Organização do Corpo Humano: Fundamentos Cinesiológicos (2024/25) PDF

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Politécnico de Leiria

2024

João Cruz

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human anatomy kinesiology functional anatomy human body

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This document is a set of lecture notes on the Organization of the Human Body: Fundamental of Kinesiology for the academic year 2024/25. It covers topics such as objectives, planes of movement, axes of rotation, anatomical position, and directional terminology. The document appears to be from the POLITÉCNICO DE LEIRIA.

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ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO: FUNDAMENTOS CINESIOLÓGICOS Ano letivo 2024/25 João Cruz Anatomia Funcional [email protected] Pretende-se que no final...

ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO: FUNDAMENTOS CINESIOLÓGICOS Ano letivo 2024/25 João Cruz Anatomia Funcional [email protected] Pretende-se que no final da aula, cada aluno esteja apto a: Conhecer os conceitos introdutórios referentes à cinesiologia; Identificar e aplicar a terminologia própria para OBJETIVOS ▼ descrever a localização das diferentes partes do corpo, posições de referência e direções anatómicas; Conhecer os planos de movimento e os respetivos eixos de rotação no movimento humano; Descrever e entender os vários tipos de ossos e articulações, e as suas funções e características; Descrever e demonstrar os movimentos articulares. CINESIOLOGIA ÁREA DO CONHECIMENTO QUE TEM COMO OBJETIVO A COMPREENSÃO DOS FUNDAMENTOS DO MOVIMENTO HUMANO. É UMA DISCIPLINA MULTIDISCIPLINAR QUE INTEGRA CONHECIMENTOS DE ANATOMIA (DESCRITIVA E FUNCIONAL), FISIOLOGIA, BIOMECÂNICA E CONTROLO MOTOR NO ENTENDIMENTO DO MOVIMENTO EXECUTADO PELO CORPO HUMANO. POSIÇÃO ANATÓMICA DE REFERÊNCIA REFERE-SE A UMA PESSOA EM PÉ, COM O ROSTO VOLTADO PARA A FRENTE, OS MEMBROS SUPERIORES PENDURADOS PARA OS LADOS E AS PALMAS DAS MÃOS VOLTADAS PARA A FRENTE. ESTA POSIÇÃO É USADA DE FORMA PADRONIZADA PARA A ORIENTAÇÃO DO CORPO E DESCRIÇÃO DA ANATOMIA DE UM ORGANISMO. TODAS AS DESCRIÇÕES REFEREM-SE AO ORGANISMO A PARTIR DA SUA POSIÇÃO ANATÓMICA DE REFERÊNCIA (PADRÃO DE OURO), INDEPENDENTEMENTE DA POSIÇÃO OU LOCALIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS OU ESTRUTURAS. PL ANOS E EI XOS DE MOVIMENTO Quando estudamos as várias articulações do corpo e analisamos seus movimentos, é útil caracterizá-las de acordo com planos específicos de movimento. Um plano de movimento pode ser definido como uma superfície bidimensional imaginária através da qual um membro ou segmento corporal é movido. Existem três planos de movimento específicos, ou cardinais, nos quais os vários movimentos articulares podem ser classificados. Os planos específicos que dividem o corpo exatamente em duas metades costumam ser chamados de planos cardeais. Os planos cardeais são os planos sagital, frontal e transversal. Há um número infinito de planos em cada metade que são paralelos aos planos cardeais. PL ANOS E EI XOS DE MOVIMENTO PL ANOS E EI XOS DE MOVIMENTO ▪ PLANO SAGITAL, ÂNTERO-POSTERIOR OU AP: O plano sagital divide o corpo numa metade direita ou esquerda, dividindo-o em metades simétricas direita e esquerda. Geralmente, os movimentos de flexão e extensão, como rosca direta para bíceps, extensões de joelho e abdominais ocorrem neste plano. PL ANOS E EI XOS DE MOVIMENTO ▪ PLANO FRONTAL, CORONAL OU LATERAL: Também conhecido como plano coronal ou lateral, o plano frontal corta o corpo lateralmente de lado a lado, dividindo-o nas metades frontal (ventral) e posterior (dorsal). Movimentos de abdução e adução, como polichinelos (ombro e quadril) e flexão lateral da coluna ocorrem neste plano. PL ANOS E EI XOS DE MOVIMENTO ▪ PLANO TRANSVERSO, AXIAL OU HORIZONTAL: Também conhecido como plano axial ou horizontal, o plano transversal divide o corpo em metades superior (cefálica) e inferior (caudal). Geralmente, os movimentos rotacionais como pronação e supinação do antebraço e rotação da coluna ocorrem neste plano. PL ANOS E EI XOS DE MOVIMENTO Conforme o movimento ocorre num determinado plano, a