Litíase Renal
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Questions and Answers

Qual é a terceira afecção mais comum em Urologia?

Litíase renal

Qual é a prevalência da litíase renal?

2 a 3%

Qual destes fatores aumenta o risco de formação de cálculos renais? (Selecione todas as opções corretas)

  • Baixo consumo de líquidos (correct)
  • Hiperuricosúria (correct)
  • Desidratação (correct)
  • Hipercalciúria (correct)

Quais são os principais tipos de cálculos renais?

<p>Cálcio, ácido úrico, fosfato de magnésio e amônia, cistina.</p> Signup and view all the answers

A litíase renal afeta mais homens do que mulheres.

<p>True (A)</p> Signup and view all the answers

O que é hipercalciúria?

<p>Aumento da excreção de cálcio na urina.</p> Signup and view all the answers

Corresponda os tipos de cálculos renais às suas características:

<p>Cálcio = 80% dos cálculos, geralmente radiopacos Ácido úrico = 10% a 20%, radiotransparentes Fosfato de magnésio e amônia = 5%, cálculos coraliformes Cistina = 5%, doença autossômica recessiva</p> Signup and view all the answers

Qual a principal complicação causada por cálculos renais?

<p>Cólica renal.</p> Signup and view all the answers

Quais exames são utilizados para diagnosticar cálculos renais? (Selecione todas as opções corretas)

<p>Anamnese (A), Rx simples de abdômen (B), USG (C), TC (D)</p> Signup and view all the answers

A ingestão hídrica deve ser estimulada em ______ a _____ litros por dia.

<p>2 a 3</p> Signup and view all the answers

Qual é o tratamento clínico inicial recomendado para a cólica nefrética?

<p>Hidratação oral ou parenteral.</p> Signup and view all the answers

Qual das seguintes opções representa um promotor da litogênese?

<p>Hipercalciúria (D)</p> Signup and view all the answers

Qual é a característica dos cálculos de ácido úrico?

<p>Podem ser dissolvidos com medicação (D)</p> Signup and view all the answers

Qual é uma das consequências de beber líquido demais para previnir a formação de cálculos?

<p>Diluição dos inibidores da calculose (D)</p> Signup and view all the answers

Qual é a consequência da obstrução urinária causada por cálculos renais se não for tratada?

<p>Formação de novos cálculos (D)</p> Signup and view all the answers

Qual dos seguintes tipos de hipercalciúria é mais raro e pode estar associado a um defeito na paratireoide?

<p>Hipercalciúria reabsortiva (B)</p> Signup and view all the answers

Qual é a principal limitação da ultrassonografia na avaliação de cálculos renais?

<p>Incapacidade de identificar cálculos no ureter (D)</p> Signup and view all the answers

Qual é a principal forma de tratamento para cálculos de cálcio?

<p>Inibição da formação de novos cálculos (B)</p> Signup and view all the answers

Qual exame é considerado o padrão ouro para identificação de cálculos urinários?

<p>Tomografia computadorizada (TC) (C)</p> Signup and view all the answers

A que tipo de cálculo renal se refere àqueles que moldam toda a via excretora?

<p>Cálculos coraliformes (D)</p> Signup and view all the answers

Qual dos seguintes exames consegue identificar cálculos renais acima de 3 mm?

<p>Ultrassonografia (C)</p> Signup and view all the answers

Quais características são verdadeiras sobre os cálculos coraliformes?

<p>Ocorrem principalmente em pacientes com infecção urinária causada por bactérias produtórias de urease. (D)</p> Signup and view all the answers

Qual é uma característica dos cálculos de cistina?

<p>São radiopacos e podem levar a insuficiência renal. (B)</p> Signup and view all the answers

Qual dos seguintes fatores não contribui para a formação de cálculos renais?

<p>Hidratação adequada com consumo hídrico elevado. (A)</p> Signup and view all the answers

Como se caracteriza a dor da cólica renal?

<p>É intermitente, intensa e pode acompanhar náusea e hipotensão. (C)</p> Signup and view all the answers

Qual método é crucial para o diagnóstico de cálculos renais?

<p>Exame físico e palpações específicas. (A)</p> Signup and view all the answers

Qual é a principal característica dos cálculos coraliformes?

<p>Ocupam a via excretora, como cálices e pelve. (D)</p> Signup and view all the answers

Em relação à cistina, qual alternativa é verdadeira?

