Odontogeriatria - Curso - PDF
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Egas Moniz School of Health & Science
2024
Inês Caetano Santos
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Summary
Este documento descreve o programa de Odontogeriatria para o ano letivo 2024/2025. O curso aborda temas como a introdução à odontogeriatria, demografia e idadismo, contexto social do idoso, alterações fisiológicas e patologias sistêmicas, bem como a história clínica, o tratamento e outros aspetos relacionados com a saúde oral no idoso.
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Odontogeriatria Inês Caetano Santos [email protected] 2024/2025 Odontogeriatria Regente: Inês Caetano Santos Assistente: Joana Costa Equipa MDFV: Joana Pombo Lopes Angel Lobito Catarina...
Odontogeriatria Inês Caetano Santos [email protected] 2024/2025 Odontogeriatria Regente: Inês Caetano Santos Assistente: Joana Costa Equipa MDFV: Joana Pombo Lopes Angel Lobito Catarina Colaço Tomás Cabral Jéssica Feliciano Maria Ferraz Diana Gomes Odontogeriatria Horário Segunda-feira: 15h30-16h30 de Atendimento Quarta-feira: 11h-12h Odontogeriatria Programa da Unidade Curricular Introdução à Odontogeriatria: A imagem do doente idoso. Demografia e Idadismo. Contexto social do Idoso: Desigualdades, respostas sociais, idoso ativo, isolamento. Alterações fisiológicas no Idoso. Patologias sistémicas. Polimedicação e Farmacoterapia. Odontogeriatria Programa da Unidade Curricular História Clínica e Plano de tratamento no doente geriátrico. Hipossialia e Xerostomia no doente geriátrico. Dentisteria e Endodontia no doente geriátrico. Periodontologia no doente geriátrico. Cirurgia e reabilitação oral no doente geriátrico. Qualidade de Vida no Idoso. Cuidados paliativos: o papel do médico dentista. Odontogeriatria Avaliação Prática Mínimo 3 atos clínicos Falta de doentes: discussão de casos clínicos ou artigos Todos os atos clínicos são classificados Em caso de falta à Clínica: Avisar 48h antecedência 60% Odontogeriatria Avaliação Teórica 2 testes intercalares Escolha múltipla – 1 resposta certa Acesso a computador - Moodle Média ≥ 9,5 40% Odontogeriatria Bibliografia Recomendada Brunetti-Montenegro, F.L. e Marchini, L. (2013) Moreira, M.J. (2020) Odontogeriatria – Uma visão gerontológica Como Envelhecem os Portugueses Rio de Janeiro, Brazil: Elsevier Brasil Editora Ltda. Fundação Francisco Manuel dos Santos ISBN: 978-85-352-6097-7 ISBN: 9789899004535 Friedman, P. (2014) Geriatric Dentistry: Caring for Our Aging Population Wiley-Blackwell ISBN: 978-1-118-30016-9 Papas, A., Niessen, L.C., Chauncey, H. H. (1991) Geriatric Dentistry, Aging and Oral Health St. Louis, USA: Mosby-Year Book Inc. ISBN: 978-0801657900 Odontogeriatria Conceito de Idoso Gero – idoso Iatria – tratamento médico A Geriatria é a área da medicina especializada no diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças da pessoa idosa. A Odontogeriatria é a área da medicina dentária especializada no diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças da pessoa idosa. Odontogeriatria Conceito de Idoso Países em desenvolvimento ≥ 60 anos Países desenvolvidos >≥65 65anos anos OMS Algumas organizações sugerem que inicie aquando da idade da reforma. Algumas organizações sugerem que inicie aquando da idade da reforma. Idade cronológica - de acordo com a data de nascimento Idade social - abordando a atividade do idoso na sociedade Idade biológica - correspondente ao estado de funcionamento e vitalidade do organismo Idade psicológica -referindo-se à capacidade de adaptação de cada pessoa Odontogeriatria A imagem do doente A imagem idoso do idoso Odontogeriatria A imagem do doente A imagem idoso do idoso 75 anos 78 anos 66 anos 82 anos Odontogeriatria Envelhecimento Ativo OMS definiu 4 pilares: 1. Saúde física e mental 2. Aprendizagem contínua Qualidade de vida 3. Segurança e autonomia Integração / Inclusão 4. Participação social Odontogeriatria Idoso Ativo / Trabalhador vs Idoso Doente / Reformado / Inválido É necessário repensar a idade de entrada na velhice. Um indivíduo com 65 anos tem uma vida ativa e não inspira tantos cuidados. Em Portugal, a idade legal da reforma, desde 2007, tem vindo a aumentar de um a dois meses, praticamente, de dois em dois anos. Envelhecimento Ativo deve ser voluntário e não devido a constragimentos económicos. Odontogeriatria Idoso em Portugal 2021 - 23.4% com 65+ anos = 2,5 milhões 57% mulheres 1970 - 9,7 % com 65+ anos 2022 - 2º país da União Europeia com maior proporção de indivíduos 65+ anos 3º país no Mundo Odontogeriatria Idoso em Portugal População idosa duplicou nos últimos 36 anos Porquê? - Melhores condições de vida - Maior crescimento económico - Melhores técnicas e avanços tecnológicos na Medicina - Maior consciência sobre a importância da saúde e bem-estar Odontogeriatria Idoso em Portugal Quem são? - Escolaridade baixa, principalmente mulheres (32% nenhuma) - Vivem principalmente de reformas, com pensões que não chegam ao valor do salário mínimo - Vivem sozinhos (sobretudo mulheres) ou na companhia de pessoa da mesma faixa etária - Vivem em zonas rurais ou semiurbanas no Interior, mas urbanas têm vindo a aumentar Odontogeriatria Idoso em Portugal Quem são? - Poucos institucionalizados, mas mais a partir dos 80 anos, mulheres e em zonas do Interior - Tendência para viverem mais anos sem qualidade de vida - Principal dificuldade: Mobilidade - Mais escolarizados: melhor autoperceção de saúde e melhor utilização dos cuidados de saúde Odontogeriatria Idoso em Portugal 23.4% - quase ¼ da população Desafios? Oportunidades? Odontogeriatria Idoso em Portugal 23.4% - quase ¼ da população Desafios? - maior pressão sobre os sistemas de saúde e de segurança social - escassez de mão-de-obra - abrandamento do crescimento económico - cuidados de saúde de qualidade - prevenção - inclusão social dos idosos - incentivar a poupança e a planificação financeira para a reforma - promover a formação e a requalificação dos trabalhadores mais velhos Odontogeriatria Idoso em Portugal 23.4% - quase ¼ da população Oportunidades? - novas oportunidades de negócio e de desenvolvimento económico; - papel importante na transmissão de conhecimentos; - preservação da cultura e das tradições. Odontogeriatria Saúde Oral no Idoso Fundamental para qualidade de vida e bem-estar. Nutrição adequada Prevenção de doenças Bem-estar psicológico e Autoestima Prevenção de dor e desconforto Prevenção de complicações (infeções) Odontogeriatria O Idoso Demografia, Contexto Mundial Idadismo Odontogeriatria Demografia Envelhecimento populacional – Mudança na estrutura etária da população Última década – Esperança Média de Vida aumentou 2 anos no mundo. Crescimento anual da população idosa mundial – 2,5% Crescimento anual da população mundial – 1,7% 2023 - 1,1 bilião de idosos no Mundo 13,9% da população total 2100 – 3 biliões de idosos Odontogeriatria Demografia Odontogeriatria Envelhecimento Populacional - Melhoria das condições socioeconómicas - Menor número de nascimentos - Avanços tecnológicos - Menor número de mortes - Saúde - Educação Odontogeriatria Demografia Longevidade - Tempo absoluto que uma determinada espécie pode viver. Na espécie humana é atualmente 120 anos. Esperança Média de Vida – É o número médio de anos que um grupo de pessoas nascidas no mesmo ano pode esperar viver, se mantidas, desde o nascimento, as probabilidades de morte existentes no ano em consideração Odontogeriatria Demografia Odontogeriatria Demografia Odontogeriatria Demografia Odontogeriatria Demografia Países mais envelhecidos no Mundo: 1º Japão 2º Itália 3º Portugal e Grécia Odontogeriatria Demografia Odontogeriatria Demografia Odontogeriatria Demografia Odontogeriatria Demografia Odontogeriatria Demografia Feminização – Predomínio das mulheres na população idosa Odontogeriatria Feminização Maior vulnerabilidade e maior risco social: o Escolaridade mais baixa; o Maior risco de pobreza; o Menor número de anos de vida saudável; o Maior esperança de vida; o Mais sozinhas (viuvez); o Autoperceção de saúde mais negativa. Odontogeriatria Odontogeriatria Envelhecimento Ativo e Saudável Odontogeriatria Idadismo Ageism (1969) Discriminação em relação à idade. 1 em cada 2 - Idosos Odontogeriatria Idadismo Estereótipos Simpático e afável: ama a família e faz de tudo para agradar os seus familiares Frágil e necessitado: precisa de ajuda para realizar qualquer atividade, incluindo as mais simples Doente: todos os idosos são doentes Infantilizado: visto como uma criança grande, inclusive na maneira como é tratado com o uso de um vocabulário mais simples, com muitos diminutivos Confiável e trabalhador: no âmbito profissional, é visto como um mentor pelos mais novos e como o primeiro a chegar e o último a sair da empresa Atrasado digitalmente: incapaz de lidar bem com mudanças tecnológicas e de realizar múltiplas tarefas Ultrapassado: incapaz de aprender novas habilidades, de se especializar e se reinventar Vulnerável: é mais suscetível a ser vítima de crimes. Odontogeriatria Idadismo 4 níveis de manifestação (4 Is): Ideologia; Institucional / Cultural; Interpessoal; Interiorização Odontogeriatria Idadismo Mercado de Trabalho Criatividade e Inovação Experiência Conhecimento tecnológico “funcionário mais disposto a aprender, sem vícios e que seja capaz de executar múltiplas tarefas” Componente salarial: mais anos de experiência e com carreira longa - mais caro para a empresa Odontogeriatria Idadismo Vida Social A visão de que o idoso é um ser frágil, que necessita de cuidados, por exemplo, nem sempre é uma atitude positiva, pois pode uma sobreproteção, com consequente perda de autonomia. Mesmo que feito com as melhores das intenções, pode ser prejudicial. O ideal é tentar manter certo nível de liberdade ao idoso, deixando que possua a sua própria rotina, até quando for possível. Odontogeriatria Idadismo Vida Social Habitação Contratos discriminatórios: Zangas com outros inquilinos devido ao barulho e problemas de segurança, como a maior possibilidade de incêndios, por exemplo. Falta de acessibilidade. Tecnologia Não se conseguem adaptar aos lançamentos tecnológicos Odontogeriatria Idadismo Vida Social Finanças Acesso a serviços de crédito Educação Há menos idosos mais velhos a retomar os estudos ou entrar no Ensino Superior. Saúde Exclusão em ensaios clínicos; Ter recursos, incluindo serviços médicos, racionados por causa da idade Odontogeriatria Idadismo Odontogeriatria Idadismo Interiorização O próprio idoso pensa ser velho demais para determinada competência. Impacto na qualidade de vida - exclusão Perda de autonomia Isolamento social e solidão Problemas de saúde mental e física Vítimas de violência Odontogeriatria Idadismo Idadismo em Portugal Em 2008, 61% da população portuguesa referiu que a discriminação pela idade era um problema muito, ou bastante sério. Só cerca de 5 % disseram ser um problema que não existe no País. Portugal é o quarto país onde a perceção da gravidade da discriminação é maior. Quase 21% das pessoas entre 65 e 70 anos e perto de 32% dos que tinham mais de 80 anos já sentiram que tinham sido discriminados por causa da idade. Essa discriminação passava pelos maus‐tratos, insultos, abuso ou recusa de serem atendidos em determinados serviços e comportamentos pouco respeitosos, paternalismo ou serem ignorados. Uma das formas mais extremas de discriminação é o abuso, que pode assumir contornos de violência física, psicológica/emocional, abuso sexual, violência económica, negligência e abandono. Odontogeriatria Idadismo Como combater o Idadismo? Empresas adotarem processos seletivos mais inclusivos Fortalecimento de políticas e leis contra todas as formas de preconceito Diretrizes escolares e educacionais Acessibilidade Atividades que promovam o convívio entre gerações C O N T E X TO S O C I A L D O I D O S O Desigualdades sociais, isolamento social, respostas sociais C O N T E X T UA L I Z A Ç Ã O O envelhecimento não é um problema social em si, mas a inadequação das respostas sociais às necessidades do idoso e a falta de articulação com a sociedade torna-se um problema. As políticas de saúde devem ser orientadas de forma a potenciar um envelhecimento saudável, positivo e estimulante para o idoso, respeitando as suas necessidades individuais. D E S I G UA L DA D ES S O C I A I S o Indivíduos idosos de estatuto socioeconómico mais baixo caracterizam-se por piores condições de saúde e de bem-estar, comparativamente a indivíduos de estatuto socioeconómico superior. o Isto traduz uma contradição dos valores de justiça e de coesão social defendidos por instituições como a Organização Mundial da Saúde ou a União Europeia. o À medida que a idade aumenta, indivíduos de classes mais desfavorecidas tornam-se particularmente vulneráveis e dependentes de apoios sociais. D E S I G UA L DA D ES S O C I A I S Indivíduos de classes mais privilegiadas vivem em ambientes mais seguros e menos nocivos para a saúde, têm acesso a melhores cuidados de saúde, a melhores condições laborais ou a melhores condições de habitabilidade, o que se traduz em melhores condições de saúde. A perceção (subjetivo) e a experiência de pertença a uma posição social desvantajosa geram maiores níveis de stress com impactos negativos para a saúde. As classes socioeconómicas mais baixas estão expostas a acontecimentos stressantes com maior frequência e intensidade. Portugal foi sinalizado como um dos países mais desiguais da Europa (Observatório das Desigualdades) e em que os idosos são identificados como um dos grupos sociais mais vulneráveis à exclusão e à pobreza. D E S I G UA L DA D ES S O C I A I S As desigualdades sociais são identificadas nas faixas etárias mais elevadas (mais de 80 anos), mas assumem menor expressão, possivelmente devido ao fenómeno de seleção social (os indivíduos com melhores condições de saúde têm mais probabilidades de atingir idades superiores). Aspetos materiais experienciados pela população envelhecida (cuidados de saúde, qualidade da alimentação, condições de habitabilidade) traduzem-se no nível de declínio do estado de saúde e da capacidade física dos indivíduos. Estilos de vida: o consumo