Formação de Impressões de Indivíduos - Psic Social - Aulas PDF

Summary

Este documento discute a formação de impressões sobre indivíduos, um processo dinâmico influenciado por características físicas, comunicação não verbal e comportamentos. Aborda conceitos chave como a precedência, o efeito de halo, os vieses de atribuição, e os estudos que sustentam essas ideias. Examina a validade das impressões e como elas podem ser afetadas por efeitos de ordem, e aponta para a complexidade da forma com que formamos julgamentos sobre outros.

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**A) Formação de Impressões de Indivíduos** **Conceito Geral:** A formação de impressões é um processo cognitivo dinâmico pelo qual inferimos características sobre outras pessoas, que baseiam em pistas iniciais no contexto atual. **Não são estáticas, são construídas**: Mudam de acordo com o context...

**A) Formação de Impressões de Indivíduos** **Conceito Geral:** A formação de impressões é um processo cognitivo dinâmico pelo qual inferimos características sobre outras pessoas, que baseiam em pistas iniciais no contexto atual. **Não são estáticas, são construídas**: Mudam de acordo com o contexto, comportamento e aparência. **Fontes de Informação para Impressões:** 1. **Aparência Física:** A atratividade física exerce forte influência nas impressões iniciais, frequentemente enviesando julgamentos. - **Cash & Kilcullen (1985)**: Simulações de entrevistas de emprego mostraram que candidatos atraentes tinham maior probabilidade de serem contratados. - **Heilman & Stopeck (1985)**: Participantes tinham de avaliar um(a) assistente do vice-presidente de uma grande empresa, que variava em atratividade. Participantes julgaram o homem atrativo como mais competente para o cargo do que o não atrativo e a mulher atrativa como menos competente para o cargo do que a não atrativa. O que pode sugerir um viés de género. 2\. **Comunicação Não Verbal:** O contato visual desempenha papel central: - **Olhar nos olhos**: Pessoas que nos olham nos olhos são vistas como honestas, diretas, amigáveis e agradáveis (Kleinke et all). - **Evitar contato visual**: Pessoas que não nos olham nos olhos são vistas como pouco amigáveis, tímidas e inconstantes (Zimbardo).  - **Demasiado contacto visual** (olhar fixo) é percecionado como raiva e hostilidade  Outros sinais não verbais, como suor excessivo, nervosismo e respiração acelerada podem levar a perceções de insegurança ou da pessoa ser mentirosa. 3**. Comportamentos (e atitudes, personalidade, e o que for inferido a partir destes) ** As ações das pessoas frequentemente levam à inferência de traços de personalidade, mas podem ser influenciadas por vieses. Exemplo: Uma pessoa que ajuda uma idosa é vista como altruísta. Uma pessoa que não ajuda pode ser vista como egoísta, mesmo que fatores externos expliquem sua inação. O comportamento de não ajudar é visto como um aspeto da personalidade quando na realidade o não ajudar pode ser influenciado por um conjunto de circunstâncias. **Erro fundamental da atribuição VS Princípio do "desconto"** **Erro Fundamental de Atribuição (Viés da correspondência):** Tendência a atribuir comportamentos a características internas, ignorando contextos situacionais. O comportamento da pessoa é visto como tendo causas internas/disposicionais, mesmo quando a lógica diz o contrário (Gilbert & Malone). **Princípio do "desconto" (discounting principle):** não se deve atribuir um certo efeito a apenas uma certa causa, "descartando" outras explicações, quando outra causa plausível estiver simultaneamente presente. Exemplo: Professor chato ou matéria chata?  Estudo: Gilbert, Pelham & Krull. Participantes atribuídos aleatoriamente a 2 condições em que tinham de ler notícias más ou notícias boas. Participantes que liam notícias más eram em média avaliados como mais cronicamente deprimidos, do que aqueles que liam as notícias boas. Formação da impressão baseada na interpretação da situação e/ou do comportamento,... pode ser influenciada por: Expetativas, Motivações, Humor, Contexto, Ativação recente da representação mental e Ativação frequente da representação mental. **B) Validade das Impressões** Apetos principais afetam a validade das impressões: efeitos de ordem, distorção de positividade/negatividade, efeito de halo e erro lógico. - **Efeitos de Ordem: Precedência e Recência.