Aula 02 - Solos e Caracterização da Paisagem Rural (2024) PDF
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2024
Diego Tassinari
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This document presents a lecture on soil formation, weathering, characterization. It covers topics like soil formation processes, types of weathering, and Brazilian soil classification. The lecture aims to provide a comprehensive understanding of Brazilian soil characteristics, potential use, limitations, and considerations for future use.
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Aula 02 - Profº Diego Tassinari CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisagem no Meio Rural - 2024 Autor: (Pós-Edital) Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha 16 de Ja...
Aula 02 - Profº Diego Tassinari CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisagem no Meio Rural - 2024 Autor: (Pós-Edital) Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha 16 de Janeiro de 2024 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Sumário 1 - FORMAÇÃO DO SOLO........................................................................................................................... 3 1.1 - INTEMPERISMO................................................................................................................................. 3 1.1.1 - Tipos de intemperismo.............................................................................................................. 3 1.2 - PEDOGÊNESE (FORMAÇÃO DO SOLO)...................................................................................... 5 1.2.1 - Fatores de formação do solo.................................................................................................... 6 1.2.2 - Processos de formação do solo................................................................................................ 8 2 - CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO.......................................................................... 14 2.1 - CARACTERIZAÇÃO DO SOLO...................................................................................................... 14 2.1.1 - Arranjo dos horizontes............................................................................................................. 15 2.1.2 - Cor e mosqueado..................................................................................................................... 17 2.1.3 - Textura........................................................................................................................................ 18 2.1.4 - Fertilidade e atividade da fração argila................................................................................. 24 2.1.5 - Estrutura e porosidade............................................................................................................. 25 2.1.6 - Gradiente textural e cerosidade............................................................................................. 29 2.1.7 - Consistência............................................................................................................................... 29 2.1.8 - Concreções................................................................................................................................. 31 2.1.9 - Outros atributos e características complementares............................................................ 31 2.2 - CLASSIFICAÇÃO DO SOLO........................................................................................................... 33 2.2.1 - Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS).......................................................... 34 2.2.2 - Horizontes diagnósticos........................................................................................................... 38 2.2.3 - Ordens e principais subordens do SiBCS............................................................................. 47 3 - GEOGRAFIA DE SOLOS........................................................................................................................ 61 3.1 - SOLOS DAS REGIÕES BRASILEIRAS............................................................................................ 61 3.1.1 - Solos da região Sul................................................................................................................... 61 3.1.2 - Solos da região Sudeste.......................................................................................................... 63 3.1.3 - Solos da região Centro-Oeste................................................................................................ 64 3.1.4 - Solos da região Nordeste........................................................................................................ 65 3.1.5 - Solos da região Norte.............................................................................................................. 66 4 - QUESTÕES COMENTADAS.................................................................................................................. 69 5 - RESUMO................................................................................................................................................... 79 CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari RAIO-X ESTRATÉGICO Colega Estrategista, essa é a nossa primeira aula de solos, sendo que os assuntos abordados aparecem assim no edital (em negrito os tópicos abordados nessa aula): 1 Caracterização e uso dos solos: 1.1 Uso atual da terra e avaliação da aptidão agrícola dos solos. Nessa primeira aula vamos tratar de temas básicos, desde a formação do solo, para embasar o conteúdo das próximas aulas, quando avançaremos para aptidão agrícola (Eixo 3), fertilidade, conservação e uso e manejo do solo (Eixo 4). Dentro da caracterização do solos, é importante compreender que os diversos atributos empregados têm relação não apenas com a classificação do solo, mas também indicam suas condições para os diferentes usos e manejos. Vamos abordar também o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, o que nos permitirá discutir os principais solos das regiões brasileiras. Esse conhecimento de geografia de solos, juntamente com outras condicionantes do meio físico (como clima, relevo), nos permite compreender melhor as potencialidades e limitações de uso das terras no nosso país. Bom estudo! Prof. Diego Tassinari CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 2 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari 1 - FORMAÇÃO DO SOLO Iniciaremos nosso estudo do solo a partir da sua formação e, para isso, precisamos ir um pouco além, explicando como as rochas são alteradas pelo intemperismo. Estudaremos os principais processos de formação do solo e veremos também quais as principais características avaliadas no estudo da sua morfologia. Finalmente, estudaremos como essas características são a base para a classificação dos solos. Com essas informações, poderemos então discutir a distribuição e ocorrência dos principais solos das regiões brasileiras. 1.1 - INTEMPERISMO Quando expostas à superfície do planeta, as rochas se encontram sob condições muito diferentes daquelas nas quais se formaram. As condições reinantes na atmosfera levam à quebra e alteração das rochas por agentes químicos, físicos e biológicos, processo que recebe o nome de intemperismo. O intemperismo ocorre na interface entre litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera. A rocha em diferentes estados de alteração constitui o saprolito, enquanto tudo aquilo que está acima da rocha fresca ou sã (solo + saprolito) recebe o nome de manto de alteração ou regolito. Em condições adequadas, ocorre formação de solo na porção mais superficial do manto de alteração. Em maiores profundidades, o solo vai gradativamente dando lugar ao saprolito e à rocha inalterada. 1.1.1 - Tipos de intemperismo O intemperismo corresponde ao conjunto de processos de desagregação e decomposição das rochas pela ação dos agentes do intemperismo. Quanto ao seu modo de ação, são reconhecidos três tipos de intemperismo: físico, químico e biológico. O intemperismo físico, em geral, opera primeiro, originado fissuras e quebrando as rochas em fragmentos menores sem, contudo, alterar a sua composição química e mineralógica. O fendilhamento e fragmentação favorecem a penetração da água. A desagregação das rochas pelo intemperismo físico se dá pela ação de: ciclos de aquecimento e resfriamento, que levam à expansão e contração dos minerais e ao surgimento de fissuras; expansão volumétrica da água presente em fissuras ao congelar-se; expansão volumétrica em fissuras pela cristalização de sais; alívio de pressão das rochas expostas e fendilhamento. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 3 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari O intemperismo químico, por sua vez, age por meio de diversas reações químicas que alteram a composição química e mineralógica das rochas. A água é o principal agente do intemperismo químico. Em regiões quentes e úmidas, esse processo é bastante intenso, alterando as rochas até grandes profundidades. As principais reações são do intemperismo químico incluem: dissolução dos componentes mineralógicos das rochas; hidrólise, que corresponde ao ataque à estrutura dos minerais promovido pelos íons H + e OH- em solução (essa é a principal reação do intemperismo químico); oxidação, especialmente associada a Fe e Mn, geralmente precedida pela hidrólise. Feições associadas ao intemperismo: fendilhamento de rocha provocado pelo intemperismo físico; espeleotemas (concreções) produzidos por reações de dissolução de rocha calcária e posterior precipitação; diferentes colorações produzidas pela oxidação do Fe em região tropical. Já o intemperismo biológico é aquele mediado por organismos, podendo contribuir tanto para o intemperismo físico (crescimento de raízes em fendas), quanto químico (liberação de ácidos orgânicos pelas raízes, aporte de matéria orgânica, absorção de nutrientes). Apesar de ser essa apenas uma divisão didática (dificilmente qualquer um desses agentes atua sozinho), é um assunto comumente cobrado dessa forma, como na questão a seguir e em outras no final do material. (Crescer Consultorias - Prefeitura de Pedro do Rosário, MA - 2019) O intemperismo ____________ é causado por processos ou fatores físicos como variação de temperatura, cristalização de sais, congelamento, entre outros. Marque a alternativa que preenche de forma correta a lacuna acima. (A) químico. (B) físico. