Geografia 🌎 PDF - Sistema Mundial na Nova Ordem Global

! GEOGRAFIA Como se caracteriza o sistema mundo na nova ordem global Configurou-se após a queda do Muro de Berlim (1989) e o desmembramento da União Soviética (1991). Marcada pelos EUA como superpotência mundial, processos de reafirmação da Europa e consolidação do Japão como centros de p...

! GEOGRAFIA Como se caracteriza o sistema mundo na nova ordem global Configurou-se após a queda do Muro de Berlim (1989) e o desmembramento da União Soviética (1991). Marcada pelos EUA como superpotência mundial, processos de reafirmação da Europa e consolidação do Japão como centros de poder e ascensão de países emergentes. É multipolar/mundo policêntrico (diversos centros de poder). Dominado pela tríade do poder (EUA, Japão e UE). Destaque para Alemanha, Austrália e Nova Zelândia. Classificação de Países 1. Países Centrais (EUA, Austrália…) ⁃ maior parte do capital e comércio ⁃ sede de inúmeras empresas, bancos, bolsas de valor ⁃ mão de obra qualificada 2. Países Semiperiféricos (Brasil, Rússia…) ⁃ periferia para o centro, centro para a periferia ⁃ indústria de ponta mas com tecnologia menos avançada que nos países centrais 3. Países Periféricos (Dinamarca, Madagáscar…) ⁃ estrutura económica vulnerável ⁃ industrialização reduzida ⁃ reduzidas taxas de alfabetização ⁃ elevado crescimento demográfico ⁃ mão de obra barata e pouco qualificada Qual o papel da globalização no sistema mundo atual A globalização é um processo que abrange diversos atores e esferas, assente na interdependência entre países e povos. Resulta da redução de custos de transporte e comunicação e eliminação de barreiras à circulação. Não atinge todo o espaço com a mesma intensidade. Características: ⁃ Processo de escala mundial ⁃ Assente na interligação e interdependência entre Estados, organizações e indivíduos, no plano económico e não económico ⁃ Tem como cerre o desenvolvimento dos transportes e telecomunicações Fatores:  ⁃ Expansão do comércio internacional: a sua liberação favorece a redução de barreiras protecionistas para proteger os sistemas produtivos e impulsionar o liberalismo económico ⁃ Avanços Tecnológicos: permite a diminuição de distâncias e a criação de uma rede de infraestruturas ⁃ Desenvolvimento do capitalismo financeiro: favorece a movimentação de capital e a globalização do sistema financeiro ⁃ Transformações sociopolíticas: a progressiva abertura política e económica dos países do ex-bloco socialista contribuiu para a sua participação no sistema mundo ⁃ Alterações nos processos produtivos: segmentações do processo produtivo em que as diferentes fases são distribuídas por países Dimensões da Globalização/Esferas: ⁃ Económica: crescente interdependência das economias mundiais, resultado do crescimento do comércio, aumento do fluxo de capitais e tecnologias ⁃ Financeira: o desenvolvimento de novos instrumentos financeiros, desregulamentação de mercados financeiros (…) levaram à liberação dos fluxos de capitais. Isso favoreceu a afirmação de um sistema financeiro global ⁃ Política: as mudanças nas relações internacionais entre Estados contribuíram para que as democracias ganhassem destaque e para a afirmação de princípios do plurismo, divisão de poderes, rotatividade… ⁃ Cultural: intensificação dos fluxos culturais. A globalização pode enfraquecer ou oferecer novas oportunidades à diversidade cultural ⁃ Ambiental: os problemas ultrapassam as fronteiras, constituindo problemas supranacionais. Por outro lado, a consciencialização ambiental tem se intensificado ⁃ Demográfica: os emigrantes saem dos países em desenvolvimento para as economias mais desenvolvidas (EUA, Alemanha, Reino Unido) Atores: 1. Estados-Nação: o seu papel como ator predominante tem enfraquecido. A globalização ultrapassa as fronteiras nacionais, limitando a capacidade do Estado de determinar a sua política.  2. Empresas transnacionais: responsáveis pelo aumento da deslocalização da produção para países menos desenvolvidos. Responsáveis por uma nova divisão internacional de trabalho, com procura de menos custos com mão de obra e maior acessibilidade às matérias primas. Países Desenvolvidos: produção intensiva em capital; gestão e administração empresarial; fases de investigação e conceção de produtos Países em Desenvolvimento: produção intensiva em trabalho; fases de produção, montagem e preparação para a comercialização dos produtos Fatores de Deslocalização Industrial: ⁃ Existência de mão de obra barata e abundante nos países recetores ⁃ Reduzido controlo ambiental nos países de destino ⁃ Acesso a novos mercados ⁃ Desenvolvimento dos transportes e de comunicações 3. Organizações