Técnicas de Triagem e Coleta de Amostras Biológicas PDF
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Brenno Martins
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Este documento explica as técnicas de triagem e coleta de amostras biológicas, como sangue, urina e fezes. São discutidos os recipientes adequados, a rotulagem, as condições de armazenamento e transporte, além de noções pré-analíticas importantes para garantir a qualidade dos resultados dos exames. Também abrange os diferentes tubos utilizados na coleta de sangue e seus respectivos aditivos.
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TÉCNICAS DE TRIAGEM E COLETA Brenno Martins ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS (SANGUE, URINA E FEZES) O acondicionamento e transporte de amostras biológicas são etapas cruciais no processo de diagnóstico laboratorial, e devem ser realizados de forma segura e adequada para g...
TÉCNICAS DE TRIAGEM E COLETA Brenno Martins ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS (SANGUE, URINA E FEZES) O acondicionamento e transporte de amostras biológicas são etapas cruciais no processo de diagnóstico laboratorial, e devem ser realizados de forma segura e adequada para garantir a integridade da amostra, a biossegurança dos profissionais envolvidos e a qualidade dos resultados dos exames. TIPOS DE RECIPIENTES SANGUE URINA FEZES Tubo de coleta a vácuo: Frasco coletor: utilizado Frasco coletor com utilizado para amostras para coleta de urina tampa vedada: utilizado de sangue venoso. geral ou 24 horas. para coleta de fezes para exame Seringa: utilizada para Tubo cônico: utilizado parasitológico, amostras de sangue para coleta de urina coprocultura ou outros arterial ou capilar. para cultura ou exame exames. citopatológico. Tubo de coleta com gel separador: utilizado para amostras de sangue destinadas à sorologia ou exames bioquímicos. ROTULAGEM A rotulagem das amostras biológicas deve ser clara, completa e legível, e deve conter as seguintes informações: Nome do paciente Data e hora da coleta Tipo de amostra (sangue, urina ou fezes) Local de coleta (se for diferente do local de solicitação do exame) Identificação do profissional que realizou a coleta Outras informações relevantes para o exame (por exemplo, tempo de jejum para exame de glicemia) CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO As amostras biológicas devem ser armazenadas em temperatura adequada até o transporte para o laboratório. Sangue: refrigerado (entre 2°C e 8°C) Urina: refrigerada (entre 2°C e 8°C) Fezes: em temperatura ambiente (até 25°C) TRANSPORTE EMBALAGEM As amostras biológicas devem ser acondicionadas em embalagens rígidas e vedadas para evitar vazamentos e contaminação. As embalagens devem ser identificadas com o símbolo de material biológico e com as informações do paciente e da amostra. TRANSPORTE O transporte das amostras biológicas deve ser realizado por um profissional treinado e capacitado para o manuseio seguro de material biológico. As amostras devem ser transportadas em veículos adequados, com temperatura controlada, se necessário. DOCUMENTAÇÃO A documentação de transporte das amostras biológicas deve acompanhar as amostras e conter as seguintes informações: Nome do remetente e destinatário Data e hora da coleta e do envio Tipo de amostra e quantidade Condições de armazenamento e transporte Nome e contato do profissional responsável pelo transporte NOÇÕES PRÉ- ANALÍTICAS As noções pré-analíticas englobam os procedimentos realizados antes da coleta da amostra biológica, com o objetivo de garantir a qualidade da amostra e a confiabilidade dos resultados dos exames. NOÇÕES PRÉ-ANALÍTICAS Orientação ao paciente: O paciente deve ser orientado sobre os procedimentos de coleta da amostra, incluindo jejum, medicamentos a serem suspensos, restrições alimentares e outras medidas necessárias. Preparo do local de coleta: O local de coleta deve estar limpo, organizado e livre de materiais contaminantes. Coleta da amostra: A coleta da amostra deve ser realizada por um profissional treinado e capacitado, utilizando técnicas adequadas para cada tipo de