<p>Pode evoluir para insuficiência renal. (B)</p> Signup and view all the answers

Qual das opções abaixo descreve corretamente a dor associada à cólica renal?

<p>É intensa, intermitente e pode ser acompanhada de náusea. (B)</p> Signup and view all the answers

Qual é a consequência do aumento do pH da urina devido à ação da urease?

<p>Facilidade na formação de cálculos coraliformes. (A)</p> Signup and view all the answers

Quais são os cálculos associados ao uso de antirretrovirais em pacientes HIV positivos?

<p>Cálculos de indinavir. (D)</p> Signup and view all the answers

Qual das seguintes opções representa um fator que pode contribuir para a hipercalciúria tipo absortiva?

<p>Aumento da absorção intestinal de cálcio (B)</p> Signup and view all the answers

Qual é a principal característica dos cálculos de ácido úrico em relação ao pH da urina?

<p>Se precipitam em urina ácida (B)</p> Signup and view all the answers

Qual dos seguintes inibidores da calculose atua promovendo uma 'lavagem mecânica' no trato urinário?

<p>Cinética urinária (B)</p> Signup and view all the answers

Quais tipos de cálculos são considerados radiopacos e podem ser visualizados em exames de raio-X?

<p>Cálculos de cálcio (B)</p> Signup and view all the answers

Qual é a consequência de uma obstrução no trato urinário em relação à formação de cálculos?

<p>Acúmulo de cristais na urina (D)</p> Signup and view all the answers

Study Notes

Epidemiologia

  • A litíase renal é a terceira afecção mais comum em urologia, atrás apenas das infecções urinárias e doenças prostáticas em homens.
  • É um problema de saúde pública que afeta pessoas jovens.
  • Causa dor, danos à função renal e aumenta o risco de infecção do trato urinário.
  • Acomete 2 a 3% da população, com uma incidência de 10 a 15%.
  • É uma doença recorrente, com taxas de 10% em 1 ano, 35% em 5 anos e 50% em 10 anos.
  • A maior incidência ocorre entre 25 e 60 anos.
  • Homens são mais acometidos que mulheres, na proporção de 2:1.
  • Pode haver predisposição familiar.
  • Não há relação com cálculos de vesícula biliar.

Etiologia

  • A maioria dos cálculos é composta por oxalato de cálcio, fosfato de cálcio, ácido úrico, fosfato de magnésio e amônia.
  • A matriz do cálculo, composta por proteínas ou carboidratos, serve como núcleo para a agregação de cristais.
  • A formação do cálculo ocorre por meio de nucleação, crescimento e agregação.
  • A concentração de soluto e a quantidade de solvente na urina influenciam a formação dos cálculos.
  • A hipercalciúria, hiperuricosúria, hiperoxalúria e cistinúria são promotores da litogênese.
  • A cinética urinária, citrato de magnésio, glicosaminoglicanos, alterações do pH urinário e proteína de Tamm Horsfall são inibidores da formação de cálculos.

Tipos de Cálculos

  • Cálculos de cálcio (80%): são radiopacos e podem ser causados por hipercalciúria absortiva, hipercalciúria renal, hipercalciúria reabsortiva e hipercalciúria idiopática.
  • Cálculos de ácido úrico (10-20%): são radiotransparentes, causados por hiperuricosúria e precipitação em urina ácida. Podem ser dissolvidos com alcalinização urinária.
  • Cálculos infecciosos (5%): também conhecidos como cálculos de estruvita, são coraliformes, preenchem a via excretória e são radiotransparentes. Associados à infecção do trato urinário por bactérias produtoras de urease (ex: Proteus mirabilis).
  • Outros tipos (5%): incluem cálculos de cistina (doença autossômica recessiva, radiopacos) e cálculos de indinavir (associados ao uso de antirretrovirais).

Quadro Clínico

  • Depende da localização do cálculo.
  • Cálculos renais pequenos e fixos podem ser assintomáticos.
  • A migração do cálculo pelo ureter causa cólica renal.
  • Os cálculos renais maiores de 3mm são visíveis na USG.
  • Cálculos no ureter causam cólica renal intensa com irradiação para a região abdominal anterior e genitália.
  • Cálculos na bexiga são geralmente infecciosos e causam obstrução infravesical, hematúria, disúria e polaciúria.
  • Cálculos na uretra causam retenção urinária aguda.
  • Cálculos coraliformes moldam toda a via excretora.

