Evolução histórica dos conceitos de saúde e doença PDF
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Esta apresentação discute a evolução histórica dos conceitos de saúde e doença, passando por modelos como o mágico-religioso, o humoral e a teoria dos germes. Abrange também discussões sobre a causalidade e a percepção da saúde no decorrer do tempo, incluindo fatores sociais e culturais.
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Graduação em Enfermagem Disciplina Saúde Coletiva I SAÚDE DOENÇA SOCIAL ECONÔMICA POLÍTICA CULTURAL Concepção de saúde e doença Não representa a mesma coisa para todas as...
Graduação em Enfermagem Disciplina Saúde Coletiva I SAÚDE DOENÇA SOCIAL ECONÔMICA POLÍTICA CULTURAL Concepção de saúde e doença Não representa a mesma coisa para todas as pessoas Dependerá de Dependerá da valores individuais, época, do dependerá de lugar, da classe concepções social. científicas, religiosas, filosóficas. Modelos explicativos do processo de saúde, doença e cuidado Estes conceitos têm conseqüências sobre: o diagnóstico e a terapia, a atitude e o comportamento dos profissionais de saúde. Influenciam também a forma como os indivíduos lidam com a doença, as suas atitudes, a forma como se dão as escolhas morais e o significado cultural dos comportamentos do estar doente ou bem de saúde (Engelhardt, 1998). a varíola do faraó Ramsés V DOENÇA ACOMPANHA A ESPECIE HUMANA Caso de sífilis mais antigo foi o de criança morta há 9,4 mil anos em MG DOENÇA CONCEPÇÕES PREDOMINANTES Idade Média: fase mágico- Religiosa x teoria Humoral Séculos XVI-XIX: Teoria miasmática – Teoria do contágio Século XIX: Fase microbiológica – Teoria dos germes (microbiana) – unicausalidade Século XX – Causalidade Múltipla FamilyID=Office_ArchiveTorn Modelo mágico-religioso ou xamanístico Modelo mágico- religioso Antiguidade (Mesopotamia) Advento do Cristianismo Fatores etiológicos atribuído à ação de deusudes demônios ou de forças do mal Castigo ao pecador, penitência purificadora ou possessão demoníaca O adoecer era concebido como resultante de transgressões de natureza individual e Modelo mágico- coletiva, sendo requeridos, para reatar o religioso enlace com as divindades, processos liderados pelos sacerdotes, feiticeiros ou xamãs (Herzlich, 2004) MODELO MÁGICO-RELIGIOSO PECADO DOENÇA REDENÇÃO CURA MODELO MÁGICO-RELIGIOSO Práticas de cura Eram feitios, as rezas, benzeduras, procedimentos rituais magias Feiticeiros, sacerdotes e xamas as cerimônias de cura, as cirurgias espirituais, o fluxo de energias, o uso de patuás ou amuletos, o “pagamento” de promessas e vários outros ritos relacionados à saúde. FamilyID=Office_ArchiveTorn TEORIA HUMORAL EMPÍRICO-RACIONAL PRIMEIRAS OPOSIÇÕES Asclépio Deus da Saúde. A primeira era considerada a deusa da cura e a ela se atribui o modo individual da medicina clínica. A segunda era considerada a deusa da harmonia dos homens com o ambiente, e de seu nome deriva-se o conceito de higiene. TEORIA HUMORAL Atribuída a Hipocretes (Paia da Medicina – 460 – 370 a.C) – Grecia Antiga Valorização do conhecimento empírico (observação e tentativa) “ A doença chamada sagrada (...) não é, em mim opinião, mais divina ou sagrada que qualquer outra doença; tem uma causa natural e sua origem supostamente divina reflete a ignorância humana”. Hipócrates “the Sacred diase”, em Lester S. King (org), A history of Medicina (Londres: Penguin Books Mddiesex, 1971), p.54. TEORIA HUMORAL Baseada nos quatro elementos: Água ( fria e úmida Terra ( fria e seca) Relação com os fluídos do corpo (humores) e as Ar (quente e úmido) possíveis doenças Fogo (quente e seco) (bile amarela, bile negra, fleuma e sangue) Teoria humoral Teoria humoral Saúde: Equilíbrio dos 4 