Manual de Ordem Unida (OU) PDF

Summary

Este documento descreve a ordem unida (OU) nos exercícios militares e seus objectivos. Apresenta os princípios de disciplina e coesão na formação militar e os objetivos da ordem unida. Destaca a importância da uniformidade, sincronização e garbo militar, considerando-se como expressão da disciplina militar.

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EB70-MC-10.308 CAPÍTULO I INTRODUÇÃO 1.1 FINALIDADE 1.1.1 A finalidade deste Manual é estabelecer e normatizar a execução dos exercícios da Ordem Unida (OU), tendo em v...

EB70-MC-10.308 CAPÍTULO I INTRODUÇÃO 1.1 FINALIDADE 1.1.1 A finalidade deste Manual é estabelecer e normatizar a execução dos exercícios da Ordem Unida (OU), tendo em vista os objetivos deste ramo da instrução militar. 1.2 CONCEITO BÁSICO DA ORDEM UNIDA 1.2.1 A Ordem Unida se caracteriza por uma disposição individual e consciente altamente motivada, para a obtenção de determinados padrões coletivos de uniformidade, sincronização e garbo militar. Deve ser considerada, por todos os participantes – instrutores e instruendos, comandantes e executantes – como externação da disciplina militar, isto é, a situação de ordem e obediência que se estabelece voluntariamente entre militares, em vista da necessidade de eficiência na guerra. 1.3 OBJETIVOS DA ORDEM UNIDA 1.3.1 Proporcionar aos militares e às unidades militares, os meios de se apresentarem e de se deslocarem em perfeita ordem, em todas as circunstâncias estranhas ao combate. 1.3.2 Desenvolver o sentimento de coesão e os reflexos de obediência, como fatores preponderantes na formação do militar. 1.3.3 Constituir uma verdadeira escola de disciplina. 1.3.4 Treinar oficiais e graduados no comando de tropa. 1.3.5 Possibilitar, consequentemente, que a tropa se apresente em público, quer nas paradas, quer nos simples deslocamentos de serviço, com aspecto enérgico e marcial. 1.4 DIVISÃO DA INSTRUÇÃO DE ORDEM UNIDA 1.4.1 INSTRUÇÃO INDIVIDUAL - é ministrada ao militar a prática dos movimentos individuais, preparando-o para tomar parte nos exercícios de instrução coletiva. 1-1 EB70-MC-10.308 1.4.2 INSTRUÇÃO COLETIVA - é ministrada à fração, subunidade ou unidade, segundo planejamento específico. 1.5 DISCIPLINA 1.5.1 A disciplina é a força principal dos exércitos. A disciplina, no sentido militar, é o predomínio da ordem e da obediência, resultante de uma educação apropriada. 1.5.2 A disciplina militar é, pois, a obediência pronta, inteligente, espontânea e entusiástica às ordens do superior. Sua base é a subordinação voluntária do indivíduo à missão do conjunto, do qual faz parte. A disciplina é o espírito da unidade militar (Fig 1-1). 1.5.3 A Ordem Unida é uma verdadeira escola de disciplina e coesão. A experiência tem revelado que, em circunstâncias críticas, as tropas que melhor se portaram foram as que sempre se destacaram na Ordem Unida. A Ordem Unida concorre, em resumo, para a formação moral do militar. Assim, deve ser ministrada com esmero e dedicação, sendo justo que se lhe atribua alta prioridade entre os demais assuntos de instrução. 1.5.4 No combate moderno, tropas bem disciplinadas exercem um esforço coletivo e combinado, potencializando a possibilidade de vitória. Sem disciplina, uma unidade é incapaz de um esforço organizado e duradouro. 1.5.5 Exercícios que exijam exatidão, coordenação mental e física ajudam a desenvolver a disciplina. Estes exercícios criam reflexos de obediência e estimulam os sentimentos de vigor da tropa, de tal modo que toda a unidade se impulsiona, conjuntamente, como se fosse um só corpo. Fig 1-1 Disciplina: a força principal dos exércitos 1-2 EB70-MC-10.308 1.6 ORDEM UNIDA E CHEFIA 1.6.1 A execução da Ordem Unida constitui um dos meios mais eficientes para se alcançar aquilo que consubstancia o exercício da chefia e liderança: a interação necessária entre o comandante e os seus subordinados. A Ordem Unida é a forma mais elementar de iniciação do militar na prática do comando, desenvolvendo as qualidades do líder. Ao comandar um grupo de militares deslocando-se, o comandante desenvolve a autoconfiança, ao mesmo tempo em que adquire consciência da responsabilidade sobre aqueles que atendem aos comandos. Os exercícios de Ordem Unida despertam no comandante o apreço às ações bem executadas, o exame dos pormenores e, ainda, o desenvolvimento da capacidade de observar e de estimular a tropa. 1.6.2 Por intermédio da Ordem Unida, a tropa evidencia, claramente, quatro índices de eficiência: moral, disciplina, espírito de corpo e proficiência. 1.6.2.1 Moral - pela superação das dificuldades e determinação em atender aos comandos, apesar da necessidade de esforço físico. 1.6.2.2 Disciplina - pela presteza e atenção com que obedece aos comandos. 1.6.2.3 Espírito de corpo - pela boa apresentação coletiva e pela uniformidade na prática de exercícios que exigem execução coletiva. 1.6.2.4 Proficiência - pela manutenção da exatidão na execução. 