Guia de Soft Skills PDF - SENAI LAB365
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LAB365
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Este guia da SENAI LAB365 aborda as soft skills, competências essenciais no mercado de trabalho atual, com foco em comunicação, pensamento crítico, e adaptabilidade. O documento explora a importância da criatividade e inovação para o sucesso profissional, fornecendo dicas e exemplos práticos para o desenvolvimento dessas habilidades, com o objetivo de melhorar a empregabilidade.
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GUIA DE SOFT SKILLS SUMÁRIO Apresentação......................................................................................................3 Aprendizado ativo..............................................................................................6...
GUIA DE SOFT SKILLS SUMÁRIO Apresentação......................................................................................................3 Aprendizado ativo..............................................................................................6 Definições – “Mas afinal, o que significa ser ativo?”....................................... 7 Habilidades necessárias...................................................................................... 8 Pensamento crítico e autocontrole...............................................................12 Pensamento Crítico...........................................................................................12 Autocontrole.......................................................................................................15 Comunicação, cooperação e negociação......................................................17 Comunicação não violenta (CNV).....................................................................20 Cooperação e trabalho em equipe..................................................................21 Negociação........................................................................................................23 Resiliência e adaptabilidade...........................................................................25 Resiliência...........................................................................................................25 Adaptabilidade...................................................................................................28 Criatividade e inovação...................................................................................31 Criatividade.........................................................................................................31 Inovação..............................................................................................................33 Conclusão..........................................................................................................37 Referências........................................................................................................38 APRESENTAÇÃO O LAB 365 é a Edtech do SENAI/SC, que entrega aos estudantes uma experiência única e imersiva no ensino e na aprendizagem de tecnologias de ponta. Desenvolvemos formações inovadoras e conectadas com parceiros, como empresas de desenvolvimento de software e prefeituras, para levar o ensino de conteúdos técnicos e também do dia a dia ao mercado de trabalho. Queremos democratizar o acesso às habilidades do futuro a partir da previsão de tendências e do uso da tecnologia para inovar em metodologias e experiências. Assim, neste guia, fizemos uma curadoria de conteúdo curadoria de conteúdo especial e atualizada, com o objetivo de melhorar a empregabilidade da nossa comunidade. Este é nosso guia sobre as soft skills, ou, no português: habilidades socioemocionais. É isso mesmo, além da formação técnica de qualidade e excelência que o LAB 365 vai te oferecer, também vamos passar por essas competências e habilidades interpessoais, cada vez mais importantes no mercado de trabalho. 3 No mundo dinâmico e em constante evolução de hoje, as soft skills se tornaram, sem dúvida, tão essenciais quanto as habilidades técnicas específicas de uma profissão. Mas, afinal, o que são essas skills? Também conhecidas como habilidades interpessoais ou socioemocionais, englobam uma variedade de competências que permitem aos indivíduos interagir efetivamente e harmoniosamente com os outros. Essas habilidades incluem comunicação, empatia, pensamento crítico, adaptabilidade, entre outras, e são fundamentais para o sucesso tanto no ambiente de trabalho quanto na vida pessoal. Uma outra questão é a atual dinâmica de contratações no mercado de trabalho. Uma pesquisa de 2018 da Page Personnel, corroborada no Brasil por pesquisas do LinkedIn, em 2019 e da Você S/A em 2020, concluiu que a dinâmica de contratações ainda segue em grande parte o critério técnico: 90% das contratações são feitas pelos conhecimentos e habilidades técnicas na área profissional. Porém, o mesmo número, 90%, das demissões atualmente são realizadas por questões comportamentais. Observe essa notícia que saiu no G1. Figura 1 - Notícia sobre a pesquisa supracitada Fonte: G1 (2018) Essa distinção entre categorias de habilidades tornou-se mais clara e necessária, especialmente com o protagonismo da tecnologia no mercado de trabalho e no ambiente de empresas e indústrias. As competências técnicas, ou hard skills, referem-se aos conhecimentos técnicos e às capacidades específicas adquiridas por meio de educação formal e experiência prática. Exemplos: habilidades de programação, contabilidade ou uso de softwares específicos. Já as soft skills, por outro lado, são competências mais sutis, relacionadas à personalidade e ao emocional, que influenciam na forma como interagimos uns com os outros e em como enfrentamos desafios no ambiente de trabalho. Enquanto as hard skills são essenciais para realizar tarefas específicas, as soft skills são cruciais para navegar nas complexas dinâmicas sociais e organizacionais. 