Resumos de Enfermagem e Adoecer no Humano I PDF
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Este documento apresenta resumos sobre enfermagem e adoecer no humano. Abrange tópicos como intervenções de enfermagem, processo de doença, incluindo a avaliação do conhecimento do paciente e as atividades a serem realizadas, procedimentos e tratamentos, e princípios gerais da administração de medicamentos. O documento discute também a preparação e administração de medicação, incluindo a importância da segurança e da monitorização dos efeitos.
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Enfermagem e Adoecer no Humano I Professora Lúcia Intervenções de enfermagem Þ O exercício profissional dos enfermeiros, insere-se num contexto de atuação multiprofissional; Þ Assim, distinguem-se...
Enfermagem e Adoecer no Humano I Professora Lúcia Intervenções de enfermagem Þ O exercício profissional dos enfermeiros, insere-se num contexto de atuação multiprofissional; Þ Assim, distinguem-se dois tipos de intervenções de enfermagem: As iniciadas por outros técnicos da equipa (intervenções interdependentes), por ex: prescrições médicas; As iniciadas pela prescrição do enfermeiro (intervenções autónomas). Þ Nas intervenções de enfermagem que se iniciam na prescrição elaborada por outro técnico da equipa de saúde, o enfermeiro assume a responsabilidade pela sua implementação; Þ As intervenções de enfermagem que se iniciam na prescrição elaborada pelo enfermeiro, o enfermeiro assume a responsabilidade pela prescrição e pela implementação técnica da intervenção. “Os Enfermeiros prestam cuidados de Enfermagem a pessoas em situação de saúde e de doença,... a pessoas incapazes de tratarem de si próprias, ou por não saberem, ou por não terem vontade de o fazer, ou por precisarem de ajuda.” (Hendersen, 1962) São elementos importantes face à prevenção de complicações: Þ A identificação, o mais rapidamente quanto possível, dos problemas potenciais do cliente, relativa/ aos quais o enfermeiro tem competência (de acordo com o seu mandato social); Para prescrever, implementar e avaliar intervenções que contribuem para evitar esses mesmos problemas ou minimizar-lhes os efeitos indesejáveis; Þ A prescrição das intervenções de enfermagem face aos problemas potenciais identificados; Þ O rigor técnico/científico na implementação das intervenções de enfermagem; Þ A referenciação das situações problemáticas identificadas para outros profissionais envolvidos no processo de cuidados de saúde; Þ A supervisão das atividades que concretizam as intervenções de enfermagem e que foram delegadas pelo enfermeiro; Þ A responsabilização do enfermeiro pelas decisões que toma, pelos atos que pratica e que delega. PROCESSO DE DOENCA Definição: Assistir ao doente para que compreenda informações relacionadas a determinado processo de doença. ATIVIDADES: Avaliar o atual nível de conhecimento do doente, relacionado com o processo de doença; Explicar a fisiopatologia da doença e a forma como ela se relaciona à anatomia e fisiologia, quando adequado; Descrever os sinais e sintomas mais comuns da doença, quando adequado; Dar informações ao doente sobre a sua condição; Dar à família/pessoas significativas informações sobre o progresso do doente; Discutir mudanças no modo de vida que podem ser necessárias para prevenir complicações futuras e /ou o processo de controle da doença; Discutir opções de terapia/tratamento; Descrever as razões que fundamentam as recomendações sobre o controle /terapia/tratamento; Encorajar o doente a examinar opções/obter uma segunda opinião; Descrever possíveis complicações crónicas; Orientar o doente sobre as medidas para prevenir/minimizar os efeitos secundários do tratamento da doença; Orientar o doente sobre as medidas de controle/minimização de sintomas; Encaminhar o doente a instituições/grupos de apoio da comunidade local; Orientar o doente sobre os sinais e sintomas que devem ser relatados; Providenciar nos de telefone a serem chamados quando ocorram complicações; Reforçar as informações oferecidas por outros membros da equipa de cuidados de saúde. PROCEDIMENTO/TRATAMENTO Definição: Preparação de um doente para compreender e preparar-se, mental/ para um procedimento ou tratamento prescrito. ATIVIDADES: Informar o doente/ pessoas significativas sobre: Data e o local em que ocorrerá o procedimento/tratamento; A duração esperada do procedimento/tratamento; A pessoa que fará o procedimento/tratamento; Reforçar a confiança do doente nos profissionais envolvidos; Explicar o objetivo do procedimento/tratamento; Descrever as atividades do procedimento/tratamento; Obter/testemunhar o consentimento informado do doente para o procedi- mento/tratamento, conforme a política da instituição; Orientar o doente sobre as formas de colaborar/participar durante o procedimento/tratamento; Apresentar o doente aos profissionais que estarão envolvidos no procedimento/tratamento; Explicar a necessidade de determinado equipamento (ex: recurso de monitorização) e sua função; Discutir a necessidade de medidas especiais durante o procedimento /tratamento; Informar sobre o que será ouvido, inalado, visto, sentido durante o evento; Descrever os cuidados pós procedimento tratamento e os respetivos motivos; Informar os doentes sobre formas de ajudarem na recuperação; Reforçar as informações dadas por outros membros da equipa de saúde; Orientar o doente para utilizar técnicas de relaxamento para o controle de determinados aspetos da experiência; Determinar as expectativas do doente quanto ao procedimento/tratamento; Corrigir expectativas erradas quanto ao procedimento; Discutir o tratamentos alternativos; Dar tempo ao doente para que faça perguntas e discuta suas preocupações; Incluir a família e as pessoas significativas. Preparação e Administração de Terapêutica O sistema de medicação é constituído por vários processos e etapas distintas, a: Þ Prescrição; Þ Distribuição; Þ Preparação; Þ Administração do medicamento ao doente; Þ A monitorização do seu efeito. A administração de medicação é um processo multi e interdisciplinar; Exige conhecimento científico e atuação adequada por parte dos implicados, tendo o enfermeiro um papel central; Corresponde à interseção entre o tratamento médico e o plano de cuidados de enfermagem; A preparação e administração de medicação aos utentes não se esgota em si mesmo; tal responsabilidade estende-se também ao ensino aos utentes e familiares para o uso correto da medicação; RESPONSABILIDADE ETICA E LEGAL DA ENFERMAGEM NA ADMINISTRACAO DE MEDICAMENTOS O exercício profissional do enfermeiro alicerça-se num quadro de referência que assenta em vários documentos: Þ Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros (REPE); Þ Código Deontológico do Enfermeiro (CDE); Þ Enquadramento Conceptual e Enunciados Descritivos dos Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem; Þ Competências Comuns e Específicas do Enfermeiro e Enfermeiro Especialista. FUNÇÕES DE ENFERMAGEM: “ Procedem à administração da terapêutica prescrita, detetando os seus efeitos e atuando em conformidade, devendo, em situação de emergência, agir de acordo com a qualificação e os conhecimentos que detêm, tendo como finalidade a manutenção ou recuperação das funções vitais” REPE artº.9 – 4 A administração de terapêutica não deve ser considerada como um ato isolado, mas como uma parte de um plano terapêutico, em que o enfermeiro na sua área de intervenção, deve: Þ Efetuar a avaliação da pessoa /situação, colhendo os dados que considere pertinentes de forma a que a sua intervenção seja individualizada; Þ Indo ao encontro das necessidades que identifica, tendo em conta a idade da pessoa, o seu estado geral, a informação que obteve acerca das formas de administração, dos efeitos secundários; Þ Sendo autónomo para decidir qual a melhor forma de efetuar o procedimento. COMPETENCIAS DO ENFERMEIRO DE CUIDADOS GERAIS A prescrição de medicamentos efetua-se mediante receita médica, devendo obedecer às disposições legais em vigor e, quando aplicável, atender às normas de orientação clínica emitidas pela Direção Geral da Saúde, em articulação com a Ordem dos Médicos. Conforme definido no Regulamento do Perfil de Competências do Enfermeiro de Cuidados Gerais, na competência de promoção de um ambiente seguro, são critérios de competência entre outros: Þ Garantir a segurança da administração de substâncias terapêuticas; Þ Registar e comunicar à autoridade competente as preocupações relativas à segurança. A preparação e administração de medicamentos enquadra-se no conjunto das intervenções terapêuticas da competência dos Enfermeiros. Deve obedecer obrigatoriamente a procedimentos que assegurem a segurança: Þ Ter na sua base uma prescrição médica da terapêutica; Þ Ter informação atempada de eventuais alterações das prescrições, de forma a garantir-se o cumprimento adequado do plano terapêutico; Þ Garantir os procedimentos de segurança na administração; A preparação e administração de medicamentos constitui-se como intervenção interdependente (iniciada pelo médico- prescrição do medicamento) Realizada pelo enfermeiro de acordo com as respetivas qualificações profissionais, para atingir um objetivo comum, decorrentes de planos de ação previamente definidos pelas equipas multidisciplinares em que estão integrados e das prescrições ou orientações previamente formuladas. Sendo a prescrição de medicamentos da responsabilidade médica, a preparação e administração de medicamentos enquadra-se no conjunto das intervenções terapêuticas da estrita competência dos Enfermeiros, não delegáveis, pelo que não pode ser assumido por outros profissionais que não os enfermeiros. PRINCÍPIOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Exige-se aos enfermeiros, conhecimento sobre: As implicações legais na preparação e administração de fármacos; As técnicas de preparação e administração seguras; Cada fármaco implicando identificar: Nome genérico, químico e comercial; Grupo farmacológico; Posologia habitual – dose terapêutica; Via de administração; Efeito terapêutico; Efeitos colaterais; Contra-indicações e incompatibilidades; Reconstituição, estabilidade e conservação. RECONSTITUIÇÃO DOS FÁRMACOS: A reconstituição pode apresentar diferenças entre os diversos tipos existentes; Essa reconstituição é feita com: