Efeitos Nocivos - Prova de Ciência do Fogo - PDF

Summary

This document details the harmful effects of urban fires on firefighters and damaged buildings. It analyzes the various adverse effects on the human body and structures, highlighting the importance of safety procedures and equipment. It also emphasizes the need for firefighters to understand structural collapse, smoke inhalation, and other hazards.

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101 CAPÍTULO 3 – EFEITOS NOCIVOS O capítulo a seguir tem como objetivo instruir os bombeiros quantos aos riscos provenientes dos incêndios urbanos e suas respectivas causas, tanto no corpo hum...

101 CAPÍTULO 3 – EFEITOS NOCIVOS O capítulo a seguir tem como objetivo instruir os bombeiros quantos aos riscos provenientes dos incêndios urbanos e suas respectivas causas, tanto no corpo humano quanto nas edificações sinistradas. Analisando todos os efeitos nocivos dos incêndios, este capítulo visa também ratificar a importância de seguir corretamente toda doutrina apresentada neste manual e o uso correto de todos os equipamentos de proteção individual, a fim de garantir a prevenção de danos. Este capítulo tem como objetivo salientar os bombeiros dos riscos provenientes da exposição ao fogo e consequentemente ao calor propagado pelo mesmo. A doutrina apresentada neste manual está intimamente ligada ao Manual de Suporte Básico de Vida do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, portanto não é objetivo o aprofundamento na matéria de primeiros socorros. Os ambientes sinistrados pelos incêndios trazem diversas situações de riscos aos bombeiros, pois independentemente de onde ocorrem, revelam a presença de gases tóxicos e asfixiantes provenientes da combustão e do calor. A grande quantidade dos gases tóxicos produzidos nos incêndios é suficiente para causar desde problemas respiratórios até mesmo a morte. Outros grandes riscos são provenientes do dano nas estruturas físicas. Ao estudar este capítulo, o profissional tem a necessidade de aprimorar seus conhecimentos acerca de um possível colapso estrutural, a fim de garantir a segurança individual e de toda a sua guarnição, bem como prevenir os casos de pânico. Seção 1 - Lesões por inalação de fumaça A lesão de vias aéreas superiores é causada por dano térmico direto e/ou irritação química. As alterações fisiopatológicas decorrentes não são oriundas somente da queimadura. O vapor, com capacidade de carrear o calor muitas vezes maior que a do ar seco, pode sobrepujar a eficiente capacidade de dissipar de temperatura das vias aéreas superiores. Tampouco é o material a base de carbono que está presente na fumaça capaz de danificar o tecido pulmonar, muito embora possa servir de veículo para outros agentes lesivos. As vias aéreas superiores e inferiores são vulneráveis a lesões decorrentes dos incêndios, tendo vista a fácil contaminação pela inalação dos agentes tóxicos e 102 também do calor propagado. Os incêndios sejam ao ar livre ou em ambientes confinados apresentarem atmosfera potencialmente tóxica. Segundo o artigo “Lesão por inalação de fumaça”, do Jornal de Pneumologia (Souza, R. e outros), a lesão inalatória é resultante do processo inflamatório das vias aéreas após a inalação de fumaça, sendo a principal responsável pela mortalidade de vítimas de queimaduras. Quando um ser humano apresenta uma lesão inalatória, esta lesão aumenta a mortalidade em 20% associada à extensão da queimadura. Segundo o artigo “Lesão por inalação de fumaça em ambientes fechados: uma atualização” do Jornal Brasileiro de Pneumologia (Antônio, A.C.P. e outros), lesões por inalação de fumaça podem ser classificadas, didaticamente, em três tipos: 1. Acometimento de via aérea superior por lesão térmica de boca, orofaringe e laringe; 2. Acometimento de via aérea inferior e parênquima causado por materiais químicos e particulados oriundos da fumaça; 3. Asfixia metabólica, através da qual alguns constituintes da fumaça impedem a entrega de oxigênio aos tecidos e/ou seu consumo pelos mesmos. O manejo imediato de vítimas de lesões inalatórias deve-se focar primariamente no ABCDE do trauma. Já em outra definição trazida pelo manual de incêndio do Distrito federal temos que mecanismos das lesões inalatórias associadas aos incêndios e dividem em quatro vertentes, a saber: 1. Temperatura elevada; 2. Deficiência de oxigênio; 3. Partículas encontradas na fumaça; e 4. Gases tóxicos associados ao incêndio. Seja em quaisquer definições supracitadas, o que garante a proteção aos bombeiros militares são os equipamentos de proteção individual utilizados por cada profissional a fim de garantir a segurança das ações de combate e da vida. 1. Temperatura elevada A lesão térmica direta da face e das vias aéreas é sempre um indicativo que pode ter ocorrido um dano térmico proveniente das altas temperaturas do incêndio; Idealmente, todas as vítimas com suspeita de inalação de