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Questions and Answers
Qual é a terceira afecção mais comum em Urologia?
Qual é a terceira afecção mais comum em Urologia?
Litíase renal
Qual é a prevalência da litíase renal?
Qual é a prevalência da litíase renal?
2 a 3%
Qual destes fatores aumenta o risco de formação de cálculos renais? (Selecione todas as opções corretas)
Qual destes fatores aumenta o risco de formação de cálculos renais? (Selecione todas as opções corretas)
Quais são os principais tipos de cálculos renais?
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A litíase renal afeta mais homens do que mulheres.
A litíase renal afeta mais homens do que mulheres.
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O que é hipercalciúria?
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Corresponda os tipos de cálculos renais às suas características:
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Qual a principal complicação causada por cálculos renais?
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Quais exames são utilizados para diagnosticar cálculos renais? (Selecione todas as opções corretas)
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A ingestão hídrica deve ser estimulada em ______ a _____ litros por dia.
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Qual é o tratamento clínico inicial recomendado para a cólica nefrética?
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Qual das seguintes opções representa um promotor da litogênese?
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Qual é a característica dos cálculos de ácido úrico?
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Qual é uma das consequências de beber líquido demais para previnir a formação de cálculos?
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Qual é a consequência da obstrução urinária causada por cálculos renais se não for tratada?
Qual é a consequência da obstrução urinária causada por cálculos renais se não for tratada?
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Qual dos seguintes tipos de hipercalciúria é mais raro e pode estar associado a um defeito na paratireoide?
Qual dos seguintes tipos de hipercalciúria é mais raro e pode estar associado a um defeito na paratireoide?
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Qual é a principal limitação da ultrassonografia na avaliação de cálculos renais?
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Qual é a principal forma de tratamento para cálculos de cálcio?
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Qual exame é considerado o padrão ouro para identificação de cálculos urinários?
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A que tipo de cálculo renal se refere àqueles que moldam toda a via excretora?
A que tipo de cálculo renal se refere àqueles que moldam toda a via excretora?
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Qual dos seguintes exames consegue identificar cálculos renais acima de 3 mm?
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Quais características são verdadeiras sobre os cálculos coraliformes?
Quais características são verdadeiras sobre os cálculos coraliformes?
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Qual é uma característica dos cálculos de cistina?
Qual é uma característica dos cálculos de cistina?
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Qual dos seguintes fatores não contribui para a formação de cálculos renais?
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Como se caracteriza a dor da cólica renal?
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Qual método é crucial para o diagnóstico de cálculos renais?
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Qual é a principal característica dos cálculos coraliformes?
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Em relação à cistina, qual alternativa é verdadeira?
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Qual das opções abaixo descreve corretamente a dor associada à cólica renal?
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Qual é a consequência do aumento do pH da urina devido à ação da urease?
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Quais são os cálculos associados ao uso de antirretrovirais em pacientes HIV positivos?
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Qual das seguintes opções representa um fator que pode contribuir para a hipercalciúria tipo absortiva?
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Qual é a principal característica dos cálculos de ácido úrico em relação ao pH da urina?
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Qual dos seguintes inibidores da calculose atua promovendo uma 'lavagem mecânica' no trato urinário?
Qual dos seguintes inibidores da calculose atua promovendo uma 'lavagem mecânica' no trato urinário?
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Quais tipos de cálculos são considerados radiopacos e podem ser visualizados em exames de raio-X?
Quais tipos de cálculos são considerados radiopacos e podem ser visualizados em exames de raio-X?
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Qual é a consequência de uma obstrução no trato urinário em relação à formação de cálculos?
Qual é a consequência de uma obstrução no trato urinário em relação à formação de cálculos?
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Study Notes
Epidemiologia
- A litíase renal é a terceira afecção mais comum em urologia, atrás apenas das infecções urinárias e doenças prostáticas em homens.
- É um problema de saúde pública que afeta pessoas jovens.
- Causa dor, danos à função renal e aumenta o risco de infecção do trato urinário.
- Acomete 2 a 3% da população, com uma incidência de 10 a 15%.