Água estéril para injetáveis, soro fisiológico ou soro glicosado a 5%, dependendo das caraterísticas e compatibilidade de cada substância; Fatores responsáveis pela alteração da solubilidade: Þ pH de alguns fármacos e solventes; Þ Temperatura, responsável pela ocorrência de reações de degradação de fármacos em diferentes velocidades; Þ Exposição à luz, a qual desencadeia as reações de fotólise (decomposição ou dissociação de compostos químicos causada pela luz ou pela radiação ultravioleta) em fármacos fotossensíveis. ESTABILIDADE DOS FÁRMACOS: Ao proceder-se a uma mistura intravenosa ou intramuscular, alteram-se cada uma das caraterísticas dos seus componentes; O intervalo de tempo entre a preparação do fármaco e a sua efetiva administração pode condicionar a sua estabilidade, pelo que é importante conhecer os fatores que podem alterar a estabilidade da solução: Natureza e concentração do medicamento; Composição e pH do solvente; Perfis de pH e velocidade de degradação; Natureza do recipiente da solução; Temperatura; Luz natural e outras radiações. Incompatibilidades físico-químicas: Correspondem às reações que ocorrem quando se procede à mistura de fármacos ou de um fármaco com um veículo originando alteração da cor, turvação, formação de espuma, libertação de gás e precipitação; A mais comum é a precipitação podendo ocorrer no frasco da mistura ou no sistema de perfusão, sendo potencialmente perigosa. INTERAÇÕES DE MEDICAMENTOS: Ocorrem quando dois ou mais medicamentos são utilizados concomitantemente e a ação de um deles é alterada pela presença do outro. A alteração pode acarretar diminuição da eficácia do fármaco ou aumento de efeitos farmacodinâmicos que produzem eventos medicamentosos adversos; Estes fenómenos podem resultar de alterações nos efeitos de um medicamento, aquando da ingestão simultânea de outro medicamento (interações do tipo medicamento-medicamento) ou do consumo de determinado alimento (interações do tipo alimento-medicamento). Segurança Química na administração de medicamentos Conhecimento do medicamento; Métodos de preparação; Técnicas de Administração de Medicamentos; Regras de administração segura; Monitorização do seu efeito Regras de Seguranca de preparacao e administracao de medicamentos Þ DOENTE/CLIENTE Certo; Þ MEDICAMENTO Certo; Þ DOSE Certa; Þ VIA DE ADMINISTRAÇÃO Certa; Þ HORÁRIO Certo; Þ REGISTO/DOCUMENTAÇÃO Certo; Þ PREPARAÇÃO certa (forma apresentação, diluição, validade....); Þ CONHECIMENTO certo (ação, efeitos secundários, interações, incompatibilidades,...); Þ EDUCAÇÃO certa (realizar ensinos , esclarecer dúvidas); Þ Prescrição certa; Þ Ação certa;.... De acordo com vários autores, os nove certos não impossibilitam a ocorrência de erros, mas aumentam a probabilidade destes não serem cometidos. CONHECIMENTO DO MEDICAMENTO OS 3 NOMES USUAIS DO MEDICAMENTO: Prescrição Médica O Enfermeiro TEM DE SABER Nome do Doente; (aplicar os conhecimentos da Data; Farmacologia) Medicamento; Nome genérico e Dose; comercial; Via de administração; Ação e dose habitual; Frequência e a Via de administração; Duração; Efeitos terapêuticos; Nome do Médico Efeito secundários; Interação; Incompatibilidades; Farmacocinética. Métodos de Preparação da Medicação: Þ Método Tradicional: está mais fora de uso. Cada serviço tem o seu armário com medicamentos e são os enfermeiros que procuram e preparação o fármaco; Þ Método Unidose: a farmácia prepara e envia para os serviços a medicação prescrita para os doentes. Essa medicação é colocada num carrinho, que por norma tem uma gaveta para cada doente com a sua devida identificação. Pode ter por base uma aplicação informática que contempla a preparação, a distribuição e o registo. Transcrição Medicação (é sempre utilizada no método tradicional e são utilizados cartões de medicação) Þ Folha de prescrição médica em suporte informático(+ comum); Registo de administração de terapêutica de enfermagem suporte informático ou suporte papel; Þ Cartões se em uso na Instituição (- comum). CARTÕES DE MEDICAÇÃO Cada via está associada a uma cor para facilitar durante a preparação do fármaco na sua identificação. Maior parte dos serviços têm um cartão branco em que temos de escrever a informação toda a cerca de onde? Como? E o quê? Vamos dar ao doente. Elementos do cartão de medicação: Nome do doente; Número da cama; Nome do medicamento; Dose; Quantidade; Em algumas situações temos de colocar as duas !!!!! Frequência; Via de administração. Formas farmacologias de apresentacao dos medicamentos ABREVIATURAS USUAIS NAS PRESCRIÇÕES Þ Gts = gotas; Þ SOS = se necessário; Þ EV ou IV = endovenoso ou intravenoso; Þ IM = intramuscular; Þ SC = subcutâneo; Þ ID = intradérmico; Þ AC = antes de comer; Þ PC = após comer; Þ 2xd = duas vezes ao dia; Þ Drag. = drageia; Þ Comp. = comprimido; Þ Amp. = ampola; Þ Caps. = cápsula; Þ PO ou perós = por via oral; Þ OE e OD = olho esquerdo e olho direito; Þ UI = unidades internacionais; Þ OM = todas as manhãs; Þ ON = todas as noites; Þ Sup. = supositório; Þ Ãã = em partes iguais; Þ 1 f. = uma fórmula; Þ C/S=colher de sopa=15cc; Þ C/SOB = colher de sobremesa = 10 cc; Þ C/CH=colher de chá =5cc; Þ C/C=colher de café=2-3cc VIAS DE ADMINISTRAÇÃO/TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: Þ Via oral; Þ Via cutânea: Aplicação de Gel, Loções, Cremes e Pomadas; Aplicação de Sprays; Aplicação Transdérmica Þ Via Ocular: Aplicação de Gotas; Aplicação de Pomada Þ Via Nasal; Þ Via Auricular; Þ Via Vaginal; Þ Via Retal; Þ Via Subcutânea; Þ Via Intradérmica; Þ Via Intramuscular; Þ Via Intravenosa: TerapiaIntermitente; Terapia contínua Þ Via Intratecal ou intra- raquidiana; Þ Via Epidural. Administração de TERAPÊUTICA- intervenções de enfermagem Definição: reparação, administração e avaliação da eficácia de drogas prescritas. Atividades 1. Utilizar um ambiente que maximize a administração segura e eficiente de medicamentos; 2. Verificar a prescrição médica e comparar com a folha de registo de terapêutica de enfermagem/cartão antes da administração; 3. Conferir a folha de registo de terapêutica/cartão com o respetivo medicamento; 4. Saber calcular a dose; 5. Verificar as várias regras da administração de medicamentos; 6. Higienizar as mãos; 7. Reunir o material necessário; 8. Recipiente para sujos de acordo com as normas de triagem de resíduos hospitalares; 9. Preparar o medicamento, usando o equipamento e a técnica adequada para o modo de administração da droga; 10. Verificar a integridade das soluções a administrar e dos recipientes onde estão contidos; 11. Retirar do local as drogas fora de validade ou não rotulada adequadamente; 12. Preparar o medicamento e transportá-lo para a unidade do doente, juntamente com o material ( método = Unidose e tradicional ); 13. Identificar o doente; 14. Explicar o procedimento ao doente e pedir a sua colaboração; 15. Monitorizar os sinais vitais e os dados laboratoriais antes de administrar medicamentos; 16. Pedir ao doente que se posicione ou ajudá-lo a posicionar-se de acordo com o local selecionado; 17. Dar o medicamento usando a técnica e a via adequada; 18. Ajudar o doente a tomar a medicação; 19. Reinstalar o doente, se necessário; 20. Providenciar a recolha e arrumação do material; 21. Colocar o material perfurante/cortante em contentor adequado; 22. Higienizar as mãos; 23. Orientar o doente e a família quanto a ações (e efeitos adversos, se necessário) esperadas da medicação; 24. Monitorizar o doente quanto ao efeito terapêutico do medicamento; 25. Monitorizar possíveis alergias, interações e contra-indicações dos medicamentos; 26. Monitorizar o doente para determinar a necessidade de medicamentos; 27. Monitorizar o doente quanto a efeitos colaterais, toxicidade e interações dos medicamentos; 28. Registar a administração de narcóticos ou outras drogas com restrição, conforme o protocolo da instituição (sujeitas a um controlo específico e rigoroso); 29. Documentar a administração de medicamentos e a reação do doente, conforme as orientações da instituição; 30. Assegurar que os hipnóticos, narcóticos e antibióticos sejam interrompidos ou novamente prescritos na data de renovação. Note Bem: O enfermeiro deve administrar: Þ Apenas os medicamentos que ele próprio preparou, (salvaguardando a medicação preparada na farmácia da Instituição) bem como, Þ Só deve assinar aqueles que (preparou) e administrou. Ensino: MEDICAMENTOS PRESCRITOS (NIC) = Intervenção de Enfermagem Definição: preparação de um doente para, com segurança tomar os medicamentos prescritos e monitorizar os seus efeitos. Atividades: 1. Orientar o doente para reconhecer as caraterísticas específicas do(s) medicamento(s), quando adequado; 2. Informar o doente sobre o nome genérico e comercial de cada medicamento; 3. Orientar o doente sobre o propósito e a ação de cada medicamento; 4. Orientar o doente sobre a dosagem, a via e a duração de cada medicamento; 5. Orientar o doente sobre a administração/aplicação correta de cada medicamento; 6. Avaliar a capacidade do doente para a autoadministração de medicamentos; 7. Orientar o doente para realizar os procedimentos necessários antes de tomar um medicamento (ex: PGC); 8. Informar o doente sobre o que fazer se deixar de tomar a dose do medicamento; 9. Orientar o doente sobre os critérios a utilizar ao decidir alterar a dosagem/horário da medicação; 10. Informar o doente sobre as consequências de não tomar ou repentina/ interromper a medicação; 11. Orientar o doente sobre as precauções específicas a observar ao tomar medicamentos (ex: não conduzir); 12. Orientar o doente sobre os efeitos secundários adversos possíveis de cada medicamento e como aliviar e/ou prevenir esses efeitos; 13. Orientar o doente sobre os sinais e sintomas de dosagem excessiva/reduzida; 14. Informar o doente sobre possíveis interações drogas/alimentos; 15. Orientar o doente sobre a forma de guardar adequadamente os medicamentos; 16. Providenciar ao doente informações escritas sobre a ação, o propósito, os efeitos secundários,... dos medicamentos; 17. Aconselhar o doente a não oferecer medicamentos prescritos a outros; 18. Reforçar informações dadas por outros membros da equipa de saúde; 19. Incluir a família/pessoas significativas. Procedimentos terapêuticos: Terapêutica Parenteral ADMINISTRACAO PARENTERAL DE MEDICAMENTOS É a administração de medicamentos em forma de solução ou suspensão, mediante uma injeção. INJEÇÃO SUBCUTÂNEA; INJEÇÃO INTRADÉRMICA; INJEÇÃO INTRAMUSCULAR; INJEÇÃO INTRAVENOSA/ENDOVENOSA. FATORES QUE CONDICIONAM A ESCOLHA DA VIA PARENTERAL: 1. Estado do doente: Náuseas /vómitos; Pré-operatório; Outros. 