** Os efeitos de ordem referem-se ao impacto da sequência na qual as informações são apresentadas sobre a impressão que formamos de uma pessoa. As **primeiras informações (precedência)** têm mais peso em contextos de alta motivação para formar impressões. As **informações finais (recência)** influenciam mais quando os primeiros traços são neutros ou quando a motivação para formar uma impressão é baixa. **Efeito de Precedência**: Quando as primeiras informações apresentadas têm um peso desproporcional na formação da impressão. Isso ocorre porque os primeiros traços criam um **foco inicial** que guia a interpretação de traços subsequentes. Assim as primeiras impressões tendem a influenciar mais. **Estudo de Asch**: O objetivo era demonstrar como a ordem dos traços afeta a impressão geral sobre uma pessoa. Método: Apresentou duas listas de características sobre uma pessoa fictícia, mudando apenas a ordem dos traços. A lista A de início positivo e a Lista B de início negativo. O resultado foi: A Lista A gerou uma impressão mais positiva do que a Lista B, mesmo que os traços fossem exatamente os mesmos. Assim o **efeito de precedência** ocorre porque os primeiros termos apresentados orientam a interpretação dos traços seguintes. Assim, alguém inicialmente descrito como \"inteligente e industrioso\" tende a ser avaliado com base nesses atributos, mesmo que traços mais negativos sejam apresentados depois. **Efeito de Recência**: Os últimos traços influenciam mais em contextos de baixa motivação. Os primeiros atributos ou comportamentos observados são neutros ou ambíguos, as informações finais tornam-se mais relevantes. Quando o observador não está muito envolvido ou interessado, as informações mais recentes permanecem mais acessíveis na memória e têm mais peso. Assim o Estudo de Lichtenstein & Srull demonstrou que, em situações onde o esforço cognitivo é baixo (baixa motivação ou interesse), o efeito de recência pode superar o de precedência. - **Distorções de Positividade e Negatividade (Lopes)**: **Distorção de positividade:** O efeito de Brandura refere-se a uma tendência inicial para avaliar os outros positivamente. Para interpretar características, comportamentos e traços de forma mais favorável, tanto em relação aos outros quanto a si mesmo, independentemente de evidências mais neutras ou negativas. É uma inclinação para \"suavizar\" os julgamentos, destacando os aspetos positivos ou minimizando os negativos. Esta predisposição ocorre, pois, julgar positivamente promove relações sociais harmoniosas. Para além disso, o nosso cérebro economiza esforço cognitivo assumindo o melhor até que informações contrárias sejam apresentadas. **A distorção de negatividade** ocorre quando os traços negativos recebem maior peso na formação de impressões do que os positivos, influenciando de forma significativa nossos julgamentos. Isso acontece porque os **traços negativos são mais salientes e informativos**, sendo percebidos como mais confiáveis para prever comportamentos futuros. Eles chamam mais atenção, carregam maior peso nos julgamentos e são associados a maiores riscos sociais ou interpessoais. Essa maior confiança nos traços negativos pode ser explicada por uma programação evolutiva do cérebro humano, que prioriza a deteção de ameaças para garantir a sobrevivência. Assim, características negativas, como desonestidade ou hostilidade, tendem a influenciar mais fortemente as impressões do que atributos positivos. Essa distorção pode levar a julgamentos severos ou à rejeição de pessoas com base em pequenos lapsos ou informações desfavoráveis, frequentemente ignorando o contexto ou outros aspetos positivos que poderiam equilibrar a avaliação. - **Efeito de Halo:** Reflete a propensão das pessoas para avaliarem os outros de forma consistente com uma 1ª impressão geral positiva ou negativa (Thorndike; Wells). Essa impressão estende-se a outros domínios não relacionados. Mais pronunciado quando os traços a julgar são ambíguos ou pouco familiares.  