Efeitos dos AINE's no TGI PDF

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Summary

Este documento discute os efeitos dos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) no trato gastrointestinal, focando nos pacientes com doenças inflamatórias intestinais (DII). Detalhe os mecanismos de ação, os efeitos adversos e as consequências do uso de AINEs em pacientes com DII, como a exacerbação da inflamação e o risco de complicações gastrointestinais. Alternativas ao uso de AINEs são também abordadas.

Full Transcript

\- Efeitos dos AINE\'s no TGI \- \*\*Efeito na Mucosa Intestinal\*\* \- \*\*Mecanismo\*\*: Os AINEs atuam inibindo as enzimas \*\*ciclo-oxigenase-1 (COX-1)\*\* e \*\*ciclo-oxigenase-2 (COX-2)\*\*. A \*\*COX-1\*\* é uma enzima constitutiva, ou seja, está normalmente presente em muitos tecidos do co...

\- Efeitos dos AINE\'s no TGI \- \*\*Efeito na Mucosa Intestinal\*\* \- \*\*Mecanismo\*\*: Os AINEs atuam inibindo as enzimas \*\*ciclo-oxigenase-1 (COX-1)\*\* e \*\*ciclo-oxigenase-2 (COX-2)\*\*. A \*\*COX-1\*\* é uma enzima constitutiva, ou seja, está normalmente presente em muitos tecidos do corpo, incluindo o estômago e o intestino. Ela é responsável pela produção de prostaglandinas \*\*protetoras da mucosa gastrointestinal\*\*. \- As prostaglandinas produzidas pela COX-{{1}} ajudam a manter a integridade da {{mucosa gastrointestinal}}, aumentando a secreção de \*\*muco e bicarbonato\*\*, que protegem a parede do trato gastrointestinal dos ácidos digestivos. Elas também promovem o \*\*fluxo sanguíneo mucoso\*\*, essencial para a reparação de qualquer lesão na mucosa intestinal. \- \*\*Efeito adverso\*\*: Quando os AINEs inibem a COX-1, há uma redução significativa da produção de prostaglandinas protetoras, o que enfraquece a barreira mucosa do intestino. Isso deixa a mucosa intestinal mais vulnerável a danos, como a formação de úlceras e erosões. Em pacientes com DII, que já possuem inflamação crônica e danos na mucosa intestinal, essa inibição pode \*\*exacerbar a inflamação\*\* e agravar os sintomas da doença. \- \*\*Consequências\*\*: A inibição da COX-1 aumenta o risco de complicações gastrointestinais, como sangramento e perfurações, especialmente em pacientes com Doença de Crohn ou Retocolite Ulcerativa. Esses pacientes já apresentam vulnerabilidade intestinal, e a inibição da COX-1 piora a integridade da mucosa, agravando o quadro inflamatório. \- \- \*\*Exacerbação da Inflamação Intestinal\*\* \- \*\*Mecanismo\*\*: Além de seu efeito na proteção da mucosa, a inibição da COX-1 também interfere na capacidade de cicatrização da mucosa. Sem prostaglandinas adequadas, o intestino inflamado e danificado não consegue reparar as lesões de maneira eficaz. \- \*\*Efeito adverso\*\*: A inflamação preexistente no intestino é exacerbada pela maior permeabilidade da mucosa causada pela inibição da COX-1, permitindo a passagem de toxinas e agentes inflamatórios. Isso desencadeia uma resposta imune exacerbada, aumentando os sintomas como dor, diarreia e sangramento. \- \*\*Consequências\*\*: O uso de AINEs está relacionado a \*\*recaídas\*\* na Doença de Crohn e na Retocolite Ulcerativa. Pacientes em remissão podem sofrer reativação da doença quando expostos a AINEs, devido à perda da proteção mucosa e à exacerbação da inflamação. \- \- \*\*Risco de Complicações Gastrointestinais\*\* \- \*\*Mecanismo\*\*: A inibição da COX-1 compromete a capacidade do intestino de produzir muco e bicarbonato protetores, o que aumenta a exposição da mucosa ao ácido gástrico e às enzimas digestivas. Isso eleva o risco de formação de úlceras e erosões, especialmente em pacientes que já possuem inflamação intestinal devido à DII. \- \*\*Efeito adverso\*\*: A inibição prolongada da COX-1 está associada a um aumento do risco de sangramento gastrointestinal e perfuração. Em pacientes com DII, esses riscos são aumentados devido ao estado inflamatório crônico do intestino. \- \*\*Consequências\*\*: Sangramentos gastrointestinais e perfurações podem ocorrer em pacientes com Doença de Crohn ou Retocolite Ulcerativa que utilizam AINEs, o que pode exigir intervenções cirúrgicas de emergência. \- \- \*\*Uso Seletivo de Inibidores de COX-2\*\* \- \*\*Mecanismo\*\*: Inibidores seletivos de COX-2, como o celecoxibe, foram desenvolvidos para evitar os efeitos deletérios sobre a mucosa gastrointestinal associados à inibição da COX-1. A COX-2 é induzida em situações de inflamação e dor, enquanto a COX-1 tem um papel mais protetor. Inibir a COX-2 seletivamente preserva as funções protetoras da COX-1. \- \*\*Efeito potencial\*\*: Embora os inibidores seletivos de COX-2 sejam teoricamente menos prejudiciais à mucosa intestinal do que os AINEs não seletivos, estudos sugerem que ainda existe o risco de exacerbação da doença em pacientes com DII, uma vez que a COX-2 também pode ter algum papel na cicatrização intestinal. \- \*\*Consequências\*\*: O uso de inibidores de COX-2 em pacientes com DII deve ser avaliado com cautela. Embora possam ser mais seguros do que os AINEs tradicionais, ainda há risco de complicações, e seu uso deve ser cuidadosamente monitorado. \- \- \*\*Alternativas ao Uso de AINEs\*\* \- \*\*Analgésicos não AINEs\*\*: Em pacientes com DII, o manejo da dor deve evitar o uso de AINEs sempre que possível. Alternativas incluem o uso de paracetamol (acetaminofeno), que não afeta as prostaglandinas gastrointestinais e, portanto, é considerado mais seguro para esses pacientes. \- \*\*Terapias Biológicas e Imunomoduladores\*\*: Para controlar a inflamação de base nas DII, o uso de terapias biológicas (como inibidores de TNF-α) ou imunomoduladores pode ser mais eficaz, evitando a necessidade de AINEs para controle da inflamação. \- \*\*Corticosteroides\*\*: Em casos de exacerbação grave de dor e inflamação, os corticosteroides podem ser usados a curto prazo, com supervisão médica, para reduzir rapidamente a inflamação sem os efeitos deletérios dos AINEs na mucosa intestinal. \- \- Características-Chave da Doença de Crohn 1\. \*\*Tipo de Inflamação: \*\*{{Transmural, pois afeta todas as camadas da parede intestinal (mucosa, submucosa, muscular e serosa).}} 2\. \*\*Localização: \*\*{{Qualquer parte do trato gastrointestinal}}, mas mais comum no{{\*\*íleo terminal\*\*}} e {{\*\*cólon\*\*}}. 3\. {{\*\*Granulomas\*\*}}: Formação de agregados de células inflamatórias em áreas de inflamação crônica. 4\. \*\*Padrão da Lesão: \*\*{{Áreas saudáveis alternadas com segmentos inflamados do intestino.}} 5\. \*\*Diarreia crônica\*\*: Com ou sem {{sangue}}, devido à inflamação intestinal. 6\. \*\*Dor abdominal\*\*: Geralmente no {{quadrante inferior direito}}, semelhante à dor da apendicite. 7\. {{\*\*Emagrecimento\*\*}}\*\* e \*\*{{\*\*desnutrição\*\*}}: Resultantes da má absorção de nutrientes. 8\. {{\*\*Fístulas\*\*}}: Conexões anormais entre o intestino e outras estruturas, como pele ou órgãos. 9\. {{\*\*Estenoses\*\*}}: Estreitamento do intestino, levando à obstrução parcial ou completa. 10\. \*\*Recorrência\*\*: Curso crônico, com períodos de {{remissão}} e surtos de exacerbação. \- \- Mecanismo da Doença de Crohn \- O sistema imunológico intestinal, ataca as bactérias {{boas}}ruins \| boas de forma equivocada. \- Ocorre uma hiperativação de 2 subtipos de Linfócitos T\>\>\> \- Th1\>\>\> \- IFN-γ\>\>\> \- Ativa Macrófagos \- TNF-α\>\>\> \- Ativa Células Dendríticas \- Th17\>\>\> \- IL-17\>\>\> \- Ativa Neutrófilos \- IL-22\>\>\> \- Promove a integridade das Barreiras Epiteliais \- IL-23\>\>\> \- Expande a população de células Th17 \- Disfunção das células {{Treg}}Subtipo de Células T, que deveriam inibir respostas inflamatórias exageradas, mantendo a tolerância da microbiota intestinal. \- Ativação da via {{NF-kB}}, um fator de transcrição que controla a expressão de genes inflamatórios. \- A inflamação é do tipo {{transmural}}, afetando todas as camadas da parede intestinal, causando danos e ulcerações profundas no intestino. \- Aumento da {{permeabilidade}} da barreira intestinal, permitindo a penetração de LPS bacteriano, agravando mais a inflamaçãoe gerando um ciclo vicioso. \- Formação de {{granulomas}}, que são agregados de macrófagos, células epitelioides e células gigantes multinucleadas, que tentam \"isolar\" áreas de inflamação crônica. \- \- Tabagismo na Doença de Crohn \- \*\*Efeitos Fisiológicos do Tabagismo na Doença de Crohn\*\* \- \*\*Resposta imune\*\*: O tabagismo aumenta a produção de citocinas pró-inflamatórias, como o \[TNF-α\](link\_generated\_on\_download), intensificando a inflamação intestinal. \- \*\*Permeabilidade intestinal\*\*: O fumo aumenta a permeabilidade da mucosa intestinal, permitindo a passagem de de LPS bacteriano, exacerbando a inflamação. \- \*\*Microbiota intestinal\*\*: O tabagismo altera a microbiota, favorecendo o crescimento de bactérias patogênicas, o que agrava a inflamação. \- \*\*Efeito da Nicotina\*\*: A nicotina provoca \*\*vaso\*\*{{\*\*constrição\*\*}}, reduzindo o fluxo sanguíneo para o intestino. Esse efeito compromete a cicatrização da mucosa intestinal, piorando o quadro inflamatório e dificultando a recuperação do tecido intestinal danificado. \- \- \*\*Agravamento da Progressão da Doença\*\* \- \*\*Recorrência frequente\*\*: Fumantes têm maior risco de recaídas e menor chance de manutenção da remissão. \- \*\*Doença mais grave\*\*: O tabagismo está associado a formas mais graves da Doença de Crohn, particularmente no íleo terminal, aumentando o risco de estenoses e fístulas. \- \*\*Maior necessidade de cirurgia\*\*: Fumantes têm maior probabilidade de precisar de cirurgias, como ressecção intestinal, com um risco elevado de recorrência pós-cirúrgica. \- \- \*\*Efeitos no Tratamento\*\* \- \*\*Redução da eficácia terapêutica\*\*: O tabagismo diminui a resposta a medicamentos, como aminossalicilatos, imunossupressores e agentes biológicos, levando a menor eficácia terapêutica. \- \*\*Dependência de corticosteroides\*\*: Fumantes tendem a necessitar de tratamentos mais agressivos, com maior dependência de corticosteroides devido à pior resposta aos tratamentos convencionais. \- \- Manifestações da Doença de Crohn \- \*\*Dor\*\* \- \*\*Causa\*\*: A dor