1.6.3 A Ordem Unida é uma atividade de instrução militar ligada, indissoluvelmente, à prática da chefia e liderança e à criação de reflexos de disciplina. 1.7 DEFINIÇÕES BÁSICAS 1.7.1 Na Ordem Unida são utilizadas as definições listadas abaixo. Para as figuras deste item é considerada a seguinte legenda: 1.7.1.1 Coluna - é o dispositivo de uma tropa, cujos elementos (militares, frações ou viaturas) estão uns atrás dos outros (Fig 1-2). 1-3 EB70-MC-10.308 1.7.1.2 Coluna por um - é a formação de uma tropa em que os elementos são colocados uns atrás dos outros, seguidamente, guardando entre si uma distância regulamentar. Conforme o número destas colunas, quando justapostas, tem-se as formações em coluna por 2 (dois), por 3 (três) etc. (Fig 1-3). Fig 1-2 Coluna Fig 1-3 Coluna por um 1.7.1.3 Distância - é o espaço entre dois elementos (militares, frações ou viaturas) colocados um atrás do outro e voltados para a mesma frente. Entre duas frações, a distância se mede em passos (ou em metros) contados do último elemento da fração da frente ao primeiro da seguinte. Esta regra continua a ser aplicada, ainda que o grupamento da frente se escalone em frações sucessivas. Entre dois homens a pé, a distância de 80 centímetros é o espaço compreendido entre ambos na posição de Sentido, medido pelo braço esquerdo distendido e pelas pontas dos dedos tocando o ombro (ou mochila) do militar da frente. Entre viaturas, a distância é medida da parte posterior da viatura da frente até a parte anterior da viatura de trás (Fig 1-4). 1.7.1.4 Intervalo - é o espaço, contado em passos ou em metros, paralelamente à frente, entre dois militares colocados na mesma fileira. Também se denomina intervalo o espaço entre duas viaturas, duas frações ou duas unidades. Entre duas frações ou duas unidades, mede-se o intervalo a partir do militar da esquerda, pertencente à fração da direita, até o militar da direita, pertencente à fração da esquerda. Entre dois militares, o intervalo pode ser normal ou reduzido. Para que uma tropa tome o intervalo normal, os militares da testa distenderão o braço esquerdo, horizontal e lateralmente, no prolongamento da linha dos ombros, mão espalmada, palma voltada para baixo, tocando levemente o ombro direito do militar à sua esquerda. Os militares procurarão o alinhamento e a cobertura. Para que uma tropa tome o intervalo reduzido (o que é feito ao comando de “SEM INTERVALO, COBRIR!” ou “SEM INTERVALO, PELO CENTRO, PELA ESQUERDA ou PELA DIREITA, PERFILAR!”), os militares da testa colocarão a mão esquerda fechada na cintura, com o punho no prolongamento do antebraço, costas da mão voltada para frente, cotovelo para esquerda, tocando levemente no braço direito do companheiro à sua esquerda. Os demais militares procurarão o alinhamento e a cobertura. O intervalo normal entre dois militares é de 80 centímetros. O reduzido (sem intervalo) é de 25 centímetros. Entre duas viaturas, o intervalo é 1-4 EB70-MC-10.308 o espaço lateral entre ambas, medido do cubo de roda de uma ao cubo de roda da outra. O intervalo normal entre viaturas é de 3 (três) metros (Fig 1-5). Fig 1-4 Distância Fig 1-5 Intervalo 1.7.1.5 Fileira - é a formação de uma tropa cujos elementos estão colocados na mesma linha, um ao lado do outro, todos voltados para a mesma frente (Fig 1- 6). 1.7.1.6 Linha - é a disposição de uma tropa cujos elementos estão dispostos um ao lado do outro. Esta formação caracteriza-se por ter a frente maior que a profundidade (Fig 1-7). Fig 1-6 Fileira Fig 1-7 Linha 1.7.1.7 Alinhamento - é a disposição cujos elementos ficam em linha reta, voltados para a mesma frente, de modo que um elemento fique exatamente ao lado do outro (Fig 1-8). 1.7.1.8 Cobertura - é a disposição cujos elementos ficam voltados para a mesma frente, de modo que um elemento fique exatamente atrás do outro (Fig 1-9). 1-5 EB70-MC-10.308 Fig 1-8 Alinhamento Fig 1-9 Cobertura 1.7.1.9 Cerra-fila - é o graduado colocado à retaguarda de uma tropa, com a missão de cuidar da correção da marcha e dos movimentos, de exigir que todos se conservem nos respectivos lugares e de zelar pela disciplina (Fig 1- 10). 1.7.1.10 Militar-base - é o militar pelo qual uma tropa regula a marcha, a cobertura e o alinhamento. Em coluna, o militar-base é o da testa da coluna- base, que é designado segundo as necessidades. Quando não houver especificações, a coluna-base será a da direita. Em linha, o militar-base é o primeiro militar da fila-base, no centro, à esquerda ou à direita, conforme seja determinado (Fig 1-11). 1.7.1.11 Unidade-base - é aquela pela qual as demais unidades regulam a marcha ou o alinhamento, por intermédio de seus comandantes ou de seus militares-base (Fig 1-12). Fig 1-10 Cerra-Fila Fig 1-11 Militar-Base Fig 1-12 Unidade-Base 1.7.1.12 Centro - é o lugar representado pelo militar ou pela coluna, situado(a) na parte média da frente de uma das formações de Ordem Unida (Fig 1-13). 