de tabaco, uma dieta desfavorável ou a baixa atividade física aumentam o risco de mortalidade e a deterioração do estado de saúde D E S I G UA L DA D ES S O C I A I S Idosos que recebem um maior nível de apoio social mostram um risco de mortalidade menor do que idosos com menor nível de apoio; Relações de proximidade com amigos ou familiares estão positivamente relacionadas com o funcionamento físico, a vitalidade e dores corporais em mulheres idosas. I S O L A M E N TO S O C I A L ✓ O isolamento social é uma problemática complexa, geralmente associada à população idosa, uma vez que vários estudos comprovam existir uma forte relação com o aumento da idade. ✓ Segundo a Biblioteca de Literacia em Saúde (SNS), consiste na “falta de contacto social ou familiar, na ausência de envolvimento na comunidade ou com o mundo exterior e na privação ou dificuldade de acesso a serviços”. ✓ Indivíduos cuja família ou círculo de amizades é pequeno, distante, ou não têm alguém de confiança para prestar apoio em caso de necessidade, são consideradas em risco de isolamento social. I S O L A M E N TO S O C I A L - i d o s o ✓ Mudanças relacionadas com a idade (reforma, viuvez) ✓ Papel social alterado ✓ Ambiente onde vive ✓ Ausência de suporte social ✓ Ausência de interação social ou de relacionamentos satisfatórios ou de qualidade ✓ Verbalização de sentimentos de solidão ✓ Sentimento de rejeição M E N O R E S N Í V E I S D E B E M - E S TA R , Q U A L I D A D E D E V I D A E S AT I S FA Ç Ã O I S O L A M E N TO S O C I A L É um estado em que a pessoa ou grupo manifesta uma carência ou vontade de contacto com outras pessoas, porém, por algum motivo é incapaz de manter esse contacto. o Voluntário – vergonha, embaraço, depressão, condição psicológica. Pode ser positivo (privacidade). o Involuntário – abandono familiar, migração de familiares, morte do cônjuge, dificuldade de acessos, mobilidade, incapacidade, doença crónica. ISOLAMENTO SOCIAL – fatores de risco DEMOGRÁFICO FÍSICO PSICOLÓGICO o Género Masculino o Aumento de peso o Inadequado suporte social o Idade Avançada o Diminuição da mobilidade o Ansiedade o Grupos minoritários o Incapacidade funcional o Depressão o Baixa escolaridade o Distúrbios do sono o Estigma o Viver em residências para o Diminuição das condições de idosos saúde o Viver sozinho ISOLAMENTO SOCIAL – fatores de risco SOCIOECONÓMICO TRANSIÇÕES DE VIDA AMBIENTAL o Reforma o Reforma o Residente em área urbana o Perda do cônjuge ou o Menos relações sociais amigos o Perda de competências o Ser cuidador informal I S O L A M E N TO S O C I A L PIORES NÍVEIS DE SAÚDE: Aumento de risco de mortalidade Pior autoavaliação de saúde mental Aumento do declínio cognitivo Ansiedade Diminuição do sistema imunitário Aumenta o risco de doenças cardiovasculares e doenças crónicas Distúrbios do sono Risco de má-nutrição Risco de quedas I S O L A M E N TO S O C I A L PIORES NÍVEIS DE SAÚDE Menos atividade física e sedentarismo – obesidade Maior risco de admissão no serviço de urência hospitalar Maior tempo de internamento hospitalar Atraso na alta hospitalar S O L I DÃ O É a perceção (subjetiva) de que a qualidade e quantidade de relacionamentos reais não corresponde à desejada. Quando o tipo de relações que se tem é reduzido e pouco satisfatório. Não é sinónimo de isolamento mas pode ser consequência deste. O indivíduo pode estar socialmente isolado, sem se sentir sozinho, ou sentir-se só, apesar de possuir uma boa rede social. Estado civil e relações sociais 4 P R E D I TO R ES Variáveis sociodemográficas Estado de saúde que impeça AUTONOMIA DA S O L I DÃO Personalidade introvertida S O L I DÃ O É um dos maiores fatores de risco para sintomas depressivos. Associada a ansiedade e hostilidade interpessoal. Maior declínio da função cognitiva. Maior declínio da função física. Maior risco de ocorrência de violência e abuso. SOLIDÃO E ISOLAMENTO SOCIAL - Aumentam com a idade Centros de dia - Idosos reformados Melhores índices de qualidade de vida: - Viúvos ou solteiros/divorciados - Espectro social mais amplo - Níveis de educação mais baixos - Mais autonomia - Maior nº de atividades diárias - Institucionalizados - Melhor autoestima - Melhor condição de saúde PA N D E M I A E I S O L A M E N TO S O C I A L Distanciamento físico, quarentena Perda de emprego (idoso ativo) e de contacto social Menor saúde física e mental Doenças crónicas e sistema imunológico mais frágil – fatores de risco A solidão e o isolamento social duplicaram desde o início da pandemia Aumento da mortalidade, impacto a nível socioeconómico e psicossocial PA N D E M I A E I S O L A M E N TO S O C I A L Abuso de substâncias Violência doméstica Distúrbios do sono Ansiedade, angústia Menor atividade física Insatisfação com as videochamadas – idosos não cresceram na era digital PA N D E M I A E I S O L A M E N TO S O C I A L FIM DA PANDEMIA: Medo de sair de casa; Dificuldade em restabelecer conexões sociais; Dificuldade em restabelecer algumas atividades quotidianas; Tomam o isolamento como a “nova normalidade”. SUPORTE SOCIAL Manter relações sociais e estar conectado socialmente é fundamental para a saúde física e mental, bem estar e qualidade de vida do idoso O suporte social é um fator protetor para o isolamento social Relação inversa entre o tamanho da rede social e os sentimentos de solidão Quantidade e qualidade da rede de suporte social é importante SUPORTE SOCIAL 4 PILARES PARA O EQUILÍBRIO NO IDOSO 1. Ocupação com significado 2. Contactos sociais suficientes 3. Adequada segurança social 4. Estado de saúde satisfatório SUPORTE SOCIAL As redes de relações do idoso vão-se alterando: Vai perdendo alguns familiares, amigos, colegas de trabalho, mas também vai ganhando descendentes, como os netos e bisnetos. A família constitui uma importante instituição de suporte e de referência na vida do idoso, continuando a ser a principal fonte de apoio nos cuidados diários, no apoio psicológico e na socialização. SUPORTE SOCIAL Idosos que moram sozinhos estão associados a um menor suporte social: menor apoio nas deslocações às consultas, na compreensão dos problemas da vida quotidiana, no desempenho nas Atividades de Vida Diária. Os contactos com a vizinhança são importantes para estimular a inclusão social, o apego ao local e a satisfação social. SUPORTE SOCIAL A vizinhança pode ser particularmente importante para os idosos, uma vez que estão geograficamente mais próximos uns dos outros no dia-a-dia e passam muito tempo na comunidade, reduzindo assim, o risco de IS. SUPORTE SOCIAL As redes de amizade desempenham um papel essencial, promovendo as práticas de saúde, de autoeficácia e de envelhecimento saudável, uma vez que os idosos confiam nos amigos, porque partilham hábitos, interesses e valores semelhantes SUPORTE SOCIAL o O acesso à tecnologia e à internet oferece oportunidades para reduzir o risco de IS e solidão, entre os mais velhos. o São importantes particularmente nos que vivem em áreas rurais ou que possuem limitações de mobilidade. o No entanto, isto não significa que a tecnologia possa substituir o contacto humano, mas sim aumentar as oportunidades de os idosos permanecerem conectados. Po b re su p or te s oc i al 1 Idade avançada 2 Baixa escolaridade 3 Solteiro 4 Viver sozinho 5 Limitações físicas 6 Sintomas depressivos e ansiosos 6 7 Baixos níveis de atividade física 68 Fumadores SUPORTE SOCIAL Com o aumento exponencial da população idosa, aumentou também a necessidade de serviços de apoio social que melhorem a saúde e o bem-estar do idoso: 1 Centros de dia e centros de convívio 4 2 Serviço de apoio domiciliário (SAD) 3 Centros de noite 6 4 Acolhimento familiar para pessoas idosas 5 Residências e lares de idosos (ERPI) 6 SUPORTE SOCIAL o A institucionalização permanente é o processo mais traumatizante e menos favorável para um envelhecimento ativo e saudável. o No entanto, a família muitas vezes opta por esta opção para dar as condições de conforto e cuidados que não consegue oferecer. 