Resumo Microbiologia II - 30/09/2024 PDF

Summary

Este resumo de microbiologia II de 30/09/2024 foca-se na introdução à parasitologia e mecanismos de patogénese parasitária. Abrange também agentes antiparasitários, epidemiologia, fatores que influenciam e comportamento perante o hospedeiro.

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🦠 Microbiologia II 30/09/2024 Sumário - Introdução a parasitologia - Mecanismos de patogénese parasitária - Agentes antiparasitários Parasitologia-epidemiologia - Maioria das doenças associa...

🦠 Microbiologia II 30/09/2024 Sumário - Introdução a parasitologia - Mecanismos de patogénese parasitária - Agentes antiparasitários Parasitologia-epidemiologia - Maioria das doenças associadas com regiões tropicais e subtropicais- contudo são um problema também em países desenvolvidos. Portugal Transição entre clima atlântico e mediterrâneo Quisto hodático, parasitasses intestinais, kala-azar, cryptosporidium Frequência razoável de parasitoses Microbiologia II 1 Fatores que influenciam Potencial biótipo dos parasitas Aumento demográfico Novas zoonoses (microrganismos próprios dos animais que podem chegar aos humanos propositadamente ou acidentalmente) Resistência a fármacos Incapacidade SI do hospedeiro Mobilidade das pessoas Tempo de sobrevida VIH os mo conseguem partilhar os genes de resistência dos fármacos aos outros microrganismos que encontram O nosso SI é mais fraco do que o SI dos nossos antepassados? Quimioterapia - fármacos que vão destruir células nossas normais e doentes Comportamento perante o hospedeiro Parasitas que vivem no ser humano sem manifestar ação patogénica - Entamoeba coli Parasitas que vivem no ser humano sem manifestar ação patogénica, desde que se mantenha a integridade do SI - Toxoplasma gondii Possibilidade de provocarem alterações patológicas (algumas espécies) Vetor - Artrópode, molusco ou outro ser capaz de transmitir o parasita entre 2 seres vivos, podendo ou não atuar como intermediário. Biológico - ocorre desenvolvimento e transmissão Mecânico - apenas veiculo (roupas de cama, p.ex.) Microbiologia II 2 Reservatórios - Animais que albergam a mesma forma parasitária que o ser humano - podem transmitir, mesmo sendo hospedeiros naturais. - Cães - Leishmania Ciclo de vida - Transformações complexas que o parasita sofre, podendo implicar a passagem por vários seres vivos e/ou vida livre. - Garante a disseminação e propagação da espécie. Monoxeno - ciclo de vida em apenas 1 hospedeiro Heteroxeno - passagem obrigatória por 2 ou mais hospedeiros Ciclo direto - não necessitam hospedeiro intermediário, transmissão ocorre pela forma resistente (ovos, p. ex.) Ciclo indireto - necessita de hospedeiro intermediário (forma larvar), hospedeiro - alberga a forma adulta Será mais fácil nos seres humanos pararmos o ciclo direto ou indireto? Se eliminar o intermediário este não vai voltar a base e reinfetar outro ser humano. Conseguir parar este intermediário é a forma de conseguirmos parar esta infeção O que se controla melhor? A gripe ou a dengue? A gripe pq é mais fácil de ser desseminada num espaço fechado Patogenicidade - grau de lesão - Depende de diferentes fatores. Parasita Microbiologia II 3 Capacidade de adesão e penetração Capacidade de multiplicação Capacidade de evasão mecanismos defesa Variabilidade genética Hospedeiro Idade Estado imunitário (imunidade celular e produção de Ac) Doenças associadas/medicação Patogenicidade - vias de penetração Ativa - parasita passa pele e mucosas; transmissão ocorre pela forma resistente, (ovos, p.ex.) [excessão de enzimas, endocitose, lise da membrana celular, alteração de estruturas superficiais] Passiva - ingestão de água ou alimentos contaminados, picada de insetos, inoculação (agulhas,…) Ação do parasita sobre o hospedeiro Espoliativa - utilização de nutrientes da dieta do hospedeiro ou sangue (avitaminoses) Mecânica - impedimento do fluxo de líquidos e alimentos; provocam compressão em órgãos Tóxica - produção de metabolitos que causam irritação e lesão Hiperplásica - aumento da velocidade da divisão celular (aumento metabolismo) Neoplásica - desconhecido o processo, mas há parasitas associados com tumores (Schistosoma) Enzimática - produção de enzimas que lesam tecido Anóxia - consumo de O2 associado hemoglobina (paludismo) Microbiologia II 4 Traumática - associado a formas larvares Prevenção e controlo de uma parasitose - Redução fonte humana como fator de transmissão (Proflaxia pessoal, Tratamento antiparasitário) - Controlo do meio ambiente, água e alimentos - Destruição/controlo dos reservatórios animais e vetores - Criação de barreiras biológicas de transmissão (peixes que se alimentam de larvas) Grupos Protozoários Helmitas Artrópodes Protozoários Infeções por protozoários Resultam em dano dos tecidos com aparecimento de doença: - Devido a resposta imunitária - Devido a libertação produtos tóxicos Características dos protozoários Organismos unicelulares eucariotas Parede celular externa muito frágil Morfologia variada, conforme a fase Microbiologia II 5 Trofozoito - forma ativa do parasita Quisto - forma de resistência Gâmeta - forma sexuada Flagelados - 1 ou mais flagelos; reprodução por divisão binária Amibas - apresenta pseudópodes; reprodução por divisão binária Ciliados - cílios para locomoção; reprodução por divisão binária Esprozoários - intracelulares pouco móveis; reprodução sexuada Infeções por protozoários - imunocomplexos Respostas humorais, excesso de Ac e ativação cadeia coagulação Leva várias síndromes, como hiperviscosidade sanguínea Provoca depósitos de imunocomplexos circulantes (rins…) Infeções por protozoários - autoimunidade e hipersensibilidade - Ativação de auto anticorpos (GV, p.ex.) - Efeito citotóxico direto - Acumulação de complexos AG-AC Infeções por protozoários - fatores parasitários - Produtos tóxicos produzidos são responsáveis por aspetos de patologia - Ativação de algumas enzimas associadas também como potencial patologia Helmitas Características Filo platelmintas Tremátodos - corpo achatado, com ventosas bucais e centrais Microbiologia II 6 Céstodos - corpo achatado Filo nematelmintas Nemátodos - corpo forma cilíndrica, aparelhos digestivo completo Formas de transmissão Ingestão