Biologia e Bioecologia e Importância em Saúde de Nematocera PDF

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Instituto de Veterinária

2023

Kátia Maria Famadas

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entomology biology nematocera

Summary

This document presents a lecture on the biology and bioecology of Nematocera, focusing on their importance in public health, with a particular emphasis on parasitic diseases. It covers topics like the life cycle of the insects, different species, feeding habits, and their role in disease transmission.

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Biologia, bioecologia e importância em saúde de Nematocera Aula teórica Departamento de Parasitologia Animal INSTITUTO DE VETERINÁRIA Profa. Kátia Maria Famadas Contato: famadas_km@hotmai...

Biologia, bioecologia e importância em saúde de Nematocera Aula teórica Departamento de Parasitologia Animal INSTITUTO DE VETERINÁRIA Profa. Kátia Maria Famadas Contato: [email protected] Classe Insecta Ordem: Diptera (di= duas, ptera = asa) Subordem: Nematocera (nemato= filamentoso, cera = antena) Artigo de Mosquito Magnet® Nematocera 2011 John R. Maxwell https://pt.wikipedia.org/wiki/Lutzomyia Simuliidae Psychodidae Hadel Go 2014 © 2008 David E. Reed Culicidae Ceratopogonidae Introdução Importância nos estudos epidemiológicos e em Medicina Preventiva, no campo das endemias parasitárias Elevado número de estudos X luta contra Malária, Dengue, Filarioses, Febre Amarela e outras Arboviroses Cerca de 3000 espécies Só fêmeas hemtófagas https://aedes.sigelu.com/faq-login HOLOMETABÓLICO Nematocera https://www.rawpixel.com/image/2288492/free-photo-image-mosquito-aedes-insect Culicidae Famadas, KM Nematocera Culicidae Culicinae Anophelinae Nematocera aé as re as ap Fêmeas se alimentam de sangue Et Ciclo para desenvolvimento dos ovócitos Biológico Larva(L Larva (L11,, LL22, L3,eL4L)4) Ovo Ovo Fêmea Pupa Pupa as L4 tic Ocorre uma muda entre cada instar larval Adulto Adultos Et uá L1 a L3 pa aq L2 s Nematocera Ovos (depositados sobre a folhas ou superfícies próximas à água) Adulto Ovos (depositados isolados ou em jangadas) Larva Pupa Nematocera Aspectos importantes quanto a hematofagia: Famadas, KM Nematocera... CICLO CIRCADIANO Diurnos Vespertinos Noturnos Nematocera...HABITAT silvestres domiciliares peridomiciliares Nematocera endófilas... DOMESTICIDADE exófilas Nematocera... PREFERÊNCIA ALIMENTAR zooantropófilicas antropófilas zoófilas Nematocera Biologia: Ciclo gonotrófico: – Sucessão de refeições e desova Ciclo gonotrófico: Maturação dos folículos = ingestão de sangue     ÓVULO    dilatação no pedúnculo que liga o ovaríolo ao oviduto. Formação de enxames “dança nupcial”. Cópula - armazenamento de esperma em espermateca. Oviposição Desova em meio líquido ou pouco acima da superfície da água OVOS Larvas e pupa aquáticas Período larval: ~10-20 dias Período pupa: ~2-3 dias Culicidae Biologia: Criadouros naturais (Aedes) Culicidae Biologia: Criadouros artificiais (Aedes) Culicidae Biologia: Criadouros (Culex) Culicidae Principais diferenças IMPORTÂNCIA Culicinae:  Culex → Filariose em cães, humanos e malária aviária  Aedes → Febre Amarela Urbana, Zika, Chikungunya, Dengue, Febre do Nilo e Mayaro Vírus  Haemagogus → Febre Amarela Silvestre Anophelinae:  Anopheles → Malária humana Nematocera IMPORTÂNCIA DOS CULICIDAE Subfamília Anophelinae: Gênero: Anopheles Importância: Transmissão dos agentes etiológicos da malária humana https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/malaria.htm Distribuição da Malária Índice Parasitário Anual (IPA) para Malária http://www.fiocruz.br/ccs/cgi Principais espécies de anofelinos transmissoras dos agentes causadores da malária humana no Brasil Espécie de Hábitat/ Atividade Características Gerais Anopheles Preferência alimentar A. darlingi Domiciliar/ Crepuscular Aguas límpidas de represa ou remansos