Resumo de Teoria Geral do Processo PDF

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Centro Universitário de Brasília, UniCEUB

Gustavo Faria

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Teoria Geral do Processo Processo Civil Direito Jurisdição

Summary

This document provides a summary of general process theory, covering topics such as the evolution of procedural doctrine, jurisdiction, and action. It's designed as a study guide for law students or professionals.

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Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes Sumário TEORIA GERAL DO PROCESSO........................................................................................................................................ 7 1. DA EVOLUÇÃO DA DOUTRINA PROCESSUAL........................................................................................................... 7 1.1. SINCRETISMO (OU PRAXISMO).......................................................................................................................... 8 1.2. PROCESSUALISMO CIENTÍFICO (OSKAR VON BÜLOW)...................................................................................... 9 1.3. INSTRUMENTALISMO......................................................................................................................................... 9 1.4. NEOPROCESSUALISMO.................................................................................................................................... 10 2. JURISDIÇÃO............................................................................................................................................................. 13 2.1. CONCEITO........................................................................................................................................................ 13 2.2. ESCOPOS DA JURISDIÇÃO................................................................................................................................ 14 2.3. CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO.................................................................................................................. 15 2.3.1. INÉRCIA OU DEMANDA............................................................................................................................... 15 2.3.2. DESINTERESSE/IMPARCIALIDADE............................................................................................................... 18 2.3.3. SECUNDARIEDADE...................................................................................................................................... 18 2.3.4. SUBSTITUTIVIDADE..................................................................................................................................... 18 2.3.5. DEFINITIVIDADE.......................................................................................................................................... 19 2.3.6. UNIDADE/INDIVISIBILIDADE....................................................................................................................... 19 2.4. PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO............................................................................................................................. 20 2.4.1. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO........................................................................................................... 21 2.4.2. INDELEGABILIDADE:.................................................................................................................................... 25 2.4.3. INDECLINABILIDADE (vedação do non liquet):........................................................................................... 26 2.4.4. TERRITORIALIDADE (aderência da jurisdição ao território)........................................................................ 27 2.4.5. INEVITABILIDADE:....................................................................................................................................... 27 2.4.6. JUÍZO NATURAL.......................................................................................................................................... 28 2.4.7. IMPRORROGABILIDADE.............................................................................................................................. 29 2.5. ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO:................................................................................................................................ 30 2.5.1. ESPECIAL E COMUM;.................................................................................................................................. 30 2.5.2. DE DIREITO E DE EQUIDADE;...................................................................................................................... 30 2.5.3. INFERIOR E SUPERIOR................................................................................................................................. 30 2.5.4. CONTENCIOSA E VOLUNTÁRIA (ADMINISTRATIVA/GRACIOSA/INTEGRATIVA).......................................... 30 2.5.5. DA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA (arts. 719 e ss.)............................................................................................ 30 2.6. JURISDIÇÃO E JUSTIÇA MULTIPORTAS............................................................................................................. 35 3. AÇÃO....................................................................................................................................................................... 40 3.1. CONCEITO........................................................................................................................................................ 40 3.2. TEORIAS DA AÇÃO............................................................................................................................................ 40 3.3. DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO............................................................................................................................... 44 1 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes 3.4. ELEMENTOS DA AÇÃO...................................................................................................................................... 49 3.4.1. PARTES........................................................................................................................................................ 