Exames

  • EAS (Exame de Urina): detecta hematúria em 85% dos casos.
  • RX simples de abdômen: permite identificar cálculos em até 70% dos casos.
  • USG: visualiza cálculos renais maiores de 3mm.
  • Urografia excretora: utiliza contraste endovenoso para visualizar a via excretora e avaliar a função renal.
  • TC: método padrão ouro para diagnosticar cálculos, com detecção em 98% dos casos.
  • RM: utilizada em mulheres grávidas que não podem realizar TC.
  • Perfil bioquímico simplificado: avalia a função renal, cálcio, ácido úrico e outros parâmetros para investigar a causa de recorrências.

Prevenção

  • Estimular a ingesta hídrica (2-3 litros por dia).
  • Atividade física regular.
  • Diminuir o consumo de proteínas, especialmente carne vermelha e sal.
  • Ingerir cálcio em quantidades adequadas, evitando o hiperconsumo.
  • Reduzir a ingestão de sódio na dieta, pois diminui a excreção de citrato (protetor) e aumenta a excreção de cálcio.

Tratamento Clínico da Cólica Nefrética

  • Hidratação oral ou parenteral (cuidado com a hiperhidratação).
  • Antieméticos para náuseas e vômitos.
  • Analgésicos para aliviar a dor.
  • Antiinflamatórios (com cautela em relação à função renal).
  • Antiespasmódicos (Buscopan) para reduzir espasmos do ureter.
  • Opiáceos para dor intensa.
  • Terapia expulsiva com alfa bloqueador e bloqueador de canal de cálcio.

Tratamento Clínico da Litíase Renal

  • Cálculos de cálcio: citrato de potássio (Litocit), tiazídicos (hidroclorotiazida) e fosfato de celulose (Calcibind R).
  • Cálculos de ácido úrico: alcalinização urinária com bicarbonato de sódio ou citrato de potássio (Litocit) e alopurinol.
  • Cálculos infecciosos: remoção do cálculo, antibioticoterapia e promoção da acidificação urinária.
  • Cálculos de cistina: D-penicilamina (Cuprimine).

Tratamento Intervencionista

  • Depende da dor, tamanho do cálculo, obstrução urinária, infecção e tipo do cálculo.
  • Opções: LECO (litotripsia extracorpórea), nefrolitotripsia endoscópica percutânea, ureterolitotripsia endoscópica e cirurgia aberta, laparoscópica ou robótica.
  • Cirurgia percutânea indicada em casos de falha na LECO, cálculos grandes, múltiplos, associados a obstrução ou coraliformes.
  • Ureteroscopia: utiliza-se um cistoscópio para acessar o ureter, fragmentar o cálculo com laser e removê-lo.
  • Cateter duplo J: utilizado para desobstruir a via urinária após fragmentação do cálculo.

Formação do Cálculo

  • A formação de cálculos é influenciada pela concentração de soluto e solvente na urina.
  • Quanto maior a quantidade de soluto e menor a quantidade de solvente, maior a chance de precipitação e formação de cálculo.
  • Beber bastante líquido dilui os cristais, reduzindo a chance de formação de cálculos, mas o excesso de líquido pode diluir os inibidores da calculose.

Fatores que Influenciam a Formação de Cálculos (Litogênese)

  • Promotores:

    • Hipercalciúria: aumento da excreção de cálcio na urina.
    • Hiperuricosúria: aumento da excreção de ácido úrico na urina.
    • Hiperoxalúria: aumento da excreção de oxalato na urina.
    • Cistinúria: doença autossômica recessiva que causa excreção de cistina na urina, geralmente levando à formação de cálculos em crianças.
  • Inibidores:

    • Cinética urinária:
      • Um trânsito urinário desobstruído funciona como uma lavagem mecânica, prevenindo a formação de cálculos.
      • Obstruções no trato urinário podem levar à sedimentação e formação de cálculos.
    • Citrato de magnésio: inibe a formação de cristais.
    • Glicosaminoglicanos: inibem a formação de cristais.
    • Alteração do pH urinário:
      • Alterações no pH da urina podem influenciar a solubilidade de diferentes tipos de cristais.
    • Proteína de Tamm Horsfall: inibe a formação de cristais.

