Roteiro de Estudos para Avaliação de Disciplina Armamento, Munição e Tiro Policial Militar - CFP 2024 PDF
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Academia de Polícia Militar da Trindade
2024
Estado de Santa Catarina
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This document is a study guide for the Armamento, Munição e Tiro Policial Militar - AMTP discipline for the Curso de Formação de Praças (CFP) 2024, at the Academia de Polícia Militar de Santa Catarina. The guide contains information about the required material for the theoretical exam (10 multiple choice/true or false questions) and the importance of the PMSC Manual of Firearms. Questions and a summary of the course are included.
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ESTADODESANTACATARINA POLÍCIA MILITAR ACADEMIADE POLÍCIAMILITARDATRINDADE DIVISÃO DE ARMEMENTO MUNIÇÃO E TIRO – DAMT ROTEIRO DE ESDUTOS PARA AVALIAÇÃO DE DISCIPLINA ARMAMENTO, MUNIÇÃO E TIRO POLICIAL MILITAR - AMTP O pre...
ESTADODESANTACATARINA POLÍCIA MILITAR ACADEMIADE POLÍCIAMILITARDATRINDADE DIVISÃO DE ARMEMENTO MUNIÇÃO E TIRO – DAMT ROTEIRO DE ESDUTOS PARA AVALIAÇÃO DE DISCIPLINA ARMAMENTO, MUNIÇÃO E TIRO POLICIAL MILITAR - AMTP O presente roteiro de estudo tem como objetivo orientar e direcionar os alunos do Curso de Formação de Praças - CFP 2024, para os assuntos mais importantes e relevantes que devem ser estudados para a avaliação teórica da disciplina ressaltando que a leitura do material de estudo disponibilizado é extremamente indispensável para o sucesso de cada aluno na prova e para o completo. A avaliação será uma prova escrita, contendo 10 (dez) questões objetivas, no formato de múltipla escolha e (V) ou (F, todas valendo um ponto, tendo como conteúdo a ser avaliado o contido material teórico fornecido e no presente estudo dirigido. Ressalto que somente as questões na modalidade (V) ou (F) terão correção parcial de acerto. A prova foi elaborada pelo coordenador da disciplina de forma colaborativa com os demais professores, com base no plano de ensino, caderno de estudos, nos planos de aula, nos slides do conteúdo fornecidos pela coordenação da disciplina, abordados no conteúdo. A nota da avaliação teórica será considerada com a avaliação prática para a nota final da disciplina em acordo com o regulamento de ensino. A prova será realizada pelos alunos de forma presencial, individual e sem consulta. Para efeitos desta avaliação serão considerados o Manual de Tiro da PMSC, bem como as apresentações (slides) complementares. Manual de Tiro da PMSC 1.5 SERVIÇO Basicamente todas as ações executadas por um policial militar no que diz respeito ao manejo de uma arma de fogo devem estar pautadas no acatamento das normas de segurança, especialmente quando em serviço, uma vez que não existirá a segurança e a tranquilidade de um ambiente controlado como um estande de tiro. Seja em frente da reserva de armas visando acautelar o seu material, ou durante o radiopatrulhamento, ou no momento de uma abordagem policial e até mesmo em situações mais complexas, como aquelas envolvendo um confronto armado, as normas de segurança são e sempre serão imperiosas. Todo policial militar, independente do cenário, deverá sempre estar atento as normas de segurança envolvendo o manejo/emprego de uma arma de fogo, sob pena de ser responsabilizado administrativamente e/ou penalmente por um ato que resulte em um acidente de tiro ocasionado devido à negligência, imprudência ou imperícia (manusear arma de fogo para a qual não possui habilitação). 