acidental ovos Através dos vetor Penetração ativa Níveis de infeção Normal de higiene Preparação de alimentos Condições climáticas Exposição insetos Agentes antiparasitários Introdução - Arsenal terapêutico relativamente limitado - Patologias muito comuns países em desenvolvimento - Maioria dos fármacos com mais de 50 anos - Estratégia atual passa pela combinação de fármacos - A maioria está disponível apenas nos países endémicos - Em Portugal há um leque … Tratamento de infeções por protozoários Microbiologia II 7 Antimaláricos Antitripanossomatídeos Antiamebianos Fármacos antimaláricos - Tratamentos com muitos avanços e recuos - Parasita com sensibilidade transitivos (ganhando resistência posterior) - Dificuldades terapêuticas - resistências (Abandono precoce, terapêuticas desajustadas, efeitos secundários) - Cloroquina - fármaco de eleição durante muitos anos - Atualmente Plasmodium falciparum apresenta resistências de Fármacos antimaláricos - quinino - Quinino é o mais importante antimalárico - Casos de malária grave - Isolado ou em associação - Usado por via oral ou endovenosa - Rapidamente absorvido, com pico concentração 1-3 horas - Boa distribuição, atravessa barreira placentária e hematoencefálica - Associado com zumbidos, tonturas, vertigens (regime pós tratamento) - Contraindicação em doentes com patologia cardíaca grave Fármacos antimaláricos - Cloquina - Maioria do Plasmodium Falciparum são resistentes - Administração por via oral - entra nos erritrócitos - Cefalias, nauseas, vómitos, … Fármacos antimaláricos - Mefloquina Microbiologia II 8 - Fármaco bastante eficaz - Absorvido por via oral - Pode ser usado na profilaxia - Efeitos secundários neuropsiquiatrivos - Possibilidade de tonturas, náuseas e vómitos - Contra indicado em doentes psiquiátricos e com patologia cardíaca Fármacos antimaláricos - Artemisinas - Isolada de uma planta (artemisia annua) - Usada habitualmente em associação - Bastante ativos, com ação rápida e eficaz (1-3 dias) - Reservado para situações de resistência - Formulação oral, retal, e injetável - Contraindicação no primeiro trimestre de gravidez e alergias Fármacos antimaláricos - Malarone - Associação de dois fármacos - Taxas de cura entre 94% e 100% - Elevado custo e baixa disponibilidade Fármacos antimaláricos - Primaquina - Reservada a área de grande potencial de infeção - Não está aprovado para profilaxia - Efeitos secundários raros (digestivos) Fármacos antimaláricos - halofrantrina - Apresenta algumas resistências descritas Microbiologia II 9 - Efeitos secundários mais comuns são digestivos - Contra indicado em cardiopatias Fármacos para tripanossomatideos Incluem-se fármacos para tratamento de: Leishmaniose Fármacos para tripanossomatideos - Antimonias - 1* linha de tratamento da leishmaniose - 2 apresentações comerciais - glucantime e pentostam - Via endovenosa ou intramuscular - Toxicidade cardiaca Fármacos pata tripanossomatideos - Anfotericina B - Antifúngico, mas com ação na leishmaniose - Cardiotóxica e nefrotóxica Fármacos para tripanossomatideos - Miltefosina - Originalmente fármaco antineoplásico - Potente ação na leishmaniose - Pode ser usado pela via oral - Efeitos secundários digestivos Fármacos para tripanossomatideos - Pentamidina - Fármaco antifúngico (prneumocytis jeroveci) - 2* linha nos parasitas - Usada pela via intramuscular (preferível) ou intravenosa Microbiologia II 10 - Efeitos secundários incluem hipoglicémia e disfunção renal - passageiros Fármacos para tripanossomatideos - Suramina - Apenas usada no tratamento de tripanossomose humana africana - Necessita longo período de tratamento e é muito tóxica - Pode apresentar efeitos secundários graves - choque Fármacos para tripanossomatideos - Melasorpol - Usado no tratamento das tripanossomose humana africana - fase cerebral - Administrado via venosa - Efeitos secundários digestivos e cardíacos (pode evoluir morte) Fármacos para tripanossomatideos - Eflortitina - Composto antineoplásico, mas com eficácia em parasitas - Eficaz no tratamento tripanossomose africana humana - Efeitos secundários saguíenos e gástricos - reversíveis Fármacos para tripanossomatideos - Nifurtimox - Tratamento da doença das chagas e tripanossomose africana humana - Administração via oral - Efeitos secundários dIfíceis de tolerar (abandono de medicação) Fármacos para tripanossomatideos - Benzonidazol - Tratamento do tripanossoma cruzi - Administração via oral - Insuficiência hepática, renal e hematológica Microbiologia II 11 Fármacos para tratamento amibas e flagelos Incluem-se fármacos para tratamento de: Amebiase Giardiase Tric… Fármacos para tratamento amibas e flagelos - Metronidazol - Antibiótico (anaerobiose) - Tratamento amebiase e giardiase - Efeitos secundários associados com trato gastrointestinal Tratamento de infeções por helmitas - Fármacos com muita diversidade biológica - Usados para tratamentos de várias infeções Tratamento de infeções por helmitas - Praziquantel - 1* linha tratamento de infeções intestinais por Taenia sp. - Administrar por via oral - Contra indicado na insuficiência hepática grave Tratamento de infeções por helmitas - Ivermectina - Tratamento de oncocercose, escoliose, … - Administração oral - Efeitos secundários graves (tóxicos) Tratamento de infeções por helmitas - Albendazol - Atividade contra nemátodos e cestodos Microbiologia II 12 - Administração oral - absorção digestiva - Efeitos secundários raros e passageiros Tratamento de infeções por helmitas - Mebendazol - Amplo espectro - Administração oral - absorção via digestiva, embora baixa - Efeitos secundários raros e passageiros (contra indicado gravidez) Tratamento de infeções por helmitas - Niclosamida - Usado tratamento taenia saginata e solium - Administração oral - Efeitos secundários raros e passageiros (digestivos) 7/10/2024 Introdução Diagnóstico baseia-se na identificação do agente patogénico Raro encontrar sinais biopatológicos característicos (sempre gerais) Deteção microscópica é a técnica de eleição Casos raros pode identificar-se macroscopicamente Deteção molecular começa a ganhar destaque Práticas laboratoriais Regras de segurança laboratorial são fundamentais - material biológico Sangue e fezes como produtos biológicos + utilizados Colheita de amostras fecais Microbiologia II 13 Fezes colhidas em contentores de boca larga, limpos secos e impermeáveis 3 colheitas em 10 dias alternados (eliminação intermitente) Fixação amostras fecais no caso de demora na chegada ao laboratório Técnicas de exame de amostras fecais Exame macroscópico - Cor - Muco - Consistência - Sangue - Parasitas visíveis Exame microscópico Exame sistemático de várias amostras Observar a fresco e após a coloração 1. Exame fresco- Utilizar base em soro fisiológico e lugol 2. Concentração - aumenta a possibilidade deteção; permite ainda isolamento de ovo de helmitas e quistos protozoários 3. Preparações coradas - identificação de alguns protozoários intestinais; hematoxilina - ferro e Ziehl- Nielsen modificada Técnicas de exame - outros produtos Colheita perianal Importante em infeções por Enterobius vermiculares Microbiologia II 14 Colocação de fita adesiva transparente nas pregas perianais Sigmoidicospia Importante em infeções por Entamoeba histolytica Material pode ser obtido por raspagem Aspirado duodenal Importante em alguns protozoários Obtido por endoscopia ou enterotest (cápsula de gelatina) Aspirado abcesso hepático Importante no diagnóstico de amebíase invasiva Recolha feita na margem do abcesso (2 porções) Expetoração Devido á típica migração, podem identificar-se intestinais Observação a fresco e com coloração Urina Importante no Schistosoma haematobium (ovos) Recolha da última porção de urina Amostras urogenitais Importante na Trichomonas vaginalis Observados a fresco (mobilidade) ou semeados meios de cultura Sangue Sangue venoso Microbiologia II 15 Preparação em “gota espessa“ é uma das técnicas mais usadas Esfregaços finos permitem observação de morfologia Imunodiagnóstico - métodos indiretos Há necessidade de outras técnicas - complexidade de diagnóstico Diferenciação IgG e IgM Imunodiagnóstico - métodos diretos Executado em sangue, aspirados Obtenção de diagnóstico definitivo Diagnóstico molecular Grande relevância atual Podem utilizar-se em qualquer tipo de amostra Identificação até á espécie (muito preciso) Cultura Usada em algumas infeções (Trichomonas Vaginalis) Pode ser útil para obter mais microrganismos (outros estudos) Xenodiagnóstico Usado no diagnóstico de doença nas Chagas Exposição ao sangue do indivíduo a um vetor Raramente utilizado considerando a morosidade e recursos Protozoários intestinais e urogenitais Amibas Microbiologia II 16 A maioria não são patogénicas para o Homem - exceção Entamoeba histolytica Ingestão de quistos na água Ingestão de quistos nos alimentos Transmissão fecal oral Entamoeba Histolytica Morfologia Formas evasivas contém eritrócitos fagocitados Quistos são morfologicamente difíceis de distinguir Ciclo de vida e patogénese Ingestão de quistos - desenquistamento intestino - Invasão da mucosa do colon - Quadros diarreicos Se ocorrer disseminação formam-se abcessos hepáticos Fatores de virulência: proteases; Adesão; Atividade fagocítica Epidemiologia Frequente nas regiões tropicais e subtropicais Portadores assintomáticos são importantes fontes de disseminação Manifestações clínicas Maioria assintomática Apenas cerca de 4 a 10% evolui para patologia Colite e disenteria - casos raros colite necrosante Abcesso hepático - pode ser detetado meses / anos após exposição Pode ainda existir infeção pulmonar abcesso cerebral Diagnóstico laboratorial Necessário existir deteção e identificação do parasita Deteção de antigénios nas fezes pode ser útil Tratamento / prevenção e controlo Microbiologia II 17 Tratamento dos portadores assintomáticos e dos doentes Metronidazol (eleição) A prevenção é um passo fundamental Tratamento de águas, desinfeção de alimentos, medidas de higiene pessoal Flagelados Trato intestinal e urogenital colonizado por vários: Giardia duodenalis; trichomonas vaginalis Giardia duodenalis Morfologia Trofozito ou quisto Patogénese Ingestão de água e alimentos - desenquistamento e libertação no intestino - multiplicação e adesão ás paredes do intestino - dano das mucosas Epidemiologia Distribuição mundial, maior prevalência países menos desenvolvidos Crianças especialmente suscetíveis - surtos de diarreia Deteção de antigénio - complementar Tratamento/prevenção e controlo Metronidazol e tinidazol são os mais utilizados Prevenção pelo tratamento de águas e desinfeção de alimentos Identificação de portadores assintomáticos Trichomonas vaginalis Morfologia Colonização vias urogenitais Patogénese Transmissão via sexual maioria Microbiologia II 18 Multiplicação na vagina e uretra próstata vesícula seminal Epidemiologia Distribuição mundial Homem é o único hospedeiro Associada a comportamentos de riscos sexuais Manifestações clinicas Mulheres com leucemia, prurido e sensação de ardor No homem é assintomática, na maioria das vezes uretrite Diagnóstico laboratorial Visualização microscópica da mobilidade dos trofozoitos Pode ser realizada cultura de microrganismo Tratamento prevenção e controlo Metronidazol é a 1ª linha Tratar os parceiros sexuais Dientamoeba fragilis Morfologia Forma de trofozoito nas fezes humanas Patogénese Coloniza intestino- zona do cego Ciclo de vida pouco conhecido Epidemiologia Distribuição mundial Transmissao fecal- oral Manifestações clínicas Comensal Atualmente - possibilidade de ser patogénico ? Microbiologia II 19 Diarreia e dor abdominal como principais fatores Diagnóstico laboratorial Análise microscópica de fezes Tratamento prevenção e controlo Medicação mostra-se eficaz Medidas de higiene pessoal Ciliados Balantidium coli Morfologia Pode apresentar-se sob a forma de trofozoito ou quisto É o maior protozoário e o único ciliado que infeta o ser humano Patogénese Inicia-se após a ingestão de quistos Ocorre desenquistamento, multiplicação e invasão da mucosa Epidemiologia Infeta vários mamíferos - porco principal reservatório Transmissão associada a más condições de higiene e contacto com animais Manifestações clínicas Infeção assintomática, podendo ser aguda Diagnóstico laboratorial Observação a fresco Tratamento Tetraciclina é o fármaco de 1ª linha Medidas de higiene Coccídeos Ciclo de vida complexo - sexuado e assexuado Microbiologia II 20 Indivíduos imunocompetentes - diarreia e dor