4 No primeiro tópico, “Aprendizado Ativo”, será explorada a importância de estar continuamente aberto a novas informações e experiências. Aprendizado ativo envolve a capacidade de adquirir conhecimentos e habilidades de maneira proativa, além de aplicar esse aprendizado em situações práticas para resolver problemas e inovar. O segundo tópico, “Pensamento Crítico e Autocontrole”, aborda a capacidade de analisar informações de forma objetiva ao tomar decisões. O pensamento crítico é essencial para resolver problemas complexos e tomar decisões informadas, enquanto o autocontrole é necessário para gerenciar emoções e comportamentos em situações desafiadoras, mantendo a calma e a eficácia. Em “Comunicação, Cooperação e Negociação”, o terceiro tópico, será discutida a importância de transmitir informações de maneira clara e eficaz, trabalhar bem em equipe e negociar acordos mutuamente benéficos. Essas habilidades são fundamentais para construir relacionamentos fortes e colaborar eficientemente nos ambientes de trabalho atuais. O quarto tópico, “Resiliência e Adaptabilidade”, destaca a importância de se recuperar rapidamente de adversidades e se ajustar às mudanças. A resiliência permite que os profissionais enfrentem desafios com otimismo e determinação, enquanto a adaptabilidade garante que possam se ajustar a novas circunstâncias e continuar sendo produtivos. No último tópico, “Criatividade e Inovação”, será explorada a capacidade de gerar ideias novas e úteis e transformá-las em soluções práticas. A criatividade é a base da inovação, permitindo que os profissionais encontrem soluções únicas para problemas e contribuam para o crescimento e a competitividade das organizações. 5 Este guia vai aprofundar cada uma dessas soft skills, buscando apresentar dicas valiosas e exemplos práticos que podem te apoiar a desenvolver essas competências essenciais para o sucesso no ambiente de trabalho e além. Então, prepare-se para embarcar nessa jornada de desenvolvimento pessoal e profissional, aprimorando suas habilidades para se destacar em qualquer contexto. APRENDIZADO ATIVO Ao começarmos nossos estudos sobre soft skills, abordaremos um aspecto crucial tanto para sua vida profissional quanto para sua experiência como estudante do LAB 365; afinal, uma parte fundamental da nossa Metodologia SENAI é o aprendizado ativo. Aqui nos referimos à mudança na compreensão do que é um aluno, um estudante, dentro dos novos contextos educacionais, especialmente na Educação a Distância (EaD). Na sociedade da informação, o estudante não é mais uma figura passiva, apenas recebendo informação e conhecimento. Afinal, ambos estão disponíveis em diversos canais e contextos. O que essa nova ideia educacional define, então? Ela propõe que os cursos de formação, sejam eles técnicos, profissionais, superiores ou de aprendizagem, tenham como ponto de partida o conhecimento prévio desses estudantes. 6 Coletando essas informações, o professor fará a mediação entre o que o estudante já sabe e o que ainda precisa aprender, identificando o conhecimento necessário para atuar bem na sua área e no mercado. Essa é a ideia do aprendizado ativo: que o estudante seja parte integrante do processo educacional, que ajude a construir as aulas e o seu próprio conhecimento, que participe e auxilie o professor a fazer esse diagnóstico e, aí sim, construir um curso mais significativo e “direto ao ponto”. Definições – “Mas afinal, o que significa ser ativo?” A ideia de aprendizado ativo tem como principal objetivo inserir o estudante no centro de sua própria formação, tornando-o o protagonista de seu processo de aprendizagem. Para isso, sempre terá como base a teoria pedagógica chamada de construtivismo. Ela defende que alguém só aprende quando está pessoalmente e dinamicamente engajado. De forma bem resumida, o método de aprendizado ativo argumenta que ninguém aprende nada sozinho, e sim constrói o conhecimento, em parceria com a instituição, os professores e os colegas. Aprendizagem Dinâmica siginficativa O aprendizado fica mais O fato de o aluno participar dinâmico, mais vivo, nunca mais fara com que ele traga será igual, nunca será repetitivo. 1 2 para as aulas as suas necessidades e sua realidade. Participação Integração teoria Ao incentivar essa 3 4 e prática Um método que incentiva a participação dos alunos, as aulas se tornam mais participação nunca poderá agradáveis e despertam a ficar só na teoria! Ou seja, curiosidade. sempre haverá muitas prática e produção. Figura 2 - O que define um aprendizado ativo Fonte: Do autor (2024) 7 É isso que define um aprendizado ativo: a participação dos estudantes não só nas aulas, mas também na construção do planejamento do professor. Isso torna as aulas mais dinâmicas, envolve os estudantes no processo, engajando-os, e torna a aprendizagem significativa, já que o estudante emprega as suas vivências e a sua realidade no momento de formação. Habilidades necessárias Buscar o aprendizado ativo exige o desenvolvimento de habilidades específicas. Nesse contexto, abordaremos quatro dessas habilidades: iniciativa, honestidade, engajamento e comunicação. Entenda cada uma delas a seguir. Iniciativa Iniciar algo novo, buscar conhecimento proativamente, sem esperar que alguém nos empurre, é essencial para o aprendizado ativo. Ter iniciativa significa ser proativo e estar disposto a dar o primeiro passo na busca pelo conhecimento. Trata-se de ter a coragem de explorar territórios desconhecidos, fazer perguntas e buscar soluções por conta própria. A curiosidade e o questionamento devem partir de você, estudante. Isso estimula a imersão em novas experiências e desafios. A iniciativa no momento de formação em um curso, pode ser colocada em prática de diversas formas. Entre elas: Tomar a frente: já ouviu falar da “lei do mínimo esforço”? O aprendizado ativo deve sempre combatê-la. Tomar a iniciativa significa estar disposto e ser capaz de estimular e participar de discussões, criar projetos, liderar. Apresentar propostas: o aprendizado ativo com iniciativa nos ajuda a enxergar uma situação de maneira diferente. Em vez de focar apenas no problema ou na situação, passamos a considerar o que eles podem se tornar. Isso envolve analisar criticamente o contexto, não apenas compreendendo o problema, mas também visualizando as possíveis soluções. 8 Conhecimento do processo: já ouviu aquela expressão “saber onde está pisando”? Isso também é importante em um curso de formação. Conheça bem sua grade curricular, seus professores, o funcionamento da instituição e o formato das aulas. Isso te ajudará a participar de forma mais ativa e engajada no curso. Planejamento de implementação: você conseguiu tomar a iniciativa, analisar o problema de forma crítica, conhecer o processo e apresentar propostas. A sua proposta foi aprovada, e o próximo passo é implementá-la. Para isso, é importante desenvolver competências na área de projetos, que incluem saber elaborar um plano e entender as etapas necessárias e as habilidades de monitoramento e controle. A gestão de projetos é uma competência fundamental tanto no presente quanto no futuro, em qualquer área profissional. Aqui fica a primeira dica importante: busque conhecimento na área de gestão de projetos. Figura 3 - Iniciativa 9 Honestidade: Sem honestidade, especialmente a honestidade intelectual, o aprendizado ativo perde sua base sólida. Ser honesto consigo mesmo e com os outros é fundamental para reconhecer áreas de melhoria, admitir seus erros e buscar aprimoramento contínuo. Essa honestidade cria a confiança necessária para que todos se sintam à vontade para compartilhar suas