Tipos de Cálculos

  • Cálcio (80%):

    • Hipercalciúria tipo absortiva: o intestino absorve muito cálcio.
    • Hipercalciúria tipo renal: os rins excretam muito cálcio.
    • Hipercalciúria reabsortiva: rara, ocorre devido a defeitos na paratireoide, levando à hiperexcreção de paratormônio e reabsorção de cálcio dos ossos.
    • Hipercalciúria idiopática: causa desconhecida.
    • Radiopacos: visíveis em raio-x.
      • Cerca de 70% dos cálculos são radiopacos.
  • Ácido Úrico (10% a 20%):

    • Hiperuricosúria: excreção excessiva de ácido úrico, levando à precipitação de cristais em urina ácida.
    • Radiotransparentes: não visíveis em raio-x.
    • A alcalinização da urina pode dissolver cálculos de ácido úrico (único tipo que pode ser dissolvido por medicamentos).
  • Fosfato de magnésio e amônia, estruvita ou cálculo infeccioso (5%):

    • Cálculos coraliformes: moldam a via excretora.
    • Cálculos infecciosos: causados por bactérias produtoras de urease (ex: Proteus mirabilis).
    • A urease converte ureia em amônia, alcalinizando a urina e favorecendo a precipitação de cristais.
    • Cálculos de baixa densidade, porosos e pouco visíveis em raio-x.
  • Outros tipos (5%):

    • Cistina:

      • Cálculo raro.
      • Doença autossômica recessiva que se manifesta na infância e pode causar insuficiência renal.
      • Radiopacos.
      • Investigar em crianças com cálculo urinário, pois pode causar danos renais graves.
      • Difícil tratamento, com medicamentos que podem ter efeitos colaterais importantes.
      • Requere acompanhamento com nefrologista.
    • Indinavir:

      • Derivado do uso de antirretrovirais em pacientes com HIV+.
      • Comum em pacientes em tratamento com antirretrovirais.
      • Radiotransparentes.

Quadro Clínico

  • Depende da localização do cálculo:

    • Cálculos pequenos e fixos no rim: podem ser assintomáticos.
    • Cálculos que migram pelo ureter causam cólica renal.
  • Diagnóstico:

    • Anamnese: história clínica do paciente.
    • Exame físico: palpação do paciente.
      • Sinal de Giordano geralmente é positivo em crises de cólica renal.
    • Exames complementares laboratoriais e de imagem: definem a presença, tamanho, localização do cálculo e guiam o tratamento.
  • Cólica:

    • Renal/ureteral: dor intensa, intermitente, em ondas, associada a náusea, vômito e hipotensão.
    • Intestinal: dor menos intensa, mas também em ondas.
    • Biliar: dor menos intensa e contínua.
  • Via excretora: cálices menores → cálices maiores → pelve → ureter → bexiga → uretra.

  • Hematúria: macro ou microscópica em até 80% dos casos.

  • Cálculo Renal: frequentemente assintomáticos.

    • Cálculos na bexiga são maiores, geralmente secundários a obstruções urinárias como hiperplasia prostática benigna ou estenose uretral.
    • Causam sintomas e devem ser removidos, assim como a obstrução para evitar a formação de novos cálculos.
  • Cálculo na uretra: causa retenção urinária aguda.

    • Mais comum em homens, no meato uretral.
  • Cálculos coraliformes: moldam a via excretora:

    • Completos: moldam toda a pelve renal.
    • Incompletos: afetam alguns cálices.
    • Tratamento difícil.
    • Podem levar à insuficiência renal.

Exames

  • EAS (Exame de Urina): hematúria em 85% dos casos.

  • Rx simples de abdome: identifica cálculos em até 70% dos casos, mas pode falhar em alguns:

    • Cálculos radiotransparentes.
    • Gases intestinais.
    • Estruturas ósseas.
    • Flebolitos.
    • Cálculos no ureter cobertos por apófise transversas das vértebras.
  • Ultrassonografia (USG): visualiza cálculos renais acima de 3 mm.

    • Visualiza bem os rins e a bexiga, mas não é bom para avaliar o ureter.
    • Identifica cálculos na junção ureterovesical e pieloureteral.
    • Sinal patognomônico de cálculo renal: sombra acústica posterior, hiperecogênica.
    • Dilatação pielocalical na presença de obstrução urinária: sinal indireto de obstrução.
  • Urografia excretora: raio-x com contraste endovenoso.

    • Desenha toda a via excretora.
    • Avalia a função renal, trajeto ureteral e ponto de obstrução (geralmente com dilatação próxima à obstrução).
  • Tomografia computadorizada (TC): padrão ouro, identifica cálculos urinários em 98% dos casos, em qualquer topografia.

