Patologia Geral - Alterações Celulares - PDF
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Prof. Anderson Seitz
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Este documento aborda a patologia geral, com foco na adaptação celular e as diferentes alterações celulares. Expõe os conceitos básicos da patologia, incluindo os mecanismos de adaptação celular e exemplos de doenças. Fornece uma visão geral dos processos celulares sob o ponto de vista biológico.
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Patologia Geral Prof. Msc. Anderson Seitz Adaptação Celular Alterações reversíveis Degeneração celular Prof. Anderson Seitz Patologia Geral ...
Patologia Geral Prof. Msc. Anderson Seitz Adaptação Celular Alterações reversíveis Degeneração celular Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Patologia Conceito: A patologia (do grego pathos = doença; logos = tratado) É o ramo da medicina que estuda as causas, evolução e efeito das doenças. Duas subdivisões: – Anatomia Patológica: morfologia das células e tecidos – Patofisiologia: estudo funcional e mecanismos fisiológicos, bioquímicos, biofísicos e imunológicos envolvidos na doença. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Doença A doença surge quando a inter-relação entre estrutura, metabolismo e função estão alterados. Assim uma inflamação purulenta do fígado, rim e pulmão apresenta características semelhantes na ave, cavalo, cão e outras espécies. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Dermatite purulenta Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Patologia geral Estudo dos fenômenos básicos de formação das doenças. Base para estudar as doenças específicas. Função do veterinário: – Diagnosticar – Tratar – Prevenir – Controlar as doenças Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Devemos: – Reduzir perdas econômicas – Minimizar perdas afetivas – Visar sempre o bem estar animal Reconhecer lesões no animal vivo (ou morto) Habilidade em diagnosticar Novas terminologias – descrição do que é visto. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Alterações Celulares Estrutura da célula normal: – Citoplasma: onde ocorrem os processos metabólicos – Apresenta rede fina de filamentos, organelas e inclusões. Inclusões são corpúsculos de acúmulos metabólicos como por ex.: lipídios, glicogênio, cristais proteicos e pigmentos. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Alterações Celulares Seis componentes celulares importantes: – Membrana celular: recebe sinais e permite transporte de componentes para a célula. – Citoesqueleto: confere estrutura à célula e auxilia na movimentação interna. – Mitocôndrias: energia celular – Nucléolo, ribossomas, RER e complexo golgi: codificadores e produtores de proteínas – Sistema citoplasmático vacuolar: transporte e digestão celular – Ret. End. Liso: produção de lipídeos e detoxicação celular Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Célula Animal Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Membrana celular Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Citoesqueleto Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Adaptação Celular Doença depende de como a célula reage às agressões Agressão: – Estímulo químico – Estímulo físico Afeta a normalidade, estabilidade e uniformidade celular (homeostasia) Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Agente Etiológico Agentes agressores: – Hipóxia: redução de Oxigênio e anóxia (ausência) – infarto do miocárdio. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Sobrecarga de trabalho: como reação a célula tende a aumentar de tamanho (hipertrofia) Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Agentes químicos: tóxicos, poluentes, defensivos agrícolas Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Agentes físicos: traumas mecânicos, eletricidade, calor, frio, irradiação... Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Agentes Biológicos: toxinas, plantas, peçonhas. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Mecanismos genéticos: deficiências metabólicas, intoxicação crônica por cobre do Bedlington terrier. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Mecanismos imunológicos: reações anafiláticas. (lagarta de jardim) Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Desequilíbrio nutricional: falta de proteína, deficiência de zinco... Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Senilidade Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Vulnerabilidades celulares Neurônio é mais sensível à deficiência de Oxigênio do que o tecido conjuntivo % de hipóxia Tempo de hipóxia Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Suprimento sanguíneo Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Estados Homeostáticos Alterados Hipertrofia Níveis de habilidade homeostática 0 Atrofia Degeneração Degradação Ponto de Organizacional Irreversibilidade Necrose Tempo Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Tipos de adaptação celular Indução de enzimas e organelas Autofagia Hipertrofia Atrofia Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Indução de enzimas e organelas Nova demanda de trabalho – Hiperfunção Linfócito B ativado! – RER é ativado para síntese proteica – Características morfológicas diferentes Plasmócito Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Autofagia Célula reduz o número de organelas – “vacúolos autofágicos” Lisossomas se funde com vacúolos – Enzimas lisossomais digerem restos das organelas – Ou forma-se o heterofagolisossomos – Ou o material persiste na célula indefinidamente como corpúsculos – compatível com a vida celular Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Hipertrofia Sobrecarga de trabalho Aumento do número de organelas Aumento do quociente metabólico Músculos – Cavalo de corrida – Halterofilista – Coração (insuficiência valvular) Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Atrofia Célula reduz de tamanho pela função diminuída Musculatura Adrenal – Uso de corticóides exógenos – Síndrome de addison Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Alterações morfológicas celulares Membrana plasmática Alterações mitocondriais Alterações no Retículo endoplasmático Alterações nos lisossomos Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Membrana plasmática Local mais frequente de lesão Alteração da permeabilidade – Bolhas – Espessamento – vesículas Trocas entre célula e extracelular Compartimentos citoplasmáticos Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Alterações Mitocondriais Quase sempre se observa alterações na organela Alterações variadas “Caminho de degeneração” – Perda dos grânulos (ATP) – Condensação da matriz – Tumefação (água) – Calcificação – Divisão... Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Alterações no Retículo Endoplasmático Sua função é a síntese proteica – Colágeno, lipoproteína... Acúmulo leva a lipossomos Organela sofre: – Fusão – Fragmentação – internalização Alguns vírus envelopados retiram seu envelope da membrana do RE. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Lisossomos Atuam na digestão celular Membrana que reveste enzimas hidrolíticas – Fagolisossomo Autofagia Autólise Morte celular Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Alterações Celulares Reversíveis Degeneração celular – Tumefação celular – Degeneração hidrópica (vacuolar ou balonosa) – Degeneração gordurosa Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração celular Termo degeneração sempre implica em uma lesão reversível Pode evoluir para um conjunto de alterações irreversíveis denominados de necrose As degenerações visíveis ao microscópio óptico ocorrem no citoplasma “Doença celular” Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degenerações celulares Tumefação, deg. Hidrópica e gordurosa podem ser estágios evolutivos de um mesmo processo patológico, ou não... Pode acontecer de a célula sofrer “apenas” a esteatose sem apresentar os outros tipos de degeneração. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Tumefação Celular Maneira mais comum e importante de reação da célula frente a agressão – Alteração no volume celular – Contorno arredondado – Citoplasma turvo (vidro fosco) – Pouco acidófilo (corantes ácidos – vermelhos) – Macro: aumento de tamanho e com coloração pálida (como se tivesse sido cozido) Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Tumefação Celular Como a célula controla seu volume? – Equilíbrio dinâmico da água do meio intracelular x extracelular – Meios separados por membranas permeáveis – Alta concentração de proteínas com carga negativa (enzimas – ânions orgânicos) intracelular que não são difusíveis. – Gradiente osmótico – Bomba de sódio controla a passagem de água Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Concentração iônica (mEq/l) dos líquidos intra e extracelulares nos mamíferos Líquido intersticial Líquido intracelular Cátions Na+ 145 12 K+ 4 155 Ânions Cl- 120 4 HCO3- 27 8 Orgânicos 7 153 Fonte: Cheville, N.F. Cell Pathology. Ames Iowa, The Iowa State University Press Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Hidrópica Acúmulo de água no citoplasma Também altera o volume celular Estágio posterior à tumefação celular Sinônimos: – Degeneração balonosa – Degeneração vesicular – Degeneração vacuolar Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Hidrópica No microscópio se observa um vacúolo (espaço em branco) no citoplasma Bordas não são bem definidos – Obs: outras condições que causam vacúolos Degeneração gordurosa Infiltração de glicogênio