abdominal Indivíduos imunodeprimidos - possível agudização de outras patologias Cryptosporidium SPP Morfologia Diferentes espécies sendo as mais destacadas - C.parvum e C.homidis Patogénese Ingestão de oocistos e libertação no intestino - invasão de células epiteliais Pode estender-se aos pulmões (imunodeprimido) Epidemiologia Antroponótica (entre ser humano) ou zoonose (animal - ser humano) Via fecal oral ou contato direto Manifestações clínicas Em imunocompetentes pode ser assintomática ou leve Imunodeprimidos (VIH) pode agudizar quadro clínico Diagnóstico laboratorial Visualização de oocistos nas fezes Laboratório de referência utilizam métodos moleculares - identificação de espécie Tratamento Imunocompetentes - com medidas de suporte Imunodeprimidos deve tentar-se fortalecer a imunidade Medidas de higiene pessoal Cyclospora Cayetanensis Morfologia Oocistos esféricos , com 8 mm a 10mm Microbiologia II 21 Patogénese Ingestão de oocistos Invasão de enterócitos com alterações inflamatórias de microvilosidades Epidemiologia Ser humano único reservatório Surtos associados com a ingestão de água e alimentos contaminados Transmissão fecal-oral Manifestações clínicas Diarreia aquosa, náuseas e fadiga Casos extremos- vómitos e dores musculares Possibilidade de existência de portadores assintomáticos Diagnóstico laboratorial Visualização de oocistos nas fezes Tratamento Ciprofloxacina Medidas de higiene pessoal coletiva Isospora belli Morfologia Oocistos imaturos, longos e ovais Habitualmente torna-se infeccioso no meio externo Patogénese Ingestão de oocistos infecciosos Desenvolvimento no interior de células no duodeno/jejuno Epidemiologia Ubíqua, mas mais frequente em regiões tropicais Todo o ciclo de vida num hospedeiro humano Microbiologia II 22 Admite-se a transmissão por via fecal Manifestações clínicas Diarreia e dor abdominal Grave em doentes imunodeprimidos Podem existir portadores assintomáticos Diagnóstico laboratorial Observação de oocistos nas fezes Tratamento Trimetoprim Medidas de higiene pessoal 14/10/2024 Sumário Protozoários do sangue e dos tecidos Nemátodos Protozoários do sangue e dos tecidos Plasmodium sp. Introdução Infetam e multiplicam-se nos eritrócitos e células hepáticas - P. falciparum - P. ovale - P. malarie - P. vivax Malária - 300 a 600 milhões de infetados: 1,5 a 2,7 milhões de mortes Microbiologia II 23 Estrutura e replicação Alterna entre ser humano e o mosquito Formas invasivas são extracelulares - preparadas para entrar e sair das células Patogénese e imunidade 1. Inoculação dos esporozoitos pelo mosquito infetado 2. Circulam no sangue e penetram nas células hepáticas 3. Após 6 dias hepatócitos libertam milhares de merozoitos 4. Invasão dos GV 5. Processo ciclico 6. Sintomatologia associada com destruição e retirada de GV pelo baço Convulsões, coma, insuficiência respiratória e hepática. Fatores inatos do hospedeiro para diminuição da suscetibilidade Alterações na estrutura da hemoglobina Alterações estruturais dos eritrócitos Criança (6 meses) Epidemiologia Endémica em mais de 100 Países (mais de metade de África) Transmissão Transfusões Placenta Agulhas Mosquito Microbiologia II 24 Manifestações clínicas Forma inicial com sintomas inespecíficos: Não complicadas - febre com intervalos (1 a 2 dias) Graves (cerebral…) - Sistémica, várias complicações levando á morte Anemia progressiva Diagnostico laboratorial Deteção no sangue periférico: Métodos diretos - gota de sangue ou concentrada com coloração Giemsa Métodos indiretos - antigénios parasitários Tratamento Diferente na malária complicada e não complicada Via endovenosa (complicada) Via oral (não complicada) Tratamento, prevenção e controlo Medidas individuais - proteção picada de mosquito, quimioprofilaxia Ações para a reduçāo Diagnóstico e tratamento Previsão de epidemias Medidas de controlo vetorial Trypanossoma sp. Introdução Infetam ser humano e animais vertebrados Microbiologia II 25 Desenvolvem-se no intestino ou glândulas salivares do mosquito Trypanossoma Cruzy - tripanossomose americana (doença das chagas) Trypanossoma brucei - tripanossomose humana africana (doença do sono) Estrutura e replicação Observados sangue dos vertebrados Multipliacação por fisão binária Patogenese e imunidade Mosca Glosina (Tsé-tsé) ingere com a refeição de sangue No intestino ocorre multiplicação Migração para as glândulas salivares - nova infeção Patogénese e imunidade - doença do sono Invadem SNC Patogénese e imunidade - doença das chagas Invadem músculo liso, coração e trato intestinal Epidemiologia - doença do sono Mosca encontrada África intertropical Epidemiologia - doença das chagas Endémica continente americano Mais de 15 milhões de infetados Manifestações clínicas - doença do sono Microbiologia II 26 1. Inoculação do tripanossoma na pele 2. Evolução para nódulo 3. Febre, mal estar, fadiga, … 4. Evolução intermitente (gânglios cervicais) 5. Período neurológico 6. Coma e morte Manifestações clinicas - doença das chagas 1. Inoculação do tripanossoma na pele 2. Síndrome semelhante mononucleose 3. Miocardite e encefalite (rara) 4. Resolve em 4-16 semanas 5. Fase silenciosa (60-70% infetados) 6. Fase crónica (15 a 30 anos) - cardíaca Diagnóstico laboratorial Observação parasita no sangue Obrigatório realizar punção lombar Tratamento, prevenção e controlo Pentamidina (sono) e nifurtimox (chagas) Diminuição do contacto com mosca Tratamento infetados Leishmania sp. - Picada inseto hematófago (Phlebotomus e Lutzomyia) - Associadas a doença sistémica ou cutânea Microbiologia II 27 Estrutura e replicação Necessidade de vetor Multiplicação por fisão binária Patogenése e imunidade Picada de uma fêmea de mosquito Multiplicação no interior dos macrófagos Epidemiologia América (centro e sul), África e Ásia 2 milhões novos canos/ano Maioria são zoonoses Manifestações clínicas - visceral Aumento de temperatura, esplenomegália, anemia Pode ser subclínica Manifestações clínicas - cutânea Lesões ulceradas Pode existir ulceração progressiva mucosa oral/faringea Diagnóstico laboratorial Visualização direta do parasita Pode ser realizada cultura, PCR, e Ac monoclonais Tratamento, prevenção e controlo Anfotericina B Redução contacto vetores/ reservatórios Microbiologia