fumaça deveriam ser 103 submetidas à análise para se determinar se o edema de laringe é importante o suficiente e se há lesão abaixo da glote. Ao analisarmos as ações decorrentes da fumaça inalada nos incêndios em relação a temperatura, temos que ela raramente provoca lesões abaixo da laringe. A fumaça possui alta temperatura e também é bastante seca, o que diminui muito o potencial de troca de calor. A presença de vermelhidão, feridas, bolhas e inchaço na face revelam lesões de vias aéreas superiores, o que pode ocasionar um sangramento local ou mesmo obstrução da área atingida. Na inalação da fumaça tóxica houver a presença de vapor úmido, os danos das queimaduras são ainda maiores devido as trocas de calor com o corpo humano. Ao se inalar subitamente o ar quente dos incêndios podemos ter como consequência o edema pulmonar, que é o inchaço por acúmulo de fluidos nos pulmões, levando à morte por asfixia e também a queda da pressão arterial alterando o débito cardíaco. O dano aos tecidos respiratórios causado pelo ar quente não é revertido, imediatamente, pela inalação de ar fresco, sendo assim não existe tratamento de vítimas de incêndio fora do ambiente hospitalar. Todo o suporte as vítimas de incêndio serão realizadas dentro dos hospitais, pois são locais apropriados e onde o risco de contaminação é menor. 2. Deficiência de oxigênio Ainda segundo o artigo “Lesão por inalação de fumaça em ambientes fechados: uma atualização” do Jornal Brasileiro de Pneumologia (Antônio, A.C.P. e outros), durante um incêndio em atividade, tipicamente a concentração de oxigênio (O2) cai para 10-15%, ponto no qual o óbito por asfixia ocorre. Entre 60% e 80% dos óbitos imediatos ocorridos na cena de um incêndio são atribuídos à inalação de fumaça. O cenário clássico é de um incêndio em espaço fechado, com perda de consciência, na presença de queimaduras faciais ou de grande superfície corporal queimada. Neste contexto o processo de combustão consome oxigênio enquanto produz gases tóxicos que ocupam o espaço do oxigênio ou diminuem sua concentração. Quando a concentração de oxigênio é menor que 18% o corpo começa a reagir, aumentando a frequência respiratória. O corpo humano, diante de uma deficiência de oxigênio, começa a apresentar sinais e sintomas de diminuição da 104 coordenação motora, tontura, desorientação, dor de cabeça, exaustão, inconsciência e morte. Não são somente os incêndios que provocam a diminuição do oxigênio no ambiente, também pode ocorrer em espações confinados que utilizam do sistema de extinção de incêndio por CO2. 3. Partículas encontradas na fumaça A fumaça são partículas sólidas, finamente divididas, suspensas (misturadas) num gás. A uma mistura de nevoeiro e fumaça dá-se o nome de smog. A maior parte da fumaça é produzida por partículas de carbono, alcatrão e poeira, originadas pela queima de combustíveis. Essa fumaça produzida pelo incêndio é uma suspensão de partículas flutuando numa combinação de gases aquecidos. Algumas dessas partículas suspensas na fumaça são apenas irritantes, mas outras podem ser letais. As partículas encontradas na fumaça fornecem uma área para condensação de alguns dos gases da combustão, especialmente ácidos orgânicos e aldeídos. O tamanho das partículas presente na fumaça irá determinar o quanto elas irão penetrar no sistema respiratório desprotegido gerando desde simples lesões até a morte. 4. Gases tóxicos associados ao incêndio Os incêndios urbanos liberam uma grande quantidade de gases tóxicos devido aos diversos tipos de composição de materiais, assim a inalação de gases tóxicos pode ocasionar vários efeitos danosos ao organismo humano. Boa parte dos gases inalados nos incêndios não tem efeito direto nos pulmões, mas entram na corrente sanguínea e chegam a outras partes do corpo, diminuindo a capacidade das hemácias de transportar oxigênio, já outros gases causam danos diretos aos pulmões e às suas funções. Os principais gases produzidos são o monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (NO2), dióxido de carbono (CO2), acroleína, dióxido de enxofre (SO2), ácido cianídrico (HCN), ácido clorídrico (HCl), metano (CH4) e amônia (NH3). 4.1. Monóxido de Carbono (CO) O monóxido de carbono é um gás asfixiante, incolor, inodoro, insípido, não irritante, que é produzido pela combustão incompleta de hidrocarbonetos. Níveis de 105 CO de apenas 1% já podem causar lesões graves, pois é rapidamente absorvido pelo epitélio pulmonar e tem elevada afinidade pela hemoglobina (Hb), podendo ser de 200-250 vezes maior que a do O2. A intoxicação por CO é responsável por 80% dos óbitos relacionados às lesões inalatórias, sendo que a maior parte ocorre dentro das primeiras 24 horas de exposição. Geralmente nos incêndios a fumaça mais escura indica a grande quantidade de monóxido de carbono que está sendo produzido por causa da combustão incompleta. Como já dito acima o perigo do monóxido de carbono reside na sua