abdominal na Doença de Crohn é causada pela inflamação crônica da mucosa intestinal. A inflamação pode levar à formação de úlceras e estenoses, o que gera dor intensa, principalmente na região abdominal inferior ou no quadrante inferior direito (íleo terminal). \- \*\*Fisiopatologia\*\*: A dor ocorre devido à irritação direta da mucosa inflamada, distensão das alças intestinais e contrações peristálticas que forçam o conteúdo através de segmentos intestinais estenosados. A presença de fístulas e abscessos também pode aumentar a dor. \- \*\*Características\*\*: A dor pode ser constante ou em cólica (cólica abdominal), e muitas vezes é exacerbada após as refeições, quando o intestino é estimulado. \- \- \*\*Diarreia\*\* \- \*\*Causa\*\*: A diarreia é um sintoma comum devido à inflamação da mucosa intestinal, que reduz a capacidade de absorção de água e nutrientes. A doença de Crohn pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, e a extensão e localização da doença influenciam a gravidade da diarreia. \- \*\*Fisiopatologia\*\*: A inflamação crônica leva a uma diminuição na absorção de líquidos e eletrólitos no intestino delgado e cólon. Além disso, a presença de úlceras pode aumentar a secreção de fluidos no lúmen intestinal. A diarreia também pode ser exacerbada pelo uso de certos medicamentos, como os anti-inflamatórios. \- \*\*Características\*\*: A diarreia na Doença de Crohn costuma ser frequente, aquosa e às vezes acompanhada de muco ou sangue, dependendo da extensão da inflamação. \- \- \*\*Emagrecimento\*\* \- \*\*Causa\*\*: O emagrecimento na Doença de Crohn ocorre principalmente devido à má absorção de nutrientes causada pela inflamação intestinal. A inflamação severa reduz a capacidade do intestino de absorver gorduras, proteínas, carboidratos e micronutrientes essenciais. \- \*\*Fisiopatologia\*\*: A inflamação no intestino leva à destruição da mucosa e à formação de úlceras, comprometendo a absorção de nutrientes. Além disso, os pacientes podem experimentar anorexia (perda de apetite), piorando ainda mais o quadro de desnutrição. \- \*\*Consequências\*\*: A perda de peso pode ser significativa, com depleção de massa muscular e reservas de gordura. Isso pode levar a complicações adicionais, como fraqueza muscular, osteopenia (devido à má absorção de cálcio e vitamina D) e anemia. \- \- \*\*Distúrbios Hidroeletrolíticos\*\* \- \*\*Causa\*\*: A diarreia crônica associada à Doença de Crohn pode levar à perda significativa de eletrólitos, como sódio, potássio e cloreto. Isso resulta em desequilíbrios hidroeletrolíticos que afetam o equilíbrio do corpo. \- \*\*Fisiopatologia\*\*: A perda excessiva de fluidos e eletrólitos através das fezes interfere na capacidade do organismo de manter o equilíbrio hidroeletrolítico. Além disso, a inflamação do intestino pode prejudicar a absorção adequada desses nutrientes. \- \*\*Consequências\*\*: A hipocalemia (níveis baixos de potássio) é um distúrbio comum, levando a sintomas como fraqueza muscular, cãibras, arritmias cardíacas e fadiga. O desbalanço eletrolítico severo pode levar à desidratação e, em casos graves, insuficiência renal. \- \- \*\*Febre Baixa\*\* \- \*\*Causa\*\*: A febre de baixo grau na Doença de Crohn é uma manifestação da inflamação sistêmica causada pela ativação do sistema imunológico. A produção de citocinas pró-inflamatórias, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interleucinas, contribui para o aumento da temperatura corporal. \- \*\*Fisiopatologia\*\*: Durante períodos de exacerbação da doença, a inflamação intestinal pode provocar a liberação de mediadores inflamatórios na corrente sanguínea, elevando a temperatura corporal como parte da resposta imune. \- \*\*Características\*\*: A febre na Doença de Crohn é geralmente baixa (até 38°C) e intermitente, ocorrendo com mais frequência durante surtos ou em associação com complicações, como abscessos ou infecções sistêmicas. \- \- Tratamento da Doença de Crohn \- \*\*Dieta\*\* \- \*\*Objetivo da Dieta\*\*: A dieta desempenha um papel fundamental no manejo dos sintomas da Doença de Crohn, especialmente no controle de sintomas gastrointestinais como dor abdominal, diarreia e excesso de gases. \- \*\*Ajustes Nutricionais\*\*: Pacientes com Doença de Crohn muitas vezes precisam ajustar sua alimentação para evitar a irritação da mucosa intestinal e reduzir a formação de gases, que pode causar desconforto e distensão abdominal. \- \*\*Dieta Hipercalórica\*\*: \- \*\*Justificativa\*\*: Pacientes com Doença de Crohn frequentemente apresentam aumento nas necessidades energéticas devido ao estado inflamatório contínuo, que aumenta o metabolismo basal, além da má absorção de nutrientes pelo intestino inflamado. A perda de peso e a fraqueza muscular são comuns, e uma dieta rica em calorias ajuda a suprir essas deficiências. \- \*\*Redução da Formação de Gases\*\*: \- \*\*Alimentos que Formam Gases\*\*: Alguns alimentos, como leguminosas (feijão), vegetais crucíferos (brócolis, couve-flor), laticínios (para indivíduos com intolerância à lactose), e bebidas gaseificadas podem aumentar a produção de gases intestinais. \- \*\*Fibra\*\*: Em casos de estenoses intestinais (estreitamentos), o consumo de fibras deve ser reduzido, pois elas podem contribuir para a formação de gases e aumentar o risco de obstrução. \- \*\*Dietas com Baixo Resíduo\*\*: Adotar uma dieta de baixo resíduo (com menos fibras) pode aliviar os sintomas durante os surtos agudos, diminuindo a irritação mecânica no intestino. \- \*\*Nutrição Enteral\*\*: Em casos graves ou durante períodos de exacerbação, a nutrição enteral pode ser recomendada para garantir a ingestão adequada de nutrientes enquanto se dá descanso ao trato gastrointestinal. \- \- \*\*Anti-inflamatórios\*\* \- \*\*Objetivo dos Anti-inflamatórios\*\*: O controle da inflamação é o pilar central do tratamento da Doença de Crohn. A inflamação crônica do trato gastrointestinal leva a ulcerações, fístulas e outras complicações. O uso de anti-inflamatórios visa reduzir a inflamação e promover a cicatrização da mucosa intestinal. \- \*\*Tipos de Anti-inflamatórios\*\*: \- \*\*Aminossalicilatos (5-ASA)\*\*: Usados em formas leves a moderadas da doença, principalmente quando o cólon está envolvido. Esses medicamentos, como a mesalazina, atuam localmente na mucosa intestinal, reduzindo a produção de citocinas inflamatórias e mediadores como leucotrienos e prostaglandinas. Eles têm um efeito anti-inflamatório direto e são mais eficazes no cólon. \- \*\*Corticosteroides\*\*: Usados em exacerbações moderadas a graves para controle rápido da inflamação. Prednisona e budesonida suprimem amplamente a resposta imunológica, diminuindo a produção de citocinas pró-inflamatórias como IL-1, IL-6, e TNF-α. Eles são eficazes em reduzir rapidamente a inflamação, mas devido aos seus efeitos colaterais, seu uso prolongado é limitado. \- \*\*Efeitos Colaterais\*\*: O uso prolongado de corticosteroides pode levar a complicações como osteoporose, ganho de peso, hipertensão, diabetes e risco aumentado de infecções. Já os aminossalicilatos têm um perfil de efeitos colaterais mais leve, mas podem causar toxicidade renal e, raramente, pancreatite. \- \- \*\*Ressecção Cirúrgica\*\* \- \*\*Indicação da Cirurgia\*\*: A cirurgia não é a primeira linha de tratamento para a Doença de Crohn, mas é indicada em casos de complicações graves, como obstruções intestinais, abscessos, fístulas e falha no tratamento medicamentoso. \- \*\*Procedimentos Cirúrgicos\*\*: \- \*\*Ressecção Segmentar\*\*: Consiste na remoção de segmentos afetados do intestino, particularmente aqueles que apresentam estenoses ou úlceras graves. Isso pode aliviar os sintomas associados à obstrução ou inflamação severa. \- \*\*Drenagem de Abscessos\*\*: Abscessos intra-abdominais ou perianais, comuns em pacientes com Doença de Crohn, podem necessitar de drenagem cirúrgica para prevenir a disseminação da infecção. \- \*\*Remoção de Fístulas\*\*: Fístulas (conexões anormais entre o intestino e outras partes do corpo) podem ser tratadas cirurgicamente quando causam infecções recorrentes ou não cicatrizam com medicação. \- \*\*Recorrência da Doença\*\*: Apesar de a cirurgia aliviar sintomas locais, a Doença de Crohn não é curada com a ressecção. A inflamação pode reaparecer em outras áreas do intestino. Pacientes submetidos à cirurgia geralmente precisam de terapia medicamentosa contínua para prevenir novas crises. \- \- \*\*Imunomoduladores\*\* \- \*\*Objetivo dos Imunomoduladores\*\*: Os imunomoduladores são usados em casos de Doença de Crohn moderada a grave, particularmente quando há falha no controle da inflamação com corticosteroides ou 5-ASA. Eles ajudam a manter a remissão e a prevenir a necessidade de corticosteroides a longo prazo. \- \*\*Mecanismo de Ação\*\*: Imunossupressores como azatioprina, 6-mercaptopurina e metotrexato atuam inibindo a proliferação de células T e B. Essas células desempenham um papel chave na resposta imunológica, e a sua supressão reduz a inflamação intestinal contínua. \- \*\*Azatioprina e 6-Mercaptopurina\*\*: Essas drogas inibem a síntese de purinas, o que interfere na proliferação celular, especialmente de linfócitos T. Com menos linfócitos circulando, a inflamação é reduzida. \- \*\*Metotrexato\*\*: Inibe a diidrofolato redutase, uma enzima necessária para a síntese de DNA, o que também inibe a proliferação de células imunes. Esse efeito é benéfico para reduzir a inflamação crônica. \- \*\*Indicação\*\*: Esses medicamentos são usados para manter a remissão e diminuir a dependência de corticosteroides. Eles são especialmente úteis para pacientes com doença fistulizante ou refratária a outros tratamentos. \- \*\*Efeitos Colaterais\*\*: Supressão da medula óssea (risco de leucopenia), hepatotoxicidade, pancreatite e aumento do risco de infecções são complicações possíveis com o uso prolongado de imunossupressores. \- \- Caractéristicas-Chave da Colite Ulcerativa \- \*\*Doença inflamatória intestinal\*\*: Afeta principalmente o cólon e o reto. \- \*\*Localização contínua\*\*: Inflamação começa no reto e se estende de forma contínua pelo cólon. \- \*\*Restrita à mucosa\*\*: A inflamação atinge apenas a camada mucosa do intestino. \- \*\*Sintomas intestinais\*\*: Inclui diarreia com sangue, dor abdominal e urgência fecal. \- \*\*Episódios de exacerbação e remissão\*\*: Alternância entre crises agudas e períodos assintomáticos. \- \*\*Risco aumentado de câncer colorretal\*\*: Especialmente após anos de doença ativa. \- \*\*Sintomas sistêmicos\*\*: Podem incluir febre, fadiga e perda de peso. \- \*\*Complicações extraintestinais\*\*: Como artrite, uveíte e manifestações cutâneas. \- \*\*Diagnóstico por colonoscopia\*\*: Identificação de inflamação difusa, úlceras e pseudopólipos. \- \*\*Tratamento com imunossupressores e corticosteroides\*\*: Controle da inflamação e manutenção da remissão. \- \- Mecanismo da Colite Ulcerativa \- O sistema imunológico intestinal, ataca as bactérias {{boas}}ruins \| boas de forma equivocada. \- Ocorre uma hiperativação de 1 subtipo de linfócito T\>\>\> \- Th2\>\>\> \- IL-4\>\>\> \- Diferenciação de Linfócitos T em Th2 \- IL-5\>\>\> \- Ativação de Eosinófilos \- IL-13\>\>\> \- Produção de Muco \- Dis/exfunção das células {{Treg}}Subtipo de Células T, que deveriam inibir respostas inflamatórias exageradas, mantendo a tolerância da microbiota intestinal. \- Ativação da via {{NF-kB}}, um fator de transcrição que controla a expressão de genes inflamatórios. \- Diferentemente da doença de Crohn, a colite ulcerativa afeta principalmente a {{mucosa}}camada do {{cólon}}parte do intestino, levando à formação de úlceras superficiais e sangramento. \- Aumento da {{permeabilidade}} da barreira intestinal, permitindo a penetração de LPS bacteriano, agravando mais a inflamaçãoe gerando um ciclo vicioso. \- A lesão contínua da mucosa resulta na formação de {{úlceras}}, causando sintomas como {{diarreia}} com sangue e dor abdominal. \- \- Tabagismo na Colite \- \*\*Ação da Nicotina\*\* \- A nicotina parece ter um efeito anti-inflamatório na mucosa do cólon. \- Ela ajuda a reduzir a resposta imunológica exagerada que causa a inflamação na colite ulcerativa. \- \- \*\*Modulação do Sistema Imune\*\* \- O tabagismo induz uma mudança no tipo de resposta imune, influenciando as células T. \- Há uma redução na atividade das células Th2 (células imunológicas responsáveis pela inflamação na colite ulcerativa), que pode ajudar a controlar a inflamação. \- \- \*\*Redução da Permeabilidade Intestinal\*\* \- Em contraste com a Doença de Crohn, o tabagismo pode diminuir a permeabilidade da mucosa em pessoas com colite ulcerativa. \- Isso ajuda a impedir a entrada de toxinas e agentes inflamatórios, protegendo a barreira intestinal. \- \- \*\*Estímulo à Produção de Muco\*\* \- A nicotina estimula a produção de muco no cólon, ajudando a proteger a parede intestinal contra a inflamação. \- \- \*\*Alteração na Microbiota Intestinal\*\* \- O tabagismo pode modificar a microbiota de forma que ela se torne menos inflamatória em pacientes com colite ulcerativa. \- Isso pode ajudar a reduzir o crescimento de bactérias que exacerbam a inflamação. \- \- Manifestações da Colite Ulcerativa \- \*\*Diarreia\*\* \- A colite ulcerativa apresenta uma \*\*natureza \*\*{{\*\*recidivante\*\*}}, ou seja, os sintomas aparecem e desaparecem em ciclos ao longo do tempo. \- \*\*Diarréia\*\* é um dos sintomas mais comuns e pode durar {{de dias a meses}}, dependendo do estágio da doença e do tratamento. \- \- \*\*Fezes Alteradas\*\* \- Os pacientes frequentemente relatam a presença de {{\*\*sangue\*\*}}\*\* e \*\*{{\*\*muco\*\*}}\*\* nas fezes\*\*. Isso ocorre devido à inflamação da mucosa intestinal, que se torna mais frágil e suscetível a sangramentos. \- A presença de muco é característica da secreção excessiva pelas glândulas intestinais, um mecanismo comum em processos inflamatórios. \- \- \*\*Dor Abdominal\*\* \- A \*\*dor abdominal\*\* é outro sintoma importante. Geralmente, a dor está relacionada ao processo inflamatório, que causa irritação e espasmos no intestino. \- Essa dor costuma ser de caráter difuso ou localizada na região {{inferior do abdome}} e pode se agravar durante as crises. \- \- \*\*Incontinência Fecal\*\* \- A \*\*incontinência fecal\*\* também pode ocorrer, especialmente em episódios de diarréia intensa. Devido à necessidade urgente e frequente de evacuar, o controle voluntário se torna difícil. \- Isso impacta significativamente a qualidade de vida do paciente, trazendo desconforto e até dificuldades sociais. \- \- Classificação da Colite\>\>\> \- \*\*Branda\*\* \- {{Até }}{{\*\*4\*\*}}\*\* evacuações por dia e\*\* sem sinais de {{\*\*toxicidade\*\*}}. \- Pacientes nesta fase apresentam \*\*sintomas leves\*\* e poucas alterações {{sistêmicas}}, o que indica uma menor atividade inflamatória. \- É comum que a resposta ao tratamento seja mais rápida e eficaz. \- \- \*\*Moderada\*\* \- {{Entre }}{{\*\*4 a 6\*\*}}\*\* evacuações diárias\*\* acompanhadas de \*\*toxicidade leve\*\*. \- Sintomas como dor abdominal e febre podem começar a aparecer, mas de forma menos intensa. \- O manejo terapêutico pode incluir o aumento da dose de medicamentos anti-inflamatórios. \- \- \*\*Grave\*\* \- {{Entre }}{{\*\*6 a 10\*\*}}\*\* evacuações por dia\*\* e sinais de \*\*toxemia\*\*. \- \*\*Toxemia\*\* refere-se à presença de toxinas no sangue, geralmente causada pela inflamação severa da mucosa intestinal. \- Os pacientes podem apresentar febre alta, perda de peso significativa e anemia. O tratamento envolve o uso de corticoides ou imunossupressores. \- \- \*\*Fulminante\*\* \- É a forma mais severa, com {{mais de }}{{\*\*10\*\*}}\*\* evacuações diárias\*\*, associadas a \*\*toxemia\*\* e \*\*distensão abdominal\*\*. \- A distensão abdominal pode indicar complicações graves, como \*\*megacólon tóxico\*\*. \- Nesta fase, a hospitalização é geralmente necessária, podendo ser indicada cirurgia, como uma \*\*colectomia\*\*, se o tratamento clínico não for suficiente. \- \- Complicações da Colite \- Locais \- \*\*Megacólon Tóxico\*\* \- Uma complicação grave caracterizada pela \*\*dilatação aguda do cólon\*\*, que pode resultar em obstrução e risco de perfuração. \- É considerada uma emergência médica e requer tratamento imediato. \- \*\*Perfuração Intestinal\*\* \- A \*\*perfuração do intestino\*\* é uma consequência grave da inflamação intensa, que enfraquece a parede intestinal. \- Pode levar a \*\*peritonite\*\*, uma condição potencialmente fatal se não tratada. \- \*\*Pólipos Inflamatórios (Pseudopólipos)\*\* \- São formações resultantes do processo de cicatrização da mucosa inflamada, conhecidas como \*\*pseudopólipos\*\*. \- Eles geralmente não são cancerígenos, mas indicam a gravidade da inflamação. \- \*\*Hemorragia\*\* \- A inflamação intensa pode causar \*\*sangramento significativo\*\* da mucosa do cólon. \- A hemorragia pode ser visível nas fezes e, em alguns casos, pode exigir intervenção médica. \- \*\*Carcinoma do Intestino Grosso\*\* \- O risco de desenvolver \*\*câncer colorretal\*\* aumenta em pacientes com colite ulcerativa crônica, especialmente se a inflamação é prolongada e extensa. \- Recomenda-se o rastreamento regular para identificar alterações precoces. \- \- Sistêmicas 1\. \*\*Uveíte\*\* \- Inflamação da camada média do olho (\*\*úvea\*\*), que pode causar dor ocular, vermelhidão e sensibilidade à luz. 2\. \*\*Espondilite Anquilosante\*\* \- Inflamação crônica das articulações da coluna vertebral, que pode levar à \*\*rigidez e dor\*\* na coluna. 3\. \*\*Colangite Esclerosante\*\* \- Inflamação dos \*\*ductos biliares\*\*, que pode levar ao estreitamento desses ductos e prejudicar a função hepática. 4\. \*\*Eritema Nodoso\*\* \- Formação de \*\*nódulos avermelhados\*\* dolorosos sob a pele, frequentemente nas pernas, resultado da resposta inflamatória sistêmica. 5\. \*\*Desnutrição\*\* \- Devido à má absorção de nutrientes e à perda de apetite, pacientes podem apresentar \*\*desnutrição\*\*, afetando a saúde geral. 6\. \*\*Artrite\*\* \- Inflamação das articulações, causando \*\*dor e inchaço\*\*, especialmente em grandes articulações como joelhos e tornozelos. 7\. \*\*Pioderma Gangrenoso\*\* \- Uma manifestação cutânea grave caracterizada por \*\*úlceras dolorosas\*\* na pele, geralmente nas pernas. \- \- Causas da Diarreia \- \*\*Agente Infeccioso\*\* \- \*\*Bactérias\*\* (como \_\_E. coli\_\_ , \_\_Salmonella\_\_ ), \*\*vírus\*\* (como rotavírus) e \*\*parasitas\*\* (como \_\_Giardia lamblia\_\_ ) são causas comuns de diarreia aguda. \- Esses agentes podem ser adquiridos por meio de alimentos ou água contaminados, além de práticas inadequadas de higiene. \- \- \*\*Intolerância Alimentar\*\* \- Certos alimentos podem causar diarreia em pessoas intolerantes, como o \*\*leite\*\* em casos de \*\*intolerância à lactose\*\*. \- Também pode ocorrer com outros componentes, como \*\*glúten\*\*, especialmente em pacientes com \*\*doença celíaca\*\*. \- \- \*\*Fármacos\*\* \- Diversos medicamentos podem causar diarreia como efeito colateral, como alguns \*\*antibióticos\*\*, que alteram a microbiota intestinal, e \*\*laxantes\*\*, usados de forma inadequada. \- Outros medicamentos, como antiácidos que contêm magnésio, também podem desencadear episódios de diarreia. \- \- \*\*Doença Intestinal\*\* \- \*\*Doenças inflamatórias intestinais\*\* (como a \*\*colite ulcerativa\*\* e a \*\*doença de Crohn\*\*) são causas comuns de diarreia crônica, geralmente associadas a inflamação do trato digestivo. \- Além disso, \*\*síndromes de má absorção\*\* podem resultar em diarreia devido à incapacidade de absorver adequadamente nutrientes. \- \- Diarreia Aguda\>\>\> \- \*\*Diarreia Não-Inflamatória\*\* \- Causada por\*\* patógenos\*\* \- \*\*Volume das Fezes\*\*: \*\*Aumentado\*\*. \- \*\*Características\*\*: Está associada a um aumento da secreção de líquidos e eletrólitos no intestino, o que causa maior volume de fezes. \- \*\*Sintomas\*\* incluem: \- \*\*Distensão Abdominal\*\*: Sensação de inchaço ou pressão devido ao excesso de líquido no trato intestinal. \- \*\*Náusea e Vômito\*\*: Podem estar presentes, principalmente pela irritação do trato digestivo. \- \*\*Hipopotassemia\*\*: A perda de potássio pelas fezes pode levar a um quadro de baixos níveis de potássio