II 28 Taxoplasma gondii Zoonose Gatos e outros felídeos como hospedeiros definitivos Outros mamíferos e aves são intermediários Habitualmente autolimitada Imunodeprimidos - situação grave Toxoplasmose congénita - risco imediato ou tardio Estrutura e replicação Parasita intracelular obrigatório Patogenése e imunidade Fase sexuada - gato Fase assexuada - hospedeiros intermediarios 1. Ingestão de material contaminante pelo felídeo 2. Reprodução no intestino e eliminação ao exterior 3. Ingestão pelo hospedeiro intermidiário 4. Multiplicação e possibilidade de infeção Epidemiologia 1/3 da população humana infetada Surtos descritos associados a água Manifestações clínicas A maioria é assintomática Microbiologia II 29 Forma congénita mais grave quanto mais precoce Último trimestre - possibilidade de manifestações tardias (oculares) Diagnostico laboratorial Teste Ac IgM importantes nas grávidas Testes de PCR e de aglutinação Tratamento, prevenção e controlo Não há fármaco 100% eficaz Evitar carne mal cozinhada, lavagem de legumes e contacto gatos Nemátodos - Inclui cerca de 500 000 espécies - Vermes cilíndricos, não segmentados Nemátodos intestinais - Ascaris Lumbricoides Fisiologia, estrutura e patogénese Podem atingir entre 30 a 40 cm Fêmea depõe cerca de 200. 000 ovos/dia Em solo húmido podem manter viabilidade mais de 2 anos 1. Ingestão e libertação no intestino 2. Perfuração mucosa e entrada corrente sanguínea 3. Instalação no pulmão e evolução 4. Traqueia, epiglote e nova deglutição Epidemiologia Microbiologia II 30 Distribuição mundial Contacto com águas e alimentos contaminados Manifestações clínicas Pequeno número de parasitas - assintomáticos Passagem nos pulmões - quadro respiratório (síndrome de Loeffler) Passagem nos intestinos - sintomas gastrointestinais Complicações Problemas mecânicos (obstruções) Pancreatites, apendicites, perfurações intestinais Diagnóstico laboratorial Observação dos ovos nas fezes Observação direta de a. humbricoides (nariz, boca e anus) Tratamento e controlo Albendazol (toma única 400 mg) Melhoria condições de higiene pessoal e coletiva 21/10/2024 Nemátodos intestinais - Enterobius vermicularis Fisiologia, estrutura e patogénese Localizam-se preferencialmente na zona do cego - adesão à mucosa Ovos muito leves, podem permanecer em suspensão Epidemiologia Microbiologia II 31 Distribuição mundial Manifestações clínicas Prurido anal Dores abdominais, cólicas, sangue nas fezes Diagnóstico laboratorial Observação de ovos Tratamento e controlo Mebendazol Tratar todo o agregado familiar Nemátodos intestinais - Trichuris trichiura Fisiologia, estrutura e patogénese Vermes com 3 a 5 cm Sobrevida de 6 a 8 anos Produção de 3000 a 7000 ovos/dia Epidemiologia Distribuição mundial Crianças mais vulneráveis - contato solo Manifestações clínicas Habitualmente pouca sintomatologia Lesões inflamatórias com edema e hemorragia Diagnóstico laboratorial Microbiologia II 32 Observação ovos nas fezes Tratamento e controlo Albendazol Melhoria condições higiene coletivas e individuais Nemátodos intestinais - Ancylostoma duodenale Fisiologia, estrutura e patogénese Fixação parede e alimentação dos tecidos necrosados Infeção por via cutânea ou oral 25000 a 35000 ovos/dia Epidemiologia Distribuição mundial Utilização de fezes humanas para os solos - fator de risco Manifestações clínicas Entrada pele - sinais de eritema vesicular Passagem no pulmão - habitualmente assintomática Instalação intestino - desconforto epigástrico Diagnóstico laboratorial Observação dos ovos nas fezes Tratamento e controlo Albendazol Evitar consumo de águas e alimentos contaminados Microbiologia II 33 Nemátodos - filárias Dracunculus medinensis Fisiologia, estrutura e patogénese Larvas grandes (600um) Larvas expelidas da pele quando mergulhadas em água Epidemiologia África subsariana 1980 - 3,5 milhões; 2021 - 14 casos Manifestações clínicas Dor no membro infetado Infeção da ferida aberta (saída dos parasitas) Diagnóstico laboratorial Colheita direta parasita na pele (cerca de 80 cm) Tratamento e controlo Não há tratamento direto Medidas de higiene Parasitologia Clínica Sumário Temátodos Céstopodos Microbiologia II 34 Artrópodes com importância médica Temátodos hermafroditas - Parasitas de animais e acidentalmente Seres Humanos - Vias biliares, intestino e pulmões Fascíola hepática Fisiologia e estrutura Habitual no gado ovino, caprino e bovino Agentes de fasciolose - parasitose hepatobiliar mais significativa Agrião como um dos principais veículos Epidemiologia Habitual em zonas de criação de gado Em Portugal a zona norte é a mais afetada Patogénese e manifestações clínicas Febre, dores abdominais, sintomas gastrointestinais Eosinofilia Parasitas nos canais biliares provocam lesões inflamatórias Diagnóstico laboratorial Pesquisa de ovos nas fezes ou bilis Tratamento, prevenção e controlo Evitar consumo plantas aquáticas cruas Controlo sanitário dos animais Microbiologia II 35 Clonorchis sinensis Fisiologia e estrutura Também designado de “Fascíola da China” Parasita canais biliares Ingeridos por peixes (consumo destes transmite ao Ser Humano) Epidemiologia Relevante no extremo oriente (mias de 20 milhões de infeções) Criação de peixes em viveiros, fertilizados com fezes humanas Patogénese e manifestações clínicas Infeções ligeiras (poucos parasitas) são assintomáticas Anemias, perturbações hepáticas e intestinais Associações da infeção com carcinoma canais biliares Diagnóstico laboratorial Identificação ovos nas fezes e bilis Tratamento, prevenção e controlo Praziquantel é o fármaco de eleição Evitar consumo peixe mal cozinhado Fasciolopsis buski Fisiologia e estrutura 2 a 7 cm de comprimento Moluscos 1* hospedeiro; Cardos e Castanhas de água 2* hospedeiro Microbiologia II 36 Epidemiologia Endémica vários países asiáticos Infeção humana associada a consumo de plantas aquáticas cruas Patogénese e manifestações clínicas Fixação vermes mucosa intestinal - hemorragias e abcessos Maioria assintomática ou sintomas leves Diagnóstico laboratorial Identificação ovos nas fezes Tratamento, prevenção e controlo Praziquantel Controlo no consumo de águas e alimentos Paragonimus westermani Fisiologia e estrutura Vermes adultos alojados nos pulmões