4 o Esta escolha por vezes desorienta o idoso, que não reconhece o espaço em que está e não tem recordações afetivas a esse novo espaço. 6 6 SUPORTE SOCIAL o Em Portugal, os serviços de suporte social surgiram principalmente após o regime ditatorial (1974) e têm aumentado de forma significativa até aos dias de hoje. o Segundo a Carta Social – Rede de Serviços e Equipamentos Sociais (2019), as respostas dirigidas aos idosos aumentaram 52% entre 2000 e 2019, aumentando 160% se forem apenas considerados as três principais: centros de dia, serviços de apoio domiciliário (SAD) e residências (ERPI). 4 6 6 SUPORTE SOCIAL SERVIÇOS DE APOIO SOCIAL: o Satisfazer as necessidades básicas; o Prestar apoio psicossocial; 4 o Fomentar as relações interpessoais entre idosos e com outras faixas etárias; o Diminuir o isolamento social. 6 6 SUPORTE SOCIAL o O envolvimento dos idosos em atividades úteis nos centros de dia, na companhia dos seus pares, é um excelente promotor de bem-estar e de um envelhecimento saudável, principalmente nos idosos com piores condições de saúde e fisicamente menos ativos. 4 o Quando comparados os idosos institucionalizados com os idosos frequentadores de centros de dia, a perceção de qualidade 6 de vida é pior nos primeiros. 6 SUPORTE SOCIAL o Os idosos que frequentam os centros de dia demonstram um espectro social mais amplo, maior número de atividades diárias e maior autonomia para executá-las, melhorando a autoestima e o estado de saúde geral. 4 o Nestes centros, são dinamizadas ações que promovem a formação de grupos para a realização de atividades físicas, culturais 6 e de trabalho. 6 SUPORTE SOCIAL o Idosos que frequentam os lares e residências têm uma rotina geralmente mais monótona, baixa autonomia nas atividades, convívio social limitado e poucas visitas de familiares e amigos. 4 o A institucionalização propicia muitas vezes a sensação de perda de liberdade, identidade e confiança, assim como6 de abandono pela família 6 SUPORTE SOCIAL o Uma das grandes vantagens do serviço prestado pelos centros de dia é que permite que o idoso se reencontre com a família ao fim do dia, sendo que o convívio com os familiares é essencial para a manutenção da qualidade de vida do idoso, pois traz segurança e o 4 sentimento de amor e reconhecimento. o Por outro lado, só o facto da deslocação de casa para o centro de dia, dá a sensação de 6 autonomia e permite que se sintam fisicamente e socialmente mais ativos 6 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NO IDOSO Odontogeriatria Alterações celulares 1 Velocidade do envelhecimento depende do órgão pertencente 2 Alterações nucleares Alterações citoplasmáticas 4 Alterações na membrana celular 5 Alterações dos componentes celulares Alterações nos tecidos 1 Menor produção de colagénio maior rigidez nos tecidos 2 Alteração do tecido fibroelástico menor elasticidade 4 ⚬ Mais tecido fibroso 5 ⚬ Menos fibras elásticas Alterações orgânicas 1 Maior componente de tecido adiposo 2 Menor quantidade de água Menor potássio total 4 Menor consumo oxigénio Menor peso e volume dos órgãos Menor conteúdo mineral ósseo Composição corporal 1 2 Alteração no peso e estatura A estatura começa diminuir a partir dos 40 anos cerca de 1 cm por década 4 Esta perda deve-se à diminuição da coluna vertebral devido a atrofia nos discos intervertebrais e à tendência de encurvar-se devido à debilidade muscular. Distribuição centrípeta do tecido adiposo Composição corporal 1 2 A temperatura corporal tende a diminuir. Por isso, há uma libertação de adrenalina para contracção dos vasos sanguíneos periféricos 4 Função cardíaca 1 Mais colagénio no pericárdio e endocárdio2 Degeneração das fibras musculares Espessamento e calcificação das válvulas cardíacas Menor produção e condução do estímulo 4 Modificações bioquímicas (ATP e Ca) Rigidez da parede das artérias Menor teor adrenérgico Menor resposta aos estímulos simpáticos e parassimpáticos Função pulmonar 1 Modificações nos mecanismos reguladores da respiração Menor capacidade de expansão da caixa torácica Menor elasticidade Menos resistência das paredes das vias aéreas intrapulmonares Dilatação dos bronquíolos, ductos e sacos alveolares Função digestiva 1 Perda do paladar; Perda de dentes; Redução da inervação do esófago; Redução na secreção de lipase e insulina pelo pâncreas; Diminuição da metabolização de medicamentos pelo fígado; Dificuldade no esvaziamento da vesícula biliar; Enfraquecimento muscular do cólon; Alteração de peristaltismo; Redução da musculatura do recto e ânus. Função renal 1 Menor número de nefrónios Espessamento da membrana basal Esclerose e hialinização glomerulares Mais tecido conjuntivo intersticial Alterações tubulares Função hepática 1 Menor fluxo sanguíneo hepático - menor metabolismo de substâncias Grande reserva funcional Comprometimento secundário de afeções hepáticas ou extra-hepáticas Sistema nervoso 1 Atrofia da camada cortical e subst. branca: maior no córtex, menor no tronco cerebral Redução de neurotransmissores Menor sensibilidade dos barorreceptores, dos quimiorreceptores e dos exterorreceptores (pele) Menor velocidade de condução (aferente e eferente) Alterações mentais Perda de capacidade de armazenar informação O raciocínio lógico e a perceção espacial encontram-se diminuídos. A resolução de problemas é mais difícil A informação irrelevante torna-se cada vez mais complexa Diminuição da atenção e concentração, aumentam a tendência para reviver o passado Sistema endócrino Comprometimento nas células glandulares, na secreção hormonal, nos receptores hormonais e nas células-alvo Sistema imunológico Alterações da imunidade celular e humoral Maior incidência de doenças infecciosas, neoplásicas e auto-imunes Órgãos dos sentidos Audição; Visão; Paladar Sistema ósseo Reabsorção interna óssea Menor espessura do osso compacto Perda de lâminas ósseas Cavidades maiores entre as trabéculas Menor número e atividade dos osteócitos Diferença entre os géneros: perda acentuada nas mulheres Sistema articular Substituição do tecido fibroso entre as suturas do crânio por osso Menor espessura do disco intervertebral (perda de água e proteoglicanas no núcleo pulposo e