no sangue. \- \*\*Acidose Metabólica\*\*: A perda de bicarbonato pelo intestino pode levar a um desequilíbrio ácido-base no organismo, resultando em acidose metabólica. \- \*\*Diarreia Inflamatória\*\* \- Causada por\*\* patógenos\*\* \- \*\*Volume das Fezes\*\*: \*\*Diminuído\*\*. \- \*\*Características\*\*: Neste tipo de diarreia, a mucosa intestinal está inflamada, o que reduz a capacidade de absorver líquidos, e também provoca a perda de sangue e muco. \- \*\*Sintomas\*\* incluem: \- \*\*Febre\*\*: Indicativa de uma resposta inflamatória sistêmica devido à infecção. \- \*\*Disenteria\*\*: Presença de \*\*sangue e muco nas fezes\*\*, um sinal típico da inflamação e dano à mucosa intestinal. \- \*\*Tenesmo\*\*: Sensação de necessidade contínua e dolorosa de evacuar, mesmo quando o reto está vazio. \- Causa Geral \- Ambas as formas de diarreia são geralmente causadas por {{\*\*patógenos\*\*}} \- Estes patógenos, que podem ser bactérias, vírus ou parasitas, podem ser adquiridos por meio de alimentos contaminados, água imprópria para o consumo, ou contato com superfícies e objetos contaminados. \- \- Diarreia Crônica\>\>\> \- \*\*Diarreia Osmótica\*\* \- Caracteriza-se pela presença de uma substância \*\*hiperosmótica\*\* no intestino que atrai água, aumentando o volume fecal. \- Ocorre quando substâncias mal absorvidas, como certos açúcares (ex.: lactose em casos de intolerância) ou sais, aumentam a \*\*osmolaridade\*\* no lúmen intestinal. \- Como consequência, há um aumento na \*\*retenção de água\*\*, resultando em fezes mais volumosas e líquidas. \- Esta diarreia geralmente melhora com o jejum, pois a retirada do agente osmótico diminui a passagem de água para o intestino. \- \- \*\*Diarreia Secretória\*\* \- A \*\*diarreia secretória\*\* ocorre devido a um aumento da \*\*secreção de água e eletrólitos\*\* pelo intestino, sem que haja aumento da osmolaridade. \- As causas incluem: \- Problemas no \*\*íleo\*\* (parte final do intestino delgado) que alteram a absorção de \*\*ácidos biliares\*\*, levando à sua presença no cólon e à indução de secreção. \- Infecções por \*\*bactérias\*\* que liberam toxinas, como \_\_Vibrio cholerae\_\_ , que estimulam a secreção de grandes quantidades de líquido. \- Presença de \*\*tumores\*\*, como o VIPoma, que produzem substâncias que aumentam a secreção intestinal. \- \- Diferentemente da diarreia osmótica, a diarreia secretória \*\*não melhora com o jejum\*\*. \- \*\*Diarreia Inflamatória\*\* \- A diarreia inflamatória ocorre devido à inflamação do \*\*intestino grosso\*\*, que compromete a absorção e promove a secreção de muco, sangue e água. \- \*\*Sintomas característicos\*\* incluem: \- \*\*Tenesmo\*\*: Sensação de evacuação incompleta. \- \*\*Escape de Fezes\*\*: Presença involuntária de fezes, frequentemente relacionado à irritação contínua do intestino. \- \*\*Despertamento Noturno\*\*: Necessidade de evacuar durante a noite, que é um indicador importante de diarreia inflamatória. \- As causas incluem doenças inflamatórias intestinais, como a \*\*colite ulcerativa\*\* e a \*\*doença de Crohn\*\*. \- \- Distúrbios da Absorção Intestinal\>\>\> \- \*\*Má Digestão Intraluminal\*\* \- A má digestão intraluminal refere-se à incapacidade de digerir adequadamente os alimentos no lúmen intestinal, impedindo a absorção adequada de nutrientes. \- \*\*Causas\*\* incluem: \- \*\*Insuficiência Pancreática\*\*: Quando o pâncreas não produz enzimas digestivas suficientes, há uma má digestão dos alimentos. Isso é observado em condições como a \*\*pancreatite crônica\*\*. \- \*\*Doença Hepatobiliar\*\*: Problemas no fígado ou na vesícula biliar podem comprometer a produção ou secreção de bile, necessária para a digestão de gorduras. \- \*\*Aumento de Bactérias Intraluminais\*\*: O crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado (supercrescimento bacteriano) pode interferir na digestão de nutrientes. \- \- \*\*Distúrbios do Transporte Transepitelial\*\* \- Estes distúrbios ocorrem quando há problemas na \*\*absorção de nutrientes pela mucosa intestinal\*\*, mesmo que a digestão esteja ocorrendo de forma adequada. \- \*\*Causas\*\* incluem: \- \*\*Lesões da Mucosa Intestinal\*\*, como na \*\*Doença Celíaca\*\*, onde ocorre uma reação imune ao glúten que danifica as vilosidades intestinais, prejudicando a absorção. \- \*\*Doença de Crohn\*\*: É uma doença inflamatória intestinal que pode levar a lesões na mucosa, diminuindo a capacidade de absorção de nutrientes e provocando má absorção. \- \- \*\*Obstrução Linfática\*\* \- A absorção de gorduras e algumas vitaminas depende do transporte pelos vasos linfáticos do intestino. Quando há uma \*\*obstrução linfática\*\*, esse processo é comprometido. \- \*\*Causas\*\* incluem: \- \*\*Anomalias Congênitas\*\* ou malformações que afetam os vasos linfáticos. \- \*\*Neoplasias\*\*: Tumores podem bloquear os vasos linfáticos, impedindo a adequada absorção. \- \*\*Traumas\*\*: Lesões no sistema linfático podem comprometer o transporte de nutrientes. \- \*\*Doenças Infecciosas\*\*: Infecções que afetam os linfonodos ou vasos linfáticos, como a \*\*tuberculose linfática\*\*, podem causar obstrução. \- \- Caractéristicas-Chave da Doença Celíaca \- \*\*Autoimune\*\*: A doença celíaca é uma doença autoimune desencadeada pelo consumo de glúten. \- \*\*Associação com o Glúten\*\*: O \*\*glúten\*\*, presente no trigo, centeio e cevada, é o responsável pelo desencadeamento da resposta imune. \- \*\*Alfagliadina Imunogênica\*\*: O componente do glúten, \*\*alfagliadina\*\*, é particularmente imunogênico e ativa o sistema imune em pessoas suscetíveis. \- \*\*Ativação dos Linfócitos T\*\*: A alfagliadina ativa \*\*linfócitos T\*\*, promovendo uma resposta inflamatória na mucosa intestinal. \- \*\*Predisposição Genética\*\*: Está associada a certos alelos genéticos, como \*\*HLA-B8\*\* e \*\*HLA-DR3-DQw2\*\*, que tornam o indivíduo mais suscetível. \- \*\*Inflamação Intestinal\*\*: A inflamação crônica causada pela ativação dos linfócitos T resulta em danos à mucosa do intestino delgado. \- \*\*Destruição das Vilosidades\*\*: A resposta inflamatória danifica as \*\*vilosidades intestinais\*\*, que são responsáveis pela absorção de nutrientes. \- \*\*Redução na Absorção\*\*: O dano às vilosidades leva à \*\*diminuição da absorção de nutrientes\*\*, causando deficiências nutricionais. \- \*\*Sintomas Digestivos\*\*: Os sintomas comuns incluem \*\*diarreia\*\*, perda de peso, dor abdominal e, em alguns casos, má absorção severa. \- \*\*Tratamento com Dieta Sem Glúten\*\*: O único tratamento eficaz é a \*\*dieta estritamente isenta de glúten\*\*, que permite a recuperação da mucosa e a remissão dos sintomas. \- \- Mecanismo da Doença Celíaca \- O {{\*\*glúten\*\*}} é a proteína que desencadeia a resposta imunológica na doença celíaca. \- Durante a digestão do glúten, forma-se a {{\*\*alfagliadina\*\*}}, um componente que é altamente imunogênico (capaz de induzir uma resposta imune). \- Em indivíduos com predisposição genética, a presença da alfagliadina ativa os {{\*\*linfócitos T\*\*}} no intestino. isso ocorre principalmente em pessoas com os alelos \*\*HLA-B8\*\* e \*\*HLA-DR3-DQw2\*\*, que são mais comuns em indivíduos celíacos. \- Esses alelos facilitam o reconhecimento da {{alfagliadina}} como um elemento \"estranho\" pelo sistema imune. \- A ativação dos linfócitos T desencadeia uma \*\*reação \*\*{{\*\*inflamatória\*\*}} na mucosa do intestino {{delgado}}. \- Essa inflamação leva a uma destruição das {{\*\*vilosidades\*\*}}, estruturas que são responsáveis por aumentar a superfície de absorção dos nutrientes. \- A inflamação crônica e o dano às vilosidades resultam na \*\*diminuição da \*\*{{\*\*absorção\*\*}}{{ de nutrientes}}. \- \- Manifestações da Doença Celíaca \- \*\*Crianças\*\* \- \*\*Crescimento Prejudicado\*\*: A má absorção dos nutrientes leva a um crescimento mais lento e, em alguns casos, a baixa estatura. \- \*\*Diminuição da Massa Muscular\*\*: É comum devido à baixa absorção de proteínas e calorias essenciais para o desenvolvimento infantil. \- \*\*Desnutrição\*\*: Devido à má absorção dos nutrientes, as crianças podem apresentar \*\*desnutrição\*\*, resultando em perda de peso ou dificuldades no ganho de peso adequado. \- \*\*Distensão Abdominal\*\*: É frequentemente observada, causada pela acumulação de gases e líquidos devido à má absorção e à fermentação dos carboidratos não absorvidos no intestino. \- \*\*Anemia\*\*: Complicação comum, resultante da absorção inadequada de \*\*ferro\*\*, \*\*ácido fólico\*\* e \*\*vitamina B12\*\*, todos essenciais para a produção de glóbulos vermelhos. \- \- \*\*Adultos\*\* \- \*\*Diarreia\*\*: Sintoma frequente em adultos com doença celíaca, decorrente da inflamação intestinal e da incapacidade do intestino em absorver nutrientes adequadamente. \- \*\*Constipação\*\*: Também pode ocorrer em alguns casos, destacando a variação dos sintomas entre os indivíduos afetados. \- \*\*Flatulências\*\*: Resulta da fermentação dos nutrientes que não foram adequadamente absorvidos e que permanecem no intestino. \- \- Caractéristicas-Chave dos Pólipos Adenomatosos \- \*\*Formação Benigna\*\*: São pólipos que se desenvolvem como lesões benignas no revestimento interno do intestino grosso. \- \*\*Lesões Pré-Cancerígenas\*\*: Têm potencial para evoluir para \*\*neoplasias malignas\*\*, sendo considerados lesões pré-cancerígenas. \- \*\*Localização Frequente\*\*: Desenvolvem-se principalmente no \*\*cólon\*\* e no \*\*reto\*\*. \- \*\*Diferentes Tipos\*\*: Existem três tipos principais: \*\*adenoma tubular\*\*, \*\*adenoma viloso\*\* e \*\*adenoma tubuloviloso\*\*. \- \*\*Risco de Malignização\*\*: Os pólipos \*\*vilosos\*\* têm maior risco de se transformar em câncer (cerca de \*\*50%\*\*), enquanto os \*\*tubulares\*\* têm um risco menor (cerca de \*\*5%\*\*). \- \*\*Crescimento Descontrolado\*\*: Resultam de uma proliferação anormal de células que sofrem mutações genéticas. \- \*\*Pedículo no Adenoma Tubular\*\*: Adenomas tubulares geralmente apresentam um \*\*pedículo\*\*, que é uma estrutura semelhante a um caule conectando o pólipo à parede intestinal. \- \*\*Relação com