Resumo Oficial Psicomotricidade PDF
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Este documento é um resumo oficial sobre a psicomotricidade. Explora conceitos e teorias em torno da relação entre mente e corpo, e discute diferentes autores da área, suas contribuições e idéias-chave. É um estudo do desenvolvimento humano, focando no componente psicomotor, com aplicações relevantes para educacao e pratica clinica.
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Resumo Psicomotricidade EPISTEMOLOGIA DA PSICOMOTRICIDADE Quando falamos em Psicomotricidade, falamos (dialogo tônico) entre o cuidador e o bebê é de uma correlação entre funcionamento mental essencial, pois faz com que a criança se sinta e corpo. É...
Resumo Psicomotricidade EPISTEMOLOGIA DA PSICOMOTRICIDADE Quando falamos em Psicomotricidade, falamos (dialogo tônico) entre o cuidador e o bebê é de uma correlação entre funcionamento mental essencial, pois faz com que a criança se sinta e corpo. É preciso olhar o individuo como um segura e pertencida. todo. 1935 – GUILMAN As primeiras pesquisas que começaram a correlacionar funcionamento mental e corpo, Reeducação psicomotora ocorreram na década de 1870. Quando a pessoa Guilman trabalhava com a reeducação morria, abriam a cabeça dela para estudar seu psicomotora: exercícios direcionados (aqui já era cérebro e entender qual foi a causa da morte. Os psicomotricidade). Para ele, esses exercícios médicos que realizavam isso eram chamados de favoreciam as distorções de tônus, equilíbrio e localizacionistas. Isso era uma relação cartesiana, imagem corporal. uma relação de causa e efeito. *Pode ser uma pergunta de prova: diferença 1885 – CHARCOT entre Tissié e Guilman “Por hipnose a palavra do médico reeduca um pensamento desviante ou pervertido”. 1942 – SCHULTZ E JACOBSON 1894 – TISSIÉ “Dentro de um corpo relaxado, não pode existir Ginástica médica = medicação pelo movimento uma mente nervosa” Tissié trouxe o primeiro princípio da prática da Schultz: treinamento autógeno. Auto indução de motricidade e instituiu a Ginástica Médica, uma relaxamento muscular série de exercícios pré-determinados, como movimentos, respiração, hidroginástica. Ele dizia Jacobson: relaxamento progressivo. Consciência que isso era a medicação por meio do muscular movimento. Trabalhavam com técnicas de relaxamento. 1925 – DUPRÉ 1947 – AJURIAGUERRA Paralelismo psicomotor “o homem é o seu corpo” Para Dupré, corpo e psiquismo andavam em Foi o primeiro que montou um compêndio de paralelo. transtornos psicomotores. Para ele, a imagem 1925 – WALLON corporal é o ponto chave para a reorganização do indivíduo. Afeto – cognição – motricidade = relação dialética 1963 – SCHILDER Os afetos e a cognição vão se desenvolver pela Imagem corporal motricidade. A criança vai aprendendo pela A imagem corporal é a percepção que o vivência motora para depois ter o conhecimento indivíduo tem do seu próprio corpo, como ele se de maneira mais abstrata. percebe pelo seu próprio corpo. Essa imagem é O afeto se dá pela motricidade, por exemplo, fruto de nossa história de vida. aprender a controlar a raiva para não agredir o Dec. 70 – LE BOULCH outro. Educação Psicomotora Outro conceito que Wallon utiliza é o diálogo tônico: dialogo por meio do tônus (corpo). Esse Uma pratica dentro da psicomotricidade que vai é um conceito fundamental para o ajudar crianças a prevenir dificuldades de desenvolvimento egóico da criança. A relação aprendizagem. PARADIGMAS DA PSICOMOTRICIDADE Psico: Subjetividade, o que somos, nosso funcionamento mental Motricidade : Nosso corpo. De que corpo estamos falando? O corpo fenomenológico. A psicomotricidade olha para o corpo fenomenológico como o corpo que expressa quem é. Um corpo totalitário. Um corpo holístico. Objetivos da psicomotricidade 1. Romper com o paralelismo psicomotor, ou seja, mente e corpo estão juntos, um só. 2. Corpo como lugar fenomenológico. Um corpo que carrega quem é. 3. Totalidade, fluidez e harmonia do corpo. ESTUDO DIRIGIDO A partir dos conteúdos visto em sala de aula e subentendendo para além de funções de embasando-se no texto intitulado execução motora, funções psíquicas de “Psicomotricidade: uma visão pessoal” reflita integração, elaboração, planificação, sobre as seguintes questões: antecipação, extrapolação, controle e reaferência. 1. Como podemos definir a Psicomotricidade? 