Internacionais: contam com o apoio financeiro e político dos seus Estados-membros, são globais ou regionais Blocos económicos regionais: processo de integração económica visando a aproximação dos interesses dos Estados-membros sistemas de preferências aduaneiras: os países-membros concedem um conjunto de vantagens aduaneiras, não extensíveis a países terceiros zona de comércio livre: os países-membros eliminam as barreiras comerciais e alfandegárias; cada país mantém a sua própria pauta aduaneira para com terceiros união aduaneira: engloba o anterior; os países adotam uma pauta aduaneira exterior face aos terceiros mercado comum: inclui a anterior; os países estabelecem a liberdade de circulação união económica: integra a anterior; os países adotam políticas comuns, com vista a alcançar a convergência de suas economias união económica e monetária: engloba a anterior; os países-membros adotam uma política monetária única 4. Organizações Internacionais Não Governamentais: formadas por 2 ou mais indivíduos. Lutam pela democratização de seus governos. 5. Indivíduos/Sociedade Civil: desafiam agendas, metodologias, explicações explicações e regras estabelecidas em relação à globalização. Vantagens e Desvantagens da Globalização Vantagens ⁃ contribui para a expansão do comércio ao permitir o transporte para todo o mundo ⁃ promove um comércio livre entre países sem barreira de alfandegárias ⁃ permite aceder a um mercado internacional Desvantagens ⁃ perda de postos de trabalho nas economias mais avançadas ⁃ agrava as desigualdades de rendimento dentro e entre países ⁃ facilita a propagação de epidemias a escala global Global vs Local Foi adquirindo expressão uma multiplicidade de críticas à globalização. Tem ganhado destaque a relocalização económica e a globalização. Relocalização económica propõe uma reconfiguração, diversificação e fortalecimento das economias locais com o objetivo de possibilitar que as comunidades e nações recuperem o controlo sobre as suas economias. Globalização mostra como as culturas locais absorvem alguns aspetos da cultura global, ao mesmo tempo mantêm as suas características diferenciadas. Quais as grandes etapas da construção da União Europeia A União Europeia Monetária (UEM) é a mais avançada forma de integração económica. As raízes da UE demoram para o fim da 2° guerra mundial. A Europa foi o mais destruído. Durante a Guerra Fria a Europa perdeu o lugar de coentro do poder para os EUA e URSS. A 1950, Jean Monnet defendeu a ideia de uma Europa Unida. Nesta, Robert Schuman propôs a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). Tratados Importantes: Paris: Assinado a 1961, entrou em vigor a 26/07/1952. Institui a CECA, visou reforçar a solidariedade franco-alemão, possibilita a livre circulação do carvão e aço, criar condições para uma via para a integração europeia. Roma: Assinado a 1957, entrou em vigor a 01/01/1958. Institui a Comunidade Económica Europeia e Comunidade Europeia da Energia Atómica, visou aprofundar a integração europeia, estabelecer a livre circulação de pessoas, mercadorias, entre outros. Maastricht: Assinado a 1992, entrou em vigor a 01/05/1993. Visou alcançar a união monetária e económica, instituir cidadania europeia, adotar novas políticas (como a Política Externa e de Segurança Comum (PESC)). Amesterdão: Assinado a 1997, entrou em vigor a 01/05/1999. Visou atribuir novas competências à União Europeia, desenvolver a PESC e políticas de desemprego e proteção social. Nice: Assinado a 2001, entrou em vigor a 01/02/2003. Visou reformar as instituições europeias, reforçar os direitos de segurança e defesa. Lisboa: Assinado a 2007, entrou em vigor a 01/12/2009. Visou tornar a Europa mais democrática, instituir a possibilidade de um Estado-membro sair de forma voluntária da UE. Alargamentos: ⁃ 1958: Luxemburgo, Itália, Países Baixos, Bélgica, França, Alemanha (Fundadores) ⁃ 1973: Reino Unido, Dinamarca, Irlanda ⁃ 1981: Grécia ⁃ 1986: Portugal, Espanha ⁃ 1995: Finlândia, Áustria ⁃ 2004: Estónia, Letónia, Lituânia, Eslováquia, Eslovénia, Chipre, Malta, Hungria, Polónia, República Checa ⁃ 2007: Roménia, Bulgária ⁃ 2013: Croácia Extras 1990: Reunificação da Alemanha 2016: Brexit 2020: Saída do Reino Unido Critérios de Adesão/Copenhaga (1993): ⁃ o país deve possuir instituições que garantem a democracia, Estado de direito, direitos humanos e respeito das minorias ⁃ uma economia de mercado viável ⁃ capacidade para assumir as obrigações decorrentes da adesão Em janeiro de 2023 eram candidatos à UE a: Albânia, Bósnia-Herzegorvina, Macedonia do Norte, Ucrânia, Turquia, Moldávia, Sérvia e Monte-Negro. Kosovo e Grécia mostraram interesse mas não se