2. Propriedades irritantes do fármaco; 3. Propriedades do medicamento que impede de atingir uma concentração plasmática terapêutica quando por via oral; 4. Diminuição da circulação no trato gastrointestinal (estados de choque). Vantagens da via parenteral: Desvantagens da via parenteral: Þ Maior rapidez e eficiência de absorção; Þ Maior risco; Þ Maior certeza da quantidade absorvida; Þ Possibilidade de partir a agulha; Þ Ausência de irritação do aparelho Þ Se medicamento irritante ou absorção lenta pode ocasionar digestivo; necrose, abcessos, dores...; Þ Simplificação da administração a pessoas Þ Risco de lesão de um nervo, veia ou artéria por deficiente inconscientes e em estado grave. escolha do local da punção; Þ A injeção intravenosa de uma solução, não indicada para esta via, pode ter consequências graves e até mortais; Þ Difícil a recuperação de um fármaco, uma vez injetado, em caso de reação adversa (choque). Técnica - Preparação da medicação por Via Parenteral: Se o fármaco se encontra numa ampola: Serrar um dos lados, se necessário e desprender a parte superior com uma ligeira tração (usar compressa); Se a ampola apresenta uma linha colorida em redor do colo, não é necessário serrar; Adaptar a agulha na seringa e introduzir aquela na ampola, aspirando o seu conteúdo; inclinar ligeiramente a ampola, continuando simultaneamente a aspiração. Se o fármaco está contido num frasco hermético: Destacar a parte metálica superior do frasco; Preencher a seringa com a quantidade de ar igual à quantidade de medicamento que se quer aspirar; Introduzir o ar e aspirar o líquido de seguida, invertendo o frasco; Ter sempre o cuidado de respeitar a assépsia, não tocando nas partes da seringa e da agulha que estão esterilizadas. NB: o Ao injetar o ar - agulha não deve contactar com o liquido; o Ao aspirar o medicamento- a agulha deve estar mergulhada no líquido. Se o fármaco está contido em 2 frascos herméticos (Pó e Solvente): Destacar a parte metálica superior dos frascos; Seguir o procedimento anterior ( 1 frasco com líquido); Introduzir uma agulha na tampa de borracha do frasco com o pó e introduzir o solvente líquido no frasco, retirando igual quantidade de ar; Não desconectar a seringa e agitar o frasco; Preencher a seringa com a quantidade de ar igual à quantidade de medicamento que se quer aspirar; Introduzir o ar e aspirar o líquido de seguida, invertendo o frasco; Ter sempre o cuidado de respeitar a assépsia, não tocando nas partes da seringa e da agulha que estão esterilizadas. ADMINISTRACAO de TERAPEUTICA por VIA SUBCUTANEA ( S.C. ) Consiste na introdução de medicamentos no tecido celular subcutâneo; OBJETIVO: Administrar medicamentos por via parentérica em que se pretende uma absorção mais lenta. INJEÇÃO SUBCUTÂNEA Quem executa é Þ O enfermeiro, após prescrição médica; Þ O doente ou o prestador de cuidados depois de ensinado. O Horário depende da prescrição médica e do protocolo do serviço. Orientações quanto à execução: Atender à privacidade do doente; Verificar a integridade das soluções administrar; Usar técnica assética; Trocar agulha, depois de aspirar o medicamento de um frasco hermético, ou de uma ampola; Massajar o local após administração do medicamento está contra- indicado, porque aumenta a velocidade de absorção. LOCAL: Þ Face externa do braço – 1/3 médio da face externa do braço; Þ Face anterior da coxa – 1/3 médio da face antero lateral da coxa; Þ Parede abdominal – a nível inferior da região umbilical Tórax posterior - 1/3 superior (região escapular). NB – Fazer a rotação dos locais de administração (de acordo com protocolo/rotina do serviço) para prevenir a lipodistrofia e excessiva formação e tecido cicatricial, o que dificulta a absorção do medicamento Recursos Carro de unidose ou Tabuleiro com: Seringa de insulina ou de 2ml; Agulha de calibre 25; Agulha de aspiração; Medicamento administrar; Material para desinfeção da pele; Recipiente para sujos de acordo com as normas de triagem de resíduos hospitalares; Contentor para cortantes e perfurantes; Luvas; Cartão com: identificação do doente, fármaco, dose, via , frequência e horário (se ainda utilizado no serviço); Folha de registo de administração de terapêutica. Atividades: Selecionar o local apropriado e expor a área de administração; Desinfetar a região com álcool, com movimentos circulares do centro para a periferia; Fazer uma prega na pele do doente (elevar o tecido subcutâneo apertando- o ligeiramente), com a mão não dominante; Introduzir a agulha num ângulo entre 45º a 90º, conforme comprimento da agulha, tecido adiposo do doente; Desfazer a prega cutânea (exceto alguns casos); Aspirar ligeiramente, puxando o êmbolo para comprovar que a agulha não se encontra em nenhum vaso; Se aparecer sangue, desviar a agulha; Caso não haja retorno de sangue, injetar o fármaco lentamente; Retirar a agulha respeitando o trajeto da sua inserção e ao mesmo tempo exercer leve pressão com compressa alcoolizada; Educar o doente, os familiares e as pessoas significativas a respeito da técnica da injeção, se adequado.(ex: insulinodependentes) ADMINISTRACAO de TERAPEUTICA por VIA INTRADERMICA (I.D. ) Þ Injeção aplicada entre as camadas da pele, em volumes muito pequenos, de substâncias em solução; Þ Utiliza-se quando se deseja obter efeitos locais de um medicamento. Ex: Testes cutâneos; Prova da Tuberculina; Anestesia Local ; Vacinas... Definição: Preparação e administração de medicamentos por via intradérmica Atividades: Determinar o conhecimento do doente a respeito da injeção e/ou do teste da pele; Selecionar a agulha e a seringa corretas com base no tipo de injeção Selecionar o local adequado e examinar a pele na procura de hematoma, inflamação, edema, lesões, etc; Usar técnica assética; Desinfetar a pele ?? (local: 1/3 médio da face anterior do antebraço com movimentos circulares - do centro para a periferia); Introduzir a agulha com o bisel para cima, num ângulo de 10 a 15 o, até a extremidade se encontrar debaixo da camada mais externa da pele; Aspirar, para comprovar que a agulha não se encontra introduzida num vaso; Injetar o medicamento enquanto observa uma pequena pápula na superfície da pele; Instruir o doente para após a injeção, não deve “coçar” o local nem friccionar para não falsear a leitura do teste; Monitorizar reação alérgica; Marcar o local da injeção e fazer a leitura do mesmo no intervalo adequado (48-72h após); Monitorizar os efeitos específicos esperados do alergénio ou da medicação; Documentar a área da injeção e o aspeto da pele no local da mesma; Documentar o aspeto do local da injeção após o intervalo adequado ADMINISTRACAO de TERAPEUTICA por VIA INTRAMUSCULAR (I.M.) Þ Consiste na introdução de medicamentos no tecido muscular. OBJETIVOS: Administrar medicamentos que são irritantes para o tecido celular subcutâneo, ou que são neutralizados no trato gastrointestinal; Permitir a absorção mais rápida (do que via SC) dos medicamentos. Orientações quanto à execução: O Horário depende da prescrição médica e do protocolo do serviço. Quem executa é o enfermeiro, após prescrição médica. Respeitar a privacidade do doente; Executar com técnica assética; Deixar secar a pele após a desinfeção. A entrada de antissético nos tecidos produz desconforto; Trocar a agulha, depois de aspirar o medicamento de um frasco hermético, ou de uma ampola; Realizar um movimento suave, rápido e firme para atravessar a pele, a fim de diminuir a dor da punção; Observar a condição da pele e selecionar o local para administração - Desinfetar a pele com compressas. Evitar utilizar algodão; Escolher o músculo, tendo em conta a sua capacidade e velocidade de absorção - o glúteo tem < velocidade de absorção e > capacidade (4ml). O músculo deltoide tem > velocidade de absorção e < capacidade (1ml); Instruir o doente a relaxar os músculos na proximidade do local selecionado; Alternar os locais de administração para prevenir a formação de nódulos e áreas dolorosas. INJEÇÃO INTRAMUSCULAR LOCAL: Þ Músculo deltóide – terço superior da face externa do braço (cerca de 2 a 3 dedos transversos abaixo do acrómio); Þ Músculo vasto lateral – Terço médio da face antero-lateral da coxa; Þ Músculo glúteo – quadrante supra externo ou no terço externo, na linha entre o sulco nadegueiro e a espinha / crista ilíaca. Determinação do local Þ Traçar uma linha imaginária da parte superior do sulco nadegueiro até à espinha ilíaca Músculo Glúteo: antero- superior; Þ Traçar outra linha imaginária, perpendicular à anterior, na parte média; Þ Dividir este quadrante por uma diagonal, da parte externa para a interna; Þ Administrar o injetável na parte supra externa; Þ Traçar uma linha imaginária desde o ponto superior do sulco internadegueiro até à crista ilíaca; Þ Dividir essa linha imaginária em três partes iguais; Þ Administrar o injetável numa área de cerca de 4 cm em torno do ponto de união do terço externo com o terço médio, ou no terço externo. Recursos: Carro de dose unitária ou tabuleiro com: Seringa (tamanho adequado ao medicamento); Agulha intramuscular (calibre 21 a 23); Agulha de aspiração; Medicamento administrar; Material para desinfeção da pele; Contentor para cortantes e perfurantes; Luvas; Folha de registo de administração de terapêutica; Cartão (se método tradicional); Recipiente, de acordo com as normas de triagem de lixos hospitalares. Atividades: Identificar o doente; Ajudar o doente a colocar-se numa posição cómoda; Expor a área de administração e desinfetar a pele com compressas alcoolizadas, com movimentos circulares; Verificar novamente a dose administrar; Calçar as luvas; Retirar a cápsula que cobre a agulha; Desadaptar a agulha da seringa; Introduzir com firmeza a agulha (ângulo de 90º com a pele ) no músculo; Adaptar a seringa à agulha; Aspirar antes de injetar (se aparecer sangue, a agulha penetrou num vaso e é necessário fazer o desvio); Injetar o medicamento lentamente (injeta-se metade da quantidade e aspira-se de novo); Se vier sangue repetir procedimento ou fazer desvio da agulha; Retirar a agulha com