de grandes rios. antropofílico acentuado Principal vetor nas Américas A. aquasalis Sem preferência, endófilo Sem preferência, Água com certo teor salino, águas paradas,ou em cursos ou exófilo dia e noite d’água com pouca correnteza, não muito profundas batidas de sol A. albitarsis Duas subespécies, uma Vespertino e Não considerado bom HI. Larvas em vários tipos de silvestre, outra domiciliar noturno criadouros: sombreados ou expostos ao sol, pântanos, lagoas, açudes, valetas, rios, etc. A. albimanus Doméstico/ antropozoofílico Crepuscular Voam um raio de 20 km. Criam-se em coleções variadas de água, ensolaradas, doces ou salobras, pântanos, lagos e lagoas, canais e campos de arroz, mas raramente em criadouros temporários A. cruzi Silvestre Diurno e noturno, Axilas das bromeliáceas ao sol. Importante papel como preferem vetor no sul do Brasil. crepúsculo A. Bellator Silvestre Diurno e noturno, Axilas das bromeliáceas na sombra. preferem crepúsculo A. gambiae Erradicada do Nordeste brasileiro, entrou em 1930. Subfamília Culicinae: Culex Sabethes Aedes Haemagogus Importância: Transmissão dos agentes etiológicos da Febre Amarela, Dengue, Zika, Chicungunya, etc. (Aedes e outros), filarídios e malária aviária (Culex) e Febre Amarela Silvestre (Haemagogus e Sabethes) Culicinae Vetores: Culex pipiens, Cx. quinquefasciatus, Aedes aegypti, Ae. albopictus, Anopheles maculipenis e Coquillettidia richiardii Dirofilariose (CIRIO, 2005) Distribuição geográfica de Dirofilaria spp. nos hospedeiros https://www.researchgate.net/publication/317270864_The_Complexity_of_Zoonotic_Filariasis_Episystem_and_Its_Consequences_A_Multidisciplinary_View Dirofilaria immitis nos pets (azul); D. repens nos pets (verde); D. immitis and D. repens in pets (listras); sem informação (branco); (∗) infecções subcutâneas esporádicas. Distribuição da Dirofilaria em cães Dirofilariose em cães Porcentagem de resultados de testes positivos caninos para o antígeno de Dirofilaria immitis https://petcare.com.br/dirofilariose/ Adaptado de http://www.parasitesandvectors.com/content/7/1/493 Distribuição de Wuchereria Wuchereria bancrofti é um nematóide causador da filariose linfática. Principal vetor no Brasil Culex quinquefasciatus https://www.biometrix.com.br/zika- pernilongo-comum/culex_materia/ Filariose Humana Distribuição de casos de Dengue em 2012 https://jornalibia.com.br/noticias/saude/calor-e-chuva-ambiente-preferido-do-aedes-aegypti/ https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2019-09/em-um-ano-incidencia-da-dengue-no-pais-aumenta-600 Distribuição da Dengue Zika Vírus https://jornalibia.com.br/noticias/saude/calor-e-chuva-ambiente-preferido-do-aedes-aegypti/ https://periodicos.fiocruz.br/pt-br/content/os-motores-da-dissemina%C3%A7%C3%A3o-do-v%C3%ADrus-zika-no-mundo Vírus Chikungunya (“aqueles que se dobram”)  1º. surto causado pelo CHIKV (1952-1953) na Tanzânia  África e algumas epidemias na Índia e sudeste asiático.  Epidemias explosivas de CHIKV  ilhas do oceano Indico.  1º. Caso no Brasil (2010) = 3 haviam viajado para a Indonésia e Índia Vírus Chikungunya Fonte: FERNANDÉZ; NAVARRO (2015). Chikungunya https://jornalibia.com.br/noticias/saude/calor-e-chuva-ambiente-preferido-do-aedes-aegypti / Chikungunya DOI: 10.1128/JCM.00350-19 http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia/2018/02/sentinelas-das-matas-orgaos-criam-pacto-em-defesa-dos-primatas-ameacados-em-al_48826.php Distribuição da Febre Amarela (anterior a 2017) Distribuição da Febre Amarela 2017 Febre do Nilo (Flavivirus) Hospedeiros amplificadores  Em 2014, houve a Hospedeiros acidentais confirmação do primeiro Não transmitem o vírus caso humano em um por mosquitos trabalhador rural no estado do Piauí. Hospedeiros acidentais Raramente transmitem o  Primeiro no Brasil confirmado pelo MAPA, 8 de junho de vírus por mosquitos. 