forte combinação com a hemoglobina. A hemácia do sangue tem a função de carregar o oxigênio, através da hemoglobina, para todos os tecidos do corpo. O ferro da hemoglobina do sangue junta-se com o oxigênio numa combinação química fraca, chamada de oxi-hemoglobina. O monóxido de carbono combinar-se com o ferro da hemoglobina tão rapidamente que o oxigênio disponível não consegue ser transportado. Essa combinação molecular é denominada carboxi-hemoglobina (COHb). A produção de carboxi-hemoglobina (COHb), complexo extremamente estável, além de causar um decréscimo na saturação de oxi-hemoglobina, causa um desvio da curva de dissociação da Hb para a esquerda, reduzindo a liberação de O2 aos tecidos. Como as lesões podem ser muito graves com a inalação de pequenas quantidades de monóxido de carbono, o bombeiro não deve utilizar sinais e sintomas como indicadores de segurança. Dor de cabeça, tontura, náusea, vômito e pele avermelhada, podem ocorrer em concentrações variadas, de acordo com a susceptibilidade individual de cada bombeiro. 4.2. Dióxido de Carbono (CO2) O Dióxido de Carbono é um composto inorgânico pertencente à categoria dos óxidos, gasoso em temperatura ambiente, incolor, inodoro, apolar, linear e solúvel em água. Essa substância também é conhecida como gás carbônico ou, ainda, anidrido carbônico. Não é tão tóxico como o CO, mas também é muito produzido em incêndios e a sua inalação, associada ao esforço físico, provoca um aumento da frequência e da intensidade da respiração. Este gás é liberado no processo de respiração dos seres humanos e também na queima dos combustíveis fósseis (gasolina, diesel, querosene, carvão mineral e vegetal). Concentrações de até 2% do gás aumentam em 50% o ritmo respiratório 106 do indivíduo. Se a concentração do gás na corrente sanguínea chegar a 10%, pode provocar a morte. 4.3. Ácido Cianídrico (HCN) O cianeto de hidrogênio (HCN) é um composto extremamente volátil, que, em ocasiões de incêndios, é formado através da combustão incompleta de material carbonáceo e nitrogenado - algodão, seda, madeira, papel, plásticos, esponjas, acrílicos e polímeros sintéticos em geral. É aproximadamente vinte vezes mais tóxico que o monóxido de carbono. Assim como o CO, também age sobre o ferro da hemoglobina do sangue, além de impedir a produção de enzimas que atuam no processo da respiração, sendo, portanto, definido como o produto mais tóxico presente na fumaça. As manifestações iniciais refletem estimulação ventilatória e neurológica decorrente do bloqueio da respiração celular, e ainda hiperventilação, cefaleia, náuseas, vômitos, palpitações e ansiedade. Em seguida, sucedem-se convulsões, bradicardia e hipotensão, culminando com parada ventilatória e colapso cardiovascular. 4.4. Amônia A amônia ou amoníaco como também é conhecido é uma basicamente um composto químico gerado desde a fórmula química NH3.É um gás irritante e corrosivo, podendo produzir queimaduras graves e necrose na pele. As intoxicações provenientes da exposição a amônia incluem desde náusea e vômitos até danos aos lábios, boca e esôfago por meio das queimaduras que a mesma provoca nos seres humanos. Se algum bombeiro for contaminado por amônia nos incêndios, os mesmos devem receber tratamento intensivointra-hospitalar, sem utilizar água nem oxigênio no pré-atendimento, pois esta ação pode potencializar os efeitos danosos da amônia no corpo. A tabela a seguir apresenta os efeitos de outros gases, que também podem estar presentes na fumaça. 107 Tabela 13 - Efeitos de alguns gases sobre o organismo GÁS ORIGEM EFEITOS TOXICOLÓGICOS Dióxido de carbono (CO2) Produto comum em combustão Não é tóxico, diminui o oxigênio respirável Monóxido de carbono (CO) Produto comum em combustão Veneno asfixiante Óxidos de nitrogênio (NO2 e Combustão de matérias à base de Irritante respiratório NO) nitrato, celulose e têxtil Ácido cianídrico (HCN) Nylon (poliamida), poliuretano, Veneno asfixiante poliacrilonitria, borracha, seda Ácido sulfúrico (H2S) Compostos contendo enxofre, óleo Tóxico, com cheiro repugnante cru, lã Ácido clorídrico (HCL) Cloreto de polivinil, alguns Irritante respiratório materiais retardantes ao fogo Ácido bromídrico (HBr) Alguns materiais retardantes ao Irritante respiratório fogo Ácido fluorídrico (HF) Polímeros que contenham flúor Tóxico e irritante Dióxido de enxofre (SO2) Materiais que contenham enxofre Irritante muito forte Isocianatos Polímeros de poliuretanos Irritante respiratório Acroleína e outros aldeídos Produto comum em combustão Irritante respiratório Amônia (NH3) Borracha, seda, nylon, Irritante normalmente em baixa concentração em incêndios em edifícios Hidrocarbonetos aromatizados Produtos comuns na combustão Cancerígeno (benzeno e seus derivados) Fonte: Tactical firefighting 2003. Seção 2 - Estresse ou fadiga pelo calor Em qualquer incêndio urbano o bombeiro está susceptível à elevação rápida da temperatura gerando um aumento