Moluscos e crustáceos como hospedeiros intermediários Sobrevivência 10 a 20 anos Epidemiologia Infeta Ser Humano e vários animais domésticos e selvagens Predomina no Extremo Oriente (pofe surgir América e África) Patogénese e manifestações clínicas Maioria assintomáticas Microbiologia II 37 Sintomas gastrointestinais, dores torácicas e dispneia Diagnóstico laboratorial Pesquisa de ovos expetoração/fezes Ac podem tbm ser pesquisados Tratamento, prevenção e controlo Praziquantel Alterações hábitos higiene e consumo de plantas/animais Tremátodos - tremátodos unissexuados Schistosoma haematobium Fisiologia e estrutura Vermes adultos nos peixes vesicais Eliminação pela urina na água doce - novo processo Epidemiologia Endémico Angola, Guiné Bissau, Moçambique e Médio Oriente Transmissão associada a baixas condições de higiene Patogénese e manifestações clínicas Fase aguda - manifestações tóxicas ou alérgicas Fase crónica - disúria e hematúria Diagnóstico laboratorial Pesquisa de ovos na urina Microbiologia II 38 Ac Schistosoma intercalatum Fisiologia e estrutura Localizam-se veias mesentéricas Exclusivamente África (Golfo da Guiné e São Tomé e Príncipe) Patogénese e manifestações clínicas Diarreia e hemorragias intestinais Pode existir localização de ovos em outros órgãos Diagnóstico laboratorial Pesquisa de ovos nas fezes Tratamento, prevenção e controlo Praziquantel Evitar contato com água contaminada Tratamento de doentes Schistosoma mansoti Fisiologia, estrutura e epidemiologia Associados a patologia gastrointestinal Endémicos África, Médio Oriente, América do Sul - moluscos contaminados Schistosoma japonicum Fisiologia, estrutura e epidemiologia Microbiologia II 39 Associados com as veias mesentéricas e veia porta 100 milhões de infetados - extremo oriente Animais domésticos e selvagens como reservatórios Schistosoma mekongi Fisiologia, estrutura e epidemiologia Associados com as veias mesentéricas e veia porta Distribuição confinada ao laos Céstodos - Corpo segmentado, em forma de fita - Sem sistema digestivo - Ciclos de vida complexos - Homem como hospedeiro intermédio - localização erráticas - Homem como hospedeiro definitivo - sistema digestivo Diphyllobothrium latum Fisiologia e estrutura Maior ténia que infeta ser humano - 6 a 9 metros Associada à ingestão de peixe de água doce (com larva) Manifestações clínicas Depende da carga parasitária Varia desde leve (digestiva) até problemas neurológicos Diagnóstico laboratorial Microbiologia II 40 Identificação da presença de ovos Tratamento, prevenção e controlo Tratamento de doentes Niclosamida - fármaco de eleição Correta confeção de alimentos Spirometra spp Epidemiologia Cão e gato hospedeiro definitivo Homem contamina-se pela água ou por ingestão de hospedeiros intermediários Prevalente no sudoeste Asiático Manifestações clínicas Difere de acordo com a localização da larva Cutânea, ocular, intracraniana Diagnóstico laboratorial Observação do parasita Tratamento, prevenção e controlo Remoção cirúrgica Taenia solium Fisiologia e estrutura 2 a 4 m de comprimento Microbiologia II 41 Homem é o único hospedeiro definitivo - intestino Porco principal hospedeiro intermediário Epidemiologia Associada à ingestão de carne de porco mal cozinhada Europa oriental, América, África e Índia Manifestações clínicas Manifestações intestinais ligeiras a moderadas Pode provocar manifestações cerebrais e oculares Diagnóstico laboratorial Identificação ovos nas fezes Deteção de Ac no LCR (neurocisticercose) 28/10/2024 Taenia saginata Fisiologia e estrutura Ingestão de carne contaminada mal cozinhada 4-10 metros de comprimento - sobrevida de 25 anos Epidemiologia Distribuição cosmopolita Ciclo de vida entre Homem e gado bovino Manifestações clínicas Assintomática ou leve (gastrointestinal) Microbiologia II 42 Diagnóstico laboratorial Observação direta de ovos nas fezes Tratamento, prevenção e controlo Niclosamida Controlo agropecuário Echinococcus granulosus Fisiologia e estrutura Ténia mais pequena (3-6 nm) Ser Humano hospedeiro intermediário acidental - cão hospedeiro definitivo Epidemiologia Zonas rurais (criação de carneiros) Europa, América, Ásia,… Manifestações clínicas Hepatomegália, icterícia obbstrutiva Pulmão - sintomas respiratórios; Ossos - erosão Diagnóstico laboratorial Hidantidose apresenta uma clínica semelhante ao crescimento lento de tumor Tratamento, prevenção e controlo Remoção cirúrgica do quisto Condições de higiene (cães) Microbiologia II 43 Artrópodes - Classes Arachnida Escorpiões Aranhas Ácaros Carraças - Classe Inseta Virologia Clínica Sumário Definições úteis no âmbito da virologia Estudo da virologia Bacteriófagos Vírus Teorias de origem dos vírus Morfologia vírica Taxionomia dos vírus Definições Capsídeo - camada que encerra o genoma Capsómero - unidades que formam o capsídeo Envelope - membrana contendo lípidos que circundam algumas partículas virais Microbiologia II 44 Nucleocapsideo - complexo proteína (capsídeo) - ácido nucleico Virião (termo usado para definir um vírus no exterior da célula) - partícula viral completa - Em alguns casos é o nucleocapsideo, em outros é o nucleocapsideo mais o envelope Prião - proteína infeciosa puramente proteica - tem a capacidade de modificar outras proteínas Vírus selvagem - vírus original Vírus defeituoso - funcionalmente deficiente Genoma - genes de um organismo Mutação - alteração do genótipo passível ?????de ser herdado Genótipo - constituição genética Fenótipo - propriedades observadas Introdução - Vírus (3.5 biliões de anos) - ser humano (+/- 200.000 anos) - Múmias egípcias com sinais de varíola - Primeiros relatos de sarampo na China, no ano 653 d.C - Disseminação da varíola e sarampo associado ao declínio do Império Romano (1453?) Início do estudo Vírus plantas Vírus animais Vírus bactérias Vírus - Organismo? - Ser vivo? - Bom? Mau? Microbiologia II 45 Não é metabolicamente ativo, logo Funciona de forma a que a proyeina e o acido nucleico lhe forneçam tudo o que ele precisa pq ele vais buscar o que precisa a uma célula Palavra associada a partículas que infetam células eucariotas Material proteico + ácidos nucleicos Apenas se multiplicam no interior das células A informação genética tem apenas como objetivo a replicação e propagação Material genético capaz de se multiplicar, qualquer que seja o genoma Os vírus causam patologias - viroses - Primeiro vírus descoberto foi o vírus do “mosaico do tabaco”, por Dimitry Iosifovich Ivanowsky (1864/1920), em 1892 - Em 1940, Stanley descobriu que o vírus do tabaco, mesmo inanimado poderia causar doença - Lançada a controvérsia - seres vivos ou não vivos? 