao aleitamento materno; Orientar sobre os cuidados da criança e vacinação; Levantar novamente o tema sobre reprodução familiar. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Ações da ESF diante da puérpera Avaliar o estado de saúde da puérpera e retorno as condições pré-gravídicas; Avaliar aleitamento materno; Orientar planejamento reprodutivo; Identificar situações de risco e conduzi-las Avaliar interação com o RN e complementar ou realizar ações não executadas no pré-natal. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Ações da ESF diante da puérpera Condições psicossociais (estado de humor, preocupações, desânimo, fadiga e outros); Condições sociais (pessoa de apoio, enxoval, condições para atendimento das necessidades básicas); Observar pele, mucosas, edema, membros inferiores, e avaliar ferida operatória. Orientar vacinas e consultas de puericultura do rn. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Ações da ESF diante da puérpera Orientar sobre alimentação, atividade física, atividade sexual, cuidado com as mamas. Registrar no prontuário da paciente e na caderneta da gestante. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM Ações da ESF diante da puérpera Recomenda-se uma visita domiciliar na primeira semana após a alta do bebê. Caso o RN tenha sido classificado como de risco, a visita deverá acontecer nos primeiros 03 dias após a alta; Agendamento de consulta do puerpério tardio após 45 dias do parto. FONTELES TÉCNICO EM ENFERMAGEM FONTELES