1-6 EB70-MC-10.308 1.7.1.13 Direita (ou esquerda) - é a extremidade direita (ou esquerda) de uma tropa (Fig 1-14). Fig 1-13 Centro Fig 1-14 Direita (ou esquerda) 1.7.1.14 Formação - é a disposição regular dos elementos de uma tropa em linha ou em coluna. A formação pode ser normal ou emassada. Formação normal é quando a tropa conserva as distâncias e os intervalos normais entre os militares, viaturas ou frações. Formação emassada é aquela na qual uma tropa de valor companhia ou superior dispõe seus militares em várias colunas, independentemente das distâncias normais entre suas frações (Fig 1-15). 1.7.1.15 Testa - é o primeiro elemento de uma coluna (Fig 1-16). 1.7.1.16 Cauda - é o último elemento de uma coluna (Fig 1-17). Fig 1-15 Formação Fig 1-16 Testa Fig 1-17 Cauda 1-7 EB70-MC-10.308 1.7.1.17 Profundidade - é o espaço compreendido entre a testa do primeiro e a cauda do último elemento de qualquer formação (Fig 1-18). 1.7.1.18 Frente - é o espaço, em largura, ocupado por uma tropa em linha. Na Ordem Unida, avalia-se a frente aproximada de uma tropa, atribuindo-se 1,10 metros a cada militar, caso estejam em intervalo normal, e 0,75 centímetros, se estiverem em intervalo reduzido (sem intervalo) (Fig 1-19). Fig 1-18 Profundidade Fig 1-19 Frente 1.7.1.19 Escola - é um grupo de instruendos constituído para melhor aproveitamento da instrução. Seu efetivo, extremamente variável, não depende do previsto para os diferentes elementos orgânicos das diversas Armas, Quadros e Serviços. Normalmente, em Ordem Unida ou em Maneabilidade, emprega-se o termo “Escola” para designar o conjunto de todos os assuntos de instrução que interessam a uma fração constituída, por exemplo: Escola do Grupo de Combate, Escola da Peça, Escola do Pelotão etc. Também se aplica a qualquer grupo de militares em forma, cujo efetivo não se assemelhe aos das frações de tropa previstas em Quadro de Organização (Fig 1-20). Fig 1-20 Escola 1.8 COMANDOS E MEIOS DE COMANDO 1.8.1 Na Ordem Unida, para transmitir sua vontade à tropa, o comandante pode empregar a voz, o gesto, a corneta (ou clarim) e/ou apito. 1-8 EB70-MC-10.308 1.8.1.1 Vozes de comando - são formas padronizadas, pelas quais o comandante de uma fração exprime, verbalmente, a ordem. A voz constitui o meio de comando mais empregado na Ordem Unida. Deve ser usada, sempre que possível, pois permite execução simultânea e imediata. 1.8.1.1.1 As vozes de comando constam, geralmente, da voz de advertência, comando propriamente dito e da voz de execução. a) A voz de advertência é um alerta que se dá à tropa, prevenindo-a para o comando que será enunciado. Exemplos: “PRIMEIRO PELOTÃO!” ou “ESCOLA!” ou “ESQUADRÃO!”. 1) A voz de advertência pode ser omitida, quando se enuncia uma sequência de comandos. Exemplo: “PRIMEIRA COMPANHIA! - SENTIDO! OMBRO- ARMA! - APRESENTAR-ARMA! - OLHAR À DIREITA! - OLHAR FRENTE!”. 2) Não há, portanto, necessidade de repetir-se a voz de advertência antes de cada comando. b) O comando propriamente dito tem por finalidade indicar o movimento a ser realizado pelos executantes. Exemplos: “DIREITA!”, “ORDINÁRIO!”, “PELA ESQUERDA!”, “ACELERADO!”, “CINCO PASSOS EM FRENTE!”. 1) Às vezes, o comando propriamente dito impõe a realização de certos movimentos, que devem ser executados pelos militares antes da voz de execução. Exemplo: (tropa armada, na posição de “Sentido”) “ESCOLA! DIREITA (os militares executam o movimento de “Arma Suspensa”), VOLVER!”. 2) A palavra “DIREITA” é um comando propriamente dito e comporta-se, neste caso, como uma voz de execução, para o movimento de “Arma Suspensa”. 3) Torna-se, então, necessário que o comandante enuncie estes comandos de maneira enérgica, definindo com exatidão o momento do movimento preparatório e dando aos militares o tempo suficiente para realizarem o movimento, ficando em condições de receberem a voz de execução. 4) O comando propriamente dito, em princípio, deve ser longo e pronunciado pausadamente. Este cuidado é importante em comandos propriamente ditos que correspondem à execução de movimentos preparatórios, como foi citado acima. c) A voz de execução tem por finalidade determinar o exato momento em que o movimento deve começar ou cessar. 1) A voz de execução deve ser curta, viva, enérgica e segura. Tem que ser mais breve que o comando propriamente dito e mais incisiva. 2) Quando a voz de execução for constituída por uma palavra oxítona (que tem a tônica na última sílaba), é aconselhável o alongamento na enunciação da(s) sílaba(s) inicial(ais), seguido de uma enérgica emissão da sílaba final. Exemplos: “PERFI-LAR!” - “CO-BRIR!” - “VOL-VER!” “DES-CAN-SAR!”. 3) Quando, porém, a tônica da voz de execução cair na penúltima sílaba, é imprescindível destacar essa tonicidade com precisão. Nestes casos, a(s) sílaba(s) final(ais) praticamente não se pronuncia(m). Exemplos: “MAR-CHE!”, “AL-TO!”, “EM FREN-TE!”, “ORDI-NÁ-RIO”, “AR-MA!”, “PAS-SO!”. 1.8.1.1.2 As vozes de comando são claras, enérgicas e de intensidade proporcional ao efetivo dos executantes. 1-9 EB70-MC-10.308 1.8.1.1.3 O comandante emite as vozes de comando na posição de Sentido, com a frente voltada para a tropa, de um local em que possa ser ouvido e visto por todos os militares. 