1.6 DURANTE A FOLGA É durante a sua folga que o policial militar conduzirá por longos períodos a sua arma de fogo, sendo então apresentadas algumas normas específicas para o seu emprego velado, ou seja, não ostensivo. a) Quando não estiver portando a arma de fogo, esta deverá estar em um local seguro. (Durante o serviço é obrigatório o emprego de uma arma de porte – pistola ou revólver); b) As características originais da arma institucional não devem ser modificadas; c) Havendo necessidade, sugere-se que as características originais da arma particular sejam modificadas por armeiro profissional; d) Tratando-se de arma pertencente ao patrimônio da Polícia Militar deve-se empregar somente munição operacional disponibilizada pelo Centro de Material Bélico, sendo terminantemente vedado o uso de munições recarregadas; e) Não permita que terceiros manuseiem a sua arma de fogo; f) Certifique-se de adotar todas as normas de segurança quando for proceder à desmontagem e manutenção do armamento em local diverso da reserva de armas; g) Recomenda-se o uso de coldres velados rígidos, pois oferecem maior segurança no porte e manuseio de armas de fogo; Manual de Tiro da PMSC 2.1 FUNDAMENTOS DO TIRO POLICIAL Os fundamentos do tiro estão conectados com a capacidade do ser humano em executar ações em repetição com um determinado padrão. No caso, vários movimentos concatenados em uma mesma ação, o ato de atirar, sendo que esses movimentos repetidos devem ser executados sempre de uma maneira muito, muito semelhante. O ato de atirar passa pela capacidade de repetir cada fundamento sempre de uma mesma maneira, criando processo de memorização corporal que é a capacidade habitual de executar ações ou movimentos repetitivos de maneira similar e natural. Há um processo celular envolto nisso (mielinização) que condicionará as ações com essa naturalidade, provendo suas repetições em estado de igualdade, de forma habitual e confortável. Memória Muscular: É aquela relacionada ao contato direto com o armamento/equipamento/acessório, que podemos chamar de técnica, que é a postura das mãos e do desenvolvimento motor, é o desenvolvimento do mecanismo necessário para a realização de uma atividade se valendo das armas, equipamentos e acessórios de que dispõe (CAMPOS, 2015, p. 253). É primordial destacar, que os fundamentos do tiro devem perpassar processos de treino e repetição não havendo uma fórmula, método ou informação isolada que possa elucidar uma dificuldade em algum fundamento, deve-se, portanto, adquirir esse condicionamento em duas etapas básicas de repetição: condicionamento mental e execução física. A falta da sedimentação exaustiva dos fundamentos pode fazer o efeito de reação em cadeia de erros, se um fundamento falhar por determinado motivo, acaba influenciando os outros e o aproveitamento do tiro torna-se insuficiente. Um erro bastante comum é tentar mascarar uma deficiência de fundamento com algum tipo de subterfúgio compensatório o que pode ocasionar a fixação errônea de movimentos ou ações, na prática do tiro. A sedimentação correta dos fundamentos é importante não apenas para eficiência e velocidade no tiro, mas também na adversidade e dinâmica do serviço policial. Um terreno difícil pode alterar a base do tiro, um policial equipado após correr algumas dezenas de metros, poderá estar ofegante, o suor pode afetar a visão, um ambiente confinado ou tumultuado pode atrapalhar o saque e a empunhadura, enfim, são diversos fatores na dinâmica do combate policial que poderão afetar algum fundamento. Portanto, eles devem estar sedimentados na memória muscular do atirador como movimentos naturais e suscetíveis a adaptação conforme o cenário. Manual de Tiro da PMSC 2.2 POSIÇÃO/BASE DE TIRO A posição ou base para o tiro deverá respeitar as características corporais de cada atirador e deve ser o mais natural possível. Começa com a base do atirador no solo em posição anatômica pronto para um deslocamento, mas firme, com joelhos levemente flexionados, e os pés totalmente em contato com o solo e com as pontas voltadas para o perigo imediato. Perigo imediato é o ponto, local ou situação em um ambiente onde existe a maior probabilidade de surgir uma ameaça física contra o policial. (SANTA CATARINA, 2021, p. 24). O tronco do atirador ficará levemente inclinado para frente. A parte inferior do corpo é a responsável pela mobilidade e adaptação ao terreno e ambiente, enquanto a parte superior do corpo preserva ao máximo a empunhadura do armamento. Movimentos de pernas, joelhos e quadril serão mais intensos, enquanto tórax, braços e