Tamanho\*\*: Quanto maior o pólipo (geralmente acima de \*\*1 cm\*\*), maior o risco de transformação maligna. \- \*\*Sequência Adenoma-Carcinoma\*\*: Podem evoluir para \*\*adenocarcinoma colorretal\*\* através de um processo gradual de acúmulo de mutações. \- \*\*Remoção Preventiva\*\*: Podem ser removidos durante a \*\*colonoscopia\*\*, interrompendo a progressão para o câncer e prevenindo complicações. \- \- Classificação do Pólipo Adenomatoso\>\>\> \- \*\*Adenoma Tubular\*\* \- Células organizadas em forma tubular. \- Presença de \*\*pedículo\*\* (estrutura semelhante a um \"cabo\" que conecta o adenoma à parede do intestino). \- Menor risco de transformação maligna (cerca de \*\*5%\*\* de chance de se tornar adenocarcinoma invasivo). \- \*\*Adenoma Viloso\*\* \- Projeções longas e finas, semelhantes a vilosidades. \- Não possui pedículo, com uma base ampla e aderida à superfície do cólon. \- Maior risco de transformação maligna, com cerca de \*\*50%\*\* de chance de evolução para \*\*adenocarcinoma invasivo\*\*. \- \- Características-Chave do Câncer Colorretal \- \*\*Origem\*\*: Surge a partir de pólipos adenomatosos que se desenvolvem no revestimento interno do cólon ou reto. \- \*\*Progressão Lenta\*\*: Geralmente tem uma evolução lenta, podendo levar anos para progredir de um pólipo benigno a um tumor maligno. \- \*\*Classificação TNM\*\*: Classificado em estágios (I a IV) com base no tamanho do tumor (T), envolvimento dos linfonodos (N), e presença de metástases (M). \- \*\*Fatores de Risco\*\*: Envolvem idade avançada, dietas ricas em gorduras e carnes vermelhas, baixo consumo de fibras, sedentarismo, obesidade, tabagismo e histórico familiar de câncer colorretal. \- \*\*Sintomas Tardios\*\*: Os sinais mais comuns, como sangue nas fezes, dor abdominal, mudanças no hábito intestinal, perda de peso e fadiga, muitas vezes surgem em estágios avançados. \- \*\*Metástase\*\*: Em estágios avançados, pode metastatizar para outros órgãos, principalmente fígado, pulmões e peritônio. \- \*\*Diagnóstico\*\*: Feito por meio de exames como colonoscopia, biópsia, e exames de imagem (tomografia, ressonância) para detecção e estadiamento. \- \*\*Tratamento Cirúrgico\*\*: A remoção cirúrgica do tumor é o tratamento principal, especialmente nos estágios iniciais. \- \*\*Quimioterapia e Radioterapia\*\*: Usadas como tratamento adjuvante, especialmente em casos avançados ou metastáticos. \- \*\*Prevenção\*\*: Pode ser prevenido com mudanças no estilo de vida, como dieta saudável, prática de atividades físicas, e rastreamento precoce (colonoscopias regulares a partir dos 50 anos ou antes, dependendo do risco). \- \- Mecanismo do Câncer Colorretal \- Os ácidos biliares são produzidos no fígado e secretados no intestino durante a digestão das gorduras. \- Em um ambiente saudável, esses ácidos ajudam na digestão lipídica. No entanto, seu excesso pode causar efeitos negativos no cólon. \- Dietas ricas em gorduras podem aumentar a produção de ácidos biliares, promovendo um ambiente inflamatório no intestino. \- O consumo de açúcar refinado pode alimentar o crescimento de determinadas bactérias intestinais. \- As bactérias intestinais podem interagir com o excesso de gordura, levando à formação de carcinógenos. \- As fibras dietéticas desempenham um papel protetor, pois ajudam a \"limpar\" o intestino, promovendo a eliminação de substâncias tóxicas e carcinogênicas. \- \- Fatores de Risco do Câncer Colorretal \- \*\*Idade\*\* \- O risco de desenvolver câncer colorretal aumenta significativamente com o envelhecimento, sendo mais comum em indivíduos acima dos 50 anos. \- \- \*\*Histórico Familiar\*\* \- Pessoas com parentes de primeiro grau (pais, irmãos ou filhos) que tiveram câncer colorretal têm maior probabilidade de desenvolver a doença. \- Esse risco pode ser ainda maior se o parente foi diagnosticado com câncer colorretal em uma idade jovem. \- \- \*\*Doença de Crohn ou Colite Ulcerativa\*\* \- Indivíduos que possuem doenças inflamatórias intestinais, como a \*\*Doença de Crohn\*\* ou \*\*colite ulcerativa\*\*, apresentam maior risco de desenvolver câncer colorretal. Isso ocorre devido à inflamação crônica no cólon e no reto, que pode levar a alterações celulares malignas. \- \- \*\*Polipose Adenomatosa Familiar (PAF)\*\* \- A \*\*Polipose adenomatosa familiar\*\* é uma condição genética que leva ao desenvolvimento de múltiplos pólipos no cólon e no reto. Esses pólipos podem evoluir para câncer colorretal se não forem tratados. \- \*\*Considerar colectomia\*\*: Para indivíduos com PAF, é frequentemente recomendada a \*\*colectomia\*\* (remoção cirúrgica do cólon) como medida preventiva, uma vez que o risco de câncer é muito elevado. \- \- \*\*Dieta\*\* \- Uma dieta rica em gorduras e pobre em fibras pode aumentar o risco de câncer colorretal. O consumo excessivo de carne vermelha e processada também está associado a esse aumento de risco. \- Por outro lado, uma dieta rica em frutas, vegetais e grãos integrais pode ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento dessa doença. \- \- Classificação do Câncer Colorretal \- \*\*Estágio I\*\* \- O câncer está restrito às camadas mais internas do intestino, como a \*\*mucosa\*\* e a \*\*submucosa\*\*. \- Nessa fase, o tumor ainda não invadiu as camadas musculares mais profundas ou outros tecidos vizinhos. \- \- \*\*Estágio II\*\* \- O tumor cresceu e pode ter invadido as camadas mais profundas da parede intestinal, mas \*\*não houve metástase\*\* para os linfonodos próximos. \- Isso significa que o câncer está localmente avançado, mas ainda sem envolvimento dos linfonodos. \- \- \*\*Estágio III\*\* \- Nesse estágio, o tumor já se espalhou para os \*\*linfonodos próximos\*\* ao local primário do câncer. \- A presença de \*\*linfonodos positivos\*\* indica que células cancerosas foram encontradas nos linfonodos, mas o câncer ainda não se espalhou para outros órgãos distantes. \- \- \*\*Estágio IV\*\* \- O câncer atingiu um estágio \*\*metastático\*\*, ou seja, se espalhou para \*\*órgãos distantes\*\* (como fígado ou pulmões). \- Nesse estágio, o câncer não está mais limitado ao local de origem e se disseminou para outras partes do corpo. \- \- Triagem do Câncer Colorretal \- \*\*Toque retal\*\* \- Um exame físico simples e rápido, no qual o médico palpa o reto em busca de massas ou anormalidades. É um método básico, mas pode indicar a necessidade de exames mais detalhados. \- \- \*\*Colonoscopia\*\* \- Considerado o exame mais completo, a colonoscopia permite ao médico visualizar todo o comprimento do cólon e do reto, identificar e, em alguns casos, remover pólipos que podem se transformar em câncer. Também é útil para biópsias de lesões suspeitas. \- \- \*\*Sigmoidoscopia\*\* \- Semelhante à colonoscopia, mas limitada à parte inferior do cólon (reto e sigmoide). É menos invasiva e pode ser usada como uma triagem inicial, mas não permite a visualização do cólon completo. \- \- \*\*Sangue oculto nas fezes\*\* \- Um teste não invasivo que detecta a presença de sangue microscópico nas fezes, o que pode ser um sinal precoce de câncer. Se o resultado for positivo, exames adicionais, como a colonoscopia, são recomendados. \- \- Metabolismo Hepático da Glicose \- \*\*Gliconeogênese\*\* \- \*\*Hormônio\*\*: \*\*Glucagon\*\* \- A \*\*gliconeogênese\*\* é estimulada pelo \*\*glucagon\*\* quando os níveis de glicose no sangue estão baixos, como durante o jejum. Esse processo converte \*\*aminoácidos\*\*, \*\*glicerol\*\* e \*\*ácido lático\*\* em \*\*glicose\*\* no fígado para ser usada como fonte de energia. \- \- \*\*Glicogênese\*\* \- \*\*Hormônio\*\*: \*\*Insulina\*\* \- Quando há excesso de glicose após uma refeição, a \*\*insulina\*\* é liberada pelo pâncreas para estimular a \*\*glicogênese\*\*, ou seja, o armazenamento da glicose na forma de \*\*glicogênio\*\* no fígado e nos músculos. Isso ocorre para manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa normal. \- \- \*\*Glicogenólise\*\* \- \*\*Hormônio\*\*: \*\*Glucagon\*\* \- Em períodos de jejum ou entre as refeições, os níveis de glicose no sangue caem, o que estimula a liberação de \*\*glucagon\*\*. Esse hormônio ativa a \*\*glicogenólise\*\*, promovendo a quebra do \*\*glicogênio\*\* em \*\*glicose\*\* para ser liberada na corrente sanguínea e manter o fornecimento de energia. \- \- \*\*Síntese de Triglicerídeos\*\* \- \*\*Hormônio\*\*: \*\*Insulina\*\* \- Quando há um excesso prolongado de glicose, a \*\*insulina\*\* também promove a conversão de glicose em \*\*triglicerídeos\*\*, que são armazenados no tecido adiposo como reserva de energia. Esse processo ocorre quando as reservas de glicogênio já estão cheias. \- \- \*\*Liberação de Glicose na Corrente Sanguínea\*\* \- \*\*Insulina\*\*: Ajuda a \*\*reduzir\*\* os níveis de glicose no sangue, facilitando a entrada da glicose nas células para ser usada como energia. \- \*\*Glucagon\*\*: Ajuda a \*\*aumentar\*\* os níveis de glicose no sangue, liberando glicose armazenada no fígado. \- \- Metabolismo Hepático dos Aminoácidos 1\. \*\*Proteínas da Dieta\*\* \- As \*\*proteínas\*\* provenientes da alimentação são quebradas em \*\*aminoácidos\*\* durante a digestão. \- Esses aminoácidos têm diversos destinos no organismo. 2\. \*\*Aminoácidos\*\* \- Os aminoácidos absorvidos podem ser usados de diferentes maneiras: \- \*\*Síntese de proteínas teciduais\*\*: Os aminoácidos são usados para construir e reparar tecidos corporais. \- \*\*Síntese de proteínas do plasma\*\*: São essenciais para a produção de proteínas plasmáticas, como a albumina. 3\. \*\*Transaminação e Desaminação\*\* \- \*\*Transaminação\*\*: Processo em que um grupo amino é transferido para outro composto, formando novos aminoácidos. \- \*\*Desaminação\*\*: Remoção do grupo amino dos aminoácidos, liberando \*\*amônia\*\* e formando cetoácidos. A amônia é altamente tóxica e precisa ser convertida. 4\. \*\*Síntese de Glicose (Gliconeogênese)\*\* \- Os aminoácidos podem ser convertidos em glicose através da \*\*gliconeogênese\*\*, sendo utilizados como fonte de energia em situações de baixa disponibilidade de carboidratos. 