adelgaçamento das fibras colagénias no anel fibroso) Articulações sinoviais: adelgaçamento da cartilagem e fendas na superfície Sistema muscular Perda de massa muscular Substituição das fibras musculares por tecido conjuntivo Depende da atividade física, estado nutricional e componente hereditária Aspetos psicológicos Depressão Isolamento social Solidão Má aceitação da idade Alterações orais A maioria das alterações orais, tecidulares e funcionais, relacionadas com a idade são secundárias a factores extrínsecos que actuam ao longo da vida, tendo a idade, por si só, um efeito reduzido. A debilidade da saúde oral em idosos ocorre principalmente quando há uma frequência diminuída dos cuidados médico-dentários e negligência da higiene oral. Alterações orais Desgaste do esmalte Aparecimento de linhas de fratura Manchas na superfície Dentina mais esclerótica e menos elástica Deposição de dentina secundária: alterações na sensibilidade Alterações orais Calcificação dos canais pulpares Redução da câmara pulpar; Alterações das estruturas dentárias: atrição, abrasão, abfração Coloração do dente mais escura Perda dentária: cárie e doença periodontal Alterações orais Alterações orais Alterações orais Redução do periodonto, aumento da coroa clínica Xerostomia (disfunção de glândulas salivares ou causas extrínsecas) DTM Nevralgia do trigémio Lesões na mucosa oral: menos vascularização, menos fibras elásticas, desorganização das fibras de colagénio – interferência na cicatrização dos tecidos Alterações orais DOENÇAS NO IDOSO Odontogeriatria DOENÇAS CARDIOVASCULARES Aterosclerose: A acumulação de placas de gordura e colesterol nas paredes das artérias causa um estreitamento das mesmas e restringe o fluxo sanguíneo. A doença coronária, hipertensão e a doença cardiopulmonar são as mais comuns nos idosos. DOENÇAS CARDIOVASCULARES CARDIOPATIAS Sintomas mais comuns : - Dispneia (em particular no exercício) - Dispneia paroxística nocturna (hipertensão e dç cardiopulmonar) - Insuficiência ventricular esquerda - Dor retrosternal por isquemia e irradia ao tórax e membro superior (alivia com o repouso) - Palpitações - Taquicardia - Edema - Cianose DOENÇAS VALVULARES Patologia das válvulas aórtica, mitral, tricúspide e pulmonar. Válvulas não abrem ou fecham corretamente – alterações na passagem do sangue: - Insuficiência - Quando a válvula não fecha completamente, faz com que o sangue volte para trás através da mesma. - Estenose - Quando a abertura da válvula se torna mais estreita, o fluxo de sangue fica limitado e acumula-se nos ventrículos ou átrios. Causas: fibrilhações, falência cardíaca congénita e infeções, como as endocardites. DOENÇAS VALVULARES DOENÇA CORONÁRIA É a mais importante doença do coração no idoso. Causas: hipertensão, diabetes, obesidade e tabagismo. As alterações dos vasos coronários levam ao estreitamento do lúmen dos vasos, originando isquemia do miocárdio. Se houver formação de trombos, pode haver oclusão dos vasos com possível enfarte do miocárdio. DOENÇA CORONÁRIA ANGINA DE PEITO Dor fina retrosternal que irradia para o peito, ombro e membro superior esquerdos. Há uma isquemia miocárdica transitória sem enfarte. A falta de ar está associada normalmente (dispneia, fadiga) Normaliza com repouso. ENFARTE DO MIOCÁRDIO Uma das artérias do coração fica obstruída por um coágulo, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco deixe de funcionar por falta de oxigénio e nutrientes. Dor rápida e severa retrosternal, irradia para peito e membro superior e não alivia com repouso e dura várias horas. O paciente perde a consciência, a pele fria, lábios pálidos, cianose nos dedos, pulso fraco e tensão arterial baixa. ENFARTE DO MIOCÁRDIO DOENÇAS CARDIOPULMONARES Bronquites crónicas, enfisema e hipertrofia ventricular direita Embolismo pulmonar também é frequente – devido a doença cardíaca e doença venosa crónica dos membros inferiores. O tratamento consiste na toma de medicamentos anticoagulantes. HIPERTENSÃO Hipertensão essencial: causa desconhecida. Comum acima da meia idade e mais no homem. Valor > 140/90 mmHg Fatores hereditários e obesidade são fatores predisponentes. As alterações da parede dos vasos no coração, cérebro e rins levam a um aumento da pressão sanguínea (por causa da isquemia). Quando existe isquemia cerebral leva a convulsões e alterações mentais. HIPOTENSÃO POSTURAL Comum no idoso devido a deficiente função do sistema nervoso autónomo. Sintomas: desmaio, atordoamento, tontura, confusão ou visão turva surgem dentro de segundos a poucos minutos após levantar e regridem rapidamente após se deitar. Deve levantar-se da cama ou da cadeira por fases. SISTEMA MUSCULO-ESQUELÉTICO Com o avançar da idade aparecem: o Dores musculares; o Dores articulares (osteoartrites); o Osteoporose: diminuição da massa óssea – maior risco de fratura SISTEMA DIGESTIVO A fraca motilidade do esófago pode originar dor devido a dificuldade de esvaziamento. Refluxo gastroesofágico, úlceras gástricas e má absorção ao nível do intestino delgado. DIABETES Doença crónica que se caracteriza por uma taxa elevada de açúcar (glicose) no sangue, a chamada hiperglicemia. A doença surge quando o corpo não produz insulina suficiente ou não a consegue utilizar adequadamente. Relação com doença periodontal e xerostomia Em Portugal, há 1 milhão de portugueses com a doença, sendo a 5.ª causa de morte no país. Estima-se que 1,7 milhões estão em risco de ter diabetes. CANCRO A incidência de todos os tipos de cancro aumenta com a idade. Importante o exame clínico minucioso da cavidade oral na procura de alterações potencialmente malignas. Mais importante ainda nos idosos que usam próteses dentárias. DEMÊNCIA Comprometimento da memória associado a um comprometimento em, pelo menos, mais de uma função cognitiva, com curso evolutivo progressivo e irreversível. As funções mentais anteriormente adquiridas são gradualmente perdidas. Com o aumento da idade a demência torna-se mais frequente. Fator de risco para doenças orais. DEMÊNCIA DEMÊNCIA Doença de Alzheimer Doença neurológica degenerativa e progressiva que se manifesta por: o Deterioração da cognição e memória mais especificamente o Alteração progressiva das atividades de vida diárias o Variedade de sintomas neuropsiquiátricos e distúrbios comportamentais o A forma mais comum entre as demências – Entre 50% a 60% dos casos das demência o Incidência proporcional ao aumento da idade DEMÊNCIA DOENÇAS ORAIS Fatores de risco: - Estratos socioeconómicos desfavorecidos; - Etnias minoritárias; - Idosos institucionalizados: cuidados de HO diminuídos, restrição de cuidados médico-dentários DOENÇAS ORAIS Países desenvolvidos: - aumento da permanência da dentição natural - diminuição da prevalência de doenças orais, principalmente cárie Melhoria das condições de vida; Procura de serviços médico-dentários: preventivos e restauradores DOENÇAS ORAIS Patologia oral – problema de saúde pública relevante nos países desenvolvidos e crescimento significativo nos países em desenvolvimento Maioria das alterações orais relacionadas com idade são devido a fatores