movimento rápido, exercendo ao mesmo tempo pressão com a compressa; Massajar a zona durante uns segundos; Se aparecer uma pequena perda de sangue aplicar pressão direta/ com a compressa por 10 a 15 seg. ou mais..; Reinstalar o doente, se necessário; Providenciar a recolha e arrumação do material; Desperdiçar o material descartável em contentor adequado; Retirar as luvas; Higienizar as mãos; Monitorizar a presença de forte dor no local da injeção; Monitorizar alteração sensorial e motora no local da injeção ou distal a ele; Rubricar a folha de registo de terapêutica de enfermagem (data, hora, nome do medicamento, dose, via, local de administração e reações secundárias – locais e sistémicas). ADMINISTRACAO de TERAPEUTICA por VIA ENDOVENOSA (E.V.) Þ Consiste na introdução de medicamentos ou soluções através de uma veia. OBJETIVOS: Þ Administrar doses elevadas de medicamentos/soros; Þ Permitir uma absorção rápida do medicamento; Þ Administrar medicamentos a doentes impossibilitados de utilizar outra via o Manter /restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico. Quem executa é o enfermeiro , após prescrição médica. O horário depende da prescrição médica e do protocolo do serviço. Orientações quanto à execução: Respeitar a privacidade do doente; Executar com técnica assética; Escolher o material e iluminação adequados; Consultar o processo clinico; Informar o doente sobre o medicamento; Identificar o doente pelo nome e confirmar com a pulseira; Puncionar preferencial/ nos locais de eleição para administração de terapêutica IV: dorso das mãos, antebraços e prega do cotovelo; Puncionar a porção mais distal do membro, para preservar o vaso, evitando as zonas de flexão; Puncionar se possível no membro não dominante; Evitar puncionar veias lesadas e locais próximos de local recente/ puncionado; Evitar puncionar o membro do acesso vascular no doente com insuficiência renal crónica; Cateterizar, se possível, o membro do lado oposto ao da abordagem cirúrgica; Evitar puncionar o membro superior do lado afetado nos doentes hemiplégicos e mastectomizados; Substituir os CVP, sistema de perfusão, torneiras e prolongamentos de acordo com a CCI ou norma do serviço. Não manter por períodos > a 72h a fim de reduzir o risco de infeção e prevenir a lesão das veias; Proteger com penso estéril o local de inserção do cateter, para prevenir a contaminação Verificar a compatibilidade dos medicamentos; Evitar a administração de substancias quimicamente irritantes através do CVP; Evitar a cateterização de bifurcações venosas, veias esclerosadas, zonas de contusão, zonas de válvulas, fístulas arteriovenosas; Verificar sempre a permeabilidade do cateteres antes de administrar qualquer terapêutica; Avaliar o local de punção, a permeabilidade do cateter e do sistema de perfusão, detetando precocemente complicações; Utilizar prolongadores apenas com o comprimento necessário e suficiente, para mobilização do doente. RECURSOS Carro de dose unitária ou tabuleiro com: Garrote; Solução desinfetante; Compressas esterilizadas; Resguardo , almofada; Luvas não esterilizadas; Cateteres venosos periféricos; Seringa (tamanho adequada); Agulha de aspiração; Penso esterilizado poroso, transparente; Medicação/Solução prescrita para perfusão, Sistema e prolongamento, se necessário; Adesivo, se necessária; Torneira de 3 vias, ou obturador (válvula unidirecional) para cateter; Recipiente para sujos de acordo com as normas de triagem de resíduos hospitalares; Doseadores e equipamento secundário ( reguladores de fluxo, seringas perfusoras, bombas de infusão); Contentor para cortantes e perfurantes; Suporte para soros; Folha de registo de administração de terapêutica. Atividades: Preparação da veia Colocar um resguardo impermeável sob o braço do doente; Selecionar a veia a puncionar, de acordo com o objetivo da punção; Observar a área circundante da veia selecionada; Fazer a distensão adequada da veia: Aplicar o garrote, 5 a 10 cm acima do local selecionado para a punção; Colocar a extremidade em declive; Fazer massagem do membro, no sentido ascendente; Pedir ao doente para abrir e fechar a mão, repetidas vezes. Palpar a veia; Calçar luvas e desinfetar o local; Deixar secar ou secar com compressa esterilizada o local da punção; Retirar a cápsula protetora da agulha/cateter; Fixar a veia, tracionando a pele com dedo polegar da mão não dominante (2,5 cm abaixo da zona selecionada para punção); Introduzir a agulha com o bisel voltado para cima ou o cateter ligeiramente ao lado da veia e, num ângulo de 30º a 45º com a pele; Perfurar a pele até atingir a veia e progredir lenta e quase paralelamente (o ângulo baixa); Progredir lenta/ no interior da veia, se usar cateter, exteriorizar simultânea/ o mandril, sem o retirar completa. Administração de terapêutica em “bólus” Observar se há refluxo de sangue; Libertar o garrote do membro; Retirar o mandril; Adaptar a seringa com o medicamento, à agulha/cateter; Fazer refluir o sangue; Injetar sensivelmente metade da quantidade total do fármaco a administrar; Aspirar novamente, puxando o êmbolo, a fim de confirmar a continuidade da agulha na veia, observando o refluxo de sangue; Injetar a restante quantidade de fármaco; Retirar a agulha/cateter em conjunto com a seringa num só movimento (suave); Aplicar pressão no local, com a compressa alcoolizada até cessar a hemorragia; Colocar penso rápido, se necessário; Observar a reação do doente ao medicamento; Providenciar a recolha e arrumação do material; Retirar as luvas; Lavar as mãos; Rubricar a folha de registo terapêutico Administração de terapêutica em “perfusão”: Aliviar o garrote, ainda com o mandril parcial/ dentro do cateter; Retirar o mandril e conectar o sistema de perfusão previa/ expurgado, ao cateter; Abrir lentamente o controlador de gota; Fixar o cateter com penso protetor estéril e fixar o sistema à pele; Regular o ritmo de perfusão de acordo com a prescrição; Manter a esterilidade do sistema venoso do doente; Misturar lentamente a solução, caso for adicionado medicamento ao soro; Preencher a etiqueta sobre a adição de medicamento e aplicá-lo ao frasco com o soro EV; Manter o acesso EV, quando adequado; Monitorizar o doente para determinar a resposta à medicação; Monitorizar o equipamento EV, a velocidade do fluxo e a solução, a intervalos regulares; Monitorizar sinais de infiltração e flebite no local da infusão. Terapia parenteral de líquidos - Soroterapia SOROTERAPIA: Þ Venoclise; Þ Fleboclise; Þ Perfusão intravenosa (ou IV); Þ Infusão endovenosa ( ou EV); Þ Hipodermoclise (SC). SOROTERAPIA - administração de soluções por injeção endovenosa contínua, gota a gota; ml/h. TRANSFUSÃO – quando se administra sangue ou derivados. OBJETIVOS: Prevenir e combater estados de choque, após traumatismo e cirurgias; Hidratar o doente ou combater a desidratação já instalada; Favorecer a eliminação mais adequada de produtos tóxicos; Corrigir estados de acidose e alcalose; Corrigir alterações da pressão sanguínea; Fornecer ao organismo reservas orgânicas de água, glicose, sais minerais, proteínas, etc. SOROTERAPIA A seleção do soro depende: Þ Prescrição médica; Þ Indicação específica. TIPOS: Salinos – com NaCl: Isotónicas; Hipotónicas; Hipertónicas; Biológicos – sangue, plasma e sucedâneos (ex: Heamacel) Soluções salinas Isotónicas: Þ A pressão osmótica é = à do sangue; Þ Total de eletrólitos = 310 mEq / litro. Ö Soro Glicosado ou dextrose a 5% em água; Ö Soro fisiológico (NaCl a 0,9% em água); Ö Solução de Ringer (Na, NaCl, K, Ca). Soluções salinas Hipertónicas: Þ Pressão osmótica > à do sangue; Þ Total de eletrólitos > 375 mEq / litro Ö Solução de Glicose a 5% em soro fisiológico; Ö Solução de Glicose a 5% em Lactato de Ringer; Ö Solução de Glicose a 10% ou a 20% em água. FINALIDADES: SOLUÇÕES SALINAS Proporcionar grandes volumes de líquidos ao organismo; Restituir eletrólitos perdidos; Restabelecer o pH normal do sangue; Proporcionar ao doente carbo hidratos metabolizáveis; Manter uma veia acessível; Manter ou aumentar a volémia. Medidas preventivas da infeção: Lavagem das mãos; Assepsia na manipulação do material estéril; Inspeção local diária e em SOS; Substituição do sistema infusor a cada 48 h/72h e se a solução for lipídica, a cada 24 h ou conforme protocolado; Substituir o cateter periférico a cada 72 h ou conforme protocolado. Complicações: Þ Reação Pirogénica; Þ Hematomas e equimoses; Þ Flebite; Þ Seroma; Þ Lesão de um nervo; Þ Embolia; Þ Sobrecarga circulatória; Þ Infeção. Recursos Carro de unidose ou Tabuleiro com: O soro prescrito e identificado; Cartão de soro ou folha de terapêutica Sistema de soro com compressor Prolongador e / ou regulador, se necessário Abocath ou cateter adequado (2 ou 3); Contentor para cortantes e perfurantes; Luvas; Folha de registo de administração de terapêutica; Cartão (se método tradicional) ou folha de terapêutica; Recipiente, de acordo com as normas de triagem de lixos hospitalares. Solução iodada ou álcool a 70%; Penso estéril; Resguardo; Garrote; Obturador; Torneira, se necessário; Bomba/Máquina infusora; Suporte para o soros PREPARAÇÃO DO SORO: Þ Remover a tampa do frasco de soro; Þ Fazer a conexão do sistema ao frasco; Þ Fechar o compressor; Þ Inverter e elevar o frasco; Þ Preencher cerca de metade do reservatório; Þ Abrir o compressor lentamente; deixar o soro percorrer o sistema até retirar todo o ar existente; Þ Fechar o compressor e colocar o frasco como este se apresentava no início da preparação; Þ Enrolar o sistema sobre o frasco. INSERCAO ENDOVENOSA (EV OU IV) Definição: Inserção de uma agulha numa veia periférica para administração de líquidos, de sangue ou de medicamentos Atividades: Verificar a prescrição médica, cartão e/ou folha de terapêutica; Orientar o doente sobre o procedimento; Manter técnica assética rigorosa; Identificar se o doente é alérgico a algum medicamento, desinfetante, adesivo,...; Identificar se o doente possui alterações da coagulação; Solicitar ao doente para não se movimentar durante a venopunção; Oferecer apoio emocional; Selecionar uma veia adequada para a punção; Puncionar o braço oposto em caso de doentes com fístulas; Escolher o tipo adequado de cateter/abocath de acordo com: O tipo e disponibilidade das veias; A solução a administrar; A duração previsível da terapêutica; O estado geral do doente; A