elementos corporais: sangue (quente e úmido), fleuma (fria e úmida), a bílis amarela (quente e seca) e a bílis negra ( fria e seca). Doença: excesso, falta ou acúmulo de humores no organismo CAUSA CURA ALIMENTAÇÃO DIETA FamilyID=Office_ArchiveTorn TEORIA MIASMÁTICA TEORIA MIASMÁTICA Concepção restaurada do Renascimento - Desenvolvimento da ciência Impurezas existentes no ar (miasmas - "maus ares"), que se originavam a partir da exalações de pessoas e animais doentes, emanações dos pântanos, de dejetos e substancia em decomposição causam doenças. Acreditava-se que o ao impedir a propagação dos maus odores, seria possível prevenir ou evitar epidemias. essa teoria "não cientifica" foi responsável pelo surgimento do movimento higienista no período, que salvou milhões de vidas. TEORIA DO CONTÁGIO Teoria do contágio "sementes de contágio" capazes de se multiplicar no organismo de doentes seriam transmitidas de um sujeito a outro pelo contato direto ou pelo ar; Lavagem das mãos, separação de doentes e sãos, quarentena, limitação de liberdade individual, controle das águas de beber e dos esgotos Teoria do contagio O microscópio é criado ERA BACTERIOLÓGICA TEORIA DOS GERMES Século XIX - Pasteur demostra, com o uso do microscópio, que cada doença infecciosa é provocada por microrganismo específico Descoberta dos micróbios (vírus e bactérias) Agente etiológico das doenças. Teoria dos germes Prática de cura se dá através de medidas de proteção e controle Produção de vacinas Medicação específica Uso de antissépticos Transição do Uni Causal – Multicausalidade Século XX Teoria Unicausal não consegue explicar todas as doenças Teoria Multicausal ganha espaço: defende que as doenças eram causadas por diversos fatores que se relacionavam Transição do Uni Causal – Multicausalidade Infecto Crônicas Fase Causalidade Multipla Incorporação do social e/ou do psicossocial para explicar o aparecimento e manutenção das doenças na coletividade, em interação com os fatores físicos e biológicos MODELOS DE SAÚDE E DOENÇA MODELOS DE SAÚDE E DOENÇA Modelo Biomédico Modelo Processual Não excludentes, se completam Modelo Sistêmico Modelos Socioculturais MODELO BIOMÉDICO MODELO BIOMÉDICO Causa exógenas das doenças ou endógenas involuntárias. Doenças causadas por desequilíbrios físicos, bactérias, vírus e predisposição genética. Os indivíduos não são considerados responsáveis pela sua doença, são vítimas de uma força externa que provoca mudanças internas. O tratamento visa mudar o estado físico do corpo: vacinação, cirurgia, quimioterapia, radioterapia...A responsabilidade pelo tratamento cabe á classe médica. Modelo Biomédico Doença “desajustamento ou falha nos mecanismos de adaptação do organismo ou uma ausência de reação aos estímulos a cuja ação está exposto”. O conceito biomédico se aplica a organismos de todas as espécies e por isso deve ser analisado em termos biológicos. Modelo biomédico Descartes; MODELO SISTEMICO MODELO SISTEMICO Final da década de 1970 O sistema, neste caso, é entendido como: “um conjunto de elementos, de tal forma relacionados, que uma mudança no estado de qualquer elemento provoca mudança no estado dos demais elementos” MODELO SISTEMICO Segundo essa concepção, a estrutura geral de um problema de saúde é entendida como uma função sistêmica, na qual um sistema epidemiológico se constitui num equilíbrio dinâmico. Ou seja, cada vez que um dos seus componentes sofre alguma alteração, esta repercute e atinge as demais partes, num processo em que o sistema busca novo equilíbrio. SISTEMA EPIDEMIOLÓGICO O conjunto formado por agente suscetível e pelo ambiente, dotado de uma organização interna que regula as interações determinantes da produção da doença, juntamente com