extrínsecos ao longo da vida, tendo a idade, por si só, um efeito reduzido. A debilidade da saúde oral em idosos ocorre principalmente quando há uma frequência diminuída aos cuidados médico-dentários e negligência da higiene oral. DOENÇAS ORAIS o Perda dentária o Doença periodontal o Cárie dentária o Lesões da mucosa oral o Xerostomia PERDA DENTÁRIA Principais causas: cárie dentária e doença periodontal Outras causas: tabaco, utilização insuficiente dos serviços médico- dentários, baixo nível socioeconómico, período de institucionalização elevado Consequências a nível funcional, psicológico e social, refletindo-se na dieta e no bem-estar geral PERDA DENTÁRIA DOENÇA PERIODONTAL o O envelhecimento por si só não é a causa da doença periodontal, nem condiciona uma perda óssea significativa. o No entanto, o envelhecimento pode trazer como consequência alterações celulares, nomeadamente nos tecidos periodontais, o que pode influenciar o aumento da perda óssea. DOENÇA PERIODONTAL o Elevada prevalência e gravidade – maus hábitos de HO – acumulação de placa bacteriana, inflamação gengival e perda de inserção o Comum em idosos com perda de mobilidade e independência o Progressão da doença periodontal: ▪ Baixo nível educacional ▪ Ausência cuidados médico-dentários ▪ Número reduzido de dentes ▪ Doenças sistémicas ▪ Tabaco e álcool DOENÇA PERIODONTAL As doenças periodontais têm repercussões na saúde oral e sistémica: - Halitose - Perda dentária - Diminuição da capacidade mastigatória - Dificuldades na deglutição - Alterações gustativas - Subnutrição CÁRIE DENTÁRIA o Prevalência de cáries radiculares muito superior nos idosos comparativamente com outras faixas etárias. o Cáries coronárias com prevalência igual CÁRIE DENTÁRIA LESÕES NA MUCOSA ORAL CAUSAS: o Trauma; o Patologias; o Hábitos orais; o Disfunção das glândulas salivares; o Medicação; o Consumo tabaco e álcool; o Higiene oral e protética; o Uso de prótese LESÕES NA MUCOSA ORAL Geralmente, as condições da mucosa oral descritas em idosos são adquiridas, podendo ser prevenidas. Embora a maioria seja benigna, algumas destas podem-se tornar malignas caso existam fatores predisponentes locais ou sistémicos. LESÕES NA MUCOSA ORAL ESTOMATITE PROTÉTICA - Condição oral mais prevalente em portadores de prótese e mais descrita em idosos - 11-67% em portadores de PT - Estudo em Portugal em portadores de prótese com +de 50% palato coberto: 43% com estomatite protética LESÕES NA MUCOSA ORAL ESTOMATITE PROTÉTICA - Colonização da mucosa por Candida albicans - Trauma - Reações alérgicas ao material - Manifestação de doenças sistémicas LESÕES NA MUCOSA ORAL ESTOMATITE PROTÉTICA FATORES DE RISCO: - Higiene oral e protética - Uso contínuo da prótese - Próteses desadaptadas - Tempo de uso da prótese - Idade da prótese - Oclusão - Dimensão vertical - Consumo álcool e tabaco LESÕES NA MUCOSA ORAL OUTRAS LESÕES CAUSADAS PELO USO DE PRÓTESE o Hiperplasias fibroepiteliais; o Úlceras traumáticas; o Queilite angular o Próteses totais sem retenção ou desadaptadas o Diminuição da DV LESÕES NA MUCOSA ORAL LESÕES NA MUCOSA ORAL LESÕES PRÉ-MALIGNAS E MALIGNAS o Associadas a baixos níveis socioeconómicos e educacionais o Principais fatores de risco: tabaco e álcool o Taxa de incidência nos idosos superior à dos jovens, aumentando com a idade o Lesão pré-maligna mais comum: leucoplasia LESÕES NA MUCOSA ORAL XEROSTOMIA - Afeta cerca de 30% dos idosos - Hipofunção das glândulas salivares - alteração qualitativa e/ou quantitativa da saliva o Terapêuticas farmacológicas o Doenças sistémicas (diabetes, síndrome de Sjögren, SIDA) ou do seu tratamento o Radioterapia à cabeça e pescoço XEROSTOMIA Principal causa: Fármacos mais frequentemente prescritos têm efeitos xerostomizantes (cerca de 80%): antidepressivos, antipsicóticos, anticolinérgicos, sedativos, anti-hipertensivos, citotóxicos e anti-histamínicos. Outro factor de risco importante é o tabagismo. XEROSTOMIA CONSEQUÊNCIAS - Aumento da incidência de gengivite - Aumento do risco de cáries - Candidíase oral - Presença de dor - Dificuldades na mastigação, deglutição, paladar, fala, - Diminuição na capacidade de retenção de próteses removíveis e desconforto protético. OUTRAS DOENÇAS ORAIS o Líquen plano atrófico o Queratinização o Alteração na língua o Pênfigo benigno nas mucosas o Nevralgia do trigémeo o Dor facial atípica o Paralisia facial o Disfunção temporomandibular POLIMEDICAÇÃO NO DOENTE IDOSO Odontogeriatria PLURIPATOLOGIA - Presença de várias patologias Existência de condições patológicas, fatores CO-MORBILIDADE - intrínsecos ou extrínsecos, que agravam o quadro clínico ou o prognóstico da doença principal. DOENÇA CRÓNICA Segundo a OMS – doença de longa duração e progressão geralmente lenta. Segundo a CDC – condição que não se cura e, uma vez adquirida, dura três meses ou mais. Europa – doenças mais prevalentes: 1. Doenças do aparelho cardiovascular 2. Aparelho osteoarticular 3. Aparelho respiratório 4. Diabetes 5. Cancro 6. Problemas de saúde mental PATOLOGIAS MAIS FREQUENTES NO IDOSO Insuficiência cardíaca congestiva; Insuficiência vascular periférica; Depressão; Obstipação; Demência; Diabetes; Insuficiência renal crónica; Alterações sensoriais; Angina de peito; Alterações do sono; Osteoartrite; Anemia; Osteoporose; Reações adversas aos fármacos. Incontinência urinária; POLIMEDICAÇÃO o Os idosos são os maiores consumidores de medicamentos. o Um bom uso dos medicamentos faz aumentar a esperança de vida e a qualidade de vida nos idosos. o A polimedicação é um problema atual, mas ainda não há noção da sua real prevalência, as repercussões e as soluções para este problema. POLIMEDICAÇÃO CAUSAS o Progressos da farmacoterapia o Envelhecimento da população o Aumento do número de indivíduos com múltiplas doenças crónicas o Existência de especialidades médicas POLIMEDICAÇÃO + de 5 fármacos Problemas: Se existe indicação clínica ou não do regime terapêutico (se todos os medicamentos se adequam ou não ao contexto clínico do doente) Esquema terapêutico com problemas (medicamentos duplicados, com interações farmacológicas entre eles, prescrições sem atenção aos princípios da farmacocinética e farmacodinâmica) POLIMEDICAÇÃO CONSEQUÊNCIAS o Confusão; o Dificuldade em cumprir a terapêutica; o Má adesão: tomas omitidas, a horas erradas ou interrupção da terapêutica; o Aumento de interações medicamentosas e ações iatrogénicas; o Aumento dos encargos económicos o Quanto mais fármacos, maior a probabilidade de erros na prescrição e no diagnóstico POLIMEDICAÇÃO FATORES QUE AUMENTAM A POLIMEDICAÇÃO o Idade; o Maior contacto com os serviços de saúde; o Sexo feminino; o Maior número de patologias crónicas concomitantes; o Baixo nível de escolaridade o Alterações da visão e da audição; o Baixo nível socioeconómico; o Doentes deprimidos POLIMEDICAÇÃO MEDICAMENTOS MAIS PRESCRITOS EM IDOSOS o Anti hipertensores o Anti-inflamatórios o Estatinas o Cálcio e bifosfonatos o Antidepressivos o Laxantes o Antidiabéticos orais o Inibidores da acetilcolinesterase o Analgésicos o Antiagregantes plaquetários o Anticoagulantes