experiência anterior do doente. Proteger a roupa com resguardo; Aplicar o garrote 5 a 10 cm acima do local previsto para a punção; Massajar o braço da extremidade proximal à distal; Aplicar pancadas suaves na região da punção após aplicação do garrote; Calçar as luvas; Palpar a veia; Desinfetar o local com uma solução iodada ou álcool a 70%, conforme protocolo da instituição; Fazer tração da veia; Com o bisel para cima, perfurar a pele num ângulo de 30º, atingindo a veia sem a danificar; Diminuir o ângulo do abocath, até ficar quase paralelo à pele e penetrar a veia Se houver refluxo de sangue, ir exteriorizando o mandril de metal e progredir com o abocath para o interior da veia até a cateterizar na totalidade; Colocar uma compressa esterilizada entre a pele e o abocath; Aliviar a pressão do garrote; Retirar o mandril na totalidade; Aplicar torneira de 3 vias ou obturador conforme objetivo da punção; Conectar o sistema de soro e abrir o compressor, de modo a permitir a entrada de soro. N.B. Em caso de aplicação de obturador, fazê-lo antes de conectar ao sistema de soro Fixar adequadamente o abocath e sistema no local; Remover o garrote; Remover as luvas; Higienizar as mãos; Calcular o débito de perfusão; Assegurar recolha e lavagem do material; Registar (folha de terapêutica e notas de enfermagem). TERAPIA ENDOVENOSA (EV OU IV) Definição: Administração e controle de líquidos e medicamentos intravenosos Atividades: Verificar a prescrição médica, cartão e/ou folha de terapêutica para a terapia EV; Orientar o doente sobre o procedimento; Manter técnica asséptica rigorosa; Examinar a solução quanto ao tipo, à quantidade, à data de validade, ao carater da solução e à ausência de dano no recipiente; Selecionar e preparar a bomba de infusão EV, conforme indicado; Perfurar o recipiente com o dispositivo adequado; Administrar os líquidos EV à temperatura ambiente; Identificar se o doente está a tomar medicação incompatível com a medicação prescrita; Administrar os medicamentos EV , conforme prescrito, e monitorizar os resultados; Monitorizar o débito e o local de infusão durante o mesmo; Monitorizar a sobrecarga de líquidos e de reações físicas; Monitorizar a permeabilidade EV antes de administrar medicamentos EV; Trocar o sistema EV e o líquido infundido, a cada 48h, ou conforme protocolo; Manter penso ao local de inserção do cateter periférico; Verificar regular/ o local da infusão EV; Monitorizar os sinais vitais; Lavar as linhas nos intervalos entre as administrações das soluções incompatíveis; Registar as entradas e as saídas; Monitorizar os sinais e sintomas associados à flebite pela infusão e infeção local CALCULAR O DÉBITO Registos: Folha de terapêutica: Þ Tipo de soro; Þ Quantidade; Þ Hora; Þ Via de administração. Notas de enfermagem: Þ Tipo de soro; Þ Ritmo; Þ Local; Þ Hora; Þ Reação do doente (se digna de registo). Manutenção de Dispositivos para ACESSO VENOSO (DAV) Definição: Manuseio do doente com acesso venoso prolongado, via cateter tonalizados ou não (percutâneo) e orifícios implantados Atividades: Determinar o tipo de dispositivo de acesso venoso (DAV) instalado; Manter técnica asséptica, sempre que o DAV for manipulado; Verificar a prescrição para soros, se aplicável; Determinar a velocidade de fluxo; Determinar se deve ser utilizado para colheita de sangue; Trocar o cateter, os pensos conforme protocolado; Manter penso protetor; Monitorizar os sinais de oclusão do cateter; Usar agentes anti trombóticos para desobstruir o DAV, quando adequado e conforme o protocolo; Manter a permeabilidade com solução salina, conforme indicado; Monitorizar os sinais e sintomas associados a infeção local e sistémica (ex: edema, rubor, sensibilidade, febre mal- estar...); Determinar a compreensão do doente /família a propósito do penso, dos cuidados e manutenção do DAV; Orientar o doente e família sobre a manutenção. Preparação e Administração de Terapêutica por Via Oral ou Perós ADMINISTRAÇÃO de TERAPÊUTICA por VIA ORAL Consiste na administração de medicamentos pela boca. OBJETIVOS: Þ Utilizar uma via simples de administração, o que permite uma fácil aprendizagem pelo doente (Promover autonomia no regime terapêutico); Þ Administrar medicamentos com o mínimo de desconforto e complicações (tratamento farmacológico não invasivo); Þ Permitir a continuidade da terapêutica no domicílio. Quem executa: O enfermeiro, após prescrição médica; O doente ou outro prestador de cuidados, depois de ensinado. A frequência: depende da prescrição médica e do protocolo do serviço Orientações quanto à execução: Utilizar técnica limpa; Verificar que não existem contra-indicações para a administração por via oral, tais como náuseas, vómitos, alteração da deglutição ou outras; Fornecer informação ao doente acerca do medicamento; Retirar os medicamentos da embalagem de forma a não lhes tocar; Rejeitar os medicamentos que se tenham contaminado; Manter os medicamentos dentro dos invólucros/embalagem em que se encontram, abrindo-os apenas imediata/ antes da sua administração; Verter os medicamentos líquidos pelo lado oposto ao do rótulo para evitar a danificação do mesmo; Limpar o bocal do frasco antes de recolocar a tampa. RECURSOS Carro de dose unitária ou tabuleiro com: Recipiente para a medicação (Copos de medicação; Copos graduados; invólucro/recipiente próprio enviado pela farmácia da Instituição); Medicamento prescrito; Material para higiene oral, se necessário; Copo com água, se necessário; Palhinha, se necessário; Recipiente para sujos de acordo com as normas de triagem de resíduos hospitalares; Folha de registo de terapêutica de enfermagem, impresso processado por computador ou “Palmtop”; Cartão com: identificação do doente; fármaco; dose; via; frequência e horário PROCEDIMENTO Registos: Documentar registando a medicação administrada, conforme o protocolo do serviço/ Instituição: Data e hora; Diagnóstico de enfermagem; Educação para a saúde; Reações do doente. Procedimentos terapêuticos: Terapêutica Via Medular ADMINISTRAÇÃO de TERAPÊUTICA por VIA MEDULAR - ANALGESIA Definição: Þ Conjunto de ações que visam o correto procedimento na administração de medicação por via medular, através de: Bólus e ou perfusão contínua por PCEA (Patient-controlled epidural analgesia) Perfusão contínua por DIB (DRUG Infusion Baloon). O enfermeiro assume um papel muito importante em tornar visível a dor do doente, como elo de ligação entre o doente e o anestesista, na vigilância e deteção precoce de complicações. OBJETIVOS Pretende-se reduzir: Þ O tempo de obtenção de analgesia e melhorara a sua eficácia; Þ Os efeitos colaterais da medicação analgésica; Þ Custos de tratamento. Introdução do cateter – Ato médico (Técnica Assética Cirúrgica); Quem executa administração da terapêutica é o enfermeiro. O horário depende da prescrição médica e do protocolo do serviço. Analgesia Epidural: Método analgésico utilizado para controlo de dor crónica ou aguda permitindo analgesia segmentar a nível da região torácica e abaixo desta, através da administração no espaço epidural de anestésicos locais e ou opiáceos Os fármacos utilizados são: Analgésicos opióides (morfina, fentanyl...); Analgésicos não opióides (paracetamol...); Anestésicos locais (bupivacaina, ropivacaina...); A associação destes fármacos permite atuar de forma abrangente nas diversas etapas do processamento da dor, sendo possível um controlo com a utilização de menor concentrado de cada fármaco diminuindo a possibilidade de efeitos secundários de cada um. A administração desta terapêutica pode ser por infusão contínua com ou sem bólus através de PCEA (Patient-controlled epidural analgesia) ou com DIB (DRUG Infusion Baloon) por infusão contínua. Orientações quanto à execução: Verificar a Eficácia da analgesia Incentivar o doente a verbalizar o seu desconforto e/ou dor; Utilizar as escalas de avaliação da dor; Caraterizar a dor; Detetar sinais fisiológicos e comportamentais de dor; Avaliar a intensidade da dor de 4/4 horas ou a intervalos mais curtos Monitorização de sinais vitais: Monitorização contínua de TA, FC, FR e oximetria; Registo de 4/4 h (pelo menos) dos parâmetros acima mencionados. (despistar Hipotensão, Bradicardia, Depressão respiratória, Arritmia...); A manipulação do cateter epidural requer sempre a utilização de técnica assética; Verificar a existência e permeabilidade de um acesso venoso para corrigir situações de hipotensão, arritmia,.... Verificar o Penso ao local de inserção do cateter: Vigiar o penso pelo menos 1x/turno; Realizar penso do local de inserção do cateter com técnica asséptica de 48/48 horas ou em SOS ou conforme protocolo; Utilizar penso transparente no local de inserção para despiste de sinais inflamatórios no local de inserção do cateter epidural. Filtro antibacteriano: Mudar o filtro antibacteriano de 48/48 horas a menos que se utilize um filtro de duração semanal ou conforme protocolo. Membros inferiores: Questionar o doente pelo menos 1x/turno sobre alterações de sensibilidade e/ou mobilidade ao nível dos membros inferiores; Pedir ao doente para descrever a extensão da alteração da sensibilidade e/ou mobilidade. Remoção do cateter epidural: Þ Visa garantir a remoção total do cateter epidural, prevenir complicações, prevenir infeção e proporcionar conforto ao doente; Þ O enfermeiro procede à remoção do cateter de acordo com a prescrição médica e após suspensão de terapêutica analgésica; Þ O risco de ocorrência de hematoma na remoção do cateter é igual ao risco na introdução do cateter. (Quando um doente recebe 1 dose diária de Heparina de baixo peso molecular, o cateter de epidural deve ser removido 12 horas após a última administração. Quando o doente faz 2 doses diárias de 12/12 horas, deve ser removido 1 a 2 horas antes da próxima administração); Þ Verificar sempre a integridade da extremidade do cateter aquando da sua total remoção RECURSOS Carro de apoio com: Terapêutica administrar; Seringas de 5 ou 20ml; Agulhas; Compressas esterilizadas; Luvas esterilizadas; Máscara Cirúrgica; Soro fisiológico; Contentor para cortantes e perfurantes; Folha de registo de administração de terapêutica. Procedimentos terapêuticos: preparação e administração de terapêutica – outras vias ADMINISTRACAO DE TERAPEUTICA por VIA CUTANEA Consiste na aplicação direta de um medicamentos na pele. OBJETIVOS: Promover a hidratação da pele; Proteger a superfície cutânea; Aliviar a irritação cutânea; Promover a cicatrização; Promover a anestesia e/ou analgesia da superfície cutânea; Obter ação antissética ou anti-microbiana; Obter efeito terapêutico sistémico por via transdérmica Quem executa é o enfermeiro, após prescrição médica ou O doente/família, prestador de cuidados quando instruído A frequência depende da prescrição médica e do protocolo do serviço ou da necessidade do doente As orientações quanto à execução são: Þ Consultar o processo clinico para individualizar os cuidados; Þ Informar o individuo sobre o medicamento; Þ Identificar o individuo pelo nome e confirmar com a pulseira; Þ Atender à privacidade do individuo; Þ Administrar o medicamento conforme as instruções; Þ Observar o estado da pele; Þ Assegurar que o indivíduo não é alérgico ao medicamento; Þ Aplicar técnica limpa, ou técnica assética se existirem soluções de continuidade; Þ Calçar luvas quando se aplicam medicamentos que produzam efeito local ou sistémico no enfermeiro); Þ Lavar a pele com água à temperatura corporal e sabão neutro (Se existir irritação ou inflamação cutânea, utilizar apenas água ou óleo de amêndoas doces); Þ Aplicar as pomadas, cremes e líquidos em camadas finas e com suavidade; Þ Não aplicar medicamento diretamente do recipiente na pele; Þ Analisar os efeitos secundários do medicamento antes da sua administração - Alterar os locais de aplicação se o medicamento for de absorção transdermica, para prevenir a irritação da pele; Þ Vigiar o indivíduo regular/ para detetar reações adversas ao medicamento e informar o médico. RECURSOS Carro de dose unitária ou Tabuleiro com: Medicamento; Compressas, se necessário; Luvas; Material para higiene, se necessário; Avental, se necessário; Ligadura ou manga tubular, se necessário; Adesivo, se necessário; Folha de registo de terapêutica de enfermagem, impresso processado por computador ou “Palmtop”; Cartão com: identificação do individuo; medicamento; dose; via; frequência e horário (se ainda utilizado no serviço); Recipiente para sujos de acordo com as normas de triagem de resíduos hospitalares Definição: Preparação e aplicação de medicamentos à pele (Gel, Loções, Cremes, Pomadas e Discos transdérmicos) Atividades: Verificar a prescrição médica e comparar com o cartão / a folha de registo de terapêutica, passar o visto (no método convencional); Verificar o registo de terapêutica em suporte de papel ou eletrónico com o respetivo medicamento; Lavar as mãos; Providenciar os recursos para junto do individuo: carro de unidose ou tabuleiro com o medicamento e material; Identificar o doente; Instruir o individuo sobre o procedimento; Posicionar ou assistir o individuo a posicionar-se de modo a expor a área; Determinar a condição da pele do doente sobre a área em que será aplicada a medicação; Lavar e secar a superfície corporal no local de aplicação (Remover a dose anterior do medicamento e limpar a pele); Calçar luvas, se necessário (esterilizadas ou não); Aplicar uma pequena quantidade de medicamento na palma da mão e esfregar suave/ uma mão na outra ou na região distal dos dedos; Aplicar o medicamento, utilizando movimentos suaves; Espalhar o medicamento uniformemente sobre a pele; Cobrir a região, se indicado; Remover as luvas; Aplicar discos transdérmicos evitando o contato com o medicamento; Efetuar tricotomia se necessário para favorecer a aderência do disco; Monitorizar os efeitos locais, sistémicos e colaterais do medicamento; Ensinar e monitorizar a técnica de auto-administração, quando indicado; Posicionar ou assistir o individuo a posicionar-se , se necessário; Assegurar a recolha e lavagem de material; Lavar as mãos; Registar na folha de administração de terapêutica ou no impresso do computador ou validar no “Palmtop”. REGISTOS: Þ Data e hora; Þ Diagnósticos de Enfermagem; Þ Educação para a Saúde; Þ Reações do individuo. ADMINISTRACAO DE TERAPEUTICA por VIA OCULAR Consiste na aplicação direta de um medicamento nos olhos. OBJETIVOS: Þ Obter efeito terapêutico por via oftálmica (ação antissética e antimicrobiana); Þ Tratar lesões dos olhos; Þ Manter a lubrificação da córnea e da conjuntiva; Þ Facilitar a realização de exames auxiliares de diagnóstico; Þ Induzir anestesia local dos olhos Quem executa é o enfermeiro, após prescrição médica OU doente, ou prestador de cuidados, quando instruído. A frequência é de acordo com a prescrição médica , necessidade do individuo ou protocolo do serviço. Orientações quanto à execução: Consultar o processo clinico para individualizar os cuidados; Informar o individuo sobre o medicamento; Identificar o individuo pelo nome e confirmar com a pulseira; Atender às preferências e privacidade do individuo; Aplicar técnica assética; Providenciar iluminação adequada; Aplicar o medicamento conforme as instruções; Administrar os diferentes medicamentos com um intervalo mínimo de 5 minutos; Administrar o medicamento à temperatura ambiente, ( se necessitar de frigorifico); Prevenir a pressão direta no globo ocular; Avaliar a capacidade do individuo para estabilizar a cabeça; Confirmar se o individuo não é alérgico a algum dos componentes; Providenciar uma embalagem para cada doente; Rejeitar a quantidade de medicamento que não for utilizada; Vigiar o individuo regularmente para deteção de reações adversas ao medicamento. RECURSOS Carro de dose unitária ou Tabuleiro com: Medicamento; Compressas; Folha de registo de terapêutica; Cartão; Recipiente para sujos de acordo com as normas de triagem; Se necessário: Solução estéril para a lavagem (cloreto de sódio isotónico); Penso oftálmico; Luvas esterilizadas; Adesivo. Atividades: Verificar a prescrição médica e comparar com o cartão / a folha de registo de terapêutica, passar o visto. (no método convencional); Verificar o registo de terapêutica em suporte de papel ou eletrónico com o respetivo medicamento; Lavar as mãos; Providenciar os recursos para junto do individuo: carro de unidose ou tabuleiro com o medicamento e material; Identificar o doente; Instruir o individuo sobre o procedimento; Posicionar o individuo ou assisti-lo a posicionar-se de modo a expor o olho; Calçar luvas, se necessário; Lavar o olho se necessário; Pedir ao doente para olhar um pouco para cima e fixar um ponto no teto; Puxar a pele peri-orbitária para baixo, com o dedo indicador esquerdo; Instilar o medicamento no saco conjuntival, usando técnica assética; Deixar cair a(s) gt(s), não na córnea mas no saco conjuntival (na região central da pálpebra inferior); Aplicar a pomada, ao longo da pálpebra inferior, do canto interno para o externo; Instruir o doente para, fechar o olho suavemente, e mobilizar o globo ocular para ajudar a distribuir o medicamento; Remover o excesso com uma compressa, do canto interno para o externo; Aplicar penso ocular, se indicado; Remover luvas , se necessário; Posicionar ou assistir o individuo a posicionar-se; Assegurar a recolha e lavagem do material; Lavar as mãos; Registar na folha....; Monitorizar os efeitos locais, sistémicos e colaterais do medicamento; Ensinar e monitorizar a técnica de auto-administração, quando indicado. ADMINISTRACAO DE TERAPEUTICA por VIA AURICULAR Consiste na aplicação direta de um medicamentos no canal auditivo externo. OBJETIVOS: Þ Obter efeito terapêutico por via auricular (ação antialérgica, antissética, anti-microbiana); Þ Limpar o canal auditivo externo (Amolecer o cerume ). Orientações quanto à execução: Consultar o processo clinico para individualizar os cuidados; Informar o individuo sobre o medicamento; Identificar o individuo pelo nome e confirmar com a pulseira; Atender às preferências e privacidade do individuo; Respeitar as instruções de aplicação de cada medicamento; Aplicar no ouvido as soluções à temperatura ambiente; Lavar o pavilhão auricular sempre que necessário; Evitar a utilização de objetos na limpeza do canal; Analisar os efeitos secundários; Providenciar uma embalagem para cada doente. Definição: Preparação e instilação de medicamentos no canal auditivo externo. Atividades: Lavar as mãos; Providenciar os recursos; Identificar o individuo; Instruir o individuo; Calçar as luvas; Administrar os medicamentos à temperatura ambiente; Limpar o ouvido externo com uma cotonete, se necessário; Deitar o doente no decúbito lateral oposto; Puxar o pavilhão auditivo para cima e para trás, no adulto. para baixo e para trás, na criança; Instalar o medicamento segurando a pipeta 1 cm acima do canal auditivo; Colocar as gotas na face lateral do canal auditivo externo, sem encostar o frasco à pele. Após, soltar a orelha; Orientar o doente para permanecer nesta posição por 2 a 3 minutos para redistribuição da medicação; Aplicar pressão ou massagem suave no trago da orelha usando os dedos; Ensinar e monitorizar a técnica de auto-administração, quando indicado. ADMINISTRACAO DE TERAPEUTICA por VIA NASAL Consiste na aplicação direta de um medicamento na mucosa nasal. OBJETIVOS: Þ Aliviar o desconforto e a congestão nasal; Þ Obter efeito terapêutico por via nasal (ação antisséptica, anti-microbiana antialérgica). Orientações quanto à execução: Consultar o processo clinico para individualizar os cuidados; Informar o individuo sobre o medicamento; Identificar o individuo pelo nome e confirmar com a pulseira; Administrar o medicamento conforme as instruções; Atender às preferências e privacidade do individuo; Analisar os efeitos secundários; Monitorizar a TA (na utilização prolongada de vaso constritores por via nasal); Providenciar uma embalagem para cada individuo. RECURSOS Carro de dose unitária ou Tabuleiro com: Medicamento; Lenços de papel; Luvas; Compressas; Solução estéril para lavagem; Folha de registo de terapêutica de enfermagem, impresso processado por computador ou “Palmtop”; Cartão com: identificação do individuo; dose; via; frequência e horário (se ainda utilizado no serviço); Recipiente para sujos de acordo com as normas de triagem de resíduos hospitalares. Atividades: Verificar a prescrição médica e comparar com o cartão / a folha de registo de terapêutica, passar o visto. (no método convencional); Verificar o registo de terapêutica em suporte de papel ou eletrónico com o respetivo medicamento; Lavar as mãos; Providenciar os recursos para junto do individuo: carro de unidose ou tabuleiro