Autólise pós-morte Artefatos da técnica histológica Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Hidrópica Esse tipo de alteração está normalmente associada a células epiteliais Lesão pode ser vista macroscopicamente (vesículas) Comum em células infectadas por vírus Alguns exemplos – Febre aftosa – Mixomatose dos coelhos – Intoxicação por planta – Papilas ruminais por indigestão ou sobrecarga Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Vesícula febre aftosa Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Deg. Hidr. Rumem ovino Bacharis coridifoia Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração hidrópica Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Mixomatose (poxvírus) Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Palicouria marcgavii (erva de rato) Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Palicouria marcgavii Deg. Hidropica tcp Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Acúmulo anormal de gordura no citoplasma A forma mais grave da degeneração celular Ainda é potencialmente reversível (desde que removida a causa) Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Diferente de Infiltração gordurosa, que ocorre com aparecimento de adipócitos em substituição de tecido normal que atrofiou. Mecanismos de acúmulo de gordura no fígado é o mais estudado. Pode ocorrer também no rim, coração e adrenais – dependem grandemente dos lipídios como fonte de energia. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Diferente de Infiltração gordurosa, que ocorre com aparecimento de adipócitos em substituição de tecido normal que atrofiou. Mecanismos de acúmulo de gordura no fígado é o mais estudado. Pode ocorrer também no rim, coração e adrenais. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Quilomícron Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Eventos intraluminais da digestão de lipídios Lúmen Triglicerídios Sais biliares conjugados XXX Estômago (Fígado)XXX Lipase (Pâncreas) Diglicerídeos Monoglicerídeos Ácidos graxos Micélios x x X Quilomícron Bile é X Reabsorvida X X (íleo) X X (Vaso linfálico) X Fonte: Kaneko, J.J. Clinical biochemistry of domestic animals. 4 ed. Academic Press, San Diego, 1989. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Mecanismos: – Oferta excessiva de ácidos graxos ao fígado – Decréscimo na oxidação dos Ags – Falta de proteína na dieta – Síntese excessiva de TG – Distúrbio na combinação lipídio x proteína – Liberação de lipoproteínas afetada Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Oferta excessiva de ácidos graxos ao fígado – Em diabetes e cetose, o uso da glicose como energia está comprometido – Os AGs são então usados como fonte de energia – Outra causa é após uma refeição rica em gordura, com aporte de AGs em excesso Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Foie gras (patê) Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Decréscimo na oxidação dos AGs – Fatores tóxicos (bactérias e CCl4) – Hipóxia – menor metabolização dos lipídios – Pode ocorrer também no rim Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Falta de proteína na dieta – Ocorre interferência na síntese de fatores lipoproteicos Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Equino caquético Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Distúrbio na combinação Lipídio x Proteína – A falta dos agentes lipotrópicos (colina e metionina) reduz a síntese de fosfolipídios e lipoproteínas Resultado: acúmulo de TGs no hepatócito – Ativa a mobilização de AGs de reserva e aumenta o aporte ao fígado. Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Interferência na liberação de lipoproteínas pelo hepatócito? Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Aspectos Macroscópicos – Fígado amarelado – Hepatomegalia – Textura gordurosa à superfície de corte – Deixa a faca/bisturi engordurado – Quebradiço – Friável – Padrão centrolobular Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Aspectos Microscópicos – Em cortes de rotina (HE) gorduras e lipóides aparecem no citoplasma – Espaços claros e esféricos – Gordura é dissolvida pelos solventes (xilol) – Micrótomo de congelação e corantes especiais de gordura Oil Red O Sudan III Ácido ósmico Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Degeneração Gordurosa Aspectos Microscópicos – Em HE gotas claras e arredondadas – Aspecto esponjoso – Pode deslocar o núcleo para a periferia Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Oil Red O Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Sudan III tec. Conj. frouxo Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Tetróxido de ósmio Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Lesões Celulares Irreversíveis Prof. Anderson Seitz Patologia Geral Prof. Anderson Seitz Patologia Geral