4. Qual a concepção de corpo para a Psicomotricidade? A psicomotricidade pode ser definida como o campo transdisciplinar que estuda e investiga as Corpo como algo fenomenológico, onde o ser relações e as influências reciprocas e sistêmicas, humano se constrói e co-constroi a sua entre psiquismo e corpo e entre psiquismo e identidade e seu sentimento e conhecimento de motricidade. Ela é entendida como suporte si, como fonte de sensações, pulsões, emoções e corpóreo das funções mentais, sendo singular a intenções. Para servir aos paradigmas da cada indivíduo. psicomotricidade, o corpo humano e sua motricidade devem ser situados na unidade e 2. Qual o paradigma que a sustenta? totalidade psicossomática do ser. Uma visão holística, total e sistêmica do corpo e 5. Qual o seu objeto de estudo e como da motricidade. Busca romper com o paralelismo ele deve ser compreendido? psicomotor, como se fossem duas entidades separadas do ser. Reconhece o corpo como um O objeto de estudo da psicomotricidade é a organismo complexo que mobiliza a função relação entre corpo e mente, focando na tônica e postural para desenvolver a sua motricidade como expressão da identidade e afetividade sociabilizada. desenvolvimento humanos. Ele deve ser compreendido de forma integrada, 3. Porque apenas nós, humanos, somos considerando as interações entre processos psicomotores? cognitivos, emocionais e motores, além de seu Pois a psicomotricidade envolve um processo contexto social e cultural. prospectivo (ato mental antecipatório) e um A psicomotricidade busca entender como essas produto final (ato mental controlado), dimensões se inter relacionam para promover a aprendizagem, a socialização e a adaptação do integrando aspectos motores, cognitivos, sociais individuo ao seu ambiente. e emocionais. 6. Quais os seus objetivos? 2. Corpo como lugar fenomenológico. Um corpo que carrega quem é. Facilita a tomada de Os objetivos da psicomotricidade incluem: consciência do corpo e suas partes, melhorando 1.Romper com o paralelismo psicomotor, ou seja, a percepção e a relação com espaço e o tempo. mente e corpo estão juntos, um só. Promove o 3. Totalidade, fluidez e harmonia do corpo. desenvolvimento global do indivíduo, SISTEMA PSICOMOTOR Somos psicomotores pois temos o lobo pré- temos um tônus cortical que denominamos frontal e, além disso, uma extensão anatômica e como “ótimo”, vamos prestar atenção no de volume de todos os outros lobos de acordo estímulo, pois estamos em estado de vigília. com a evolução filogenética. 2º UNIDADE FUNCIONAL Luria parte de uma dialética marxista: o cérebro não pode ser estudado de maneira fragmentada, Está na parte posterior do cérebro: lobos ele está dentro de um contexto sociocultural. occipitais, temporais e parietais. Luria diz que o cérebro funciona dentro de 3 Função: receber, analisar e armazenar as unidades funcionais, e essas unidades possuem informações sensoriais interdependência entre si. - Crescente em relação às camadas 1ª UNIDADE FUNCIONAL – SUBCORTEX Área primária: sensorial Regular tônus cortical, atenção e vigília Área secundária: perceptiva – gnosia (conhecimento de mundo – responsável Função: manutenção da energia cortical. Modula pelas percepções desde o nascimento) tônus cortical e a atenção. Área terciária: integração O estímulo chega ao cérebro por meio do tronco Obs.: a 2ª UF é sensorial – apenas informações encefálico. No tronco, existe um emaranhado de sensoriais. neurônios que chamamos de formação reticular. 3ª UNIDADE FUNCIONAL Se esse estímulo for um estímulo que nos interessa, que a gente goste, que nos faça Parte anterior do cérebro sentido e, ao mesmo tempo, se as nossas Função: programação, regulação e verificação emoções estiverem adequadas, a formação reticular vai dizer ao córtex: “fica esperto, pois vai Essa área é motora, e o processamento de chegar informação boa para você processar”. E informações e descendente. aí, o córtex vai ficar esperto. Assim, o córtex vai Área terciária: pensar – funções manter um nível de energia ótimo para receber executivas essa informação. Área secundária: planejamento do corpo Se o estímulo for ruim e não gostarmos, ele pode – praxia. Programa o corpo para executar passar pela formação reticular, porém essa aquilo que pensei. informação chegará sem força, desanimada, sem Área primária: execução de um vontade. A formação reticular vai falar ao córtex: movimento voluntário. “está chegando uma informação para você que não é legal.” O que acontecerá com o tônus Estímulos visuais : lobos occipitais. cortical? Ele ficará com uma energia baixa, fraca. Estímulos auditivos: lobos temporais. A formação reticular, consequentemente a 1ª Estímulos táteis-sinestésicos: lobos parietais. unidade funcional, vai regular o tônus cortical. Se A 2ª unidade funcional possibilita os processos Mielinização; de gnosia, isto é, de conhecimento, pois é nela Neuroplasticidade. que ficarão armazenadas todas as percepções que tivemos ao longo de nossa vida. Agnosia é Pergunta boa para a prova: “o desenvolvimento uma disfunção na área secundária da 2ª unidade da criança acontece do ato ao pensamento, funcional; é o não conhecimento. disserte sobre essa afirmativa” Da área terciária da 2ª unidade funcional É do ato ao pensamento, pois o ato tem relação vamos para a área terciária da 3ª unidade com execução motora (área primária da terceira funcional, onde estão localizadas as funções unidade funcional). E o pensamento está executivas, em que vamos pensar o que vamos relacionado á terceira área da terceira unidade fazer com aquelas informações sensoriais. funcional, onde ficam as funções executivas. Depois, a área secundária, da terceira unidade SINAPTOGÊNESE funcional, que nos dá a capacidade de praxia (é a capacidade de planejarmos