articulação move-se ou gira em torno de um eixo que tem uma relação de 90º com esse plano. ▪ EIXO FRONTAL, CORONAL, LATERAL OU MEDIOLATERAL: Se o plano sagital vai de anterior para posterior, o seu eixo deve ir de um lado para o outro. Como esse eixo tem a mesma orientação direcional do plano frontal de movimento, ele é denominado de forma semelhante. À medida que o cotovelo se flexiona e se estende no plano sagital durante um Bícipete Curl, o antebraço está realmente a girar em torno de um eixo frontal que corre lateralmente através da articulação do cotovelo. O eixo frontal também pode ser referido como eixo bilateral. ▪ EIXO SAGITAL OU ÂNTERO-POSTERIOR: O movimento ocorre no plano frontal e gira em torno de um eixo sagital. Este eixo tem a mesma orientação direcional que o plano sagital de movimento e vai da frente para trás em um ângulo reto com o plano frontal de movimento. À medida que o quadril abduz e aduz durante os polichinelos, o fémur gira em torno de um eixo que passa da frente para trás através da articulação do quadril. ▪ EIXO VERTICAL OU LONGITUDINAL: O eixo desce diretamente pelo topo da cabeça e forma um ângulo reto com o plano transversal do movimento. Conforme a cabeça roda ou gira da esquerda para a direita ao indicar desaprovação, o crânio e as vértebras cervicais estão girando em torno de um eixo que desce pela coluna vertebral. PL ANOS E EI XOS DE MOVIMENTO Embora cada movimento articular específico possa ser classificado como estando num dos três planos de movimento, os nossos movimentos geralmente não estão definidos totalmente em um só plano específico, mas ocorrem como uma combinação de movimentos em mais de um plano. Esses movimentos nos planos combinados podem ser descritos como ocorrendo em planos de movimento diagonais ou oblíquos e envolvem articulações que são capazes de se mover em dois ou mais planos. PL ANOS E EI XOS DE MOVIMENTO ▪ PLANO DIAGONAL OU OBLÍQUO: É a combinação de mais de um plano de movimento. Na realidade, a maioria dos nossos movimentos em atividades desportivas fica em algum lugar entre paralelos e perpendiculares aos planos descritos anteriormente e ocorrem em um plano diagonal. Para delinear ainda mais, todos os movimentos em planos diagonais ocorrem em um plano diagonal alto ou em um dos dois planos diagonais baixos. Deve-se observar que para uma articulação se mover em um plano diagonal, ela deve ser capaz de movimentos em pelo menos dois planos. Por outras palavras, os movimentos do plano diagonal envolvem a combinação de movimentos em um plano com movimentos de um ou mais outros planos. ▪ EIXO DIAGONAL OU OBLÍQUO: Forma um ângulo reto com o plano diagonal. À medida que a articulação glenoumeral se move da abdução diagonal para a adução diagonal no lançamento por cima, o seu eixo é perpendicular ao plano através da cabeça do úmero. PL ANOS E EI XOS DE MOVIMENTO Plano Descrição Eixo de rotação Descrição do eixo Movimentos comuns Sagital Divide o corpo em Frontal (coronal, Percorre Flexão, (anteroposterior ou metades – esquerda lateral ou medial/lateral extensão AP) e direita mediolateral) Frontal (coronal ou Divide o corpo em Sagital Percorre Abdução, lateral) metades – anterior e (anteroposterior anterior/posterior adução posterior ou AP) Transverso (axial, Divide o corpo em Vertical Percorre Rotação interna horizontal) metades – superior e (longitudinal ou superior/inferior e rotação inferior longo) externa Tabela. Resumo dos planos de movimento e os seus eixos. TERMINOLOGIA DIRECIONAL TERMINOLOGIA DIRECIONAL TERMINOLOGIA DIRECIONAL Anterior: na frente, considerando o plano frontal Contralateral: Pertencente ou relacionado ao lado oposto Anteroinferior: na frente e abaixo Dextro: relacionado ou situado à direita ou à direita de algo Anterolateral: na frente e para fora Distal: situado longe do centro ou linha média do corpo, ou longe Anteromedial: na frente e em direção ao lado interno ou linha do ponto de origem média Dorsal (dorso): relacionado às costas, estando ou localizado Anteroposterior: Relacionado à frente e atrás próximo, sobre ou em direção às costas, parte posterior ou superfície superior de; também em relação ao dorso do pé Anterosuperior: na frente