49 3.4.2. CAUSA DE PEDIR......................................................................................................................................... 49 3.4.3. PEDIDO (arts. 322/329)............................................................................................................................... 51 4. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS...................................................................................................................................... 58 4.1. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL........................................................................................................ 58 4.2. PRINCÍPIO DA ISONOMIA................................................................................................................................. 59 4.3. PRINCÍPIO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA................................................................................................ 61 4.4. PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO....................................................................................... 69 4.5. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO........................................................................................................................... 70 4.6. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ...................................................................................................................................... 72 4.7. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DO JULGAMENTO DO MÉRITO................................................................................ 76 5. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS............................................................................................................................... 78 5.1. DA CAPACIDADE............................................................................................................................................... 79 COMPETÊNCIA.............................................................................................................................................................. 88 1. Competência ABSOLUTA x Competência RELATIVA.............................................................................................. 91 2. Regras Gerais (arts. 46 e 47)................................................................................................................................... 93 3. Regras Especiais (art. 48 e ss.)................................................................................................................................ 95 4. Modificação da Competência................................................................................................................................. 98 4.1. Conexão e continência..................................................................................................................................... 98 4.1.1. CONEXÃO: arts. 55 e seguintes do CPC...................................................................................................... 98 4.1.2. CONTINÊNCIA (art. 56).............................................................................................................................. 101 5. Da incompetência (arts. 64 a 66).......................................................................................................................... 103 5.1. Da incompetência ABSOLUTA........................................................................................................................ 103 5.2. Da incompetência RELATIVA:......................................................................................................................... 105 6. Conflito de competência....................................................................................................................................... 105 6.1. CPC, art. 66 – hipóteses de conflito............................................................................................................... 106 6.2. competência para se julgar conflitos de competência.................................................................................. 107 6.3. Arts. 951 e ss. – legitimidade e procedimento.............................................................................................. 109 7. Cooperação Judiciária Nacional (arts. 67 a 69).................................................................................................... 111 7.1. Dos sujeitos da cooperação judiciária:.......................................................................................................... 112 7.2. Dos atos de cooperação judiciária:................................................................................................................ 112 7.3. Da cooperação por “atos concertados”:........................................................................................................ 113 7.4. Limites da jurisdição nacional (arts. 21 a 25)................................................................................................. 115 7.5. Litispendência internacional (art. 24)............................................................................................................ 118 7.6. Da “cláusula de eleição de foro estrangeiro” (art. 25).................................................................................. 118 2 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES......................................................................................................... 119 1. Dos Deveres das Partes e de seus Procuradores / Responsabilidade das Partes (arts. 77 a 81)....................... 119 2. Da litigância de má-fé (arts. 79/81)...................................................................................................................... 122 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS................................................................................................................................... 123 1. Dos honorários advocatícios (art. 85).................................................................................................................. 123 1.1. Honorários contratuais.................................................................................................................................. 123 1.2. Honorários de “sucumbência” ou “judiciais”?............................................................................................... 