5\. \*\*Síntese de Aminoácidos Não Essenciais\*\* \- Alguns aminoácidos podem ser sintetizados pelo corpo a partir de outros compostos, principalmente através do processo de transaminação, que utiliza intermediários do ciclo de Krebs. 6\. \*\*Formação de Ácidos Graxos\*\* \- Aminoácidos em excesso podem ser convertidos em \*\*ácidos graxos\*\* e armazenados como gordura, servindo como uma reserva de energia a longo prazo. 7\. \*\*Produção de Cetoácidos e Acetil-CoA\*\* \- Após a desaminação, os \*\*cetoácidos\*\* resultantes podem ser convertidos em \*\*Acetil-CoA\*\*, que entra no \*\*Ciclo do Ácido Cítrico (Ciclo de Krebs)\*\* para produção de \*\*ATP\*\*, que é a principal molécula de energia celular. 8\. \*\*Amônia e Ciclo da Ureia\*\* \- A \*\*amônia\*\* resultante da desaminação é convertida em \*\*ureia\*\* pelo \*\*Ciclo da Ureia\*\* no fígado. \- A ureia é posteriormente excretada pelos rins, sendo a principal forma de eliminação de nitrogênio no corpo humano. 9\. \*\*ATP\*\* \- O \*\*Acetil-CoA\*\*, formado a partir dos cetoácidos, entra no Ciclo de Krebs para gerar \*\*ATP\*\*, que é usado para fornecer energia às células para diversas funções metabólicas. 10\. \*\*Ureia\*\* \- A \*\*ureia\*\* formada no fígado a partir da amônia é excretada na urina, sendo a forma como o corpo se livra do excesso de nitrogênio. \- \- Metabolismo Hepático da Ureia 1\. \*\*Entrada da Amônia (NH₃) na Mitocôndria\*\* \- A amônia, proveniente do metabolismo dos aminoácidos (principalmente através da \*\*desaminação\*\*), é transportada para dentro da mitocôndria. \- Dentro da mitocôndria, a \*\*glutamina\*\* e a \*\*alanina\*\* (vindas dos músculos e de outros tecidos) liberam amônia, que é captada pelo ciclo. 2\. \*\*Formação de Carbamoil Fosfato\*\* \- Dentro da matriz mitocondrial, a amônia se combina com bicarbonato (HCO₃⁻), formando \*\*carbamoil fosfato\*\*. Essa etapa depende de 2 moléculas de ATP. \- Essa é uma etapa inicial essencial para dar início ao ciclo da ureia. 3\. \*\*Síntese de Citrulina\*\* \- O \*\*carbamoil fosfato\*\* reage com \*\*ornitina\*\* para formar \*\*citrulina\*\*, ainda dentro da mitocôndria. \- A citrulina é então transportada para o \*\*citoplasma\*\*, onde o restante do ciclo ocorre. 4\. \*\*Formação de Argininosuccinato\*\* \- No citoplasma, a \*\*citrulina\*\* se combina com o \*\*aspartato\*\* (que também carrega nitrogênio) para formar \*\*argininosuccinato\*\*. Isso ocorre com o consumo de mais uma molécula de ATP. 5\. \*\*Liberação de Fumarato e Arginina\*\* \- O \*\*argininosuccinato\*\* é quebrado em \*\*fumarato\*\* (que pode entrar no ciclo de Krebs) e \*\*arginina\*\*. 6\. \*\*Formação de Ureia\*\* \- A \*\*arginina\*\* é então convertida em \*\*ureia\*\* e \*\*ornitina\*\*. A ureia é o produto final que será excretado pela urina. \- A \*\*ornitina\*\* retorna à mitocôndria para reiniciar o ciclo. \- \- Metabolismo Hepático dos Ácidos Graxos 1\. \*\*Gorduras da Dieta\*\* \- As gorduras ingeridas na dieta são quebradas em \*\*ácidos graxos\*\* e outras moléculas menores durante o processo digestivo. \- 2\. \*\*Ácido Graxo\*\* \- Os \*\*ácidos graxos\*\* resultantes da digestão têm várias rotas metabólicas possíveis: \- \*\*Fosfolipídios e Lipídios Complexos\*\*: São utilizados na síntese de componentes estruturais das membranas celulares, contribuindo para a integridade e funcionamento celular. \- \*\*Armazenamento como Triglicerídeos\*\*: Quando em excesso, os ácidos graxos são convertidos em \*\*triglicerídeos\*\* e armazenados no tecido adiposo como reserva de energia. \- 3\. \*\*β-Oxidação\*\* \- Quando há necessidade de energia, os ácidos graxos passam pelo processo de \*\*β-oxidação\*\* nas mitocôndrias, sendo quebrados em moléculas de \*\*Acetil-CoA\*\*. \- 4\. \*\*Acetil-CoA\*\* \- O \*\*Acetil-CoA\*\* é um ponto central no metabolismo e pode seguir diferentes rotas: \- \*\*Ciclo do Ácido Cítrico (Ciclo de Krebs)\*\*: O Acetil-CoA entra no ciclo do ácido cítrico, gerando \*\*ATP\*\* (energia) para as células. \- \*\*Síntese de HMG-CoA\*\*: O Acetil-CoA pode ser convertido em \*\*HMG-CoA\*\*, que é um precursor importante para a \*\*síntese de colesterol\*\*, \*\*sais biliares\*\* e \*\*esteroides\*\*. \- \*\*Corpos Cetônicos\*\*: Em situações de jejum prolongado ou cetose, o Acetil-CoA pode ser utilizado para formar \*\*corpos cetônicos\*\*, que servem como fonte alternativa de energia para tecidos como o cérebro e os músculos. \- 5\. \*\*Síntese de Ácidos Graxos\*\* \- Quando há excesso de Acetil-CoA e nutrientes, ele pode ser reconvertido em \*\*ácidos graxos\*\* para armazenar energia em forma de triglicerídeos. \- \- Metabolismo Hepático da Modificação da Bile \- \*\*AQP (Aquaporina)\*\* \- As \*\*aquaporinas\*\* são canais de água que permitem a passagem de \*\*H₂O\*\* do líquido extracelular para o lúmen do ducto biliar, regulando a quantidade de água na bile. \- \- \*\*GGT (Gama Glutamil Transpeptidase)\*\* \- A \*\*GGT\*\* está envolvida na quebra da {{\*\*glutationa\*\*}} em {{\*\*aminoácidos\*\*}} e outros produtos que podem ser secretados ou reutilizados pela célula. \- \- \*\*NKCC1\*\* \- Esse cotransportador move \*\*2Cl⁻\*\*, \*\*Na⁺\*\* e \*\*K⁺\*\* para dentro da célula a partir do líquido extracelular. Esse movimento é importante para o balanço iônico e a regulação do volume celular. \- \- \*\*NBC (Cotransportador de Na⁺/HCO₃⁻)\*\* \- O NBC move \*\*Na⁺\*\* e \*\*HCO₃⁻\*\* para dentro da célula. Isso aumenta a concentração de bicarbonato, que é secretado no lúmen do ducto biliar para neutralizar ácidos. \- \- \*\*NHE1 (Trocador de Na⁺/H⁺)\*\* \- Esse transportador permite a troca de \*\*Na⁺\*\* com \*\*H⁺\*\*, ajudando a regular o pH intracelular e o balanço de íons. \- \- \*\*CFTR\*\* \- O canal \*\*CFTR\*\* permite a saída de \*\*Cl⁻\*\* para o lúmen do ducto biliar, ativado por \*\*AMPc\*\*. Isso também auxilia no transporte de HCO₃⁻ para a secreção da bile. \- \- \*\*Canal de Cloro e Bicarbonato (HCO₃⁻)\*\* \- A secreção de \*\*Cl⁻\*\* e \*\*HCO₃⁻\*\* no lúmen do ducto biliar ajuda a alcalinizar a bile, tornando-a adequada para digestão e neutralização de ácidos. \- \- \*\*Aminoácidos e Glicose\*\*: \- Há canais para transporte de \*\*aminoácidos\*\* e \*\*glicose\*\* através do epitélio, ajudando na nutrição e na regulação do metabolismo celular. \- \- Metabolismo Hepático da Bilirrubina \- \*\*Degradação da Hemoglobina\*\* \- Quando as \*\*hemácias envelhecidas\*\* (senescentes) são destruídas no baço, a hemoglobina presente nelas é quebrada em: \- \*\*Heme\*\*: Parte da hemoglobina que contém ferro. \- \*\*Globina\*\*: Parte proteica da hemoglobina, que é decomposta em aminoácidos reutilizáveis. \- \- \*\*Formação de Biliverdina e Bilirrubina\*\* \- O grupo \*\*heme\*\* é transformado em \*\*biliverdina\*\* pela ação de enzimas. \- A \*\*biliverdina\*\* é rapidamente convertida em \*\*bilirrubina livre\*\* (não conjugada), que circula no plasma ligada a proteínas, principalmente a \*\*albumina\*\*, para ser transportada até o fígado. \- \- \*\*Captação Hepática e Conjugação no Fígado\*\* \- No \*\*fígado\*\*, a \*\*bilirrubina livre\*\* é captada pelos hepatócitos e sofre um processo de \*\*conjugação\*\*, onde a bilirrubina é ligada ao \*\*ácido glicurônico\*\*, formando \*\*bilirrubina conjugada\*\*. \- A \*\*bilirrubina conjugada\*\* é mais solúvel em água e pode ser excretada mais facilmente. \- \- \*\*Excreção da Bilirrubina Conjugada na Bile\*\* \- A \*\*bilirrubina conjugada\*\* é secretada pelos hepatócitos para dentro dos \*\*ductos biliares\*\*, e finalmente é liberada junto com a bile no intestino delgado (duodeno). \- No intestino, a bilirrubina conjugada é parcialmente metabolizada pelas bactérias intestinais, formando \*\*urobilinogênio\*\*. \- \- \*\*Destino do Urobilinogênio\*\* \- Parte do \*\*urobilinogênio\*\* é reabsorvida pela circulação entérica e retorna ao fígado (\*\*circulação entero-hepática\*\*), onde pode ser reutilizada ou excretada. \- Outra parte do urobilinogênio é convertida em \*\*estercobilina\*\*, que dá a cor característica às fezes. \- Pequenas quantidades de urobilinogênio são também excretadas na urina, onde são convertidas em \*\*urobilina\*\*, que dá a coloração amarela à urina. \- \- Avaliação Clínica da Função Hepática \- \*\*ALT (TGP - Alanina Aminotransferase)\*\* \- \*\*Definição\*\*: Enzima encontrada principalmente no fígado. \- \*\*Função\*\*: A ALT catalisa reações químicas relacionadas ao metabolismo de aminoácidos. \- \*\*Significado quando está elevada\*\*: Níveis elevados de ALT indicam \*\*lesão hepática\*\*, pois essa enzima é liberada no sangue quando há dano aos hepatócitos (células do fígado). Usada para diagnosticar e monitorar condições como \*\*hepatites virais\*\*, \*\*esteatose hepática\*\* (fígado gorduroso) e \*\*cirrose\*\*. \- \- \*\*AST (TGO - Aspartato Aminotransferase)\*\* \- \*\*Definição\*\*: Enzima encontrada no fígado, coração, músculos e rins. \- \*\*Função\*\*: Participa do metabolismo de aminoácidos, semelhante à ALT. \- \*\*Significado quando está elevada\*\*: Níveis elevados de AST podem indicar \*\*dano hepático\*\*. No entanto, como a AST está presente em outros tecidos, níveis elevados também podem refletir \*\*lesão muscular\*\*, \*\*infarto do miocárdio\*\* ou \*\*problemas renais\*\*. A relação AST/ALT pode ajudar a diferenciar a origem do problema. \- \- \*\*Fosfatase Alcalina (FA)\*\* \- \*\*Definição\*\*: Enzima encontrada nos ductos biliares, ossos e placenta. \- \*\*Função\*\*: Está envolvida no metabolismo de fosfato e desempenha um papel importante na formação óssea. \- \*\*Significado quando está elevada\*\*: Níveis elevados de fosfatase alcalina podem indicar \*\*obstrução do fluxo biliar\*\* (colestase), doenças ósseas (como \*\*doença de Paget\*\*), ou aumento da atividade osteoblástica. No fígado, geralmente está associada a \*\*colestase\*\* ou doenças dos ductos biliares. \- \- \*\*Gama Glutamil Transpeptidase (GGT)\*\* \- \*\*Definição\*\*: Enzima associada aos ductos biliares e ao fígado. \- \*\*Função\*\*: A GGT é importante no metabolismo de glutationa e no transporte de aminoácidos. \- \*\*Significado quando está elevada\*\*: Níveis elevados de GGT indicam \*\*lesão