ideias, opiniões e dúvidas. A honestidade intelectual se refere especialmente à sua produção. Com tantas tecnologias e facilidades disponíveis hoje em dia, é crucial refletir sobre o que você está realmente ganhando. Pergunte-se: estou evoluindo? Se a resposta for negativa, o aprendizado pode não fazer sentido. Engajamento O engajamento é o estímulo que mantém o aprendizado ativo em movimento. Estar totalmente envolvido e comprometido com o processo de aprendizagem é crucial para absorver e reter informações de forma significativa. Isso significa participar ativamente das atividades propostas, fazer perguntas, contribuir com seus pensamentos e ideias e buscar conexões entre os conceitos aprendidos e sua aplicação prática. O engajamento transforma o aprendizado: ele passa de uma atividade passiva para uma experiência dinâmica e estimulante. Qualquer tipo de metodologia ativa – que é o que o LAB 365 estimula – ou aprendizado ativo vai precisar da participação e do movimento dos estudantes. Comunicação A comunicação é a ponte que conecta você ao conhecimento e também estabelece vínculos entre você e os outros. Ser capaz de expressar ideias de forma clara e eficaz, tanto verbalmente quanto por escrito, é essencial para que o aprendizado seja ativo. Além disso, a habilidade de ouvir ativamente e responder de maneira construtiva ao feedback dos colegas e professores é fundamental para o seu crescimento pessoal e acadêmico. Uma comunicação aberta e eficaz promove a colaboração, o compartilhamento e a construção de relacionamentos importantes, essenciais para o sucesso tanto na sala de aula quanto além dela. 10 Quando falamos em aprendizado ativo, falamos em colaboração. Se a ideia for colaborar, a comunicação efetiva e bem feita é fundamental. Você terá mais informações sobre esse assunto no próximo tópico de estudo. Essas quatro habilidades – Iniciativa, Honestidade, Engajamento e Comunicação – formam o alicerce do aprendizado ativo, que vai capacitar você a assumir o controle de seu próprio desenvolvimento e evoluir nesse mundo tecnológico cada vez mais complexo e dinâmico. Atividade de Reflexão Pare a sua leitura aqui e exercite o aprendizado ativo. Entre em contato com algum professor para esclarecer dúvidas sobre o curso, participe de um fórum para discutir questões com os colegas ou procure a monitoria ou o setor pedagógico para dar sugestões ou ideias. Contribua na construção da sua formação. 11 PENSAMENTO CRÍTICO E AUTOCONTROLE Dando continuidade ao nosso estudo sobre soft skills, vamos abordar agora o pensamento crítico e o autocontrole. Essas são habilidades pessoais essenciais que podem desenvolver e aprimorar nossa tomada de decisões, tanto na vida pessoal quanto nos estudos e na área profissional. Primeiro, vamos definir cada uma delas. Acompanhe! Pensamento Crítico Pensamento crítico é a habilidade ou competência de analisar fatos e informações de forma a avaliá-los e interpretá-los de maneira objetiva e imparcial. Isso é o que chamamos de criticidade, que pode ser definida como o fundamento de qualquer processo filosófico, ou seja, de pensamento. Trata- se de se distanciar das próprias crenças, tentar suspender momentaneamente ideologias e ideias preconcebidas, para visualizar um problema ou uma situação de uma perspectiva mais ampla e aberta. 12 Vamos parar por um momento e tentar visualizar como funciona o nosso pensamento. É evidente que cada pensamento opera de uma maneira, tem uma dinâmica diferenciada e pode não respeitar uma linearidade. No entanto, quase sempre chegamos a alguns pontos de consenso: Identificar uma situação-problema: o primeiro passo do pensamento ocorre quando você é provocado a refletir, seja para resolver um problema na sua vida cotidiana; discutir alguma questão com a sua turma, seus amigos ou familiares; ou melhorar algum processo na sua empresa. Isso acontece quando surge uma situação, um problema ou algum evento, e você sente a necessidade de se posicionar, criar ou executar algo ou agir de alguma forma. Analisar fatos e informações: chega o momento de você se municiar, ou seja, fazer um repertório que vai te trazer a capacidade de realmente falar, pensar ou construir algo coerente sobre aquele tema, problema ou situação. Esse é o momento da curiosidade, da pesquisa, do estudo. Mergulhar no problema, no tema ou na situação e coletar dados e informações com os quais você conseguirá trabalhar em uma análise que vai te proporcionar uma melhor compreensão daquilo tudo. Criar hipóteses: com o cérebro bem informado, é hora de criar hipóteses, isto é, respostas temporárias, alternativas, possibilidades de resoluções. É um momento muito importante, pois o cérebro precisa estar aberto às diferentes abordagens e soluções, ainda que sejam bem diversas daquilo que já considerávamos inicialmente. Avaliar e escolher: e agora, o momento chave: a partir da nossa pesquisa, da nossa reflexão e da visualização das mais diferentes alternativas e possibilidades, vamos avaliar de forma crítica cada opção e escolher aquela que julgamos ser a mais coerente, adequada e viável. Nesse momento, precisamos estar prontos e realmente sermos juízes, julgando o que cada possibilidade ou alternativa tem de prós e contras, vantagens e desvantagens. Percebam como o pensamento crítico é necessário nesse processo, ou seja, a capacidade de fazer a crítica de toda possibilidade e alternativa que surge: uma seleção em que os preferidos e os mais “queridos” já tenham sido escolhidos previamente desrespeita todas essas etapas fundamentais de um processo de pensamento. O mais interessante é observar que esse processo, ou seja, essas etapas fundamentais de um processo de pensamento, permeiam a maioria das nossas decisões cotidianas. Quase sempre, essas decisões se baseiam em um conceito essencial e sempre presente: informação. 13 A informação pode ser definida como o conjunto de conhecimentos reunidos sobre determinado assunto. E por que ela é importante para o nosso tema do pensamento crítico? Porque é exatamente na informação que nós vamos encontrar a aplicação prática desse pensamento. O que fazemos com a informação? Em outras palavras, como lidamos com ela? É nessas questões que o pensamento crítico entra em ação. Pensar de forma crítica não significa apenas absorver informações, acumular conhecimentos e saberes. Na verdade, é algo quase oposto: é selecionar as informações, exercitar o discernimento delas a partir de diferentes perspectivas; saber identificar o que é uma certeza e o que é uma suposição; e, especialmente na nossa sociedade atual, exercitar a habilidade de fazer uma curadoria, ou seja, avaliar e selecionar informações a partir de sua confiabilidade. 