- É uma doença recorrente, com taxas de 10% em 1 ano, 35% em 5 anos e 50% em 10 anos.
- A maior incidência ocorre entre 25 e 60 anos.
- Homens são mais acometidos que mulheres, na proporção de 2:1.
- Pode haver predisposição familiar.
- Não há relação com cálculos de vesícula biliar.
Etiologia
- A maioria dos cálculos é composta por oxalato de cálcio, fosfato de cálcio, ácido úrico, fosfato de magnésio e amônia.
- A matriz do cálculo, composta por proteínas ou carboidratos, serve como núcleo para a agregação de cristais.
- A formação do cálculo ocorre por meio de nucleação, crescimento e agregação.
- A concentração de soluto e a quantidade de solvente na urina influenciam a formação dos cálculos.
- A hipercalciúria, hiperuricosúria, hiperoxalúria e cistinúria são promotores da litogênese.
- A cinética urinária, citrato de magnésio, glicosaminoglicanos, alterações do pH urinário e proteína de Tamm Horsfall são inibidores da formação de cálculos.
Tipos de Cálculos
- Cálculos de cálcio (80%): são radiopacos e podem ser causados por hipercalciúria absortiva, hipercalciúria renal, hipercalciúria reabsortiva e hipercalciúria idiopática.
- Cálculos de ácido úrico (10-20%): são radiotransparentes, causados por hiperuricosúria e precipitação em urina ácida. Podem ser dissolvidos com alcalinização urinária.
- Cálculos infecciosos (5%): também conhecidos como cálculos de estruvita, são coraliformes, preenchem a via excretória e são radiotransparentes. Associados à infecção do trato urinário por bactérias produtoras de urease (ex: Proteus mirabilis).
- Outros tipos (5%): incluem cálculos de cistina (doença autossômica recessiva, radiopacos) e cálculos de indinavir (associados ao uso de antirretrovirais).
Quadro Clínico
- Depende da localização do cálculo.
- Cálculos renais pequenos e fixos podem ser assintomáticos.
- A migração do cálculo pelo ureter causa cólica renal.
- Os cálculos renais maiores de 3mm são visíveis na USG.
- Cálculos no ureter causam cólica renal intensa com irradiação para a região abdominal anterior e genitália.
- Cálculos na bexiga são geralmente infecciosos e causam obstrução infravesical, hematúria, disúria e polaciúria.
- Cálculos na uretra causam retenção urinária aguda.
- Cálculos coraliformes moldam toda a via excretora.
Exames
- EAS (Exame de Urina): detecta hematúria em 85% dos casos.
- RX simples de abdômen: permite identificar cálculos em até 70% dos casos.
- USG: visualiza cálculos renais maiores de 3mm.
- Urografia excretora: utiliza contraste endovenoso para visualizar a via excretora e avaliar a função renal.
- TC: método padrão ouro para diagnosticar cálculos, com detecção em 98% dos casos.
- RM: utilizada em mulheres grávidas que não podem realizar TC.
- Perfil bioquímico simplificado: avalia a função renal, cálcio, ácido úrico e outros parâmetros para investigar a causa de recorrências.
Prevenção
- Estimular a ingesta hídrica (2-3 litros por dia).
- Atividade física regular.
- Diminuir o consumo de proteínas, especialmente carne vermelha e sal.
- Ingerir cálcio em quantidades adequadas, evitando o hiperconsumo.
- Reduzir a ingestão de sódio na dieta, pois diminui a excreção de citrato (protetor) e aumenta a excreção de cálcio.
Tratamento Clínico da Cólica Nefrética
- Hidratação oral ou parenteral (cuidado com a hiperhidratação).
- Antieméticos para náuseas e vômitos.
- Analgésicos para aliviar a dor.
- Antiinflamatórios (com cautela em relação à função renal).
- Antiespasmódicos (Buscopan) para reduzir espasmos do ureter.
- Opiáceos para dor intensa.
- Terapia expulsiva com alfa bloqueador e bloqueador de canal de cálcio.