orais POLIMEDICAÇÃO MEDICAMENTOS PRESCRITOS EM MEDICINA DENTÁRIA o Antibióticos o Anti-inflamatórios (AINEs e Corticóides) o Analgésicos o Outros (ex. relaxantes musculares) ANTICOAGULANTES o Várias doenças, (fibrilhação auricular, tromboembolismo venoso, enfarte do miocárdio) apresentam alterações da hemostase e precisam de medicação anticoagulante. o O anticoagulante mais frequentemente utilizado é a varfarina que, tal como o acenocumarol, permite monitorização pelo INR - international normalized ratio. ANTICOAGULANTES o O INR reflete o tempo necessário para o sangue coagular relativamente a um valor médio. o É o índice usado na monitorização de doentes que fazem terapêutica anticoagulante oral. o INR = 1 - capacidade hemostática normal o INR entre 2 e 3 - doentes tratados com anticoagulantes orais o INR = 5 ou mais elevado - risco sério de episódios espontâneos de hemorragia o Quanto maior for o valor do INR, mais tempo leva o sangue a coagular. ANTICOAGULANTES o Existem poucos estudos do risco combinado para o INR entre 3 a 4 (próteses valvulares). o Na Medicina Dentária não existe nenhum caso bem documentado de hemorragia séria em doentes após cirurgia oral, sem suspensão de medicação anticoagulante, com o INR no intervalo terapêutico. o No entanto, estão descritas complicações embólicas sérias em casos de interrupção da terapêutica. ANTICOAGULANTES o O risco de hemorragia associado a extrações dentária em doentes que não fazem terapia anticoagulante é, aproximadamente, 1%. o Complicações embólicas nos doentes hipocoagulados que interrompem a terapêutica surgem numa probabilidade 3 vezes superior. o Os estudos remetem para a importância de ácido tranexâmico e aminocapróico como soluções de controlo hemorrágico no pós-operatório da cirurgia oral. o Consultas idealmente no início da semana e início do dia ANTICOAGULANTES A cirurgia oral minor é considerada um procedimento de baixo risco hemorrágico: o Extração simples de até 3 dentes o Cirurgia gengival o Aplicação de coroas o Pontes dentárias o Remoção cirúrgica de dentes o Destartarização ANTICOAGULANTES Previamente a um procedimento cirúrgico médico-dentário minor (p.e. exodontia) num doente medicado com varfarina deve-se: o Obter HC detalhada: o Saber a dose de varfarina; o Verificar estabilidade do INR o Avaliar outras situações médicas e/ou fármacos o Avaliar necessidade de profilaxia antibiótica o Obter um INR com máximo de 24h ANTICOAGULANTES Se INR < 2.2 e não há outras contraindicações - prosseguir com a cirurgia Se 2.2 < INR < 4: o Prosseguir com a cirurgia, considerar possibilidade de bochecho com solução de ácido aminocapróico (Epsicaprom) (dissolver uma carteira 3gr em 10ml soro isotónico) o Remoção tecido de granulação ANTICOAGULANTES Se 2.2 < INR < 4: o Irrigar o alvéolo pós-extração com solução ácido aminocapróico o Preenchimento do alvéolo com esponja gelatina, embebida em ácido aminocapróico o Encerramento primário com sutura o Compressão com gaze embebida em ácido aminocapróico o Pós-cirurgia bochecos com solução ácido aminocapróico 4x/dia (avaliar necessidade) ANTICOAGULANTES Se INR > 4, ou cirurgia major o Não prosseguir com a cirurgia ANTICOAGULANTES ANTICOAGULANTES O médico dentista deve evitar fármacos com elevado grau de interação medicamentosa com a varfarina. As interações medicamentosas deste fármaco são numerosas (p.e. preferir analgesia com tramadol) Deve evitar também fármacos que prolonguem a hemorragia, como a aspirina ou outros AINES. ANTICOAGULANTES Ao contrário da varfarina, para os novos anticoagulantes não há testes para avaliar o risco hemorrágico do doente. O dabigatrano e o rivaroxabano são mais frequentemente utilizados como alternativa à varfarina. Em caso de necessidade de cirurgia, deve-se contactar o médico assistente. Não se deve interromper a medicação. Para controlo hemostático são preferíveis medidas locais e deve ser dada especial atenção a sinais como sangramento espontâneo. ANTICOAGULANTES Para os novos anticoagulantes: Pode efetuar-se procedimentos com baixo risco de sangramento como extrações dentárias, desde que se proceda com cuidado, dando tempo para observar a capacidade coagulante e reduzir o tempo dos tratamentos, se necessário. No caso de cirurgia major, com elevado risco de sangramento ponderar, conjuntamente com o médico assistente, parar a medicação 24h antes, se função renal normal. O fármaco deve ser reiniciado 24-36 horas após a cirurgia. ANTICOAGULANTES Para os novos anticoagulantes deve-se evitar a intervenção no pico de acção do fármaco, i.e. 2-4 horas após a toma. Sinais de Alerta Hemorragia prolongada ou fácil após mínimo trauma (ex: sondagem, matriz colocada entre dentes) Múltiplos hematomas Adiar ciurgia se, analiticamente, tempo de hemorragia prolongado ou contagem de plaquetas inferior a 60.000. ANTICOAGULANTES o A opção de manter, suspender ou atrasar a terapia anticoagulante antes da cirurgia dependerá do risco hemorrágico individual e dos procedimentos cirúrgicos a efetuar, assim como do tipo de terapia anticoagulante realizada. o Este tipo de decisão deve ser, sempre que possível, uma decisão conjunta entre o médico dentista e o médico assistente. BIFOSFONATOS o Utilizados em doenças como Osteoporose, Doença de Paget, Hipercalcemia Maligna, Metástases Ósseas. o Podem ser de toma oral ou endovenosa o Efeito colateral: osteonecrose da maxila/mandíbula (e supressão sanguínea). o BRONJ (Biphosphonate related osteonecrosis of the jaw) - lesão dolorosa que não cicatriza, com exposição óssea prolongada, maior que 8 semanas, em pacientes que tomam ou tomaram Bifosfonatos BIFOSFONATOS FATORES DE RISCO DE OSTEONECROSE Potência dos Zoledronato >Pamidronato fármacos Dose acumulada Biodisponibilidade RELACIONADOS COM O Via de e.v. > p.o. FÁRMACO administração Duração da Mais prolongada, terapêutica maior probabilidade BIFOSFONATOS FATORES DE RISCO DE OSTEONECROSE Cirurgia oral Extrações, Cirurgia periapical, (aumenta o risco em 7x) Cirurgia periodontal com envolvimento ósseo e implantologia Mandíbula 65%; Maxila 26% 9% em ambos Anatomia Torus mandibular, Torus LOCAIS palatino Exostoses Região posterior da mandíbula Doenças orais concomitantes Doença periodontal (aumenta o risco em 7x) Abcessos dentários Outros traumas orais Higiene Oral BIFOSFONATOS FATORES DE RISCO DE OSTEONECROSE Idade Mais idade, maior o risco Raça Caucasiana FACTORES Mais frequentes no Mieloma DEMOGRÁFICOS múltiplo, E SISTÉMICOS Tipo de neoplasia Neoplasia da mama, da próstata, e pulmão Osteopenia/Osteoporose Diabetes OUTROS Corticóides Álcool e tabaco Quimioterapia associada BIFOSFONATOS o É sugerida uma anamnese detalhada na pesquisa do tipo de fármaco, via de administração, tempo de administração, e solicitar o exame CTX para uma melhor avaliação do paciente. o Deve ser evitada a cirurgia oral. BIFOSFONATOS ANTES DE INICIAR TRATAMENTO COM BIFOSFONATOS o Avaliação e promoção de saúde oral. o Eliminar factores de risco. o Proceder aos tratamentos necessários. o Não há necessidade de atrasar o início do tratamento com BFF se for possível concluir os