hepática\*\* ou \*\*disfunção dos ductos biliares\*\*. Também está relacionada ao \*\*uso excessivo de álcool\*\* e é um marcador sensível de \*\*colestase\*\* (interrupção do fluxo biliar). \- \- \*\*Bilirrubina\*\* \- \*\*Definição\*\*: Produto da degradação da hemoglobina, metabolizado pelo fígado. \- \*\*Função\*\*: A bilirrubina é metabolizada no fígado para ser excretada pela bile. \- \*\*Significado quando está elevada\*\*: Níveis elevados de bilirrubina no sangue (hiperbilirrubinemia) podem causar \*\*icterícia\*\* e indicar \*\*disfunção hepática\*\*, \*\*obstrução do fluxo biliar\*\* (como em colestase) ou \*\*aumento da destruição das hemácias\*\* (como em anemias hemolíticas). \- \- \*\*Albumina Sérica\*\* \- \*\*Definição\*\*: Proteína produzida no fígado e liberada no sangue. \- \*\*Função\*\*: A albumina mantém a pressão oncótica (equilíbrio de fluidos) e transporta várias substâncias no sangue. \- \*\*Significado quando está baixa\*\*: Níveis baixos de albumina indicam \*\*insuficiência hepática crônica\*\*, já que o fígado não está conseguindo sintetizar proteínas adequadamente. Pode estar associada a condições como \*\*cirrose\*\*, \*\*síndrome nefrótica\*\* e \*\*desnutrição\*\*. \- \- \*\*Tempo de Protrombina (TP)\*\* \- \*\*Definição\*\*: Medida do tempo necessário para o sangue coagular. \- \*\*Função\*\*: O TP avalia a função de fatores de coagulação dependentes de vitamina K, produzidos pelo fígado. \- \*\*Significado quando está prolongado\*\*: Um tempo de protrombina prolongado indica \*\*insuficiência hepática\*\* ou deficiência na produção de fatores de coagulação, geralmente observada em doenças hepáticas graves, como \*\*cirrose\*\* ou \*\*hepatite fulminante\*\*. \- \- \*\*Glicemia\*\* \- \*\*Definição\*\*: Nível de glicose no sangue. \- \*\*Função\*\*: O fígado desempenha um papel fundamental na regulação da glicose, armazenando e liberando-a conforme necessário. \- \*\*Significado quando está baixa\*\*: Hipoglicemia pode ocorrer em \*\*insuficiência hepática\*\*, já que o fígado perde a capacidade de liberar glicose para manter os níveis adequados no sangue, especialmente durante o jejum. \- \- \*\*Amônia\*\* \- \*\*Definição\*\*: Subproduto do metabolismo de proteínas, convertido em ureia no fígado. \- \*\*Função\*\*: O fígado converte amônia em ureia, que é excretada pelos rins. \- \*\*Significado quando está elevada\*\*: Níveis elevados de amônia indicam \*\*falência hepática\*\* ou deficiência no ciclo da ureia. A amônia elevada pode causar \*\*encefalopatia hepática\*\*, uma condição em que a amônia tóxica afeta o cérebro. \- \- \*\*Exames de Imagem\*\* \- \*\*Definição\*\*: Técnicas como \*\*ultrassonografia\*\*, \*\*tomografia computadorizada (TC)\*\* e \*\*ressonância magnética (RM)\*\*. \- \*\*Função\*\*: Avaliam a \*\*estrutura e a forma do fígado\*\* e detectam anormalidades como \*\*tumores\*\*, \*\*cirrose\*\*, \*\*esteatose hepática\*\* e \*\*obstruções biliares\*\*. \- \*\*Significado quando alterado\*\*: Alterações nos exames de imagem podem sugerir \*\*cirrose\*\*, \*\*tumores hepáticos\*\*, \*\*colelitíase (pedras na vesícula)\*\* ou \*\*estenose dos ductos biliares\*\*. \- \- \*\*Exames Histológicos\*\* \- \*\*Definição\*\*: Análise microscópica de uma amostra de tecido hepático (biópsia). \- \*\*Função\*\*: Detecta alterações celulares, como \*\*inflamação\*\*, \*\*fibrose\*\* ou \*\*degeneração gordurosa\*\* no fígado. \- \*\*Significado quando alterado\*\*: Alterações nos exames histológicos podem confirmar diagnósticos de \*\*hepatite\*\*, \*\*cirrose\*\*, \*\*esteatose hepática\*\* ou \*\*tumores\*\*. \- \- Características-Chave da Cirrose Hepática \- \*\*Fibrose Hepática\*\*: Substituição do tecido hepático normal por \*\*tecido fibroso\*\*, causando perda da função do fígado. \- \*\*Nódulos de Regeneração\*\*: O fígado tenta se reparar formando \*\*nódulos\*\*, que são áreas de regeneração cercadas por fibrose. \- \*\*Causa Crônica\*\*: A cirrose é o resultado de \*\*agressões crônicas\*\* ao fígado, como infecções por \*\*hepatite B ou C\*\*, \*\*alcoolismo\*\* e \*\*doenças hepáticas gordurosas\*\*. \- \*\*Hipertensão Portal\*\*: Ocorre aumento da pressão no sistema porta devido à obstrução ao fluxo sanguíneo dentro do fígado, levando a complicações como varizes esofágicas. \- \*\*Icterícia\*\*: A pele e os olhos ficam amarelados devido à incapacidade do fígado de metabolizar a \*\*bilirrubina\*\*. \- \*\*Ascite\*\*: Acúmulo de líquido no abdômen causado por \*\*hipertensão portal\*\* e hipoalbuminemia. \- \*\*Encefalopatia Hepática\*\*: Alterações mentais resultantes da incapacidade do fígado de remover \*\*toxinas\*\*, como a \*\*amônia\*\*, do sangue. \- \*\*Coagulopatia\*\*: Diminuição da produção de \*\*fatores de coagulação\*\*, levando a maior risco de sangramentos. \- \*\*Hipogonadismo e Ginecomastia\*\*: Alterações hormonais que podem levar à diminuição das funções reprodutivas e ao aumento das mamas em homens. \- \*\*Carcinoma Hepatocelular\*\*: A cirrose aumenta o risco de desenvolvimento de \*\*câncer de fígado\*\* (carcinoma hepatocelular). \- \- Causas da Cirrose Hepática \- \*\*Álcool\*\* \- O \*\*consumo crônico de álcool\*\* é uma das causas mais comuns de cirrose. O excesso de álcool danifica os hepatócitos, levando a inflamação crônica e cicatrização do fígado. \- \- \*\*Hepatites Virais\*\* \- Infecções crônicas por \*\*hepatite B\*\* e \*\*hepatite C\*\* podem causar danos hepáticos a longo prazo, resultando em cirrose. Essas infecções crônicas levam à inflamação e, eventualmente, à fibrose. \- \- \*\*Fármacos\*\* \- O uso prolongado de certos \*\*medicamentos tóxicos para o fígado\*\* pode causar lesão hepática crônica. Alguns exemplos incluem \*\*metotrexato\*\* e \*\*isoniazida\*\*. \- \- \*\*Obstrução Biliar\*\* \- Condições que causam \*\*obstrução do fluxo biliar\*\*, como \*\*cirrose biliar primária\*\* ou \*\*colangite esclerosante primária\*\*, podem levar ao acúmulo de bile no fígado, causando danos ao tecido hepático. \- \- Mecanismo da Cirrose Hepática \- A cirrose geralmente se desenvolve após agressões repetidas ao fígado, como o \*\*abuso crônico de álcool\*\*, infecções virais como \*\*hepatite B e C\*\*, ou outras condições como \*\*doenças autoimunes\*\* e \*\*doença hepática gordurosa não alcoólica\*\*. \- Essas lesões causam inflamação e morte de hepatócitos (células do fígado). \- A inflamação contínua ativa células estreladas hepáticas, que normalmente armazenam vitamina A no fígado. \- Após a ativação, essas células perdem essa função e se transformam em \*\*miofibroblastos\*\*, que começam a produzir grandes quantidades de colágeno e outras proteínas da matriz extracelular. \- O colágeno é depositado nos espaços ao redor dos hepatócitos e ao longo dos sinusoides hepáticos (capilares no fígado). \- Essa deposição de tecido fibroso distorce a arquitetura do fígado, bloqueando a circulação sanguínea e isolando os hepatócitos dos nutrientes e do oxigênio fornecidos pelo sangue portal. \- Em resposta à morte celular, o fígado tenta regenerar-se, formando nódulos de regeneração, que são ilhas de tecido hepático cercadas por fibrose. No entanto, esses nódulos não conseguem manter a função hepática normal devido à perda da arquitetura original. \- O tecido fibroso e os nódulos regenerativos comprimem os vasos sanguíneos do fígado, causando um aumento na pressão no sistema venoso portal, conhecido como \*\*hipertensão portal\*\*. \- Essa hipertensão leva ao desenvolvimento de varizes em órgãos como esôfago e estômago, além de ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal). \- \- Consequências da Hipertensão Portal na Cirose Hepática \- Elevação da Pressão nos Capilares Peritoneais \- \*\*Mecanismo\*\*: A elevação da pressão venosa porta leva ao aumento da pressão nos capilares peritoneais, que são os pequenos vasos que revestem a cavidade abdominal. Quando a pressão nesses capilares aumenta, ocorre a transudação de líquido para o espaço peritoneal, resultando em \*\*ascite\*\* (acúmulo de líquido no abdômen). \- \*\*Complicação associada\*\*: \- \*\*Ascite\*\*: É o acúmulo de líquido no espaço entre o revestimento do abdômen e os órgãos abdominais. Ocorre devido ao desequilíbrio entre a pressão hidrostática e oncótica, promovido pela hipertensão porta e pela hipoalbuminemia. \- Shunting Portossistêmico do Sangue \- \*\*Definição\*\*: O shunt portossistêmico refere-se ao desvio do sangue da veia porta diretamente para a circulação sistêmica sem passar pelo fígado, o que compromete a capacidade do fígado de metabolizar substâncias tóxicas e de realizar suas funções normais. \- \*\*Consequências\*\*: \- \*\*Desvio da amônia e toxinas para a circulação sistêmica\*\*: O fígado é responsável por metabolizar e eliminar toxinas, incluindo a amônia. Com o shunt, essas toxinas entram na circulação sistêmica, causando \*\*encefalopatia hepática\*\*, uma condição neurológica grave que pode variar de confusão leve até coma. \- \*\*Formação de vasos colaterais\*\*: Devido à resistência no sistema portal, o corpo tenta criar vias alternativas para drenar o sangue, formando vasos colaterais em áreas como o esôfago, reto e pele abdominal. Esses vasos, no entanto, são frágeis e predispostos a sangramentos. \- Formação de Vasos Colaterais \- \*\*Mecanismo\*\*: O aumento da pressão no sistema porta resulta em formação de colaterais portossistêmicas, ou seja, novas conexões vasculares para aliviar a pressão no sistema portal. Esses vasos estão presentes em locais como o esôfago, reto e parede abdominal. \- \*\*Consequências clínicas\*\*: \- \*\*Cabeça de Medusa\*\*: A dilatação das veias ao redor do umbigo, que aparece como veias tortuosas visíveis na parede abdominal, é chamada de cabeça de Medusa. Esta é uma característica clínica da hipertensão porta. \- \*\*Varizes esofágicas\*\*: São veias dilatadas no esôfago que surgem como resultado do aumento da pressão portal. Essas varizes podem romper e causar sangramento gastrointestinal grave. \- \*\*Hemorróidas\*\*: A pressão aumentada também pode causar dilatação das veias retais, resultando em hemorróidas que podem sangrar. \- Toxinas Para Circulação