amostra. Manuseio da amostra: A amostra deve ser manuseada com cuidado para evitar contaminação e degradação. Transporte da amostra: A amostra deve ser transportada de acordo com as normas de biossegurança para o laboratório. ELEMENTOS DO TECIDO SANGUÍNEO PLASMA O plasma é a parte líquida do sangue e representa cerca de 55% do volume total do sangue. O plasma é composto por água, proteínas, sais minerais, açúcares e outras moléculas. As proteínas do plasma são responsáveis por diversas funções importantes, como transporte de moléculas, coagulação do sangue e manutenção da pressão arterial. GLÓBULOS VERMELHOS Os glóbulos vermelhos, também conhecidos como hemácias ou eritrócitos, são as células mais abundantes no sangue. Eles são responsáveis por transportar oxigênio dos pulmões para as células do corpo. Os glóbulos vermelhos contêm hemoglobina, uma proteína que se liga ao oxigênio. GLÓBULOS BRANCOS Os glóbulos brancos, também conhecidos como leucócitos, são as células do sistema imunológico do corpo. Eles são responsáveis por defender o corpo contra infecções por bactérias, vírus, fungos e parasitas. Existem diferentes tipos de glóbulos brancos, cada um com uma função específica na defesa do corpo. PLAQUETAS As plaquetas são fragmentos de células que são responsáveis pela coagulação do sangue. Elas se aglutinam no local de um corte ou lesão para formar um coágulo que impede o sangramento. NEUTRÓFILOS São os soldados de infantaria do sistema imunológico, representando cerca de 60-70% dos glóbulos brancos. Incansáveis na linha de frente, engolem e destroem bactérias e fungos, liberando substâncias que atraem outros glóbulos brancos para o local da batalha. EOSINÓFILOS Especialistas em combater parasitas e alergias, esses guerreiros representam 2-3% dos glóbulos brancos. Eles liberam substâncias tóxicas que matam os parasitas e reduzem a inflamação causada por reações alérgicas. BASÓFILOS Agindo como sentinelas sensíveis, os basófilos representam apenas 0,01- 0,1% dos glóbulos brancos. Eles liberam histamina e outras substâncias químicas que dilatam os vasos sanguíneos e aumentam a permeabilidade, facilitando a chegada de outros glóbulos brancos ao local da infecção. LINFÓCITOS Considerados o "cérebro" do sistema imunológico, os linfócitos representam 20-30% dos glóbulos brancos. Dividem-se em dois grupos principais: Linfócitos B: Produzem anticorpos, proteínas específicas que se ligam a patógenos invasores, marcando-os para serem destruídos por outros glóbulos brancos. Linfócitos T: Reconhecem e eliminam células infectadas por vírus ou tumorais, além de coordenar a resposta imune como um todo. MONÓCITOS Patrulhando os tecidos, os monócitos representam cerca de 5- 10% dos glóbulos brancos. Eles se transformam em macrófagos, células vorazes que engolem e destroem microrganismos, células mortas e debris celulares. PRODUÇÃO E MATURAÇÃO DOS GLÓBULOS BRANCOS Neutrófilos: 1-6 dias Eosinófilos: 8-10 dias Basófilos: 2-3 semanas Linfócitos B: Várias semanas a meses Linfócitos T: Várias semanas a meses Monócitos: 3-7 dias FATORES QUE INFLUENCIAM O NÚMERO DE GLÓBULOS BRANCOS Infecções: Aumentam o número de glóbulos brancos, principalmente neutrófilos, como resposta à presença de patógenos. Doenças inflamatórias: Podem elevar o número de glóbulos brancos, como neutrófilos, monócitos e basófilos. Alergias: Aumentam o número de eosinófilos. Estresse: Pode causar um aumento temporário de glóbulos brancos. Exercícios físicos: Elevam o número de glóbulos brancos de forma transitória. Medicamentos: Alguns medicamentos podem aumentar ou diminuir o número de glóbulos brancos. Gravidez: Aumenta o número de glóbulos brancos, principalmente neutrófilos. TUBOS, ADITIVOS E TIPOS DE AMOSTRA Os tubos de coleta servem para a conservação do material e processamento das amostras e possuem diferenciação por cores, a maioria possuem aditivos que podem acelerar a coagulação sanguínea ( ativador de coágulo) ou retardam a coagulação (anticoagulante). A padronização por cores é universal e foi feita para com que seja mais prático na hora de coletar o exame evitando assim possíveis interferências no resultado. As