A **experiência de Dion, Berscheid e Walster** investigou como a atratividade física influência a perceção de características não relacionadas à aparência. Nesse estudo, os participantes foram expostos a fotografias de homens e mulheres, divididas em três categorias: muito atraentes, de atratividade média e nada atraentes. Em seguida, foram convidados a avaliar essas pessoas em sete características que não tinham relação direta com a beleza física, como estatuto profissional, felicidade social e profissional e traços de personalidade. Os resultados demonstram que a perceção de atratividade física impacta diretamente a avaliação de dimensões que não estão ligadas à aparência, um exemplo claro do **efeito de halo**. Esse efeito reflete a tendência de permitir que uma característica positiva inicial, como a atratividade, influencie a avaliação geral de uma pessoa, resultando em julgamentos enviesados. - **Erro Lógico:** Com base na experiência pessoal, as pessoas possuem pré conceções acerca da relação entre diferentes traços. Se é..., então é... **C) Revisão/Mudança de Impressões** **Modelo TRAP (Garcia-Marques & Hamilton)** Modelo que explica como formamos e atualizamos impressões sobre os outros ao integrar novas informações numa rede associativa de memória. As informações comportamentais sobre um alvo são representadas na nossa memória como nódulo alvo, que representam a pessoa sobre quem estamos a formar a impressão, e por **nódulos comportamentais**, que são os comportamentos observados ou atribuídos ao alvo. Sempre que possível os comportamentos (e.g. fez algo hostil) são codificados em termos do traço de personalidade correspondente (e.g. é uma pessoa hostil). **Informações congruentes** (que confirmam a impressão inicial) são mais facilmente codificadas, reforçam a impressão prévia (correlações ilusórias). Fazem parecer que certos traços (como generosidade ou hostilidade) são mais frequentes do que realmente são. **Informações incongruentes** são mais difíceis de processar e recordar (menor acessibilidade). Efeito irónico: informação incongruente ativa (e reforça) ligações já existentes na tentativa de associar o incongruente ao que seria relevante. **Atribuição Causal** Quando procuramos entender o porquê de um comportamento, analisamos: - **Distintividade**: A pessoa age assim apenas nesta situação? - **Consenso**: Outros agiriam da mesma forma? - **Consistência**: A pessoa age assim com frequência? **A Importância Diferenciada de Traços (Estudos de Asch)** Apresentou listas de traços que supostamente descrevem uma pessoa. Os participantes deveriam: 1ºEscrever uma descrição dessa pessoa. 2º Selecionar, de uma lista, o traço que mais se adequava à impressão formada. (Tarefa 1 - Descrição): Caloroso (Pessoa vista como sociável, sincera e cooperativa), frio (Pessoa percebida como ambiciosa, calculista e que não cede). (Tarefa 2 - Seleção de Adjetivos): Traços como \"caloroso\" e \"frio\" influenciam fortemente a perceção dos outros traços. Quando \"caloroso\" é presente, há uma tendência de interpretar a pessoa de forma mais positiva (feliz, generoso, sociável). Já \"frio\" tende a gerar avaliações negativas. O que indica que traços como \"caloroso\" e \"frio\" são centrais, enquanto outros são mais periféricos. Isso mostra que alguns traços têm mais impacto na formação de impressões globais. Há uma tendência para as pessoas formarem uma impressão global (holística) dos indivíduos, mesmo quando não têm informação suficiente. Nem todas as características/traços contribuem de igual modo para a formação de impressões. Traços centrais-- produzem um efeito na impressão total; organizam a perceção porque têm um peso informativo