no risco de estresse pelo calor. As operações de incêndio envolvem altas temperaturas do ar, fontes de calor radiante, umidade proveniente do combate, contato físico direto com objetos quentes, e todas elas têm um alto potencial para induzir estresse de calor nos bombeiros. O grau de conforto humano em um ambiente depende da umidade, temperatura e velocidade do ar. Em condições de temperatura alta, como o caso de incêndios, o bombeiro tende a diminuir os seus movimentos, mesmo que inconscientemente. Com a progressão temporal dos incêndios, a atividade mental do profissional fica 108 comprometida, a capacidade muscular se reduz, pode haver perturbação da coordenação motora o que influi diretamente no combate. Assim, o estresse térmico é o estado onde tanto o sistema fisiológico quanto o sistema psicológico são afetados pela temperatura do incêndio urbano em que se encontra. A frequência de erros e acidentes no campo de combate tende a aumentar, pois o nível de vigilância diminui, principalmente, a partir de uma temperatura ambiente de 30 ºC. Incêndios urbanos podem atingir 1000 ºC no nível do teto. Quando a temperatura atinge níveis extremos, os efeitos como irritabilidade, aumento de agressividade, distração, erros, desconforto devido à transpiração e tremores, aceleração ou desaceleração da pulsação, são sinais e sintomas perceptíveis em uma operação. Diante dessa realidade e associado a um esforço físico intenso por parte dos bombeiros, o tempo é um fator determinante no sucesso da ocorrência. A única maneira de não haver danos ao bombeiro na operação de combate a incêndio, é por meio da utilização de equipamentos de proteção respiratória e de proteção individual. Porém estes equipamentos são pesados e desconfortáveis, limitando os movimentos. Portanto uma maneira de diminuir os efeitos causados pelos equipamentos são os constantes treinamentos realizados pelas guarnições. Cada bombeiro deve saber identificar, em si mesmo e nos demais componentes da guarnição, os sintomas de estresse ou fadiga pelo calor. Os comandantes de socorro e chefes de guarnição devem ter o controle do tempo e das condições sob as quais os bombeiros, sob sua responsabilidade, estão atuando, para revezamento do pessoal no combate, de forma eficiente. Tabela 14 - Efeitos do organismo de acordo com o tempo de esforço. Tempo Efeitos Em menos de uma hora  Tolerância muscular reduzida  Capacidade mental afetada  Baixa compreensão  Baixa retenção de informação Após duas horas  Câimbras  Fadiga  Perda de força  Coordenação motora reduzida  Dor de cabeça  Náusea  Atordoamento 109 Em um estágio avançado  Colapso  Inconsciência  Morte Fonte: Tactical firefighting 2003. Ao avaliarmos todo o estresse ou fadiga pelo calor podemos subdividi-lo em: câimbras, exaustão pelo calor e golpe de calor. 1. Câimbras A maioria dos nossos grandes grupamentos musculares funciona de forma voluntária, ou seja, contraem e relaxam de acordo com a nossa vontade. Quando um ou mais músculos se contraem subitamente de forma involuntária, chamamos de espasmo muscular. Se o espasmo for intenso e persistente, damos o nome de câimbra. As câimbras são sintomas presentes nos combates a incêndios devido ao grande desgaste físico por parte do indivíduo. Acredita-se que a causa básica da câimbra seja uma hiperexcitação dos nervos que estimulam os músculos, mas há indícios de que sejam causadas pela perda de água e sais minerais do organismo, por meio do suor produzido durante as operações de combate a incêndio. A perda do suor causa mudança do balanço eletrolítico no corpo. O treinamento físico diariamente é o mais recomendado para evitar essa fadiga das musculaturas do corpo que gera a câimbra. Para se evitar a câimbra deve ser realizada uma boa sessão de alongamento antes e após exercícios. Quando as câimbras atacam, a primeira atitude é remover o indivíduo do ambiente quente e colocá-lo em repouso em um local arejado e tentar reverter imediatamente as contrações alongando o membro acometido. Afrouxar e remover roupas em excesso do bombeiro. Mobilize com as mãos (ou com a ajuda do chão ou da parede) os músculos na direção contrária a que eles estão contraindo, até que a dor e o espasmo desapareçam. Uma massagem suave e compressas de água quente nos músculos acometidos ajudam a relaxar a musculatura. No momento das câimbras, não é preciso tomar nenhum remédio. Uma vez que a cãibra tenha desaparecido, basta hidratar-se com solução balanceada de eletrólitos e descansar para evitar recaídas. 