Lesão e Morte Celular - PDF
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Marcos Cezar F. P. Machado
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Este documento discute os conceitos de lesão e morte celular, incluindo os mecanismos de necrose e apoptose. São apresentadas as principais causas de lesão celular, como a privação de oxigênio e agentes químicos. O texto também aborda tipos diferentes de necrose, como a necrose por coagulação e liquefação, e os processos bioquímicos envolvidos em cada um.
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LESÃO E MORTE CELULAR NECROSE E APOPTOSE Prof. Marcos Cezar F. P. Machado LESÃO E MORTE CELULAR MORFOSTASE E HOMEOSTASE Os conceitos de Saúde e Doença invariavelmente referem-se aos termos "morfostase" (equilíbrio da forma) e "homeostase“(equilíbrio da função). S...
LESÃO E MORTE CELULAR NECROSE E APOPTOSE Prof. Marcos Cezar F. P. Machado LESÃO E MORTE CELULAR MORFOSTASE E HOMEOSTASE Os conceitos de Saúde e Doença invariavelmente referem-se aos termos "morfostase" (equilíbrio da forma) e "homeostase“(equilíbrio da função). SAÚDE é a manutenção da morfostase e homeostase. DOENÇA é o resultado da ação de uma agressão que leva a uma alteração não compensada da homeostase e ou da morfostase. Morte celular ou tecidual acidental em um organismo ainda vivo, ou seja, NECROSE que ainda conserva suas funções orgânicas. ≠ Mecanismo de morte programada e natural da célula, para a manutenção APOPTOSE do equilíbrio tecidual. PRINCIPAIS CAUSAS DE LESÃO CELULAR PRIVAÇÃO DE OXIGÊNIO AGENTES FÍSICOS AGENTES QUÍMICOS E DROGAS AGENTES INFECCIOSOS REAÇÕES IMUNOLÓGICAS DEFEITOS GENÉTICOS DESEQUILÍBRIOS NUTRICIONAIS Na última década, o Comitê de Nomenclatura sobre a Morte Celular (NCCD) formulou diretrizes para a definição e interpretação da morte celular a partir de perspectivas morfológicas, bioquímicas e funcionais. Como o campo continua a se expandir e novos mecanismos que orquestram múltiplas vias de morte celular são desvendados, é proposto uma classificação atualizada de morte celular focando nos aspectos mecanicistas e essenciais (em oposição a correlativos e dispensáveis) do processo. Ø Apoptose intrínseca célula recebe um sinal para se destruir de um dos seus próprios genes ou proteínas, devido a detecção de danos no DNA. Ø Apoptose extrínseca,.quando a célula não tem mais função para o organismo ou quando está doente. Ø Necrose de transição de permeabilidade mitocondrial (MPT), Ø Necroptose, Ø Ferroptose, Ø Piroptose, Ø Partanatos, Ø Morte celular entótica, Ø Morte celular netótica, Ø Morte celular dependente de lisossomo, Ø Autofagia-dependente morte celular, Ø Morte celular imunogênica, Ø Senescência celular Ø Catástrofe mitótica, ponto de não retorno Necrose: -Alterações mitocondriais -Ruptura de membrana NECROSE Apoptose: Alterações mitocondriais Ruptura da -Alterações nucleares -Membranas preservadas membrana Normal Padrão de cromatina conservada APOPTOSE Mitocôndrias preservadas Membranas preservadas Alterações nucleares Corpos apoptóticos MECANISMO DA NECROSE PROCESSOS BIOQUÍMICOS DA APOPTOSE PROCESSOS BIOQUÍMICOS DA NECROSE Fatores etiológicos da necrose 1) Agentes físicos: Ex.: ação mecânica, temperatura, radiação, efeitos magnéticos; 2) Agentes químicos: compreendem substâncias tóxicas e não- tóxicas. Ex.: tetracloreto de carbono, álcool, medicamentos, detergentes, fenóis etc. 3) Agentes biológicos: Ex.: infecções viróticas, bacterianas ou micóticas, parasitas etc. As alterações celulares da necrose se dão, principalmente, nos núcleos: 1) Picnose: o núcleo apresenta um volume reduzido e torna-se hipercorado, tendo sua cromatina condensada; característico na apoptose; 2) Cariorrexe: a cromatina adquire uma distribuição irregular, podendo se acumular em grumos na membrana nuclear; há perda dos limites nucleares; 3) Cariólise ou cromatólise: há dissolução da cromatina e perda da coloração do núcleo, o qual desaparece completamente; 4) Eosinofilia celular: consiste em granulações e espaços irregulares no citoplasma decorrentes de alterações lisossomais e mitocondriais. o