e acima Externo: formação que se encontra mais longe do plano sagital- Bilateral: Relacionado aos lados direito e esquerdo do corpo ou médio de uma estrutura corporal, como as extremidades direita e esquerda Fibular: relacionado ao lado fibular (lateral) do joelho, perna, tornozelo ou pé Caudal: Abaixo em relação a outra estrutura; inferior Inferior (infra): Abaixo em relação a outra estrutura; caudal Caudocéfalo: Direcionalmente da cauda à cabeça no eixo longitudinal do corpo Inferolateral: Abaixo e para fora Cefálico: Acima em relação a outra estrutura; superior Inferomedial: abaixo e em direção à linha média ou dentro Cefalocaudal: Direcionalmente da cabeça à cauda no eixo Interno: formação que se encontra mais próximo do plano sagital- longitudinal do corpo médio TERMINOLOGIA DIRECIONAL Profundo: abaixo ou abaixo da superfície; usado para descrever Ipsilateral: do mesmo lado a profundidade relativa ou localização dos músculos ou tecidos Lateral: Em ou para o lado; fora, mais longe do plano mediano ou Prono: posição do corpo voltada para baixo; deitado de bruços sagital médio Proximal: mais próximo do tronco ou do ponto de origem Proximodistal: do centro do corpo em direção às extremidades Medial: relacionado ao meio ou centro; mais perto do plano distais dos apêndices mediano ou sagital médio Mediana: Relacionada a, localizada em ou estendendo-se em Protrusão: envolve um movimento reto na direção anterior direção ao meio; situado no meio, medial Plano escapular: alinhado com a posição normal de repouso Palmar: relacionado à palma ou aspecto volar da mão da escápula, uma vez que se encontra na caixa torácica posterior; os movimentos no plano escapular estão alinhados com o Plantar: relacionado à planta do pé ou à superfície inferior do pé escapular, que está num ângulo de 30 a 45º em relação ao plano Posterior: atrás, na retaguarda, considerando o plano frontal frontal Postero-inferior: atrás e abaixo Radial: relacionado ao lado radial (lateral) do antebraço ou mão Posterolateral: atrás e para um lado, especificamente para fora Retrusão: envolve um movimento reto na direção posterior Posteromedial: atrás e para o lado interno Pósterosuperior: atrás ou atrás e acima TERMINOLOGIA DIRECIONAL Sinistro: relacionado ou situado à esquerda ou à esquerda de Tibial: relacionado ao lado tibial (medial) do joelho, perna, algo tornozelo ou pé Superficial: Perto da superfície; usado para descrever a Ulnar: relacionado ao lado ulnar (medial) do antebraço ou mão profundidade relativa ou localização dos músculos ou tecidos Ventral: relacionado à barriga ou abdômen, na ou em direção à parte anterior de Superior (supra): Acima em relação a outra estrutura, considerando o plano horizontal; cefálico Volar: relacionado à palma da mão ou sola do pé Superolateral: Acima e para fora Superomedial: acima e em direção à linha média ou dentro Supino: posição do corpo voltada para cima; deitado de costas TERMINOLOGIA DIRECIONAL EXEMPLO DE APLICAÇÃO: observação anatómica do joelho. R E G I Õ E S E PA R T E S D O C O R P O R E G I Õ E S E PA R T E S D O C O R P O R E G I Õ E S E PA R T E S D O C O R P O R E G I Õ E S E PA R T E S D O C O R P O T ERMINOLOGIA DA VARIAÇÃO DO AL INHAMENTO Anteversão: rotação anormal ou excessiva para frente de uma estrutura, como anteversão femoral Cifose: aumento da curvatura da coluna para fora ou para trás no plano sagital Lordose: aumento da curvatura da coluna para dentro ou para frente no plano sagital Recurvatum: flexão para trás, como na hiperextensão do joelho Retroversão: rotação anormal ou excessiva para trás de uma estrutura, como retroversão femoral Escoliose: curvatura lateral da coluna Valgo: angulação externa do segmento distal de um osso ou articulação, como nos joelhos em posição vertical Varus: angulação interna do segmento distal de um osso ou articulação, como nas pernas arqueadas SISTEMA ESQUELÉTICO ▪ Constituído por cerca de 206 ossos, o sistema esquelético fornece suporte e proteção para outros sistemas do corpo e fornece ligações dos músculos aos ossos, pelos quais o movimento é produzido. Tem ainda como função o armazenamento de minerais e a hemopoiese, que envolve a formação de células sanguíneas