o movimento do Quanto mais neurônios, mais possibilidade de nosso corpo para executar uma determinada conexão sináptica – mais conhecimento. ação). Apraxia é quando o indivíduo não MIELINIZAÇÃO consegue organizar-se em relação ao seu corpo. Aumenta s velocidade de propagação do De acordo com Piaget e Wallon, o primeiro impulso nervoso. Regiões do cérebro desenvolvimento da criança é denominado mielinizadas, os impulsos passam mais rápido. sensório-motor, pois de acordo com o desenvolvimento neuronal, as primeiras regiões Tem relação com o desenvolvimento da área a serem realizadas e desenvolvidas no nosso neuronal. O neurônio revestido pela bainha de cérebro são as regiões primárias, seguidas das mielina, que dá velocidade para as conexões secundárias e terciárias, respectivamente. neuronais. 3 aspectos dentro do desenvolvimento neuronal, NEUROPLASTICIDADE dentre milhares que existem, que são importantes sabermos para nos ajudar a Capacidade de maleabilidade do cérebro- entender o desenvolvimento psicomotor: quanto mais novo, mais fácil isso ocorrer. O desenvolvimento neuronal terá uma relação Sinaptogênese; direta com os fatores socioculturais, com as experiências imediatizadas, com a relação com os pais, com a forma como lidam com a própria emoção, com o meio. PIRÂMIDE PSICOMOTORA 1ªUF - base da pirâmide: tônus e equilíbrio Pelos princípios da psicomotricidade, o tônus cortical está diretamente relacionado com o tônus muscular. 2ª UF – meio da pirâmide: informações sensoriais Lateralização, noção de corpo e estruturação espaço-temporal tem a ver com informação sensorial 3ª UF – topo da pirâmide: praxias 3 UF é a unidade motora – capacidade de planejar nosso corpo para os movimentos amplos e finos. FATORES PSICOMOTORES O tônus é o primeiro fator psicomotor a se O tônus muscular, portanto, é a estrutura desenvolver, e ele começa a se desenvolver a neuronal que vai dar sustentação para o músculo. partir da modulação da formação reticular. Nós temos a eutonia, que é o estado de tensão Nós vimos que a formação reticular dará impulso tônica “ok”, isto é, dentro de um padrão para o nosso tônus cortical. Se a formação neurológico adequado. Temos a hipotonia, que é reticular vai mandar impulsos para o tônus um rebaixamento do tônus muscular. Nesse caso cortical ficar ok, é essa mesma regulação de ainda temos sustentação, mas é uma sustentação formação reticular que vai deixar, assim como o mais híbrida. E a hipertonia, que é o excesso de tônus cortical ok, o meu tônus muscular ok sustentação que pode chegar à rigidez. também. Porque tônus cortical e tônus muscular Então, o equilíbrio é mais ou menos de um a caminham juntos em uma formação dialética. dois anos. O tônus vai ser o veículo de expressão das nossas emoções, pensamentos, linguagem, percepção EQUILÍBRIO que temos do mundo. Ele é veículo de quem Qual é a nossa maior postura antigravidade? somos, da nossa subjetividade; é o tônus que vai Estar em pé. dizer como nós estamos. Vamos exteriorizando por meio do tônus o nosso pensamento também. O bebê, quando nasce, fica só deitado. E aí E nós vamos exteriorizar, obviamente, quem nós depois ele começa a desenvolver o pescoço. Isso somos. O princípio da imagem corporal é isso. já é um ajustamento postural antigravídico. Vamos exteriorizar por meio de como nos Depois, ele fica sentado, outro ajustamento percebemos, quem nós somos, a nossa história postural antigravídico. Depois, ele fica em pé, e de vida. chega à finalidade, que é a marcha. Então, até ele chegar à postura bípede, que é a maior possibilidade de movimento antigravídica, ele vai se ajustando corporalmente de uma maneira LATERALIZAÇÃO progressiva. Lateralização é a capacidade da criança integrar Primeiro, a criança tem que ter o controle da os dois lados do corpo, que é o que chamamos postura dela. Depois, ela tem que ter uma de integração bilateral. A integração bilateral segurança gravitacional, e então, o controle vai acontecendo mais ou menos em paralelo emocional e atenção e alerta. com a especialização hemisférica. Nós falamos que tanto o tônus como o equilíbrio O que seria a especialização hemisférica? O são gerenciados pela primeira unidade nosso cérebro, lado direito e lado esquerdo é funcional. A primeira unidade funcional é interconectado pelo corpo caloso. O lado responsável pela atenção. Se a formação reticular direito do cérebro é mais responsável pelos mobiliza o tônus cortical, isso vai indicar atenção símbolos, pelo não verbal, pelo abstrato. ou soma. Então, para que a criança consiga Enquanto que o lado esquerdo, é mais encontrar o próprio eixo, o controle do próprio responsável ou refinado para a parte mais corpo, ela precisa estar focada em alguma coisa. racional, exata, contábil, cartesiana. Nós temos Se alguma coisa acontece e ela desfoca a essa diferenciação hemisférica e conforme a atenção, ela cai. criança vai se desenvolvendo, essa especialização hemisférica direita e esquerda Se a criança partir para a marcha e tiver uma também vai se desenvolvendo. Então, quando segurança gravitacional, um