com o medicamento e material; Identificar o individuo; Instruir o individuo sobre o procedimento; Aconselhar o individuo a limpar o nariz, se não houver contra-indicação; Posicionar ou assistir o individuo a posicionar-se, sentado com a cabeça inclinada para trás e a respirar pela boca; Calçar as luvas; Aplicar o medicamento: - instilar as gotas colocando o conta-gotas a 1cm das narinas ou inserir o aplicador nas narinas se a administração for através de microdoseador; Manter o individuo na mesma posição cerca de 5 minutos; Fornecer lenços de papel para o doente retirar possíveis excessos; Remover as luvas; Posicionar ou assistir; Assegurar a recolha e lavagem do material; Lavar as mãos; Registar ADMINISTRACAO DE MEDICAMENTOS: Via VAGINAL Definição: Preparação e inserção de medicamentos na vagina (óvulos, creme, espuma, gel) OBJETIVOS: Þ Tratar as infeções vaginais; Þ Aliviar a irritação ou prurido localizados. Atividades: Proporcionar privacidade à doente; Posicionar o doente, deitada em decúbito dorsal, joelhos fletidos e afastados; Aplicar lubrificante hidrossolúvel à extremidade arredondada do aplicador; Lubrificar o dedo indicador da luva, na mão dominante; Separa os grandes lábios, com a mão não dominante visualizando a abertura vaginal; Inserir o aplicador próprio, com o medicamento colocado na face interna; Inserir com a mão dominante o aplicador ao longo da parede da vagina, empurrar o êmbolo e retirar o aplicador; Orientar a doente para permanecer deitada de costas por um mínimo de 10 minutos; Manter uma boa higiene do períneo; Monitorizar os efeitos da medicação; Ensinar e monitorizar a técnica de auto-administração. ADMINISTRACAO DE MEDICAMENTOS: Via RETAL Definição: Preparação e introdução de um medicamento no reto. Atividades: Verificar o registo de história de cirurgia ou sangramento retal; Verificar a presença de sinais e sintomas de alterações que possam estar presentes (ex: obstipação, diarreia); Determinar a capacidade do doente para reter supositórios; Proporcionar privacidade; Auxiliar o doente a ficar na posição SIM ou em decúbito lateral com o membro inferior de cima fletido; Colocar luvas limpas; Lubrificar o dedo indicador da luva na mão dominante e a extremidade arredondada do supositório; Orientar o doente para respirar profundamente pela boca e relaxar o esfíncter; Com a outra mão separar as nádegas para visualizar o ânus; Inserir o supositório com suavidade pelo ânus, passando pelo esfíncter anal interno e contra a parede retal; Inserir o supositório com o dedo indicador, numa profundidade correspondente ao comprimento do dedo, (para ultrapassar o esfíncter anal interno); Orientar o doente a contrair as nádegas para impedir a urgência de expelir o supositório e a permanecer deitado de bruços ou de lado por 5 minutos. ADMINISTRACAO DE MEDICAMENTOS: Via ENTERAL Definição: Administração de medicamentos através de sonda enteral. Atividades: Verificar a colocação da sonda, aspirando os conteúdos gastrointestinais, verificando o nível de pH do aspirado; Administrar a droga via sonda nasogástrica ou gastrostomia, conforme a situação; Verificar se a medicação está em consonância com a fórmula da dieta; Administrar preferencial/ medicamentos sob a forma líquida, em vez de comprimidos fragmentados, para prevenir entupimento da sonda; Inserir os medicamentos na sonda NG ou gastrostomia usando uma seringa de alimentação (50cc); Elevar a cabeceira da cama durante a administração de medicamento, quando indicado; Após confirmação da localização da SNG no estômago, clampa-se a sonda e adapta-se a seringa com a medicação administrar; Desclampa-se a sonda e administra-se a dose certa lenta e suavemente; Limpar a sonda de todos os medicamentos com jato de água (30cc); Após administração dos medicamentos a sonda deve ser clampada; Não adaptar nenhum saco de drenagem pelo menos durante 30 minutos; Proceder à higiene oral se necessário; Observar o doente para despistar sinais e sintomas dos efeitos adversos do medicamento administrado. Segurança na utilização de medicação Enquadramento: OMS Todos, pacientes e profissionais de saúde, têm um papel a desempenhar na garantia da segurança dos medicamentos. A OMS, no terceiro Desafio Global de Segurança do Paciente : Medicação Sem Danos. Þ Desenvolveu uma campanha para aumentar a conscientização pública sobre as questões de segurança relacionadas: Ao uso de medicamentos; E a necessidade de práticas medicamentosas mais seguras. A campanha também visa: Þ Desenvolvimento e implementação de estratégias de segurança de medicamentos; Þ Apelar para a solidariedade global e ações concertadas de todos os países para reduzir graves danos evitáveis, relacionados a medicamentos. O apelo à ação da campanha global é : "SABER - VERIFICAR - PERGUNTAR" Isto incentiva e capacita tanto os pacientes quanto os seus cuidadores e profissionais de saúde (enfermeiros, médicos, farmacêuticos) a assumir um papel ativo na garantia de práticas medicamentosas mais seguras e processos de uso de medicamentos, incluindo prescrição, preparação, dispensação, administração e monitoramento. Enquadramento: Direção-Geral da Saúde (DGS) Plano Nacional para a segurança dos doentes 2021-2026 Þ Inscreve-se no quadro de uma política pública de prevenção de incidentes de segurança associados à prestação de cuidados de saúde no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS); Þ Objetivo consolidar e promover a segurança na prestação de cuidados de saúde no sistema de saúde, incluindo em contextos próprios dos sistemas de saúde modernos, como o domicílio e a tele saúde. DEFINICOES E CONCEITOS Segurança na medicação: atividades para evitar, prevenir ou corrigir eventos adversos que podem resultar do uso de medicamentos. Medicamentos de alta vigilância: medicamentos que, pelas suas caraterísticas, possam ser causa de erro, provocando dano ao doente. MEDICAMENTOS DE ALTO RISCO (MAR) Definição: Medicamentos que possuem um risco aumentado de provocar dano significativo ao doente em consequência de falhas no seu processo de utilização. Exemplos de tipologia: Þ Agentes anti-trombóticos (anticoagulantes; trombolíticos....); Þ Citotóxicos parenteral ou oral; Þ Medicamentos para administração por via epidural ou intratecal; Þ Soluções para nutrição parentérica; Þ Analgésicos opióides IV, transdérmicos e uso oral; Þ Soluções para diálise peritoneal ou hemodiálise; Þ Insulinas Sc ou IV, antidiabéticos orais; Þ Anestésicos gerais IV ou inalatória; Sedativos IV; Þ Anti-arrítmicos IV ; Inotrópicos IV (Digoxina.....); MEDICAMENTOS LOOK-ALIKE, SOUND-ALIKE (LASA) Definição: Medicamentos com nome ortográfico e/ou fonético e/ou aspeto semelhante que podem ser confundidos uns com os outros, originando troca de medicamentos. Exemplos de tipologia: Aciclovir; GANciclovir; VALAciclovir; VALGANciclovir; ácido fólico; ácido folÍNico aDENOSina; aDRENALina; aTROPina; Alfentanil; fentanyl; REMIfentanil ; SUfentanil allopurinol; haloperidol; amINOFILIna; amIODAROna; amLODIPIna; AMItriptilina NORtriptilina; anfotericina B; anfotericina B LIPOSSÓMICA; ATORvastatina PRAvastatina; ROSUvastatina; SINvastatina; Azitromicina; CLARitromicina; Eritromicina; BECLOmetasona; BETAmetasona; DEXAmetasona; MOmetasona Medicamentos Sound-alike – com nome foneticamente semelhante. BROMazepam; Diazepam; FLURazepam; LORazepam; Oxazepam; bromeLAÍna; bromeXIna Bupivacaína; LEVOBUpivacaína; Ropivacaína; CABAZItaxel; DOCEtaxel ; NABPACLItaxel ; PACLItaxel calcitriol; carvedilol; CAPREOmicina; CLINDAmicina; ESPIRAmicina; ESTREPTOmicina; FIDAXOmicina FOSFOmicina; PAROMOmicina; TOBRAmicina; VANCOmicina; CAPTOpril; ENALApril ; PERINDOpril RAMIpril; CARBAMazepina; OXCARBazepina; CARBOplatina; CISplatina; OXALIplatina; cefAZOLINA cefOTAXIMA; cefOXITINA; cefRADINA; cefTAZIDIMA ; cefTOLOZANO; ceftriaxone; cefUROXIMA cicloFOSFAMIDA; cicloSERINA; cicloSPORINA; CIPROfloxacina ; LEVOfloxacina; MOXIfloxacina NORfloxacina..... MEDICAMENTOS COM DOSAGENS DIFERENTES: Aumentar a segurança na utilização da medicação A literatura refere que 82% da população adulta toma, 1 medicamento e 29% toma 5 ou mais medicamentos. Estima-se, que ocorram, anualmente, inúmeras consultas em SU, devido a incidentes relacionados com a medicação, com elevados custos financeiros. A polimedicação é, na sociedade atual, resultado da presença de inúmeras comorbilidades associadas à doença crónica, em especial no doente idoso. O medicamento, apesar do fim a que se destina ser benéfico, pode apresentar efeitos colaterais ou reações inter- medicamentosas, existindo, ainda, probabilidade acrescida de ocorrência de incidentes. Cultura de Segurança na utilização de medicação: A OMS estima que 8% a 10% dos doentes internados em CI e cerca de 13% doentes em ambulatório são vítimas de incidentes, devido a práticas pouco seguras na utilização de medicação, gerando encargos financeiros avultados para o sistema de Saúde Defende-se uma utilização segura do medicamento e exige-se a: Þ Diminuição da prevalência dos incidentes através da adoção de medidas estruturais e processuais de prevenção implicando; Þ Mudanças organizacionais e comportamentais quer dos profissionais e da população em geral quer das instituições; Þ O medicamento correto seja administrado ao doente correto, na dose e vias corretas e à hora certa, e que os efeitos que se verifiquem sejam os previstos, devendo o doente receber a informação adequada e necessária sobre o medicamento e tratamento a efetuar. As instituições prestadoras de cuidados de saúde devem: Adotar boas práticas relativamente à validação ou dupla-validação de procedimentos; Ao reforço da atenção na preparação e administração de medicação; À correta documentação e à monitorização da terapêutica; Por outro, os cidadãos devem ser ativamente envolvidos na utilização da medicação; As instituições devem implementar especificamente estratégias que assegurem o uso seguro dos medicamentos: De alto risco, aqueles que têm um risco potencial de causar danos graves ou até mesmo fatais; Dos medicamentos com nome ortográfico e/ou fonético e/ou aspeto semelhante, conhecidos como medicamentos “Look-alike” e “Sound-alike” ou medicamentos LASA As instituições devem impulsionar a utilização segura da medicação, estimulando a adesão dos profissionais e cidadãos à notificação de incidentes e de reações adversas