Sistêmica \- \*\*Mecanismo\*\*: Com o shunt portossistêmico, o sangue contendo toxinas intestinais, incluindo a amônia, desvia o fígado e entra diretamente na circulação sistêmica, sem ser metabolizado. \- \*\*Complicação\*\*: \- \*\*Encefalopatia hepática\*\*: Uma complicação grave causada pela falha do fígado em remover toxinas, particularmente a amônia. Clinicamente, manifesta-se como alterações cognitivas, confusão mental, desorientação, letargia e, em casos graves, coma. \- Esplenomegalia \- \*\*Definição\*\*: O aumento do baço (esplenomegalia) ocorre devido ao acúmulo de sangue no sistema venoso portal, que leva à congestão do baço. Essa condição é comum em pacientes com hipertensão porta. \- \*\*Consequências\*\*: \- \*\*Anemia\*\*: A destruição de glóbulos vermelhos no baço aumentado pode resultar em anemia, uma redução na quantidade de hemoglobina ou de eritrócitos no sangue. \- \*\*Leucopenia\*\*: A destruição de leucócitos (glóbulos brancos) também ocorre no baço, resultando em uma baixa contagem de leucócitos, comprometendo o sistema imunológico. \- \*\*Trombocitopenia\*\*: A destruição excessiva de plaquetas no baço pode levar à trombocitopenia (baixa contagem de plaquetas), o que aumenta o risco de sangramentos espontâneos, agravado pela fragilidade dos vasos colaterais formados. \- Sangramento \- \*\*Mecanismo\*\*: O aumento da pressão nos vasos formados em resposta à hipertensão porta (como as varizes esofágicas e hemorróidas) faz com que esses vasos se tornem frágeis e propensos a ruptura, levando a sangramentos graves e potencialmente fatais. A trombocitopenia também contribui para o risco aumentado de hemorragia. \- \- Insuficiência Hepática na Cirrose Hepática \- \*\*Distúrbios das Funções de Síntese e Armazenamento\*\* \- \*\*Glicose\*\*: O fígado é responsável pela regulação dos níveis de glicose no sangue. \- \*\*Episódios de Hipoglicemia\*\*: A incapacidade de armazenar e liberar glicose em resposta às necessidades do corpo leva a episódios de hipoglicemia. \- \*\*Proteínas\*\*: O fígado sintetiza diversas proteínas, incluindo a albumina e fatores de coagulação. \- \*\*Hipoalbuminemia\*\*: Redução na produção de albumina, uma proteína importante para a manutenção do equilíbrio de líquidos. \- Consequência: \*\*Edema e Ascite\*\* (acúmulo de líquido no abdômen) devido à baixa pressão oncótica. \- \*\*Fatores de Coagulação Reduzidos\*\*: Diminuição da síntese de proteínas envolvidas na coagulação. \- Consequência: \*\*Sangramento\*\* e aumento do risco de hemorragias. \- \*\*Lipoproteínas e Colesterol\*\*: O fígado também participa na síntese e metabolismo de lipoproteínas e colesterol. \- \*\*Colesterol Reduzido\*\*: A insuficiência hepática pode reduzir os níveis de colesterol no organismo. \- \*\*Sais Biliares\*\*: O fígado sintetiza sais biliares, fundamentais para a digestão e absorção de gorduras. \- \*\*Absorção de Gorduras Reduzida\*\*: A falta de sais biliares leva a uma absorção insuficiente de gorduras. \- Consequência: \*\*Fezes Gordurosas\*\* (esteatorreia) e \*\*Deficiência de Vitaminas Lipossolúveis\*\* (A, D, E, K), que necessitam de gordura para serem absorvidas. \- \- \*\*Distúrbios das Funções Metabólica e Excretora\*\* \- \*\*Aminoácidos\*\*: O fígado converte amônia em ureia, um processo essencial para evitar a toxicidade. \- \*\*Conversão Reduzida de Amônia em Ureia\*\*: A acumulação de amônia devido à incapacidade do fígado de convertê-la em ureia. \- Consequência: \*\*Encefalopatia Hepática\*\* (comprometimento da função cerebral, causando confusão mental e até coma). \- \*\*Hormônios Esteroides\*\*: O fígado metaboliza hormônios esteroides como aldosterona, andrógenos e estrogênios. \- \*\*Aldosterona Aumentada\*\*: A diminuição na metabolização da aldosterona leva ao seu acúmulo. \- Consequência: \*\*Edema e Ascite\*\* devido à retenção de sódio e água no organismo. \- \*\*Andrógenos e Estrogênios Aumentados\*\*: O acúmulo de hormônios sexuais afeta o equilíbrio hormonal. \- Consequência: \*\*Ginecomastia e Atrofia Testicular\*\* em homens e \*\*Irregularidades Menstruais\*\* em mulheres. \- \*\*Fármacos\*\*: O fígado é responsável pela metabolização de diversos medicamentos. \- \*\*Interações e Efeitos Tóxicos dos Fármacos\*\*: A insuficiência hepática compromete a eliminação adequada de fármacos, aumentando o risco de efeitos colaterais e toxicidade. \- \*\*Bilirrubina\*\*: Produto da degradação de hemácias que o fígado processa e excreta na bile. \- \*\*Hiperbilirrubinemia\*\*: Acúmulo de bilirrubina no sangue devido à falha na excreção. \- Consequência: \*\*Icterícia\*\* (coloração amarelada da pele e olhos) pela alta concentração de bilirrubina. \- \- Manifestações da Cirrose Hepática \- \*\*Encefalopatia Hepática\*\* \- \*\*Definição\*\*: Condição neurológica caracterizada por alterações mentais e comportamentais, desde confusão leve até coma. \- \*\*Mecanismo\*\*: Devido à falência hepática, o fígado não consegue converter adequadamente a \*\*amônia\*\* e outras toxinas em produtos não tóxicos (como a ureia). Essas substâncias tóxicas, como a amônia, se acumulam no sangue e afetam o sistema nervoso central, resultando em disfunção cerebral. \- \- \*\*Telangiectasia Facial\*\* \- \*\*Definição\*\*: Pequenos vasos sanguíneos dilatados, visíveis na superfície da pele, especialmente na face. \- \*\*Mecanismo\*\*: A falência hepática resulta em aumento dos níveis de \*\*estrógeno\*\*, que promove a dilatação dos pequenos vasos sanguíneos, formando essas pequenas manchas vermelhas. \- \- \*\*Hálito Hepático\*\* \- \*\*Definição\*\*: Odor doce ou de "maçã podre" no hálito de pacientes com falência hepática avançada. \- \*\*Mecanismo\*\*: O fígado danificado não consegue metabolizar compostos sulfurados, como o \*\*dimetilsulfeto\*\*, que são excretados pelos pulmões, causando o odor característico. \- \- \*\*Icterícia\*\* \- \*\*Definição\*\*: Coloração amarelada da pele e das escleras (parte branca dos olhos). \- \*\*Mecanismo\*\*: A falência hepática prejudica o metabolismo e excreção da \*\*bilirrubina\*\*, um subproduto da degradação da hemoglobina. A bilirrubina acumulada no sangue é depositada nos tecidos, resultando na coloração amarelada. \- \- \*\*Nevo Aracniforme\*\* \- \*\*Definição\*\*: Lesões vasculares em forma de \"aranha\", com pequenos vasos dilatados irradiando de um ponto central. \- \*\*Mecanismo\*\*: O aumento dos níveis de \*\*estrógeno\*\* devido à disfunção hepática promove a dilatação de pequenos vasos sanguíneos, especialmente na pele do tórax e rosto. \- \- \*\*Varizes Esofágicas\*\* \- \*\*Definição\*\*: Dilatação anormal das veias do esôfago, que se tornam tortuosas e frágeis. \- \*\*Mecanismo\*\*: A \*\*hipertensão portal\*\* ocorre quando o fluxo de sangue no fígado é bloqueado pela fibrose hepática, aumentando a pressão na veia porta. O sangue busca vias colaterais, como as veias do esôfago, que se dilatam e podem romper, causando hemorragias graves. \- \- \*\*Perda de Massa Muscular\*\* \- \*\*Definição\*\*: Diminuição da massa muscular esquelética, resultando em fraqueza e emagrecimento. \- \*\*Mecanismo\*\*: A falência hepática leva à \*\*desnutrição\*\* e \*\*catabolismo proteico\*\*. A incapacidade do fígado de metabolizar nutrientes adequadamente, aliada ao aumento da degradação muscular para fornecer energia, resulta em perda muscular progressiva. \- \- \*\*Ginecomastia\*\* \- \*\*Definição\*\*: Aumento do tecido mamário em homens. \- \*\*Mecanismo\*\*: O fígado danificado não consegue metabolizar adequadamente o \*\*estrógeno\*\*. Esse acúmulo de estrógeno no organismo resulta em \*\*hipogonadismo\*\* (diminuição das funções sexuais) e aumento do tecido mamário nos homens. \- \- \*\*Esplenomegalia\*\* \- \*\*Definição\*\*: Aumento do tamanho do baço, visível ou palpável no abdômen. \- \*\*Mecanismo\*\*: A \*\*hipertensão portal\*\* aumenta a pressão nas veias que drenam o baço, levando ao acúmulo de sangue no órgão e à sua consequente dilatação. Esse acúmulo sanguíneo é conhecido como \*\*congestão esplênica\*\*. \- \- \*\*Cabeça de Medusa\*\* \- \*\*Definição\*\*: Dilatação visível das veias ao redor do umbigo, formando um padrão semelhante ao da \"cabeça de Medusa\". \- \*\*Mecanismo\*\*: A \*\*hipertensão portal\*\* força o sangue a buscar vias colaterais para retornar ao coração. Uma dessas rotas é através das veias abdominais superficiais, que dilatam e se tornam visíveis como a \"cabeça de Medusa\". Isso ocorre quando as veias portal e paraumbilical colaterais se dilatam, tornando-se visíveis. \- \- \*\*Ascite\*\* \- \*\*Definição\*\*: Acúmulo anormal de líquido no abdômen, causando distensão abdominal. \- \*\*Mecanismo\*\*: A \*\*hipertensão portal\*\* e a redução dos níveis de \*\*albumina\*\* (produzida pelo fígado) levam à retenção de líquidos na cavidade abdominal. A pressão elevada nas veias porta resulta no extravasamento de fluidos para o espaço peritoneal, agravado pela diminuição da pressão oncótica devido à hipoalbuminemia. \- \- \*\*Eritema Palmar\*\* \- \*\*Definição\*\*: Vermelhidão nas palmas das mãos, especialmente na área próxima ao polegar. \- \*\*Mecanismo\*\*: O aumento dos níveis de \*\*estrógeno\*\* no sangue, causado pela falência hepática, resulta em dilatação dos vasos nas palmas das mãos, produzindo essa coloração avermelhada. \- \- \*\*Hemorroidas\*\* \- \*\*Definição\*\*: Dilatação das veias na região anal e retal. \- \*\*Mecanismo\*\*: A \*\*hipertensão portal\*\* aumenta a pressão nas veias do sistema venoso inferior, incluindo as veias hemorroidárias. Isso leva à dilatação dessas veias, causando as \*\*varizes anorretais\*\*, ou hemorroidas. \- \- \*\*Atrofia dos Testículos\*\* \- \*\*Definição\*\*: Diminuição do tamanho dos testículos em homens, frequentemente acompanhada por disfunção reprodutiva. \- \*\*Mecanismo\*\*: A \*\*disfunção hepática\*\* leva ao acúmulo de \*\*estrógenos\*\* e à diminuição dos hormônios androgênicos, como a \*\*testosterona\*\*. Esse desequilíbrio hormonal resulta na atrofia dos testículos e em \*\*hipogonadismo\*\*, com diminuição da produção de esperma e testosterona. \-

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