124 1.3. Honorários e pedidos implícitos (v. art. 322, § 1º);....................................................................................... 124 1.4. Honorários advocatícios no cumprimento de sentença contra a Fazenda:.................................................. 127 1.5. Honorários por critério equitativo................................................................................................................. 128 1.6. Honorários recursais...................................................................................................................................... 131 LITISCONSÓRCIO (arts. 113/118)............................................................................................................................... 136 1. Ativo, passivo e misto (ou recíproco)................................................................................................................... 136 2. Inicial (ou originário) e ulterior (ou superveniente)............................................................................................ 136 3. Simples (ou comum) e unitário:........................................................................................................................... 136 4. Facultativo............................................................................................................................................................. 136 5. Necessário: arts. 114 e 115................................................................................................................................... 139 6. Litisconsórcio alternativo..................................................................................................................................... 142 INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (arts. 119/138).......................................................................................................... 143 1. ASSISTÊNCIA (ARTS. 119 A 124)............................................................................................................................ 143 1.1. Assistência litisconsorcial............................................................................................................................... 146 2. DENUNCIAÇÃO DA LIDE (ARTS. 125/129)............................................................................................................ 147 2.1. Denunciação da lide pelo autor..................................................................................................................... 150 2.2. Denunciação da lide pelo réu........................................................................................................................ 151 3. CHAMAMENTO AO PROCESSO (arts. 130 A 132)................................................................................................. 153 4. DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (arts. 133/137)................................... 155 5. AMICUS CURIAE (ART. 138).................................................................................................................................. 158 DO JUIZ....................................................................................................................................................................... 161 1. DISPOSIÇÕES GERAIS............................................................................................................................................ 161 2. IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO DO JUIZ.................................................................................................................. 165 2.1. Hipóteses de IMPEDIMENTO: art. 144........................................................................................................... 165 2.2. Hipóteses de SUSPEIÇÃO (art. 145)............................................................................................................... 169 2.3. Procedimento para arguição do impedimento ou da suspeição................................................................... 170 DO MINISTÉRIO PÚBLICO (ARTS. 176 E SS.).............................................................................................................. 172 DA ADVOCACIA PÚBLICA (ARTS. 182 A 184)............................................................................................................. 180 DEFENSORIA PÚBLICA (ARTS. 185 A 187).................................................................................................................. 189 3 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes DOS ATOS PROCESSUAIS (ARTS. 188 E SS.)............................................................................................................... 194 1. Negócios jurídicos processuais TÍPICOS e ATÍPICOS;........................................................................................... 198 2. Do calendário processual...................................................................................................................................... 202 3. Da Prática Eletrônica de Atos Processuais (arts. 193 a 199)................................................................................ 202 4. Dos atos das partes (art. 200)............................................................................................................................... 206 5. Dos pronunciamentos do juiz............................................................................................................................... 207 6. Do tempo dos atos processuais............................................................................................................................ 209 7. Do lugar dos atos processuais.............................................................................................................................. 211 8. Dos prazos (arts. 218 e ss).................................................................................................................................... 211 9. Da verificação dos prazos e das penalidades....................................................................................................... 218 10.Da citação (arts. 238 e ss)..................................................................................................................................... 219 11.Das cartas (arts. 236 e 237 c/c 260/268).............................................................................................................. 