    • A unidade de Hounsfield avalia a densidade do cálculo: quanto mais densa, mais difícil de fragmentar.
  • Ressonância magnética (RM): usada em mulheres grávidas que não podem fazer TC.

  • Perfil bioquímico simplificado: identifica causas de recorrências:

    • Dosagem sanguínea de ureia, creatinina (função renal), cálcio (hipercalcemia de paratireoide), e ácido úrico.
    • 2 amostras de urina de 24h: EAS, dosagem de oxalato, citrato, sódio, cálcio e ácido úrico.
    • Permite definir a origem do problema e o tratamento.
    • Análise qualitativa e cristalográfica do cálculo (quando ele é removido).

Prevenção

  • Medidas gerais:

    • Ingestão hídrica de 2 a 3 litros por dia.
    • Atividade física regular.
    • Consumo moderado de proteínas, principalmente carne vermelha e sal.
    • O cálcio não é o vilão, a menos que haja consumo excessivo.
  • Consequências da dieta rica em sódio:

    • Aumenta a excreção de cálcio.
    • Diminui o pH urinário.
    • Diminui a excreção de citrato (protetor).
    • Favorece a formação de cristais de oxalato de cálcio.
    • Diminuição da ingestão de sódio na dieta reduz a recorrência de cálculos urinários.

Tratamento clínico da Cólica Nefrética

  • Hidratação oral ou parenteral: os pacientes estão desidratados pelo vômito.

    • Cuidado com a hiperhidratação, que aumenta a dor.
  • Antiemético: para náuseas e vômitos

  • Analgésico: iniciar com os mais simples.

  • Antiinflamatórios:

    • Cuidado: podem causar danos renais, mas são eficientes na crise de dor.
    • Inibem as prostaglandinas, que estimulam a dor.
  • Antiespasmódico: escopolamina (Buscopan).

    • Diminui o espasmo da musculatura lisa do ureter, mas não age diretamente na dor.
  • Opiáceo: derivados de morfina.

  • Terapia expulsiva:

    • Alfa bloqueador.
    • Bloqueador de canal de cálcio.
  • Fatores que influenciam a expulsão espontânea do cálculo:

    • Intensidade da dor.
    • Pielonefrite obstrutiva.
    • Presença de infecção, febre, calafrios.
    • Rim único.
    • Tamanho e localização do cálculo.
      • Cálculos < 2 mm são eliminados espontaneamente em curto prazo.
      • Cálculos de 4-6 mm demoram mais.

Tratamento Clínico

  • Cálculos de cálcio:

    • Citrato de potássio (Litocit) 1-3g/d: impede a recorrência ou crescimento do cálculo.
    • Hipercalcemia sérica (reabsortiva): corrigir hiperparatireoidismo acima de 11mg/dl.
    • Hipercalciúria renal: diuréticos tiazídicos - hidroclorotiazida 12,5-50mg/dia (cálcio sanguíneo normal, mas alto na urina).
    • Hipercalciúria absortiva: fosfato de celulose (Calcibind R), farelo de arroz 5-15mg/dia (cálcio sanguíneo e na urina normais, mas com alta absorção).
  • Cálculos de ácido úrico:

    • Alcalinização urinária com bicarbonato de sódio ou citrato de potássio (Litocit).
    • Alopurinol 100-300mg/d em casos de hiperuricemia.
    • Tentativa de dissolução do cálculo.
  • Cálculos infecciosos:

    • Remoção do cálculo.
    • Antibioticoterapia.
    • Promoção da acidificação urinária.
  • Cálculos de cistina:

    • D-penicilamina (Cuprimine) 1 a 2 g/d.
    • **Monitoramento rigoroso.