na medula óssea vermelha. ▪ O esqueleto axial contém 80 ossos, incluindo o crânio, a coluna vertebral, o esterno e as costelas (12 pares). ▪ O esqueleto apendicular contém 126 ossos, inclui os ossos das extremidades superior e inferior, ombros e cintura pélvica. ▪ A pélvis é, por vezes, classificada como parte do esqueleto axial, devido à importância da ligação do esqueleto axial com as extremidades inferiores. SISTEMA ESQUELÉTICO SISTEMA ESQUELÉTICO FUNÇÕES ESQUELÉTICAS 1. PROTEÇÃO DE TECIDOS MOLES VITAIS, COMO O CORAÇÃO, PULMÕES E CÉREBRO 2. APOIO PARA MANTER A POSTURA 3. MOVIMENTO SERVINDO COMO PONTOS DE FIXAÇÃO PARA OS MÚSCULOS E ATUANDO COMO ALAVANCAS 4. ARMAZENAMENTO DE MINERAIS COMO CÁLCIO E FÓSFORO 5. HEMOPOIESE, QUE É O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE SANGUE QUE OCORRE NA MEDULA ÓSSEA VERMELHA LOCALIZADA NOS CORPOS VERTEBRAIS, FÉMUR, ÚMERO, COSTELAS E ESTERNO OSTEOLOGIA OSTEOLOGIA CLASSIFICAÇÃO DO OSSO QUANTO À FORMA ▪ LONGOS: compostos por uma haste cilíndrica longa com extremidades salientes relativamente largas; servem como alavancas. O eixo contém a cavidade medular. Os exemplos incluem falanges, metatarsos, metacarpos, tíbia, fíbula/perónio, fémur, rádio, ulna/cúbito e úmero. ▪ CURTOS: ossos pequenos e sólidos em forma de cubo que geralmente têm uma superfície articular proporcionalmente grande para se articular com mais de um osso. fornecem alguma absorção de choque e incluem os carpos e tarsos. ▪ PLANOS: têm geralmente uma superfície curva e variam de grossos (onde os tendões se fixam) a muito finos. Ossos planos geralmente fornecem proteção e incluem o ílio, costelas, esterno, clavícula e escápula. ▪ IRREGULARES: ossos de formato irregular têm uma variedade de propósitos e incluem os ossos por toda a coluna vertebral e o ísquio, púbis e maxila. ▪ SESAMÓIDES: pequenos ossos embutidos no tendão de uma unidade músculo-tendinosa que fornecem proteção e também melhoram a vantagem mecânica das unidades músculo-tendinosas. Além da patela, existem pequenos ossos sesamóides dentro dos tendões flexores do dedão e do polegar. OSTEOLOGIA CARACTERÍSTICAS DOS OSSOS ▪ Os ossos longos têm uma haste ou diáfise, que é a longa porção cilíndrica do osso. A parede da diáfise, formada por osso duro, denso e compacto, é o córtex. A superfície externa da diáfise é coberta por uma membrana fibrosa densa conhecida como periósteo. Uma membrana fibrosa semelhante conhecida como endósteo cobre o interior do córtex. Entre as paredes da diáfise encontra-se a cavidade medular ou medular, que contém a medula amarela ou gordurosa. ▪ Em cada extremidade de um osso longo está a epífise, que geralmente é aumentada e moldada especificamente para se unir à epífise de um osso adjacente numa articulação. ▪ Durante o crescimento ósseo, a diáfise e a epífise são separadas por uma fina placa de cartilagem conhecida como placa epifisária, comumente chamada de placa de crescimento ou Metáfise (cartilagem de conjugação). ▪ Para facilitar o movimento suave e fácil das articulações, a epífise é recoberta por cartilagem articular ou hialina, que proporciona um efeito de amortecimento e reduz o atrito. OSTEOLOGIA OSTEOLOGIA DESENVOLVIMENTO ÓSSEO E CRESCIMENTO OSTEOLOGIA DESENVOLVIMENTO ÓSSEO E CRESCIMENTO OSTEOLOGIA DESENVOLVIMENTO ÓSSEO E CRESCIMENTO OSTEOLOGIA DESENVOLVIMENTO ÓSSEO E CRESCIMENTO OSTEOLOGIA DESENVOLVIMENTO ÓSSEO E CRESCIMENTO OSTEOLOGIA DESENVOLVIMENTO ÓSSEO E CRESCIMENTO OSTEOLOGIA DESENVOLVIMENTO ÓSSEO E CRESCIMENTO ▪ A maioria dos ossos esqueléticos abordados na cinesiologia estrutural são ossos endocondrais, que se desenvolvem a partir da cartilagem hialina. À medida que nos desenvolvemos a partir de um embrião, essas massas de cartilagem hialina crescem rapidamente em estruturas com formato semelhante ao dos ossos que eventualmente se tornarão. Esse crescimento continua e a cartilagem gradualmente sofre mudanças significativas para se desenvolver num osso longo. ▪ Os ossos continuam a crescer longitudinalmente enquanto as placas epifisárias estão abertas. Essas placas começam a fechar-se por volta da adolescência e desaparecem. A maioria fecha aos 18 anos, mas alguns podem estar abertos até os 25 anos. O