🎧 New: AI-Generated Podcasts Turn your study notes into engaging audio conversations. Learn more

AULA 03 - Litíase Renal (REVISADA)_240924_071852.pdf

Loading...
Loading...
Loading...
Loading...
Loading...
Loading...
Loading...

Document Details

AffableEducation9625

Uploaded by AffableEducation9625

UEA

Tags

urology kidney stones renal calculi medical notes

Full Transcript

TRANSCRIÇÕES XIFOIDES LTDA UROLOGIA 12.09.17 Professor (a): Giuseppe Transcrito por: Giovanna Guedes...

TRANSCRIÇÕES XIFOIDES LTDA UROLOGIA 12.09.17 Professor (a): Giuseppe Transcrito por: Giovanna Guedes Revisado por: Rebeca Martins AULA 03 – LITÍASE RENAL EPIDEMIOLOGIA Terceira afecção mais comum em Urologia, ficando atrás apenas das infecções urinárias e das doenças prostáticas em homens É um transtorno de ordem social, acomete pessoas jovens Causam: o Dor o Danos a função renal o Aumentam o risco de infecção do trato urinário Pode provocar transtornos importantes à vida social e profissional dos pacientes, além de despesas substanciais Prevalência 2 a 3% Incidência de 10 a 15% da população mundial (1/8), 1 em cada 10 indivíduos vai ter a doença Doença recorrente o 10% em 1 ano o 35% em 5 anos o 50% em 10 anos Podem ocorrer em qualquer idade (maior incidência entre os 25 e 60 anos) Homem/mulher → 2/1 Pode haver predisposição familiar Não tem relação com os cálculos de vesícula biliar, que geralmente são sais de colesterol o Tem fisiopatogenia diferente o Um não predispõe o outro o O de vesícula é mais prevalente em mulher ETIOLOGIA Geralmente de composição mista (oxalato de cálcio, fosfato de cálcio, ácido úrico, fosfato de magnésio e amônia) Matriz (5% do peso do cálculo) composta de proteína ou carboidrato forma um ninho para a agregação de cristais e inicia a formação de um cálculo urinário Nucleação x crescimento x agregação Basicamente o cálculo é formado por uma matriz, a qual é um núcleo que serve para a agregação dos cristais (normalmente excretados na urina). Os cálculos vão se agregando no processo de nucleação, crescimento e agregação, e assim o cálculo vai se desenvolvendo. FORMAÇÃO DO CÁLCULO Soluto x solvente o Quanto maior a quantidade de soluto e menor a quantidade de solvente, mais fácil a precipitação e mais fácil formar o cálculo o Quanto mais líquido ingerir, melhor a diluição dos cristais e menor a chance de formação de cálculos; no entanto beber líquido demais também acaba diluindo os inibidores da calculose Promotores da litogênese: o Hipercalciúria (↑ excreção de cálcio na urina) o Hiperuricosúria (↑ excreção de ácido úrico na urina) o Hiperoxalúria o Cistinúria (doença autossômica recessiva que normalmente forma cálculos em crianças) Inibidores da calculose: o Cinética urinária ▪ Quando o trânsito urinário está desobstruído ele funciona como uma lavagem mecânica ▪ Se há obstrução em algum ponto do trato urinário, o líquido sedimenta e forma os cálculos o Citrato de magnésio ▪ Existem medicamentos à base de citratos que inibem a formação de cristais o Glicosaminoglicanos o Alteração do pH urinário o Proteína de Tamm Horsfall TIPOS DE CÁLCULOS Cálcio: 80% (obs: no áudio ele fala ácido úrico, mas no slide é cálcio mesmo, ele se confundiu) o Hipercalciúria tipo absortiva – intestino absorve muito cálcio o Hipercalciúria tipo renal – rim excreta muito cálcio o Hipercalciúria reabsortiva – mais rara, secundária a algum defeito na paratireoide que leva a hiperexcreção de paratormônio, causando muita reabsorção de cálcio dos ossos o Hipercalciúria idiopática o São cálculos radiopacos ▪ Em torno de 70% dos cálculos aparecem no raio x Ácido úrico: 