importante; determinam o conteúdo e a função de outros traços. Traços periféricos-- não modificam a impressão global ou tem um efeito fraco. **Experimento de Kelly (1946)** Replicação do estudo de Ash, dois grupos assistiram à mesma aula, mas receberam descrições diferentes do professor antes: **\"Caloroso\"**: Perceção positiva. **\"Frio\"**: Perceção negativa. O grupo que ouviu a descrição \"caloroso\" participou mais ativamente e teve uma impressão mais favorável. Já o grupo que ouviu \"frio\" foi menos recetivo, julgando o professor como distante. O que indica que a expectativa inicial molda a experiência, destacando a importância de traços centrais. **Teorias Implícitas de Personalidade (TIP)** Asch explicou que o traço central determina impressão geral, depois efetuam-se inferências particulares para cada um dos outros traços. Posteriormente avançou-se com outra explicação sistematizada num conceito, as teorias Implícitas de Personalidade. Uma TIP é um conjunto de pressupostos acerca das relações entre traços de personalidade. As TIPs **idiossincráticas** refletem experiências individuais, enquanto as TIPs **partilhadas** são influenciadas por normas culturais. Apesar das diferenças, ambas guiam como julgamos e interpretamos o comportamento das pessoas. **Diferença entre TIPs e Estereótipos:** TIPs Inferimos traços a partir de um 1º traço. Enquanto estereótipos: inferem traços com base em categorias sociais. **Modelo contínuo de Formação de Impressões (Fiske & Neuberg, 1989)** Começamos pelo mais fácil (categorização) e só progredimos no contínuo (o que exige esforço mental) em direção à individualização, se for mesmo preciso (motivação) e possível (capacidade/recursos mentais e fatores contextuais). Categorias / Estereótipos: Mais automático; Formação de impressões baseada em categorias. Traços da pessoa: Mais esforço; Formação de impressões baseada nas características individuais da pessoa em particular **D) Efeitos da Presença de Outros** **Facilitação Social** **Tripplet**: Ciclistas preformavam melhor quando competindo diretamente com outros e crianças enrolam canas de pesca mais rapidamente em grupo. **Meumman --** Esforço muscular prolongado quando pessoas eram observadas. **Allport** -- Mais rápidos a riscar vogais e outras tarefas simples em coação. E quando a tarefa exigia desenvolver argumentos para uma posição, a presença dos outros piorava a performance. **Hipótese motivacional de Zajonc:** Na tarefa simples, a audiência e a coação levaram a desempenhos mais rápidos. Na tarefa complexa, a audiência e a coação levaram a desempenhos mais lentos. Melhora desempenho em tarefas simples e bem aprendidas e prejudica em tarefas complexas e desconhecidas.  A presença dos outros gera motivação. A motivação leva ao surgimento de respostas dominantes. Se a resposta dominante é a certa, então a presença de outros (através do aumento de motivação) leva a facilitação. Se a resposta dominante é errada, então a presença de outros (através do aumento de motivação) leva a inibição (e mais erros).  Em tarefas simples, a resposta dominante é habitualmente a correta. Em tarefas complexas a resposta dominante é habitualmente errada. Assim a presença dos outros tanto pode levar a facilitação como inibição.  A partir dos estudos de Zajonc, o efeito retratado neste tipo de estudos deixou de se chamar facilitação social e passou a chamar-se: Efeito da mera presença. Mas Zajonc achava que esta motivação que derivava da presença dos outros era inata e era uma questão meramente química i.e. Os outros não têm nenhuma especificidade **Hipótese de Sanders:** O aumento da ativação/ motivação vem de um conflito de atenção. O conflito de atenção advém de se tentar dar atenção a duas coisas ao mesmo tempo: atenção à tarefa vs. atenção aos outros **Efeito do Espectador (Bystander Effect):** A presença de outros reduz a probabilidade de ajuda em emergências. **Difusão de Responsabilidade**: Quanto mais testemunhas, menor o sentimento de ob rigação de ajudar. (estudo do ataque