Tratamento Clínico da Litíase Renal
- Cálculos de cálcio: citrato de potássio (Litocit), tiazídicos (hidroclorotiazida) e fosfato de celulose (Calcibind R).
- Cálculos de ácido úrico: alcalinização urinária com bicarbonato de sódio ou citrato de potássio (Litocit) e alopurinol.
- Cálculos infecciosos: remoção do cálculo, antibioticoterapia e promoção da acidificação urinária.
- Cálculos de cistina: D-penicilamina (Cuprimine).
Tratamento Intervencionista
- Depende da dor, tamanho do cálculo, obstrução urinária, infecção e tipo do cálculo.
- Opções: LECO (litotripsia extracorpórea), nefrolitotripsia endoscópica percutânea, ureterolitotripsia endoscópica e cirurgia aberta, laparoscópica ou robótica.
- Cirurgia percutânea indicada em casos de falha na LECO, cálculos grandes, múltiplos, associados a obstrução ou coraliformes.
- Ureteroscopia: utiliza-se um cistoscópio para acessar o ureter, fragmentar o cálculo com laser e removê-lo.
- Cateter duplo J: utilizado para desobstruir a via urinária após fragmentação do cálculo.
Formação do Cálculo
- A formação de cálculos é influenciada pela concentração de soluto e solvente na urina.
- Quanto maior a quantidade de soluto e menor a quantidade de solvente, maior a chance de precipitação e formação de cálculo.
- Beber bastante líquido dilui os cristais, reduzindo a chance de formação de cálculos, mas o excesso de líquido pode diluir os inibidores da calculose.
Fatores que Influenciam a Formação de Cálculos (Litogênese)
-
Promotores:
- Hipercalciúria: aumento da excreção de cálcio na urina.
- Hiperuricosúria: aumento da excreção de ácido úrico na urina.
- Hiperoxalúria: aumento da excreção de oxalato na urina.
- Cistinúria: doença autossômica recessiva que causa excreção de cistina na urina, geralmente levando à formação de cálculos em crianças.
-
Inibidores:
-
Cinética urinária:
- Um trânsito urinário desobstruído funciona como uma lavagem mecânica, prevenindo a formação de cálculos.
- Obstruções no trato urinário podem levar à sedimentação e formação de cálculos.
- Citrato de magnésio: inibe a formação de cristais.
- Glicosaminoglicanos: inibem a formação de cristais.
-
Alteração do pH urinário:
- Alterações no pH da urina podem influenciar a solubilidade de diferentes tipos de cristais.
- Proteína de Tamm Horsfall: inibe a formação de cristais.
-
Cinética urinária:
Tipos de Cálculos
-
Cálcio (80%):
- Hipercalciúria tipo absortiva: o intestino absorve muito cálcio.
- Hipercalciúria tipo renal: os rins excretam muito cálcio.
- Hipercalciúria reabsortiva: rara, ocorre devido a defeitos na paratireoide, levando à hiperexcreção de paratormônio e reabsorção de cálcio dos ossos.
- Hipercalciúria idiopática: causa desconhecida.
-
Radiopacos: visíveis em raio-x.
- Cerca de 70% dos cálculos são radiopacos.
-
Ácido Úrico (10% a 20%):
- Hiperuricosúria: excreção excessiva de ácido úrico, levando à precipitação de cristais em urina ácida.
- Radiotransparentes: não visíveis em raio-x.
- A alcalinização da urina pode dissolver cálculos de ácido úrico (único tipo que pode ser dissolvido por medicamentos).
-
Fosfato de magnésio e amônia, estruvita ou cálculo infeccioso (5%):
- Cálculos coraliformes: moldam a via excretora.
- Cálculos infecciosos: causados por bactérias produtoras de urease (ex: Proteus mirabilis).
- A urease converte ureia em amônia, alcalinizando a urina e favorecendo a precipitação de cristais.
- Cálculos de baixa densidade, porosos e pouco visíveis em raio-x.
-
Outros tipos (5%):
-
Cistina:
- Cálculo raro.