10% a 20%, no Amazonas parece ter uma incidência maior o Hiperuricosúria (hiperexcreção de ácido úrico) com precipitação dos cristais em urina ácida o São radiotranparentes o Os cálculos de acido úrico só se precipitam com pH muito ácido, ou seja, alcalinizar o pH da urina é uma forma de tratamento, muitas vezes se consegue dissolver o cálculo (são os únicos tipos de cálculo que se consegue dissolver com medicação). O cálculo de cálcio não se consegue dissolver, consegue-se apenas impedir que eles aumentem. Fosfato de magnésio e amônia, estruvita ou cálculo infeccioso: 05% o Cálculos coraliformes o Ocupam a via excretora: cálices e pelve o São cálculos infecciosos o Bactérias produtoras de urease (ex: Proteus mirabilis) ▪ A urease é uma enzima que converte ureia em amônia, o que alcaliniza o pH da urina o Urina com pH alcalino aumenta a precipitação desses tipos de cristais o Cálculos de baixa densidade, porosos, pouco visíveis ao raio x Outros tipos: 05% o Cistina ▪ É um cálculo mais raro ▪ Doença autossômica recessiva que se manifesta na infância e pode evoluir para insuficiência renal ▪ São radiopacos ▪ Toda criança que tem cálculo urinário deve ser investigada, pois pode levar a uma insuficiência renal futura e trazer danos importantes à função renal ▪ Difícil tratamento ▪ Medicamentos com efeitos colaterais importantes ▪ Requer acompanhamento com nefrologista o Indinavir ▪ Derivados do uso de antirretrovirais em pacientes HIV + Muito comum que pacientes em tratamento formem cálculos em virtude do uso da medicação ▪ São radiotransparentes QUADRO CLÍNICO Depende da localização do cálculo o Cálculo pequeno e parado do rim → pode ser até assintomático o Se começa a migrar pelo ureter vai causar a cólica renal Diagnóstico o Anamnese o Exame físico ▪ É geralmente pobre, mas é importante palpar o paciente ▪ Sinal de Giordano geralmente é positivo quando o paciente tem crise de cólica renal o Exames complementares laboratoriais e de imagem – sobretudo os de imagem para definir se tem ou não cálculo, o tamanho, a localização e até decidir a forma de tratamento Cólica: o Renal/ureteral: é uma dor muito intensa, é intermitente, em surtos, associada a náusea, vômito e hipotensão o Intestinal: mais fraca, mas em surtos também o Biliar: é um pouco menos intensa e é contínua A via excretora é uma unidade só até chegar na bexiga: cálices menores → cálices maiores → pelve → ureter → bexiga → uretra Hematúria macro ou microscópica em até 80% dos indivíduos Cálculo Renal: maioria das vezes assintomáticos. Causa dor quando obstrui a junção pieloureteral ou infundibulocalicial, hematúria, pielonefrite obstrutiva, insuficiência renal o Quando são cálculos pequenos e parados nos cálices são assintomáticos, a não ser que impactem no infundíbulo, que pode geral uma dor leve localizada o A dor começa quando o cálculo impacta no ureter o Cálculos renais acima de 3mm podem ser vistos na USG, mas o padrão outro para o diagnóstico é a TC Cálculo no ureter: causa cólica renal, irradiação para região abdominal anterior e genitália, náuseas e vômitos, hematúria, polaciúria o O ureter é fino, de 4mm de diâmetro, com 20 a 30 cm de comprimento, retroperitonial, tem 3 pontos de estreitamento: junção pieloureteral, cruzamento dos vasos ilíacos, junção ureterovesical, que são locais onde normalmente os cálculos impactam o Cólica renal forte com irradiação para região abdominal anterior, pode chegar a região genital, testículo, vulva o Diagnóstico diferencial com cólica biliar, cólica pancreática, afecções do estômago (quando a dor é epigástrica), outras afecções do rim (quando