cores comuns são azul, roxo, vermelho ou amarelo, verde e cinza, podendo ainda ter algumas diferenciações de tonalidades, específicas de cada fabricante. TUBOS, ADITIVOS E TIPOS DE AMOSTRA Os aditivos por sua vez, são ativadores de coágulo, que ao entrar em contato com a amostra promove uma cascata de coagulação e ao centrifugar o material, há a separação de coágulo e soro. Os anticoagulantes possuem substâncias que inibem as proteínas de coagulação, quando centrifugado, separa em coágulo e plasma. Sendo assim, há 3 tipos de amostra para análise sanguínea, o sangue total, o plasma sanguíneo e o soro. TUBO AZU O tubo de tampa azul contém citrato de sódio. Ele é recomendado no caso de uma análise de coagulação. O plasma sanguíneo é obtido após a centrifugação e então podendo ser detectado proteínas de coagulação e indicadores como Tempo de Protrombina (TP) e Tempo de Tromboplastina ativada (TTPa). TUBO VERMELHO OU AMARELO O tubo de coleta de sangue vermelho ou amarelo possui ativador de coágulo em si, fazendo com que o processo de coagulação seja acelerado, resultando em um processo que favorece a qualidade do soro. Podendo também, em sua maioria, acompanhar de um gel separador que difere com maior propriedade o soro das células de coágulo. Ou seja, são recomendados para análises bioquímicas, sorológicas, imunológicas e até mesmo para detecção de marcadores cardíacos e tumorais. Sendo por sua maioria o volume de amostras de um laboratório clínico. TUBO VERDE Os tubos verdes possuem heparina de lítio, aditivo anticoagulante. Este tubo é indicado em análises que precisam de plasma para determinações bioquímicas. A heparina é um anticoagulante que ativa as enzimas antiplaquetárias, bloqueando a cascata de coagulação. TUBO ROXO Os tubos roxos possuem EDTA em suas paredes e são utilizados geralmente para realizar uma análise hematológica. Este tubo é indicado para rotinas de hematologia visto que, o anticoagulante usado é o mais indicado para preservar a morfologia celular. TUBO CINZA Os tubos cinzas possuem fluoreto de sódio dentro de si e são indicados para medir a dosagem de glicose, lactato e hemoglobina glicada no plasma. O fluoreto é utilizado como inibidor glicolítico e evitando a degradação da glicose sanguínea. SEQUÊNCIA CORRETA DOS TUBOS DE COLETA DE SANGUE Para garantir uma melhor coleta, é indicado que o profissional utilize a sequência adequada dos tubos, que seria: 1. Tubo Azul (citrato de sódio) 2. Tubo Amarelo/Vermelho (ativador de coágulo) 3. Tubo Verde (heparina) 4. Tubo Roxo (EDTA) 5. Tubo Cinza (fluoreto de sódio/EDTA) ATENÇÃO PARA AS PRINCIPAIS INTERFERÊNCIAS As interferências podem ocorrer de acordo com aspectos físicos do paciente, ingestão de medicamentos, doenças crônicas, contaminação de amostra, coleta traumática, entre outros. As alterações dos exames devem ser analisadas pontualmente em cada caso, em conjunto com o histórico do paciente e qualidade da amostra. HEMÓLISE A hemólise ocorre devido à lise (ruptura) das hemácias, liberando hemoglobina e componentes intracelulares no plasma ou soro. A liberação de hemoglobina faz com que o soro ou plasma apareça vermelho pálido até a cor vermelha cereja. Isso acontece normalmente por uma coleta inadequada, mistura excessiva da amostra de sangue, transporte e armazenamento incorretos. Amostras hemolisadas alteram algumas substâncias e devem ser analisadas cautelosamente. LIPEMIA Amostras lipêmicas possuem um excesso de lipídios ou gorduras na corrente sanguínea. Esse fenômeno faz com que o plasma ou soro apareça turvo ou leitoso, interferindo principalmente em testes que usam sistemas ópticos de leitura. A principal causa é a ingestão de alimentos gordurosos que, se moderada a intensa, interferem na contagem de leucócitos, plaquetas, eritrócitos e elevar muito a dosagem de hemoglobina. ICTERÍCIA A amostra ictérica é relacionada ao aumento dos níveis de bilirrubina. Ela é produzida pelo organismo quando os glóbulos vermelhos se desintegram pois é o produto da degradação da hemoglobina. O soro ou plasma ganham a cor amarelo brilhante sendo considerada característica de problemas hepáticos. FIM!