Dor Abdominal Aguda em Pediatria (UFV) 2022 PDF

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2022

UFV

Samuel Alves Costa Pereira

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pediatric abdominal pain medical imaging pediatrics diagnosis

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This is a review of acute abdominal pain in pediatric patients by Samuel Alves Costa Pereira from UFV. It covers various causes like appendicitis, adenitis mesentérica, intussusception, and infectious causes. It also includes information on imaging findings such as ultrasound (USG).

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Dor Abdominal Aguda em Pediatria Dr. Samuel Alves Costa Pereira Dor Abdominal Aguda em Pediatria Queixa comum no grupo pediátrico 4% das consultas em crianças entre 5 e 14 anos Maioria auto limitada e não cirúrgica Condições associadas: – Infecção do trato respi...

Dor Abdominal Aguda em Pediatria Dr. Samuel Alves Costa Pereira Dor Abdominal Aguda em Pediatria Queixa comum no grupo pediátrico 4% das consultas em crianças entre 5 e 14 anos Maioria auto limitada e não cirúrgica Condições associadas: – Infecção do trato respiratório – Faringite – Síndrome viral – Gastroenterite – Constipação intestinal RadioGraphics 2001; 21:247–262 Causas Gastrointestinais Causas Genitourinárias v Inflamatórias vRenais - Apendicite Aguda -Pielonefrite - Adenite mesentérica -Cólica renal -Colelitíase/Colecistite -Hidronefrose -Pancreatite -Pionefrose - Doença inflamatória intestinal vGinecológicas - Intussuscepção -Torção de ovário -Infarto omental -Tumores ovarianos - Apendagite -Cistos ovarianos vCongênitas -Doença inflamatóra pélvica -Divertículo de Meckel vRemanescente do úraco infectado - Cisto de duplicação intestinal vInfecciosas -Gastroenterite viral – mais Causa Desconhecida comum -Yersinia vEstenose Hipertrófica do Piloro -Áscaris Causas Gastrointestinais INFLAMATÓRIAS Apendicite Aguda Principal causa de cirurgias abdominais de urgência Diagnóstico baseado em parâmetros clínicos QC: - dor abdominal periumbilical com localização posterior na fossa ilíaca direita - náuseas - vômitos - febre baixa - leucocitose 1/3 das crianças apresentam-se com casos atípicos USG: - sensibilidade = 96% - especificidade = 100% Apendice cecal Apêndice origina-se na base do ceco Extremidade distal voltada medialmente, em direção à escavação pélvica; 1 – 2 cm do íleo terminal Também pode ter localização retrocecal e na goteira parietocólica direita Radiology 2005;235:1018-1022 US Features of the Normal Appendix and Surrounding Area in Children O apêndice normal pode ser detectado em até Wiersma, F. et al. Radiology 2005;235:1018-1022 82% das crianças assintomáticas Apendicite Aguda Sinais ultra-sonográficos – Estrutura tubular não-compressível de fundo cego – Diâmetro do tubo maior ou igual 7 mm – Líquido aprisionado dentro do apêndice não perfurado – Aspecto em alvo: apêndice preenchido por líquido rodeado por mucosa ecogênica e submucosa e muscular hipoecogênicas – Fecalito – Doppler colorido: hiperemia periférica ♂, 10 anos, dor na FID há 6 horas ♀, 10 anos, dor na FID há 10 horas Apendicite Aguda Complicações: – Perfuração – Abscesso – Peritonite – Sepse – Obstrução intestinal Apendicite Aguda Perfuração Pode ocorrer em 23-73% das crianças US Perda da ecogenicidade da camada submucosa Presença de líquido periapendicular ou pélvico Coleção ou abscesso ( 50 – 70%) Gordura pericecal proeminente com espessura > 10 mm Radiographics 2001;21:247-262 ♂, 10 anos, dor na FID há 4 dias Adenite Mesentérica Inflamação confinada aos linfonodos mesentéricos em pacientes com apêndice normal Causa desconhecida Autolimitada Geralmente associada à infecção viral Pode ser classificada em primária e secundária – Secundária → processo inflamatório identificável – Primária → mais comum em crianças Quadro clínico: inespecífico – Dor abdominal difusa – Febre – Leucocitose Adenite Mesentérica USG: – Aglomerados de linfonodos mesentéricos aumentados ( > 1,0 cm) na FID ou periumbilicais – Hipoecogênicos, lobulados – Suaves à compressão – Em número maior de 5 – Com ou sem espessamento mucoso no íleo distal – Doppler: - ↑ fluxo ( nos linfonodos e mesentério adjacente) Obs: ↑ de linfonodos pode