228 12.Das Intimações (arts. 269 e ss)............................................................................................................................. 231 13.Das nulidades (arts. 276 a 283)............................................................................................................................ 235 14.Da distribuição e do registro (arts. 284 a 290)..................................................................................................... 237 15.Do valor da causa (arts. 291/293)........................................................................................................................ 239 TUTELAS PROVISÓRIAS (arts. 294/311)..................................................................................................................... 242 1. Tutelas provisórias de urgência............................................................................................................................ 244 1.1. Disposições gerais (arts. 300/302);................................................................................................................ 244 1.2. Tutela antecipada (arts. 303 e 304)............................................................................................................... 248 1.3. Tutela cautelar (arts. 305/310)...................................................................................................................... 251 2. Tutela de evidência (art. 311)............................................................................................................................... 254 3. Tutelas contra o ilícito (ou contra o ato contrário ao direito)............................................................................. 255 3.1. Tutelas contra o ilícito.................................................................................................................................... 256 3.2. Tutela de remoção de ilícito.......................................................................................................................... 257 DA FORMAÇÃO, DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO (ARTS. 312/317)................................................ 258 1. Da formação do processo (art. 312)..................................................................................................................... 258 2. Suspensão do processo (arts. 313 a 315)............................................................................................................. 259 3. Extinção do processo (arts. 316 e 317)................................................................................................................. 265 DO PROCEDIMENTO COMUM (ARTS. 318 E SS)........................................................................................................ 266 1. PETIÇÃO INICIAL (ARTS. 319 E 320)...................................................................................................................... 266 1.1. Determinação de emenda da inicial (art. 321).............................................................................................. 268 2. Indeferimento da inicial (arts. 330/331).............................................................................................................. 268 3. Improcedência liminar do pedido (art. 332)........................................................................................................ 270 4. Citação do réu para audiência de conciliação ou mediação (art. 334)............................................................... 271 5. CONTESTAÇÃO (ARTS. 335/342)........................................................................................................................... 273 4 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes 5.1. Preliminares................................................................................................................................................... 276 6. RECONVENÇÃO (ART. 343)................................................................................................................................... 278 7. REVELIA (ARTS. 344 A 346)................................................................................................................................... 282 8. Da “fase ordinatória” do procedimento comum................................................................................................. 285 8.1. Das providências preliminares (arts. 347 a 353)............................................................................................ 285 8.2. Revelia e produção de provas........................................................................................................................ 286 8.3. Da réplica....................................................................................................................................................... 286 8.4. Da correção de vícios sanáveis...................................................................................................................... 286 9. Do julgamento conforme o estado do processo (arts. 354 a 357)...................................................................... 287 9.1. Da extinção do processo................................................................................................................................ 287 9.2. Do julgamento antecipado (total) do mérito................................................................................................. 287 9.3. Do julgamento antecipado parcial do mérito................................................................................................ 288 10.Do saneamento e organização do processo......................................................................................................... 289 11.Audiência de instrução e julgamento (arts. 358 e ss.)......................................................................................... 291 12.Das provas (arts. 369 e ss).................................................................................................................................... 295 12.1. Provas legais x provas ilegais......................................................................................................................... 296 12.2. Prova bilateralmente diabólica (ou prova diabólica reversa)........................................................................ 301 12.3. Produção antecipada da prova (arts. 381 a 383)........................................................................................... 