eixo de equilíbrio, falamos em integração bilateral, estamos falando pelos princípios da psicomotricidade, ela da capacidade de usarmos, dentro da também precisará ter uma segurança afetiva e especialização hemisférica, os dois lados do emocional, porque isso está correlacionado. cérebro. Ora mais racional, ora mais abstrato. E os dois lados do nosso corpo efetivamente. A figura acima nos ajuda a ver como o nosso desenvolvendo os hemisférios. Integramos os cérebro, de fato, é especializado. O lado dois lados do corpo de uma forma dialética. Ao esquerdo vai fazer com que a gente leia o que mesmo tempo que o cérebro está se está escrito. E o lado direito vai fazer com que a especializando no hemisfério direito e hemisfério gente veja a cor. O lado direito é mais abstrato e esquerdo, vamos aprendendo com o mundo a o lado esquerdo é mais racional. utilizar a mão esquerda e a mão direita. A utilizar a sensorialidade, utilizar mais o não verbal e o Não tem como pensar e integrar os dois lados do racional. corpo se ao mesmo tempo o cérebro não estiver NOÇÃO DE CORPO Alguns autores tratam esquema corporal e modelo, sobretudo visual, auditivo, que temos imagem corporal como se fossem a mesma do nosso próprio corpo a nível fisiológico. coisa. Nós, que utilizamos a perspectiva do Vitor Quando falamos de esquema corporal, estamos da Fonseca, tratamos esquema corporal como falando de representação mental fisiológica, uma coisa e imagem corporal como outra. mais especificamente, da segunda área da segunda unidade funcional, onde ficam as ESQUEMA CORPORAL nossas gnosias, que são as nossas percepções. Quando falamos em esquema corporal, estamos Vitor da Fonseca também chama a noção de falando do esqueleto das diferentes partes do corpo de somatognosia, ou seja, gnosia: corpo que representam o nosso corpo; é um conhecimento, soma: corpo. Conhecimento do já fizeram e fazem parte de nós. E também pelo próprio corpo. A representação ou a percepção contexto sociocultural. que temos do nosso corpo, registrada na segunda área da segunda unidade funcional. O conceito de imagem corporal é um conceito Então, quando falamos em esquema, estamos extremamente importante, pois a forma como falando de cabeça, ombro, joelho e pé. nos percebemos é a forma como vamos estar no mundo. E estamos no mundo por conta da nossa IMAGEM CORPORAL identidade. Estamos no mundo por meio do nosso corpo, concretamente falando. E esse A imagem corporal é a representação mental corpo revela a nossa identidade ou fisiológica do corpo à nível neuronal, mas subjetividade. A imagem corporal está também associada aos afetos, às emoções, aos diretamente relacionada à identidade. Ela é pensamentos; é associada a todo o conteúdo multifacetada, ou seja, é como se ela fosse um psíquico e também social. prisma. Cada ladinho desse prisma é algo que vai O esquema corporal trata-se de cabeça, ombro, influenciar o processo de como nos vemos. Por joelho e pé. As partes do corpo marcadas exemplo, a percepção, a emoção, as cognições, fisiologicamente no cérebro. Mas quando a nossa história de vida, o social, o amigo etc.; é falamos em imagem corporal, trazemos o multifacetal. E ela é dinâmica, ou seja, o tempo esquema, mas esse esquema é preenchido pelos inteiro estamos mudando a nossa imagem afetos, pensamentos, história de vida. Ele é corporal. preenchido por todas as questões subjetivas que Obs.: A imagem acima pode dar a entender que ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO TEMPORAL o esquema corporal vem antes da imagem corporal, mas não vem. Os dois são Vamos imaginar que está tudo ocorrendo bem concomitantes. Ao mesmo tempo que a criança no desenvolvimento. A criança internalizou sua imagem corporal, ou seja, ela já tem uma vai internalizando a imagem no cérebro, os impulsos sensoriais, afetos, cognições, a relação percepção do seu corpo. Agora que ela tem uma com o cuidador, vai sendo internalizada. Tudo percepção do seu corpo, ela vai conseguir acontece junto. Depois sim, segue uma ordem. localizar o seu corpo no espaço. Por exemplo: se ela é magra, ela sabe que consegue passar em Então, primeiro a criança reconhece o corpo do um espaço estreito. Ela se conhece, conhece o outro, se reconhece, e aí consegue fazer a próprio corpo. Ao mesmo tempo, por conhecer diferenciação do corpo dela para o objeto, para o próprio corpo, ela sabe que não passa em um depois conseguir relacionar os objetos entre si. espaço menor. Ela tem uma representação mental do seu corpo. Então, a estruturação espacial é a projeção do funcional é descendente, ou seja, é a área corpo, que está representado fisiologicamente, terciária, secundária e primária. A área terciária é no espaço. E aí, a pessoa consegue se relacionar onde planejamos mentalmente, raciocinamos, com o espaço. pensamos em uma ação. A área secundária é o nosso planejamento do corpo. Por exemplo, o O tônus e o equilíbrio são de responsabilidade chute ao gol; vamos planejar a força, qual pé da primeira unidade funcional. Lateralização, vamos usar, para que lado queremos a bola etc. imagem