cabeça tendem a manter-se menos propícios à movimentação para não afetar o enquadramento. A estrutura ósseo-corporal e equilíbrio são importantes para se manter uma base sólida. A partir da base de tiro, atirador deve estar firme e relaxado para sua execução, progressão ou troca de posição não rotineira de tiro (joelho, deitado, barricado). Com a base solidificada, o movimento de apontar a arma para o alvo deve ser o mais simples possível e estar condicionado na memória muscular do atirador, tornando a apresentação do armamento rápida e eficiente, encontrando assim, um ponto natural de enquadramento a um perigo imediato. Manual de Tiro da PMSC 2.4 VISADA 2.4.1 OLHO DIRETOR - INTRODUÇÃO AO FUNDAMENTO DA VISADA A definição do olho diretor é fundamental para início da atividade do tiro, aproximadamente 2/3 da população mundial possuem o olho direito como dominante, e 1/3 o olho esquerdo. Geralmente esta característica acompanha o braço dominante do mesmo lado, mas um percentual pequeno de pessoas possui olho diretor “trocado” em relação ao braço dominante. Ocorre que estas pessoas não possuem na prática um olho diretor “trocado”, elas simplesmente podem não possuir olho ou braço diretor específico e ter habilidades psicomotoras ambidestras. Ao longo da vida por inúmeros motivos acabam se adaptando a utilizar um determinado braço dominante e um olho dominante contrário, entretanto quando começam a praticar o tiro, já na vida adulta, esses hábitos estão sedimentados na mecânica corporal das pessoas. Alguns atiradores conseguirão ao longo do treino alinhar essas habilidades em um mesmo lado do corpo (pelo menos para a prática do tiro), outros continuarão com suas habilidades motoras invertidas e se adequarão por meio de técnicas adaptativas. As habilidades obrigatórias a prática do tiro, de certa forma, confronta a fisiologia humana no que tange a visão. O cérebro humano faz uso de informações dos dois globos oculares que estão em perspectivas diferentes na caixa craniana, então o cérebro transforma a soma das imagens captadas e uma mesma percepção produzindo nosso sentido visual, para as maiorias das atividades cotidianas essa característica fisiológica funciona perfeitamente, pois só conseguimos focar com 100% de nitidez em um único ponto/objeto, entretanto, na prática do tiro temos que alinhar perfeitamente no campo de visão do atirador três objetos (alça, massa e alvo) sendo impossível fazer isso utilizando o sentido da visão humana, se tentarmos alinhar mais de um objeto ao mesmo tempo, ainda que bem próximos essa característica fisiológica fará com que os objetos não focados fiquem embaçados ou duplicados, ficando difícil um alinhamento perfeito como se requer no tiro. 2.4.2 FUNDAMENTOS DA VISADA Podemos abordar a visada em dois fundamentos concatenados: a) Apresentação - o alinhamento do aparelho de pontaria para o alvo; b) Refinamento - a capacidade de precisão com que a sobreposição do aparelho de pontaria (alça e massa) é realizada. Consideramos essa separação importante por dois aspectos: Primeiro, passamos a tratar a visada com grau maior de complexidade e dividindo em dois fundamentos ou em dois momentos (como preferimos abordar neste manual) passamos a estudar esses elementos de forma escalonada, o que não significa pular etapas de treinamento, a visada possui muitos aspectos a serem trabalhados e merecem atenção no treino. Em segundo lugar, passamos a considerar a visada para a dinâmica do combate policial e não apenas importando o mesmo fundamento que serve ao de precisão ou quando da aprendizagem básica, mas também para a dinâmica do tiro de combate policial. 2.4.2.1 Apresentação Trata-se do momento de identificação do perigo imediato e a condução da arma, (aqui não falaremos de saque ou retenção, somente dos elementos da visada) centrando o aparelho de pontaria ao alvo. Importante considerar o movimento natural de apresentação da arma e enquadramento que deve estar condicionado a colocar a massa no centro do alvo identificado. 