2. Exaustão pelo calor 110 A exaustão pelo calor é uma perda excessiva de sais (eletrólitos) e líquidos devido ao calor, dando lugar a uma diminuição do volume de sangue, provocando diversos sintomas, entre os quais o desmaio e o colapso. A transpiração é um efetivo mecanismo de defesa do corpo em relação a temperatura. Ela é um mecanismo de refrigeração corporal, devido à evaporação do suor pelo corpo. O uso das vestimentas de incêndio em uma operação de combate faz com que o militar produza muito suor. O choque hipovolêmico moderado pode ser um dos sintomas da exaustão pelo calor em bombeiros. O choque hipovolêmico ocorre quando há uma falha do sistema circulatório em fornecer sangue suficiente para todas as partes vitais do corpo, interferindo de modo grave no défice cardíaco. A exaustão pelo calor é ainda mais grave do que as câimbras devido ao calor. Os sintomas são mais graves em decorrência de uma maior diminuição de líquidos e sais, ocorrendo dilatação dos vasos sanguíneos mais próximos da superfície da pele, para dissipar o calor adicional. A frequência cardíaca e a frequência respiratória podem se tornar mais rápidas, para tentar aumentar a captação de oxigênio e eliminar o gás carbônico, para suprir essa necessidade ocasionando a contração de alguns músculos e do sistema digestivo. Essa reação de contração muscular é para manter o fluxo sanguíneo para o cérebro, coração e pulmão. A pressão arterial pode ficar mais baixa. Pode haver tontura, sensação de desmaio iminente, pele fria e pegajosa, fraqueza, face acinzentada, fadiga, dor de cabeça, visão embaçada, dores musculares, enjoos, palidez e vômitos. A pessoa afetada pode sentir desmaios e até mesmo perder a consciência quando está de pé. Quando esses mecanismos começam a falhar, a vítima desenvolve queda na pressão arterial e começa a apresentar alterações da função do cérebro e de outros órgãos por falta de oxigênio. Se o estado de choque não for tratado, será fatal. As vítimas acometidas com a exaustão pelo calor devem imediatamente serem removidas para um ambiente arejado e fresco. Deve-se retirar e afrouxar todo excesso de roupas. A vítima deve deitar-se urgentemente, inalar oxigênio e fazer reposição eletrolítica. 3. Golpe de calor 111 Um golpe de calor ocorre quando o sistema de controle da temperatura do corpo do indivíduo deixa de trabalhar deixando de produzir suor para proporcionar o arrefecimento do corpo. Trata-se de uma enfermidade mais rara, no entanto, mais grave em decorrência da exposição ao calor seco do incêndio apresentando sintomas similares à insolação. A temperatura corporal pode, em 10-15 minutos, atingir os 39ºC provocando deficiências cerebrais e até mesmo a morte se o indivíduo não for socorrido de forma rápida, tendo em vista que o mecanismo normal para liberar o excesso de calor é a transpiração. Sem o devido tratamento, o golpe de calor pode ser fatal. O golpe de calor pode ocorrer também durante uma atividade física rigorosa, particularmente em ambientes fechados, pobres em ventilação e umidade e tem como sintomas a pele avermelhada, quente e seca, temperatura corporal acima de 40 ºC, vômitos, convulsões, contrações musculares, respiração profunda, seguida de superficial, pulso rápido e forte, seguido de pulso fraco, fraqueza, escassez ou ausência de transpiração, pupilas dilatadas e perda da consciência, podendo levar ao coma. Mesmo os sintomas sendo contrários, a exaustão pelo calor pode evoluir para o golpe de calor. O calor corporal é liberado rapidamente no paciente com golpe de calor. A vítima tem uma queda do nível de consciência, e consequentemente, diminui a reação a estímulos, pois entra em coma. O golpe de calor é uma emergência de grande risco a vida humana, portanto deve ser tratado no hospital o mais rápido possível. Na operação de combate ao incêndio, a vítima deve ser removida para um ambiente arejado, fresco e levado urgentemente ao hospital. As roupas do paciente devem ser removidas, colocando-lhe toalhas ou lençóis molhados. No deslocamento para o hospital, a viatura que estiver realizando o transporte deverá avisar com antecedência a equipe médica, a fim de seja providenciado um banho frio na vítima. E se possível aplicação de bolsas de gelo nas axilas, punhos, virilhas, tornozelos com o intuito de abaixar a temperatura corporal. Seção 3 - Queimaduras Queimaduras são feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos. Atuam nos tecidos de revestimento do corpo humano, determinando destruição parcial ou total da pele e 112 seus anexos, podendo atingir camadas mais profunda, como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos. As queimaduras são classificadas de acordo com a sua profundidade e tamanho, sendo geralmente mensuradas pelo percentual da superfície corporal acometida. As queimaduras configuram importante causa de mortalidade, pois tornam o organismo mais vulnerável a infecções que podem ocasionar maiores danos, como febre, complicações neurológicas e oftalmológicas. As queimaduras destroem o tecido cutâneo e subcutâneo que são as barreiras contra agentes infecciosos presentes nos incêndios. Várias são as maneiras que os bombeiros militares podem se ferir com as queimaduras nos incêndios, dentre elas destacamos a ação direta das chamas, o contato com a fumaça, líquidos e vapores quentes, o contato com produtos