304 13.PROVAS EM ESPÉCIE (arts. 384 e ss).................................................................................................................... 307 13.1. Da ata notarial (art. 384)................................................................................................................................ 307 13.2. Do depoimento pessoal (arts. 385 a 388)...................................................................................................... 308 13.3. Da confissão (arts. 389 a 395)........................................................................................................................ 311 13.4. Da exibição de documento ou coisa (arts. 396 a 404)................................................................................... 313 13.5. Da prova documental (arts. 405 e ss.)........................................................................................................... 316 13.6. Da prova testemunhal (arts. 442 a 463)........................................................................................................ 324 13.7. Da prova pericial (arts. 464 a 480)................................................................................................................. 330 13.8. Da inspeção judicial (arts. 481 a 484)............................................................................................................ 336 SENTENÇA (arts. 485 a 501)....................................................................................................................................... 337 1. Elementos da sentença......................................................................................................................................... 343 REEXAME NECESSÁRIO.............................................................................................................................................. 349 1. Remessa necessária “invertida”........................................................................................................................... 352 2. Exceções à regra da remessa necessária.............................................................................................................. 353 COISA JULGADA (ARTS. 502 A 508)............................................................................................................................ 356 1. Limites da coisa julgada........................................................................................................................................ 358 1.1. Limites OBJETIVOS da coisa julgada............................................................................................................... 358 1.2. Limites SUBJETIVOS da coisa julgada;............................................................................................................ 362 5 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes 1.3. Limites TEMPORAIS da coisa julgada............................................................................................................. 363 1.4. Eficácia preclusiva da coisa julgada............................................................................................................... 365 1.5. Relativização da coisa julgada........................................................................................................................ 366 1.5.1. Formas típicas........................................................................................................................................... 366 1.5.2. Relativização atípica: a “coisa julgada injusta”......................................................................................... 366 RECURSOS CÍVEIS....................................................................................................................................................... 368 1. RECURSOS.............................................................................................................................................................. 369 2. AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO.............................................................................................................. 369 3. SUCEDÂNEOS RECURSAIS:.................................................................................................................................... 372 4. Teoria Geral dos Recursos.................................................................................................................................... 373 4.1. Princípios recursais........................................................................................................................................ 373 4.1.1. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição...................................................................................................... 373 4.1.2. Princípio da taxatividade.......................................................................................................................... 375 4.1.3. Princípio da unirrecorribilidade / singularidade / unicidade recursal...................................................... 375 4.1.4. Princípio da dialeticidade.......................................................................................................................... 377 4.1.5. Princípio da voluntariedade...................................................................................................................... 378 4.1.6. Princípio da primazia do julgamento do mérito recursal......................................................................... 378 4.1.7. Princípio da fungibilidade......................................................................................................................... 379 4.1.8. Princípio da non reformatio in pejus........................................................................................................ 381 4.1.9. Princípio da Consumação (ou “princípio da exclusão dos recursos complementares”).......................... 382 4.1.10. Princípio da complementariedade......................................................................................................... 382 4.2. Efeitos dos recursos....................................................................................................................................... 383 4.2.1. Efeito obstativo......................................................................................................................................... 