crescimento do diâmetro continua ao longo da vida. Isso é feito por uma camada interna de periósteo construindo novas camadas concêntricas em camadas antigas. Simultaneamente, o osso ao redor das laterais da cavidade medular é reabsorvido de modo que o diâmetro seja continuamente aumentado. O osso novo é formado por células especializadas conhecidas como osteoblastos, enquanto as células que reabsorvem o osso antigo são os osteoclastos. Essa remodelação óssea, é necessária para o crescimento ósseo contínuo, mudanças na forma óssea, ajuste do osso ao stress e reparação óssea. OSTEOLOGIA PROPRIEDADES DO OSSO ▪ Carbonato de cálcio, fosfato de cálcio, colágeno e água são a base da composição óssea. Cerca de 60% a 70% do peso do osso é composto por carbonato de cálcio e fosfato de cálcio, com a água representando aproximadamente 25% a 30% do peso do osso. ▪ O colágeno oferece flexibilidade e força para resistir à tensão. O envelhecimento causa perda progressiva de colágeno e aumenta a fragilidade óssea, resultando numa maior probabilidade de fraturas. ▪ A maior parte do osso externo é cortical; osso esponjoso está em baixo. O osso cortical é mais duro e compacto, com apenas cerca de 5% a 30% de seu volume poroso, com tecido não mineralizado. Em contraste, o osso esponjoso é mole, com cerca de 30% a 90% do seu volume sendo poroso. O osso cortical é mais rígido; pode suportar maior stress, mas menos tensão, do que o osso esponjoso. Por ser esponjoso, o osso esponjoso pode ser submetido a maiores esforços antes de se fraturar. OSTEOLOGIA PROPRIEDADES DO OSSO ▪ O tamanho e a forma dos ossos são influenciados pela direção e magnitude das forças que são aplicadas habitualmente a estes. Os ossos remodelam-se com base nas tensões colocadas sobre eles e a sua massa aumenta ao longo do tempo com o aumento da tensão. ▪ Este conceito de adaptação do osso ao stress é conhecido como a lei de Wolff, que essencialmente afirma que o osso num indivíduo saudável adaptar-se-á às cargas sob as quais é colocado. Quando um determinado osso é submetido a um aumento de carga, o osso remodelar-se-á ao longo do tempo para se tornar mais forte para resistir a esse tipo específico de carga. Como resultado, a porção cortical externa do osso torna-se mais espessa. O oposto também é verdadeiro: quando a carga num osso diminui, o osso torna-se mais fraco. OSTEOLOGIA ADAPTAÇÃO DO TECIDO ÓSSEO https://www.nasa.gov/mission_pages/sta tion/research/news/b4h-3rd/hh- preventing-bone-loss-in-space/ OSTEOLOGIA ACIDENTES ÓSSEOS Os ossos têm marcações específicas que existem para melhorar sua relação funcional com as articulações, músculos, tendões, nervos e vasos sanguíneos. Muitas dessas marcações servem como marcos ósseos importantes na determinação da localização e inserção do músculo e da função articular. Essencialmente, todas as marcações ósseas podem ser divididas em: 1. PROCESSOS (INCLUINDO ELEVAÇÕES E PROJEÇÕES), que formam articulações ou servem como um ponto de fixação para músculos, tendões ou ligamentos; e 2. CAVIDADES (DEPRESSÕES), que incluem aberturas e sulcos que contêm tendões, vasos, nervos e espaços para outras estruturas. OSTEOLOGIA ACIDENTES ÓSSEOS OSTEOLOGIA COMPORTAMENTO ANISOTRÓPICO OSTEOLOGIA Em qualquer exercício vamos ter todo o tipo de GEOMETRIA DE APLICAÇÃO DE FORÇAS forças, mas a modelação destas será decisiva. O corpo suporta bem forças de compressão e tensão/tração, não de cisalhamento e rotação. White & Panjabi, 1990 OSTEOLOGIA ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS ARTROLOGIA O esqueleto apresenta as peças ósseas unidas entre si por tecidos moles característicos. Chama-se articulação à zona de contacto entre dois ou mais ossos. ▪ A articulação de dois ou mais ossos permite vários tipos de movimento. A extensão e o tipo de movimento determinam o nome aplicado à junta. ▪ A estrutura óssea limita o tipo e a quantidade de movimento em cada junta. Algumas articulações ou artroses não têm movimento, outras são apenas ligeiramente móveis e outras são livremente móveis com uma variedade de amplitudes de movimento. ▪ O tipo e a amplitude dos movimentos são semelhantes em todos os humanos; mas a liberdade, amplitude e vigor dos