- Doença autossômica recessiva que se manifesta na infância e pode causar insuficiência renal.
- Radiopacos.
- Investigar em crianças com cálculo urinário, pois pode causar danos renais graves.
- Difícil tratamento, com medicamentos que podem ter efeitos colaterais importantes.
- Requere acompanhamento com nefrologista.
-
Indinavir:
- Derivado do uso de antirretrovirais em pacientes com HIV+.
- Comum em pacientes em tratamento com antirretrovirais.
- Radiotransparentes.
-
Quadro Clínico
-
Depende da localização do cálculo:
- Cálculos pequenos e fixos no rim: podem ser assintomáticos.
- Cálculos que migram pelo ureter causam cólica renal.
-
Diagnóstico:
- Anamnese: história clínica do paciente.
-
Exame físico: palpação do paciente.
- Sinal de Giordano geralmente é positivo em crises de cólica renal.
- Exames complementares laboratoriais e de imagem: definem a presença, tamanho, localização do cálculo e guiam o tratamento.
-
Cólica:
- Renal/ureteral: dor intensa, intermitente, em ondas, associada a náusea, vômito e hipotensão.
- Intestinal: dor menos intensa, mas também em ondas.
- Biliar: dor menos intensa e contínua.
-
Via excretora: cálices menores → cálices maiores → pelve → ureter → bexiga → uretra.
-
Hematúria: macro ou microscópica em até 80% dos casos.
-
Cálculo Renal: frequentemente assintomáticos.
- Cálculos na bexiga são maiores, geralmente secundários a obstruções urinárias como hiperplasia prostática benigna ou estenose uretral.
- Causam sintomas e devem ser removidos, assim como a obstrução para evitar a formação de novos cálculos.
-
Cálculo na uretra: causa retenção urinária aguda.
- Mais comum em homens, no meato uretral.
-
Cálculos coraliformes: moldam a via excretora:
- Completos: moldam toda a pelve renal.
- Incompletos: afetam alguns cálices.
- Tratamento difícil.
- Podem levar à insuficiência renal.
Exames
-
EAS (Exame de Urina): hematúria em 85% dos casos.
-
Rx simples de abdome: identifica cálculos em até 70% dos casos, mas pode falhar em alguns:
- Cálculos radiotransparentes.
- Gases intestinais.
- Estruturas ósseas.
- Flebolitos.
- Cálculos no ureter cobertos por apófise transversas das vértebras.
-
Ultrassonografia (USG): visualiza cálculos renais acima de 3 mm.
- Visualiza bem os rins e a bexiga, mas não é bom para avaliar o ureter.
- Identifica cálculos na junção ureterovesical e pieloureteral.
- Sinal patognomônico de cálculo renal: sombra acústica posterior, hiperecogênica.
- Dilatação pielocalical na presença de obstrução urinária: sinal indireto de obstrução.
-
Urografia excretora: raio-x com contraste endovenoso.
- Desenha toda a via excretora.
- Avalia a função renal, trajeto ureteral e ponto de obstrução (geralmente com dilatação próxima à obstrução).
-
Tomografia computadorizada (TC): padrão ouro, identifica cálculos urinários em 98% dos casos, em qualquer topografia.
- A unidade de Hounsfield avalia a densidade do cálculo: quanto mais densa, mais difícil de fragmentar.
-
Ressonância magnética (RM): usada em mulheres grávidas que não podem fazer TC.
-
Perfil bioquímico simplificado: identifica causas de recorrências:
- Dosagem sanguínea de ureia, creatinina (função renal), cálcio (hipercalcemia de paratireoide), e ácido úrico.
- 2 amostras de urina de 24h: EAS, dosagem de oxalato, citrato, sódio, cálcio e ácido úrico.
- Permite definir a origem do problema e o tratamento.
- Análise qualitativa e cristalográfica do cálculo (quando ele é removido).
Prevenção
-
Medidas gerais:
- Ingestão hídrica de 2 a 3 litros por dia.
- Atividade física regular.
- Consumo moderado de proteínas, principalmente carne vermelha e sal.