14 Benefícios do Pensamento Crítico Identificação de Criação Criação Avaliação e Seleção Tomada de Problemas de Hipóteses de Informação de Decisões O processo de análise A tomada de decisão Pensar de forma mais O pensamento de informação se baseada em evidências clara pode nos ajudar crítico contribui torna mais criterioso, é, hoje, um princípio a identificar problemas para que possamos e exercitamos a fundamental do objetivamente e visualizar múltiplas curadoria, ou seja, mundo profissional, também reconhecer dimensões e a habilidade de mas também nos que aquilo é de fato um alternativas para a selecionar informação ajuda nas decisões problema. realidade analisada. por confiabilidade. cotidianas. Quadro 1 - Benefícios do pensamento crítico Fonte: Do autor (2024) AUTOCONTROLE O autocontrole também pode ser considerado uma habilidade socioemocional e que, de maneira geral, também é associado ao pensamento crítico, uma vez que ambos se baseiam nos conceitos de equilíbrio e racionalidade. Exercitar o autocontrole significa desenvolver a capacidade de equilibrar e controlar, de forma consciente, as nossas reações, especialmente aquelas desencadeadas por emoções ou impulsos. O objetivo do autocontrole é promover o desenvolvimento do foco e da visão objetiva, deixando de lado os impulsos emocionais e momentâneos. Tenho certeza de que você já percebeu a associação dessa habilidade com o pensamento crítico, certo? Ambas buscam o equilíbrio, a vitória da racionalidade e da objetividade contra o que é impulsivo. O exercício do autocontrole também pode nos ajudar a criar uma cultura de comportamento, ou seja, uma forma de agir que seja mais adaptável a diversas situações e contextos. Criar esse padrão faz com que nossas visões e reações adquiram algo conhecido como previsibilidade. Sendo assim, as nossas relações, tanto profissionais quanto pessoais, podem ganhar uma imagem de mais credibilidade, regularidade e até mesmo confiabilidade: 15 Gestão de conflitos: como já mencionado aqui, atualmente ninguém mais trabalha sozinho. Estamos sempre em grupos, equipes, times ou squads. Isso proporciona diversos benefícios para a vivência profissional, mas também, inevitavelmente, pode gerar conflitos. Saber lidar com essas situações de crise e estresse de uma forma calma e construtiva pode ser um diferencial. Gestão do tempo: em nossa sociedade tecnológica e cheia de estímulos, exercitar o autocontrole significa evitar as distrações. Desde aquela notificação que parece urgente até a compra que está chegando, é cada vez mais importante saber gerir esse tempo, dividir os momentos de trabalho e distração, exercitando o foco e o combate à procrastinação. Comunicação profissional: o controle das nossas emoções pode, consequentemente, melhorar a nossa comunicação e a relação interpessoal com os colegas e clientes. Exercitar o autocontrole ajuda a evitar reações impulsivas, “estouros” e “explosões”, tornando a comunicação mais confiável e eficaz. Atividade de Reflexão Como um exercício de reflexão para o fim deste tópico, busque pensar sobre e responder as seguintes perguntas: Quando você recebe uma informação de alguém, com que frequência você aplica o raciocínio lógico e o pensamento crítico? Com que frequência você muda a sua opinião sobre alguma coisa? Você sabe diferenciar o que é a sua opinião e o que é uma verdade? Você já fez o exercício de buscar e pesquisar dados que neguem uma verdade sua? Ou então pesquisar dados e informações que confirmem uma ideia da qual você discorda? 16 COMUNICAÇÃO, COOPERAÇÃO E NEGOCIAÇÃO Agora, vamos falar sobre a habilidade de comunicação, que, embora antiga, continua sendo fundamental. Ela se ramifica em outras soft skills importantes: a cooperação e a negociação. Essas são três habilidades essenciais no ambiente profissional contemporâneo e não apenas facilitam a execução de tarefas, mas também ajudam a promover um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo. Teoria da Comunicação Ruído Mensagens Emissor Receptor Canal Feedback Figura 4 - Teoria básica da comunicação Fonte: Adaptado de Rockcontent (2022) A comunicação, em primeiro lugar, é a habilidade de transmitir informações de forma clara, precisa, compreensível e convincente. Essa competência é fundamental para qualquer interação, pessoal ou profissional, que pretenda ser bem-sucedida. A teoria da comunicação, resumida na imagem anterior, pode parecer bem simples, mas cada uma dessas poucas caixinhas apresenta uma complexidade importante e uma diversidade nos modos de agir e de fazer. Uma boa palavra, que vai transitar entre todos os elementos de uma boa comunicação, é a “adaptabilidade”, conceito do próximo tópico. Por enquanto, vamos focar em uma ideia semelhante e essencial para uma comunicação eficaz: a leitura de contexto. Para nos comunicarmos de forma eficiente, precisamos ter a habilidade de entender o ambiente em que estamos, ou seja, de saber onde estamos e qual tipo de comunicação a situação exige. Isso é fundamental para garantir que nossa mensagem não apenas seja recebida, mas também compreendida pelo público receptor. 17 Outro grande desafio atual é o elemento do “canal”. O canal refere-se à ferramenta que vai levar a nossa comunicação do emissor ao receptor. Isso inclui a fala, a escrita, uma plataforma digital, um aplicativo de mensagem, um e-mail, entre outros. Algo que define a nossa sociedade tecnológica é a multiplicidade de canais. O fato de ter várias opções é ótimo, mas gera esse desafio de refletir e fazer a escolha correta para cada contexto, cada pessoa, cada público e cada situação. Outro grande desafio contemporâneo, agora relacionado à dimensão humana, é a empatia. Em outras palavras, trata-se de entender o receptor, de ter a habilidade de se colocar no lugar dele e de conseguir prever como ele vai receber essa comunicação e como ele vai compreendê-la. Isso é o que vai possibilitar a última fase da comunicação: o feedback, ou seja, o retorno, a devolução, a resposta. Afinal, comunicar-se de maneira eficaz não se limita apenas à escolha das palavras, mas também envolve a capacidade de ouvir ativamente e compreender a mensagem do outro. Nesse sentido, a escuta ativa é outro componente crítico da comunicação, pois permite entender verdadeiramente o que está sendo dito, captando nuances e emoções que podem não estar explícitas nas palavras. 