corporal e estruturação do espaço Vamos planejar o nosso corpo para chutar. Então, corporal são de responsabilidade da segunda isso é praxia global. Vamos planejar o nosso unidade funcional. Por quê? A segunda unidade corpo para que executemos movimentos funcional é responsável por receber e armazenar amplos. as informações sensoriais. A lateralização, isto é, a capacidade de eu perceber um lado e o outro, A praxia global tem a ver diretamente com a depois perceber o meu corpo inteiro e projetar coordenação óculo-manual. A coordenação esse meu corpo inteiro no mundo, tem a ver com óculo-manual é a coordenação que vamos ter da informação sensorial. nossa mão em relação ao nosso olhar, que é necessariamente a condição para a escrita. A imagem corporal é formada pelos estímulos Obviamente que depois que automatizamos a sensoriais. Por exemplo: a filha que escuta a mãe escrita, conseguimos escrever sem olhar, mas a chamá-la de gorda, está internalizando essa criança que está criando a habilidade de imagem corporal de si pelo estímulo auditivo. escrever, tem que ficar coordenando o olho com Quando ela olha a sua imagem no espelho, é um a mão para conseguir pintar, por exemplo. estímulo visual. Quando ela sente o cabelo, a pele, é o estímulo tático sinestésico. Então, todos A coordenação óculo-manual é o essencial para os estímulos sensoriais vão formar a imagem o movimento de pinça depois na praxia fina. Ela corporal de uma maneira dinâmica. começa a ser desenvolvida quando a criança começa a comer. Se a segunda unidade funcional, mais especificamente na segunda área, é responsável PRAXIA FINA pelos processos perceptivos e de gnosia, quando falamos de percepção de imagem São os movimentos mais refinados. Assim como corporal, estamos falando de segunda unidade a praxia ampla é a coordenação e o funcional. planejamento dos grandes músculos para movimentos amplos. A praxia fina é a PRAXIA GLOBAL coordenação e o planejamento para movimentos mais refinados, periféricos, dos pés, sobretudo A praxia, tanto a global quanto a fina, está na das mãos. terceira unidade funcional. A terceira unidade 2ª AVALIAÇÃO PARCIAL 1. De acordo com Luria, a Primeira Unidade Funcional constitui o substrato neurológico de dois fatores psicomotores. A partir dessa assertiva, defina e explique a importância desses dois fatores para o desenvolvimento psicomotor (1,0). Primeiramente, cabe destacar que Luria dividiu o cérebro em três unidades funcionais: a primeira, possuindo a função de manutenção da energia cortical; a segunda, recebimento, análise e armazenamento de informações sensoriais e a terceira com a função de programação, regulação e verificação da atividade consciente. No que concerne a primeira unidade funcional, é através do tronco encefálico que chegam as informações do ambiente, e onde existem as formações reticulares. Desse modo, essa unidade funcional regula o tônus cortical, enviando o impulso para que o tônus rec eba as informações advindas do ambiente, caso este estímulo seja agradável, o córtex cerebral manterá o nível de energia adequado para recebe-lo, ou seja, estará em estado de vigília, caso contrário, a energia estará rebaixada e as informações não chegam com eficiência até o córtex. Pelos princípios da psicomotricidade, o tônus cortical está diretamente relacionado ao tônus muscular, nessa relação, se o tônus cortical está em estado de vigília, o corpo também estará preparado para executar os movimentos necessários. Isso posto, a primeira unidade funcional é responsável pela base da pirâmide psicomotora, constituindo o substrato neuropsicológico de dois fatores psicomotores, sendo eles o tônus e o equilíbrio, o tônus muscular, portanto, é a estrutura neuronal que vai dar sustentação para o músculo, ou seja, o tônus é o primeiro fator psicomotor a se desenvolver a partir da modulação da formação reticular. É necessário que o tônus cortical esteja com o nível de energia adequado para receber os impulsos, para que o tônus muscular mantenha a postura e a energia necessária para executar uma ação ou movimento, visto que tônus cortical e tônus muscular possuem uma relação dialética. Cabe ressaltar que a eficiência no equilíbrio acontece por volta dos dois anos, e para que haja uma postura bípede e encontre o eixo de gravidade, e assim se possa executar os passos, o tônus precisa estar desenvolvido, sendo assim, tanto o tônus quanto o equilíbrio são gerenciados pela primeira unidade funcional, a qual é responsável pela atenção. Desse modo, portanto, se a formação reticular mobiliza o tônus cortical e indica atenção, o corpo também manterá a atenção, e consequentemente será possível controlar o próprio movimento. 