tratamentos invasivos e sua cicatrização nos primeiros 3 meses de terapêutica com BFF. BIFOSFONATOS DOENTES QUE TOMAM BIFOSFONATOS ORAIS HÁ MENOS DE 3 ANOS HÁ MAIS DE 3 ANOS - Baixo risco de desenvolver osteonecrose - Equacionar suspensão de BFF orais 4-6 m antes - Avaliação antes de iniciar tto e promoção SO - Não é necessário alterar ou adiar cirurgias - CHX 2x/dia, até 2 meses após cirurgia - Colocação de implantes segura - Se necessário + que 1 quadrante: fasear - Se tomarem glicocorticoides em simultâneo: - Exame CTX (risco de osteonecrose) - + risco de osteonecrose - suspensão 4-6 meses - retomar após cicatrização consolidada BIFOSFONATOS DOENTES QUE TOMAM BIFOSFONATOS EV o Evitar exodontias se já decorrem mais de 3 meses de medicação. o Caso seja absolutamente imprescindível, as extrações devem ser realizadas com o menor trauma possível. Recorrer se necessário ao retalho, alveoloplastia e sutura sob mínima tensão. o É importante obter o consentimento informado , por escrito, e contactar o médico assistente. o Nenhuma diferença foi encontrada entre os pacientes que continuaram ou interromperam a terapia endovenosa com BFF (longa semi-vida, que pode chegar aos 10 anos, pelo que não há vantagens em requerer a suspensão dos BFF). BIFOSFONATOS DOENTES QUE TOMAM BIFOSFONATOS EV o É obrigatória a profilaxia ATB antes de qualquer procedimento cirúrgico: Amoxicilina 2g, 1 hora antes da cirurgia. o É recomendada a aplicação bi-diária de CHX durante 2 meses após o ato cirúrgico. o Os implantes estão contra-indicados. BIFOSFONATOS O QUE FAZER EM CASO DE OSTEONECROSE? ESTADIO TRATAMENTO - Colutórios antissépticos (clorhexidina 0,12%) - Controlo clínico frequente ESTADIO 1 Osso exposto/necrótico sem - Educação do paciente sintomas e sem sinais de infecção - Contactar médico assistente para rever as indicações para a continuação da terapia com BFF orais ou, pelo menos, avaliar uma suspensão temporária BIFOSFONATOS O QUE FAZER EM CASO DE OSTEONECROSE? ESTADIO TRATAMENTO - Antibioterapia sistémica de largo espectro por um período mínimo de 14 dias - Amoxicilina + Ácido Clavulânico (875 mg + 125 mg de 12/12 h) associada ao Metronidazol (500 mg de 8/8 h). ESTADIO 2 - Colutórios antissépticos Osso exposto/necrótico - Analgésicos com dor e com infecção - Apenas desbridamentos superficiais para aliviar (eritema dos tecidos moles irritação dos tecidos moles adjacentes adjacentes c/ ou s/ drenagem - Contactar médico assistente para rever as indicações para a purulenta) continuação da terapia com BFF orais ou, pelo menos avaliar uma suspensão temporária BIFOSFONATOS O QUE FAZER EM CASO DE OSTEONECROSE? ESTADIO TRATAMENTO ESTADIO 3 - Antibioterapia sistémica Osso exposto/necrótico - Colutórios antissépticos com dor, infeção e mais um - Desbridamentos cirúrgicos para controlo dos seguintes parâmetros: da infeção e dor - Contactar médico assistente para rever as Fraturas patológicas, fístulas indicações para a continuação da terapia com extra-orais ou osteolise BFF orais ou, pelo menos avaliar uma suspensão temporária até ao bordo inferior da mandíbula MEDICAÇÃO NA CONSULTA DE MEDICINA DENTÁRIA Odontogeriatria ANESTÉSICOS LOCAIS ANESTÉSICOS LOCAIS São os fármacos mais usados em Medicina Dentária. Bloqueio reversível da condução nervosa com diminuição/perda de sensibilidade numa área circunscrita do corpo, sem perda de consciência. Propriedades desejáveis na seleção do AL: o Elevada atividade intrínseca o Ação rápida o Duração adequada para completar o procedimento o Sem ação irritativa local o Ratio eficácia–toxicidade elevado o Reações adversas graves raras ANESTÉSICOS LOCAIS o Impedem a geração e a condução de um impulso nervoso: estabelecem um bloqueio de condução química entre a fonte de impulso e o cérebro. o Produzem os seus efeitos ao bloquear os canais de Na - interrompe a transmissão de impulsos aferentes e eferentes, proporcionando assim anestesia e analgesia. ANESTÉSICOS LOCAIS A. Anestésico local típico B. Anestésico tipo éster C. Anestésico tipo amida Atualmente os tipo amida são clinicamente mais utilizados porque são mais estáveis , possuem baixo potencial alergénico e lenta biotransformação hepática. ANESTÉSICOS LOCAIS LIDOCAÍNA SEM VASOCONSTRITOR: Pouca utilidade clínica LIDOCAÍNA 3% COM EPINEFRINA 1:50.000: -Absorção mais lenta - A única utilização recomendada é para hemostasia (pequenos volumes no local cirurgico permitem excelente hemostase) LIDOCAINA 2% COM EPINEFRINA 1:100.000 ANESTÉSICOS LOCAIS MEPIVACAÍNA 3% SEM VASOCONSTRITOR: Melhor propriedade vasodilatadora entre os anestésicos locais sem vasoconstritor: duração mais longa Quando não é indicado um vasoconstritor - gold standard Pequenos tratamentos sem necessidade de anestesia pulpar Odontopediatria Pacientes geriátricos MEPIVACAÍNA 2% COM VASOCONSTRITOR: Profundidade e duração da anestesia pulpar semelhante à lidocaína com adrenalina Incidência de alergia praticamente inexistente Sinais e sintomas de sobredosagem: estimulação do SNC seguida de depressão ANESTÉSICOS LOCAIS ARTICAÍNA Potência 1,5x a da lidocaína mas toxicidade e efeito vasodilatador semelhante. É uma amida mas contém um grupo éster, pelo que é metabolizada no fígado e no plasma, o que pode minimizar a sua toxicidade potencial. Concentração eficaz em M. Dentária: 4% com adrenalina a 1:100.000 ou 1:200.000 Início de ação rápido (1 a 2 minutos , elevadas taxas de sucesso mas risco aumentado de parestesia e metemoglobinémia INDICAÇÕES: Em pacientes com alergia a AL tipo amida ou alérgicos a sulfitos Deve ser administrada com precaução em doentes hepáticos e com insuficiência cardíaca ANESTÉSICOS LOCAIS ESCOLHA DO AL: Tempo necessário de controlo da dor Necessidade potencial de controlo da dor após o tratamento Necessidade de hemostase Presença de qualquer contra-indicação (absoluta ou relativa) à solução AL escolhida ANESTÉSICOS LOCAIS RELAÇÃO POTÊNCIA/TOXICIDADE ANESTÉSICOS LOCAIS SEMI-VIDA ANESTÉSICOS LOCAIS VASOCONSTRITOR A utilização de vasoconstritor associado ao anestésico local é vantajosa, principalmente por manter o campo operatório limpo e aumentar a concentração local de anestésico local. ANESTÉSICOS LOCAIS DOSE MÍNIMA PARA ALCANÇAR ANESTESIA DEPENDE DE: Tipo de anestesia Local de injeção Tipo de tratamento Procedimento Dose Algesia individual do doente Infiltração 1.5-1.7 mL /dente e 2 dentes Fórmula da solução de anestésico local adjacentes Anestesia troncular (N. alveolar inferior) 1-0-1.7 mL Reforço anestésico ½ dose original – dose original ANESTÉSICOS LOCAIS DOSE MÁXIMA DE ANESTÉSICO LOCAL PACIENTE COM 70KG Quantidade de Dose máxima Dose máxima Máximo de sal anestésico recomendada recomendada anestubos num anestubo relativa absoluta (mg/kg) (mg) Lidocaína 2% 36mg 4,4mg/kg 300mg 8 com vaso Mepivacaína 54mg 4,4mg/kg 300mg 5,5 3% Articaína 4% 72mg Adulto 7mg/kg 500mg 7 com vaso DOSE MÁXIMA DE EPINEFRINA COMO ADITIVO VASOCONSTRITOR Adultos saudáveis 200μg Doentes com DAC ou outra D. Cardiovascular 40μg Grave ANESTÉSICOS LOCAIS EFEITOS SECUNDÁRIOS LOCAIS Lesão Vascular/ Hematoma - Típica da anestesia troncular (Incidência