18 Além de tudo o que já foi dito, a comunicação apresenta outra complexidade importante: a comunicação não verbal, aquela que não se refere ao que falamos, escrevemos ou postamos. A linguagem corporal, por exemplo, desempenha um papel vital na maneira como nossas mensagens são recebidas. Nossos gestos, nossas expressões faciais e nossa postura podem reforçar ou contradizer aquilo que estamos dizendo verbalmente. Por exemplo, uma postura aberta e um contato visual constante podem transmitir confiança e sinceridade, enquanto braços cruzados e olhares evasivos podem sugerir desinteresse ou desconfiança. Por isso, estar atento à nossa comunicação não verbal é crucial para garantir que estamos transmitindo nossas mensagens de forma eficaz. Concluindo, a importância da comunicação eficaz, tanto no ambiente de trabalho quanto na esfera pessoal, não pode ser subestimada. Ela é fundamental para a manutenção de boas relações profissionais, facilita a colaboração, evita mal-entendidos e resolve conflitos de maneira construtiva. Uma comunicação clara e exata ajuda a garantir que todos os membros de uma equipe estejam na mesma página, entendendo suas responsabilidades e objetivos comuns. Além disso, ser capaz de se comunicar convincentemente pode ajudar a influenciar e persuadir, seja na apresentação de novas ideias ou na negociação de soluções para problemas. 19 COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA (CNV) A ideia de comunicação não violenta é um conceito bem atual que resume bem os princípios de boa comunicação, que levam em conta as habilidades empáticas. A CNV é uma abordagem de comunicação que se concentra na expressão clara e empática, buscando resolver conflitos de forma pacífica e construtiva. Ela se baseia em quatro componentes principais: observação, sentimento, necessidade e pedido. Primeiro, observa-se a situação sem julgamento; em seguida, expressam-se os sentimentos que surgem a partir dessa observação; depois, identificam-se as necessidades que estão por trás desses sentimentos; e, por último, fazem-se pedidos claros e específicos para satisfazer essas necessidades. Uma das principais habilidades necessárias para estabelecermos uma comunicação não violenta é a escuta empática, também chamada de escuta ativa. Isto é, ouvir atentamente e com empatia o que a outra pessoa está dizendo, tentando compreender seus sentimentos e suas necessidades sem julgamentos ou interrupções. A escuta empática ajuda também a “desarmar” situações potencialmente conflituosas e facilita a resolução pacífica de desentendimentos. Outra habilidade importante é a autenticidade. Uma comunicação autêntica é aquela que comunica os próprios sentimentos e necessidades de maneira clara e honesta, sem culpar ou criticar as outras pessoas. Isso inclui a capacidade de fazer pedidos específicos e realizáveis em vez de exigências, promovendo um diálogo mais aberto e colaborativo. Atenção Lembrem-se: sempre que pensarem em comunicação, pensem na ideia da CNV. 20 COOPERAÇÃO E TRABALHO EM EQUIPE Agora vamos tratar da cooperação, entendida aqui como a habilidade de trabalhar em equipe e cooperar em conjunto com os colegas. Pense no copiloto: ele não é apenas um assistente, um ajudante, mas sim alguém que pilota o avião em conjunto com o comandante, dividindo as responsabilidades e agindo com autonomia. Isso define bem a habilidade de cooperar. A habilidade de trabalhar de forma colaborativa com colegas, clientes e outras partes interessadas sempre vai se direcionar para um grande objetivo: alcançar objetivos comuns. A cooperação é o alicerce, portanto, do trabalho em equipe, pois é cooperando que os esforços individuais resultam em sucessos maiores do que aqueles que poderiam ser alcançados individualmente. O primeiro ponto importante da cooperação, no contexto profissional, é a ideia de compartilhar: ideias, recursos e responsabilidades. A palavra “compartilhar” é muito usada atualmente no contexto das redes sociais e das relações humanas, mas, no ambiente profissional, vai adquirir uma nova complexidade: o fato do trabalho compartilhado. Muitas vezes, você precisará elaborar um documento, um relatório ou uma apresentação junto com um colega ou um grupo. É desafiador, pois envolve ceder nas nossas convicções e aceitar outras ideias. 21 Agora, vamos abordar as competências necessárias para uma cooperação eficaz. Destacamos especialmente quatro delas: Respeito: o respeito mútuo é fundamental, pois cria um ambiente no qual todos os membros da equipe se sentem valorizados e ouvidos. Lembre-se: respeitar outra pessoa é simplesmente considerá-la como um igual, tratá-la com dignidade. Cordialidade: a cordialidade também é importante, pois promove interações positivas e um ambiente de trabalho agradável. Ser cordial é simplesmente demonstrar afeto e simpatia. Não é obrigação de ninguém ser amigo de todo mundo, mas a cordialidade precisa ser uma regra. Coesão de grupo: a coesão de grupo, ou a sensação de união e propósito compartilhado, é essencial para manter a equipe focada e motivada. Um grupo coeso é aquele que trabalha em uma mesma direção. Essa direção precisa ser negociada e determinada antes do caminho ser iniciado, colocando todos na mesma página. Valorização: compartilhar o trabalho e as responsabilidades gera a necessidade de valorizar o trabalho dos colegas. Isso fortalece a moral da equipe e incentiva o esforço colaborativo contínuo, pois reconhece a interdependência. O meu trabalho depende do seu e o seu depende do meu. 22 Concluindo, a cooperação bem-sucedida não é apenas sobre trabalhar junto, mas sobre trabalhar bem em conjunto, como equipe. Isso significa entender e respeitar as diferentes perspectivas e habilidades de cada membro da equipe para o mesmo contexto e usar essas diferenças como uma força para resolver problemas de maneira mais criativa. NEGOCIAÇÃO Por último, mas não menos importante, a negociação é uma habilidade também fundamental no ambiente profissional, especialmente no contexto atual do mercado de trabalho. A negociação pode ser definida, de forma simples, como o processo de buscar um acordo em que todas as partes saiam satisfeitas. É o caminho que leva ao objetivo final, que deve estar predefinido e ser comum para todos. Negociar envolve também ter uma visão política, ou seja, a capacidade de entender e navegar pelas dinâmicas de poder e interesses diversos que estão em jogo. Você já ouviu a expressão em inglês “meet me halfway”? Ela pode ser traduzida de forma simples como “me encontre no meio do caminho” e define bem o espírito objetivo de uma negociação. Nem tanto para um lado, nem para o outro. Vamos juntos buscar o consenso, o equilíbrio. Uma negociação eficiente também não envolve apenas alcançar um acordo, mas construir relacionamentos firmes e duradouros baseados na confiança mútua. A confiança é essencial na negociação, pois facilita a abertura e a honestidade, permitindo que as partes encontrem soluções que atendam aos interesses de todos. Além disso, há algumas habilidades específicas que podemos desenvolver para sermos bons negociadores: 23 Responsabilidade: envolve a capacidade de assumir e cumprir compromissos, garantindo que os acordos negociados sejam honrados. Abrange também a competência de conhecer bem as suas atribuições, ou seja, o que é da sua alçada e o que está fora do seu