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 4 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari (C) químico-biológico. (D) biológico. (E) bioquímico. Comentário: o próprio enunciado já estabelece que são “processos ou fatores físicos”, citando agentes do intemperismo que não dependem de reações químicas ou da ação de organismos, ou seja, trata-se de intemperismo físico. Gabarito: alternativa B 1.2 - PEDOGÊNESE (FORMAÇÃO DO SOLO) O intemperismo e a formação do solo estão intimamente relacionados, já que a formação do solo ocorre a partir dos produtos do intemperismo. Por ação do intemperismo químico, os minerais primários, aqueles provenientes da rocha ou material de origem, vão sendo progressivamente transformados em minerais secundários. Os minerais secundários são mais estáveis nas condições da superfície do planeta, acumulando-se no manto de alteração e nos solos, onde são os principais constituintes. Esses minerais incluem os argilominerais (como a caulinita, o argilomineral mais abundante no planeta) e os óxidos e hidróxidos de ferro (hematita, goethita) e alumínio (gibbsita). Veja na representação esquemática a seguir a reação de hidrólise de um mineral primário (feldspato) com formação de um mineral secundário (caulinita). Feldspato Caulim (sedimento formado por caulinita) Absorção pelas plantas Mineral primário Herdado da rocha 2KAlSi3O8 Feldspato-K Mineral secundário Formado no solo + + + 9H Al2Si2O5(OH)4 + 2K + H4SiO4 + Íons H em solução Caulinita (argilomineral) Íons e moléculas em solução Lixiviação Intemperismo químico (reação de hidrólise) de um mineral primário (feldspato potássico), liberando K + (nutriente) para as plantas e originando um novo mineral estável (caulinita, mineral secundário). CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 5 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Na reação representada, o K+ foi removido da estrutura cristalina do mineral e solubilizado, tornando-se disponível para absorção pelas plantas. O silício também foi removido da estrutura do mineral e solubilizado na forma de ácido silícico (H4SiO4), que pode ser removido pela água no processo de lixiviação. Lixiviação é a remoção de nutrientes e outras moléculas solúveis pela água que se infiltra e percola através do solo. Esses materiais dissolvidos podem ser carregados para grandes profundidades e atingir o lençol freático, eventualmente migrando para rios e chegando aos oceanos. A facilidade com que determinados elementos são perdidos é dada pela série liotrópica e depende de características como valência (maior valência, menor remoção) e raio iônico (maior raio iônico, maior remoção). Veja a séria em ordem decrescente de energia de ligação (do menos para o mais facilmente lixiviado): Al3+ > Ca2+ > Mg2+ > NH4+ = K+ > Na+ 1.2.1 - Fatores de formação do solo Por muito tempo o solo foi visto como um dos produtos do intemperismo. Apenas no final do século XIX o solo foi compreendido como um corpo natural cuja formação se dá por processos específicos, que vão além dos processos geológicos que atuam no intemperismo. O solo se forma progressivamente sob a influência dos chamados fatores de formação do solo. A variação dos fatores de formação de um local para outro leva à formação de diferentes solos. A partir de observações de campo na Rússia, um país com dimensões continentais e, por isso, grande diversidade de clima, relevo e vegetação, o cientista russo Vasily Dokuchaev consolidou essa ideia, da relação entre os fatores de formação e os solos resultantes. Atualmente essa relação é comumente expressa na forma de uma equação. Solo = f(clima, organismos, material de origem, relevo, tempo) Nesse modelo, o solo é tido como função da atuação do clima e dos organismos sobre determinado material de origem em dada condição de relevo ao longo do tempo. Clima e organismos atuam conjuntamente como fatores ativos (agentes do intemperismo) e afetam a formação do solo ao longo de grandes regiões geográficas. Solos de regiões quentes e úmidas (solos tropicais) são mais profundos e empobrecidos em nutrientes devido à lixiviação mais intensa. Em regiões frias e áridas, os solos são menos desenvolvidos, apesar de serem frequentemente bastante férteis. O material de origem do solo pode ser a rocha que se encontra imediatamente abaixo dele (solos residuais ou autóctones) ou material transportado de outros locais (solos alóctones). Perceba que é mais correto referir-se a material de origem do que a rocha-mãe ou rocha-matriz, já que nem sempre o solo origina-se diretamente da rocha (pode formar-se a partir da deposição de sedimentos, acúmulo de matéria CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 6 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari orgânica ou até de outros solos). O material de origem tem grande influência em características como fertilidade, cor e textura do solo. Solos derivados de rochas mais ricas em quartzo apresentam maiores teores de areia. Solos derivados de calcários, argilitos e rochas similares (rochas pelíticas) são comumente mais argilosos. Solos derivados de basalto também são comumente argilosos, com teores elevados de Fe e coloração bem avermelhada. (FEPESE - Prefeitura de Lages, SC - 2016) Qual dos fatores de formação dos solos permite classificá-los em: solos Autóctones; solos Alóctones e solos Pseudoautóctones? (A) Organismos vivos (B) Material de origem (C) Tempo (D) Relevo (E) Clima Comentário: A classificação dos solos como autóctones ou alóctones (o termo pseudoautóctones não é comumente utilizado) é baseada na relação do material de origem com a rocha subjacente: solos autóctones (ou residuais) são formados a partir do intemperismo da rocha subjacente, enquanto os solos alóctones são formados sobre material transportado de outros locais (sedimentos). Gabarito: alternativa B. O relevo e o tempo estão intimamente relacionados, pois a grau de movimentação do relevo condiciona o tempo de ação do intemperismo e dos processos de formação. Em relevo declivoso, as partículas são rapidamente removidas pela erosão e o solo não se desenvolve e não se aprofunda tanto. Já em relevo plano, a remoção de solo por erosão é bem menor, as partículas permanecem mais tempo expostas à ação do intemperismo e dos processos de formação, originando solos mais profundos e desenvolvidos. Enquanto clima e organismos são fatores de formação que produzem diferenças ao longo de grandes extensões geográficas, o relevo tem atuação bem mais localizada. Em uma paisagem, podemos perceber diferentes feições ou compartimentos, como serras, morros e várzeas. Nessa escala de observação, a variação dos solos acompanha intimamente a variação do relevo. Aliás, é justamente a compreensão dessa relação entre os diferentes compartimentos da paisagem e os solos que embasa o levantamento e mapeamento de solos. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 7 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari (Inédita) Qual dos fatores de formação do solo a seguir é capaz de explicar a variação dos solos entre grandes regiões geográficas distintas, como países e continentes? (A) Material de origem (B) Tempo (C) Clima (D) Relevo (E) Rocha Comentário: considerando-se grandes extensões geográficas, o principal fator de formação que condicionaria a variação entre os solos seria o clima. Nesse sentido, é muito comum que se faça a distinção entre solos de regiões temperadas e solos de regiões tropicais. Gabarito: alternativa C (Inédita) Dentro de uma pequena propriedade rural, qual dos seguintes fatores de formação do solo provavelmente explica melhor a variabilidade dos solos que aí ocorrem? (A) Material de origem (B) Tempo (C) Clima (D) Relevo (E) Organismos Comentário: nessa escala geográfica, é pouco provável que existam grandes diferenças climáticas ou de material de origem. Contudo, mesmo uma pequena propriedade rural pode apresentar diferentes ambientes quanto ao relevo: encostas planas ou declivosas, áreas de topo e baixadas ou várzeas. Assim, nessa escala, o relevo seria o fator de formação do solo mais importante, afetando não só o tempo (áreas declivosas x áreas planas), mas também o regime de umidade (solo bem drenado x solo encharcado). Gabarito: alternativa D 1.2.2 - Processos de formação do solo A formação do solo é um processo bastante lento (centenas a milhares de anos), mesmo nas regiões tropicais onde o intemperismo é bastante intenso. Existem quatro processos básicos de formação do solo, adição, remoção, transformação e translocação. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 8 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Adição: acréscimo de materiais ao solo, como a adição de matéria orgânica à superfície pela vegetação. Remoção: a remoção de materiais do solo pode ser superficial ou em profundidade. A erosão remove partículas da superfície pela ação da água e do vento. Já a lixiviação remove íons e moléculas em solução, que são carreados pela água que drena através do solo em direção ao lençol freático. Esses dois processos atuam em sentido inverso: enquanto a remoção por erosão acarreta rejuvenescimento do solo (o material mais alterado é removido e o menos intemperizado é exposto), a remoção por lixiviação condiciona seu envelhecimento (perda de nutrientes e sílica). Transformação: corresponde às alterações que os materiais sofrem no solo, como a conversão de um mineral primário a argilomineral (esquematizado anteriormente) e a estabilização de resíduos orgânicos na forma de húmus. Translocação: os materiais são transportados e mudam de lugar dentro do solo. A matéria orgânica depositada na superfície é incorporada pelos organismos à camada mais superficial do solo. Os argilominerais, os óxidos de Fe e Al e a própria matéria orgânica podem ser transportados pela água, acumulando-se em profundidade. (Cesgranrio - Petrobras - 2010) Os horizontes de um perfil de solo são formados por fenômenos de adições, perdas, transformações e translocações. PORQUE CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 9 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari O perfil do solo é o conjunto de horizontes situados em uma seção vertical que vai da superfície até o material originário. Com base no exposto, conclui-se que (A) as duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. (B) as duas afirmativas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. (C) a primeira afirmativa é verdadeira e a segunda é falsa. (D) a primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira. (E) as duas afirmativas são falsas. Comentário: a primeira afirmativa está correta, pois os horizontes do perfil do solo são formados pelos processos de formação do solo (adição, remoção, transformação e translocação0 A segunda afirmativa está correta, pois o perfil do solo é formado por um conjunto de horizontes que se inicia na superfície e gradativamente vai dando lugar ao material de origem em maiores profundidades. A segunda alternativa não justifica a primeira. Uma possível justificativa para a primeira afirmativa seria, por exemplo, "A morfologia do solo reflete a influência dos fatores de formação do solo, que atuam por meio dos processos de formação." Gabarito: alternativa B. A atuação desses processos (individualmente ou em conjunto) permite definir diversas classes de processos de formação do solo. Essas classes, descritas a seguir, são bem mais numerosas e explicam a formação de determinado solo. Informações sobre os diferentes solos citados serão apresentadas em seguida. Calcificação: formação de carbonatos secundários no solo, principalmente CaCO3. Ocorre em locais de clima mais seco, onde a lixiviação é pouco