2.4.2.2 Refinamento Concomitante ao enquadramento ocorrerá o ajuste da maneira mais precisa possível da alça e massa, alinhando altura das mesmas bem como os espaços vazios nos dois lados da massa em relação à alça (luz a direita, luz a esquerda). Focar na massa sempre esteve ligado à idéia dela estar no meio da equação (alça, massa e alvo) e, proporcionar um equilíbrio entre o desfoque do alvo e da alça, assim não teremos um dos outros dois elementos muito desfocados. Trata-se também do ponto angular de equilíbrio na equação, quando o foco está na massa, ela passa a ser o fiel da balança, o centro físico entre os dois extremos (alvo e alça), evitando assim que o movimento da arma desalinhe o cano em relação ao alvo, facilitando o refinamento. Pode-se dizer que o enquadramento com foco na massa equilibrando o efeito de desfoque e a correção angular já coloque a arma em condições de refinamento e, portanto, em condições de tiro a partir do ponto natural de enquadramento do atirador quando da sua apresentação ao alvo. Na prática, o entendimento dessas etapas e treino adequado faz com que possamos atirar de maneira rápida, repetitiva e com precisão, mas isso só será possível se as etapas estiverem extremamente sedimentadas na memória muscular (treino) Manual de Tiro da PMSC 4.1 RECARGA Ato de troca de carregadores ou tubo de depósito quando vazios ou com pouca munição na arma em operação, objetivando manter a capacidade operativa do policial militar ao máximo no uso da força letal. A recarga, portanto, consiste em um ato dinâmico e célere e sua aplicação técnica estará relacionada ao cenário do confronto policial, se adequando conforme as dinâmicas abarcadas pela complexidade da técnica policial (níveis de risco, tipos de abordagem, barricadas, atuação em duplas, ambientes). Para manipulação de armas de fogo dividimos a recarga em três tipos: Tática, Emergencial e Administrativa. Para efeitos de recarga consideraremos o carregador da arma como principal e os carregadores acondicionados em porta carregadores como sobressalentes. 4.1.1 RECARGA TÁTICA Realizada com objetivo de manter a capacidade total de munições a pronto emprego na arma. Ocorre quando em operação, após efetuar alguns disparos, ainda que o carregador principal possua munições, a dinâmica da ocorrência propicia um momento sem identificação de perigo imediato, onde o policial pode reorganizar o atendimento da ocorrência, mas ainda estar na eminência de operação. O operador com a arma em pronto emprego e com o carregador principal ainda na arma, acessa um de seus porta carregadores pegando um carregador sobressalente, o qual deve estar posicionado adequadamente, de modo que ao ser agarrado pela mão auxiliar esteja melhor alinhado com a posição para que seja remetido ao receptáculo do carregador, evitando movimentos desnecessários, mantendo contato visual com o cenário de ocorrência, leva até a arma e faz a troca sem descartar o carregador principal que será acondicionado em porta carregador. Importante manter o carregador sobressalente posicionado adequadamente, de modo que, ao ser agarrado pela mão auxiliar, esteja prontamente alinhado com a posição ótima para inserção no receptáculo da arma. A recarga tática é realizada sem o descarte do carregador principal, pois estes continua com munições e poderá ser utilizado novamente. 4.1.2 RECARGA EMERGENCIAL Ocorre quando em operação com arma de fogo esgotam-se as munições no carregador da arma, ficando fora de operação. Após o último disparo o transportador do carregador (peça de cor chamativa geralmente laranja ou amarela) retorna à posição inicial (carregador sem munição) acionando internamente o retém do ferrolho, deixando a arma aberta com ferrolho travado e a câmara visível para o atirador. Neste momento o atirador deve ter contato visual rápido com a parte superior da arma identificando o ferrolho aberto e travado, bem como o transportador aparente, indicando a falta de munição e não uma pane de operação. O atirador então deve rapidamente posicionar a arma na área de trabalho e acionar o retém do carregador com a mão principal enquanto a mão auxiliar conduz a saída do carregador principal (vazio) para baixo, largando o mesmo ao solo. A mão auxiliar de maneira concomitante vai ao encontro do carregador sobressalente no porta- carregador que deve estar posicionado para facilitar sua colocação na arma usando o dedo indicador da mão auxiliar como guia. A mão auxiliar deve ser empregada no tracionamento do ferrolho à retaguarda, para a liberação do ferrolho e fechamento da arma, evitando-se liberar o ferrolho da pistola pelo retém do ferrolho. 