candidataram. Zona Euro e Espaço Schengen Do total de países da UE, 19 tinham o euro e constituíam a Zona Euro, em 2022. O euro tem vantagens como: ⁃ maior facilidade com que os preços podem ser comparados entre países ⁃ maior estabilidade de preços  ⁃ maior estabilidade e crescimento económico ⁃ maior influência na economia mundial O Acordo de Schengen foi assinado a 1986 pela Alemanha, Luxemburgo, Bélgica, França e Países Baixos. Visava suprimir os controles nas fronteiras internas e estabelecer um regime de livre circulação de pessoas. Espaço Schengen: 23 estados membros da UE (Bulgária, Chipre, Irlanda e Roménia não); 4 países exteriores à UE (Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein) A livre circulação dentro de suas fronteiras foi materializada pela Convenção de Schengen a 1995. O Estado Schengen possui regras para a emissão de vistos Schengen em curta duração que são válidos em todo o espaço Schengen. Esses permitem que uma pessoa viaja por todo o território num período de 90 dias. O Acordo permite a a cooperação entre forças policiais de estados. Coesão Económica e Social: Na UE persistem desigualdades entre regiões ricas e pobres. Na política de coesão, a IE pretende reduzir essas mesmas, promovendo a coesão económica e social e um desenvolvimento harmonioso da União como um todo. Quais as fragilidades e as oportunidades da UE no contexto internacional A UE recuperou o seu papel de destaque no cenário internacional, sendo um dos maiores blocos económicos mundiais. A UE apresenta oportunidades e fragilidades. Oportunidades: ⁃ Reforço contra ameaças externas: as diferentes alianças políticas e a integração de vários Estados-membros da UE na NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) permitem manter um perfil de segurança consistente. ⁃ Aumento de oportunidades económicas: há mais oportunidades de emprego, melhores salários e uma força de trabalho mais qualificada. O mercado único permite à UE obter melhores condições na negociação de acordos. ⁃ Liberdade de circulação de pessoas e visto Schengen: 15 milhões de pessoas utilizam o visto Schengen, podem viajar sem passaporte formal para qualquer país que a UE reconheça. ⁃ Proteção dos direitos humanos: os Estados-membros da UE têm de possuir instituições estáveis que garantam a democracia, Estado de direitos, direitos humanos e respeito das minorias. ⁃ Reforça de segurança dos consumidores: a UE consegue garantir uma maior segurança do abastecimento alimentar e assegurar altos padrões de qualidade alimentar. ⁃ Rotatividade do exercício de poder: a presidência do Conselho Europeu é exercida em regime roteiro pelos Estados-membros da UE por 6 meses. ⁃ Acesso a serviços de roaming gratuitos: quando um indivíduo usa o telemóvel durante uma viagem a outro país da UE não tem de pagar taxas adicionais. Fragilidades: ⁃ Baixo grau de integração política: a união tem pouco poder nos processos de eleição dos governos nacionais dos vários Estados-membros. ⁃ Inexistência de uma união bancária: há desigualdades entre os Estados- membros e a fragilidade de alguma países periféricos. Também há a Zona Euro a que nem todos os Estados-membros pertencem. A solução é a criação de uma união bancária sólida. ⁃ A falta de uma verdadeira política externa: a UE tem tido dificuldades em das atenção aos países que se candidatam à adesão. Isso revela a falta de uma verdadeira política externa europeia. ⁃ Elevada dependência energética: a recente guerra Rússia-Ucrânia chamou a atenção da UE para a dependência energética em matéria de gás natural de um país não parceiro (Rússia). A comissão europeia desenvolveu um plano para contornar esta. Qual a importância dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ods) na nova ordem global Tendo em vista as atenuações das desigualdades de desenvolvimento, a erradicação da pobreza e a promoção do desenvolvimento económico, social e ambiental, os líderes da ONU decidiram adotar, em 2015, a Agenda 2030 Para o Desenvolvimento Sustentável. Integra 17 objetivos de desenvolvimento sustentável alicerçados em 169 metas. A sua aplicação depende do governo, universidades, empresas, cidades… Os 17 ODC: ⁃ Erradicar a pobreza ⁃ Erradicar a fome ⁃ Saúde de qualidades ⁃ Educação de qualidade ⁃ Igualdade de género ⁃ Água potável e saneamento ⁃ Energias renováveis e acessíveis ⁃ Trabalho digno e crescimento económico ⁃ Indústria, inovação e infraestruturas ⁃ Reduzir as desigualdades ⁃ Cidade e comunidades sustentáveis ⁃ Produção e consumo sustentáveis ⁃ Ação climática ⁃ Proteger a vida marinha ⁃ Proteger a vida terrestre ⁃ Paz, justiça e instituições eficazes ⁃ Parceiras para implementar os objetivos