Tratamento Intervencionista

  • Depende de:

    • Dor.
    • Tamanho.
    • Obstrução urinária.
    • Infecção.
    • Tipo do cálculo.
  • Opções de tratamento:

    • LECO (litotripsia extracorpórea):

      • Cálculos renais menores que 15 mm.
      • Fragmenta a pedra com ondas eletro-hidráulicas.
      • Não é um laser, mas ondas eletromagnéticas.
    • Nefrolitotripsia endoscópica percutânea:

      • Acessa o rim através de um trocar.
      • Fragmenta a pedra com diversos métodos:
        • Laser.
        • Ultrassom.
        • Eletro-hidráulico.
    • Ureterolitotripsia endoscópica semi-rígida ou flexível:

      • Usada quando o cálculo está preso no ureter.
      • Remove ou fragmenta o cálculo com instrumentos próprios.
    • Cirurgia aberta:

      • Raramente usada.
      • Remoção do cálculo por incisão.
    • Laparoscópica:

      • Realizada por videolaparoscopia.
      • Remoção do cálculo com menor invasão.
    • Robótica:

      • Utilizada para procedimentos complexos, como nefrolitotripsia.
      • Permite maior precisão e controle.
  • Cálculos < 0,5 cm: geralmente tratamento clínico.

  • Cálculos > 0,5 cm e < 2 cm: cirurgia percutânea (trocater pela bainha de Amplatz guiada por raio-x ou tomografia), uretero flexível, videocirurgia ou cirurgia aberta.

  • Cirurgia percutânea, indicações:

    • Falha na LECO.
    • Cálculos grandes.
    • Cálculos múltiplos.
    • Cálculos associados a obstrução.
    • Cálculos coraliformes.
    • Cálculos em rins com anomalias (ex: rim em ferradura).
    • Cálculo no cálice inferior com dilatação.
    • Em determinadas profissões
  • Ureteroscopia:

    • Cistoscópio é inserido na uretra.
    • Identifica o meato ureteral e introduz um fio guia.
    • Ureteroscópio semi-rígido ou flexível é passado pelo fio guia até o rim.
    • Pinça de Basket é utilizada para remover o cálculo.

Formação dos Cálculos

  • A concentração do soluto na urina influencia na formação de cálculos:
    • Maior quantidade de soluto e menor количество de solvente aumentam a probabilidade de precipitação e formação de cálculos.
    • Ingerir líquidos em quantidades adequadas dilui os cristais, reduzindo a chance de cálculos.
    • Beber líquidos em excesso, porém, pode diluir inibidores da formação de cálculos.
  • Fatores que contribuem para a formação de cálculos, conhecidos como "promotores da litogênese":
    • Hipercalciúria (aumento da excreção de cálcio na urina).
    • Hiperuricosúria (aumento da excreção de ácido úrico na urina).
    • Hiperoxalúria.
    • Cistinúria (doença autossômica recessiva que geralmente causa cálculos em crianças).
  • Fatores que impedem a formação de cálculos renals, conhecidos como "inibidores da calculose":
    • Cinética urinária: o fluxo urinário regular funciona como uma “lavagem mecânica”, evitando a sedimentação de cristais. Obstrução no trato urinário facilita a formação de cálculos.
    • Citrato de magnésio: alguns medicamentos à base de citratos inibem a formação de cristais.
    • Glicosaminoglicanos.
    • Alteração do pH urinário.
    • Proteína de Tamm Horsfall.

Tipos de Cálculos

  • Cálculos de cálcio: representam 80% dos casos.
    • Hipercalciúria tipo absortiva: o intestino absorve muito cálcio.
    • Hipercalciúria tipo renal: o rim excreta muito cálcio.
    • Hipercalciúria reabsortiva: mais rara, associada a defeitos na paratireoide, levando a hiperexcreção de paratormônio, causando reabsorção excessiva de cálcio dos ossos.
    • Hipercalciúria idiopática.
    • São cálculos radiopacos, visíveis em raio-x em cerca de 70% dos casos.
  • Cálculos de ácido úrico: representam 10% a 20% dos casos, com maior prevalência na região Amazônica.
    • Hiperuricosúria (hiperexcreção de ácido úrico) com precipitação dos cristais em urina ácida.
    • São radiotransparentes, não visíveis em raio-x.
    • A alcalinização da urina pode dissolver cálculos de ácido úrico, sendo o único tipo de cálculo que pode ser dissolvido com medicação.
  • Fosfato de magnésio e amônia, estruvita ou cálculo infeccioso: representam 5% dos casos.
    • Cálculos coraliformes.
    • Ocupam a via excretora: cálices e pelve.
    • São cálculos infecciosos.
    • Causados por bactérias produtoras de urease (ex: Proteus mirabilis).
      • A urease converte ureia em amônia, alcalinizando a urina.
    • Urina alcalina aumenta a precipitação deste tipo de cristal.
    • Baixa densidade e porosos, dificultando a visualização em raio-x.
  • Outros tipos: representam 5% dos casos.
    • Cistina:
      • Cálculo raro.
      • Doença autossômica recessiva que se manifesta na infância e pode levar à insuficiência renal.
      • São radiopacos.
      • Toda criança com cálculo urinário deve ser investigada, pois pode levar a danos renais.
      • Tratamento difícil com efeitos colaterais importantes.
      • Requer acompanhamento com nefrologista.
    • Indinavir:
      • Derivados do uso de antirretrovirais em pacientes com HIV+.
      • Comum em pacientes em tratamento antirretroviral.
      • São radiotransparentes.