citoplasma perde a leve basofilia que lhe é característica, passando a cor-de-rosa forte (afinidade pela eosina). FASES DA NECROSE Picnose Cariorrexe Cariólise Eosinofilia celular APOPTOSE x NECROSE TIPOS DE NECROSE 1) Necrose por coagulação (= isquêmica): causada por isquemia local. É freqüentemente observada nos infartos. Há perda da nitidez dos elementos nucleares e manutenção do contorno celular devido à permanência da membrana celular. Hipófise normal Necrose coagulativa da hipófise Necrose de coagulação hemorrágica: quando há presença de hemorragia no tecido necrosado; essa hemorragia às vezes pode complicar a eliminação do tecido necrótico pelo organismo. 2) Necrose por liquefação: o tecido necrótico fica limitado a uma região, geralmente cavitária, havendo a presença de grande quantidade de neutrófilos e outras células inflamatórias (pus). - É comum em infecções bacterianas; - Pode ser observada nos abscessos e no sistema nervoso central; - As células necróticas são removidas rapidamente por fagocitose em toda a área necrótica. Necrose liquefativa no SNC 3) Necrose caseosa: tecido esbranquiçado, granuloso, amolecido, com aspecto de "queijo friável". Microscopicamente, o tecido exibe uma massa amorfa composta predominantemente por proteínas. É um tipo especial de necrose coagulativa que se instala no meio da reação inflamatória provocada por certas doenças, principalmente a tuberculose. Tuberculose pulmonar exsudativa com extensa necrose caseosa 4) Necrose fibrinóide: o tecido necrótico adquire uma aspecto hialino, acidofílico, semelhante a fibrina. Pode aparecer na aterosclerose, na úlcera péptica vasculopatias autoimines. 5) Necrose enzimática: ocorre quando há liberação de enzimas nos tecidos; a forma mais observada é a do tipo gordurosa, principalmente no pâncreas, quando pode ocorrer liberação de lipases, as quais desintegram a gordura neutra dos adipócitos desse órgão. Por ação de lipases sobre os triglicerídeos, os ácidos graxos liberados sofrem processo de saponificação na presença de sais alcalinos, originando depósitos esbranquiçados ou manchas com aspecto macroscópico de PINGO DE VELA. NECROSE GOMOSA 7. Gangrena: É uma forma especial de necrose isquêmica em que o tecido necrótico sofre modificação por agentes externos como ar ou bactérias anaeróbias, as quais promovem uma acentuada destruição protéica e putrefação. Exemplos: a) No cordão umbilical após o nascimento: fica negro e seco. b) Nas extremidades inferiores, por aterosclerose, especialmente, diabéticos, traumatismos com lesão de vasos, congelamento, etc. Gangrena diabética Gangrena por congelamento Gangrena Gasosa Necrose lítica. É a denominação que se dá à necrose de hepatócitos em hepatites virais, os quais sofrem lise ou esfacelo (necrose por esfacelo).(FILHO 145) MEDICINA LABORATORIAL Proteínas liberadas no sangue após necrose são utilizadas no diagnóstico de tecidos danificados. Célula danificada Enzima sérica CK Fração MB Músculo cardíaco Aspartato transaminase (AST) Lactato desidrogenase (LDH-1) Fígado Alanina transaminase (ALT) Músculo estriado Creatina cinase Pâncreas Amilase QUAL LESÃO OCORRE MAIS RAPIDAMENTE ISQUÊMICA OU HIPÓXICA? ENVELHECIMENTO CELULAR O envelhecimento é uma forma de degeneração celular não claramente compreendida. Possíveis causas: Envelhecimento programado (Número limitado de divisões celulares); Reparo ineficiente de DNA (Dano por radicais livres ou falha catabólica); Lesões cumulativas Progeria, Síndrome de Hutchinson-Gilford Cabeça grande e calva Veias muito salientes Ausência de sobrancelhas Narinas pontiagudas Pomo de adão Estreitamento arterio-esclerótico retraído das artérias Enfermidades coronarianas cardíacas prematuras Peito atrofiado Articulações grandes e rígidas Manchas sênis Criança de 11 anos com progeria SEMINÁRIOS Ø MECANISMOS DE APOPTOSE: ATIVAÇÃO E AÇÃO DAS CASPASES NAS MANIFESTAÇÕES DO CHOQUE SÉPTICO E NO ALZHAIMER. Ø MECANISMOS DE AÇÃO DO Ca++ NO PROCESSO NECRÓTICO. Ø MECANISMO FISIOPATOLÓGICO DAS LESÕES POR REPERFUSÃO. (transplantes) Ø MARCADORES DE LESÃO CELULAR E SUAS CORRELAÇÕES CLÍNICAS.