Resumo da Introdução à Fenomenologia do Espírito (PDF)
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Ayrton Machado
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Summary
Este resumo da introdução à obra de Hegel apresenta as ideias iniciais sobre o conhecimento do absoluto, destacando métodos e pressupostos filosóficos. O texto apresenta conceitos como a relação entre instrumento de conhecimento e objeto, e a busca pela verdade a partir do conceito como medida de conhecimento.
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Fenomenologia do Espírito -- G.W.F. Hegel -- Pensamento humano, 2, 2003 -- Editora Vozes Introdução (Resumo por Ayrton Machado) Resumo da obra "A fenomenologia do espírito" de Hegel. Na página 71, Hegel inicia dizendo que a primeira tarefa da filosofia é ter um certo acordo a respeito do in...
Fenomenologia do Espírito -- G.W.F. Hegel -- Pensamento humano, 2, 2003 -- Editora Vozes Introdução (Resumo por Ayrton Machado) Resumo da obra "A fenomenologia do espírito" de Hegel. Na página 71, Hegel inicia dizendo que a primeira tarefa da filosofia é ter um certo acordo a respeito do instrumento para conhecer o absoluto, antes de conhecê-lo ele próprio. Hegel continua insistindo que o meio de conhecimento é apenas a forma como o absoluto chega a nós, e não o absoluto ou a coisa em si mesma. Se o conhecer for um mero instrumento pelo qual o absoluto nos chega, nesse processo, se quiséssemos subtrair um instrumento para restaurar o absoluto, no fundo já restaria apenas o vazio, porque, vai nos dizer Hegel, "o conhecer não é o desvio do raio: é o próprio raio, através do qual a verdade nos toca" página 72. Existem três pressuposições importantes mencionadas por Hegel: 1. que representações sobre o conhecer são instrumentos e meios, 2. que existe uma diferença entre nós e esse conhecer, e 3. que o absoluto está de um lado e o conhecer do outro. Hegel vai chegar a um quarto pressuposto, 4. que o conhecimento, estando fora do absoluto, ele, ainda assim, pode ser verdadeiro pela sua própria natureza de meio. Na página 73, Hegel vai perceber que isso leva a uma distinção entre um verdadeiro absoluto e um verdadeiro ordinário. A ciência, portanto, se distingue do saber ordinário, pois, embora a própria ciência seja uma aparência, isto é, trata-se de um fenômeno, ainda assim tem o objetivo de alcançar o absoluto, e, portanto, aqui já na página 74, a ciência precisa se libertar dessa aparência voltando-se contra a própria aparência na busca do absoluto. Hegel argumenta que, embora a ciência seja uma certa aparência, porque é um fenômeno," é possível, porém, tomá-la, desse ponto de vista, como o caminho da consciência natural que abre passagem rumo ao saber verdadeiro". E ainda acrescenta que isso se trata de um percurso da alma em busca de purificação para alcançar o absoluto. Na página 75, Hegel nos lembra que a busca do conhecimento por meio de um instrumento, que é o conhecimento, ainda assim é bastante aparente, de tal modo que, na busca pelo conhecimento, mergulhamos na inverdade da sua aparência. Mas ainda assim guardamos um certo propósito nessa busca que é conhecer o verdadeiro por meio daquilo que não é em si mesmo um verdadeiro no sentido absoluto. Sobre esse conhecimento aparente, Hegel nos diz: "é irrelevante chamá-los próprios ou alheios: enchem e embaraçam a consciência que procede a examinar diretamente[a verdade], mas que por causa disso é de fato incapaz do que pretende empreender". Nessa busca de explicar o conhecimento, Hegel nos diz que o ceticismo a respeito da busca pela verdade pode ser de duas maneiras, a primeira, uma maneira de mero vazio do conhecimento, e a segunda, maneira como negação a respeito de algo que é determinado e que, portanto, essa própria negação possui um conteúdo. Nessa busca pelo conhecimento, o sujeito ultrapassa a mera busca pela sua vida natural. Desse modo, a pessoa, por meio da sua consciência, opera uma violência sobre si mesma na busca de superar o limitado e ir em direção ao absoluto. Na página 77, Hegel argumenta ser necessário explicar o percurso do desenvolvimento que se dá por meio da consciência, isto é, a consciência distingue os objetos para si e, ao mesmo tempo, se relaciona com isso que distinguiu, e esse relacionar-se é o saber. Mas na busca por esse conhecimento, o saber não é em-si, mas é um objeto para-nós. Ou seja, é o nosso saber sobre ele. A capacidade da consciência, como fica claro na página 78, de distinguir em si mesmo o que é a verdade e o próprio momento em que opera a consciência são duas capacidades muito importantes. Nesse momento, na página 78 ainda, Hegel diz uma das coisas mais importantes: que o objeto do conhecimento é o conceito, porque é o conceito que aparece à consciência, mas a consciência não quer conhecer o conceito, senão que verificar se o objeto corresponde ao seu conceito. Isso significa que a consciência possui a medida do conhecimento, que é o conceito. Mas, ao mesmo tempo, como se diz na página 79, a consciência possui o objeto para-si, ao mesmo tempo em que possui a consciência de si mesma porque a tal correspondência entre o conceito e o objeto ocorre ou não segundo ela. Na página 80, Hegel sustenta que a consciência busca várias medidas para chegar a uma compreensão adequada do objeto. E esta é uma certa dinâmica de mudança de medida e mudança também de objeto, na medida em que o objeto vai se alterar (acredito que Hegel não esteja querendo dizer que o objeto vai mudar em-si, mas mudar enquanto o objeto da consciência). Isso fica claro quando Hegel disser que existem dois objetos, o primeiro objeto em-si, e o segundo que é o ser-para-ela desse em-si. Na página 81, Hegel deixa bem claro que se trata de uma distinção entre os ser-em-si e o ser-para-nós. Na página 82 Hegel finaliza a introdução com uma afirmação bastante impactante sobre como a consciência realiza uma violência e consegue ir em direção ao absoluto: "a consciência, ao abrir caminho rumo à verdadeira existência, vai atingir um ponto onde se despojará de sua aparência: a de estar presa a algo estranho, que é só para ela e que é como um outro. Aqui a aparência se torna igual à essência, de modo que sua exposição coincide exatamente com esse ponto da ciência autêntica do espírito. E, finalmente, ao aprender sua verdadeira essência, a consciência mesmo a designará a natureza do próprio saber absoluto.".