- O cálcio não é o vilão, a menos que haja consumo excessivo.
-
Consequências da dieta rica em sódio:
- Aumenta a excreção de cálcio.
- Diminui o pH urinário.
- Diminui a excreção de citrato (protetor).
- Favorece a formação de cristais de oxalato de cálcio.
- Diminuição da ingestão de sódio na dieta reduz a recorrência de cálculos urinários.
Tratamento clínico da Cólica Nefrética
-
Hidratação oral ou parenteral: os pacientes estão desidratados pelo vômito.
- Cuidado com a hiperhidratação, que aumenta a dor.
-
Antiemético: para náuseas e vômitos
-
Analgésico: iniciar com os mais simples.
-
Antiinflamatórios:
- Cuidado: podem causar danos renais, mas são eficientes na crise de dor.
- Inibem as prostaglandinas, que estimulam a dor.
-
Antiespasmódico: escopolamina (Buscopan).
- Diminui o espasmo da musculatura lisa do ureter, mas não age diretamente na dor.
-
Opiáceo: derivados de morfina.
-
Terapia expulsiva:
- Alfa bloqueador.
- Bloqueador de canal de cálcio.
-
Fatores que influenciam a expulsão espontânea do cálculo:
- Intensidade da dor.
- Pielonefrite obstrutiva.
- Presença de infecção, febre, calafrios.
- Rim único.
- Tamanho e localização do cálculo.
- Cálculos < 2 mm são eliminados espontaneamente em curto prazo.
- Cálculos de 4-6 mm demoram mais.
Tratamento Clínico
-
Cálculos de cálcio:
- Citrato de potássio (Litocit) 1-3g/d: impede a recorrência ou crescimento do cálculo.
- Hipercalcemia sérica (reabsortiva): corrigir hiperparatireoidismo acima de 11mg/dl.
- Hipercalciúria renal: diuréticos tiazídicos - hidroclorotiazida 12,5-50mg/dia (cálcio sanguíneo normal, mas alto na urina).
- Hipercalciúria absortiva: fosfato de celulose (Calcibind R), farelo de arroz 5-15mg/dia (cálcio sanguíneo e na urina normais, mas com alta absorção).
-
Cálculos de ácido úrico:
- Alcalinização urinária com bicarbonato de sódio ou citrato de potássio (Litocit).
- Alopurinol 100-300mg/d em casos de hiperuricemia.
- Tentativa de dissolução do cálculo.
-
Cálculos infecciosos:
- Remoção do cálculo.
- Antibioticoterapia.
- Promoção da acidificação urinária.
-
Cálculos de cistina:
- D-penicilamina (Cuprimine) 1 a 2 g/d.
- **Monitoramento rigoroso.
-
Tratamento Intervencionista
-
Depende de:
- Dor.
- Tamanho.
- Obstrução urinária.
- Infecção.
- Tipo do cálculo.
-
Opções de tratamento:
-
LECO (litotripsia extracorpórea):
- Cálculos renais menores que 15 mm.
- Fragmenta a pedra com ondas eletro-hidráulicas.
- Não é um laser, mas ondas eletromagnéticas.
-
Nefrolitotripsia endoscópica percutânea:
- Acessa o rim através de um trocar.
- Fragmenta a pedra com diversos métodos:
- Laser.
- Ultrassom.
- Eletro-hidráulico.
-
Ureterolitotripsia endoscópica semi-rígida ou flexível:
- Usada quando o cálculo está preso no ureter.
- Remove ou fragmenta o cálculo com instrumentos próprios.
-
Cirurgia aberta:
- Raramente usada.
- Remoção do cálculo por incisão.
-
Laparoscópica:
- Realizada por videolaparoscopia.
- Remoção do cálculo com menor invasão.
-
Robótica:
- Utilizada para procedimentos complexos, como nefrolitotripsia.
- Permite maior precisão e controle.
-
-
Cálculos < 0,5 cm: geralmente tratamento clínico.