1.8.1.1.4 Nos desfiles, o comandante dará as vozes de comando com a face voltada para o lado oposto àquele em que estiver a autoridade (ou o símbolo) a quem será prestada a continência. 1.8.1.1.5 Quando o comando for direcionado para toda a tropa, os comandantes subordinados não o repetirão para suas frações. Caso contrário, repetirão o comando ou, se necessário, emitirão comandos complementares para as mesmas. 1.8.1.1.6 As vozes de comando devem ser rigorosamente padronizadas, para que a execução seja sempre uniforme. Para isso, é necessário que os instrutores de Ordem Unida pratiquem individualmente, antes de comandarem uma tropa. 1.8.1.2 Comandos por gestos - os comandos por gestos substituirão as vozes de comando quando a distância, o ruído ou qualquer outra circunstância não permitir que o comandante se faça ouvir. Os comandos por gestos, para tropas Motorizadas (Mtz), Mecanizadas (Mec) e Blindadas (Bld) são abordados no Capítulo V deste manual. Os convencionados para tropa a pé, são os seguintes: a) Atenção - levantar o braço direito na vertical, mão espalmada, dedos unidos e palma da mão voltada para frente. Todos os gestos de comando devem ser precedidos por este. Após o elemento a quem se destina a ordem acusar estar atento, levantando também o braço direito até a vertical, também com a mão espalmada, os dedos unidos e voltada para frente, o comandante da fração abaixa o braço e inicia a transmissão da ordem (Fig 1-21). Fig 1-21 Atenção 1-10 EB70-MC-10.308 CAPÍTULO II INSTRUÇÃO INDIVIDUAL SEM ARMA 2.1 CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO 2.1.1 A instrução individual da Ordem Unida deve ser ministrada desde os primeiros dias de ingresso no Exército Brasileiro. 2.1.2 Os instruendos que estiverem com dificuldades devem ser grupados em uma escola separada, que merecerá maior atenção dos instrutores e/ou monitores. 2.1.3 A execução correta das posições e dos movimentos é o principal objetivo da instrução individual. 2.2 POSIÇÕES 2.2.1 SENTIDO - nesta posição, o militar fica imóvel e com a frente voltada para o ponto indicado. Os calcanhares unidos, pontas dos pés voltadas para fora, de modo que formem um ângulo de aproximadamente 60 graus. O corpo levemente inclinado para frente, com o peso distribuído igualmente sobre os calcanhares e as plantas dos pés; e os joelhos naturalmente distendidos. O busto aprumado, com o peito saliente, ombros na mesma altura e um pouco para trás, sem esforço. Os braços caídos e ligeiramente curvos, com os cotovelos um pouco projetados para frente e na mesma altura. As mãos espalmadas, coladas na parte exterior das coxas, dedos unidos e distendidos, sendo que o médio deve coincidir com a costura lateral da calça. Cabeça erguida e o olhar fixo à frente (Fig 2-1 e 2-2). 2.2.1.1 Para tomar a posição de Sentido, o militar une os calcanhares com energia e vivacidade, de modo a se ouvir este contato. Ao mesmo tempo, leva as mãos para os lados do corpo, batendo-as com energia ao colá-las nas coxas. Durante a execução deste movimento, o militar afasta os braços cerca de 20 centímetros do corpo, antes de colar as mãos nas coxas. O calcanhar esquerdo deve ser ligeiramente levantado para que o pé não arraste no solo. O militar toma a posição de Sentido ao comando de “SENTIDO!”. 2-1 EB70-MC-10.308 Fig 2-1 Posição de Sentido (frente) Fig 2-2 Posição de Sentido (perfil) 2.2.2 DESCANSAR - estando na posição de Sentido, ao comando de “DESCANSAR!”, o militar desloca o pé esquerdo, a uma distância aproximadamente igual à largura de seus ombros, para a esquerda, elevando ligeiramente o corpo sobre a ponta do pé direito, para não arrastar o pé esquerdo. Simultaneamente, as mãos são levadas às costas, na altura da cintura, e a mão esquerda segura o braço direito pelo punho, com a mão direita fechada. Nesta posição, as pernas ficam naturalmente distendidas e o peso do corpo igualmente distribuído sobre os pés, que permanecem num mesmo alinhamento. Esta é a posição do militar ao entrar em forma, onde permanece em silêncio e imóvel (Fig 2-3 e 2-4). Fig 2-3 Posição de Descansar Fig 2-4 Posição de Descansar (frente) (costas) 2.2.3 À VONTADE - o comando de “À VONTADE” deve ser dado quando os militares estiverem na posição de Descansar. A este comando, o militar mantém o seu lugar em forma, de modo a conservar o alinhamento e a cobertura, podendo mover o corpo e falar. Para cessar a situação de À 2-2 EB70-MC-10.308 Vontade, o comandante ou instrutor dará uma voz ou sinal de advertência: “ATENÇÃO!”. Os militares, então, individualmente, tomam a posição de “DESCANSAR”. O comando de “À VONTADE” é acompanhado de um brado padronizado pela tropa, que é executado antes de relaxar a posição. 2.2.3.1 O Comandante (ou instrutor) poderá, de acordo com a situação, introduzir restrições ou padronizar posições que julgue necessárias ou convenientes, antes de comandar “À VONTADE!”. Tais restrições, porém, não devem fazer parte da voz de comando. 