383 4.2.2. Efeito devolutivo....................................................................................................................................... 383 4.2.3. Efeito translativo....................................................................................................................................... 384 4.2.4. Efeito substitutivo..................................................................................................................................... 385 4.2.5. Efeito suspensivo...................................................................................................................................... 386 4.2.6. Efeito expansivo........................................................................................................................................ 387 4.2.7. Efeito regressivo....................................................................................................................................... 389 4.2.8. Efeito diferido........................................................................................................................................... 390 4.3. Pressupostos de admissibilidade dos recursos.............................................................................................. 393 4.3.1. Pressupostos subjetivos de admissibilidade dos recursos....................................................................... 394 4.3.2. Pressupostos objetivos de admissibilidade dos recursos:........................................................................ 398 5. RECURSOS EM ESPÉCIE......................................................................................................................................... 408 5.1. Apelação (arts. 1.009/1.014)......................................................................................................................... 408 5.2. Agravo de Instrumento (arts. 1.015/1.020)................................................................................................... 416 6 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes 5.3. Agravo Interno (art. 1.021)............................................................................................................................ 422 5.4. Embargos de Declaração (arts. 1.022/1.026)................................................................................................ 426 5.5. Recurso Ordinário:......................................................................................................................................... 432 5.6. Recursos Excepcionais/Extraordinários/de superposição: RE E REsp........................................................... 435 5.6.1. Funções e pressupostos específicos dos recursos excepcionais:............................................................. 435 5.6.2. Recurso Extraordinário: hipóteses de cabimento e repercussão geral:................................................... 443 TEORIA GERAL DO PROCESSO Inicialmente, importa destacar o mapeamento, a dimensão geral da Teoria Geral do Processo, cujos pontos apresentados serão discutidos de forma detalhada: 1. Da evolução da doutrina processual; 2. Jurisdição: 2.1. Conceito; 2.2. Escopos da jurisdição; 2.3. Características da jurisdição; 2.4. Princípios da jurisdição; 2.5. Espécies de jurisdição; 2.6. Jurisdição e Justiça Multiportas; 3. Ação: 3.1. Conceito; 3.2. Teorias da ação; 3.3. Condições da ação; 3.4. Elementos da ação. 4. Processo: 4.1. Conceito; 4.2. Princípios processuais; 4.3. Pressupostos processuais. 1. DA EVOLUÇÃO DA DOUTRINA PROCESSUAL 7 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes Também chamada de fases ou etapas metodológicas do desenvolvimento do Processo. Conforme já antecipado, há quatro degraus pelos quais o Processo passou para chegar à fase atual. São eles: 1.1. Sincretismo (ou praxismo); 1.2. Processualismo Científico (Oskar Von Bülow); 1.3. Instrumentalismo: 1.4. Neoprocessualismo. 1.1. SINCRETISMO (OU PRAXISMO) - Na fase do sincretismo, há uma absoluta ausência de caráter científico para o processo, ou seja, o direito processual não é estudado como um ramo autônomo da ciência jurídica, não existindo, assim, diferenciação entre direito material e direito processual. - O processo era considerado um simples procedimento, uma estrutura sequencial de atos interligados, totalmente vinculado ao direito material, sem distinção em relação a ele. - Para se referir à tal ausência de distinção entre direito material e processual, pode-se falar, também, em direito material em movimento. - A base do processo era formada apenas por conhecimentos empíricos, meramente vivenciados no dia a dia, sem estudo de seus princípios, conceitos, institutos próprios. - É a fase mais antiga, menos evoluída do direito processual. 8 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes 1.2. PROCESSUALISMO CIENTÍFICO (OSKAR VON BÜLOW) A fase do processualismo científico tem como marco teórico uma obra do professor Oscar Von Bülow, chamada “Teoria dos Pressupostos e das Exceções Processuais”, de 1868, momento em que o processo adquire caráter científico. Assim, o processo passar a ser estudado como ramo autônomo da ciência jurídica, desvinculado do direito material, surgindo a sistematização de seus conceitos, princípios e institutos, de forma paralela à relação de direito material. O processo passa a ser visto como uma relação jurídica processual de direito público, ou seja, de direito processual – envolvendo autor, juiz e réu -, com todos os seus direitos, deveres, ônus, obrigações, relação distinta daquela de direito material. A partir disso, passa-se a entender que o direito material é o objeto de discussão do processo (ciência autônoma), enquanto o processo é a estrutura por meio da qual essa discussão ocorrerá. Acontece que, em razão do processo passar a ser estudado como uma ciência autônoma, começou a ser visto como um fim em si mesmo, um culto exagerado à forma, um formalismo excessivo, fazendo com que a sua real função (de realização do direito material) fosse deixada de lado, configurando um afastamento entre o direito material e processual, surgindo, daí, a ideia seguinte. 1.3. INSTRUMENTALISMO A fase do instrumentalismo mantém autonomia do processo, a distinção entre o direito processual e material, todavia, estabelece uma relação entre eles. A relação formada entre ele é singular, de dependência, de forma que o processo efetiva o direito material, é um instrumento de realização do direto material que, por sua vez, confere sentido ao processo. Assim, passa-se a falar em processo como instrumento da jurisdição. Pela visão instrumentalista, o processo é um instrumento para a realização do direito material pela via dos órgãos jurisdicionais. 