alcance. Autoconhecimento: lembra da famosa frase do filósofo Sócrates? “Conhece-te a ti mesmo e conhecerá todo o mundo e o universo”. Pois é: o autoconhecimento permite que os negociadores compreendam suas próprias necessidades e limites, bem como as suas emoções, ajudando-os a manter a postura e a clareza. Assertividade: habilidade de expressar as próprias opiniões e necessidades de maneira clara e respeitosa, sem ser agressivo ou passivo. É uma habilidade cada vez mais importante no nosso mundo rápido e dinâmico: ser direto, conciso, prático na comunicação, sem enfeites e sem o famoso “encher linguiça”. Ética: a ética garante que a negociação seja conduzida de maneira justa e honesta, respeitando os direitos e os interesses de todas as partes envolvidas. Ser ético é respeitar os acordos coletivos e as regras da instituição em que estamos. Lembrem-se sempre da definição de ética do filósofo Kant: “aja sempre de forma que a sua ação possa se tornar uma lei universal”. Ou seja, sempre pense a sua ação de forma que, se todos agirem igual, o mundo seria melhor. 24 Em poucas palavras: no ambiente de trabalho, a habilidade de negociar pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso em projetos e iniciativas. Negociações bem-sucedidas podem levar a acordos vantajosos, à resolução construtiva de conflitos e à formação de relacionamentos de longo prazo. Atividade de Reflexão Vimos, neste tópico, que a comunicação, a cooperação e a negociação são competências interligadas que formam a base de um ambiente de trabalho eficiente e harmonioso. Desenvolver essas habilidades pode criar uma vantagem significativa, um diferencial que capacite vocês a enfrentar desafios, colaborar eficazmente com colegas e alcançar seus objetivos profissionais de maneira ética e competente. Que tal parar um momento e refletir sobre como essas habilidades se associam e se interligam? Como podemos comunicar, cooperar e negociar de maneira ética e eficiente? RESILIÊNCIA E ADAPTABILIDADE RESILIÊNCIA Agora, vamos abordar uma habilidade da qual frequentemente ouvimos falar, mas que nem sempre compreendemos: a resiliência. Ela pode ser definida como a capacidade de uma pessoa se recuperar rapidamente de dificuldades, obstáculos ou adversidades. É uma facilidade em se adaptar às circunstâncias adversas, manter a calma sob pressão e seguir em frente de uma maneira positiva e produtiva. Com essa definição, vocês já conseguem concluir que, no contexto do ambiente de trabalho, a resiliência é fundamental, pois permite que os profissionais estejam capacitados para enfrentar desafios, superar fracassos e continuar a perseguir seus objetivos com determinação e otimismo. Para desenvolver a resiliência, como no caso das outras habilidades que estamos estudando, algumas habilidades secundárias e específicas são essenciais: 25 Autoconfiança: é importante ter um forte senso de autoconfiança e autoeficácia, acreditando em suas próprias capacidades de superar adversidades. Saber o que você faz de melhor, suas principais habilidades e confiar no seu trabalho. Gestão do estresse: cada vez mais crucial; técnicas como o mindfulness, meditação e exercícios físicos podem ajudar a manter a mente e o corpo equilibrados. Você fica preparado para que a racionalidade nunca se perca totalmente, conseguindo manter o controle em situações em que as emoções explodem. Positividade: manter uma perspectiva positiva, mesmo em situações difíceis, também é uma habilidade importante, pois permite ver os problemas como oportunidades de aprendizado e crescimento. Não se trata de ser excessivamente otimista ou de “ficar feliz com tudo”. A ideia é criarmos estímulos para que as soluções cheguem com mais facilidade. Construção de rede de apoio: seja no trabalho ou na vida pessoal, ter um porto seguro, pessoas nas quais você confia e que te apoiam é vital para fornecer suporte emocional e prático em tempos de dificuldade. Construir essa rede demanda capacidade de seleção e cultivo de relações. 26 Autoconfiança Gerir estresse Quatro habilidades para exercitar a resiliência Positividade Rede de apoio Figura 5 - Quatro habilidades para a resiliência Fonte: Do autor (2024) Exemplos práticos de resiliência no ambiente de trabalho podem incluir: lidar com a rejeição de uma proposta ou projeto; gerenciar conflitos interpessoais; ter que se adaptar a mudanças organizacionais, como fusões ou reestruturações. Um funcionário resiliente pode, por exemplo, enfrentar a rejeição de um projeto importante, aprender com a experiência, ajustar sua abordagem e voltar com uma proposta aprimorada… e não jogar tudo para o alto e desistir. De fato, subestimar a importância dessa habilidade pode ser um erro grave. Especialmente para você estudante: o momento de formação nunca é fácil. Aquela matéria mais complicada, aquela atividade com prazo apertado, aquele professor com a didática mais difícil… os desafios são cotidianos. Pessoas resilientes são capazes de transformar contratempos em oportunidades de crescimento, o que não só as beneficia, mas também pode inspirar e motivar os colegas. Nesse sentido, a resiliência também pode ajudar no âmbito profissional a criar um ambiente de trabalho mais positivo e colaborativo. A ideia de “persistência” também vai aparecer, intimamente ligada à resiliência. Persistência pode ser definida como a capacidade de continuar esforçando-se em direção a um objetivo, mesmo quando os obstáculos parecem insuperáveis. Enquanto a resiliência é a capacidade de se recuperar dos contratempos, a persistência é o impulso contínuo que motiva essa recuperação. 27 Ou seja, um profissional resiliente não só se recupera de fracassos, mas também persiste na busca dos objetivos, demonstrando determinação para alcançar aquilo que planejou. A combinação de recuperação rápida e esforço contínuo permite que indivíduos resilientes se destaquem em suas carreiras. Persistência e resiliência, juntas, formam uma combinação poderosa no ambiente de trabalho. ADAPTABILIDADE Lembra que lá no tópico sobre comunicação falamos sobre a necessidade da adaptabilidade? Pois é, vamos falar um pouco mais sobre essa habilidade agora. Adaptabilidade é a capacidade de se ajustar rapidamente a novas condições e responder efetivamente a mudanças inesperadas. É a habilidade de modificar comportamentos, atitudes e estratégias conforme o necessário para enfrentar novas realidades e demandas. No ambiente de trabalho, a adaptabilidade é fundamental, pois as mudanças no mercado dinâmico de hoje são constantes e inevitáveis. Temos uma grande habilidade que, para ser desenvolvida, causa a necessidade de outras capacidades importantes: abertura a novas ideias e experiências, que envolve estar disposto às novidades e a experimentar novas abordagens. capacidade e disposição de aprender continuamente, pois só o aprendizado constante permite que os indivíduos se mantenham atualizados e preparados para enfrentar novas situações. flexibilidade para encontrar soluções criativas para problemas, dependendo da nossa competência de diversificar metodologias. 