estar presente em 40% dos casos de apendicite, porém não são tão numerosos quanto na linfadenite mesentérica RadioGraphics, Vol 13, 1281-1293 ♀, 8 anos, dor no quadrante inferior direito AJR 2006;186:67-74 Intussuscepção Causa comum de dor abdominal em crianças Faixa etária: 6 meses a 2 anos Quase todas são ileocólicas ( cólon e intestino delgado) 95% não se identifica fator desencadeante→ Inflamação das placas de Peyer Outros – Divertículo de Meckel – Cisto de duplicação intestinal – Pólipos – Linfoma Intussuscepção QC: - dor abdominal tipo cólica - vômitos - diarréia sanguinolenta - massa abdominal palpável US Halo hipoecogênico e centro hiperecogênico (“Donut sign”) Sinal do alvo → com múltiplos círculos concêntricos hipo e hiperecogênicos A aparência ao US varia conforme o grau de edema e de impactação da mucosa e serosa Long. → pseudo-rim Doppler: determina viabilidade da alça ♂, 20 dias, com diarréia sanguinolenta, tipo geléia de framboesa ♀, 2 anos, dor abdominal há 6 horas em mesogastro e fezes em geléia de morango Colelitíase/Colecistite ♀, 14 anos, anemia falciforme Incomum Causas: – Idiopática – Nutrição parenteral – Diuréticos – Sepse – Fibrose cística – Anemias hemolíticas Colecistite: espessamento da parede vesicular, líquido pericolecístico e cálculos Pancreatite ♀, 10 anos, trauma abdominal fechado Causas: – Trauma – Infecção ( pp viral) – Drogas ( acetaminofeno, esteróides) – Colelitíase – Fibrose cística – Anomalias estruturais Doença Inflamatória Intestinal USG com transdutor linear de alta frequência – permite avaliação direta da parede intestinal – Identifica áreas de espessamento mural → inespecífico – Evita altas doses de radiação ionizante e uso de contraste § Enterite regional (Dça Crohn) Enterocolite necrosante Colite ulcerativa Sd. hemolítico urêmica Colite pseudomembranosa Dça enxerto x hospedeiro Colite neutropênica ( Tiflite) Dça depósito do glicogênio Ileocolite bacteriana Dça granulomatosa crônica Colite alérgica Gastroenterite viral Doença de Crohn Doença inflamatória granulomatosa intestinal transmural Etiologia desconhecida Começa na adolescência, pode afetar crianças Quadro repetitivo de dor abdominal DD: apendicite - quando a doença inflamatória envolve tecidos periapendiculares Doença de Crohn USG: – Infiltrado inflamatório e edema no íleo distal – Espessamento de paredes do intestino delgado distal – Mucosa central hiperecogênica – Alterações inflamatórias ou proliferação fibrogordurosa do mesentério adjacente – Linfonodos mesentéricos – Doppler: hiperemia periférica e aumento do fluxo central ♂, 13 anos, dor no QID Am. J. Roentgenol. 2006;186:67-74 ♀, 15 anos Doença em atividade Doença em remissão AJR:175, July 2000 ♂, 10 anos, dor no QID e febre RadioGraphics, Vol 13, 1281-1293, Enterocolite Necrotisante Causa comum de dor abdominal aguda no período neonatal PMT → dano à mucosa → isquemia intestinal e necrose QC: intolerância alimentar, vômitos e diarréia 20-40% de mortalidade RadioGraphics 2007; 27:285–305 Alças alongadas e distendidas Gás intraluminal Gás no sistema porta (Aeroportograma) Gás livre na cavidade peritonial (pneumoperitônio) Enterocolite Necrosante USG: – Alças intestinais espessadas – Focos ecogênicos causados por ar na veia porta – Anel ecogênico de pneumatose intramural – Hiperecogenicidade pericolecística – Fluxo aumentado das artérias mesentérica superior e celíaca – Ascites com níveis líquido/debris se ocorreu perfuração RadioGraphics 2007; 27:285–305 Gás na veia porta Gás nos ramos portais RadioGraphics 2007; 27:285–305 Perfuração Abscesso RadioGraphics 2007; 27:285–305 Causas Gastrointestinais CONGÊNITAS Divertículo de Meckel Anomalia congênita mais comum do TGI 2-3% da população Resulta do fechamento e absorção incompleto do ducto onfalomesentérico na borda antimesentérica, no íleo distal Divertículo verdadeiro Pode conter mucosa gástrica ou pancreática heterotópica Complicações: – Diverticulite de Meckel – Obstrução intestinal – Intussuscepção – Volvo – Torção – Inclusão do divertículo em hérnia (Littre) – Neoplasia Fístula umbilico-ileal Seio umbilical Cisto umbilical Cordão fibroso Divertículo de Meckel Radiographics 2004;24:565-587 Divertículo de Meckel US – Segmento de alça intestinal espessada, em fundo cego – Formação cística não compressível na FID – Diâmetro de 0,8 a 1,2 cm ♀, 7 anos, dor abdominal vaga e vômitos Radiographics 2004;24:565-587 Diverticulite de Meckel Causas Gastrointestinais INFECCIOSAS Infecciosas A mais freqüente é a gastroenterite VIRAL – US: – dilatação de alças intestinais – Hiperperistalse – Alças preenchidas por líquido Yersínia enterocolítica – Adenite mesentérica e Ileíte terminal aguda RadioGraphics, Vol 13, 1281-1293 Infecciosas ♂, 12 anos, dor abdominal Ascaridíase – jejuno e íleo médio – Podem levar a obstrução intestinal – USG: Alças intestinais distendidas Imagens tubulares ecogênicas Axial – “em alvo” Am. J. Roentgenol. 2006;186:67-74 Causas Genitourinárias RENAIS Pielonefrite Aguda US Quadro clínico Início – Geralmente normal – Febre, leucocitose, dor no flanco, náuseas e vômitos Pielonefrite grave – Aumento do rim – Hipoecogenicidade parenquimatosa difusa – Perda da diferenciação córtico-medular Pielonefrite focal – Massa focal (nefronia) – Massa hipoecogênica – Raramente ecogênica – hemorragia – Doppler - ↓ fluxo RadioGraphics, Vol 13, 1281-1293 ♀, 6 anos, dor abdominal e febre Am. J. Roentgenol. 2006;186:67-74 Cólica Renal ♀, dor no QID e vômitos Raro em crianças Causas de cálculos renais em crianças – Distúrbios metabólicos Terapia com furosemida ou esteróides; Acidose tubular renal; Síndrome de Bartter; Síndrome de Cushing; Hiperparatiroidismo; Hipercalcemia por imobilização; Hipercalciúria Idiopática; – Infecção: Klebsiella e Proteus Am. J. Roentgenol. 2006;186:67-74 Causas Genitourinárias GINECOLÓGICAS Torção de Ovário Resulta de torção do ovário no seu pedículo, produzindo congestão vascular e infarto hemorrágico Pode ocorrer na presença de cisto, tumor ou no anexo normal Tumor mais frequente que desencadeia torção = teratoma Na criança frequentemente ocorre sem patologia ovariana associada – Devido à hipermobilidade dos anexos US – Aumento do volume do ovário ( > 4-5 cm3) – Cistos com distribuição periférica – Massa anexial complexa associada – Líquido livre – Doppler colorido → ausência de fluxo ♀, 7 anos, com dor abdominal aguda, vômitos e leucocitose.Am. J. Roentgenol. 2006;186:67-74 15 anos, cistadenoma seroso RadioGraphics 2008; 28:1355–1368 Tumor de Ovário Maioria → Teratoma maduro (benigno) – Predominatemente císticos com ou sem nódulo parietal – Massas sólidas complexas – Nível líquido-gordura – Cabelo , dente, calcificações Cistos Ovarianos Causa frequente de dor abdominal na população puberal Podem ser de natureza folicular ou corpo lúteo Produzem dor secundária à compressão de estruturas adjacentes, hemorragia ou torção Neonatos: estímulo hormonal materno Cistos simples – Paredes finas – Conteúdo anecóide – Doppler → fluxo no parênquima adjacente – Fluxo no cisto é ausente Cisto hemorrágico – Massas complexas – Com ecos internos – Septações – Debris ou nível líquido – Doppler → ausência de fluxo central Radiographics 2008;28:1355-1368 Doença Inflamatória Pélvica US inicial → geralmente normal Infecção grave ou com complicação – Piossalpinge – Abscessos tubo-ovarianos US Piossalpinge – Massa tubular hipoecóica com debris internos Abscesso tubo-ovariano – Massa complexa, arredondada com debris ou septações Doppler – ↑ fluxo no ovário se presença de múltiplos abscessos – ↑ fluxo de partes moles adjacentes RadioGraphics, Vol 13, 1281-1293 Causa Desconhecida Estenose Hipertrófica do Piloro Distúrbio na contratilidade do piloro Primeiras semanas de vida ( 3-6 sem) 1: 500 RN, ♂>♀ QC: vômitos em jato, não biliosos, logo após as mamadas EF: piloro com volume aumentado, palpado como massa no HCD – “sinal da oliva” Decúbito dorsal horizontal - piloro localizado no HCD, medial à vesícula biliar e anterior ao rim direito Estenose Hipertrófica do Piloro USG: estudo anatômico e dinâmico funcional – sensibilidade de 95 a 100% – corpo e antro gástrico distendido – identificar o piloro – Piloro alongado, com aumento da espessura da camada muscular e sem peristaltismo – Medidas: espessura das musculares > 7,0 mm comprimento do canal pilórico > 14 mm – Dinâmico: abertura ou não do piloro e passagem do conteúdo gástrico para o duodeno 40 dias de vida, há 5 dias com vômitos após as refeições

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