Prevenção e Tratamento de Doenças Infectocontagiosas (PDF)
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Escola do Serviço Penitenciário | RS
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This document provides information on the prevention and treatment of infectious diseases, with a specific focus on tuberculosis. It covers various topics, including transmission, symptoms, diagnosis, and treatment strategies. The document also examines global and national prevalence data and specific considerations within the Brazilian prison system. It's a useful resource for health professionals focused on infectious diseases in a prison environment.
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PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS TUBERCULOSE TUBERCULOSE A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa, universal, crônica, endêmica, cujo agente etiológico é uma micobactéria, o Mycobacterium tuberculosis (Mtb), mais conh...
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS TUBERCULOSE TUBERCULOSE A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa, universal, crônica, endêmica, cujo agente etiológico é uma micobactéria, o Mycobacterium tuberculosis (Mtb), mais conhecida como bacilo de Koch (BK). A doença afeta prioritariamente os pulmões (forma pulmonar), embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. Espécie mais importante Reservatório principal: homem M. tuberculosis, bacilo de Koch. Fonte: Ministério da Saú de (2019) TUBERCULOSE NO MUNDO Segundo a Organização Mundial da Saúde (Global Tuberculosis Report, WHO, 2021), em 2020: Segunda principal causa de morte por um único agente infeccioso; ≈ 10 milhões de pessoas adoeceram de TB (8,2% HIV+); 1,3 milhão de óbitos em pessoas HIV⊝; 214 mil óbitos em pessoas vivendo com HIV; ≈ 500 mil casos com multidrogas-resistentes. TUBERCULOSE NO MUNDO Brasil, África do Sul, Rússia, China e Índia: concentram 46% de todos os casos de TB e 40% das mortes por TB no mundo TUBERCULOSE NO BRASIL ≈68 mil casos novos de TB Coeficiente de incidência: 32,0 BRASIL casos:100 mil hab. 2018 - 75.717 casos notificados 2016 – 4.483 ó bitos ≈4,7 mil óbitos Coeficiente de mortalidade: 2,2 óbitos:100 mil hab. RIO GRANDE DO SUL 2017 – 6944 casos 2018 – 7073 casos Fonte: Sinan/SVS/MS e SIM/SVS/MS. Base de dados: atualizaçã o maio de 2021. CEVS/RS, 2019. OMS : 2016-2020 /Brasil 20ª posiçã o dos 30 países prioritá rios para TB 19ª posiçã o dos 30 países prioritá rios para TB-HIV 4ª causa de mortes por doenças infecciosas 1ª causa de mortes dentre as doenças infecciosas definidas dos pacientes com AIDS No Brasil, em 2021, foram notificados 68.271 casos novos de TB, o que equivale a um coeficiente de incidência de 32,0 casos por 100 mil habitantes. TUBERCULOSE NO SISTEMA PRISIONAL TRANSMISSÃO AEROSSÓIS E E FALA 10 a 15 BACILÍFERO pessoas Fonte de infecção DURANTE 1 ANO em média Fonte: Ministério da Saú de (2019) Bacilo sensível: LUZ SOLAR, CIRCULAÇÃO DE AR Possibilita a dispersão de partículas infectantes. Ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão. Bactérias que se depositam em roupas, lençóis, copos e talheres dificilmente se dispersam no ar e, por isso, não têm papel na transmissão da doença. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE A transmissão é plena quando o doente com a forma clínica de TB pulmonar bacilífera eliminar os bacilos e não tiver iniciado o tratamento. Com o esquema terapêutico, a transmissão é reduzida, gradativamente, até a terceira semana após início do tratamento. Em geral, após 15 dias o risco de transmissão da doença é bastante reduzido. PERÍODO DE INCUBAÇÃO Após a infecção, em média 4 a 12 semanas para a detecção das lesões primárias pulmonares. PARA QUE OCORRA A TRANSMISSÃO É NECESSÁRIO: Contagiosidade do doente bacilífero O tipo de ambiente que ocorreu a transmissão Duração da exposição Imunidade As perspectivas de manutenção ou aumento da prevalência de TB são alimentadas por vários fatores, dentre eles: a manutenção da pobreza, com uma discrepância crescente entre ricos e pobres; o crescimento demográfico agregado ao envelhecimento populacional, à urbanização e à migração; a associação da tuberculose com a Aids; Professoras: e o aumento dos bacilos resistentes aos quimioterápicos. Débora Pedroso - Agente Penitenciário Renata Garcia - Agente Penitenciário Andrews aBarcellos Espera-se reduzir Ramos incidência – Agente global de Penitenciário TB ativa a números inferiores a 1/1.000.000 habitantes por ano, até o ano de 2050, de acordo com as metas. globais de controle da tuberculose. DE CADA 100 INFECTADOS POR TUBERCULOSE 90% conseguem bloquear este processo e não adoecerão nesta fase. ESTIMA-SE QUE 10% DAS PESSOAS INFECTADAS ADOEÇAM 5% não conseguem impedir a 5%, bloqueiam a infecção nesta fase, multiplicação do bacilo, desevolvem Caso não recebam adoecem posteriormente (TB pós-primária TB ativa na sequência da profilaxia. ou secundária) primoinfecção (TB primária). RISCO DE ADOECIMENTO POR TB PODE PERSISTIR POR TODA A VIDA, SISTEMA Bacilos IMUNE Élatentes podem permanecer CAPAZ por DE CONTER, muitos anos PELO 80% MENOS dos casos TEMPORARIAMENTE. acomete