intensa. Processo típico dos Chernossolos. Latolização ou ferralitização: remoção intensa de nutrientes e Si do solo pela lixiviação, com acúmulo residual de óxidos de Fe e Al. Condiciona a formação de Latossolos. Laterização e plintização: mobilização de Fe e sua concentração na forma de concreções localizadas (plintita e petroplintita) ou extensas (laterita). Leva à formação de Plintossolos. Eluviação e iluviação: são processos de translocação de materiais dentro do solo, saindo de determinado local (eluviação) e sendo depositados em outro (iluviação). A eluviação pode originar camadas esbranquiçadas, empobrecidas em argila e matéria orgânica. Os materiais eluviados da superfície acumulam-se em subsuperfície (iluviação). A iluviação de matéria orgânica, Fe e/ou Al forma acúmulos desses materiais em profundidade, típico dos Espodossolos (processo chamado também de podzolização). CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 10 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari A argiluviação ou lessivagem é outro tipo de iluviação em que partículas de argila são translocadas das camadas superficiais para as mais profundas, sendo o processo típico de formação de diversos solos, como Argissolos, Planossolos, Luvissolos e Nitossolos. Pedoturbação: alteração da disposição das camadas do solo por erosão (deposição de sedimentos sobre o solo), fendilhamento intenso em Vertissolos (o solo se contrai quando seco, originando fendas que são preenchidas por material superficial) e ação de animais da fauna do solo (chamado também bioturbação). Gleização: eliminação dos agentes pigmentantes vermelhos e amarelos (hematita e goethita, respectivamente) em condições de hidromorfismo (excesso de água e falta de oxigênio). Típico dos Gleissolos. Adições antropogênicas: ocupações humanas antigas que produziram solos muito diferentes dos demais do local. Um exemplo típico no Brasil são as terras preta de índio, nome popular que se dá a solos antrópicos formados em antigos aldeamentos indígenas. Salinização, sodificação e solodização: processos típicos de regiões áridas e semiáridas. Na salinização, há formação e acúmulo de sais no solo (KCl, NaCl, CaSO4). Na sodificação, não há formação de sais, mas o solo encontra-se saturado de cátions, principalmente Na+. Na solodização, o Na+ é translocado e acumula-se em profundidade. Paludização: acúmulo de matéria orgânica em locais alagados ou encharcados. Formação de Organossolos. Erosão: remoção superficial de partículas de solo, levando ao seu rejuvenescimento. Processo relacionado à formação de solos jovens, como Neossolos e Cambissolos. Apesar de serem muitos processos específicos, tente associar o elemento formativo de cada nome aos fenômenos envolvidos. Veja a seguir um exemplo de questão bastante extensa, porém nem por isso difícil, em que esse tema foi cobrado. (FUNDEP - Prefeitura de Lagoa Santa, MG - 2019) A interação dos fatores ambientais (material de origem, clima, biota, relevo, tempo) desencadeia processos formadores do solo, chamados de processos pedogenéticos, cujas ações estão registradas nas feições morfológicas e na composição do solo. Assim, diferentes combinações de fatores ambientais direcionam processos que atuam no substrato geológico ou no solo pré-existente, ocasionando modificações pedogenéticas. Como resultado, os processos CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 11 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari pedogenéticos formam um solo com um conjunto de horizontes e composição característicos. Com base nos conhecimentos de Pedologia, relacione a COLUNA I com a COLUNA II, associando os processos pedogenéticos às definições que mais se aproximam dos seus conceitos. COLUNA I 1. Turbação 2. Lessivagem 3. Salinização 4. Latolização 5. Gleização 6. Ferrólise 7. Plintização 8. Paludização COLUNA II ( ) Intemperismo químico muito intenso, lixiviação de bases e Si, acumulação de Fe e Al. ( ) Transferência vertical de coloides e sua deposição em horizontes subsuperficiais. ( ) Processo de destruição de argilas (argilominerais e óxidos) por ciclos alternados de oxidação e redução, em horizontes ou camadas do solo sujeitos à alternância de encharcamento e secagem frequentes, como no topo de horizontes subsuperficiais densos e argilosos. ( ) Ocorre em ambiente de solo com prolongada ou permanente saturação com água, havendo redução de Fe e Mn e possível acúmulo de matéria orgânica. ( ) Processo de acumulação extrema de compostos de ferro por migração vertical ou horizontal, solubilizados em algumas posições na paisagem e reprecipitado por oxidação em outras, formando crostas, concreções ou carapaças lateríticas, compostas de óxidos de ferro em associação com quartzo, sílica amorfa e coloides do solo. ( ) Processo de acumulação intensa de matéria orgânica no solo, em ambientes permanentemente encharcados. ( ) Movimentação intensa da massa do solo, por ação de processos biológicos (formigas, cupins, minhocas) ou por efeitos alternados e frequentes de umedecimento e secagem da massa do solo, como nos Vertissolos. ( ) Acúmulo de sais solúveis no perfil do solo. Ocorre em áreas litorâneas ou sob clima árido, onde a pluviosidade é menor que a evapotranspiração. Assinale a sequência correta. (A) 4 2 6 5 7 8 1 3 (B) 6 1 5 4 7 8 2 3 (C) 6 1 3 8 4 5 2 7 (D) 4 2 5 6 3 8 1 7 (E) 4 1 8 3 2 5 6 7 Comentário: A questão pode parecer difícil pelo tamanho e quantidade de conteúdo exigido, mas perceba que, sabendo apenas os processos mais comuns, já se pode chegar com segurança à alternativa correta. Veja como o elemento formativo de cada termo auxilia na resolução. O processo de formação do solo que envolve intemperismo intenso, com lixiviação de bases e Si do perfil e consequente acúmulo residual de Fe e Al é a latolização, que corresponde ao processo de formação de Latossolos, isto é, solos enriquecidos em Al e Fe devido à remoção de Si e bases pelo intemperismo químico e lixiviação intensos (4). O processo de translocação de argilas dos horizontes A e E para o horizonte B é a argiluviação ou lessivagem. A lessivagem tem semelhança com "lavagem", e é justamente a "lavagem" da argila das camadas superiores para as camadas mais profundas do solo (2). CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 12 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari O processo que leva à destruição de argilas das camadas superficiais do solo por ciclos de oxidação e redução é a ferrólise. Esse processo é bem menos comum e poderia suscitar dúvidas. Contudo, perceba pela etimologia que deve ser a quebra ("lise") de alguma coisa. Na coluna II, verificamos que existe apenas uma alternativa que faz referência à destruição (de argilas no caso). No processo de ferrólise, durante o encharcamento, os íons Fe2+ removem as bases e ocupam os sítios de troca da superfície das argilas. Quando o solo se torna novamente aerado, a oxidação do Fe2+ a Fe3+ gera expressiva acidez (íons H+), que leva à destruição das argilas (6). Em ambientes com encharcamento permanente ou prolongado, a limitada disponibilidade de O 2 leva ao estabelecimento de condições de redução, afetando especialmente Mn e Fe e também levando ao acúmulo de matéria orgânica (decomposição = oxidação). A gleização é um processo que ocorre em condições de hidromorfismo, originando solos acinzentados (a palavra tem a mesma origem que "grey", cinza em inglês (5). A acumulação localizada de Fe no solo, na forma de concreções ou camadas contínuas, corresponde à plintização e laterização. A plintização é o processo de formação de plintita, que são concreções de Fe formadas em locais sujeitos à variação do nível do lençol freático, com alternância de condições de redução e oxidação. A laterização corresponde especificamente à formação de camadas contínuas, chamadas de lateritas. O processo também depende da variação entre condições de encharcamento e redução, com mobilização do Fe2+, e secagem e oxidação, com precipitação do Fe3+ (7). O processo de acúmulo de matéria orgânica em solos encharcados é a paludização. O acúmulo de água e a condição de saturação quase permanente levam à exaustão do O2 disponível, que restringe a decomposição e leva ao acúmulo de matéria orgânica (8). O processo de formação do solo que envolve o seu constante revolvimento é a pedoturbação. A turbação tem relação com "perturbação", que no caso do solo se deve principalmente à ação de organismos da macrofauna do solo que têm o hábito de revolvê-lo. Esse processo também ocorre em determinados solos muito ricos em argilas expansivas (que se expandem quando úmidas e contraem quando secas), como é o caso dos Vertissolos. Nesses solos, ocorre abertura de fendas durante o período seco, que são preenchidas por material que cai das camadas superiores, "revolvendo" o solo naturalmente (1). O acúmulo de sais no solo corresponde ao processo de salinização, ocorrendo quando a perda de água por evapotranspiração é superior à precipitação, o que faz com que os cátions não sejam removidos por lixiviação e se acumulem no solo na forma de sais (3). Gabarito: alternativa A. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 13 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari 2 - CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO O menor volume de solo que representa suas características é chamado de pedon. Esse corpo tridimensional imaginário e de tamanho não definido (alguns metros) tem como limite superior a atmosfera e limite inferior difuso, já que o solo gradualmente dá lugar ao material de origem à medida que se aprofunda. A unidade básica de estudo do solo é a face do pedon, isto é, uma corte vertical do pedon que representa o perfil do solo. O perfil do solo vai da superfície ao contato com o material de origem. Por razões práticas, como os processos pedogenéticos podem atingir grandes profundidades em climas tropicais, define-se em geral a profundidade de 200 cm como limite inferior do perfil do solo para seu estudo. A seguir, estudaremos as principais propriedades do solo empregadas na sua caracterização e classificação. (FEPESE - Prefeitura de Lages, SC - 2016) A unidade básica de solo que vai da superfície até seu material de origem, e se constitui na menor porção tridimensional, perfazendo um volume mínimo que possibilite seu estudo, é denominada: (A) Gênese. (B) Atributos. (C) Estrutura. (D) Pedon. (E) Perfil. Comentário: as primeiras três alternativas dificilmente suscitariam dúvidas, já que não correspondem em nada à descrição de enunciado. As duas últimas, porém, poderiam gerar dúvida se a diferenciação de pedon e perfil não estiver bem consolidada. O perfil é uma representação do solo em duas dimensões, é apenas uma face do pedon, enquanto este é uma porção tridimensional do solo que representa todas as suas propriedades. Assim, o principal aspecto do enunciado a se levar em consideração é a “porção tridimensional”, que significa o pedon. Gabarito: alternativa D. 2.1 - CARACTERIZAÇÃO DO SOLO As características morfológicas do solo são propriedades facilmente percebidas a partir do seu exame no campo com a visão e o tato (observação e