-
Cálculos > 0,5 cm e < 2 cm: cirurgia percutânea (trocater pela bainha de Amplatz guiada por raio-x ou tomografia), uretero flexível, videocirurgia ou cirurgia aberta.
-
Cirurgia percutânea, indicações:
- Falha na LECO.
- Cálculos grandes.
- Cálculos múltiplos.
- Cálculos associados a obstrução.
- Cálculos coraliformes.
- Cálculos em rins com anomalias (ex: rim em ferradura).
- Cálculo no cálice inferior com dilatação.
- Em determinadas profissões
-
Ureteroscopia:
- Cistoscópio é inserido na uretra.
- Identifica o meato ureteral e introduz um fio guia.
- Ureteroscópio semi-rígido ou flexível é passado pelo fio guia até o rim.
- Pinça de Basket é utilizada para remover o cálculo.
Formação dos Cálculos
- A concentração do soluto na urina influencia na formação de cálculos:
- Maior quantidade de soluto e menor количество de solvente aumentam a probabilidade de precipitação e formação de cálculos.
- Ingerir líquidos em quantidades adequadas dilui os cristais, reduzindo a chance de cálculos.
- Beber líquidos em excesso, porém, pode diluir inibidores da formação de cálculos.
- Fatores que contribuem para a formação de cálculos, conhecidos como "promotores da litogênese":
- Hipercalciúria (aumento da excreção de cálcio na urina).
- Hiperuricosúria (aumento da excreção de ácido úrico na urina).
- Hiperoxalúria.
- Cistinúria (doença autossômica recessiva que geralmente causa cálculos em crianças).
- Fatores que impedem a formação de cálculos renals, conhecidos como "inibidores da calculose":
- Cinética urinária: o fluxo urinário regular funciona como uma “lavagem mecânica”, evitando a sedimentação de cristais. Obstrução no trato urinário facilita a formação de cálculos.
- Citrato de magnésio: alguns medicamentos à base de citratos inibem a formação de cristais.
- Glicosaminoglicanos.
- Alteração do pH urinário.
- Proteína de Tamm Horsfall.
Tipos de Cálculos
- Cálculos de cálcio: representam 80% dos casos.
- Hipercalciúria tipo absortiva: o intestino absorve muito cálcio.
- Hipercalciúria tipo renal: o rim excreta muito cálcio.
- Hipercalciúria reabsortiva: mais rara, associada a defeitos na paratireoide, levando a hiperexcreção de paratormônio, causando reabsorção excessiva de cálcio dos ossos.
- Hipercalciúria idiopática.
- São cálculos radiopacos, visíveis em raio-x em cerca de 70% dos casos.
- Cálculos de ácido úrico: representam 10% a 20% dos casos, com maior prevalência na região Amazônica.
- Hiperuricosúria (hiperexcreção de ácido úrico) com precipitação dos cristais em urina ácida.
- São radiotransparentes, não visíveis em raio-x.
- A alcalinização da urina pode dissolver cálculos de ácido úrico, sendo o único tipo de cálculo que pode ser dissolvido com medicação.
- Fosfato de magnésio e amônia, estruvita ou cálculo infeccioso: representam 5% dos casos.
- Cálculos coraliformes.
- Ocupam a via excretora: cálices e pelve.
- São cálculos infecciosos.
- Causados por bactérias produtoras de urease (ex: Proteus mirabilis).
- A urease converte ureia em amônia, alcalinizando a urina.
- Urina alcalina aumenta a precipitação deste tipo de cristal.
- Baixa densidade e porosos, dificultando a visualização em raio-x.
- Outros tipos: representam 5% dos casos.
- Cistina:
- Cálculo raro.
- Doença autossômica recessiva que se manifesta na infância e pode levar à insuficiência renal.
- São radiopacos.
- Toda criança com cálculo urinário deve ser investigada, pois pode levar a danos renais.
- Tratamento difícil com efeitos colaterais importantes.
- Requer acompanhamento com nefrologista.
- Indinavir:
- Derivados do uso de antirretrovirais em pacientes com HIV+.
- Comum em pacientes em tratamento antirretroviral.