9 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes Para muitos, essa é a fase em que ainda nos encontramos e é sempre muito lembrada na doutrina e na jurisprudência. A seguir, vejamos informativos do STJ e do STF que reforçam tal ideia: Nesse sentido, o direito processual é, a um só tempo, um ramo jurídico autônomo, mas também um instrumento específico de atuação a serviço do direito material, haja vista que seus institutos básicos são concebidos e se justificam para garantir a efetividade do direito substancial ou material, na hipótese de uma determinada controvérsia jurídica ser sujeita à apreciação do juiz. (STJ, Informativo 673, 3ª Turma, REsp 1.770.863/2020) O CPC/15 consagrou o entendimento de que o processo não deve ser um fim em si mesmo, devendo-se buscar uma adequada mediação entre o direito nele previsto e a sua realização prática, a fim de torná-lo efetivo, exigindo- se postura interpretativa orientada a reafirmar e reforçar esse objetivo. (STF, Informativo 1.092, Pleno, ADI 5.492 e 5.737/2023) 1.4. NEOPROCESSUALISMO É a última e atual fase. Também conhecido como “formalismo-ético” ou “formalismo-valorativo”. Sobre o reconhecimento disso, destaca o professor Fredie Didier: A evolução histórica do direito processual costuma ser dividida em 3 fases: praxismo (ou sincretismo), processualismo e instrumentalismo. Parece mais adequado, porém, considerar a fase atual como uma quarta fase da evolução do direito processual. Fala-se, então, de um Neoprocessualismo. (DIDIER, Fredie. Curso..., 2022) CARACTERÍSTICAS DO NEOPROCESSUALISMO: A) Constitucionalização do processo e reconhecimento da eficácia normativa da Constituição: - O Neoprocessualismo busca a aproximação do processo à Constituição. - É o processo que reconhece a importância da supremacia das regras e dos princípios constitucionais. - Visualiza a Constituição como uma carta jurídica, com seus valores, suas regras, seus princípios, entendidos com total eficácia normativa, e não meramente política, uma simples carta de intenções, um mero instrumento de integração do Direito. 10 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes - Sob essa ótica, o Neoprocessualismo coloca a Constituição como um centro gravitacional, o núcleo hermenêutico do intérprete, em que o processo civil deverá ser ORDENADO, VALIDADO E INTERPRETADO de acordo com as normas constitucionais. Alguns falam em processo de “filtragem constitucional”. - E, daí, fala-se em “formalismo-valorativo”, vez que se destaca no Neoprocessualismo a importância que e deve dar aos valores constitucionais na construção e aplicação do formalismo processual. Nesse sentido, a doutrina destaca que O Neoprocessualismo também é conhecido como formalismo-valorativo, por destacar a importância que se deve dar aos valores constitucionalmente protegidos na pauta de direitos fundamentais na construção e aplicação do formalismo processual”. (ALVES, Giselle. PINTO, Henrique. O neoprocessualimo..., 2018) - Ademais, a característica ora discutida está muito bem assimilada no CPC, no capítulo das normas fundamentais: CPC, art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. B) Processo e efetivação de direito fundamentais: - Tem como norte a dignidade da pessoa humana. - Reconhece o Processo como um mecanismo de afirmação/realização dos direitos reconhecidos na Constituição. - Processo como garantia constitucional que vai fazer dos direitos e das demais garantias constitucionais realidade, com especial destaque dos direitos afetos à dignidade da pessoa humana. - Como uma das consequências práticas disso é a necessidade de se atenuar as formalidades excessivas do processo, o chamado “fetichismo das formas”, a fim de se alcançar uma prestação jurisdicional mais justa, valorizando a instrumentalidade das formas, a ideia de que não há nulidade sem prejuízo, a fungibilidade recursal, a primazia do julgamento de mérito, etc. - Logo, dessa característica decorre a necessidade de se atenuar o “fetichismo das formas”, o rigor excessivo de formalidades que, geralmente, é trazido para o processo. - Assim entende o professor Eduardo Cambi. O Neoprocessualismo quer construir e desenvolver técnicas processuais que se voltam sistematicamente à promoção e concretização dos direitos fundamentais. Para cumprir com este objetivo será indispensável enfrentar o problema do fetichismo das formas. 11 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes O apego exagerado à forma cria obstáculos não razoáveis à utilização do processo como mecanismo de promoção de direitos fundamentais. (CAMBI, Eduardo. Neoconstitucionalismo e Neoprocessualismo..., 2016). - No mesmo sentido, há manifestação do STJ: No Neoprocessualismo a instrumentalidade assumiu grande relevância, porque considera que o ato equivocadamente produzido somente pode ser invalidado se não for mais simples aproveitá-lo. (STJ, AgInt no AREsp 1.846.694/2022) C) Reforço da moralidade processual: ética, boa-fé e cooperação: - O Neoprocessualismo busca ressaltar a conduta ética, a boa-fé, a lealdade dos sujeitos processuais no desempenho dos seus papeis, buscando evitar condutas atentatórias à dignidade da justiça, litigância de má- fé, como decorrência de um processo pautado no princípio da cooperação, que reconhece a necessidade de se ver o processo como um ambiente colaborativo, uma verdadeira comunidade de trabalho entre autor, juiz e réu, visando a obtenção de decisão de mérito justa e efetiva. - Os postulados da ética, boa-fé, cooperação são reforçados pelo Neoprocessualismo, consoante explanado pela professor Giselle Alves: O Neoprocessualismo baseia-se na conduta ética a ser praticada por aqueles que litigam em juízo. Neste contexto, destacam-se o princípio da cooperação, o princípio da boa-fé objetiva, o princípio da proibição da prática de atos contraditórios, dentre outros, que atualmente, possuem previsão legal expressa no NCPC. (ALVES, Giselle. PINTO, Henrique. O neoprocessualimo..., 2018) D) Atuação judicial na criação do direito: - O Neoprocessualismo reforça a atuação judicial na criação das normas, do direito, o que é extremamente visível quando se olha para a atual sistemática de precedentes vinculantes, confirmando essa ideia de um papel criativo e normativo da atividade jurisdicional. E) Expansão da técnica legislativa das “cláusulas gerais” e dos “conceitos jurídicos indeterminados” - Favorece