2.2.4 RELAXAR A POSIÇÃO - o comando de “RELAXAR A POSIÇÃO” é dado quando a tropa estiver na posição de Descansar. Semelhante ao comando de À vontade, nesta posição o militar, sem sair do lugar, se movimenta levemente, sem falar, com a intenção de, mais relaxado, continuar prestando atenção em alguma atividade ou palavras dirigidas à tropa. É utilizada em ocasiões de formaturas muito longas ou a critério de quem estiver falando com a tropa. 2.2.5 EM FORMA - ao comando de “ESCOLA (GRUPO, PELOTÃO etc.) - BASE TAL MILITAR - FRENTE PARA TAL PONTO, COLUNA POR UM (DOIS, TRÊS etc.) ou LINHA EM UMA FILEIRA (DUAS ou TRÊS)”, seguido da voz de execução “EM FORMA!”, cada militar desloca-se rapidamente para o seu lugar e, com o braço esquerdo distendido para frente, toma a distância regulamentar. Se posicionado na testa da fração, toma o intervalo regulamentar. Depois de verificar se está corretamente coberto e alinhado, toma a posição de Descansar. 2.2.6 FORA DE FORMA - ao comando de “FORA DE FORMA, MARCHE!”, os militares rompem a marcha com o pé esquerdo e saem de forma com rapidez. Quando necessário, o comando é precedido da informação “NAS PROXIMIDADES”, que não faz parte da voz de comando. Neste caso, os militares devem manter a atenção no seu comandante, permanecendo nas imediações. 2.2.6.1 O comando pode vir acompanhado de brado, para isso o comandante da fração dirá antes do comando “COM O BRADO”. A tropa realiza o brado no intervalo entre o FORA DE FORMA e o comando de execução MARCHE. 2.2.7 OLHAR À DIREITA (ESQUERDA) - TROPA A PÉ FIRME - na continência a pé firme, ao comando de “OLHAR À DIREITA (ESQUERDA)!”, cada militar gira a cabeça energicamente para o lado indicado, olha francamente a autoridade que se aproxima e, à proporção que esta se deslocar, acompanha com a vista, voltando naturalmente a cabeça até que ela tenha atingido o último militar da esquerda (direita). Ao comando de “OLHAR, FRENTE!”, volve a cabeça, energicamente, para frente. 2.2.8 OLHAR À DIREITA (ESQUERDA) - TROPA EM DESLOCAMENTO - quando no passo ordinário, a última sílaba do comando de “SENTIDO! OLHAR 2-3 EB70-MC-10.308 À DIREITA!” deve coincidir com a batida do pé esquerdo no solo; quando o pé esquerdo voltar a tocar o solo, com uma batida mais forte, deve ser executado o giro de cabeça para o lado indicado, de forma enérgica e sem desviar a linha dos ombros. Para voltar a cabeça à posição normal, é dado o comando de “OLHAR, FRENTE!” nas mesmas condições do “OLHAR À DIREITA (ESQUERDA)”. 2.2.9 OLHAR À DIREITA (ESQUERDA) - TROPA EM DESFILE - na altura da primeira baliza vermelha, ou do toque da corneta, é dado o comando de “SENTIDO! OLHAR À DIREITA!”, que coincide com a batida do pé esquerdo no solo; quando o pé esquerdo voltar a tocar o solo, com uma batida mais forte, é executado o giro de cabeça para o lado indicado, de forma enérgica e sem desviar a linha dos ombros. No pé esquerdo seguinte é realizado o brado padronizado de cada tropa por ocasião do desfile. Ao comando de “OLHAR, FRENTE!”, que é dado quando a retaguarda do grupamento ultrapassar a segunda baliza vermelha ou mediante toque da corneta, a tropa gira a cabeça no pé esquerdo seguinte ao comando. 2.2.10 APRESENTAR-ARMA - o comando de “APRESENTAR-ARMA!” é dado quando os militares estiverem na posição de Sentido. Estando os militares na posição de Descansar, deve ser dado primeiro o comando de “SENTIDO!” e, em seguida, o de “APRESENTAR-ARMA!”. A este comando o militar presta a continência. 2.2.10.1 Sem cobertura - em movimento enérgico, leva a mão direita, tocando com a ponta do dedo médio o lado direito do rosto, um pouco acima da sobrancelha, procedendo similarmente ao descrito acima (Fig 2-5). 2.2.10.2 Com cobertura - em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado da cobertura, tocando com a ponta do indicador a borda da pala, um pouco adiante do botão da jugular, ou lugar correspondente, se a cobertura não tiver pala ou jugular; a mão no prolongamento do antebraço, com a palma voltada para o rosto e com os dedos unidos e esticados; o braço sensivelmente horizontal, formando um ângulo de 45 graus com a linha dos ombros; olhar franco e naturalmente voltado para o superior. Para desfazer a continência, abaixa a mão em movimento enérgico, voltando à posição de Sentido (Fig 2-6). 2-4 EB70-MC-10.308 Fig 2-5 Apresentar arma sem Fig 2-6 Apresentar arma com cobertura (gorro na mão) cobertura 2.2.11 SENTADO (AO SOLO) - partindo da posição de Descansar, ao comando de “SENTADO UM-DOIS!” o militar realiza um salto, em seguida, senta-se com as pernas cruzadas, envolvendo os joelhos com os braços, e com a mão esquerda deverá segurar o braço direito pelo pulso mantendo a mão direita fechada. Para retornar à posição de Descansar, partindo da posição sentado, deve-se comandar “DE PÉ UM-DOIS!” (Fig 2-7). Fig 2-7 Posição sentado 2.3 POSIÇÕES SEM COBERTURA 2.3.1 Nas situações em que o militar tiver que retirar a cobertura, segurando-a com a mão, deve proceder da seguinte forma: 2.3.2 SENTIDO - o militar deve tomar a posição de Sentido, de forma semelhante ao descrito no item 2.2.1, porém, deve segurar a boina (gorro ou quepe) com a mão esquerda empunhando-os pela lateral esquerda, na junção da pala com o restante da cobertura, se for o caso, mantendo a parte interna da cobertura voltada para o corpo e a pala voltada para frente (Fig 2-8 e 2-9). 