Quadro Clínico

  • Depende da localização do cálculo.
    • Cálculo pequeno e parado no rim: pode ser assintomático.
    • Cálculo migrando pelo ureter: causa cólica renal.
  • Diagnóstico:
    • Anamnese.
    • Exame físico: geralmente pobre, mas a palpação é importante. Sinal de Giordano positivo em crise de cólica renal.
    • Exames complementares laboratoriais e de imagem: importantes para confirmar a presença de cálculo, determinar seu tamanho, localização e auxiliar na escolha do tratamento.
  • Cólica:
    • Renal/ureteral: dor intensa, intermitente, em surtos, associada a náusea, vômito e hipotensão.
    • Intestinal: mais fraca, mas em surtos.
    • Biliar: menos intensa e contínua.
  • A via excretora é uma unidade: cálices menores → cálices maiores → pelve → ureter → bexiga → uretra.
  • Hematúria macro ou microscópica em até 80% dos indivíduos.
  • Cálculo renal: normalmente assintomático. Causa dor quando obstrui a junção pieloureteral ou infundibulocalicial, hematúria, pielonefrite obstrutiva e insuficiência renal.
    • Cálculos pequenos e parados nos cálices são assintomáticos, a menos que impactem o infundíbulo, causando dor leve localizada.
    • A dor se intensifica quando o cálculo impacta no ureter.
    • Cálculos renais acima de 3mm podem ser visualizados em ultrassom, mas a tomografia computadorizada é o padrão ouro para diagnóstico.
  • Cálculo no ureter: causa cólica renal, irradiando para a região abdominal anterior e genitália, náuseas e vômitos, hematúria e polaciúria.
    • O ureter é fino, com 4mm de diâmetro e 20 a 30 cm de comprimento, retroperitonial, com três pontos de estreitamento: junção pieloureteral, cruzamento dos vasos ilíacos e junção ureterovesical. Cálculos costumam impactar nestes pontos.
    • Cólica renal forte com irradiação para região abdominal anterior, podendo atingir a região genital, testículo e vulva.
    • Diagnóstico diferencial com cólica biliar, cólica pancreática, afecções do estômago, outras afecções renais e cólica intestinal, levando em consideração a localização da dor e suas irradiações.
  • Cálculo na bexiga: geralmente infeccioso, secundário a obstrução infravesical com resíduo pós-miccional elevado, levando a interrupção súbita do jato urinário, hematúria, disúria e polaciúria.
    • Fisiopatologia diferente dos cálculos formados no rim que descem para a bexiga.
    • Cálculos formados na bexiga são maiores, geralmente secundários à obstrução urinária, como hiperplasia prostática benigna, estenose uretral, resultando em resíduo urinário na bexiga, que sedimenta e precipita cristais.
    • São cálculos sintomáticos.
    • É necessário remover o cálculo e tratar a obstrução para evitar a formação de novos cálculos.
  • Cálculo na uretra: causa retenção urinária aguda, algumas vezes palpável.
    • Mais comum em homens, no meato uretral. É raro em mulheres devido à uretra mais curta.
  • Cálculos coraliformes: moldam toda a via excretora.
    • Completos: moldam toda a pelve renal.
    • Incompletos: atingem apenas alguns cálices.
    • Tratamento desafiador.
    • Pode levar a insuficiência renal.