movimentos são limitados pela configuração dos ossos onde eles se encaixam e pelos ligamentos e músculos. ARTROLOGIA CLASSIFICAÇÃO ARTICULAR De acordo com a sua capacidade de mobilidade: ▪ IMÓVEIS: O movimento entre as peças ósseas é nulo. A união entre os ossos é feito através de bordos, sendo os seus componentes articulares membranas fibrosas (suturas ou sinfibroses) ou cartilaginosas (sincondroses). ▪ SEMIMÓVEIS: Os movimentos articulares são de reduzida amplitude. As superfícies ósseas encontram- se revestidas por uma fina camada de cartilagem hialina sobre a qual se encontra uma camada de tecido fibrocartilagíneo. São reforçadas por ligamentos periféricos. ▪ MÓVEIS: Caracterizam-se pela existência de uma cavidade articular que separa as superfícies articulares, contendo uma quantidade reduzida de líquido sinovial que funciona como lubrificante, e tecidos de ligação entre as superfícies ósseas. ARTROLOGIA CLASSIFICAÇÃO ARTICULAR As articulações podem ser classificadas de acordo com a estrutura (anatomia) e função (funcionalidade). ▪ A classificação por estrutura coloca as articulações numa de três categorias: fibrosa, cartilaginosa ou sinovial. A classificação funcional também resulta em três categorias: sinartrose (sinartrodial), anfiartrose (anfiartrodial) e diartrose (diartrodial). Existem subcategorias em cada classificação. ▪ Devido à forte relação entre estrutura e função, existe uma sobreposição significativa entre os sistemas de classificação. Ou seja, há mais semelhança do que diferença entre os dois membros em cada um dos seguintes pares: articulações fibrosas e sinartrodiais, articulações cartilaginosas e anfiartrodiais e articulações sinoviais e diartrodiais. No entanto, nem todas as juntas se encaixam perfeitamente em ambos os sistemas. ARTROLOGIA CLASSIFICAÇÃO ARTICULAR Classificação anatómica: ▪ SINOVIAIS (DIARTROSES): são revestidas por cartilagem hialina, inseridas numa cavidade articular com líquido sinovial, são regulares na epífise que é revestida por uma cápsula de tecido fibroso e tem ligamentos (providenciam estabilidade estática à articulação). A cartilagem hialina é bastante resiliente porque é ligeiramente compressível e elástica, o que lhe permite absorver as forças de compressão e cisalhamento. A superfície articular, graças em parte à lubrificação do líquido sinovial, tem uma quantidade muito baixa de atrito e é muito durável. Subdivide-se em enartrose (articulação coxo-femural), troclear (úmero-cubital), condiliana (fémuro-tibial), encaixe recíproco (calcâneo-cuboideia), artrodia (inter-apofisárias posteriores cervicais e dorsais) e trocóide (rádio-umeral). ▪ CARTILAGÍNEAS: não apresenta cavidade sinovial, a união entre as extremidades ósseas é feita por tecido fibroso e as superfícies articulares estão revestidas por cartilagem, ligamentos de suporte. Sínfises (articulações separadas por fibrocartilagem que permitem pequenos movimentos entre os ossos. Ex. sínfise púbica e corpos vertebrais) e sincondroses (articulações costocondrais com o esterno). ▪ FIBROSAS: não apresenta cavidade articular e a união entre as estruturas ósseas é feita por tecido conjuntivo fibroso e denso (hialina cartaginosa ou fibrocartilagem). Este tipo de articulação subdivide-se em suturas (ossos do crânio, verdadeiramente imóveis desde a infância), sindesmoses (estrutura fortemente ligamentosa que permitem o mínimo de movimento ósseo. Ex. articulação coracoclavicular e rádio-cubital inferior) e gonfoses (peças dentárias nos maxilares). ARTROLOGIA CLASSIFICAÇÃO ARTICULAR Classificação funcional: ▪ DIARTROSES: desempenho gestual e motor, atividade cinestésica, estruturas de transição com atividade em um ou mais planos de movimento. ▪ ANFIARTROSES: são articulações semi-móveis, permitindo pequenos movimentos adaptativos e de cisselamento. ▪ SINARTROSES: são articulações imóveis, em regiões anatómicas onde a solidez anatómica é necessária como meio protetivo à integridade de um determinado elemento anatómico. ARTROLOGIA CLASSIFICAÇÃO ARTICULAR Classificação funcional: ARTROLOGIA CLASSIFICAÇÃO ARTICULAR Classificação funcional: Manter e utilizar uma articulação durante a sua amplitude normal de movimento são importantes