2-5 EB70-MC-10.308 No caso do capacete, a parte interna fica voltada para o solo, tendo a preocupação de fixar a jugular no dedo anular. 2.3.3 DESCANSAR - o militar deve tomar a posição de Descansar, de forma semelhante ao descrito no item 2.2.2, porém, deve segurar a boina (gorro ou quepe) com a mão esquerda empunhando-os pela lateral esquerda, na junção da pala com o restante da cobertura, se for o caso, mantendo a parte interna da cobertura voltada para o corpo e a pala voltada para frente (Fig 2-10 e 2-11). O braço direito deve estar caído ao lado do corpo, com o dorso da mão voltado para frente, e a mão naturalmente aberta, como se estivesse segurando algo, mantendo o polegar da mão direita por trás dos demais dedos. No caso do capacete, a parte interna fica voltada para o solo, tendo a preocupação de fixar a jugular no dedo anular (Fig 2-12). Fig 2-8 Posição de Sentido sem cobertura Fig 2-9 Posição de Sentido sem cobertura (boina na mão) (gorro na mão) Fig 2-10 Posição Descansar Fig 2-11 Posição Descansar (boina na mão) (gorro na mão) 2-6 EB70-MC-10.308 Fig 2-12 Posição Descansar (capacete na mão) 2.4 POSIÇÕES COM O PINGALIM 2.4.1 O pingalim é empunhado com a mão esquerda, nas seguintes posições: 2.4.1.1 Sentido - esta posição é tomada de forma semelhante à descrita no item 2.2.1. Porém, a mão esquerda envolve o castão do pingalim, empolgando sua extremidade com o dedo indicador (Fig 2-13). O pingalim permanece junto ao corpo do militar, tangenciando a parte posterior da cavidade axilar (Fig 2-14 e 2-15). Fig 2-13 Detalhe da mão empunhando o pingalim na posição de Sentido 2-7 EB70-MC-10.308 2.4.2.2 Descansar - esta posição (Fig 2-21) é tomada de forma semelhante à descrita na seção 2.2.2. Neste caso, porém, a cobertura e o pingalim são empunhados da forma idêntica à posição de Sentido. 2.4.2.2.1 Deve-se observar o detalhe da mão esquerda segurando a cobertura (gorro, boina ou capacete de equitação)+ pingalim. Fig 2-21 Posição de Descansar 2.5 PASSOS 2.5.1 GENERALIDADES 2.5.1.1 Cadência - é o número de passos executados por minuto, nas marchas em passo ordinário e acelerado. 2.5.1.1.1 Para os eventos a seguir relacionados devem ser adotadas as seguintes cadências: a) Desfile da tropa a pé – 116 passos p/min; b) Revista da guarda de honra – 100 passos p/min; c) Incorporação da Bandeira Nacional – 100 passos p/min; e d) Revista por ocasião da passagem de comando – 116 passos p/min. 2.5.2 Os deslocamentos podem ser feitos nos passos: ordinário, sem cadência, de estrada e acelerado. 2.5.2.1 Passo ordinário - é o passo com aproximadamente 75 centímetros de extensão, calculado da planta do pé a outra e numa cadência de 116 passos por minuto. Neste passo, o militar conservará a atitude marcial. 2-10 EB70-MC-10.308 2.5.2.2 Passo sem Cadência - é o passo executado na amplitude que convém ao militar, de acordo com a sua conformação física e com o terreno. No passo sem cadência, o militar é obrigado a conservar a atitude correta, a distância e o alinhamento. 2.5.2.3 Passo de estrada - é o passo sem cadência em que não há a obrigação de conservar a mesma atitude do passo sem cadência, propriamente dito, embora o militar tenha que manter seu lugar em forma e a regularidade da marcha. 2.5.2.4 Passo Acelerado - é o passo executado com a extensão de 75 a 80 centímetros, conforme o terreno e numa cadência de 180 passos por minuto. 2.5.3 MOVIMENTO DE BRAÇOS E PERNAS - durante o deslocamento, os braços devem oscilar transversalmente ao sentido do deslocamento, flexionando-se para frente até a altura da fivela do cinto e para trás distendendo-se até 30 centímetros do corpo; a perna também deve ser naturalmente distendida; e o calcanhar bater no solo de maneira natural e sem exageros. 2.5.3.1 Os erros mais frequentes são os seguintes: 2.5.3.1.1 Braços: movimentos frontais ou laterais ao corpo e de forma exagerada (Fig 2-22). 2.5.3.1.2 Pernas: levantar ou dobrar excessivamente os joelhos e bater no solo com o calcanhar e antes da planta do pé (Fig 2-23). 2.5.3.1.3 Corpo: arqueado para frente (Fig 2-24). Fig 2-22 Fig 2-23 2-11 EB70-MC-10.308 Fig 2-24 2.6 MARCHAS 2.6.1 GENERALIDADES 2.6.1.1 O rompimento das marchas é feito sempre com o pé esquerdo partindo da posição de Sentido e ao comando de “ORDINÁRIO” (SEM CADÊNCIA, PASSO DE ESTRADA ou ACELERADO) MARCHE!”. Estando a tropa na posição de Descansar, ao comando de “ORDINÁRIO (SEM CADÊNCIA, PASSO DE ESTRADA ou ACELERADO)!”, os militares tomam a posição de Sentido e rompem a marcha à voz de “MARCHE!”. 2.6.1.2 Para fim de instrução, o instrutor pode marcar a cadência. Para isso, conta “UM!”, “DOIS!”, conforme o pé que tocar no solo: “UM!”, o pé esquerdo; “DOIS!”, o pé direito. 