28 Você deve estar se perguntando: em que momento, na prática, a adaptabilidade será realmente necessária no mercado profissional? É importante lembrar que as atribuições de um profissional e de um colaborador dentro de uma grande empresa ou indústria estão cada vez mais elásticas e dinâmicas. Novas responsabilidades surgem repentinamente em resposta às mudanças nas demandas do trabalho, e ajustar-se a essas novas situações ou sistemas de trabalho, colaborando com colegas de diferentes culturas ou áreas, será fundamental para que os fluxos continuem. 29 Um colaborador que é transferido para um novo departamento precisa aprender rapidamente as novas responsabilidades e se integrar à equipe, apresentando novas ideias e soluções para melhorar os processos existentes. Um gerente que enfrenta uma crise organizacional precisa ajustar rapidamente a estratégia da equipe para lidar com a situação. Ser adaptável é estar preparado para esses contextos que mudam muito rápido. Atenção É um fato: profissionais adaptáveis são vistos como peças valiosas para suas organizações, pois sua capacidade de se ajustar rapidamente às mudanças é ampla, permitindo que não só esses profissionais, mas a empresa se mantenha competitiva e ágil. Além disso, a adaptabilidade promove uma cultura de inovação e aprendizado contínuo. Empresas que valorizam a adaptabilidade frequentemente conseguem se ajustar melhor às mudanças do mercado e inovar em resposta às novas demandas. Vamos retomar agora o conceito de flexibilidade, pois a relação entre ser flexível e ser adaptável é bem íntima. O indivíduo flexível é aquele que ajusta rapidamente os planos e as estratégias em resposta a mudanças e novos desafios. A adaptabilidade vai mais além: envolve a capacidade geral de se ajustar a novas condições, mas depende da flexibilidade como condição, pois ser flexível é a aplicação prática da adaptabilidade. Figura 6 - Flexibilidade e adaptabilidade 30 Por exemplo, em um projeto de desenvolvimento de software, a equipe pode precisar ajustar suas metodologias e cronogramas à medida que surgem novos requisitos ou desafios técnicos. Na prática, isso é bastante comum. Um líder que enfatize um prazo ou apenas uma forma de fazer pode colocar o projeto em risco. Em resumo, resiliência e adaptabilidade são habilidades pessoais muito importantes para o sucesso profissional no mercado de trabalho moderno. A resiliência permite que os indivíduos se recuperem rapidamente de adversidades, mantenham a calma sob pressão e continuem a perseguir seus objetivos com determinação. A adaptabilidade, por sua vez, capacita o profissional a se ajustar rapidamente às novas condições e a responder de maneira adequada às mudanças inesperadas. Ambas as habilidades são complementadas pela persistência e pela flexibilidade, respectivamente, criando a estrutura que enfrenta desafios e aproveita as oportunidades no ambiente de trabalho. Atenção Desenvolver e fortalecer essas competências não é mais um diferencial, é uma necessidade para prosperar num mundo em constante mudança. CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO CRIATIVIDADE Ah, a criatividade! É um conceito que todos reconhecemos como importante; mas, muitas vezes, não sabemos exatamente como desenvolvê-la, certo? A criatividade é a habilidade de gerar ideias novas, originais, úteis e viáveis. Ela envolve pensar de maneira diferente, conectando conceitos que podem parecer desconexos, e encontrar soluções únicas para problemas diversos. É importante destacar que a criatividade não se limita às artes, sendo uma competência essencial em diversas áreas profissionais. 31 No mercado de trabalho atual, a criatividade é uma necessidade para os profissionais. E por quê? Primeiramente, porque o conhecimento e a formação estão cada vez mais acessíveis, o que significa que muitos terão a mesma formação, os mesmos cursos e os mesmos conhecimentos que você. O que realmente faz a diferença são aqueles que não apenas executam tarefas, mas demonstram habilidades de planejamento e pensamento estratégico inovador. Um profissional criativo é capaz de ver além das rotinas e dos processos estabelecidos, identificando oportunidades de melhoria e inovação. Em um mundo no qual as demandas e tecnologias mudam rapidamente, exigindo que as empresas e os profissionais se adaptem continuamente, não é preciso dizer o quanto é importante criar e visualizar uma situação com um olhar inovador. Ser criativo significa também ter a capacidade de antecipar problemas e planejar soluções antes que eles se tornem críticos. Lembram do velho ditado: prevenir é melhor do que remediar? Pois é: profissionais que demonstram habilidades de prever e exercitar essa prevenção de problemas antes que eles surjam são cada vez mais valiosos. E isso é um exercício de criatividade, pois prever algo significa a capacidade de projetar, visualizar… ou seja, criar hipóteses, criar situações. 32 Figura 7 - Criatividade Fonte: Do autor (2024) INOVAÇÃO A inovação é o processo que transforma a criatividade em realidade. Ela depende da criatividade e, ao mesmo tempo, é quem a define, quem a torna prática. Inovar significa transformar ideias criativas em produtos, serviços ou processos que agregam valor, convertendo a criatividade em soluções que atendem a uma demanda real. Como primeiro passo, é importante distinguir inovação de invenção. A invenção refere-se à criação de algo novo que não existia antes, enquanto a inovação pode envolver a melhoria de algo existente ou a introdução de algo novo que tenha um impacto significativo. A diferença entre inovação e invenção é que a inovação sempre envolve um componente de aplicação prática e valor agregado. Invenções podem ser meras criações teóricas sem um uso imediato ou prático, enquanto inovações são implementadas para gerar benefícios práticos, visíveis. Por exemplo, a invenção do telefone foi uma criação completamente nova, enquanto a inovação pode ser vista na evolução do telefone celular, que não apenas aprimorou o design original, mas também transformou a maneira como nos comunicamos e interagimos no dia a dia. 33 Muitas vezes, a inovação é apresentada como um tema amedrontador, como se fosse necessário ser um gênio para inovar. Será que precisamos ser Bill Gates ou Steve Jobs para inovar? Não é bem assim. A inovação pode ocorrer de diversas formas, desde pequenas melhorias em um produto ou processos até soluções mais disruptivas e transformadoras. Existem três principais tipos de inovação, e vamos explorar cada um deles. A inovação incremental