manipulação/manuseio do solo). A morfologia do solo é estudada a partir da avaliação de propriedades como espessura e ordenação dos horizontes, cor, textura, estrutura, consistência, porosidade, dentre outras. As características morfológicas são registros deixados CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 14 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari no solo pelos processos de formação, ou seja, é a partir da morfologia do solo que se infere a respeito dos processos pedogenéticos que predominaram na sua formação. Além dos atributos de caracterização do solo listados na tabela abaixo e comentados em seguida, existem outros atributos reconhecidos como indicadores de qualidade do solo. Enquanto os atributos para caracterização são empregados principalmente na descrição do solo para classificação, os indicadores de qualidade são empregados para avaliar o efeito de práticas de manejo na capacidade do solo de desempenhar suas funções. Atributos para caracterização do solo Determinações de campo Análises de laboratório Características complementares Nutrientes disponíveis (Ca2+, Mg2+, Pedregosidade e rochosidade K+) e saturação por bases Cor e mosqueado Erosão Estrutura (forma, tamanho e Capacidade de troca catiônica (CTC) Drenagem grau) Alumínio tóxico (Al3+) e saturação Presença de raízes e atividade por alumínio Textura (classe textural) biológica Atividade da fração argila Poros Arranjo dos horizontes Cerosidade Consistência Concreções Teor de matéria orgânica (carbono orgânico) Composição química (teores de SiO2, Al2O3, Fe2O3) Textura (teores de argila, silte e areia) Estrutura (relações massa/volume, estabilidade de agregados) 2.1.1 - Arranjo dos horizontes O perfil de solo é formado por camadas geralmente paralelas à superfície do solo que diferem entre si pelas suas propriedades. Quando essas camadas horizontais são resultantes da ação dos processos pedogenéticos, elas recebem o nome de horizontes do solo (veja uma foto de perfil de solo e o detalhamento dos seus horizontes na figura a seguir). A formação dos horizontes é, portanto, resultado da própria formação do solo, que age a partir da superfície e vai se aprofundando (ou seja, de cima para baixo). Os horizontes principais são identificados por letras maiúsculas (A, B, C, R, O, H, E, F, K), sendo acompanhados de letras minúsculas para indicar características especiais. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 15 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Perfil de solo com detalhe dos horizontes. Horizonte A B C R O H E F Características Horizonte mineral e superficial (pode estar abaixo do O) cuja principal característica é a influência da matéria orgânica. Os resíduos orgânicos depositados na superfície são incorporados ao solo pela ação dos organismos, dando origem a esse horizonte que em geral tem coloração escura e estrutura granular. Horizonte mineral de subsuperfície (abaixo de A, E ou O). Representa a máxima expressão dos processos pedogenéticos, sendo por isso o principal horizonte para classificação do solo. Horizonte mineral, inconsolidado (solto, friável) e relativamente pouco alterado pelos processos pedogenéticos. Rico em minerais primários, com cores claras e esmaecidas (comumente róseo ou amarelo bem claro). Camada mineral de material consolidado, formado por rocha contínua ou fragmentos grandes ocupando mais de 90% do volume. Horizonte superficial orgânico dos solos minerais. Formado pelo acúmulo de material orgânico em condições de drenagem livre (sem encharcamento). Comum em solos florestais e bastante espesso em climas mais frios. Horizonte orgânico, superficial ou não, formado pelo acúmulo de restos vegetais em condições de encharcamento, em que a ausência de oxigênio impede a decomposição da matéria orgânica, que se acumula. Horizonte mineral formado pela eluviação de argila, matéria orgânica e óxidos de Fe e Al. Coloração esbranquiçada, ocorrendo abaixo de horizonte A ou O e acima de horizonte B. Horizonte ou camada contínua formada por óxidos de Fe ou Al, chamado também de bancada laterítica ou canga. Formado a partir da cimentação e endurecimento irreversível de concreções. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 16 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Os perfis de solo comumente apresentam a sequência A-B-C, mas não exclusivamente. Sob condições de vegetação natural ou florestal, é comum a sequência O-A-B-C. Horizontes que apresentam características de mais de um horizonte principal são ditos transicionais e são identificados por duas letras maiúsculas. Veja na figura anterior um exemplo de horizonte transicional que tem tanto características do horizonte A (influência da matéria orgânica) quanto do horizonte B (estrutura em blocos), recebendo por isso a identificação AB. A espessura dos horizontes é bastante variável e tem grande importância na definição dos critérios dos horizontes diagnósticos para a classificação do solo. 2.1.2 - Cor e mosqueado A cor é a característica mais facilmente percebida em um solo, sendo muito importante para interpretação da pedogênese e para a sua classificação. Sua determinação é feita com o auxílio da Carta de Cores de Munsell, um catálogo sistematizado que permite a identificação das cores a partir do seu matiz (cor do espectro eletromagnético), do valor (tonalidade da cor, mais claro ou escuro) e do croma (grau de saturação da cor, ou proporção entre o matiz e o cinza). Assim, um horizonte que teve sua cor determinada como 2,5 YR 4/4 tem matiz 2,5 YR, valor 4 e croma 4 (vermelho-amarelado). Esse sistema de cores é semelhante ao sistema HSL (hue, lightness e saturation) que está comumente disponível em inúmeros softwares. MATIZ A Carta de Cores de Munsell é uma forma padronizada de expressar a cor do solo, a partir da definição dos componentes matiz, croma e valor. Cada página desse catálogo apresenta um diferente matiz. Para as cores da maioria dos solos, o matiz varia de amarelo a vermelho. VALOR O valor indica a tonalidade, ou seja, se as cores são mais claras (maior valor) ou se são mais escuras (menor valor). Sem matiz, a variação de cores corresponde a uma escala de cinza, com maior valor (maior reflexão da luz) para o branco e menor valor (menor reflexão da luz) para o preto. O croma indica a proporção de mistura entre o matiz e o cinza. Quanto maior o croma, mais matiz na mistura e mais vivas as cores. Quanto menor o croma, mais cinza na mistura e mais esmaecidas as cores. CROMA A maioria dos constituintes minerais do solo tem cor branca (minerais primários e argilominerais), sendo a coloração devida à presença de agentes pigmentantes. Os principais agentes pigmentantes são minerais secundários formados por óxidos de Fe (como a hematita, de cor vermelha, e a goethita, de cor amarela) e a matéria orgânica (castanho e marrom a quase preto). CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 17 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Solos vermelhos contêm hematita, que é formada sob condições de boa drenagem ou teores elevados de Fe; enquanto solos mais úmidos, de pior drenagem, com teores mais elevados de matéria orgânica ou com baixos teores de Fe tendem a ser mais amarelos (predomínio de goethita). Solos acinzentados indicam ausência de óxidos de Fe, comumente associado a condições de hidromorfismo (encharcamento). Nesses solos, é comum a ocorrência de manchas de cores em meio à massa de solo, formando mosqueados. Vemos, com isso, que a cor do solo pode trazer muitas informações a respeito do seu processo de formação e das suas características. Por esse motivo, esse atributo morfológico é empregado no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos no segundo nível categórico de diversas ordens, conforme veremos mais adiante. 2.1.3 - Textura A textura do solo corresponde à distribuição das partículas do solo por tamanho, sendo agrupadas em três frações principais: areia (diâmetro de 2 a 0,05 mm), silte (diâmetro entre 0,05 e 0,002 mm) e argila (diâmetro inferior a 0,002 mm ou 2 µm). A textura pode ser determinada pela análise mecânica em laboratório ou pela sensação tátil no campo. A areia tem sensação de aspereza ao tato; o silte de maciez e sedosidade; e a argila de plasticidade e pegajosidade. A textura do solo diz respeito apenas à proporção de partículas presentes na fração terra fina, isto é, aquilo que passa em uma peneira com 2,0 mm de abertura. Frações mais grossas como cascalhos (2 mm a 2 cm), calhaus (2 cm a 20 cm) e matacões (acima de 20 cm) são registradas como qualificadores da textura do solo. Representação esquemática da relação entre as dimensões das frações areia grossa, areia média, areia fina, silte e argila; e detalhe das partículas do argilomineral caulinita em fotomicrografia de varredura, evidenciando uma pilha de placas de caulinita. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 18 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari A fração argila, devido ao seu diminuto tamanho, é responsável pelas propriedades coloidais do solo juntamente com a matéria orgânica. Os teores de areia, em geral, estão relacionados aos teores do mineral quartzo no material de origem do solo, enquanto o teor de silte indica o grau de desenvolvimento do solo (quanto mais velho o solo, menor o teor de silte). É importante destacar que essas frações texturais baseiam-se apenas no tamanho das partículas e não na sua mineralogia. A fração argila do solo contém tanto argilominerais (caulinita, esmectita, vermiculita, ilita), quanto óxidos de Fe (hematita, goethita) e Al (gibbsita). Na fração areia predomina o quartzo, mas também ocorrem outros minerais primários resistentes ao intemperismo, como o rutilo e o zircão. Já a fração silte pode conter uma grande variedade de minerais primários, como micas e feldspatos, e secundários (argilominerais e óxidos de Fe e Al). (QUADRIX- Prefeitura de Cristalina, GO - 2019) A textura do solo é definida pela proporção relativa das classes de tamanho de partículas de um solo. A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo define quatro classes de tamanho de partículas menores do que 2 mm, usadas para a definição da classe de textura dos solos. Assinale a alternativa que apresenta essas quatro classes. (A) areia grossa, areia fina, silte e argila. (B) areia, silte, blocos e granulados. (C) areia, argila, grãos e britas. (D) granulados, prismas, blocos e colunas. (E) blocos angulares, blocos granulares, prismas e silte. Comentário: A alternativa A está correta, pois, apesar de haver uma clara inadequação do enunciado ao afirmar que existem quatro frações texturais (quando na verdade são reconhecidas apenas três), é comum haver distinção entre areia grossa e areia fina já que elas apresentam comportamento físico distinto (a areia grossa favorece a formação de poros maiores e a areia fina favorece a ocorrência de encrostamento). A alternativa B está errada, pois blocos e granulados não são frações texturais, mas formas de estrutura (na verdade, blocos e grânulos, já que granulado é uma cobertura para doces). A alternativa C está errada, pois grãos e