a medicamentos; Em Portugal, tanto os profissionais como o cidadão podem reportar, em portais disponíveis online as reações adversas a medicamentos - (Portal RAM, disponível em www.infarmed.pt) e os incidentes (Notific@,disponível em www.dgs.pt); De acordo, com os dados do sistema nacional de notificação de incidentes, 13% do total de incidentes notificados são incidentes de medicação. Garantir a adequada comunicação entre os sistemas de informação, para que, nos momentos das transições e transferências de cuidados, seja reforçada a comunicação eficaz de informação sobre a medicação do doente, apoiando o profissional de saúde na reconciliação terapêutica. A reconciliação terapêutica é um processo de verificação da lista completa da medicação de cada doente, que deverá ser realizada sempre que existe uma nova prescrição de medicação, através da confrontação da prescrição atual de medicamentos face à já existente. Sempre que houver discrepâncias, estas devem ser discutidas entre os médicos prescritores, de forma que seja selecionada a medicação mais adequada à situação clínica do doente. Todas as alterações efetuadas devem ser devidamente registadas no processo do doente. BOAS PRATICAS DE INJECAO As práticas recomendadas na: Þ Preparação da pele; Þ Preparação e aplicação de injeções; Þ Procedimentos sanitários pertinentes. As boas práticas de injeção visam proteger os pacientes, profissionais de saúde e a comunidade. A - Práticas gerais de segurança Higiene das mãos; Luvas; Outros equipamentos de proteção pessoal de uso único; Preparação e desinfeção da epiderme. Práticas de controle e prevenção de infeções: O que se deve fazer O que não se deve fazer 1. FAÇA a higiene das mãos (use sabão e água ou friccionador de álcool) e lave NÃO se esquecer lavar as mãos; cuidadosamente, inclusive punhos e espaços interdigitais, durante pelo menos 30 segundos (seguir “ 5 momentos para higiene das mãos”, da OMS); 2. USE um par de luvas não estéreis por NÃO use o mesmo par de luvas para mais de um paciente procedimento ou paciente; NÃO lave as luvas para reutilizá-las; 3. USE um dispositivo de uso único para colheita de amostras e tiragem de NÃO use a mesma seringa, agulha ou lanceta para mais de sangue. um paciente; 4. DESINFETE a pele no local da venopunção; NÃO toque o local da perfuração depois de desinfetá-lo; 5. DESCARTE imediatamente o dispositivo usado (a agulha e seringa constituem NÃO deixe solta uma agulha sem proteção fora do uma única unidade) em contentor para contentor para objetos perfuro-cortantes; objetos perfuro-cortantes; 6. SELE o recipiente de material perfuro- NÃO encha até transbordar nem despeje um recipiente cortante com uma tampa resistente a para material perfuro-cortante; manipulações indevidas; 7. Notifique imediatamente qualquer NÃO atrase a PPE (Profilaxia Pós-Exposição) após a incidente ou acidente vinculado a uma exposição a material potencialmente contaminado; depois agulha ou lesão por objeto cortante e de 72 horas a PPE NÃO é eficaz. procure ajuda; comece a PPE o mais breve possível, seguindo os protocolos. Erro de medicação: “Qualquer evento evitável que pode causar ou conduzir a um uso inapropriado de medicação, ou causar dano ao paciente, enquanto a medicação está sob o controle de profissionais de saúde, doentes ou consumidores. Estes eventos podem estar relacionados com a prática profissional, prescrição, comunicação de ordens terapêuticas, rotulagem, embalagem e nomenclatura, composição, distribuição, administração, formação, monitorização e uso” National Coordinating Council for Medication Error Reporting and Prevention, 1998-1999 Erro de medicação como um erro na prescrição, transcrição, fornecimento, administração ou monitorização de um fármaco. Kaushal et al (2005) Os erros de terapêutica podem ser considerados como acontecimentos adversos passíveis de serem prevenidos que podem ocorrer em uma ou mais etapas do processo de medicação, mas que nem sempre resultam em dano para o doente. Evento adverso relacionado com medicamentos: Qualquer dano ou injúria, decorrente dos medicamentos, provocado pelo uso ou falta do uso, quando necessário. Reação adversa a um medicamento: Qualquer resposta prejudicial ou indesejável e não intencional que ocorre com medicamentos em doses normalmente utilizadas no homem para profilaxia, diagnóstico, tratamento de doença ou para modificação de funções fisiológicas. ERRO DE MEDICACAO Þ I- TIPO DO EVENTO; Þ II- IDENTIFICAÇÃO DO EVENTO; Þ III- CATEGORIA DO EVENTO. I - Tipo de Evento 1. Prescrição; 2. Transcrição; 3. Preparação; 4. Administração. 1. Prescrição Medicamento inapropriado; Dose inapropriada; Ilegível; Doente errado; Contraindicado; Falta de data; Prescrição verbal mal compreendida; Prescrição verbal não registada; Outra. Erro de decisão ou de redação, não intencional, no qual pode existir redução significativa na probabilidade do tratamento ser eficaz, ou aumentar o risco de lesão no doente. EXEMPLOS: Ö Diagnóstico incorreto; Ö Prescrição inadequada do medicamento (dose/posologia/via/velocidade de administração /situação clínica atual); Ö História prévia de reação alérgica ; Interações medicamentosas; Ö Duplicidade terapêutica; Prescrição ilegível; Ö Uso de abreviaturas , Erro monitorização medicação prescrita. 2. Transcrição: Medicamento errado; Horário errado; Dose errada; Frequência errada; Duração errada; Doente errado; Prescrição verbal mal compreendida; Prescrição verbal não registada; Prescrição não transcrita; Outra. 3. Preparação: Rotulagem inadequada; Quantidade errada; Medicamento errado; Dose errada; Horário errado; Preparação incorreta; Medicamento adulterado; Outra. 4. Administração: Doente errado; Medicamento errado; Dose errada; Horário errado; Via errada; Incompatibilidade de fármacos; Omissão; Outra II - Identificação do Evento Tipo de erro ® Resultado Þ A – Circunstâncias que poderiam causar erro; Þ B – Ocorreu um erro mas a medicação não chegou ao doente; Þ C – Ocorreu um erro que chegou ao doente (obriga a imediata avaliação clínica do doente) III - Categoria do Evento (após avaliação clínica feita pelo médico) Þ C1 - Ocorreu um erro que chegou ao doente mas não causou dano; Þ C2 - Ocorreu um erro que resultou no aumento da vigilância do doente sem dano; Þ C3 - Ocorreu um erro que resultou na necessidade de tratamento com dano temporário; Þ C4 - Ocorreu um erro que causou hospitalização inicial ou prolongada; Þ C5 - Ocorreu um erro que causou danos irreversíveis no doente; Þ C6 - Ocorreu um erro que quase causou a morte do doente (PCR, Choque anafilático,...); Þ C7 - Ocorreu um erro que causou a morte do doente Quando ocorre o erro... 1. Facultar ao doente, sempre que necessário, terapêutica corretiva ou de suporte; 2. Contactar imediatamente o médico, enfermeiro e farmacêutico, se erro com dano físico; 3. Documentar e registar o erro imediatamente, de acordo com os procedimentos estabelecidos; 4. Investigar imediata/ as causas do erro (o que aconteceu, onde, quando e porque aconteceu, como ocorreu o incidente e quem esteve envolvido); Como prevenir novo erro. 5. Registar e notificar os erros para o Departamento de Gestão de Risco, que garante a confidencialidade e o acompanhamento de todo o processo, incluindo proposta de soluções e metodologias para os evitar. Como Evitar o Erro – Prevenção: Na ocorrência do erro, não se deve procurar inicialmente o culpado, mas entender porque é que o erro aconteceu; Devemos instituir uma cultura de segurança, e não adotar uma cultura de punição; O relato deve ser centrado na ocorrência, mantendo para fins estritos de notificação, o anonimato; Simplificar o sistema de relato – Melhoria da comunicação; As organizações e os profissionais de saúde devem ser encorajados a participar em sistemas voluntários de comunicação de erros, como uma importante componente do seu compromisso com a segurança do doente – repetir erros não é construir experiência. Processo patológico Infeção: invasão do corpo por microrganismos patogénicos que se reproduzem e multiplicam, causando doença por: Þ Lesão celular local; secreção de toxinas ou reação antigénio-anticorpo CIPE (Versão 2) A transmissão da infeção requer 3 elementos: Fonte ou reservatório de microrganismos; Hospedeiro; Vias de transmissão dos microrganismos. Para melhor direcionar as medidas de isolamento e outras medidas interventivas, é necessário que os profissionais de saúde, conheçam a cadeia epidemiológica da infeção. CICLO INFECIOSO: Þ MICROORGANISMO: ex: bactérias, fungos, vírus, protozoários (Mycobacterium tuberculosis causa a tuberculose , Escherichia coli causa cistite; Os vírus causam patologias como a gripe ou a meningite ); Þ RESERVATÓRIO: lugar para o agente crescer e multiplicar (pele, narinas, boca...) VIA DE SAÍDA: do local de crescimento (boca, nariz – espirro); Þ VEÍCULO OU FORMA DE TRANSMISSÃO: Contato direto, indireto - gotículas, ar; Fármacos, água, alimentos; Vetores – insetos, animais. Þ PORTA DE ENTRADA: acesso disponível ou entrada→ ex: Ferida do doente; Þ HOSPEDEIRO SUSCEPTÍVEL: ou meio de crescimento para o agente O controle da infeção consiste na eliminação de qualquer etapa do ciclo. INFECAO ASSOCIADA AOS CUIDADOS DE SAUDE (IACS) o Conceito alargado de infeção associada à prestação de cuidados, onde quer que estes sejam prestados e independentemente do nível de cuidados (agudos, reabilitação, ambulatório, continuados...); o É uma infeção adquirida pelos doentes em consequência dos cuidados e procedimentos de saúde prestados e que pode também afetar os profissionais de saúde durante o exercício da sua atividade; o Refere-se a todas as unidades prestadoras de cuidados de saúde, pelo que é importante assegurar a comunicação e a articulação entre as diversas unidades de saúde, para a identificação destas infeções. o Portugal é um dos países da União Europeia com uma das mais elevadas taxas de infeção associada aos cuidados de saúde; o A nossa prática de prescrição antibiótica apresenta dismorfias passíveis de correção; o A taxa de resistência a antimicrobianos é preocupante, e a perceção de que todos estes problemas estão intimamente relacionados e têm de ser abordados de forma global e integrada; o As (IACS) e o aumento da resistência dos microrganismos aos antimicrobianos (RAM) são problemas relacionados e de importância crescente à esc