a dor é nos flancos; observar a irradiação), cólica intestinal (quando a dor for suprapúbica) Cálculo na bexiga: geralmente infeccioso, secundário a obstrução infra vesical com elevado resíduo pós- miccional, levando a interrupção súbita do jato urinário, hematúria, disúria, polaciúria o Tem uma fisiopatogenia diferente. Se o cálculo foi formado no rim e desceu, passou pelo ureter, ele normalmente sai espontaneamente da bexiga. Os cálculos que são formados inicialmente na bexiga são maiores, secundários a algum processo de obstrução urinária, como hiperplasia prostática benigna, estenose de uretra secundária ao trauma; tudo isso ocasiona obstrução urinária com elevado resíduo de urina na bexiga, o qual acaba sedimentando e precipitando cristais o São cálculos bastante sintomáticos o Deve-se remover o cálculo e resolver o problema da obstrução, senão serão formados novos cálculos Cálculo na uretra: causa retenção urinária aguda; algumas vezes palpáveis o Mais comum em homens, no meato uretral; na mulher, por ter uma uretra mais curta, geralmente não acontece Cálculos coraliformes: moldam toda a via excretora o Completos – molda toda a pelve renal o Incompletos – atinge só alguns cálices o Tratamento difícil o Pode levar a insuficiência renal EXAMES EAS: hematúria em 85% dos casos Rx simples de abdômen: permite identificação dos cálculos em até 70% das vezes o Falhas: cálculos radiotransparentes, gases intestinais, estruturas ósseas, flebolitos, cálculo no ureter coberto por apófise transversa das vertebras USG: visualiza cálculos renais acima de 3 mm o Visualiza com clareza o rim e a bexiga, mas não é um bom método para avaliar ureter o Consegue identificar cálculos na junção ureterovesical e pieloureteral o Cálculos renais – sinal patognomônico é a sombra acústica posterior, hiperecogênica o Visualização de dilatação pielocalical na presença de obstrução urinaria – sinal indireto de obstrução; cálculo descendo com pelo ureter, não é uma obstrução total Urografia excretora: raio x que utiliza contraste endovenoso o Desenha toda a via excretora o Permite avaliar a função renal, trajeto ureteral e o ponto de obstrução, geralmente com uma dilatação para cima TC: padrão ouro, na fase sem contrate, permite a identificação de cálculos urinários em 98% dos casos em qualquer topografia o Unidade de Hounsfield permite avaliar a densidade do cálculo – quando mais denso maior a unidade, mais difícil de fragmentar RM: utilizado em mulheres grávidas que não podem fazer a TC Perfil bioquímico simplificado – tem o objetivo de identificar as causas nas recorrências o Dosagem sanguínea de ureia, creatinina – avaliar função renal, cálcio, hipercalcemia de paratireoide e ácido úrico o Colhe 2 amostras de urina 24h: avalia a urina tipo 1 (EAS), dosagem de oxalato, citrato, sódio, cálcio e ácido úrico. Com isso consegue-se traçar a origem do problema e o definir o tratamento o Análise qualitativa do cálculo e análise cristalográfica (quando se consegue capturar a pedra) PREVENÇÃO Medidas gerais: o Estimular ingesta hídrica 2 a 3 litros por dia o Atividade física regular o Diminuir o consumo de proteínas, sobretudo carne vermelha e sal – aumenta a excreção de oxalato que é um forte agregante de cristais o Cálcio não é o vilão, a não ser que se tenha um hiperconsumo de cálcio Consequências da dieta rica em sódio: o Aumenta a excreção de cálcio, diminui o pH urinário e diminui a excreção de citrato (protetor) o Favorecem a formação de cristais de oxalato de cálcio o Diminuição da ingestão de sódio na dieta reduz a recorrência de cálculos urinários TRATAMENTO CLÍNICO