- São radiotransparentes.
- Cistina:
Quadro Clínico
- Depende da localização do cálculo.
- Cálculo pequeno e parado no rim: pode ser assintomático.
- Cálculo migrando pelo ureter: causa cólica renal.
- Diagnóstico:
- Anamnese.
- Exame físico: geralmente pobre, mas a palpação é importante. Sinal de Giordano positivo em crise de cólica renal.
- Exames complementares laboratoriais e de imagem: importantes para confirmar a presença de cálculo, determinar seu tamanho, localização e auxiliar na escolha do tratamento.
- Cólica:
- Renal/ureteral: dor intensa, intermitente, em surtos, associada a náusea, vômito e hipotensão.
- Intestinal: mais fraca, mas em surtos.
- Biliar: menos intensa e contínua.
- A via excretora é uma unidade: cálices menores → cálices maiores → pelve → ureter → bexiga → uretra.
- Hematúria macro ou microscópica em até 80% dos indivíduos.
- Cálculo renal: normalmente assintomático. Causa dor quando obstrui a junção pieloureteral ou infundibulocalicial, hematúria, pielonefrite obstrutiva e insuficiência renal.
- Cálculos pequenos e parados nos cálices são assintomáticos, a menos que impactem o infundíbulo, causando dor leve localizada.
- A dor se intensifica quando o cálculo impacta no ureter.
- Cálculos renais acima de 3mm podem ser visualizados em ultrassom, mas a tomografia computadorizada é o padrão ouro para diagnóstico.
- Cálculo no ureter: causa cólica renal, irradiando para a região abdominal anterior e genitália, náuseas e vômitos, hematúria e polaciúria.
- O ureter é fino, com 4mm de diâmetro e 20 a 30 cm de comprimento, retroperitonial, com três pontos de estreitamento: junção pieloureteral, cruzamento dos vasos ilíacos e junção ureterovesical. Cálculos costumam impactar nestes pontos.
- Cólica renal forte com irradiação para região abdominal anterior, podendo atingir a região genital, testículo e vulva.
- Diagnóstico diferencial com cólica biliar, cólica pancreática, afecções do estômago, outras afecções renais e cólica intestinal, levando em consideração a localização da dor e suas irradiações.
- Cálculo na bexiga: geralmente infeccioso, secundário a obstrução infravesical com resíduo pós-miccional elevado, levando a interrupção súbita do jato urinário, hematúria, disúria e polaciúria.
- Fisiopatologia diferente dos cálculos formados no rim que descem para a bexiga.
- Cálculos formados na bexiga são maiores, geralmente secundários à obstrução urinária, como hiperplasia prostática benigna, estenose uretral, resultando em resíduo urinário na bexiga, que sedimenta e precipita cristais.
- São cálculos sintomáticos.
- É necessário remover o cálculo e tratar a obstrução para evitar a formação de novos cálculos.
- Cálculo na uretra: causa retenção urinária aguda, algumas vezes palpável.
- Mais comum em homens, no meato uretral. É raro em mulheres devido à uretra mais curta.
- Cálculos coraliformes: moldam toda a via excretora.
- Completos: moldam toda a pelve renal.
- Incompletos: atingem apenas alguns cálices.
- Tratamento desafiador.
- Pode levar a insuficiência renal.
Exames
- EAS: hematúria em 85% dos casos.
- Raio-x simples de abdome: identifica cálculos em até 70% dos casos.
- Limitado para cálculos radiotransparentes, pela presença de gases intestinais, estruturas ósseas, flebolitos e cálculos no ureter coberto por apófise transversa das vértebras.
- Ultrassom: visualiza cálculos renais acima de 3mm.
- Permite visualizar o rim e a bexiga com clareza, mas não o ureter com a mesma precisão.
- Identifica cálculos na junção ureterovesical e pieloureteral.
- Cálculos renais: sombra acústica posterior hiperecogênica (sinal patognomônico).
- Dilatação pielocalicial (sinal indireto de obstrução).
- Urografia excretora: utiliza contraste endovenoso.