perigosos, superfícies aquecidas e até mesmo choque elétrico. Uma das principais causas de queimaduras em bombeiros está relacionada com a não observância do uso dos equipamentos de proteção individual, na maioria dos acidentes observa-se o EPI incompleto ou mal ajustado. Essa falta de atenção com os equipamentos deixa partes da pele expostas propiciando as queimaduras. Toda a parte conceitual das lesões térmicas e os primeiros socorros serão abordados no Manual Operacional de Resgate Pré-hospitalar do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás na seção 21. Seção 4 - Choques elétricos O choque elétrico é a reação do organismo à passagem da corrente elétrica. Eletricidade, por sua vez é o fluxo de elétrons de um átomo, através de um condutor, que vem a ser qualquer material que deixe a corrente elétrica passar facilmente (cobre, alumínio, água, etc.). Por outro lado, isolante é o material que não permite que a eletricidade passe através dele: vidro, plástico, borracha, etc. A eletricidade presente nas edificações expõe o bombeiro e as vítimas ao risco de choque elétrico, podendo ocasionar de pequenas lesões até mesmo a morte, seja pelo contato direto com materiais energizados, seja pela condução elétrica, quando se está combatendo o incêndio com água ou espuma, uma vez que ambas conduzem eletricidade. A corrente elétrica, quando percorre o corpo humano, interfere junto às correntes internas carregadas pelos nervos, dando-nos a sensação de 113 formigamento. Para que o choque ocorra, deve haver uma diferença de potencial entre dois pontos distintos do corpo humano, ou seja, quanto maior for a diferença de potencial, maior será a corrente elétrica. 1. Principais efeitos do choque elétrico Tabela 15 - Efeitos da corrente elétrica no corpo humano. CORRENTE REAÇÃO Abaixo de 1 mA Geralmente não é perceptível 1 mA Leve formigamento 5 mA Um pequeno choque é sentido, não dolorido, mas incômodo. A maioria das pessoas consegue largar. Forte reação involuntária pode levar a ferimentos 6 a 25 mA (mulher) Choque doloroso. Perda de controle muscular 9 a 30 mA (homem) Limite de largar. O indivíduo não consegue se soltar, mas pode ser jogado para longe do circuito, se o músculo extensor for estimulado 50 a 150 mA Dor extrema, parda respiratória contração muscular grave. Morte provável. 1.000 a 4.300 mA Cessa o batimento ritmado do coração. Ocorre contração muscular e dano ao nervo. Morte provável 10.000 mA Parada cardíaca. Queimaduras graves. Morte presumível Fonte: OSHA 3075 – Controlling Electrical Hazards – 2002. As demais partes conceituais e todo o protocolo de atendimento Pré-hospitalar serão abordados no Manual Operacional de Resgate Pré-hospitalar do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás na seção 31. 2. Prevenção de choque elétrico durante o combate a incêndio Toda ocorrência de incêndio urbano requer uma série de cuidados que o bombeiro deve observar para a tomada de decisões. Dentre as situações a serem observadas temos o quesito energia elétrica. Como protocolo de segurança 114 devemos atentar para o desligamento da energia elétrica, porém deve-se levar em conta as demais circunstâncias do evento, como a necessidade de se retirar as vítimas pelos elevadores ou o caso de incêndios em edificações hospitalares, com equipamentos que não podem ser desligados. Os incêndios danificam toda fiação elétrica, portanto os bombeiros devem evitar tocar ou encostar em fiações expostas. Toda essa situação pode gerar novos princípios de incêndios e alterar todo o cenário do sinistro. As decisões do comandante do sinistro em relação a energização do ambiente devem ser repassadas de imediato a todos os componentes das guarnições atuantes no incêndio. Seção 5 - Colapso estrutural decorrente de incêndio Colapsos estruturais ou desabamentos são uma das mais comuns consequências em um incêndio. É silencioso, aparentemente sem alarme e frequentemente fatal. Os desabamentos acontecem por diferentes formas, nos mais diversos tipos de edificações. O conhecimento sobre estruturas e suas formas podem auxiliar a prever o comportamento de seus elementos, quando expostos ao fogo. Os formatos estruturais e seus componentes podem ser ordenados de forma a dar uma visão estratégica de sua resistência de maior para menor ou vice-versa e desta forma poder agir com certa segurança em razão do tempo de exposição ao fogo. O conhecimento teórico de estruturas é de grande valia e é pré-requisito para o comandante da operação. O estudo da resistência dos materiais pode evitar grandes tragédias envolvendo as guarnições e, por isso, deve ter relevância na formação. 