4.1.3 RECARGA ADMINISTRATIVA Ato de troca de carregador de armas fora de operação, sem eminência de perigo imediato, com arma coldreada ou em bandoleira, geralmente usada na instrução de tiro para conferência de exercícios ou em checagem para início de operação policial. Manual de Tiro da PMSC 4.5 CONTROLE DE CADÊNCIA 4.5.1 DOIS OLHOS ABERTOS O objetivo principal para se manter os dois olhos abertos no tiro de combate policial é evitar a visão de túnel num cenário complexo que é o de confronto armado, assim o policial pode responder à situação que exige uso de força letal, manter a visão periférica estando pronto para a leitura macro do cenário e identificando outros pontos de perigo imediato, permitindo assim uma transição de alvos com eficiência e precisão. A técnica de tiro com os dois olhos abertos exige bastante dedicação solitária do atirador no treino individual. Nem todos os atiradores conseguirão adquirir facilmente uma perícia no tiro satisfatória com os dois olhos abertos, embora com treino exaustivo qualquer policial militar saudável possua capacidade de fazê-lo. Os atiradores que não conseguirem atingir essa primazia técnica, ou levarem muito tempo para alcançá-la, ainda sim, devem continuar treinando, a prática deliberada de atirar com os dois olhos abertos. É antes de tudo um condicionamento a escapar da visão de túnel. Não há problema em se fechar o olho não diretor para atirar, fazê-lo não estará errado, pois teremos que ser eficientes, entretanto, após o disparo o policial deve estar focado no cenário de ocorrência com os dois olhos abertos. Importante salientar que independente da capacidade do atirador ou do método utilizado (olho não diretor fechado x olhos abertos) continuará com os mesmos princípios que perpassam a visada, principalmente continuar focando na massa, bem como os demais fundamentos. Com os olhos abertos, continuaremos utilizando o olho diretor para fazer o enquadramento do aparelho de pontaria, modificando em nada a dinâmica do tiro, apenas o subterfúgio de fechar o olho não diretor apenas não estará mais presente. Ao tentar atirar com os dois olhos abertos num primeiro momento a visada estará desfocada e duplicada, com muito treino em seco poderemos condicionar o nosso cérebro a centralizar a imagem do olho diretor a partir da massa da imagem correta do aparelho de pontaria, deixando a perspectiva do outro olho para a visão periférica, evitando assim os efeitos indesejados da visão de túnel. O treino em seco ou fora do estande é importantíssimo aqui, pois estamos nos recondicionando não somente o aperfeiçoamento de uma técnica de tiro, mas sim a remodelar nossa fisiologia corporal, nossa memória muscular que pode ter esse condicionamento (fechar um olho para obter foco) muito antes de se começar a atirar. Neste sentido, a prática de tiro com munição pode não ser o melhor lugar para início e aprimoramento dessa prática, pois enquanto estamos tentando recondicionar hábitos e o estresse natural da instrução (estampidos, aproveitamento de tiro, condições de segurança) podem não proporcionar o relaxamento e concentração necessários (Figuras 165 e 166). Com a capacidade de atirar com os dois olhos abertos, mantendo um bom controle situacional do cenário de ocorrência policial e evitando a visão de túnel, o policial estará apto a realizar, quando necessário, a transição de alvos de maneira eficiente. Na fisiologia humana, o olho possui uma capacidade de movimentação e reposta a estímulos mais velozes aos demais músculos do corpo, portanto no