os fatores vinculados a cada um dos elementos do sistema. (Almeida Filho; Rouquayrol, 2002, p. 49). MODELO PROCESSUAL MODELO PROCESSUAL A busca por explicações causais do processo saúde-doença resultou na configuração da HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS (HND) Conjunto de processos interativos que criam estímulo patológico no meio ambiente, passando pela resposta do ser humano ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. (Leavell& Clark, 1976). É o curso da doença desde o início até a resolução, ausência de intervenção. Resumindo: é o modo próprio de involuir que tem toda doença ou HISTORIA NATURAL DA processo, quando DOENÇA se deixa seguir o seu próprio curso. MODELO PROCESSUAL Objetivo principal: Dar sentido aos diferentes métodos de prevenção e controle de doenças e problemas de saúde A expectativa é que a produção do conhecimento epidemiológico possibilite a prevenção. A História Natural da Doença representa um avanço em relação ao modelo biomédico clássico, já que considera um processo de múltiplas e complexas determinações. HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS Apresenta uma dimensão basicamente qualitativa de todo o ciclo, dividindo em dois momentos sequenciais o desenvolvimento do processo saúde-doença: Pré-patogênico Patogênico. período epidemiológico, diz corresponde ao momento respeito à interação entre os quando o homem interage com fatores do agente, do hospedeiro um estímulo externo, apresenta e do meio ambiente sinais e sintomas e submete-se a um tratamento. HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS Domínios: –Meio Interno: hospedeiro no qual se desenvolve a doença –Meio externo: onde atuam agentes e determinantes Agentes: físicos, químicos, biopatógenos, nutricionais, genéticos Determinantes: econômicos, culturais, ecológicos, biológicos, psicossociais HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS Período Pré-patogênico: Interação do susceptível x ambiente x agente Período Patogênico: Depende de pré-condições internas –Quatro níveis: Interação agente-hospedeiro Alterações bioquímicas e histológicas (lesões) Sinais e sintomas Cronicidade MODELOS SOCIOCULTURAIS MODELOS SOCIOCULTURAIS Field, 1976: “Enfermidade não implicaria simplesmente uma condição biologicamente alterada, mas também um estado socialmente alterado que pode ser visto tanto como desviante quanto como (normalmente) indesejável.” Modelo de saúde-doença Kleinman/Good: Doença = Enfermidade + Moléstia. –Moléstia = experiência e a percepção individual relativa aos problemas decorrentes da doença –Enfermidade = processos de significação social da doença (âmbito psicológico individual) Kleinman/Good As oportunidades –probabilidades com que contam as pessoas para satisfazerem suas necessidades e desejos não diferem de forma aleatória, nem devido a outros fatores ambientais, genéticos ou biológicos. São calculadamente diferentes principalmente porque tem sua base na estrutura social, especialmente nos processos de produção e distribuição de bens escassos. REFERÊNCIAS Almeida Filho, N; Rouquayrol, M. Z. Modelos de saúde-doença: introdução à epidemiologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Medci Ed., 2002. p. 27-64. Barr os, J. A. C. Pensando o processo saúde doença: a que responde o modelo biomédico? Revista Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 1-11, jan./jul. 2002. Castellan os, P. L. Sobre o conceito de saúde-doença: descrição e explicação da situação de saúde. Boletim Epidemiológico [da] Organização Pan-Americana de Saúde, v. 10, n. 4, p. 25-32, 1990. Sabr oza , P. C. Concepções de saúde e doença. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, 2004. Mimeografado. ORBIGADA!