1. Anomalias em edificações Os materiais que compõem as construções são susceptíveis a alterações ocasionadas pelos incêndios. Diante dessas situações, as edificações podem sofrer algumas deformações ou patologias, dentre as quais os bombeiros podem identificar: 1.1 Rachaduras, trincas ou fissuras São aberturas de maior ou menor extensão nas superfícies das construções (paredes, tetos e lajes), as quais são classificadas quanto: 115 Tabela 16 - Tipos de rachadura. Quanto ao sentido Quanto à profundidade Quanto ao movimento Vertical Superficial Vivas ou ativas Horizontal Profunda Mortas ou inativas Diagonal Transpassante Aleatória ou mapeada Quando essas anomalias aparecem entre a alvenaria e a peça estrutural – vigas ou pilares – provavelmente são motivadas pela deficiência da amarração, que é a junção das paredes com as vigas, o que pode acarretar em uma possível queda da estrutura. Rachaduras em diagonal indicam que algo grave está acontecendo, sendo de extrema necessidade uma vistoria emergencial por equipe especializada. 1.2. Vazamentos e infiltrações A definição de vazamentos se baseiam no escoamento de líquidos, gases e demais produtos que passam por tubulações ou envasados. Já as infiltrações são o processo de passagem ou acúmulo de um líquido por um meio sólido, como uma laje ou parede. Os motivos mais comuns para a ocorrência dessas anomalias são os rompimentos de tubulações durante os incêndios e sua percepção é mais visível que as infiltrações, mas ambas danificam as estruturas. 1.3. Corrosão de ferragens A corrosão metálica é a transformação de um material ou liga metálica pela sua interação química ou eletroquímica num determinado meio de exposição, processo que resulta na formação de produtos de corrosão e na liberação de energia. Quase sempre, a corrosão metálica está associada à exposição do metal num meio no qual existem moléculas de água, juntamente com o gás oxigênio ou íons de hidrogênio, num meio condutor, formando as ferrugens. Os danos nas ferragens das estruturas das edificações por meio da corrosão podem ocasionar vários riscos de desabamento, haja vista que diminui a resistência da estrutura e consequente ruptura. No caso de incêndio, o descolamento de 116 pedaços de concreto sugere risco iminente para as guarnições. Os locais devem ser interditados e isolados, pois tais características sugerem ações de escoramento emergencial, as quais devem ser realizadas por equipes especializadas e treinadas. 1.4. Recalques O recalque ou assentamento é o termo utilizado em engenharia civil para designar o fenômeno que ocorre quando uma edificação sofre um rebaixamento devido ao adensamento do solo sob sua fundação. O recalque é a principal causa de trincas e rachaduras em edificações, principalmente quando ocorre o recalque diferencial, ou seja, uma parte da obra rebaixa mais que outra gerando esforços estruturais não previstos e podendo até levar a obra à ruína. 1.5. Desplacamento de revestimentos Os desplacamentos dos revestimentos são os casos em que ocorrem a soltura de placas de concreto, cerâmicas, rebocos e outros revestimentos de fachadas. A queda destas estruturas pode gerar graves danos aos transeuntes que circulam nas proximidades desta edificação sinistrada. 1.6. Problemas em marquises Marquises são coberturas em balanço na parte externa de uma edificação, destinadas à proteção da fachada ou a abrigos de pedestres. Nos casos deanomalias nessas estruturas, como infiltrações e rachaduras, o local deve ser isolado, pois a queda da estrutura pode levar o indivíduo a morte. 1.7. Relação entre as anomalias com a ocorrência de incêndios estruturais Em decorrência do comportamento dos incêndios, os materiais componentes das estruturas das edificações podem sofrer algumas alterações, em seu aspecto e forma devido à exposição ao calor, tais como calcinação (aquecimento em altíssimo grau), esfoliação do concreto, deformações acentuadas das estruturas, concreto desagregado, perda da aderência entre o aço e o concreto e diminuição da capacidade de resistência. Tabela 17 - Características das anomalias. Temperatura Perda de Cor do Concreto Condição do concreto em Cº resistência 0 a 200 Cinza Não afetado 0% 300 a 600 Rosa Razoavelmente bom 1200 Amarelo Decomposto 100% Fonte: Cánovas (1988). Ao analisarmos a tabela podemos afirmar que quanto maior o tempo de exposição do concreto às altas temperaturas, maiores serão os danos às suas estruturas física e química. Em um sinistro de combate a incêndio estrutural os bombeiros devem adotar medidas visando o não colapso da estrutura, a saber:  Evitar jogar água com jatos compactos e diretamente nas peças estruturais (lajes, vigas, pilares);  Observar a existência de pontos com bolhas, fissuras, rachaduras ou com colorações distintas nas paredes e tetos de cimento ou concreto;  Comunicação com a guarnição de combate na percepção de qualquer fato atípico como rachaduras;  As guarnições devem providenciar a interdição do local, a fim de resguardar o local e a integridade física das pessoas. Seção 6 - Pânico Pânico vem do grego Panikos. Na verdade, toda a expressão é "terror pânico". Se trata da situação de medo que gostava de criar o semideus grego Pan, que costumava aparecer no cruzamento