caso de alvos múltiplos, a percepção de um perigo imediato distinto daquele que está com o enquadramento da arma ocorrerá pelo sentido da visão. Haverá uma resposta a um primeiro alvo e na sequência com a correta visão periférica, a percepção de outros alvos e redirecionamento do cano da arma para a resposta adequada. O policial militar perceberá a necessidade de mudança ou uma nova resposta no uso de arma de fogo, alterando o direcionamento para o perigo imediato (reavaliado) e mudará sua mecânica corporal para a nova ameaça, conforme o princípio da posição/base, os membros inferiores serão responsáveis por este direcionamento, mantendo a posição do triângulo o mais firme possível. A mudança da posição/base poderá ser apenas um leve direcionamento usando quadril e flexão de pernas ou rotacional efetuando passos para uma mudança de direção corporal mais abrupta. Manual de Tiro da PMSC 4.6 CONTROLE DE GATILHO Além do correto acionamento do gatilho como visto nos fundamentos, é necessário haver uma coordenação entre os múltiplos acionamentos de gatilho (cadência) quando da evolução do tiro policial. Não é somente um fundamento de aprendizado, mas as técnicas de acionamento de gatilho devem ser aprimoradas e exaustivamente treinadas a seco para um correto e produtivo controle de cadência. Umas das premissas é o conhecimento íntimo do curso total do gatilho, não exprimindo força demasiada no mesmo (fundamento), o excesso de força será dissipado na arma ocasionando uma reação vetorial no corpo da arma, alterando a precisão dos disparos. É comum vermos atiradores destros desviarem seus tiros para a esquerda e para baixo, e atiradores canhotos desviarem para a direita e para baixo em relação ao alvo, isto ocorre dada a flexão do dedo indicador com demasiada força no acionamento, fazendo a arma flexionar na direção oposta a mão principal e para baixo. O movimento de acionar o gatilho requer uma condição de flexibilidade do atirador (Mecânica Corporal) e está diretamente associado à empunhadura, pois a capacidade de acionamento envolve fisiologicamente toda a mão, sendo comum, atiradores ao acionar o gatilho movimentarem de maneira inconsciente músculos e tendões não ligados diretamente ao dedo indicador, como os tendões flexores dos demais dedos da mão principal (empunhadura) que podem de maneira não perceptível acompanhar o dedo indicador no acionamento do gatilho (ato de fechar a mão), causando o mesmo efeito flexor da gatilhada. Portanto a gatilhada pode ser ocasionada por fatores relacionados também a empunhadura: a) Contato permanente com o gatilho; b) Reset. Legislação (Slide) PORTARIANº453/PMSC/2022: Art. 6º O Comandante (Cmt) de Unidade, Chefe (Ch) ou Diretor (Dir) de OPM administrativa cujo comando é privativo de Oficial Superior na qual o policial militar esteja lotado, adido ou vinculado é a autoridade policial militar competente para: I – autorizar a carga de arma de fogo, munição ou material bélico pertencente à PMSC, bem como para revogar tal autorização; II – autorizar a aquisição de arma de fogo de porte de uso permitido, bem como revogar tal autorização; III – autorizar o porte de arma de fogo de inativos, bem como revogar tal autorização; IV – autorizar o uso de arma de fogo de porte particular em serviço, bem como revogar tal autorização; e V – recolher dos policiais militares sob sua autoridade, nos casos e termos previstos nesta Portaria, armas de fogo, inclusive particulares, bem como a respectiva documentação expedida pela PMSC. Parágrafo único. Os policiais militares inativos são, para efeitos desta Portaria, vinculados à Unidade PM com circunscrição sobre o local de seu domicílio. Art. 7º É competência privativa do Comandante-Geral autorizar o uso de arma de fogo portátil particular em serviço, bem como revogar tal autorização. Art. 13. A solicitação de autorização para o porte de arma de fogo pertencente ao patrimônio da PMSC em outra unidade da federação ocorrerá quando o policial militar for movimentado para a realização de cursos, provas, testes, avaliações, missões e