epilético). **Ignorância Plural**: A inação dos outros leva a concluir que a ajuda não é necessária. Teoria da comparação social de Festinger: Em situação de incerteza de qual o comportamento apropriado numa situação, usamos o comportamento das outras pessoas como informação. (Estudo do quarto cheio de fumo). **PRESENÇA DE OUTROS E COMPORTAMENTOS DE AJUDA O CASO DE KITTY GENOVESE (BREWER & CRANO) ** Presença de outros e comportamentos de ajuda: Distração, enfoque em si mesmo; Ambiguidade (cri me ou bebedeira'?) Relação entre vítima e atacante Reação dos outros ('mais ninguém repara'); Difusão Responsabilidade; Avaliação da Competência; Inibição pela audiência ('vou parecer tonto') Custos \> Recompensas Ajuda ('e se faço algo mal?! Posso ir preso?'). **Presença de outros e comportamentos de ajuda (Darley & Latané)** Várias barreiras precisam ser superadas para que uma pessoa decida ajudar/intervir. **1º** Reconhecer que algo está errado. Falhas como a distração ou falta de atenção ao ambiente podem impedir o reconhecimento do problema. **2º** Interpretar o evento como uma emergência. Um problema frequente é a ignorância plural a inação dos outros leva o observador a concluir que a situação não exige intervenção. **3º** Atribuir a si próprio a responsabilidade de agir. Um problema frequente é a difusão de responsabilidade, quando há várias pessoas presentes, cada uma assume que outra pessoa irá ajudar. **4º** Escolher a resposta apropriada. **Modelo da Estimulação-Custo-Recompensa**: Piliavin, Dovidio, Gaertner e Clark propuseram este modelo para explicar como as pessoas avaliam a necessidade e os custos de agir. **Estimulação Negativa,** situações de emergência geralmente provocam desconforto ou stress (estimulação negativa) no observador. Para reduzir esse desconforto, as pessoas sentem-se inclinadas a agir. Fatores que afetam a estimulação negativa: - Clareza da situação: se o problema é visível ou evidente. - Gravidade: quanto mais grave o problema, maior a estimulação. - Informação disponível: se existem sinais ou evidências claras sobre a necessidade de ajuda. **Estudos relevantes** Gaertner, Dovidio & Johnston: Pessoas com pulsação + elevada, reagiam + rápido em emergências. Sterling & Gaertner: Em situações ambíguas, pessoas estimuladas (por flexões) responderam em tempo similar aos não estimulados. A sua excitação não interferia com o seu comportamento numa emergência. Já em situações claras, os participantes estimulados (flexões) responderam mais rapidamente que os não estimulados. Estimulação foi atribuída à emergência, aumentando a probabilidade de agir. **Custos e Benefícios** **A** ação também depende dos custos/benefícios envolvidos na situação. Custos de Ajudar VS Benefícios de Ajudar **(**Sentimentos de recompensa emocional ou social). **Fatores Normativos**: em certas situações é norma ajudar e existem custos se não o fizermos. Género -- aos homens é atribuído o papel de "bravura e heroísmo" e mulheres o de "cuidadoras". Estudos mostram que homens ajudam mais que mulheres, em situações de curta-duração com estranhos quando 1) a intervenção é perigosa, 2) está presente uma audiência (amplificação da pressão normativa do papel dos homens) e 3) outras pessoas que potencialmente podem ajudar (amplificação da competição para se comportarem de acordo com a norma). Mulheres ajudam mais em situações com pessoas íntimas e com envolvimento a longo-prazo. Etnia- Ajuda pode variar com base na relação entre as etnias do ajudante e da vítima. Grau de relação entre a vítima e a pessoa que ajuda: Mesmo uma conexão mínima pode aumentar a probabilidade de ajuda. Atribuição de responsabilidade -- se esta é claramente atribuída à pessoa, maior a % de ajuda. **Fatores Não Normativos** Tempo: Pressa reduz a probabilidade de ajuda. Estudo com seminaristas mostrou que pessoas com pouco tempo ajudavam menos do que aquelas com tempo disponível. Humor: Humor positivo aumenta a chance de ajudar; humor negativo reduz. Isen & Levin, participantes que encontravam uma moeda