para manter a saúde e a função articular. ARTROLOGIA CLASSIFICAÇÃO ARTICULAR Classificação funcional: Enartrose Trocoide Exemplos de articulações Artrodia Trocleartrose Sela Condilartrose ARTROLOGIA CLASSIFICAÇÃO ARTICULAR Classificação funcional: ARTROLOGIA ESTABILIDADE E MOBILIDADE Geralmente, quanto mais móvel é uma articulação, menos estável ela é e vice-versa. Isso é verdade ao comparar as mesmas articulações entre indivíduos, mas também ao comparar uma articulação com outra no mesmo indivíduo. ▪ Tanto a hereditariedade como os fatores de desenvolvimento (lei de Wolff para ossos e lei de Davis para tecidos moles) contribuem para essas variações. De maneira semelhante à adaptação do osso à carga, conforme discutido anteriormente na lei de Wolff, o tecido mole também se adapta ao stress ou à falta dele. Esse corolário da lei de Wolff é conhecido como lei de Davis, que afirma essencialmente que ligamentos, músculos e outros tecidos moles, quando colocados sob tensão adequada, adaptam-se ao longo do tempo, alongando-se e, inversamente, quando mantidos num estado frouxo ou encurtado por um período de tempo diminuirá gradualmente. ARTROLOGIA ESTABILIDADE E MOBILIDADE A mobilidade de uma articulação é determinada por diferentes fatores passivos e ativos, possibilitando uma diversidade de intervenções no meio: ▪ PASSIVOS: morfologia das superfícies articulares, organização e tensão cápsulo-ligamentar, oposição de tecidos moles (relevos musculares). ▪ ATIVOS: a atividade contráctil do músculo estriado, tensão das estruturas músculo-tendinosas e o grau de alongamento do músculo. ARTROLOGIA ESTABILIDADE E MOBILIDADE Fatores que afetam a estabilidade da articulação diartrodial. ARTROLOGIA ESTABILIDADE E MOBILIDADE A integridade de qualquer uma destas estruturas pode ser afetado um lesão aguda ou crónica. Estas estruturas adaptam-se ao longo do tempo, tanto positiva como negativamente, às exigências biomecânicas colocadas sobre estas. Quando algum dos fatores acima é comprometido, demandas adicionais são colocadas nas estruturas restantes para fornecer estabilidade, o que por sua vez pode comprometer a sua integridade, resultando numa mobilidade anormal. Essa mobilidade anormal, seja hipermobilidade ou hipomobilidade, pode levar a outras condições patológicas, como tendinite, bursite, artrite, desarranjo interno e subluxações articulares. ARTROLOGIA ESTABILIDADE E MOBILIDADE = POSTURA ► FUNCIONALIDADE https://www.acefitness.org/education-and-resources/professional/expert- articles/5446/how-to-improve-lower-body-mobility-and-stability/ MOVIMENTO ART ICULAR AMPLITUDE ARTICULAR (RANGE OF MOTION – ROM) ▪ Área através da qual uma articulação pode normalmente ser movida de forma livre e sem dor. ▪ A quantidade específica de movimento possível numa articulação ou amplitude de movimento pode ser medida através do uso de um goniómetro para comparar a mudança nos ângulos articulares. ▪ O goniómetro possui um braço móvel, um braço estacionário e um eixo ou fulcro. ▪ A goniometria é conhecida como a medição da amplitude de movimento disponível numa articulação ou nos ângulos criados pelos ossos de uma articulação. https://www.physio-network.com/blog/is-it-safe-to-squat-deep-what-does-the-evidence-say/ MOVIMENTO ART ICULAR TERMINOLOGIA PARA DESCREVER OS MOVIMENTOS GERAIS ▪ ABDUÇÃO: movimento lateral para longe da linha média do ▪ ABDUÇÃO DIAGONAL: movimento de um membro através tronco no plano frontal (afastar). de um plano diagonal afastado da linha média do corpo. ▪ ADUÇÃO: movimento medialmente em direção e/ou através ▪ ADUÇÃO DIAGONAL: movimento de um membro através de da linha média do tronco no plano frontal (aproximar). um plano diagonal em direção e através da linha média do corpo. ▪ FLEXÃO: movimento de flexão que resulta na diminuição do ângulo de uma articulação ao aproximar os ossos, geralmente ▪ ROTAÇÃO EXTERNA: movimento giratório em torno do eixo no plano sagital. longitudinal de um osso, longe da linha média do corpo. Ocorre no plano transversal e também é conhecido como ▪ EXTENSÃO: movimento de endireitamento que resulta em rotação lateral. um aumento do ângulo em uma articulação, afastando os ossos, geralmente no plano