DA CÓLICA NEFRÉTICA Hidratação oral ou parenteral – os pacientes estão desidratados pelo vômito o Cuidado com a hiperhidradatação, que aumenta a dor Antiemético Analgésico – começar com os mais simples Antiinflamatórios o Cuidado: podem causar dano na função renal, mas na crise de dor são muito eficientes, pois inibem a prostaglandina, que é um estimulante da dor Antiespasmódico – escopolamina (Buscopan) o Diminui espasmo das musculaturas lisas (ureter fica tentando expelir o cálculo), mas não age diretamente na dor Opiáceo – derivados de morfina Terapia expulsiva o Alfa bloqueador o Bloqueador de canal de cálcio OBS: Como saber se o cálculo vai ser expelido espontaneamente ou não? Depende do quadro clínico: muita dor, dor intratável, em um paciente piloto de avião, por exemplo, trata para não ter uma crise voando; outros fatores que influenciam são pielonefrite obstrutiva, presença de infecção, febre, calafrio, rim único, o tamanho da pedra e localização do cálculo. Cálculos de 2 mm são eliminados espontaneamente a curto prazo; cálculos de 4-6mm já demoram mais TRATAMENTO CLÍNICO Cálculos de cálcio o Citrato de potássio (Litocit) 1-3g/d – impedir recorrência ou crescimento o Cálcio sérico elevador (reabsortiva) – corrigir hiperparatireoidismo acima de 11 o Hipercalciúria renal: diuréticos tiazídicos – hidroclorotiazida 12,5-50 mg/dia ▪ Em casos em que o cálcio sanguíneo está normal, mas há muito cálcio na urina o Hipercalciúria absortiva: fosfato de celulose (Calcibind R), farelo de arroz 5-15 mg/dia ▪ Cálcio sanguíneo normal, na urina normal, mas absorve muito cálcio → diminui a ingesta e usa um miquelante de cálcio Cálculos de ácido úrico o Alcalinização urinária com bicarbonato de sódio ou citrato de potássio (LItocit) o Alopurinol 100-300mg/d nos casos de hiperuricemia o Tentativa de dissolução do cálculo Cálculos infecciosos Proteus mirabillis o Remoção do cálculo o Antibioticoterapia o Promoção da acidificação urinária Cálculos de cistina o D-penicilamina (Cuprimine) 1 a 2 g/d o Precisam de mais monitoramento TRATAMENTO INTERVENCIONISTA Depende da: o Dor o Tamanho o Obstrução urinária o Infecção o Tipo do cálculo (ácido úrico consegue dissolver) Opções de tratamento: o LECO (litotripsia extracorpórea) – utilizada para cálculos renais pequenos menores de 15 mm, com onda eletro hidráulica que fragmenta a pedra; não é um laser, é onda eletromagnética o Nefrolitotripsia endoscópica percutânea o Ureterolitotripsia endoscópica semi-rígida ou flexível ▪ Utilizada quando o cálculo está preso no ureter o Cirurgia aberta ▪ Feita mais raramente o Laparoscópica o Robótica o Cálculos < 0,5 cm – geralmente tratamento clínico o Cálculos > 0,5 e 2 cm – cirurgia percutânea (trocater pela bainha de Amplatz guiado por rx ou tomografia), uretero flexível, videocirurgia, cirurgia aberta Cirurgia percutânea – indicações o Falha na LECO o Cálculos grandes o Cálculos múltiplos o Cálculos associados a obstrução o Cálculos coraliformes o Cálculos em rim com anomalias, como rim em ferradura o Cálice inferior com dilatação o Em determinadas profissões Ureteroscopia – entra com cistoscópio, identifica o meato ureteral, passa o fio guia, sobe com o ureteroscópio semi-rígido ou flexivél (que chega até o rim) e identifica a pedra com a pinça de Basket. O laser é a fonte de fragmentação; fragmenta-se e remove-se a pedra. Algumas vezes deixa-se o cateter duplo J, que enrola na bexiga e na pelve renal, afim de desobstruir a via urinária, uma vez que o cálculo impactado causa uma inflamação que posteriormente pode causar uma estenose.

Use Quizgecko on...
Browser
Browser