britas não são frações texturais. A alternativa D está errada, pois não traz nenhuma fração textural, apenas formas de estrutura. A alternativa E está errada, pois traz vária formas de estrutura e apenas silte como fração textural corretamente. Gabarito: alternativa A. Em laboratório, a textura é determinada pela análise textural (ou granulométrica ou mecânica), que envolve a separação das frações texturais do solo e sua posterior quantificação. A análise textural envolve as seguintes etapas: CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 19 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Pré-tratamento: consiste na eliminação de agentes cimentantes, íons floculantes e sais que podem comprometer a dispersão. Dispersão: tem por finalidade a destruição dos agregados do solo, individualizando as partículas de areia, silte e argila. Comumente emprega-se a dispersão mecânica, por agitação, juntamente com a dispersão química. A dispersão química consiste no emprego de agentes dispersantes (NaOH) que promovem a hidratação das argilas e sua repulsão por ação do Na+. Separação e quantificação das frações: a separação das frações granulométricas baseia-se em peneiramento e sedimentação. A suspensão obtida na fase de dispersão é passada por uma peneira com malha de 0,05 mm, na qual fica retida a fração areia, que é posteriormente seca e pesada. As frações silte e argila passam pela peneira e são coletadas em uma proveta. A fração silte é separada por sedimentação, empregando-se a equação de Stokes para determinação do tempo de sedimentação necessário para que todas as partículas de silte sedimentem na camada superficial da coluna de sedimentação. Passado o tempo de sedimentação, a camada superficial (que se encontra sem silte) é coletada para quantificação da fração argila. A fração silte é quantificada por diferença entre o teor de areia e o teor de argila. Os teores de argila, silte e areia são agrupados em classes de textura de acordo com o triângulo textural abaixo. O solo A apresenta 45% de argila, 30% de silte e 25% de areia, sendo classificado como de textura argilosa. Já o solo B, que tem 15% de argila, 10% de silte e 75% de areia, tem textura francoarenosa. Teor de areia (%) Triângulo textural e classes texturais adotados no Brasil. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 20 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari (Cesgranrio - IBGE - 2013) Utilizando-se o triângulo textural apresentado abaixo, qual é a classe de textura de um solo que apresenta os seguintes teores: 350 g.kg-1 de areia; 570 g.kg-1 de argila; 90 g.kg-1 de silte? (A) Média (B) Siltosa (C) Arenosa (D) Argilosa (E) Muito argilosa Comentário: para resolver essa questão, basta lançar os teores de argila, silte e areia no triângulo textural. A única dificuldade é percorrer corretamente cada eixo, ou seja, os teores de argila seguindo na horizontal, os teores de silte inclinados para a direita e os teores de areia inclinados para a esquerda. Inicialmente lançar o teor de argila, de 570 g kg-1 (localize os valores de 500 e 600, depois a metade, de 550, e depois a metade novamente entre 550 e 600, aproximadamente 575). Lembre-se que os teores de argila seguem na horizontal. Se ficar em dúvida, basta reparar como as classes de textura média, argilosa e muito argilosa são separadas em função do teor de argila por traços horizontais. O valor de 570 g kg-1 fica totalmente dentro da classe argilosa, então não é necessário lançar os demais valores. Depois, basta lançar os teores de areia ou silte, com o cuidado de percorrer corretamente cada eixo. Os teores de areia estão na base do triângulo, aumentando da direita para a esquerda e seguindo inclinados para a esquerda. Os teores de silte estão no lado direito do triângulo, aumentando de cima para baixo e seguindo inclinados para a direita. Para esses teores, repare na separação entre as classes média e siltosa. O que define esse limite é o teor de areia de 15% (150 g kg-1), então se ficar em dúvida use esse alinhamento para confirmação. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 21 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Na questão original, que deveria ter sido anulada, a soma dos valores superava 100% (350 g.kg-1 de areia; 570 g.kg-1 de argila; 460 g.kg-1 de silte), então fique atento a isso também, para perder tempo tentando resolver uma questão sem resolução correta. Nesse caso a questão não foi anulada, possivelmente pelo fato de que apenas com o valor de argila já se chegava na classe textural argilosa Silte 90 g kg-1 Argila 560 g kg-1 Areia 350 g kg-1. Gabarito: alternativa D. A textura do solo tem grande importância para o seu manejo, afetando inúmeros processos e propriedades, conforme indicado a seguir. Algumas dessas propriedades serão abordadas com maior profundidade em outras aulas. Formação e classificação do solo: a textura do solo é uma característica condicionada pela sua gênese, isto é, pelos fatores e processos de formação do solo, refletindo tanto a grau de maturidade quanto a influência do material de origem. Os teores de areia, em geral, estão relacionados aos teores do mineral quartzo no material de origem do solo, enquanto o teor de silte indica o grau de desenvolvimento do solo (quanto mais velho o solo, menor o teor de silte). Os processos de formação do solo também podem afetar a distribuição da textura no perfil do solo: nos solos com horizonte B textural (Argissolos, Nitossolos, Luvissolos e Planossolos) existe migração da argila dos horizontes superficiais (A e E) para o horizonte B. Agregação e estrutura: as partículas de argila promovem a formação de agregados no solo, envolvendo e recobrindo as partículas maiores. Porosidade do solo: solos mais argilosos apresentam maior porosidade total, já que os possuem espaços vazios tanto dentro quanto entre os agregados. Já os solos arenosos são formados por partículas maciças, apresentando quantidade muito reduzida de poros pequenos dentro dos agregados. Assim, solos CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 22 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari argilosos têm uma variação de poros por tamanho mais bem distribuída, enquanto solos arenosos têm predomínio de poros maiores. Consistência do solo: a fração argila é responsável pela manifestação da consistência do solo, conferindo plasticidade, pegajosidade e coesão. Retenção e movimento de água: solos argilosos têm maior capacidade de retenção de água, enquanto solos arenosos têm menor capacidade de retenção. Solos arenosos em geral apresentam maior permeabilidade devido à presença de poros maiores. Retenção de carbono: a formação de complexos entre argila e matéria orgânica e a oclusão da matéria orgânica em agregados favorecem a sua estabilização e maiores teores de carbono orgânico em solos mais argilosos. Resistência mecânica: solos argilosos exibem grande aumento da resistência mecânica quando secos. Erodibilidade: solos mais argilosos apresentam maior resistência à erosão (menor erodibilidade), já que os agregados são mais estáveis pela maior agregação conferida pela argila. Solos siltosos são particularmente erodíveis, já que suas partículas são facilmente levadas pela enxurrada. Capacidade de troca catiônica: as argilas, assim como a matéria orgânica, apresentam cargas elétricas predominantemente negativas em sua superfície que retêm cátions. Quanto maior o teor de argila, maior a capacidade de troca catiônica e maior o poder tampão do solo. Fixação de fósforo: quanto maior o teor de argila, maior a capacidade de fixação de P e maiores as doses a serem aplicadas. Preparo do solo: solos argilosos apresentam maior resistência ao preparo, devido às forças de coesão. Solos arenosos são mais facilmente preparados, exigindo menor potência dos equipamentos. Aplicação de pesticidas: a dose de alguns pesticidas, particularmente de herbicidas préemergentes, é condicionada à textura do solo, sendo que solos argilosos demandam doses maiores em decorrência da sorção das moléculas à superfície das partículas. Retenção de poluentes e contaminantes: mesmo mecanismo de pesticidas. Solos argilosos apresentam maior capacidade de retenção de poluentes e contaminantes, resultando em menor risco de contaminação de águas subterrâneas. Crédito rural, seguro agrícola e zoneamento agrícola de risco climático: a legislação exige que as operações de contratação de crédito rural se baseiem em zoneamentos agroecológicos, que consideram o a textura do solo como fator de produção. O zoneamento agrícola de risco climático é essencial para contratação de seguro agrícola e para as garantias de preços e contra perdas, sendo definido em função da capacidade de água disponível do solo, que é fortemente afetada pela textura. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 23 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari 2.1.4 - Fertilidade e atividade da fração argila Esse atributo diagnóstico relaciona a quantidade de cargas negativas que o solo possui e o teor de argila. Os argilominerais e a matéria orgânica apresentam cargas elétricas predominantemente negativas em sua superfície. Essas cargas elétricas são muito importantes para a retenção dos nutrientes, que permanecem na solução do solo predominantemente como cátions (Ca2+, Mg2+, K+). Por esse motivo, a quantidade de cargas negativas é denominada de capacidade de troca de cátions ou CTC. A atividade da fração argila indica justamente a relação entre a CTC potencial ou a pH 7,0 e o teor de argila. A CTC é expressa em uma unidade que relaciona a concentração molar de cargas no solo, geralmente em cmolc/dm3 (centimol de carga por decímetro cúbico de solo), que é equivalente a cmol c/kg. Já a atividade da fração argila é expressa em cmolc/kg de argila, ou seja, devemos fazer uma regra de três simples para passar de kg de solo para kg de argila, usando o teor de argila do solo. O valor de 27 cmolc/kg de argila separa os solos com argila de atividade alta ou Ta (> 27 cmolc/kg de argila) dos solos com argila de atividade baixa ou Tb (< 27 cmolc/kg de argila). (CESPE - IBAMA - 2013) Um solo com teor de argila de 50% e uma capacidade de troca de cátions no pH 7,0 de 20 cmolc/kg de solo apresenta uma atividade da fração argila de 40 cmolc/kg de argila, sem correção para carbono, o que é característico dos solos com argila de atividade alta. Comentário: para determinar a atividade da fração argila desse solo, precisamos expressar a sua CTC em termos de kg de argila, em vez de kg de solo. Como a CTC foi informada em kg de solo, usamos o teor de argila dado para passar para kg de argila. 1 kg solo → 0,5 kg argila 1 kg solo → 20 cmolc 0,5 kg argila → 20 cmolc 1 kg argila → X X = 1*20/0,5 = 40 cmolc/kg de argila. Assim, a atividade da fração argila desse solo é de 40 cmolc/kg de argila, que o caracteriza como solo com argila de atividade alta. Gabarito: certo. O teor de nutrientes no solo também é um importante atributo para sua classificação e manejo. Para classificação, o principal atributo considerado é a saturação por bases. Esse atributo indica a quantidade de cargas elétricas do solo estão ocupadas por nutrientes (Ca2+, Mg2+, K+) e Na+ (quando presente). V(%) = 100 Ca2+ + Mg 2+ + K + + Na+ CTC potencial CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 24 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Solos com V ≥ 50% são considerados de boa fertilidade natural (solos eutróficos), enquanto V < 50% indica baixa fertilidade (solos distróficos). 