- Desenha toda a via excretora.
- Avalia a função renal, trajeto ureteral e o ponto de obstrução, geralmente com dilatação acima do ponto de obstrução..
- Tomografia computadorizada (TC): padrão ouro, na fase sem contraste, identifica cálculos urinários em 98% dos casos.
- Unidades de Hounsfield permitem avaliar a densidade do cálculo: quanto mais denso, maior a unidade e mais difícil de fragmentar.
- Ressonância magnética (RM): utilizada para mulheres grávidas que não podem realizar TC.
- Perfil bioquímico simplificado: identifica causas de recorrência.
- Dosagem sanguínea de ureia, creatinina (avaliação da função renal), cálcio, hipercalcemia de paratireoide e ácido úrico.
- Coleta de duas amostras de urina de 24h: avaliação da urina tipo 1 (EAS), dosagem de oxalato, citrato, sódio, cálcio e ácido úrico. Cálculos de 2mm são eliminados espontaneamente a curto prazo, enquanto cálculos de 4-6mm demoram mais.
Tratamento Clínico
- Cálculos de cálcio:
- Citrato de potássio (Litocit) 1-3g/d: impede a recorrência ou crescimento.
- Cálcio sérico elevado (reabsortiva): corrigir hiperparatireoidismo acima de 11.
- Hipercalciúria renal: diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida 12,5-50 mg/dia).
- Cálcio sanguíneo normal, mas alto na urina.
- Hipercalciúria absortiva: fosfato de celulose (Calcibind R), farelo de arroz (5-15 mg/dia).
- Cálcio sanguíneo e urinário normais, mas absorve muito cálcio. Diminuir a ingestão e usar quelantes de cálcio.
- Cálculos de ácido úrico:
- Alcalinização urinária com bicarbonato de sódio ou citrato de potássio (Litocit).
- Alopurinol 100-300mg/d em casos de hiperuricemia.
- Tentativa de dissolução do cálculo.
- Cálculos infecciosos:
- Remoção do cálculo.
- Antibioticoterapia.
- Promoção da acidificação urinária.
- Cálculos de cistina:
- D-penicilamina (Cuprimine) 1 a 2 g/d.
- Requer monitoramento rigoroso.
Tratamento Intervencionista
- Depende da:
- Dor.
- Tamanho.
- Obstrução urinária.
- Infecção.
- Tipo de cálculo: ácido úrico pode ser dissolvido.
- Opções de tratamento:
- LECO (litotripsia extracorpórea): utilizada para cálculos renais pequenos (menores que 15mm), com onda eletro-hidráulica que fragmenta a pedra. Não é um laser, é uma onda eletromagnética.
- Nefrolitotripsia endoscópica percutânea.
- Ureterolitotripsia endoscópica: semi-rígida ou flexível.
- Utilizada quando o cálculo está preso no ureter.
- Cirurgia aberta:
- Realizada raramente.
- Laparoscópica.
- Robótica.
- Cálculos menores que 0,5cm: geralmente tratados clinicamente.
- Cálculos entre 0/5cm e 2cm: cirurgia percutânea (trocater pela bainha de Amplatz guiado por raio-x ou tomografia), uretero flexível, videocirurgia ou cirurgia aberta.
- Cirurgia percutânea: indicações.
- Falha na LECO.
- Cálculos grandes.
- Cálculos múltiplos.
- Cálculos associados à obstrução.
- Cálculos coraliformes.
- Cálculos em rins com anomalias, como rim em ferradura.
- Cálice inferior dilatado.
- Em determinadas profissões.
- Ureteroscopia: ingresso com cistoscópio, identificação do meato ureteral, passagem do fio guia, acesso com ureteroscópio (semi-rígido ou flexível), visualização da pedra e remoção com pinça de basket.
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Este quiz aborda a epidemiologia e a etiologia da litíase renal, uma condição comum em urologia que afeta significativamente a saúde pública. Você aprenderá sobre a incidência, fatores de risco, composição dos cálculos e mecanismos de formação. Teste seus conhecimentos sobre este importante tema médico.