das estradas para os viajantes. O pânico é uma sensação psicológica de temor, a qual se manifesta de forma dinâmica ou estática. É causada por uma informação ou fato que extrapola a faixa de normalidade de um indivíduo, tornando-se adverso em razão do seu não processamento, podendo ser intensificado por fatores emocionais. Ataques de pânico são períodos em que o indivíduo sofre de forma repentina, um medo intenso ou medo com uma duração variável: de minutos a horas. Ataques de pânico geralmente aparecem de repente, no entanto, eles podem 118 continuar por mais tempo se o paciente teve o ataque desencadeado por uma situação que não é ou não me sinto capazes de escapar, como nos casos de incêndio urbano. É importante considerar que as pessoas envolvidas em um incêndio podem ser tomadas pelo pânico, e isso inclui os bombeiros. Essa situação pode levá-los a uma condição irracional, dando vazão a vários instintos primitivos básicos (fuga, luta, medo). A tentativa desordenada de evasão gera pisoteamentos, esmagamentos e saltos para morte, que são gestos desesperados e traduzem não uma tentativa de escapar, mas o último esforço para reduzir o martírio e os sofrimentos da morte pelo fogo. 1. Ações preventivas As ações preventivas devem se desenvolver sob dois aspectos, o primeiro está relacionado a capacitação dos bombeiros, no exercício de suas atividades específicas e em segundo na elaboração de planos de evacuação para os principais estabelecimentos. A realização de simulados tem se mostrado bastante eficiente no treinamento dos bombeiros militares e do público pertencente aquela edificação, como nos casos de shopping, boates, hospitais, creche e em locais onde se julga que o salvamento de vítimas seja mais complexo. Os treinamentos das guarnições de combate a incêndio devem ser intensos e continuados a fim de reduzir as ocorrências de pânico nos sinistros e assim dar um suporte especializado às vítimas do sinistro. 2. Controle do pânico O profissional bombeiro que estiver a frente de uma ocorrência de combate a incêndio deve ter em mente que não existe um perfil único de pânico para todas as vítimas, podendo ser adultos, idosos, crianças, etc. Portanto em cada sinistro as guarnições deverão fazer uma análise do perfil do público encontrado, pois somente após esta avaliação se poderá tomar uma decisão segura. Nos incêndios pode-se encontrar vítimas que estejam em pânico, por isso os bombeiros deverão zelar para que a situação não perca o controle. Uma vítima em pânico pode prejudicar substancialmente os sinistros e ainda estimular as outras 119 vítimas a entrarem em pânico. Portanto, para convencer as vítimas envolvidas em um sinistro, o bombeiro deverá ser persuasivo, ao conversar com elas. 3. Procedimentos básicos Alguns procedimentos básicos podem ser realizados a fim de diminuir a incidência de situações de pânico. Abaixo sugerimos algumas ações que poderão ser realizadas para a solução do sinistro. Os bombeiros devem buscar a retirada das vítimas por meio da ação de uma equipe treinada e altamente disciplinada, posteriormente pode-se colocar um grupo de vítimas sob supervisão de um bombeiro, para que as mesmas sintam uma maior segurança. É interessante que se realiza um isolamento correto, pois a presença de curiosos pode atrapalhar significativamente a ocorrência. 4. Salvamento de pessoas O salvamento de pessoas é uma das situações mais preocupantes e perigosas nas ocorrências de combate a incêndio. Vidas podem ser ceifadas se não realizar o protocolo de segurança primeiro. É um trabalho difícil, pois o bombeiro terá de ir até um ponto do qual a vítima por si só não teve condições de sair. Portanto, também ele passa a correr risco de morte. As pessoas constituem a mais urgente prioridade para as guarnições de bombeiros que atuam nos incêndios. Durante os salvamentos em sinistros de incêndio podem ocorrer dois fenômenos que dificultam a vida dos bombeiros empenhados na ocorrência. O primeiro é a aglomeração, que na tentativa de fuga, as pessoas vão se ajuntando até formarem um grupo numeroso para procurarem uma saída do local. Já o segundo trata do pânico que é o estado de extrema ansiedade que, por vezes, torna as pessoas desordenadas e irracionais. A segurança humana é uma das principais finalidades na evacuação nos incêndios, que deve estar baseada nos princípios da objetividade, precisão, disciplina e segurança. Dentro desse aspecto, existem requisitos a serem seguidos no escape das vítimas. Os bombeiros devem ficar atentos para que as vítimas subam para andares superiores e ainda manter distância uma das outras na descida. É necessário definir uma rota de saída para que não atrapalhe as operações dos bombeiros e também para não haver aglomerações. Por fim, definir um local seguro para que todas as vítimas possam ficar e auxiliarem nas informações da falta de alguma pessoa. 120

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