2. “A imagem do corpo é própria de cada um: está ligada ao sujeito e à sua história” (DOLTO, 1986). (1,0) Preliminarmente, para a construção da noção de corpo, é importante diferenciar o esquema corporal de imagem corporal. Enquanto o primeiro diz respeito ao esqueleto, ao nível fisiológico do corpo, o segundo diz respeito à imagem construída ao longo da vida. A representação mental consiste numa integração das partes do corpo, mas não apenas a nível fisiológico, como também, a nível psicossocial e sociocultural. A imagem corporal é multifacetada e dinâmica, ou seja, há diversos fatores que contribuem com a construção dessa imagem, e dinâmica, pois, a todo momento, todos estão mudando a forma como se veem. Dentre os diversos aspectos que contribuem para a construção dessa imagem, sendo esses conscientes ou inconscientes, estão as influências sociais, como por exemplo, o estabelecimento de padrões de corpos ideais, os quais prolongam-se para a vida toda dos indivíduos. Também há a contribuição dos sentimentos e pensamentos, pois, a forma como o corpo é sentido e pensado, é a forma como ele será percebido pela própria pessoa e pelo mundo. Há também, o fator das experiências sensório-motoras vivenciadas pelo bebê, permeadas pelo cuidador, ou seja, por meio de olhares, carinhos, gestos, demonstração de afeto, tom da voz, palavras utilizadas, contato, dentre outras. Assim sendo, se quando bebê, a pessoa foi cuidada com carinho e afeto, é provável que sua imagem corporal seja positiva. Destarte, o conceito de imagem corporal é extremamente importante, pois a forma como nos percebemos é a forma como estaremos no mundo, demonstrando nossa identidade e subjetividade por meio do nosso corpo, bem como, será a forma como seremos percebidos por terceiros. DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR Regido por duas leis Próximo-distal: o desenvolvimento ocorre de dentro para fora Céfalo caudal: do cérebro para baixo As habilidades sempre serão desenvolvidas do Devemos interpretar o desenvolvimento humano geral para o especifico. A princípio, as a partir da triangulação entre motricidade, afeto habilidades da criança são rudimentares para e cognição, junto a um cérebro e um ambiente depois serem refinadas. sociocultural que permitam o desenvolvimento dessas categorias. Wallon diz que afeto e cognição são desenvolvidos por meio da motricidade. A motricidade será o veículo para o indivíduo De 1 a 3 anos: estágio sensório motor e conseguir expressar tanto as suas cognições projetivo; quanto os seus afetos. O afeto é a capacidade de De 3 a 6 anos: estágio do personalismo; entrar em relação com o outro e se sentir afetado 6 anos: estágio categorial; por este outro ou por este meio. E na perspectiva Estágio da adolescência. Walloniana, tanto o afeto quanto a cognição se exteriorizarão por meio da motricidade, bem 0-3 MESES como serão produzidos e desenvolvidos pela Desde quando a criança nasce até mais ou motricidade. Por exemplo, para uma criança menos uns 3 meses, ela possui uma motricidade entender a noção de alto e baixo, ela tem que que é reflexa e involuntária. O que isso significa? vivenciar corporalmente o que é alto e o que é Que nesse momento, a criança não tem baixo. intencionalidade, o movimento não é Wallon, vai dizer que existem cinco estágios intencional, a motricidade não é intencional. para o desenvolvimento psicomotor: O bebe não tem a área da sensação 0 a mais ou menos 1 ano: estágio desenvolvida, ele tem a sensação de impulsivo emocional; desconforto, mal estar, ele vai exteriorizar isso por meio da hipertonia. Quando o cuidador satisfaz a necessidade do bebe, este vai entrar Depois de desenvolver o tônus do pescoço, ele em um estado de hipotonia/de satisfação. desenvolve o tônus da cintura escapular (começa a ficar sentado), mas com apoio, pois E qual é o papel do cuidador nesse período? ainda não está 100% desenvolvido. Atender às necessidades do bebê. Além disso, é importante uma rotina. Por quê? A rotina, ao estar A criança começa a ter intencionalidade do externalizada, aos poucos vai sendo internalizada objeto, vai atras do objeto que deseja. Quando pelo bebê e isso vai o favorecer mais para frente tem intencionalidade, não tem mais reflexo na com a questão da organização temporal, de motricidade, aqui já é intencional. planejamento. E como o bebê está em uma Na perspectiva céfalo-caudal, o relação simbiótica com o cuidador, é o cuidador que tem que fazer esse papel de manter uma desenvolvimento do tônus dará possibilidade da rotina para o bebê. praxia global: correr, andar, pular. E o desenvolvimento do tônus na perspectiva É importante que o cuidador esteja em contato próximo-distal, dará a possibilidade da praxia tônico corporal com o bebê, para que ele seja fina, que começa com o processo óculo-manual, preenchido por afetos positivos por meio do que é a coordenação que a criança conquista corpo. O nosso corpo guarda memórias. O quando vai começar sozinha. dialogo tônico é a relação que o bebe estabelece com a mãe, e a mãe com o bebê. O ANGÚSTIA DO 8º MÊS bebe vai ter um mal estar, fica hipertônico, a mãe Mais ou menos a partir do 8º mês, a criança já tem satisfaz sua necessidade, fazendo com que o o reconhecimento internalizado da figura do bebe chegue ao estado de hipotonia. cuidador, portanto, só quer a mãe. Nessa etapa, Obs.: pode perguntar de diálogo tônico na o bebê já reconhece o rosto da mãe, se for outra prova. pessoa, ele