2.6.1.3 As marchas são executadas em passo ordinário, passo sem cadência, passo de estrada e passo acelerado. 2.6.2 MARCHA EM PASSO ORDINÁRIO 2.6.2.1 Rompimento - ao comando de “ORDINÁRIO, MARCHE!”, o militar leva o pé esquerdo à frente, com a perna naturalmente distendida, batendo com a planta do pé esquerdo ao solo de modo enérgico e sem exageros ou excessos; leva também à frente o braço direito, flexionando-o para cima, até a altura da fivela do cinto, com a mão espalmada (dedos unidos) e no prolongamento do antebraço. Simultaneamente, eleva o calcanhar direito, fazendo o peso do corpo recair sobre o pé esquerdo e projeta para trás o braço esquerdo, esticado, com a mão espalmada e no prolongamento do antebraço, até 30 centímetros do corpo. Leva, em seguida, o pé direito à frente, com a perna distendida naturalmente, batendo com a planta do pé no solo, ao mesmo tempo em que inverte a posição dos braços. 2-12 EB70-MC-10.308 2.6.2.2 Deslocamento - o militar prossegue, avançando em linha reta, perpendicularmente à linha dos ombros. A cabeça permanece levantada e imóvel; os braços oscilam, conforme descrito anteriormente, transversalmente ao sentido do deslocamento. A amplitude dos passos é aproximadamente 40 centímetros para o primeiro e de 75 centímetros para os demais. A cadência é de 116 passos por minuto, marcada pela batida da planta do pé no solo. Lembrando de manter sempre a coluna ereta e elevando os joelhos até que os pés fiquem à altura de 20 centímetros do solo. 2.6.2.3 Alto - o comando de “ALTO!” é dado quando o militar assentar o pé esquerdo no solo; ele dará, então, mais dois passos, um com o pé direito e outro com o pé esquerdo, unindo, com energia, o pé direito ao esquerdo, batendo fortemente os calcanhares, ao mesmo tempo em que, cessando o movimento dos braços, cola as mãos nas coxas com uma batida, conforme o prescrito para a tomada da posição de Sentido. 2.6.2.4 Marcar Passo - o comando de “MARCAR PASSO!” é dado nas mesmas condições que o comando de “ALTO!”. O militar executa o alto e, em seguida, continua marchando no mesmo lugar, elevando os joelhos até que os pés fiquem à altura de 20 centímetros do solo, mantendo a cadência do passo ordinário. Os braços não devem oscilar. As mãos ficam espalmadas (dedos unidos), como durante o movimento. O Marcar Passo deve ser de curta duração. É empregado nas seguintes situações: manter a distância regulamentar entre duas unidades (frações) consecutivas de uma coluna; retificar o alinhamento e a cobertura de uma fração, antes do comando de “ALTO!” ou de “EM FRENTE”, entre outras. 2.6.2.5 Em Frente - o comando de “EM FRENTE!” é dado quando o pé esquerdo assentar no solo. O militar dará, ainda, um passo com o pé direito, rompendo, em seguida, com o pé esquerdo, a marcha no passo ordinário. 2.6.3 MARCHA EM PASSO SEM CADÊNCIA 2.6.3.1 Rompimento da marcha - ao comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!”, o militar rompe a marcha em passo sem cadência, devendo manter o silêncio durante o deslocamento. 2.6.3.2 Passagem do Passo Ordinário para o Passo sem Cadência - estando o militar em marcha no passo ordinário, ao comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!”, inicia a marcha em passo sem cadência. A voz de execução é dada quando o pé esquerdo tocar o solo, de tal forma que a batida seguinte do calcanhar esquerdo no solo seja mais acentuada, quando então, o militar inicia o passo sem cadência. Para voltar ao passo ordinário, o instrutor inicia a marcação dos passos “ESQUERDA” e “DIREITA”, para a tropa ir acertando o passo, mesmo em sem cadência. Ao comando de “ORDINÁRIO, MARCHE!”, quando o pé esquerdo tocar o solo, o militar realiza um passo com o pé direito, rompendo, em seguida, com o pé esquerdo, a marcha no passo ordinário. 2-13 EB70-MC-10.308 2.6.3.3 Alto - estando em passo sem cadência, ao comando de “ALTO!” (com a voz alongada), o militar dará mais dois passos e unirá o pé que está atrás ao da frente, voltando à posição de Sentido. 2.6.4 MARCHA EM PASSO DE ESTRADA 2.6.4.1 Nos deslocamentos em estradas e fora das localidades, para proporcionar maior comodidade à tropa, é permitido marchar em passo de estrada. Ao comando de “PASSO DE ESTRADA, MARCHE!”, o militar marcha no passo sem cadência podendo, no deslocamento, falar, cantar, beber e comer. Para fazer com que a tropa retome o passo ordinário, é dado, primeiro, o comando de “SEM CADÊNCIA, MARCHE!” e, então, se comandará “ORDINÁRIO, MARCHE!”. 2.6.4.2 Os passos sem cadência ou de estrada não têm amplitude e cadência regulares, devendo-se evitar o passo muito rápido e curto, que é fatigante. O aumento da velocidade é conseguido com o aumento da amplitude do passo e não com a aceleração da cadência. 2.6.4.3 Alto - estando a tropa em Passo de estrada, comandar-se-á “SEM CADÊNCIA, MARCHE!”, antes de se comandar “ALTO!”. A este último comando, a tropa procederá conforme o item 2.6.3.3. 