em um telefone público ajudavam mais do que aqueles que não encontravam. **MOTIVAÇÕES PARA A AJUDA** **Hipótese da reparação da auto-imagem:** Quando alguém faz algo negativo a outra pessoa, mesmo que acidentalmente, é maior a probabilidade de mais tarde ajudar a mesma ou outra pessoa, na mesma ou outra situação não relacionada. Resposta não é direcionada para colmatar o mal feito, mas para reparar a imagem negativa. **Hipótese do alívio do estado negativo:** Quando a pessoa vê alguém a magoar-se/ser magoado, é induzido um estado negativo do qual a pessoa procurará sair. **Hipótese da "alegria empática":** Pessoas ajudam por serem recompensadas pela felicidade dos outros. **Modelo da empatia-altruísmo**: Ver alguém com necessidade de ajuda pode levar a 2 tipos de respostas: 1. Angústia- ajuda direcionada para reduzir o estado negativo em que nos encontramos. 2. Empatia- ajuda direcionada para reduzir o estado negativo da vítima. **E) AGRESSIVIDADE** **Tipos de Agressão** Instrumental: ações com intenção de magoar, associadas a objetivos específicos (e.g., roubo, punição). Hostil: ações motivadas por emoções intensas como raiva, acompanhadas de reações fisiológicas (e.g., aumento do ritmo cardíaco). **[Causas da Agressividade]** **Instinto/Hereditariedade**: Agressividade como força destrutiva inata (Freud). Pré-requisito para sobrevivência das espécies (Lorenz). Defende o sucesso reprodutivo e a transmissão genética (Wilson, Rushton). **Motivação/aprendizagem:** Teoria Agressão-Frustração (Dollard et al): 1º Frustração cria predisposição à agressão. 2º Agressão como resultado inevitável da frustração. 3º A fonte de frustração pode ser substituída por um alvo mais acessível. 4º Agressão reduz tensão gerada pela frustração, diminuindo futuros comportamentos agressivos. Frustração: ocorre quando há interferência na realização de objetivos desejados. Contexto influencia intensidade da frustração. Agressividade deslocada: direcionar agressão para um alvo diferente da fonte original. Estudo de Berkowitz mostrou que indivíduos deslocavam agressividade para pessoas com nomes semelhantes à fonte inicial. E frustração é apenas uma das causas e qualquer afeto negativo pode predispor à agressão, dependendo da interpretação da situação e memórias anteriores. Moser & Levy-Leboyer: estimulação produzida pela frustração pode depender de aspetos contextuais. No caso da cabine telefónica, quando havia instruções do que fazer se não funcionasse não havia comp agressivo. Transferência da estimulação: Situações ambíguas levam indivíduos a procurar pistas ambientais para interpretar estados emocionais (Zillman; Schachter & Singer). **Agressividade, Mídia e Jogos de Vídeo:** Teoria de Bandura sugere que exposição à violência pode levar à agressividade. Muitos estudos correlacionais exploram essa relação. Freedman: Estudos correlacionais levantam dúvida: violência nos media causa agressividade ou pessoas agressivas preferem conteúdos violentos? Eron: Preferência por programas violentos na infância previu maior agressividade até 22 anos depois. Josephson: Filmes violentos aumentaram agressividade em crianças já naturalmente agressivas, mas não afetaram as não agressivas. Gentile: Adolescentes que jogam jogos violentos mostram mais hostilidade, conflitos e baixo desempenho escolar, com hostilidade como fator mediador. **INTERVENÇÃO SOCIAL NA AGRESSIVIDADE** 1. Reinterpretação das situações: Evitar conclusões impulsivas. 2. Ensinar normas sociais de não-agressão. 3. Promoção de empatia: Reduz a agressão ao humanizar a vítima. 4. Minimização de pistas agressivas: Reduzir disponibilidade de armas. 5. Limitar os efeitos da violência observada: Promover discussões em grupo sobre situações violentas observadas nos media ou no dia a dia ajuda a ensinar formas não violentas de resolver conflitos, destacando exageros ou irrealismos nas cenas. 6. Pensamento crítico: Técnicas como "parar e contar até 10" ajudam a reduzir impulsividade.

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