2.1.5 - Estrutura e porosidade Os constituintes sólidos do solo encontram-se organizados em unidades estruturais, os agregados, constituindo um sistema tridimensional com espaços vazios entre as partículas sólidas e os agregados. Esse arranjo dos constituintes sólidos do solo e dos espaços vazios entre eles representa a estrutura do solo. Forma, tamanho e grau da estrutura As partículas de argila, silte e areia e as moléculas de matéria orgânica não ocorrem soltas no solo, mas formando unidades estruturais chamadas de agregados. A agregação do solo é devida à ação da argila e da matéria orgânica, sendo que os óxidos de Fe também contribuem para a estabilização dos agregados pela cimentação que promovem. A morfologia do solo trata a estrutura a partir de três características dos agregados, a forma, o tamanho e o grau (resistência a se desfazer). Na análise da estrutura em campo, os agregados são gentilmente separados uns dos outros por seus planos de fraqueza. Quanto à forma, a estrutura pode ser: Forma da estrutura Formato Características Grumosa Agregados granulares e arredondados, porém muito porosos e macios. Comum nos horizontes O, H, A húmico e A chernozêmico. Granular Agregados arredondados, sendo a estrutura mais comum da grande maioria dos horizontes A. Blocos Estrutura muito comum na maioria dos horizontes B. Os agregados têm formato de pequenos paralelepípedos com dimensões semelhantes em todos os eixos, com arestas mais ou menos arredondadas (blocos subangulares e angulares). Colunar e prismática Os agregados são geralmente grandes e têm o eixo vertical bem maior que o horizontal. Típica de Vertissolos, do horizonte B de Planossolos e de solos afetados pela salinidade. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 25 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Laminar O eixo horizontal é maior que o vertical. Ocorre na superfície de solos extremamente compactados ou que sofreram encrostamento. Maciça Sem formato definido, pois os agregados não são ainda bem formados, não existindo entre eles planos de fraqueza. Característica do horizonte C. Grão simples Ocorre em solos muito arenosos, nos quais os teores de argila e matéria orgânica são insuficientes para a formação de agregados. Podemos ver, pela figura na seção 2.1.1, como a estrutura varia em função dos horizontes. No horizonte A, os agregados são granulares; enquanto nos horizontes AB e B a estrutura é em bloco subangulares. Já no horizonte C, a estrutura é comumente descrita como maciça, pois não há ainda agregação suficiente para produzir agregados de formas definidas. A estrutura tem grande relevância no comportamento físico-hídrico do solo, afetando fenômenos como retenção de água, infiltração e desenvolvimento do sistema radicular das plantas. A estrutura grumosa é a mais porosa, seguida pela granular. Em termos de infiltração, grumos e grânulos permitem a passagem da água com mais facilidade, pois os agregados têm apenas pontos de contato. Já blocos e prismas têm faces de contato entre os agregados, o que dificulta a passagem da água. Na estrutura em blocos, os agregados são separados por faces de contato (menor porosidade). Na estrutura granular, os agregados são separados apenas por pontos de contato (maior porosidade). Porosidade O arranjo das partículas em agregados origina espaços vazios na massa de solo que constituem a sua porosidade. Os poros do solo são de extrema importância, pois é através deles que ocorrem a infiltração e redistribuição da água, as trocas gasosas e o crescimento das raízes. A porosidade do solo indica apenas a proporção do volume total do solo que não se encontra ocupada por sólidos, sendo pouco informativa a respeito da funcionalidade do sistema poroso do solo. Nesse CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 26 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari sentido, é mais importante conhecer a distribuição dos poros do solo de acordo com o seu tamanho, pois as funções exercidas pelos poros do solo variam em função do seu diâmetro. Os poros maiores (macroporos) são as vias principais para drenagem da água e para aeração do solo. Já os poros menores (microporos) armazenam e modulam a liberação da água para as plantas por ação da capilaridade. À medida que o solo seca, os poros maiores vão se esvaziando e a água vai ficando mais fortemente retida nos poros menores. Adota-se o limite de 0,05 mm ou 50 µm para separar macro- e microporos. A distribuição entre macro e microporos é afetada pela textura e (solo arenoso → predomínio de macroporos) e pela estrutura do solo (macroporosidade grânulos > blocos). Representação esquemática da ocorrência de macroporos e microporos em função da textura do solo Relações massa-volume O solo é um sistema trifásico, composto por uma fase sólida (formada por constituintes minerais e orgânicos), uma fase líquida (solução do solo), uma fase gasosa (ar do solo), podendo ser identificada ainda a fase viva (organismos do solo). Enquanto para a Pedologia a estrutura do solo é definida a partir da forma, tamanho e grau dos agregados, a Física do Solo tenta quantificar a estrutura do solo a partir de uma série de atributos físicos, sendo as relações entre massas e volumes os mais simples deles. Veja na figura a seguir os constituintes do solo definidos de acordo com suas massas e volumes, que serão empregados para o cálculo dos atributos físicos do solo. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 27 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari A partir desses elementos, são definidas as seguintes relações massa/volume que constituem atributos físicos do solo. Densidade de partículas (Dp): representa a massa específica dos sólidos que constituem o solo. A Dp da maioria dos solos varia de 2,6 a 2,7 g cm-3, considerando-se o valor de 2,65 g cm-3 (massa específica do quartzo) como médio para a maioria dos solos minerais. Solos orgânicos têm menor Dp, enquanto solos ricos em Fe têm maior Dp. Não tem relação com a estrutura do solo, mas é uma relação massa/volume. Dp (g/cm3 ) = Msólidos Vsólidos Densidade do solo (Ds): representa a relação entre a massa de solo seco e o seu respectivo volume total. A Ds reflete o arranjo das partículas do solo e dos espaços vazios entre elas, sendo um indicador de qualidade física do solo. A Ds do solo é afetada pela estrutura do solo (Ds blocos > Ds grânulos), compactação (↑ compactação ↑ Ds), teor de matéria orgânica (↑ matéria orgânica ↓ Ds) e textura do solo (↑ teor de areia ↑ Ds). É calculada por: Ds (g/cm3 ) = Msólidos Vtotal Porosidade total (Pt): indica a proporção do volume total do solo não ocupada por sólidos. Tem as mesmas implicações que a Ds, mas com comportamento inverso (↑ Ds ↓ Pt). É calculada por: Pt (cm3 /cm3 ) = Mporos Ds =1− Vtotal Dp Grau de agregação e estabilidade de agregados Solos bem agregados apresentam maior resistência à erosão e possuem melhor qualidade física, com condições adequadas de retenção de água, aeração e resistência à penetração das raízes. A agregação do solo é favorecida principalmente por maiores teores de argila e por maiores teores de matéria orgânica. A floculação da argila é um requisito para a formação dos agregados, que são estabilizados pela ação cimentante da matéria orgânica e óxidos de Fe. Os agregados do solo podem ser facilmente destruídos por práticas de manejo inadequadas e por processos de degradação do solo. O preparo excessivo do solo e o preparo do solo em condições inadequadas de umidade (fora faixa de consistência friável) levam à destruição dos agregados, tornando o solo mais suscetível à erosão. A dispersão da argila também contribui para a destruição dos agregados, sendo uma consequência do processo de salinização do solo (o aumento do teor de Na + provoca dispersão das argilas e redução da agregação). O grau de agregação ou de estabilidade dos agregados pode ser medido em laboratório. Nessa análise, agregados do solo são peneirados imersos em água, verificando-se ao final do ensaio a proporção de agregados que permaneceram íntegros e a proporção que se desfez. Quanto maior a estabilidade da estrutura, menor a desagregação, maior a proporção de agregados que permanecem íntegros e maior a resistência do solo à erosão. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 28 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari 2.1.6 - Gradiente textural e cerosidade O gradiente ou relação textural representa o incremento de argila do horizonte A para o B suficiente para definir o horizonte B textural. O gradiente textural é determinado pela razão do teor de argila do horizonte B em relação ao A (teor de argila do B/teor de argila do A), adotando-se os seguintes limites: Caráter argilúvico grandiente textural ≥ 1,4; Horizonte B textural Argila no horizonte A > 40% → grandiente textural > 1,5; Argila no horizonte A de 15 a 40% → grandiente textural > 1,7; Argila no horizonte A de < 15% → grandiente textural > 1,8. Quando o teor de argila aumenta muito rapidamente do horizonte A para o B, fica caracterizada a mudança textural abrupta, em que o teor de argila dobra (para solos com menos de 20% de argila na superfície) ou aumenta em ao menos 200 g/kg (solo com mais de 20% de argila) em uma pequena distância. A cerosidade também é uma propriedade associada ao processo de argiluviação (ou lessivagem), isto é, à translocação da argila dos horizontes A ou E para o B. Em determinadas situações, a argila permanece revestindo externamente os agregados, formando películas brilhantes que recebem o nome de cerosidade. Característica comum dos Nitossolos, nos quais a cerosidade é bastante nítida. 2.1.7 - Consistência A consistência do solo é uma medida da manifestação de forças de coesão e adesão. As forças de coesão indicam a atração entre partículas de solo, enquanto as forças de adesão decorrem da interação entre solo e água. À medida que o solo é umedecido, a coesão entre as partículas de solo vai sendo enfraquecida pela ação lubrificante da água e solubilização de agentes cimentantes. Com o progressivo aumento da umidade, as partículas passam a ser revestidas por filmes de água, com redução da coesão e aumento das forças de adesão. Se mais água é adicionada ao solo, as partículas se afastam cada vez mais pela expansão dos filmes de água, com progressiva perda de adesão, até que o solo tenha tanta água que passa a se comportar como líquido. A consistência do solo é controlada pela umidade e influenciada pelos teores de argila e matéria orgânica. Esse atributo pode ser avaliado em campo ou em laboratório. Em termos práticos, a avaliação da consistência seca permite identificar camadas adensadas no solo, que seriam restritivas ao desenvolvimento do sistema radicular (consistência seca). A consistência friável indica o momento ideal de realizar operações de preparo do solo, como aração e gradagem. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 29 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Representação esquemática do feito da umidade na manifestação da consistência do solo. Descrição da consistência do solo no campo Na descrição do solo no campo, a consistência é avaliada com o solo seco (coesão), ligeiramente úmido (friabilidade) e bem úmido (plasticidade e pegajosidade). Consistência seca: um torrão de solo seco é pressionado com os dedos, avaliando-se a resistência que oferece a ser quebrado. A consistência seca é então descrita como (em ordem decrescente de resistência): Extremamente dura → Muito dura → Dura → Ligeiramente dura → Macia → Solta Consistência úmida: um torrão de solo é umedecido com um pouco de água e pressionado com os dedos, avaliando-se a resistência que oferece a ser quebrado. A consistência úmida é então descrita como (em ordem decrescente de resistência): Extremamente firme → Muito firme → Firme → Friável → Muito friável → Solta Consistência úmida: o solo é desagregado e amassado nas mão, adicionando-se água até que se torne uma massa moldável para avaliação da plasticidade e pegajosidade. Plasticidade: avalia-se a capacidade do solo de ser moldado em cilindros e dobrado sem se quebrar. Caracterizada como (em ordem decrescente de plasticidade): Muito plástica → Não plástica → Ligeiramente plástica → Não plástica CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 30 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Pegajosidade: avalia-se a aderência da massa de solo úmido aos dedos. Caracterizada como (em ordem decrescente de pegajosidade): Muito pegajosa → Pegajosa → Ligeiramente pegajosa → Não pegajosa Avaliação da consistência do solo em laboratório Na avaliação da consistência em laboratório, são empregados ensaios e análises que permitem determinar os limites de consistência do solo. Esses limites indicam conteúdos de água (umidades) em que a consistência do solo se torna friável, plástica e líquida, correspondendo aos limites de contração, plasticidade e liquidez. 2.1.8 - Concreções As concreções minerais são corpos cimentados que podem ser removidos intactos do perfil do solo. Essas concreções geralmente são formadas por acúmulos localizados de ferro, mas concreções de carbonato de cálcio, manganês, dentre outros, também podem ocorrer. Na descrição morfológica do solo, as concreções são avaliadas quanto à quantidade, tamanho, dureza, forma, cor e composição provável. As concreções mais comuns nos solos brasileiros são a plintita e a petroplintita, ambas cimentadas por ferro, podendo conter também argila, alumínio e grãos de quartzo. Enquanto a plintita é uma concreção macia, que pode ser quebrada ou amassada quando úmida, a petroplintita é uma concreção endurecida. A plintita se forma sob influência do acúmulo de água, que leva à redução do ferro, sua mobilização e acúmulo localizado. Os ciclos de umedecimento e secagem levam ao endurecimento irreversível na forma de petroplintita (que recebe diversos outros nomes, como canga, laterita). 2.1.9 - Outros atributos e características complementares Diversos outros atributos e características são empregados na caracterização do solo. Os atributos químicos serão abordados com mais detalhes na aula de Fertilidade do Solo. Outros atributos diagnósticos Material orgânico e mineral: os constituintes orgânicos e minerais do solo ocorrem em diferentes proporções. Quando o teor de carbono orgânico é superior a 8% (80 g/kg) as propriedades dos constituintes orgânicos se sobressaem, caracterizando o material orgânico. Contato lítico: presença de rocha pouco alterada abaixo do solo. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 31 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Materiais sulfídricos: sulfetos e outros compostos oxidáveis de enxofre, geralmente em solos de regiões litorâneas. Quando esses solos são drenados, os materiais sulfídricos sofrem oxidação, produzindo ácido sulfúrico e forte abaixamento do pH. Teor de óxidos de ferro: determinação do teor de ferro (expresso como Fe2O3) pela extração ácida (ataque sulfúrico), sendo empregado como critério para definir solos com altos teores de ferro (férricos, com 150 a 360 g/kg ou 15 a 36% de Fe2O3) e teores muito altos de ferro (perférricos, com Fe2O3 ≥ 36%). Características complementares Drenagem: na descrição do solo no campo, a classe de drenagem é interpretada a partir da sua morfologia. Atributos como mosqueados, plintita e cores acinzentadas são indicativos de drenagem imperfeita ou de solos mal drenados. Existem, contudo, outras formas de se quantificar a permeabilidade do solo e a sua capacidade de infiltração. Nesse caso são empregados ensaios de campo ou laboratório para determinação da quantidade de água que percola através do solo ao longo do tempo. Erosão: na descrição do solo, verifica-se a condição do local quanto à ocorrência de erosão laminar (intensidade da perda de solo) e de erosão em sulcos (frequência de intensidade de remoção do solo e frequência e profundidade do sulcos). Pedregosidade e rochosidade: a rochosidade indica a presença de grandes massas de rochas (> 1 m) na superfície do solo, enquanto a pedregosidade indica a presença de calhaus (2 a 20 cm) e matacões (> 20 cm) no perfil do solo ou em superfície. Cabe destacar que, na interpretação da descrição do solo para fins agrícolas, esses atributos são importante indicativo de impedimentos à mecanização. (Cesgranrio - Petrobras - 2012) A descrição completa do solo, a ser feita quando do seu estudo no campo, inclui, dentre outras, as seguintes características morfológicas do perfil: (A) transição entre horizontes e espessura (B) textura e capacidade de infiltração (C) estrutura e frequência de sulcos (D) atividade da argila e cor (E) saturação por alumínio e consistência Comentário: a alternativa A está correta, pois na descrição do solo a produndidade (espessura) e a transição entre os horizontes devem ser determinados. A alternativa B está errada, pois a capacidade de infiltração não é um atributo morfológico do solo, sendo determinado a partir de ensaios de campo. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 32 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari A alternativa C está errada, pois a presença de sulcos no local não é um atributo morfológico do perfil do solo, sendo uma característica complementar do local onde se localiza o perfil A alternativa D está errada, pois a atividade da fração argila é um atributo que depende de resultados de análises laboratoriais para sua determinação. A alternativa E está errada, pois a saturação por alumínio é um atributo que depende de resultados de análises laboratoriais para sua determinação Gabarito: alternativa A. 2.2 - CLASSIFICAÇÃO DO SOLO A humanidade provavelmente emprega critérios de classificação dos solos desde que passou a fazer uso deste recurso natural, inicialmente para produção de artefatos cerâmicos e posteriormente para produção de alimentos. Os primeiros sistemas de classificação eram essencialmente utilitaristas, isto é, agrupavam os solos de acordo com a visão que se tinha de seus usos, potencialidades e limitações. Até o século XIX, as classificações científicas desenvolvidas levavam em consideração apenas aspectos geológicos, associando o solo à rocha que lhe deu origem (solos de basalto, de calcário, de granito, e assim por diante). Foi somente no final do século XIX que se buscou constituir sistemas de classificação próprios para os solos, dado o seu reconhecimento como corpos naturais resultantes de processos próprios de formação. Em um país de dimensões continentais, o cientista russo Vasily Dokuchaev teve a chance de observar grande variação de solos, tendo elaborado um sistema de classificação a partir das características do ambiente (material de origem, relevo e vegetação, principalmente). Esse sistema de classificação, porém, era de difícil aplicação em outras localidades do planeta. A partir da segunda metade do século XX, o rápido desenvolvimento da Pedologia (ciência que estuda a formação e a classificação dos solos) levou à elaboração de sistemas de classificação baseados não apenas na gênese do solo, como a proposição original de Dokuchaev, mas também na sua morfologia. Assim, os sistemas científicos atuais de classificação são ditos morfogenéticos, partindo da seguinte lógica: Os processos pedogenéticos predominantes ficam registrados na morfologia do perfil do solo. A pedogênese atua sobre o material de origem por meio dos processos de formação. A classificação do solo se baseia na interpretação da gênese a partir da morfologia (classificação morfogenética). Desse modo, a classificação de qualquer solo parte sempre da descrição e caracterização do seu perfil. Inicialmente, são identificados os horizontes pedogenéticos (aqueles relacionados aos processos de formação do solo). Posteriormente, pela aplicação dos critérios de um sistema de classificação, são CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 33 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari identificados os horizontes diagnósticos, que em geral coincidem com os pedogenéticos, mas não obrigatoriamente (determinada interpretação de campo pode não ser confirmada depois pelos resultados analíticos laboratoriais, por exemplo). 2.2.1 - Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) O Brasil tem um sistema próprio de classificação de solos, o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), desenvolvido ao longo de décadas sob a coordenação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) em parceira com inúmeros profissionais de diferentes institutos de pesquisa e universidades. Como todo sistema de classificação, o SiBCS é hierárquico e multicategórico. A classe de maior nível é a ordem (1º nível categórico), sendo 13 nesse sistema. Em seguida, temos subordem (2º nível categórico), grande grupo (3º nível categórico), subgrupo (4º nível categórico), família (5º nível categórico) e série (6º nível categórico). Esses dois últimos níveis taxonômicos ainda não são completamente estruturados no SiBCS. Essa sequência hierárquica representa um aumento na especificidade e na quantidade de informação. A distinção entre as classes dentro de cada nível categórico se dá pela definição de características diferenciais. Idealmente, se todas as propriedades do solo fossem usadas para definição das classes, cada categoria encerraria em sim o máximo de informação possível, o que na prática é inviável. Assim, é essencial eleger um pequeno número de propriedades que tenham o maior número de covariantes ou características acessórias possível, para que traduzam em si uma maior quantidade de informação. Adicionalmente, deve ser possível identificar (ou inferir) essas características já no campo, a partir da descrição morfológica do perfil do solo. Os níveis categóricos superiores (como ordem e subordem) empregam propriedades que refletem ou que resultam da ação dos processos de formação, já que solos que se