a atuação judicial criativa. - São enunciados normativos mais vagos, mais fluidos, de tessitura mais aberta, como, por exemplo, a técnica legislativa que fala em “boa-fé”, “poder geral de cautela”, “conveniência e oportunidade” como critério de julgamento, etc. 12 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes - Tais cláusulas gerais permitem adaptações de sentido pelo intérprete do direito, que vai concretizar o texto normativo em cada caso, podendo adaptá-lo às transformações da sociedade, permitindo, assim, uma abertura do sistema a certos valores, mesmo que, naquele momento, eles não estejam expressamente protegidos pela legislação. - Foge à ideia da aplicação de uma lei posta, que resolva todas as questões em qualquer momento histórico pela técnica de subsunção (encaixe), evitando-se, inclusive, situação que propicie uma estagnação do próprio sistema e da evolução do direito. Há uma franca expansão de normas reconhecidas como cláusulas gerais e que, como se pôde observar, com a entrada em vigor do NCPC, que a exemplo do Código Civil, também se valeu dessa imprescindível técnica normativa, as utiliza como forma de combater a estagnação do sistema, conferindo-lhe maior mobilidade no intuito de melhor acompanhar as mudanças sociais. (ALVES, Giselle. PINTO, Henrique. O neoprocessualimo..., 2018) Em suma, algumas características do Neoprocessualismo: A. Constitucionalização do processo e reconhecimento da eficácia normativa da Constituição; B. Processo e efetivação de direitos fundamentais; C. Reforço da moralidade processual: ética, boa-fé e cooperação. D. Atuação judicial na criação do direito; E. Expansão da técnica legislativa das “cláusulas gerais” e dos “conceitos jurídicos indeterminados”. 2. JURISDIÇÃO 2.1. CONCEITO - Função atribuída a um terceiro imparcial de aplicação do ordenamento jurídico diante de situações concretas que demandem a intervenção estatal, buscando-se decidir essas situações de uma forma definitiva, a fim de se gerar uma estabilidade nas relações sociais. 13 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes A jurisdição pode ser entendida como a atuação estatal visando à aplicação do direito objetivo ao caso concreto, resolvendo-se com definitividade uma situação de crise jurídica e gerando com tal solução a pacificação social. (AMORIM, Daniel. Manual...2022, p. 61) - Por outro lado, alguns autores destacam que jurisdição não é apenas uma função, mas, ao mesmo tempo, poder, função e atividade: PODER - estatal de dizer e impor o direito às situações de crise, interferindo na esfera jurídica das pessoas e decidindo, com ares de definitividade, essas situações. “Dizer” sob uma ótica mais cognitiva, de dizer o direito resolvendo a situação posta em juízo. “Impor” sob uma ótica mais executiva, no sentido de realizar, satisfazer aquilo que ficou decidido. FUNÇÃO - encargo constitucional de exercer o poder jurisdicional, realizando aquilo que está disposto no ordenamento jurídico em face dessas situações de crise. ATIVIDADE - conjunto de atos praticados para o exercício dessa função, o que se dá pela via do processo, entendido como um procedimento em contraditório, que propicia a declaração e a realização desses direitos. 2.2. ESCOPOS DA JURISDIÇÃO ESCOPO SOCIAL – é a solução, a pacificação de conflitos, gerando-se uma estabilização das relações sociais; promoção do bem comum; ESCOPO JURÍDICO – é aplicação do ordenamento jurídico, da vontade concreta da lei, para a solução daqueles casos concretos que estão submetidos à apreciação jurisdicional, fazendo com que se atinjam os objetivos das normas jurídicas, ciando uma norma de regência para aquele caso específico. “Norma jurídica individualizada”. ESCOPO EDUCACICONAL - É o propósito da jurisdição de ensinar a população, educando as pessoas acerca de seus direitos e deveres, orientando condutas e, inclusive, aplicando sanções que levem os infratores a se conscientizarem da inconveniência de posturas que contrariem o ordenamento jurídico. 14 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes - A disseminação de formas de divulgação da atividade jurisdicional (TV Justiça, p.ex.) é um grande catalisador do escopo jurisdicional. ESCOPO POLÍTICO - é escopo político da jurisdição a reafirmação e o fortalecimento do próprio poder estatal perante os cidadãos, aumentando, assim, sua credibilidade perante a opinião pública. - Também é escopo político dar oportunidade aos cidadãos de se valerem de mecanismos processuais ((ação popular, ação civil pública), para influir nos destinos do estado e da própria sociedade, assegurando-se, assim, uma participação democrática aos cidadãos nos rumos do Estado. 2.3. CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO i. Inércia ou demanda; ii. Desinteresse/imparcialidade; iii. Secundariedade; iv. Substitutividade; v. Definitividade; vi. Unidade e indivisibilidade 2.3.1. INÉRCIA OU DEMANDA CPC, Art. 2º. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. 15 Licenciado para - BRUNO RIBEIRO DE ALMEIDA - 01710302143 - Protegido por Eduzz.com Transcrição: Clara Lopes Vamos dividir o estudo desse artigo em duas partes: A. “O processo começa por iniciativa da parte, salvo as exceções previstas em lei”: a jurisdição é inerte, o exercício da jurisdição depende de demanda, ou seja, o juiz não pode iniciar um processo de ofício. - Admitir-se o contrário seria, primeiramente, sacrificar a possibilidade de as partes tentarem a autocomposição, além, especialmente, de comprometer a imparcialidade. - EXCEÇÕES: Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração. Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação dos respectivos bens. - A propósito, sobre o tema “herança jacente”, entende o STJ: A herança jacente excepciona a inércia da jurisdição, tendo em vista que o CPC/2015 confere legitimidade ao juiz para atuar ativamente, independente de provocação, seja para a instauração do processo, seja para a sua instrução. (STJ, Informativo 688, 3ª Turma, REsp 1.812.459/2021) - Ainda sobre as exceções... Art. 744. Declarada a ausência nos casos previstos em lei, o juiz mandará arrecadar os bens do ausente e nomear-lhes-á curador na forma estabelecida na Seção VI, observando-se o disposto em lei. CUIDADO! No CPC de 73, havia uma exceção que não foi replicada no CPC de 2015, que é a exceção de procedimento de inventário. CPC/73, art. 989. O juiz determinará, de ofício, que se inicie o inventário, se nenhuma das pessoas mencionadas nos artigos antecedentes o requerer no prazo legal

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