2018 (cavalos), Espirito Santo. Mamíferos e aves podem adoecer. Equídeos muito Ciclo Natural susceptíveis  Vetor: Culex Hospedeiros naturais Várias espécies de pássaros e outras aves Corvídeos e passeriformes são muito susceptíveis Algumas espécies desenvolvem infecção subclínica Principais arbovírus que circulam no Brasil (2019) Dengue (4 tipos de vírus) Chikungunya Febre Amarela Oropuche Mayaro Febre Oeste do Nilo Encefalite de Saint Louis Haemagogus janthinomys Potencial transmissão do vírus em áreas de floresta degradada na Amazônia 1.Primatas em geral. Na Amazônia brasileira micos Calithrix (amplificadores) 2. Haemagogus sp. (ambiente silvestre) e Aedes albopictus e Aedes aegypti (ambiente urbano) 3. Animais susceptíveis à picada do mosquito, Possíveis hospedeiros somente homem desenvolve a doença amplificadores CERATOPOGONIDAE Famadas, KM Nematocera Ceratopogonidae Gênero: Culicoides Nematocera Thanawit Kongkaew www.pragaseeventos.com.br Acasalamento Hematofagia Ciclo gonotrófico das fêmeas Ciclo de 30 a 49 dias Maturação dos oócitos Oviposição 4 a 5 dias 20 a 25°C 2 a 3 semanas de vida Ciclo de Culicoides Ovos Oviposição em locais úmidos com matéria 100 a 600 CERATOPOGONIDAE orgânica ± 6 posturas 22 a 39 dias Desenvolvimento e Vc da água= 80 a 90 sobrevivência cm/s Larvas aquáticas ou semi. Na areia, lodo, plantas em decomposição buracos de árvores Nematocera Biologia  Postura= 30/450 ovos em substratos úmidos (pântanos, manguezais, e em vegetação em decomposição)  P. Incubação= 2 a 9 dias  Larvas semi-aquáticas  L1-L4 (± 3 semanas a 7 meses) P Pupa= ± 3 dias, duração do ciclo ?? 1 Geração/ano  Raio de voo= 4 km Pico de Atividade Culicoides crepuscular ou noturna (raros diurna) Raio de voo= 4km Nematocera IMPORTÂNCIA:  Animais  Transmissão de arbovirus (Blue tongue/ovelhas e bovinos)  Leucocytozoon/aves,  Haemoproteus/ patos,  Filarídeos  Dermatite em equinos, lesões eczemantosas urticarinas. 12:52 Nematocera IMPORTÂNCIA:  Humanos  Mansonella spp.(filarídeo)  Vírus Orapuche  Pará (Belém, Santa Isabel, Castanhal, Santarém, Oriximiná, Serra Pelada, zona Bragantina – Igarapé Açu, Maracanã e Magalhães Barata), do Amazonas (Manaus e Barcelos), Acre (Xapuri), Amapá (Mazagão), Maranhão (Porto Franco), Tocantins (Tocantinópolis) e Rondônia (Ariquemes e Oro Preto D’Oestee  Vírus das encefalites para humanos Nematocera Oropuche Vetor: Culicoides paraensis http://www.saudedoviajante.pr.gov.br/2017/08/55/Casos-de-Virus-Oropouche-.html Simuliidae Nematocera Simuliidae Nematocera Raio de vôo= 200km Ciclo Biolóogico  Ciclo= 60 dias até 15 sem., 1 a 5 gerações / ano  Atividade diurna Nematocera Pico de Atividade Simulium spp. diurnos Raio de voo= 200km Biologia  Postura= 150/600 ovos substratos em águas rápidas de riachos  P. Incubação= 1-4 dias  Larvas aquáticas  L1-L7 (1-2 semanas); Pupa= 2-6 dias  Ciclo= 60 dias até 15 sem., 1 a 5 gerações / ano  Atividade diurna  Raio de vôo= 200km Importância  Agente infestante  Dermatite alérgica (reações contra componentes da saliva)  Transmissão de Leucocytozoon/ aves  Onchocerca para gado e humanos Famadas, KM 12:52 Nematocera Oncocercose Regiões endêmicas, onde estima-se que vivam 120 milhões de pessoas. Atualmente em várias regiões do Amazonas e fora do Amazonas. Roraima; Goiás e Acre e tem sido encontrado vetores desta filaria em Rondônia, Pará e Mato Grosso Tribo Yanomami https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fdspace.ups.edu.ec%2Fbitstream%2F123456789%2F2269%2F6%2FUPS-QT00467.pdf&psig=AOvVaw3tZI5FFZFx1lP_8y7qvzvw&ust=1604605920980000&source=images&cd=vfe&ved=0CAMQjB1qFwoTCPics4PV6ewCFQAAAAAdAAAAABAD https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=4807:elaboracao-de-plano-de-atividades-para-eliminacao-de-oncocercose-na-area-de-yanomami-e-objeto-da-primeira-reuniao-do-comite-binacional-de-acompanhamento-entre-brasil-e-venezuela&Itemid=812 Foto: Pedro (@whereispepere) via Flickr Reações pela picada de Simulidae Fonte: http://www.diptera.info/ Psychodidae Nematocera Phlebotominae Distribuição dos principais gêneros no mundo Biologia  Postura= 50/100 ovos substratos úmidos, fendas ou buracos no solo, em folhiços ou ao redor de árvores na floresta. Umidade 100%, Temp. acima de 20 C  P. Incubação= 6-17 dias  Larvas semi-aquáticas  L1-L4 (21-60 dias); Pupa= 1-2 semanas  Ciclo= 1-3 meses  Atividade crepuscular ou noturna  Raio de vôo= 1,5 km RESUMO DAS DOENÇAS RELACIONADAS AOS NEMATOCERA DOENÇA MOSQUITO HÁBITOS/OBS 1 – Malária Anopheles darlingi Rios de águas limpas 2 - Febre amarela urbana Aedes aegypti Domésticos, diurnos, águas limpas 3 - Febre amarela silvestre Haemagogus capricornii Amazônia e Centro Oeste 4 - Leishmaniose visceral Lutzomyia longipalpis Nordeste brasileiro 5 - Leishmaniose cutânea Lutzomyia intermedia Em quase todo o Brasil 6 - Filariose Culex quinquefasciatus Domésticos, noturnos, águas sujas 7 – Dengue e outras arboviroses (Zika, Aedes aegypti ( e Aedes Águas paradas de vasos, pneus, etc. Chikungunya, Mayaro) albopictus) 8 - Encefalite Aedes scapularis No litoral de São Paulo 9 - Úlcera brava Phlebotomus spp Úlcera de Bauru 10 - Manzonelose Simulium amazonicum Comum na Amazônia 11 - Oncocercose Simulium damnosum Roraima e África MEDIDAS PREVENTIVAS O combate pode ser feito nas fases de larvas (criadouros) e de adultos Larvas:  Controle físico – visa modificar ou remover os criadouros. Ex. Aterramento, drenagem ou preparo de área para a lavoura;  Controle Químico - organofosforados, carbamatos, piretróides, hormônios juvenil (methoprene na água interfere no desenvolvimento larval) e inibidores de formação de quitina (diflurobenzuron);  Controle integrado – consiste em integrar 2 ou mais métodos simultaneamente;  Controle Biológico – uso de parasitos ou predadores de mosquitos;  Predadores: cerca de 250 espécies de invertebrados como planárias, microcrustáceos, baratas d’água, larvas de mosquito por ex. Toxorhinchitines, peixes como tilápia e guppy;  Helmintos – nematódeos da família Mermithidae;  Protozoários – microsporídeos – Hedhzardia aedis capaz de eliminar 100% de larvas de Aedes em laboratório;  Fungos – Metharhysium anisopliae e Lagenidium giganteum contra larvas de Culicidae e Chironomidae – só são eficientes em águas límpidas;  Bactérias – Bacillus thuringiensis israelensis (eficiente para larvas de Culex, Aedes, Anopheles e borrachudos) e Bacillus sphaericus (eficiente para larvas de Culex). A bactéria endosimbionte Wolbachia, inibe a multiplicação e disseminação do vírus da dengue no mosquito Aedes; Adultos:  Proteção pessoal: mosquiteiros, repelentes, telas nas janelas, repelentes aplicados na pele; ❑  Inseticidas – formas de aplicação:  Residual - nas paredes externas e internas das casas (no Brasil tem-se procurado usar piretróides);  Fosforados e carbamatos necessitam de aplicações a cada 2-3 meses;  Fumacê - usado em epidemias para matar rapidamente os mosquitos adultos;  Aerossóis de Ultra baixo volume (UBV) – aplicados também por máquinas e serve para cobrir grandes áreas num curto espaço de tempo.  Controle comportamental – consiste em atrair e capturar os insetos em armadilhas para reduzir a sua população;  Armadilhas com atraentes de infusões de matéria orgânica, CO2 , ácido acético e octenol que atraem a fêmea grávida.  Armadilhas luminosas –em áreas silvestres (pesquisas);  Mosquitoeiras https://www.cff.org.br/noticia.php?id=3584 COMBATE AOS NEMATOCERA Questão de saúde05/10/2020 | 09h35Atualizada em 05/10/2020 | 09h57 https://104maisfm.com.br/2018/02/20/secretaria-estadual-da-saude-alerta-para-cuidados-com-a-dengue-no-final-de-verao/ https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.slideshare.net%2Fsandrocostab%2Fmaruim&psig=AOvVaw1FEPgHCRUPXrc9BDcLNqaF&ust=1604608783292000&source=images&cd=vfe &ved=0CAMQjB1qFwoTCIjz-9ff6ewCFQAAAAAdAAAAABAD

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