envolve pequenas melhorias contínuas em produtos, serviços ou processos já existentes. Não importa o tamanho da melhoria, importa o fato de ela incrementar um produto ou processo. Exemplos: um novo modelo de uma moto ou um carro que já estava no mercado; uma atualização de um software; reorganização do fluxo de gestão de estoque de uma empresa. A inovação radical, por outro lado, é aquela que causa mudanças significativas, transformando completamente a forma como algo é feito. Ou seja, ela atua em um processo que já existe, mas em uma forma quase totalmente diferente e nova. Exemplos: o freio ABS; o PIX (transferência de dinheiro); o avião (transporte de passageiros). Finalmente, a inovação disruptiva é a mais revolucionária, que cria novos mercados e desestabiliza os já existentes. Ela frequentemente introduz tecnologias ou modelos de negócios que transformam drasticamente a paisagem de uma indústria. Em outras palavras, são modelos de negócios que tornam o seu modelo anterior obsoleto. Exemplos incluem: Netflix (alguém ainda frequenta locadoras?); smartphones (os celulares “tijolão” ficaram sem uso); raio-X; antibióticos. Na perspectiva prática da criatividade e da inovação, é possível citar diversas ferramentas de criatividade e ideação para serem utilizadas e pesquisadas, caso você queira se aprofundar um pouco mais no assunto. 34 brainstorming: incentiva a geração livre de ideias em grupo, sem críticas iniciais. Esse método ajuda a explorar uma ampla gama de soluções possíveis e a quebrar as barreiras mentais. Durante uma sessão de brainstorming, os participantes são incentivados a pensar livremente e a colaborar jogando ideias no papel, o que pode levar a insights inesperados e soluções inovadoras. crazy 8: técnica de design thinking em que os participantes têm oito minutos para esboçar oito ideias rápidas sobre um problema ou desafio específico. Essa abordagem rápida e visual ajuda a evitar o bloqueio criativo e a gerar um grande número de ideias em um curto período. O crazy 8 é particularmente útil em fases iniciais de projetos, em que a diversidade de ideias pode levar a soluções mais criativas e inovadoras. mapa de empatia: ferramenta que ajuda a compreender profundamente os usuários ou clientes, identificando suas necessidades, seus desejos, suas preocupações e seus comportamentos. Esse método envolve a criação de um diagrama visual que mapeia o que os usuários dizem, pensam, fazem e sentem. Apresenta também o espaço para identificar suas necessidades e suas dores. Em poucas palavras, é uma forma visual de definir seu público- alvo. O que pensa e sente? O que ouve? O que vê? O que fala e faz? Quais são as dores? Quais são as necessidades? Figura 8 - Exemplo de mapa de empatia Fonte: Do autor (2024) 35 Essas ferramentas de criatividade e ideação não apenas facilitam a geração de ideias, mas ajudam a construir um ambiente colaborativo em que todos podem participar. E aqui está a chave para as duas habilidades específicas que te ajudarão a desenvolver as soft skills de criatividade e inovação: comportamento inovador e postura investigativa. O comportamento inovador está profundamente interligado com o pensamento crítico, abordado no tópico “Comunicação, Cooperação e Negociação”. Profissionais inovadores não aceitam as coisas como são; eles constantemente questionam o que está definido e procuram maneiras de melhorar. O pensamento crítico é essencial nesse processo, pois permite uma análise objetiva das informações. Inovar é, essencialmente, uma questão de mudar a perspectiva. É preciso ter um olhar questionador, sempre procurando oportunidades de melhoria em cada processo e produto. A postura investigativa também está relacionada a essa curiosidade constante e à busca incessante por conhecimento. Profissionais que adotam essa postura procuram sempre entender como as coisas funcionam e como podem ser melhoradas. Ter essa postura significa manter-se aberto a novas informações e experiências, além de estar disposto a experimentar e explorar novas possibilidades. Em conclusão, criatividade e inovação são habilidades essenciais tanto no mercado de trabalho quanto em nossa vida pessoal. A criatividade nos permite gerar novas ideias, enquanto a inovação transforma essas ideias em soluções práticas e eficazes. A persistência na busca por melhorias e a flexibilidade para se adaptar a novas circunstâncias são elementos fundamentais do comportamento inovador. Quando combinadas com uma postura investigativa, essas qualidades formam a base para uma mentalidade que encara problemas buscando soluções e explorando diferentes possibilidades de atuação. 36 CONCLUSÃO O campo das soft skills vai além dos cinco tópicos abordados neste guia. O essencial é que você compreenda como uma habilidade ampla pode se ramificar em várias outras habilidades necessárias. O objetivo principal foi apresentar habilidades específicas, pessoais, que podem ser desenvolvidas a partir de nossas ações cotidianas. Aproveitem as dicas e preparem-se: o mercado de trabalho evolui rapidamente, com inovações e tecnologias surgindo constantemente. Cada vez mais, são esperadas novas competências não apenas dos profissionais, mas das pessoas em geral. Quem somos como pessoa é o que define o nosso comportamento e a nossa atuação profissional. Esse é o consenso que as principais empresas, indústrias e agências de recrutamento estão percebendo. Antes de mais nada, a criação de um mundo melhor depende de pessoas melhores, e isso sempre exigirá um esforço colaborativo. Exercitem essas habilidades e construam um futuro repleto de sucesso e felicidade. 37 REFERÊNCIAS G1. 9 em cada 10 profissionais são contratados pelo perfil técnico e demitidos pelo comportamental. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/concursos-e- emprego/noticia/2018/09/18/9-em-cada-10-profissionais-sao-contratados-pelo-perfil- tecnico-e-demitidos-pelo-comportamental.ghtml. Acesso em: 30 ago. 2024. ROCK CONTENT. 20 canais de comunicação diferentes para que você possa estar em contato com seus leads e clientes. Disponível em: https://rockcontent.com/br/ blog/canais-de-comunicacao/. Acesso em: 30 ago. 2024. Prof. Bruno Pedroso Lima Silva Graduado em Comunicação Social e em Pedagogia. Mestrado em Educação e doutorado em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pai da Anna. Trabalha como professor há seis anos e já atuou nas mais diversas modalidades de educação. Foi supervisor pedagógico no SENAI por dois anos e atua como docente especialista de ensino no mesmo SENAI desde julho de 2023. Um entusiasta da Educação a Distância e das tecnologias educacionais. Acredita na educação que respeita os três princípios: humildade para perguntar o que não sabe; generosidade para ensinar o que sabe; e ética para praticar aquilo que ensina. 38