sagital. ▪ ROTAÇÃO INTERNA: movimento giratório em torno do eixo longitudinal de um osso em direção à linha média do corpo. ▪ CIRCUNDUÇÃO: movimento circular de um membro que Ocorre no plano transversal e também é conhecido como delineia um arco ou descreve um cone. É uma combinação de rotação medial. flexão, extensão, abdução e adução. Também chamada de cincunflexão. MOVIMENTO ART ICULAR TERMINOLOGIA PARA MOVIMENTOS DO TORNOZELO E PÉ ▪ EVERSÃO: girar as articulações subtalar e transversal do ▪ FLEXÃO PLANTAR: movimento de extensão do tornozelo tarso do pé para fora ou lateralmente no plano frontal; que resulta no movimento do pé e / ou dedos do pé do abdução, caracterizada pela planta dos pés voltada para corpo no plano sagital. fora. ▪ PRONAÇÃO: posição do pé e tornozelo resultante de uma ▪ INVERSÃO: virar as articulações subtalar e transversa do combinação de dorsiflexão do tornozelo, eversão subtalar tarso medialmente em adução no plano frontal; e abdução do antepé (dedos para fora). caracterizado pelas solas dos pés voltadas para dentro. ▪ SUPINAÇÃO: uma posição do pé e tornozelo resultante ▪ FLEXÃO DORSAL (DORSIFLEXÃO): movimento de flexão de uma combinação de flexão plantar do tornozelo, do tornozelo que resulta no movimento do dorso do pé inversão subtalar e adução do antepé (dedo do pé). em direção à tíbia anterior no plano sagital. MOVIMENTO ART ICULAR TERMINOLOGIA PARA MOVIMENTOS DA RÁDIO-ULNAR ▪ PRONAÇÃO: rotação interna do rádio no plano transversal de ▪ SUPINAÇÃO: girar externamente o rádio no plano forma que fique diagonalmente ao longo da ulna, resultando transversal para que fique paralelo à ulna, resultando na na posição do antebraço com a palma da mão para baixo. posição do antebraço com a palma para cima. TERMINOLOGIA PARA MOVIMENTOS DA CINTURA ESCAPULAR ▪ DEPRESSÃO: movimento inferior da cintura escapular no ▪ ROTAÇÃO PARA BAIXO : movimento giratório da plano frontal. escápula no plano frontal com o ângulo inferior da ▪ ELEVAÇÃO: movimento superior da cintura escapular no escápula movendo-se medialmente e para baixo. Ocorre plano frontal. principalmente no retorno da rotação para cima. O ângulo inferior pode, na verdade, mover-se ligeiramente para ▪ PROTRAÇÃO (ABDUÇÃO): movimento para frente da cima à medida que a escápula continua em rotação cintura escapular no plano horizontal para longe da coluna. extrema para baixo. ▪ RETRAÇÃO (ADUÇÃO): movimento para trás da cintura ▪ ROTAÇÃO PARA CIMA: movimento giratório da escápula escapular no plano horizontal em direção à coluna. no plano frontal com o ângulo inferior da escápula Adução da escápula. movendo-se lateralmente e para cima. MOVIMENTO ART ICULAR TERMINOLOGIA PARA DESCREVER OS MOVIMENTOS DOS OMBROS ▪ ABDUÇÃO HORIZONTAL: movimento do úmero ou fêmur ▪ ESCAPULAÇÃO: movimento do úmero para longe do no plano horizontal longe da linha média do corpo. corpo no plano escapular. Abdução glenoumeral em um Também conhecido como extensão horizontal ou abdução plano de 30 a 45 graus entre os planos sagital e frontal. transversal. ▪ ADUÇÃO HORIZONTAL: movimento do úmero ou fêmur no plano horizontal em direção à linha média do corpo. Também conhecido como flexão horizontal ou adução transversal. TERMINOLOGIA PARA DESCREVER OS MOVIMENTOS DA COLUNA ▪ FLEXÃO LATERAL: movimento da cabeça e/ou tronco no ▪ REDUÇÃO: retorno da coluna vertebral no plano frontal à plano frontal lateralmente para longe da linha média. posição anatômica a partir da flexão lateral. Adução da Abdução da coluna vertebral. coluna vertebral. MOVIMENTO ART ICULAR MOVIMENTO ART ICULAR MOVIMENTO ART ICULAR MOVIMENTO ART ICULAR MOVIMENTO ART ICULAR O conhecimento funcional da anatomia deve ser utilizado para intervir de forma eficaz e segura no movimento humano, quer seja num organismo saudável ou com alguma patologia. A posição anatómica de referência serve de CONCLUSÃO ▼ posição padrão para descrevermos os movimentos recorrendo a uma terminologia adequada, em função das partes ou regiões do corpo, dos planos e eixos de movimento. A abordagem mais analítica do movimento servirá de ponto de partida para um entendimento integrado e funcional.

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