eventos institucionais, ou quando for representar a instituição em competições oficiais ou ainda em qualquer outra circunstância quando, mediante solicitação formal, devidamente autorizada pela autoridade competente, consoante art. 6º desta Portaria. Balística (Slide) CONCEITO DE BALÍSTICA: É uma parte da física, compreendida dentro da cinemática e da dinâmica, que estuda o movimento dos corpos e projéteis no espaço. Estuda a trajetória e os efeitos dos projéteis, visando compreender os fenômenos que ocorrem desde a percussão o momento que o projétil deixa a arma e os efeitos que o mesmo poderá causar, principalmente no alvo humano. “Estudo da trajetória e efeitos dos projéteis”. DIVISÃO DA BALÍSTICA: 1. Balística Interior: Dentro do cano da arma. 2. Balística Exterior: Deslocamento do projétil após sair da arma e antes de atingir um alvo. 3. BalísticA Terminal: Efeitos dos projeteis a partir do impacto no alvo. Munições (Slide) CALIBRE: Na gíria popular, “calibre” pode ser entendido como o diâmetro de um objeto cilíndrico qualquer. Ex: calibre de uma mangueira, de uma agulha ou de uma artéria/veia. “É a medida do diâmetro interno do cano de uma arma, medido entre os fundos do raiamento; medida do diâmetro externo de um projétil sem cinta; dimensão usada para definir ou caracterizar um tipo de munição ou de arma.” (Decreto10.030/19– Anexo III). CALIBREREAL: “É a medida do diâmetro interno de um cano, medindo-se entre os fundos do raiamento, ou ainda o diâmetro do projétil.” (Decreto10.030/19). CALIBRENOMINAL: Calibre nominal é uma nomenclatura padronizada para referenciar especialmente as características geométricas sensíveis de pressão gerados pelo cartucho. (Mariz,2022). A designação é criada pela empresa ou pessoa que desenvolveu aquela configuração de cartucho. Ex:.40S&W; 9mm Luger. Em geral, há uma referência ao calibre real em polegadas ou milímetros, mas muitas vezes não é o valor exato. MUNIÇÃO/CARTUCHO: “Cartucho é o artefato completo composto pelo estojo, espoleta, carga propulsora, projétil e, em alguns casos, a bucha, pronto para utilização e lançamento, cujo efeito desejado pode ser: neutralização de pessoas ou animais; destruição, iluminação ou ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício; manejo; ou efeitos especiais”. (Mariz,2022) PARTES DO CARTUCHO: O ESTOJO tem a função de unir os componentes do cartucho num só corpo. Estojos de latão: usado na maioria dos cartuchos atuais (70%cobree30%zinco). Tem como características: baixo custo, fácil de produzir, resistente a oxidação, resiliente (podendo ser recarregado), e maleável (selando a câmara). PARTES DO CARTUCHO: ESPOLETA também chamada de carga iniciadora, é composta por material explosivo primário, com a função de gerar calor para iniciar a queima do propelente. Se destinam a provocar a transformação (iniciação) de outros explosivos menos sensíveis. Como impacto do percussor na espoleta, ocorre a queima da carga, gerando uma chama que passa por um orifício denominado evento, alcançando o propelente. Sua principal substância é o estifinato de chumbo. PARTES DO CARTUCHO: Pólvora/Pólvora sem fumaça/Propelente é a substância responsável pela projeção do projétil ao longo do cano, por meio de sua queima e expansão dos gases produzidos. A espoleta detona, enquanto a pólvora deflagra. A diferença está na velocidade de combustão que pode ser controlada. A pólvora negra surgiu por volta do ano 1200 na China e tinha vários contrapontos: -Formava uma densa nuvem branca dificultando disparos subseqüentes; - Era corrosiva e deixava muitos resíduos sólidos e higroscópicos, exigindo limpeza constante (odisparogeraquase60% de produtos em estado sólido); - Por ser mais fraca, exigia maior quantidade de carga, aumentando o recuo; - Exigia canos maiores para queima adequada. PARTES DO CARTUCHO: PROJÉTIL de um cartucho é a parte que efetivamente realiza o trabalho desejado pelo atirador. Pode ter a finalidade de: defesa, caça, treinamento, precisão, etc. Ten Cel PM Pablo Neri Pereira Chefe da Divisão de Armamento e Tiro - DAMT