formaram em condições semelhantes (predomínio dos mesmos processos pedogenéticos) devem ter maior similaridade entre si que solos formados sob ação de processos distintos. Além disso, como os processos de formação afetam profundamente as propriedades do solo, atributos que refletem a pedogênese apresentam maior número de covariantes ou características acessórias, ou seja, agrega uma quantidade maior de informação à definição daquela classe. À medida que se avança para níveis taxonômicos mais baixos, as características diferenciais deixam de ser exclusivamente morfológicas, baseando-se também em resultados analíticos laboratoriais e critérios de certa forma utilitaristas, como fertilidade do solo, que têm ênfase no solo como meio para o desenvolvimento das plantas. A ordem (1º nível categórico) é uma categoria genética e genérica (maior grau de generalização), agrupando os solos a partir de sua formação, ou seja, reflete o predomínio e o grau de desenvolvimento de determinado processo pedogenético. Os sinais deixados na morfologia do solo pela ação dos processos de formação são identificados e interpretados na descrição do perfil, permitindo identificar a presença (ou ausência) de determinados atributos e horizontes diagnósticos. A subordem (2º nível categórico) também busca refletir a ação dos processos pedogenéticos, a partir de propriedades ou características diferenciais que: resultem da ação dos processos de formação e CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 34 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari apresentem muitas propriedades acessórias/covariantes (como a cor do solo); refletem a ação de outros processos de formação que também foram importantes; representam variações importantes dentro de cada ordem. O grande grupo (3º nível categórico) incorpora diversos outros atributos do perfil, como outros horizontes diagnósticos ou com algum caráter especial, complexo sortivo do solo (atividade da fração argila, saturação por bases e alumínio, presença de sódio e sais solúveis) e restrições importantes ao desenvolvimento radicular ou à movimentação da água no solo. O subgrupo (4º nível categórico) pode indicar o conceito central da classe (subgrupo típico) e ou variações em relação ao típico, por manifestação de alguma característica extraordinária ou por apresentar características intermediárias a outras classes. As famílias (5º nível categórico) e séries (6º nível categórico) são definidos a partir de critérios essencialmente utilitaristas, ou seja, relacionados ao uso do solo, principalmente para a finalidade agrícola, empregando diversas propriedades. ==10d01== Família: textura, cascalho, horizonte diagnóstico superficial, prefixos epi- e endo- (conforme o atributo ocorra até 30 cm de profundidade ou a partir de 30 cm de profundidade, respectivamente), fertilidade, mineralogia. Série: tipo e sequência de horizontes, estrutura, cor, drenagem, material de origem, consistência, matéria orgânica, características especiais. Ordem 13 Subordem ~50 Grande grupo ~200 Subgrupo ~900 Processos pedogenéticos Covariantes, outros processos Fertilidade, outros caracteres Variação em relação ao típico Família Série Textura, mineralogia Características locais Hierarquia do Sistema Brasileiro de Classificação de solo e algumas das propriedades mais comumente empregadas em cada nível categórico. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 35 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari (CESGRANRIO - IBGE - 2013) O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) apresenta a seguinte característica: (A) O 1o nível categórico das ordens tem hoje individualizadas 11 classes, separadas por critérios. (B) No 2o nível categórico das subordens, as classes foram separadas por propriedades ou características diferenciais que refletem a atuação de outros processos de formação, como, por exemplo, o caráter carbonático. (C) No 2o nível categórico das subordens, as classes foram separadas de acordo com a atividade da argila. (D) No 3o nível categórico as classes foram separadas pelo tipo e arranjamento dos horizontes. (E) O 4o nível categórico representa os solos com características extraordinárias, como, por exemplo, o caráter ácrico. Comentário: a alternativa A está errada, pois são 13 ordens no SiBCS, diferenciadas quanto à gênese, ou seja, quanto aos processos de formação predominantes. A alternativa B está errada. De fato, as subordens, assim como outros níveis categóricos, são separadas por características diferenciais que refletem a atuação dos processos de formação. Porém, caracteres especiais, como o caráter carbonático, são empregados na diferenciação de grandes grupos e subgrupos, ou seja, 3º e 4º níveis categóricos. A alternativa C está errada, pois as subordens são diferenciadas principalmente em função de atributos dos horizontes diagnósticos (cor) ou pela presença de outros horizontes diagnósticos no perfil. A atividade da fração argila, como as demais características do complexo sortivo do solo, são empregadas na definição das classes do 3º nível categórico. A alternativa D está correta, pois o tipo e o arranjamento dos horizontes são empregados na separação das classes do 3º nível categórico. A alternativa E está errada, pois os subgrupos de fato são definidos em função de características especiais e da variação em relação ao típico, mas o caráter ácrico, relacionado ao complexo sortivo do solo, é empregado na definição de grandes grupos (3º nível categórico). Gabarito: alternativa D. O SiBCS apresenta uma chave de classificação até o 4º nível categórico. A partir das informações dos atributos e horizontes diagnósticos, emprega-se a chave de classificação, sintetizada a seguir, para chegar à ordem do solo (1º nível categórico). A partir da ordem, as classes dos demais níveis categóricos vão sendo percorridas uma a uma, até que o solo seja enquadrado em alguma delas. As categorias de cada um dos níveis categóricos estão dispostas na sequência de uma chave de classificação, ou seja, analisa-se a primeira categoria e, se não for encontrada correspondência entre ela e o solo sendo classificado, passa-se à seguinte, até que seja encontrada a categoria correta na qual as características do solo se enquadrem. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 36 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Veja o exemplo a seguir, de um solo que apresenta horizonte B latossólico (definido a seguir) foi enquadrado na ordem dos Latossolos. O próximo nível categórico dessa ordem é definido pela cor do solo, nessa ordem: Bruno → Amarelo → Vermelho → Vermelho-Amarelo. Como o solo (hipotético) não se enquadra em nenhuma das três primeiras categorias, ele foi classificado como Vermelho-Amarelo. O 3º nível categórico dos Latossolos Vermelho-Amarelos é definido a partir dos teores de Fe, Al3+, e da fertilidade. As categorias são percorridas em sequência até chegarmos à categoria correta, por exemplo “Distrófico”, já que o solo tem baixo teor de nutrientes e não se enquadra nas anteriores. O 4º nível categórico apresenta uma sequência de variações que um Latossolo-Vermelho Distrófico pode apresentar e, como o solo no exemplo não se enquadra em nenhuma delas, ele recebe a denominação de “típico”. Assim, esse solo seria classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico. Bruno Acriférrico Amarelo Latossolo Plintossólico Ácrico Vermelho Petroplíntico Alumínico Vermelho-Amarelo Argissólico Distroférrico Cambissólico Distrófico Húmico Eutrófico Úmbrico Latossolo Vermelho-Amarelo Típico (FEPESE - Prefeitura de Lages, SC - 2016) Segundo o sistema brasileiro de classificação de solos, pode-se afirmar que: 1. A classificação de um solo é feita a partir da avaliação dos dados morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos do perfil que os representa. 2. Um solo pode ser corretamente classificado utilizando-se a chave de classificação até, no máximo, o 2º nível categórico do sistema. 3. Nas condições de clima tropical úmido do Brasil, a expressão da atividade biológica e os processos pedogenéticos comumente não ultrapassam profundidades maiores do que 100 cm. CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 37 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. (A) É correta apenas a afirmativa 1. (B) É correta apenas a afirmativa 2. (C) É correta apenas a afirmativa 3. (D) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. (E) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3. Comentário: A afirmativa 1 está correta, pois o SiBCS, mesmo nos níveis categóricos mais elevados (que são essencialmente morfogenéticos), emprega resultados analíticos, como a textura do solo. Para os níveis mais baixos, a exigência por dados físicos, químicos e mineralógicos se torna mais frequente. A afirmativa 2 está errada, pois a chave de classificação fornecida pelo SiCBS vai até o 4º nível categórico (subgrupo). A afirmativa 3 está errada, pois o SiBCS define como sendo 200 cm a profundidade da seção de controle em decorrência do grande aprofundamento dos processos pedogenéticos nas condições tropicais do nosso país. Gabarito: alternativa A. 2.2.2 - Horizontes diagnósticos A classificação dos solos se baseia na identificação dos horizontes diagnósticos de superfície ou subsuperfície no perfil do solo. Veja a seguir os horizontes diagnósticos empregados no SiBCS e, em sequência, como esses horizontes são empregados na chave de classificação para definição das ordens. Horizontes diagnósticos de superfície Horizonte hístico (H ou O): horizonte diagnóstico orgânico, define os Organossolos. ▪ teor de carbono orgânico ≥ 8%; ▪ espessura mínima 20 cm (ou 40 cm quando constituído por resíduos vegetais frescos ou 10 cm quando sobre rocha). Horizonte A chernozêmico: horizonte mineral, com elevada fertilidade, macio e bem agregado (estrutura grumosa), alto teor de matéria orgânica, cores escuras, define os Chernossolos. ▪ saturação por bases ≥ 65%; ▪ cores escuras (baixo croma e baixo valor); ▪ teor de carbono orgânico ≥ 0,6%; CNU (Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 3 - Caracterização da Paisag www.estrategiaconcursos.com.br 00586356967 - MARCOS DE FAVERI HONORATO 38 Alexandre Vastella, André Rocha, Cristhian dos Santos Teixeira, Diego Tassinari, Equipe André Rocha Aula 02 - Profº Diego Tassinari espessura mínima 10 cm (sobre rocha), 18 cm (se A+B < 75 cm) ou 25 cm (se A+B > 75 cm). Horizonte A húmico: horizonte mineral, com levado teor de matéria orgânica. Empregado na definição da subordem e do grande grupo Húmico. ▪ conteúdo total de carbono orgânico (teor de carbono x espessura em dm) ≥ 60 g + 1 g para cada 1% de argila (se teor de argila = 20%, conteúdo mínimo de carbono no 80 g); ▪ espessura mínima 10 cm (sobre rocha), 18 cm (se A+B < 75 cm) ou 25 cm (se A+B > 75 cm). ▪ cores escuras (baixo croma e baixo valor); Horizonte A proeminente: horizonte mineral, macio e bem agregado (estrutura grumosa), com cores escuras, mas não tão fértil quanto o A chernozêmico e nem tão rico em matéria orgânica quanto o A húmico. Aparece como grande grupo e subgrupo Úmbrico e pode def