2.6.5 MARCHA EM PASSO ACELERADO 2.6.5.1 No rompimento da marcha, partindo da posição de Sentido - ao comando de “ACELERADO!”, o militar levanta os antebraços, encostando os cotovelos com energia ao corpo e formando com os braços ângulos aproximadamente retos; as mãos fechadas, sem esforço e naturalmente voltadas para dentro, com polegar para cima, apoiado sobre o indicador, executando ao mesmo tempo o brado padronizado para a tropa. À voz de “MARCHE”, rompe com o pé esquerdo e realiza uma corrida cadenciada, movendo os braços naturalmente para frente e para trás sem afastá-los do corpo. A cadência é de 180 passos por minuto. Em ACELERADO as pernas se dobram, como na corrida curta. 2.6.5.2 Passagem do Passo Ordinário para o Passo Acelerado - estando a tropa marchando no passo ordinário, ao comando de “ACELERADO!”, levanta os antebraços, conforme descrito no item 2.6.5.1, acompanhado pelo brado, no momento em que o próximo pé esquerdo tocar ao solo; a voz de “MARCHE!” é dada ao assentar o pé esquerdo ao solo; o militar dará mais três passos, iniciando, então, o acelerado com o pé esquerdo de acordo com o que está escrito para o início do Acelerado, partindo da posição de Sentido. 2.6.5.3 Passagem do Passo sem Cadência para o Passo Acelerado - se a tropa estiver marchando no passo sem cadência, antes do comando de “ACELERADO, MARCHE!”, é comandado “ORDINÁRIO, MARCHE!”. 2-14 EB70-MC-10.308 2.6.5.4 Alto - o comando é dado quando o militar assentar o pé esquerdo no solo; ele dará mais quatro passos em acelerado e fará alto, unindo o pé direito ao esquerdo e, abaixando os antebraços, colocará as mãos nas coxas, com uma batida. A união dos pés e a batida das mãos nas coxas são executadas simultaneamente. 2.6.5.5 Passagem do Passo Acelerado para o Passo ordinário - estando em acelerado, a voz de execução é dada quando o pé esquerdo assentar no solo; o homem dará mais três passos em acelerado, iniciando, então, o passo ordinário com a perna esquerda. 2.6.6 DESLOCAMENTOS CURTOS - podem ser executados ao comando de “TANTOS PASSOS EM FRENTE! MARCHE!”. O número de passos é sempre ímpar. À voz de “MARCHE!”, o militar rompe a marcha no passo ordinário, dando tantos passos quantos tenham sido determinados e faz Alto, sem que, para isso, seja necessário novo comando. 2.7 VOLTAS 2.7.1 A PÉ FIRME - todos os movimentos são executados na posição de Sentido, mediante os comandos abaixo descritos. 2.7.1.1 “DIREITA (ESQUERDA), VOLVER!” - à voz de execução “VOLVER!”, o militar volta-se para o lado indicado, de um quarto de círculo, sobre o calcanhar do pé direto (esquerdo) e a planta do pé esquerdo (direito) e, terminada a volta, assentará a planta do pé direito (esquerdo) no solo; unirá depois o pé esquerdo (direito) ao direito (esquerdo), batendo energicamente os calcanhares. 2.7.1.2 “MEIA VOLTA, VOLVER!” - é executada como Esquerda Volver, sendo a volta de 180 graus. 2.7.1.3 “OITAVO À DIREITA (ESQUERDA), VOLVER!” - é executado do mesmo modo que “DIREITA (ESQUERDA) VOLVER!”, mas a volta é de apenas 45 graus. 2.7.1.4 Em campanha e nas situações em que seja difícil à tropa executar voltas a pé firme (Ex: tropa portando material ou equipamento pesado), é comandado “FRENTE PARA A DIREITA (ESQUERDA, RETAGUARDA)!”, para que seja mudada a frente de uma fração. A este comando, o militar volve, por meio de um salto, para o lado indicado com energia e vivacidade, executando o brado padronizado pela tropa. Tal comando é dado com a tropa na posição de Descansar. Após executá-lo, permanece nesta posição. 2.7.2 EM MARCHA - às voltas em marcha só são executadas nos deslocamentos no passo ordinário. 2-15 EB70-MC-10.308 2.7.2.1 “DIREITA, VOLVER!” - a voz de execução “VOLVER!” inicia-se no pé esquerdo ao solo, terminando no momento em que o pé direito assentar no solo; com o pé esquerdo, o militar dará um passo mais curto e volverá à direita, marcando passo no mesmo lugar com o pé direito e rompendo a marcha com o pé esquerdo. 2.7.2.2 “ESQUERDA, VOLVER!” - a voz de execução “VOLVER” inicia-se no pé direito ao solo, terminando no momento em que o pé esquerdo assentar no solo; com o pé direito, ele dará um passo mais curto e volverá à esquerda, marcando passo no mesmo lugar com o pé esquerdo e rompendo a marcha com o pé direito. 2.7.2.3 “OITAVO À DIREITA (ESQUERDA), VOLVER!” - será executado do mesmo modo que “Direita (Esquerda), Volver”, porém a rotação será apenas de 45 graus. 2.7.2.4 “MEIA VOLTA, VOLVER!” - a voz de execução “VOLVER!” inicia-se no pé direito ao solo, terminando ao assentar com o pé esquerdo no solo; o pé direito irá um pouco à frente do esquerdo, girando o militar vivamente pela esquerda sobre as plantas dos pés, até mudar a frente para a retaguarda, rompendo a marcha com o pé direito e prosseguindo na nova direção. 2.7.2.5 Estando a tropa em passos sem cadência e sendo necessário mudar a sua frente, o comandante da fração comandará “FRENTE PARA A DIREITA (ESQUERDA, RETAGUARDA)!”. A este comando, os militares se voltarão rapidamente para frente indicada, por meio de um salto, prosseguindo no passo sem cadência. 2-16

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