Exames

  • EAS: hematúria em 85% dos casos.
  • Raio-x simples de abdome: identifica cálculos em até 70% dos casos.
    • Limitado para cálculos radiotransparentes, pela presença de gases intestinais, estruturas ósseas, flebolitos e cálculos no ureter coberto por apófise transversa das vértebras.
  • Ultrassom: visualiza cálculos renais acima de 3mm.
    • Permite visualizar o rim e a bexiga com clareza, mas não o ureter com a mesma precisão.
    • Identifica cálculos na junção ureterovesical e pieloureteral.
    • Cálculos renais: sombra acústica posterior hiperecogênica (sinal patognomônico).
    • Dilatação pielocalicial (sinal indireto de obstrução).
  • Urografia excretora: utiliza contraste endovenoso.
    • Desenha toda a via excretora.
    • Avalia a função renal, trajeto ureteral e o ponto de obstrução, geralmente com dilatação acima do ponto de obstrução..
  • Tomografia computadorizada (TC): padrão ouro, na fase sem contraste, identifica cálculos urinários em 98% dos casos.
    • Unidades de Hounsfield permitem avaliar a densidade do cálculo: quanto mais denso, maior a unidade e mais difícil de fragmentar.
  • Ressonância magnética (RM): utilizada para mulheres grávidas que não podem realizar TC.
  • Perfil bioquímico simplificado: identifica causas de recorrência.
    • Dosagem sanguínea de ureia, creatinina (avaliação da função renal), cálcio, hipercalcemia de paratireoide e ácido úrico.
    • Coleta de duas amostras de urina de 24h: avaliação da urina tipo 1 (EAS), dosagem de oxalato, citrato, sódio, cálcio e ácido úrico. Cálculos de 2mm são eliminados espontaneamente a curto prazo, enquanto cálculos de 4-6mm demoram mais.

Tratamento Clínico

  • Cálculos de cálcio:
    • Citrato de potássio (Litocit) 1-3g/d: impede a recorrência ou crescimento.
    • Cálcio sérico elevado (reabsortiva): corrigir hiperparatireoidismo acima de 11.
    • Hipercalciúria renal: diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida 12,5-50 mg/dia).
      • Cálcio sanguíneo normal, mas alto na urina.
    • Hipercalciúria absortiva: fosfato de celulose (Calcibind R), farelo de arroz (5-15 mg/dia).
      • Cálcio sanguíneo e urinário normais, mas absorve muito cálcio. Diminuir a ingestão e usar quelantes de cálcio.
  • Cálculos de ácido úrico:
    • Alcalinização urinária com bicarbonato de sódio ou citrato de potássio (Litocit).
    • Alopurinol 100-300mg/d em casos de hiperuricemia.
    • Tentativa de dissolução do cálculo.
  • Cálculos infecciosos:
    • Remoção do cálculo.
    • Antibioticoterapia.
    • Promoção da acidificação urinária.
  • Cálculos de cistina:
    • D-penicilamina (Cuprimine) 1 a 2 g/d.
    • Requer monitoramento rigoroso.

Tratamento Intervencionista

  • Depende da:
    • Dor.
    • Tamanho.
    • Obstrução urinária.
    • Infecção.
    • Tipo de cálculo: ácido úrico pode ser dissolvido.
  • Opções de tratamento:
    • LECO (litotripsia extracorpórea): utilizada para cálculos renais pequenos (menores que 15mm), com onda eletro-hidráulica que fragmenta a pedra. Não é um laser, é uma onda eletromagnética.
    • Nefrolitotripsia endoscópica percutânea.
    • Ureterolitotripsia endoscópica: semi-rígida ou flexível.
      • Utilizada quando o cálculo está preso no ureter.
    • Cirurgia aberta:
      • Realizada raramente.
    • Laparoscópica.
    • Robótica.
  • Cálculos menores que 0,5cm: geralmente tratados clinicamente.
  • Cálculos entre 0/5cm e 2cm: cirurgia percutânea (trocater pela bainha de Amplatz guiado por raio-x ou tomografia), uretero flexível, videocirurgia ou cirurgia aberta.
  • Cirurgia percutânea: indicações.
    • Falha na LECO.
    • Cálculos grandes.
    • Cálculos múltiplos.
    • Cálculos associados à obstrução.
    • Cálculos coraliformes.
    • Cálculos em rins com anomalias, como rim em ferradura.
    • Cálice inferior dilatado.
    • Em determinadas profissões.
  • Ureteroscopia: ingresso com cistoscópio, identificação do meato ureteral, passagem do fio guia, acesso com ureteroscópio (semi-rígido ou flexível), visualização da pedra e remoção com pinça de basket.

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Este quiz aborda a epidemiologia e a etiologia da litíase renal, uma condição comum em urologia que afeta significativamente a saúde pública. Você aprenderá sobre a incidência, fatores de risco, composição dos cálculos e mecanismos de formação. Teste seus conhecimentos sobre este importante tema médico.

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