o pulmão, frequente presença até que ocorra reativação, produzindo a chamada TB de cavidade. pós-primária. INFECÇÃO PELO M. TUBERCULOSIS NÃO CONFERE IMUNIDADE. SINTOMAS A tuberculose nas suas formas iniciais apresenta-se frequentemente assintomática. Dependendo da resposta imunológica do hospedeiro, a gravidade dos sintomas pode ser tênue ou exuberante. De acordo com a extensão do acometimento sistêmico, pode-se encontrar tosse (geralmente por 3 semanas ou mais), expectoração, escarros sanguíneos, febre, dor torácica, suores noturnos, astenia e emagrecimento. SINTOMAS TUBERCULOSE Pode acometer uma série de órgãos e/ou sistemas. Pulmonar, além de ser mais frequente, bacilífera, a responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. TUBERCULOSE PULMONAR Forma mais comum da doença. Ocorre devido a entrada do bacilo nas vias respiratórias. Responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. Bacilo é dependente de oxigênio para o seu metabolismo e tem seu comportamento modulado pela concentração do gás no ambiente em que ele se encontra. TUBERCULOSE PULMONAR TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR Pleural, Miliar (hematogênica), Meníngea, Gastrointestinal, Pericárdica, Peritoneal, Osteoarticular, Genital. DIAGNÓSTICO Método Bacterioló gico Pesquisa de bacilos á lcool-á cido-resistentes (BAAR) no escarro - pela coloraçã o de Ziehl-Neelsen é o mé todo principal, sendo amplamente disponível. BACILOSCOPIA DE ESCARRO BAAR Exame microscópico direto 2 coletas de escarro (pesquisa de BAAR) Detecta 60 a 80% dos casos. O volume ideal é de 5 a 10 mL. TESTE RÁPIDO PARA TUBERCULOSE XPERT MTB/RIF Diagnóstico em apenas duas Alta sensibilidade horas. e especificidade, resistência à Diagnostico TB rifampicina ativa , No RS, atualmente, estão disponíveis máquinas em 12 municípios de alta carga de tuberculose e são eles: Alvorada, Canoas, Charqueadas, Gravataí, Pelotas, Porto Alegre, Passo Fundo, Rio Grande, Santa Maria, São Borja, São Leopoldo e Viamão. Fonte: SES/RS, 2022 CULTURA Risco de outras bactérias junto com a TB. Casos de resistência. Grupos de risco. RAIO-X DE TÓRAX Lesões geralmente nas partes mais altas, Mycobacterium prefere locais ricos em oxigênio. Opacidade, nódulos, calcificação, cavidade. Exame muito importante. PROVA DE TUBERCULINA - PPD Reação de Mantoux: reação celular desenvolvida após a inoculação intradérmica de um derivado proteico do M. tuberculosis. Terço médio da face anterior do antebraço esquerdo o PPD-RT, sendo a leitura realizada após 48 a 72 horas. O maior diâmetro transverso da área deve ser medido com régua milimetrada e a leitura registrada em mm. São consideradas reações positivas aquelas com pápula de diâmetro > a 5mm. Reações falso-positivas podem ocorrer em infecções por outras micobactérias ou em vacinados pelo BCG, principalmente se vacinados depois do primeiro ano de vida. TRATAMENTO TRATAMENTO TRATAMENTO Alto risco para toxicidade: pessoas com mais de 60 anos, em mau estado geral, alcoolistas, infectados por HIV, em uso concomitante de medicamentos anticonvulsivantes, e pessoas que manifestem alterações hepáticas. A rifampicina interfere na ação dos contraceptivos orais Orientar mulheres sobre o uso de outros métodos anticoncepcionais. EFEITOS COLATERAIS TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO TDO Tal ação inclui a construção do vínculo e a observação da ingestão dos medicamentos, que deve ser realizada, idealmente, todos os dias da semana por profissional de saúde ou outros profissionais capacitados. TDO: se a observação da tomada ocorrer no mínimo 3x/semana durante todo o tratamento (24 doses na fase intensiva e 48 doses na fase de manutenção em casos de tratamento padronizado por 6 meses). A observação das tomadas de medicação devem ser registradas no cartão de TDO. MEDIDAS DE CONTROLE Vacina BCG Previne formas graves da doença, como TB miliar e meníngea na criança. Recém-nascidos com peso ≥ 2 kg devem ser vacinados o mais precocemente possível, de preferência na maternidade, logo após o nascimento. Detecção de Casos de Tuberculose DETECÇÃO DE CASOS DE TUBERCULOSE NO SISTEMA PRISIONAL momento do ingresso, prazo Busca ativa: máximo 7 dias do ingresso na sintomáticos unidade prisional. rastreamento de massa respiratórios (CAMPANHA), duas vezes por ano. Busca passiva: demanda espontânea, PPL procura o sintomáticos serviço de saúde e equipe investiga a respiratórios TB. Fonte: SES/RS, 2022 Notificação da Tuberculose no Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN Todos os casos de TB identificados devem ser notificados através da ficha do SINAN, mencionando a origem prisional do caso, uma vez que se trata de uma doença de notificação compulsória em todo território nacional. - Município e UF de Notificação: da casa prisional; - Município e UF de Residência: da casa prisional (para fins de cálculos de indicadores); - Endereço do paciente (campos “logradouro” e “ponto de referência”): nesse caso é o endereço de residência do paciente (para fins de Busca Ativa em caso de soltura do mesmo). Nota Informativa Conjunta Nº 01/2022 – Vigilâ ncia Epidemioló gica da Tuberculose (TB) na Saú de Prisional