1901 - primeiro vírus Humano descoberto (vírus da febre amarela) 1911 - primeiro vírus oncogénico descoberto (vírus sarcoma de Rous [galinha]) Salvo muito raras exceções, não apresenta sensibilidade nos antibióticos Não apresentam metabolismo energético próprio Teorias de origens Teoria regressiva Evolução de formas degeneradas de parasitas intracelulares (ADN e ARN) Microbiologia II 46 Teoria progressiva Evolução autónoma a partir de simples moléculas de ácidos nucleicos que adquiriram a capacidade de replicação Teoria co-evolução Evolução paralela e interativa com outras formas de vida Virologia moderna Oncologia Vacinas Conhecimento da regulação genética RNA/DNA Novas doenças Há a probabilidade do aparecimento de doenças virais emergentes Mudanças no ser humano Mudanças tecnológicas Mudanças no ambiente Doenças virais emergentes 1. Reconhecimento de um novo agente 2. Aumento abrupto de doenças causadas por um agente endémico 3. Invasão de uma nova população de hospedeiros Fatores que contribuem para novas infeções Microbiologia II 47 1. Alterações ambientais 2. Comportamento humano 3. Fenómenos sócio-económicos e demográficos 4. Viagens e comércio global 5. Produção de alimentos 6. Assistência à saúde Infeções virais emergentes 1. Vírus ébola 2. Hantavírus (doença pulmonar) 3. Infeção VIH 4. Arenavírus (febre de lassa - hemorrágica) 5. COVID Xenoenxertos O uso de órgãos provenientes de primatas não humanos pode provocar a intodução acidental de novos vírus no ser humano Morfologia Morfologia viral A morfologia viral apenas foi possível ser conhecida a partir da descoberta do microscópio eletrónico - Ácido nucleico - Envelope lipídico - Proteína Microbiologia II 48 Tamanho Parvovírus - 20 nm Poxvírus - 450 nm Classificação dos vírus - Arrumação (taxonomia) - Novas entidades semelhantes às existentes Baseia-se em 6 características 1. Natureza do ácido nucleico - ADN - ARN - Positiva (igual mARN) - Cadeia simples - Cadeia dupla - Negativa (paralela mARN) Classificação de Baltimore 2. Simetria da cápside Icosaédrica - Virus de aspeto esférico, apsideo é um icosaedro Helicoidal - Aspeto alargado, que corrresponde a um cilindro oco, onde os capsómeros se empilham Complexa - possuem uma região icosaédrica, (cabeça) e uma espécie cilíndrica de onde saem os apêndices que permitem aderência Microbiologia II 49 3. Envelope - Vírus nus - Vírus com envelope 4. Sequência genómica 1. Morfologia 2. Propriedades fisico químicas 3. Propriedades de genoma 4. Propriedades das proteínas 5. Organização e replicação 6. Propriedades antigénicas 7. Propriedades biológicas 5. Características hospedeiro Hospedeiro alvo: - Bactérias - Plantas - Animais - Humanos 6. Características transmissão Características de transmissão: - Sanguíneos - Vetores - Via aérea - Via cutânea (…) Microbiologia II 50 Biodiversidade tabelaaaaaa 4/11/2024 Sumário - Deteção vírica - Segurança num laboratório - Replicação viral - Propagação vírica - Vias de contaminação … Deteção vírica Diagnóstico laboratorial Culturas de células Ovos férteis Animais de laboratório Microscopia eletrónica Deteção de proteínas víricas Serologia Culturas de células Método padrão Mais demorado (1 semana) Alterações histológicas características Microbiologia II 51 Shell vial Combinações de cultura celular com técnicas imunológicas Pesquisa do vírus por imunofluorescência direta Ovos férteis Pouco uso atualmente Morte do embrião Processo muito moroso Microscopia eletrónica Necessidade de equipamento específico Formas de reverter - Deteção de proteínas víricas Pesquisa de Ags Pode pesquisar-se todo o genoma (Eliminação de falsos positivos/negativos) Pesquisa de enzimas Serologia Vantagens Rapidez Simplicidade de realização Desvantagens Falsos negativos/positivos Microbiologia II 52 Dificuldade de distinguir infeção recente/tardia Quantificação dos vírus Métodos físicos - Contagem direta partículas Métodos biológicos - Diluições sucessivas e inoculação celular Amostras víricas Amostras Zaragatoas Lesões pele Fezes Sangue/LCR Urina Aspirados Segurança num laboratório - Aerossóis - Ingestão - Passagem através da pele - Salpicos Replicação viral Ciclo de replicação viral 1. Reconhecimento célula 2. Ligação hospedeiro (absorção) 3. Penetração Microbiologia II 53 4. Desnudamento (descapsidação) 5. Síntese ácido nucleico e proteínas 6. Maturação 7. Libertação viriões Propagação dos vírus - Para sobreviverem na natureza, têm capacidade de passar de hospedeiro em hospedeiro, fazendo sempre o seu ciclo de replicação. - A sua sobrevivência depende da existência da chamada “cadeia epidemiológica”. Cadeia epidemiológica é um conjunto de características que vão permitir aos vírus passarem de indivíduo em indivíduo Cadeia epidemiológica Processos de infeção Impacto das infeções Interação das infeções Infeção viral Vírus Modo de transmissão Indivíduos aptos a receberem o vírus Poder de propagação viral - Maior ou menor resistência a condições físicas e químicas do meio ambiente - Capacidade para renovar as funcionalidades infeciosas Microbiologia II 54 Transmissão Modo de transmissão - Vias de eliminação Vias de eliminação/transmissão - Transmissão vertical - Via aérea - Sangue - Cutânea - Urina - Fecal - Sexual - Leite materno - Canibalismo (raro) Vias de eliminação Aguda - Sarampo Crónica - Hepatite B Durante a doença - Hepatite A Infeção assintomática - Eliminação vírus Propagação vírica - ciclo 1. Infeção de um hospedeiro suscetível 2. Replicação nesse hospedeiro 3. Difusão no organismo infetado 4. libertação do hospedeiro 5. Infeção de um hospedeiro suscetível Microbiologia II 55 Vias de contaminação vírica Via respiratoria - Uma das formas que mais vírus usam para aceder ao corpo humano - Transmissão através de gotículas da saliva Mecanismo de defesa Muco IgA secretora Ação biliar Células linfóides Macrófagos alveolares