chora, estranha e não quer. A última fase do desenvolvimento do tônus, na Além de atender as necessidades fisiológicas, é importante também atender às necessidades de perspectiva céfalo-caudal, é o desenvolvimento contato. As primeiras experiências tônicas, do tônus da cintura pelviana, que é o que vai possibilitarão a base da formação egóica do favorecer a postura bípede e posteriormente a bebê. De acordo com Wallon, é a pele quem vai marcha. dar o limite egóico, isto é, limitar o meu ego e o O engatinhar da criança é importante para a ego do outro. construção da cognição e do planejamento, pois Importante também o cuidador estar disponível, a criança engatinhando observa o objeto ao longe, e tem que planejar como chegará ao mas em um determinado momento (quando a criança já está maior), o bebe precisa entender objeto. que existe um limite, isso é feito por meio do 9-12 MESES “não”. Esse limite é importante para que a criança estabeleça um estado de pertença, para que Aquisição da linguagem, mais ou menos consiga se relacionar com o outro, saber o limite paralela, quando a criança já consegue andar. dela e do outro. 1-3 ANOS: ESTÁGIO SENSÓRIO MOTOR E 3-6 MESES PROJETIVO A motricidade reflexa começa a dar espaço para Depois que a criança fortalece o tônus cervical, a motricidade voluntária. A criança começa a ela vai fortalecer o tônus da escápula. O desenvolver o tônus cervical. Percebe que fortalecimento do tônus da escápula vai existe algo fora dela, percebe o outro. possibilitar que a criança permaneça na posição sentada. Nessa fase é importante o sorriso social, por exemplo, o sorriso que o bebê dá depois de Toda habilidade que a criança adquire, segundo mamãe, significa que ele está saindo do o Wallon, ela sempre vai ser sincrética. É o nome narcisismo primário, da imersão em si mesmo, que ele utiliza. Ou seja, ela vai ser pouco refinada. nas próprias emoções e percebendo que existe E aí, conforme a criança vai tendo uma algo fora dele que lhe dá prazer. experiência com o meio e conforme o cérebro vai desenvolvendo, ela vai refinando as habilidades. 6-9 MESES Uma coisa marcante dessa etapa, é que a criança precisa de algo externo para ela entender aquilo, para ela conseguir interagir com o mundo. Por representar mentalmente o seu próprio corpo. A quê? Porque a inteligência dela nessa fase é uma representação mental é um avanço significativo inteligência concreta. A fase sensório-motora e para o desenvolvimento infantil. Por quê? A projetiva, a inteligência da criança, ela é concreta. capacidade de eu representar mentalmente um Ou seja, os objetos têm que estar concretamente objeto sem que esse objeto esteja presente me presentes para que eu consiga apreendê-los. permite pensar que, além de representar as coisas do mundo, eu também represento a mim Temos aqui o uso de algumas cognições ainda mesmo. É aí que se estabelece a imagem muito fundamentares, que nós chamamos de corporal. imitação e posteriormente o simulacro. A fase sensório-motor e projetiva, ela se finaliza Imitação: Eu vejo um modelo e eu com o advento da função simbólica, portanto, internalizo esse modelo e reproduzo esse com a capacidade de representação mental. modelo. Estamos falando efetivamente de cognição-pensamento. Eu estou 3-6 ANOS: ESTÁGIO DO PERSONALISMO falando de reprodução de Agora que ela conhece a si mesma, nós temos a comportamentos. função de interiorização, que é esse ajuste que a Simulacro: A importância da presença de criança vai fazendo no mundo. A partir do algo externo para eu conseguir momento que ela conhece a si mesma, ela experienciar, ou vivenciar, ou trocar com também reconhece o outro. Os afetos não estão esse mundo. As coisas nessa fase, elas amadurecidos, tem pouca tolerância à frustração têm que estar muito concretas, tem que ainda, não consegue efetivamente se relacionar existir na completude. com o meio. Depois da imitação e do simulacro, eu tenho a Com o final dessa fase, mais ou menos por volta função simbólica. Que é a capacidade de de cinco anos , ela consegue estabelecer representar mentalmente os objetos sem que relações, por exemplo, entre os amiguinhos, sem esses objetos estejam presentes. que ela seja um ponto de referência. Então, esse A partir do momento que a criança, ela tem a é um processo importante no que diz respeito à capacidade de representar mentalmente os interação com o mundo. objetos, ela terá também capacidade de Aqui já temos o desenvolvimento da organização consegue colocar o meu corpo no mundo e e espaço corporal. A criança começa o situar as coisas do mundo. desenvolvimento da organização e espaço corporal porque na fase anterior ela desenvolveu Wallon tem uma frase que diz: “pensamento se a sua imagem corporal. Então, aqui a gente pode dá do ato ao pensamento abstrato”. pensar na fase impulsivo emocional. Ele vai estruturar essa assertiva dele, de que o Na fase sensório-motor e projetiva desenvolveu desenvolvimento se dá do ato ao pensamento, a minha imagem corporal, e pensando na por quê? Porque na fase sensório-motora e pirâmide psicomotora, o próximo fator é a projetiva a criança está vivenciando organização e espaço temporal, então é a fase do motoramente o seu corpo e sensorialmente. personalismo. Ou seja, agora, de fato, consegue Portanto, a criança está vivenciando o corpo de organizar o corpo no mundo. É por isso que tem maneira sensorial e de maneira motora. Eu estou a descentralização do corpo. Porque agora experienciando um pensamento que ele é concreto e que, portanto, ele é vivenciado por meio de sensações e por meio da minha cintura pélvica. E aí, eu já consigo ficar de pé e motricidade. partir para a marcha. 