Localização Localizados - Infeções trato respiratório baixo ou alto Sistémicos - Migração (sarampo, varicela,…) Diagnóstico Isolamento vírus Aumento Ac específicos Idade - Doença deduzida - sintomas, época Prognóstico Inaparente Imunodeprimidos e recém nascidos Fulminante Microbiologia II 56 Via gastrointestinal - Muitos vírus iniciam a sua infeção a partir do trato gastrointestinal - As células da boca são “apetecíveis” para o herpes vírus simples e Epstein- Barr - O vírus da hepatite A pode causar infeção sistémica Mecanismos de defesa Ácido Sais biliares Enzimas proteolíticas IgA secretora Diagnóstico Gastroentrite Prognóstico Curta duração - Dores abdominais e diarreias leves Casos mais severos - Febre, prostração, vómitos,… Pele - Barreira física - Elevado grau de proteção Formas de entrada Escoriações Vetores Outros animais Agulhas/objetos Microbiologia II 57 Prognóstico Disseminação - Introduzido mais profundamente Infeção - Camada superficial Erupções cutâneas Passagem do vírus da corrente sanguínea para a pele Porta de entrada - Pele infetada de dentro para fora Eliminação dos viriões Pele não é um meio privilegiado Títulos elevados nos líquidos de lesões - Início de nova infeção Sistema nervoso central - Situação muito preocupante - Quebra barreira hematoencefálica - Disseminação por todo o cérebro e espinal medula Entrada Corrente sanguínea Fibras nervosas Não são mutuamente exclusivas, podendo o mesmo vírus utilizar as duas vias Via sexual Comportamentos heterossexuais Comportamentos homossexuais Microbiologia II 58 Grande aumento Maioria dos vírus disseminam-se Junção com situações inflamatória/lesões Potenciação da infeção Via conjuntiva Muito sensíveis à aquisição de infeções Porta de saída vírica Lágrimas (defesa) Formas de entrada Mãos Difusão sistémica Material não esterilizado Via congénita Maioria não se transmite ao filho Atravessar a placenta Patologia feto Produção de defeitos - Capacidade do vírus de infetar a mulher grávida e ser transmitido ao feto - Capacidade do virus de lesar diretamente o feto ou de lesar a mae - O estágio de gestação em que ocorre a infeção Consequências Microbiologia II 59 Morte fetal Nascimento prematuro Surdez Defeitos cardíacos Atraso do crescimento intrauterino Infeções persistentes Efeito da idade Recém nascidos - Apenas anticorpos da progenitora Idosos - Degradação progressiva do sistema imunitário Microrganismos Bactérias - Sobrevivem por si só. Maior facilidade na criação de medicamentos com vista à destruição Vírus - necessidade da existência de medicamentos que eliminam o vírus mas não a célula Antivirais Quando não se dispõe de vacina Quando as vacinas existentes não são completamente eficazes Existem já em número alargado Podem ser muito tóxicos para o hospedeiro Ativação Ativado por uma enzima, na célula Ativados por uma enzima produzida pelos vírus - mais seletivos Microbiologia II 60 Tipos - Inibidores protease - Análogos dos nucleótidos - Análogos dos nucleosídeos - Inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa Inibidores protease Produzidos sistematicamente, inativam o local ativo da protease do VIH - produção de viriões não efetivos - Ritonavir - Indinavir - Saquinavir Análogos dos nucleosídeos Inibe, enzimas celulares Inibem enzimas virais Utilização de terapias combinadas, afim de evitar o surgimento de resistências - Ribavirina - Aciclovir - Zidovudina - Lamivudina Análogos dos nucleotideos Diferem dos nucleosídeos - Presença de um grupo fosfato - Possibilidade de permanecerem na célula por períodos mais longos - Cidofovir Microbiologia II 61 Inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa Ligação direta à transcripatase reversa, com rompimento do local catalítico A transcriptase reversa do VIH 2 não é sensível - Nevirapina Interferons - Codificados pelo hospedeiro - Primeira linha de defesa - Cada célula produz pouca quantidade - Produzido por todas as espécies de vertebrados Síntese Apenas sintetizam quando estimuladas Presença de vírus - sintese em 48 horas Atividade antiviral Produção de interferons - não é antiviral por si só Indução de ambiente antirretroviral, ativando outras proteínas que irão interferir com o vírus (Ex. enzimas) Vacinas Recorrem à utilização do sistema imunitário do indivíduo Métodos de prevenção muito eficaz - Dependendo do vírus Desenvolvimento de Acs contra Ags de superfície viral Podem tbm induzir Acs contra Ags do cerne Na reinfeção pelo mesmo vírus pode não ocorrer imunidade - Mutações Microbiologia II 62 Proteção oncológica? Doença de Marek (tumor galinhas causado herpes vírus) - Administração de vacina com vírus atenuado não impede a infeção mas a progressão a carcinoma VHB - esquema semelhante até agr bons resultados Tipos Utilização de vírus mortos Utilização de vírus atenuados Virus mortos Produzidos pela purificação de culturas víricas e posterior inativação Necessidade de ocorrer o mínimo de lesão dos ags de superfície Recorre-se habitualmente ao formol diluído Virus morto - vantagens Não há regressão para virulência Possibilidade de produzir vacinas, qundo não se dispõem de vírus atenuado Vírus mortos - desvantagens Possibilidade de os ags virais mortos não corresponderem na integra aos do vírus vivos Extremo cuidado a fim de não conter nenhum vírus vivo Confere imunidade “circulatória” mas não impede a replicação na porta de entrada Imunidade frequentemente de curta duração, necessitando de reforços Vírus atenuados Microbiologia II 63 Utilização de vírus mutante, iguais em tudo, exceto num passo de replicação Vírus atenuado - vantagens Atuam como a infeção natural Os vírus circulam no hospedeiro e geram os acs, tendendo estes a serem mais duradouros Vírus atenuado - desvantagens Possibilidade da contaminação dos stocks com outros vírus Possibilidade de causar a doença (muito raro) Confluência do vírus selvagem e do vírus da vacina, diminuindo a eficácia Conservação do prazo e validade das vacinas Perspetivas futuras Criação de vacinas que não incluam genoma viral Estudos moleculares de introdução de mutações, mas mantendo conservado o exterior Vacinas que inclua os vários componentes víricos (do exterior e interior) Microbiologia II 64

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