6 ANOS: ESTÁGIO CATEGORIAL A lei próximo distal, que é o que vai me possibilitar a praxia fina. O pensamento categorial é o pensamento que a criança já consegue mudar categorias, a criança Fase sensório-motor: a criança vai se relacionar já começa a fazer uso das funções executivas, com o mundo pela sensorialidade e pela da atenção, da memória de longo prazo. motricidade, pelo movimento. Portanto, nessa fase, o pensamento é concreto. Então, os objetos Nesse momento, é muito importante que a gente têm que estar na concretude do ambiente para signifique as diferentes emoções e sentimentos que eu consiga interagir com o mundo. Ao final que a criança tem. dessa fase a criança começa a desenvolver, por Ela consegue correlacionar as coisas entre si sem meio da imitação, por meio do simulacro, ela que ela esteja presente. começa a desenvolver a função simbólica, que é a capacidade de representar os objetos sem que ESTÁGIO DA ADOLESCÊNCIA eles estejam presentes na concretude. A criança volta-se novamente a ela mesma. E aí Essa é uma função extremamente importante novamente tem uma outra perspectiva de porque a criança, além de representar os objetos, oposição, um conflito de oposição para a busca ela vai representar a si mesma. Portanto, ela vai de uma identidade. É importante que o jovem, ter uma imagem, uma representação do próprio ele passe por diferentes movimentos, por corpo, da própria imagem a nível neuronal. diferentes estilos, por diferentes formas de se vestir, para ele reconhecer o que faz sentido para Fase do personalismo: agora já tem uma ele. Ou seja, é importante que o jovem imagem corporal, já consegue impor essa minha adolescente passe por fases de oposição. figura, essa minha imagem, esse meu ego no mundo. E aí começam as oposições. DESENVOLVIMENTO PARA WALLON Fase categorial: criança volta-se novamente Relembrando: para o mundo. Então ela já consegue fazer o uso A primeira fase é a impulsivo emocional: o bebê das funções executivas, da atenção, da memória. se relaciona com o mundo por meio das Estágio da adolescência: a criança volta-se para emoções, que são impulsivas. O bebê de zero a o mundo, para os pares, para a oposição, só que um ano se relaciona com o mundo por meio de agora a partir de uma outra perspectiva. A partir uma motricidade reflexa. Motricidade reflexa que da perspectiva da busca da própria identidade. é exteriorizada por meio das emoções. A criança, desde o princípio, ela vai passar pela importância DESENVOLVIMENTO DA IMAGEM da interação social, sobretudo a partir do diálogo CORPORAL PARA LE BOULCH tônico, que é a relação que ela vai estabelecer Ele diz que existem três processos de com o cuidador e o cuidador vai estabelecer com desenvolvimento da imagem corporal: ela. O primeiro processo é o corpo vivido. Conforme a criança, ela vai experienciando o Que a gente pode correlacionar com a mundo, ela vai deixando de ter uma motricidade fase sensório-motora até a fase sensório- reflexa para adquirir uma motricidade cada vez motor e projetiva. A imagem corporal, mais voluntária. segundo Le Boulch, ela começa quando a Nesta fase, nós temos o desenvolvimento do criança está na vivência com o cuidador lá tônus , de lei céfalo-caudal. A criança, dentro atrás. Essa vivência experiencial do dessa lei céfalo-caudal, na perspectiva do diálogo tônico com o cuidador, que é desenvolvimento do tônus, ela desenvolve o uma experiência concretizada por meio tônus do pescoço. Depois, ela desenvolve o das emoções, por meio da hipotonia tônus da síntese ocular. Isso lhe dá um outro versus hipertonia. E ele vai dizer que na posicionamento em relação ao mundo, porque última fase, a gente pode pensar que agora ela consegue ficar sentada. terminou a etapa de corpo vivido quando a criança olha no espelho e sabe que Depois do desenvolvimento da cintura aquele reflexo é ela. escapular, eu tenho o desenvolvimento da Corpo percebido: A partir do momento que eu vivenciei o meu corpo, e eu finalizei essa etapa com a imagem Corpo representado: eu consigo dizer, corporal, então agora eu vou vivenciar, minimamente, como eu percebo a mim perceber, esse corpo no mundo. Estar no mesma e consigo representar, por mundo por meio dessas percepções. exemplo, o que eu mesmo percebo, de Então, eu me relaciono com o outro, eu uma maneira mais congruente com a me relaciono comigo mesmo, eu vou minha percepção. vendo quais as minhas possibilidades, as minhas potencialidades, as minhas dificuldades corporais.